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2-O livro didático e o Ensino de História A história é escrita a partir de fatos que se desenvolvem de uma problemática central. Os fatos compõe a história, cabendo portanto, ao historiador recorrer às teorias e às fontes para melhor explicitá-las. Ao analisarmos o Ensino ele História ministrado nas escolas, faz-se um mister compreendermos que estas são um reflexo da sociedade no qual estão inseridos. Hoje, muitos se preocupam com a formação dos professores de história e também com a realidade do ensino em nossos dias. Esta preocupação se estende em muitas áreas diferentes nas universidades. Como nos afirma Déa Fenelon (1985): o historiador se julga distanciado do social, concretizando assim a distorção entre o fazer e o escrever. O conhecimento é visto como algo passivo despolitizado e sempre intelectualizado e a história se produz dentro desses limites institucionais L'0111 esta perspectiva não consegue mais do formar profissionais que serão os reprodutores destas percepções. A grande maioria dos estudantes não compreendem a história que estudam e muito menos a finalidade talvez esse seja o motivo do desinteresse dos estudantes aumentando a responsabilidade dos professores em apontar novos caminhos para criar interesse pelo conhecimento. O livro didático é o material que propõe a uma ação educativa cujo conteúdo é pensado e elaborado tendo em vista as concepções e os valores que o autor considera desejáveis

O Livro Didático e o Ensino de História

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2-O livro didático e o Ensino de História

A história é escrita a partir de fatos que se desenvolvem de uma problemática

central. Os fatos compõe a história, cabendo portanto, ao historiador recorrer às teorias e às

fontes para melhor explicitá-las. Ao analisarmos o Ensino ele História ministrado nas escolas,

faz-se um mister compreendermos que estas são um reflexo da sociedade no qual estão

inseridos.

Hoje, muitos se preocupam com a formação dos professores de história e também

com a realidade do ensino em nossos dias. Esta preocupação se estende em muitas áreas

diferentes nas universidades. Como nos afirma Déa Fenelon (1985):

o historiador se julga distanciado do social, concretizando

assim a distorção entre o fazer e o escrever. O conhecimento é visto

como algo passivo despolitizado e sempre intelectualizado e a

história se produz dentro desses limites institucionais L'0111 esta

perspectiva não consegue mais do formar profissionais que serão os

reprodutores destas percepções.

A grande maioria dos estudantes não compreendem a história que estudam e muito

menos a finalidade talvez esse seja o motivo do desinteresse dos estudantes aumentando a

responsabilidade dos professores em apontar novos caminhos para criar interesse pelo

conhecimento.

O livro didático é o material que propõe a uma ação educativa cujo conteúdo é

pensado e elaborado tendo em vista as concepções e os valores que o autor considera

desejáveis

3-Como as imagens mostradas nos livros didáticos contribuem para atividades

3-A coleção didática na abordagem da coleção Araribá

3.1-Análise da coleção e discurssão

4-Imagens e gráficos

5- A mulher sendo definida conforme estereótipos

Segundo Michelle Perrot, para escrever a história são necessárias fontes, documento e vestígios

mas isso é uma dificuldade quando se trata da história das mulheres com sua presença frequentemente

apagada, seus vestígios, desfeitos, seus arquivos destruídos por um déficit há essa falta de vestígios. Por

uma ausência de registro, na própria língua, a gramatica contribui para isso quando há misturas de

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gêneros usa-se o masculino plural: eles dissimulam elas, no caso de greves mistas, por exemplo, ignora-se

quase sempre o número de mulheres.

As estatísticas quase sempre são assexuadas principalmente no domínio econômico, nas

estatísticas industriais ou naquelas do trabalho com a sexuação das estatísticas é relativamente recente que

tenha sido demandada por sociólogas do trabalho feminista, não é necessário conhecer para analisar que

atualmente problemas análogos quanto ás origens étnicas cuja identificação causa graves divisões entre os

demógrafos.

