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livro dos médiuns
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O LIVRO DOS MÉDIUNS
1. INTRODUÇÃO
Os principais objetivos da obra são: clarear o significado da
mediunidade, fazendo com que todos entendam seu real significado, mostrar
que não basta apenas fazer uma mesa girar para ser classificado como um
médium, é necessário muito mais.
Quem intenta praticar a mediunidade sem um anterior estudo fiel e sério
da doutrina corre grande risco de interpretar o espiritismo de forma errônea e
principalmente de mostrar às pessoas um espiritismo que não existe, fazendo
com que haja aversão a essa religião sublime.
Dessa forma, antes de se iniciar na prática da mediunidade, necessário
se torna estudar a fundo o assunto. Não bastam manuais resumidos, guias
práticos sobre o tema, pois essas receitas simplificadas tornariam o estudo
mediúnico fonte de zombaria e de brincadeira por parte daqueles que apenas
veem a comunicação com os espíritos como um passatempo.
Palavras chave: Mediunidade, Objetivo dos ensinos mediúnicos
2. CAPÍTULO 1: HÁ ESPÍRITOS?
O medo que usualmente se tem de espíritos se deve à crença que as
pessoas geralmente têm acerca da figura de espíritos que aprendeu desde
criança. Os filmes apresentam aquele ser fantasmagórico que aterroriza
famílias, retira almas e destrói felicidades. E é o que vem na cabeça de muitos
quando se diz espírito.
No entanto, a crença em espírito é essencial para quem se diz
espiritualista. As 3 fontes básicas do espiritualismo se encontram na crença na
existência, na sobrevivência e na individualidade da alma.
Partindo do conhecimento da existência e individualidade da alma, é
preciso admitir também que esta alma é diferente do corpo, já que o corpo não
passa de envoltório que se acaba; e que esta tem consciência de si, pois sente
alegrias e sofrimentos.
Mas esse ser, após a morte, deve ir para alguma parte; a crença inicial
diz que ela vai para o céu ou para o inferno; mas onde será o céu e o inferno
posto que a ciência nos demonstrou que o planeta terra é uma esfera, e não
mais um plano?; como existe o inferno, dado que a geologia limitou as
profundezas da terra a espaço pequeno? Além disso, como se pode afirmar
que existe vida apenas no planeta Terra, quando a Astronomia provou a
existência de milhares de estrelas que abrigam dezenas de planetas, sendo
muitos deles maiores do que a Terra e com melhores condições de existência
de vida?
Se há inúmeros planetas habitados, esses seres devem igualmente ir
para outros lugares após a morte. Tudo nos indica que as almas dos mortos
permanecem no espaço, em locais invisíveis aos olhos humanos. É o raciocínio
mais lógico e não se pode fugir dele.
Mas se dizemos que os espíritos são as almas despojadas do envoltório
corporal, que, livres, vão para mundos que se intercruzam com o nosso mundo
material, encontrar os espíritos que têm afinidade. Se dizemos que essas
almas vêm à Terra para se libertarem de suas imperfeições e de seus vícios e,
à medida que se burila, se torna mais elevado. Se afirmamos que o livre
arbítrio nos dá o poder de escolher como agir em cada situação, mas que é
dado a cada um conforme as suas obras, como já dizia Jesus Cristo. E que os
espíritos, já elevados, se tornam os anjos de Deus, mensageiros divinos que
levam luz e consolo àqueles que ainda estão caminhando para o progresso.
Que os demônios são os espíritos ainda em via de progresso, que não se
desligaram da matéria e de seus inúmeros vícios, penetrando por caminhos
perigosos; mas que um dia sairão de lá, e, gloriosos, subirão ao pico da escala
evolutiva, se direcionando unicamente para a perfeição, não podendo ir para
outro lugar. Ao se admitir que a alma existe e se encontra em todo lugar, é
impossível não admitir a existência de espíritos.
Muitos creem na existência da alma e de espíritos, mas não se permitem
crer que estes conseguem atuar sobre a matéria, dizendo que essa ação é
impossível.
O espírito, na verdade, é envolto pela camada física, material; e por uma
camada semimaterial, a que chamamos períspirito. Esta é fluídica e
intermediária ao espírito e à matéria, fazendo a ligação entre ambos. Na
verdade o períspirito é um fluido semi-material que os olhos materiais não
conseguem ver.