Como, exemplo no casamento as mulheres perdiam seu sobrenome, o que ocorria na França,

mas somente nesse país, sendo bastante difícil reconstruir linhagens femininas com a pesquisa

demográfica chamada TRA iniciada por Jacques Dupâquier que estabeleceu a genealogia das famílias

cujo patrinímico começa por 75a para estudar os fenômenos de mobilidade social desistiu de incluir as

mulheres por causa disso com o recuo do casamento, a possibilidade de escolher seu patrinimico tanto

para aquele que se lega aos filhos provavelmente comprometerão o trabalho futuro dos demógrafos e dos

genealogistas, essa revolução de nomes é rica em sentido

De uma maneira geral, quando as mulheres aparecem em um espaço público os observadores

ficam desconcertados, eles as veem em massa ou em grupo, o que aliás, corresponde ao seu modo de

intervenção coletiva manifestando na qualidade de mães, de donas de casa, de guardiãs dos viveres etc.

Usando estereótipos para designá-las ou qualifica-las. A psicologia das multidões empresta a estas uma

identidade feminina, suscetível de paixão, de nervosismo, de violência e mesmo de selvageria. A

ausência de fontes não sobre as mulheres nem sobre a mulher mas sobre sua existência concreta e sua

história singular, no teatro da memória, as mulheres são uma leve sombra.

Em compensação segundo a autora Michelle Perrot existe um excesso de abundância e mesmo

um excesso de discursos sobre mulheres com avalanches de imagens, literárias ou plásticas na maioria

das vezes obra dos homens ignorando quase sempre o que as mulheres pensavam a respeito, viam ou

sentiam. Das mulheres muito de fala de maneira obsessiva para dizer o que elas são ou deveriam fazer.

Isso ocorre com os filósofos Françoise Collin, Evelyne Pisier e Elenir Varikas realizaram uma

antropologia crítica de texto que não tratam tanto da diferença de sexos, pouco abordadas pela filosofia,

quanto das mulheres , com a questão da sexuação apresenta-se no texto filosófico sempre com uma

questão das mulheres e a respeito das mulheres porque a diferença vem delas de seu afastamento de

normas masculinas. “ O sexo delas é nosso”, como diz Rousseau, ”nós e elas”. Textos de homens em sua

maioria 55 homens para 4 mulheres o que corresponde à dissimetria sexual do discurso filosófico.

Aristóteles, de todos os diversos autores gregos, é ele que estabelece de maneira mais radical a

superioridade masculina, com as mulheres se movendo nas fronteiras de civilidade e selvageria, do

humano e do animal sendo uma ameaça para a vida harmoniosa da coletividade. Como mantê-las

afastadas se as mulheres são apenas diferente na modelagem inacabada, homem incompleto, falta-lhes

algumas coisa, são defeituosas. O pensamento de Aristóteles modela por muito tempo o pensamento da

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diferença entre os sexos, sendo retomado com modulações pela medicina grega de Galiano. E na Idade

Média, pelo teólogo Tomás de Aquino.

Paulo na primeira Epístola a Timóteo prescreve o silêncio das mulheres:” A mulher aprenda

em silêncio, toda sujeição não permitindo que a mulher ensine nem use de autoridade sobre o marido mas

que permaneça em silêncio.”

Para Bossuet, existe uma analogia entre o absolutismo conjugai e o absolutismo real: “Eva é

infeliz e maldita em todo o seu sexo”. E a título de consolação: “Cabe as mulheres lembrar-se de sua

origem; não vangloriar-se de sua delicadeza e pensar, afinal, que têm origem num osso acessório cuja

beleza se limita à que Deus houve e por bem lhe conferir”, relacionando suas origens religiosas coma

hierarquia sexual.

AS luzes e as ciências nem sempre são as melhores conselheiras e muitos filósofos encontram-

nas ciências sociais e na medicina argumentos suplementares para demonstrar a inferioridade das

mulheres. De Rousseau a Augusto Conte:

[...] não se pode, hoje, contestar-se seriamente a evidência da

inferioridade relativa da mulher, muito mais imprópria do que o homem á

indispensável continuidade, tanto quanto à alta intensidade, do trabalho

mental, seja em virtude da menor força intrínseca de sua inteligência, seja em

razão de sua maior suscetibilidade moral e física.

Para Proudhon, a diferença hierárquica ainda é mais sistemática, havendo vozes consoladoras

ente elas é a de Condorcet a mais igualitária que preconiza a admissão das mulheres à cidadania e a

ciência:

As mulheres têm os mesmos direitos que os homens, logo, elas devem poder usufruir das

mesmas facilidades para obter as mesmas luzes, pois, só estas podem lhe proporcionar exercer realmente

esses direitos com a mesma independência e a mesma amplitude.

Mas o propósito de estudar o pensamento filosófico dos sexos segundo Autora Michelle Perrot

é uma questão imensa, mas sim destacar a presença das mulheres no discurso letrado, no discurso

popular, romanesco ou poético, no qual se fala muito delas.

4.1- As diversidades de imagens

5- Relação do gênero e da sexualidade na formação cultural através de imagens no livro didáticos

As discussões relacionadas às questões de feminismo e gênero ganham importante relevância a partir da década de possibilitando assim uma ampliação de pesquisas na história de mulheres, lutas e representações.

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O termo gênero surge na academia em substituição à palavra Mulher, no momento em que o termo feminista buscava desnaturalizar a condição da mulher na sociedade, bem como adentrar, em alguns ramos da ciência onde o estudo sobre mulheres não eram bem aceitos. (CASAGRANDE; CARVALHO, 2005, p.02)

Gênero é uma construção social. E como tal, produz e reproduz relações de poder.Pode se dizer que os papeis atribuídos a homens e mulheres variam de acordo a sociedade da qual fazem parte, dependendo da cultura, do ambiente social, enfim, da sociedade em que as pessoas estão inseridas. Isto não se pode perder de vista.

A criança, ao nascer, é do sexo feminino ou masculino, ao ser submetida ao convívio social o gênero vai sendo definido e pode ser diferente do sexo. Ela pode vir a ser do gênero masculino, feminino, homossexual, transexual, bissexual, dentre outros e o fato de a pessoa pertencer a um ou outro gênero não define sua capacidade intelectual e/ou suas habilidades manuais. (CASAGRNDE; CARVALHO, 2005, p.02)

Sabemos também que a identidade de gênero é fruto, acima de tudo, da repetiçãode atos performáticos. “O gênero pode ser entendido somente através de um examedetalhado dos significados de ‘masculino’ e ‘feminino’ e das consequências de ser atribuído a um ou outro gênero dentro de práticas concretas” (FLAX, 1992, p. 230). A produção histórica envolvendo gênero emerge como um componente importante para superar as discriminações construídas ao longo de nossa história.

No Brasil, os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN’s (1998) em seus temastransversais prevêem a discussão das questões de gênero no ambiente escolar. Aconceituação de gênero constante nos PCN’s é o “conjunto das representações sociais e culturais construídas a partir da diferença biológica dos sexos” (1998, p. 320) o que converge para o argumento dos teóricos de gênero aqui referenciados.

Bock, Furtado & Teixeira ressaltam o papel da escola na formação das alunas e dosalunos e argumentam que:

Ao transmitir a cultura e, com ela, modelos sociais de comportamento e valores morais, a escola permite que a criança “humanize-se”, cultive-se, socialize-se ou, numa palavra, eduque-se. A criança, então, vai deixando de imitar os comportamentos adultos para, aos poucos, apropriar-se dos modelos e valores transmitidos pela escola, aumentando, assim, sua autonomia e seu pertencimento ao grupo social (2001, p. 261).

Para isso, é demais valioso que se pense como que o livro didático e toda a configuração que ele traz, o uso de imagens principalmente, contribui para o reforço de estereótipos, tidos como verdades, impostos pela sociedade. Percebe-se que as relações de gêneros veiculados nos livros-didáticos cumprem fielmente o papel que a

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sociedade designou ao homem e à mulher separando suas atividades, lugares de atuação, questões relacionadas à profissão e outros. Assim, é demais importante a discussão da questão “gênero” em sala de aula quando se constata que em termos de identidade sexual, a escola e a sociedade têm expectativas definidas em relação ao papel do menino e da menina. As questões relacionadas a gênero decididamente passam pelos costumes e práticas de uso, adoção e utilização do livro-didático em nossas escolas.