Presenciamos a cada dia a ação de fluidos não materiais sobre a
matéria. A luz, imponderável, age sobre a matéria e a modifica. A eletricidade
age da mesma forma. Porque, então, não se pode admitir que o espírito, fluido
aja também sobre a matéria?
Tomando por base a incontestabilidade da existência de Deus, da alma
e de sua sobrevivência após a morte, é possível desenvolver o pensamento
espírita e a existência dos Espíritos será uma decorrência natural.
Considerando irrefutável a ideia de que os Espíritos são reais e existem,
porque este não poderia se comunicar com os vivos? Não há um espírito
aprisionado no corpo de cada um? Não seria o mesmo de um espírito liberto
conversar com um aprisionado, como uma pessoa conversa com alguém que
se encontra em um presídio?
Se há a alma e esta sobrevive ao corpo, deve-se considerar que ela
continua a pensar após a morte; que continua pensando em seus afetos; que
se pode estar em qualquer lugar, pode estar ao nosso lado; que se pode estar
ao nosso lado, pode tentar comunicar conosco; que seu corpo fluídico pode
agir sobre a matéria inerte e sobre a matéria animada;
Mas os incrédulos dirão: Não acredito, portanto isso é impossível.
Palavras chave: Crença em espírito, Espiritualismo, Céu e Inferno, Perispírito,
Origem do Espiritismo.
3. CAPÍTULO 2: DO MARAVILHOSO E DO SOBRENATURAL
A crença em Espíritos está presente nas mais diversas religiões entre os
variados grupos que povoam a orbe terrestre. Alguns dizem que o ser humano
sempre teve gosto para o maravilhoso e o sobrenatural. Mas como sabeis o
que é sobrenatural, ou seja, contrário à natureza? Como estabelecer limite às
leis de Deus?
O Espiritismo consegue desencadear uma lei admirável, que explica o
que antes nunca conseguiu ser explicado em outras teorias.
Muitos questionam como poderia um Espírito levantar uma mesa no ar,
sem ponto de apoio, contrariando a lei da gravidade. Os Espíritos explicam que
é sim possível que estes contrabalancem o efeito da gravidade, assim como o
hidrogênio contrabalança o peso do balão.
Todo efeito inteligente deve ter uma causa inteligente. De observação
em observação, percebeu-se que não eram as pessoas vivas quem produziam
os efeitos que presenciavam na época de Kardec. Comprovado que não eram
os assistentes quem agia, devia-se ter uma causa inteligente atuando sobre a
matéria, causa atribuída depois aos espíritos.
Aqueles que dizem que a matéria é a única força viva da natureza
consideram que tudo o que não é explicado pelas leis da natureza é
maravilhoso, o que para eles é sinônimo de superstição. Entretanto, se
esquecem que toda religião tem como base a crença em um ser imaterial. Isso
seria o mesmo que dizer que toda religião é supersticiosa.
Antes de se fazer qualquer julgamento sobre o Espiritismo, é necessário
se ter conhecimento de causa. Seria leviandade fazer críticas sem ao menos
saber se o que está falando é real. As críticas só são levadas em consideração
quando a pessoa que a fez conhece o Espiritismo não através de uma mesa
girante, mas sim de anos e anos de estudo, que seria o tempo mínimo para se
conhecer um pouco da doutrina.
O Espiritismo não aceita todos os fatos considerados maravilhosos. Na
verdade, refuta muitos deles e prova a sua inconsistência. Dessa forma, os que
desejam criticar o Espiritismo devem falar sobre esses pontos considerados
maravilhosos. Muitos criticam o que o próprio Espiritismo refuta, tornando seus
argumentos vazios e mostrando seu desconhecimento.
O livro dos Médiuns já diz: “Haveria tanta infantilidade em ver todo o
Espiritismo confinado a uma mesa giratória como em ver toda física resumida a
alguns jogos infantis. Para todos os que não querem ficar na superfície, não
são horas, mas meses e anos que serão precisos para sondar o conjunto, todo
o edifício.”