6-A análise da história das mulheres nas relações humanas

A categoria gênero tem história recente na historiografia contemporânea com a análise histórica sobre a história das mulheres e pela história social. Desde do século XIX, a história passou a ser vista como uma disciplina científica, o papel das mulheres sempre foi subordinado á presença de representação dos homens que por muito tempo foram os únicos historiadores dando ênfase aos assuntos políticos enfatizando a figura dos militares, dos imperadores, reis presentes e atuantes numa história pública e nacional.Fazendo uma análise de como o gênero está presente nas relações humanas e consequentemente acaba gerando um sentido a organização e á percepção do conhecimento histórico direcionando á questão do gênero a temática da construção social fazendo necessário pensar que a questão do gênero é muito instável por consequência dependente de várias determinações e relações de poder percebendo que essas relações e suas respectivas construções de gêneros podem apontar várias possibilidade de mudanças de paradigmas já devidamente estabelecidos e legitimados. Segundo Maria Odila Leite da Silva Dias, em teoria e métodos dos estudo feministas na perpectiva histórica e hermenêutica do cotidiano aponta que o primórdio dessa temática foi colocado através da Escola dos Annales.Com a preocupação de resgatar a imagem da mulher como sujeitos históricos válidos Lucien Febvre e Marc Bloch ampliaram as possibilidades para a história das mulheres proporcionando o desenvolvimento de conceitos capazes de relacionar o cotidiano de seres individuais e concretos aos sistemas abstratos e aos processos históricos em que estavam inseridos esse novo olhar proporcionou um campo fértil para o estudo da história das mulheres que nasceu junto com o movimento feminista de acordo com Michelle Perrot, “o desenvolvimento de uma antropologia histórica onde o estudo da família e os papéis sexuais estavam em primeiro plano”. Quando os historiadores sociais passam a observar novos objetos de estudo, o gênero acabou revelando novas temáticas como: estudo das mulheres, das crianças, as famílias e as ideologias presentes nos gêneros.As primeira manifestações feministas estão cercadas no movimento voltado para estender o direito de votos as mulheres com inicio na década de 1960 preocupações em teorizar o tema surgindo estudiosas e militantes que buscavam problematizar o gênero, essas militantes feministas que estavam inseridas no mundo acadêmico vão trazer para universidades e escolas, as temáticas que agora vão se tornavam cada vez mais questões discutidas e consequentemente debatidas no gênero acadêmico surgindo o estudo da mulher.A partir dos anos 80, os estudos feministas passam a te rum caráter institucional, com isso o mundo das mulheres passa a fazer parte do mundo dos homens com o contexto

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de segregação racial e política que a mulheres foram historicamente conduzidas ocasionando a sua ampla invisibilidade como sujeito a mulher pertencia apenas ao mundo privado e gradativamente vai ocupando o mundo público ressaltando que os estudos feministas mostraram que quando as mulheres exerciam atividades fora do lar essa atividade era geralmente como um trabalho secundário, “de apoio”, muitas vezes ligados à assistência, ao cuidado da educação, esses estudos também iriam denunciar a ausência feminina nas ciências, nas letras, assim como nas artes através dos estudos das áreas de Antropologia, Sociologia, Educação, Literatura, etc. são apontadas as desigualdades sociais, políticas, econômicas, jurídicas, denunciando a opressão e submetimento feminino, aos poucos assuntos ligando ao feminismo vai se tornando fonte de debates e discussões sobre as diversas temáticas nesse momento o termo gênero começa a ser discutindo é o que salienta Joan Scott:

A categoria se propunha para análise histórica pretende compreender e explicar significativamente o caráter relacional transversal e variável dessa categoria analítica. Gênero é uma categoria de análise histórica, cultural e política que expressa relações de poder, o que possibilita utilizá-la em termos diferentes sistemas de gênero e na relação desses com outras categorias como raça, classe ou etnia também leva em conta a possibilidade de mudança (SCOTT,1992).

Enquanto nos Estados Unidos, Joan Scott trabalha com a união do feminismo e a história das mulheres, na França, Michelle Perrot questiona o lugar das mulheres dentro da disciplina de história, a autora mostra através de seus trabalhos, os diferentes caminhos percorridos pela história das mulheres. No início eram apenas preocupações de âmbito de dominação e opressão, passando para um preocupação maior em dar visibilidade a mulheres guerreiras ativas, com isso tentando criar uma cultura feminista, a busca das historiadores tanto as francesas como as nortes americanas é primeiramente encontrar um espaço para mulher na história e por último transformá-las em categorias separadas dos homens está entrelaçada com o pensamento do movimento feminista do momento segundo Júlia Kristeva, em tempo de mulheres, aponta que a primeira geração de feministas procurou ganhar um lugar no tempo linear e negava todas as características femininas ou materiais não conseguindo ultrapassar a capacidade de cultura hegemônica. A segunda geração buscou uma reafirmação da psicologia feminina e toda sua simbologia essa geração rejeitou o tempo linear em favor de uma temporalidade monumental e cíclica sendo totalmente separatista no dizer de Jonh Scott e Michelle Perrot Construíram um “gueto” na academia com a terceira geração buscou-se aliar o ingresso na história e a afirmação das diferenças exigindo os seus direitos.No Brasil, foi no final dos anos 80 que as discussões sobre essa temática se tornam mais ampla, as feministas começam a trabalhar com as questões de gênero para buscar entender como o gênero constrói uma identidade.

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6.1- Gênero e livro didáticoEm tempos de mudança na educação escolar, A Rede Salesiana de Escola(RSE), A partir do ano de 2002, adota uma proposta de ensino e aprendizagem dividindo as regiões do Brasil por polos e integrando todas as escolas salesianas à Rede com intuito de unir as escolas a fim de estabelecer a mesma proposta educativa baseada nos princípios de Dom Bosco estabelecendo um princípio norteador para garantir a unidade e os interesses pedagógicos e religiosos da Congregação, o Marco Referencial do Projeto Pedagógico da SER, finalizado e implantado no Brasil em 2005 de acordo com o projeto, os livros didáticos são considerados importantes componente para efetivação da proposta pedagógica no Brasil em 2005, de acordo com o projeto, os livros didáticos não são considerados importantes componentes para efetivação da proposta pedagógica no Brasil. Ou seja, a SER passou a comercializar seu próprio material didático em todas as escolas salesianas do Brasil com o material didático de história caracteriza-se or explicitar uma proposta inovadoras no ensino da história no que concerne á análise da concepção historiográfica que direciona o conteúdo de história, percebe-se que a intencionalidade dos autores e aproximar os conteúdos abordados no livro didático com a historiografia na Nova História. No discurso de autores ao selecionar os temas da coleção, procurou-se:

Dar visibilidade e voz aos grupos sociais no interior das sociedades ou a povos com cultura diferente da ocidental: povos muitas vezes silenciados e excluídos da memória histórica (Rota Machado, 2009,p.39).

Os autores ainda completam dizendo que entender a história como uma prática social em que o diálogo entre o passado e o presente permite recuperar ações e representações da ação dos diversos sujeitos que participam ou participaram da história procuram entender os desafios e conflitos nessa perpectiva investigando como as mulheres são representadas nos livros didáticos da SER.Como assinalam Duby e Perrot (199, p. 8), da antiguidade aos dias atuais, a escassez de narrativas nas quais as mulheres apareçam como protagonista contrasta nitidamente com a profusão de imagens que temos sobre ela. Por esse motivo, se os historiadores durante tanto tempo se negaram a conferir uma importância singular as mulheres nas narrativas que elaboravam sobre o passado, isso se devia mais a um apego excessivo à cartilha positivista que conferia ao documento escrito a primazia na produção do relato historiográfico, do que propriamente à ausência de fontes que pudessem nos revelar nuances de particularidades da condição humana e da contribuição das mulheres para a dinâmica da história. Por esse motivo é necessário que a escola reflita sobre a sua função como instituição da sociedade para que seu propósito pedagógico possa tornar-se real, não pode ser voltada exclusivamente para informação sendo sua que sua função é a formação das novas gerações para o mundo do conhecimento. Por isso, a informação só terá inicio na escola se for usada para alcançar conhecimento.Olhando desse maneira, nessa nova perspectiva, é necessário dar voz aos esquecidos, aos silenciados que durante muito tempo estavam inseridos numa narrativa androcêntrica. Nessa nova construção do saber, através dos livros didáticos produzidos pela SER, a questão do gênero e sua relação com a construção sócio- histórica, a mulher passa a ser vista como um projeto histórico, dotado da consciência e de capacidade de intervenção na realidade possibilitando a sua visibilidade social. Essa

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abertura e principalmente ruptura com a historiografia tradicional ocasionou a escolha pela História Nova Cultural possibilitando maior abrangência “trans-histórica” e consequentemente, a inclusão da mulher como objeto do conhecimento e como sujeito ativo do processo histórico.