A palavra milagre, em seu sentido etimológico e primitivo, significa coisa
extraordinária, admirável de se ver. Mas esta palavra se degenerou e, hoje, se
entende por milagre um ato do poder divino e que é contrário às leis da
natureza. Os fenômenos espíritas não podem ser considerados milagres, pois
são fenômenos naturais e racionalmente explicados. São simples efeitos que
têm a sua razão de ser nas leis naturais. A partir do momento em que o fato
passa a acontecer com milhares de pessoas, não pode ser caracterizado como
milagre.
Palavras chave: Bases do Espiritismo, Sobrenatural, Origem do Espiritismo,
Críticas ao Espiritismo.
4. CAPÍTULO 3: DO MÉTODO
Todo ensinamento metódico deve caminhar do desconhecido para o
conhecido. Assim, o espírita que queira ensinar a outros os ensinamentos
espíritas não pode partir dos Espíritos, pois esse é o ponto final, a conclusão.
Se os Espíritos são as almas dos homens, deve-se partir da existência da
alma.
Há basicamente duas classes entre os materialistas. Os primeiros são
os materialistas por sistema. Estes têm concepções básicas e fundamentais
que o homem é nada mais do que uma máquina, sem vida extracorpórea.
Nestes há a negação absoluta e, a maioria, nega qualquer opinião contrária à
sua. Alguns deles dizem: “Faça-me ver e acreditarei”, muitas vezes falsamente.
Alguns, mais sinceros, dizem:” Ainda que visse não acreditaria”.
A segunda classe, de maior número, já que o materialismo é um
sentimento antinatural, é a dos que são assim por indiferença, por não tem
encontrar algo melhor. Estes muitas vezes querem acreditar em algo, mas os
princípios mostrados a eles desde a infância são, algumas vezes, não
racionais, e estes preferem não acreditar em nada. Para estes, mostrar a
existência da alma e todas as suas consequência é algo que os enche de
júbilo, os faz sair de sua posição e encontrar a luz que procuravam.
Ao lado da classe dos materialistas há uma terceira classe: a dos
espiritualistas de má vontade. Estes se dizem espiritualistas, mas não querem
crer, pois desejam continuar podendo ter pensamento egoísticos, avarentos, e
se deleitar com suas paixões e vícios. Estes fecham os olhos para não ver e
tapam os ouvidos para não ouvir.
Há também outras categorias de opositores, por diversos motivos. Os
incrédulos por orgulho, por leviandade, por negligência, por fraqueza, por
escrúpulos religiosos, incrédulos por decepções, etc.
Uma classe numerosa, mas que não pode ser incluída entre os
opositores, é a dos incertos. Eles têm uma vaga intuição do Espiritismo,
faltando uma coordenação de ideias. Nesta classe, nos depararemos bastante
com os que são espíritas sem saberem. Estes têm uma semente do
espiritismo, de forma que quem os ouve pensam que são realmente iniciados
na doutrina.
Dentre os espíritas, que se convenceram de um estudo direto, também
há diversas classes. A primeira é a dos que creem apenas nas manifestações
de espíritos. Para eles, o Espiritismo é apenas uma ciência de observação. São
chamados de Espíritas experimentadores.
A segunda classe é a dos espíritas que aceitam, além da parte de
observação dos fenômenos, a moral e todas as consequências do espiritismo,
mas não a praticam. Para eles a caridade é apenas uma bela máxima. Estes
são chamados de espíritas imperfeitos.
Há, em contrapartida, a terceira classe, dos espíritas que acreditam e
também praticam os ensinamentos. Tentam se melhorar e têm como base de
atuação a prática da caridade. Estes são os verdadeiros espíritas, ou espíritas
cristãos.
Há, por fim, uma última classe, a dos espíritas exaltados. Estes creem
em tudo o que chega até eles e se exaltam e se ludibriam facilmente. Esse
exagero é prejudicial, pois ele acaba sendo enganado facilmente pelas
pessoas ao redor e por espíritos zombeteiro. Além disso, as pessoas ao seu
redor não acreditam nele, por ser facilmente enganado. São mais prejudiciais
ao Espiritismo, pois os opositores se aproveitam deles para caracterizar a
todos os espíritas, sem se atentarem para os conhecimentos de causa.