5- As relações de estereótipos de gênero no livro didático e na sala de aula

As questões de gênero e sexualidade através de imagens e textos dos livros didáticos não deixaram de ser pensadas de maneira diferente da forma com que a sociedade patriarcal e conservadora sempre a concebeu com as discussões relacionadas ás questões do feminismo e gênero ganham importante relevância a partir da década de 80 possibilitando assim uma ampliação de pesquisas na história de mulheres, lutas e representações.

O termo gênero surge na academia em substituição á palavra Mulher, no momento em que o termo feminista buscava desnaturalizar a condição da mulher na sociedade, e adentrar alguns ramos da ciência onde o estudo sobre mulheres não eram bem aceitos. (Casa Grande; Carvalho, 2005, p.02)

Gênero é uma construção social como tal produz e reproduz relações de poder pode-se dizer que os papeis atribuídos a homens e mulheres variam de acordo com a sociedade da qual fazem parte, dependendo da cultura, do ambiente social e da sociedade em qual está inserida e isto não se perde de vista.

6.2- A representatividade das mulheres nos livros didáticos da RSE

Ao fazer uma análise mais profunda da coleção que faz parte dos livros didáticos do ensino médio, composta por três volumes buscou-se observar e analisar a narrativa neles contida, e consequentemente a inserção ou não da história das mulheres e sua respectiva participação nos processos históricos ao olhamos para os movimentos sociais percebemos diferentes formas de luta e resistência dando oportunidade aos educando de analisar as permanências que continuam ocorrendo em nossos dias.

No primeiro volume da coleção que pertence aos 10 Ano do Ensino Médio, o tema central da discussão é a construção da cidadania. O capítulo 1 deste livro tem como foco de estudo o tem: Jovens, Juventude, Histórias e já no início possui a representação das mulheres em momentos diferentes constam três imagens onde elas estão presentes. Uma manifestação pela paz, contra a guerra no Iraque, na Avenida Paulista, outra num Festival de Música na Alemanha e por último uma imagem de jovens indianas.

Figura A manifestação do Dia Internacional da Mulher, 1917, em Pitsburgo na Rússia, marcou o início da Revolução de Fevereiro.

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Fonte: A foto integra o caderno de imagens do livro Mulher, Estado e Revolução, de Wendy Goldman.

http://blogdaboitempo.com.br/tag/historia/

Neste mesmo capítulo quando o livro trabalha com o conceito dos tempos da juventude observa-se a transcrição do depoimento de uma jovem estudante de Brasília e a partir desse relato várias questões são abordadas finalizando com exercícios para possibilitar aos educandos uma reflexão mais aprofundada sobre o tema em questão. P.16/16No mesmo capítulo, aparece uma imagem de uma escrava negra, quando o tema da discussão é a impossibilidade da criança ou jovem. Outra representação das mulheres está presente na imagem de manifestação pelo impeachment do Collor, em 1992.O capítulo 2 trata da questão dos jovens em outras culturas, em especial indígenas e africanas. P.35, esse capítulo descreve os rituais das meninas e meninos nas sociedades indígenas, e também trabalha com a questão de ser jovem na sociedade africana.O capítulo

6.3- O gênero como um novo campo da investigação histográfica

A categoria gênero tem história recente na historiografia contemporânea com análise histórica sobre esse tema passou pela história das mulheres e pela história social.

Desde do Século XIX, quando a história passa a ser vista como disciplina científica, o papel das mulheres sempre foi visto subordinado a presença dos homens. Observando no decorrer da história tradicional por muito tempo os homens foram os únicos historiadores dando

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4.Considerações Finais

Referencias

AUAD, Daniela. Feminismo: Que história é essa? Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

CAVALCANTI, E. L. S.. A apreensão do conhecimento escolar numa perspectiva de gênero. In:FAGUNDES, T. C. P. C. Ensaios sobre Identidade e Gênero. Salvador: Helvécia, 2003, p. 177-210.