A maioria das pessoas entraram no Espiritismo através do conhecimento
pelo raciocínio. Sem ele, muitas vezes o Espiritismo é rejeitado, principalmente
quando só veem as manifestações. Quando se ensina antecipadamente o
raciocínio por trás das manifestações, três quartos da convicção é garantida.
Muitas vezes, não é conveniente tentar convencer a um descrente
teimoso. As mais das vezes, eles necessitam passar pela prova da
incredulidade até chegar ao conhecimento de uma consolação. Kardec diz que
não faltam os que esperam pelo recebimento da luz, para que se esteja a
perder tempo com os que a rejeitam.
O verdadeiro espírita deve consolar, operar reformas morais, acalmar os
desesperados, aliviar corações, etc. Portanto, devem se dirigir aos de boa
vontade, que são de número muito maior do que imaginamos.
“O verdadeiro Espiritismo nunca subirá ao tablado das feiras e jamais se
dará em espetáculo.” Portanto, aquele que diga que consegue obter as
manifestações à vontade é ignorante ou impostor. A ciência do Espiritismo não
permite que se simule seus efeitos como outras ciências, pois se trata da
interação entre Espíritos que gozam autonomia. Deve-se inclusive rejeitar o
pensamento de que os Espíritos queiram se submeter aos espetáculos e às
investigações como objetos de curiosidade.
O melhor meio é começar pelo raciocínio, aprendendo o porquê das
coisas. Aquele que começa por ver uma mesa girar se sente mais inclinado ao
divertimento, pois dificilmente poderá conceber que a partir de uma mesa
girante possa surgir uma doutrina regeneradora. Tem-se notado que aqueles
que se encontram na doutrina apenas porque leram e compreenderam são,
longe de se tornarem superficiais, aqueles que mais a compreendem, pois dão
mais atenção à forma do que ao fundo.
Palavras chave: Como ensinar o Espiritismo, Materialistas, Classes de
Espíritas, Compreensão das manifestações.
5. CAPÍTULO 4: DOS SISTEMAS
Quando o Espiritismo surgiu, as manifestações eram observadas e cada
um a interpretava de sua maneira. Os opositores se aproveitaram disso como
um argumento, dizendo que nem os espíritas se entendiam. No entanto, toda
ciência, quando é criada, apresenta divergência de opiniões, até que se
coordene os fatos e se organize e sistematize as ideias. Nesse quesito, o
Espiritismo avançou muito rápido e, pode-se dizer que, mais rápido do que a
medicina, por exemplo, já que até hoje se encontram divergências nesta última.
Acompanhando a ordem da evolução do Espiritismo, verifica-se em um
primeiro momento o sistema de negação. Os argumentos são baseados nos
efeitos inteligentes - já que, quando não se acredita em vida após a morte e em
Espíritos, não se pode crer em efeitos inteligentes - e em efeitos físicos. Neste
último, criaram-se diversas explicações, dentre elas:
O sistema de charlatanismo, atribuindo os efeitos físicos espíritas à
falcatrua, independente da honestidade das pessoas que o realizavam. Nesse
sistema, não há como acreditar que se tente fraudar as manifestações sem se
ganhar vantagens em cima disso. Se não há motivos ruins por trás, não há
porque se realizar o charlatanismo.
O sistema de loucura, por outro lado, é baseado na ideia não de que há
a fraude, mas que as pessoas que participam são loucas e iludidas. No
entanto, percebe-se que o fenômeno se dá, em sua maioria, com pessoas bem
instruídas, que eram a maioria dos adeptos do Espiritismo na época.
O sistema de alucinação consiste na crença de que as manifestações
são como efeitos de ilusionismo, que as mesas são levantadas por efeitos de
reflexão na luz por espelhos. No entanto, já se provou que isso não se dá, pois
presenciaram-se muitas mesas se quebrando, tombando, além do fato de as
pessoas andarem em torno dela e de ela se mover rapidamente. Seria muito
difícil se realizar truques de mágica nessas situações.
Há também o sistema do músculo estalante, criado por um cientista que
explicou o fenômeno de se ouvir pancadas sob uma visão da medicina,
explicação válida para muitos casos já ocorridos anteriormente, mas não para
as manifestações espíritas, pois todas as pessoas no local ouviam as
pancadas, além do que criavam-se vibrações com o barulho para quem
tocasse na mesa.
O sistema de causas físicas reconhece que os fenômenos ocorrem, mas
dão explicações físicas a eles, como a ação da eletricidade e do magnetismo.
No entanto, os fenômenos ocorriam de forma inteligente, devendo haver,
necessariamente, uma causa inteligente.
O sistema do reflexo reconhecia a causa inteligente, mas diziam que o
pensamento inteligente provinha do médium ou de algum assistente por meio
de reflexão dos pensamentos. Mas para isto precisaria se admitir que se pode
exteriorar e materializar ideias, o que vai contra a ciência.
Há também outros sistemas, como o sistema da alma coletiva e o sistema
sonambúlico, nos quais acreditam que as comunicações vêm da alma do
médium. Ver mais explicações no livro.
O sistema pessimista, diabólico ou demoníaco defende que as manifestações
são causadas unicamente por espíritos demoníacos. Apesar de ser um
pensamento pessimista e nada consolador, o sistema admite que há a
interação entre seres não vivos.
O sistema otimista, ao contrário, deffende que as manifestações são causadas
unicamente por espíritos bons. Esses muitas vezes serão iludidos e
aprenderão a não confiar em certos espíritos hipócritas e aproveitadores.
Há também o sistema monospírita ou unispírita, no qual acreditam que as
manifestações são criadas por um único Espírito, Jesus. No entanto, veem-se,
nas reuniões, conversações elevadas, mas também de baixo nível. Creem que
Jesus os falaria coisas más para experimentar os homens, o que é ilógico
como dizer que o Diabo falaria coisas boas e sublimes para tentar o homem.
O sistema multispírita ou polispírita desenvolve o raciocínio da comunicação
por diversos Espíritos. No entanto, só o estudo sério e perseverante, aliado ao
poder que o tempo confere, abrirão as mentes à compreensão completa dos
Espíritos. Ficar apenas no conhecimento superficial traz conhecimentos
errôneos.
Palavras chave: Origem do Espiritismo, Evolução do Espiritismo, Sistemas de
oposição ao Espiritismo, Demônios.
6. CAPÍTULO 1: DA AÇÃO DOS ESPÍRITOS SOBRE A MATÉRIA
O Capítulo 1 busca discutir, com argumentos válidos, se a alma após a
morte pode-se manifestar aos vivos. O ceticismo atual a respeito dessa
questão ocorre quando não se conhece a verdadeira natureza do Espírito.
Muitos acreditam que, após a morte, o Espírito se despe de todo o seu
invólucro e não lhe resta mais nada do corpo material.
Entretanto, quantas histórias conhecemos de pessoas que viram
Espíritos de aparência conhecida? Se ele possui a forma de algum ser humano
já encarnado outrora, mesmo que não o conheça, significa que ele leva alguma
coisa para si após a morte.
Numerosas observações demonstram que o ser humano é constituído
por três componentes: O Espírito, princípio inteligente; o corpo, envoltório
grosseiro e material; e o períspirito, envoltório fluídico e semimaterial, que
serve de ligação entre a alma ou Espírito e o corpo. A saber, a alma nunca se
separa do períspirito, mesmo após a morte.
O Perispírito é o intermediário de todas as sensações do Espírito. É
como o fio elétrico condutor que recebe e transmite o pensamento. Mas a
matéria do períspirito não tem a tenacidade e nem a rigidez da matéria do
corpo. É flexível e pode se moldar de acordo com a vontade do Espírito, que
lhe pode dar esta ou aquela aparência. Mas embora fluídico, o períspirito não é
menos matéria.
Talvez se pergunte como o períspirito, matéria tão sutil, consegue agir
sobre corpos pesados, erguer mesas, etc. No entanto, a ciência hoje não
consegue destruir edifícios com gases tão leves e fluidos? A eletricidade não
consegue derrubar árvores?
Palavras chave: Perispírito.
7. CAPÍTULO 2: DAS MANIFESTAÇÕES FÍSICAS-MESAS GIRANTES
As manifestações espíritas são caracterizadas por efeitos sensíveis, seja
pela visão, pela movimentação de corpos. As mesas girantes foram as
manifestações mais comuns na época Kardekiana. No entanto, todos os tipos
de manifestações já ocorreram desde sempre, pois é um fenômeno natural
para o homem.
O fenômeno das mesas girantes foi muito “apreciado” na época como
diversão. No entanto, ele foi abandono com o tempo, gerando zombaria das
pessoas críticas. O abandono das mesas girantes pelas pessoas frívolas
ocorre como tudo o que sai de moda e dura apenas alguns meses. Já as
pessoas observadoras o substituíram pelos estudos que são consequência
desse fenômeno.
Para que as mesas girantes se produzam, é imprescindível a presença
de um ou mais médiuns. De início, haviam várias práticas cultuais, símbolos e
amuletos, pois acreditavam serem necessários para a manifestação.
Posteriormente, verificou-se que havia a necessidade apenas de bastante
silêncio e paciência, pois o fenômeno podia demorar a se iniciar. Além disso, a
única coisa que contribuía era o volume da mesa. O número de médiuns não
influenciava o processo, pois às vezes uma criança conseguia levantar grandes
mesas, enquanto diversos médiuns adultos mal conseguiam levantar uma
mesa de canto.
Outro fenômeno que ocorre é o das pancadas nas mesas, que se faz
ouvir e se faz sentir sua vibração.
Palavras chave: Mesas girantes, Origem do Espiritismo, Manifestações
físicas.
8. CAPÍTULO 3: DAS MANIFESTAÇÕES INTELIGENTES
No início, acreditavam que as manifestações eram causadas por
corrente elétrica, magnética ou qualquer outro fluido. Era o que a razão
afirmava. No entanto, esse raciocínio teve de ser descartado quando se viu a
presença de uma inteligência por trás do fenômeno. Se há um fenômeno
inteligente, há de se ter necessariamente uma causa inteligente.
É importante salientar que as manifestações inteligentes não
necessariamente precisam ser eloquentes, sábias, mas sim manifestar
respostas a um pensamento, demonstrar uma intenção.
De início, as respostas do ser inteligente eram dadas através das
pancadas, respondendo-se sim ou não, conforme foi convencionado.
Entretanto, pela insignificância do método, passaram a indicar as letras do
alfabeto.
Perceberam, então, que as manifestações proviam do médium ou de
seus assistentes, mas não podiam partir deles, pois as informações eram
muitas vezes ignoradas por estes.
Como o processo era demorado, os Espíritos indicaram outras formas
de manifestação a partir da escrita. De início, adaptaram um lápis ao pé de
uma mesa, e esta foi se reduzindo de tamanho com o passar do tempo, e
depois foi substituída por cestas, pranchetas, caixas de papelão, até
descobrirem que apenas o lápis era o suficiente para que houvesse a
manifestação.
Palavra chave: Mesas girantes, Origem do Espiritismo, Manifestações físicas,
Manifestações inteligentes.
9. CAPÍTULO 4: DAS MANIFESTAÇÕES FÍSICAS
O fluido universal é o princípio fundamental de todas as coisas. Ele se
modifica em nosso mundo para formar a matéria compacta que nos cerca.
O Espírito produz o movimento de um corpo sólido unindo o fluido universal
por ele emanado com o fluido emanado do médium.
Em virtude de sua natureza etérea, o Espírito não pode, por si só, atuar
sobre a matéria grosseira sem intermediário, ou seja, sem um elemento que
se liga à matéria, chamado períspirito.
Os Espíritos menos evoluídos, por estarem mais presos a matéria e
apresentarem períspirito mais material e mais condensado, são mais aptos
a realizarem as manifestações físicas. Já os Espíritos evoluídos já têm
períspirito cada vez mais etéreo e leve, possuindo mais a força moral.
Quando necessitam de força material, pedem aos Espíritos menos
evoluídos.
Observando que quando uma mesa se move ou se levanta, não é o Espírito
que a arrasta, como um homem arrasta um fardo; é a própria mesa que,
animada, obedece à impulsão que o Espírito dá. O Espírito é a causa, o
fluido é o instrumento, mas ambos são necessários.
Dessa forma, o Espírito pode fazer tudo o que o homem encarnado faz,
mas tudo de acordo com a sua organização funcional. O homem utiliza o
músculo, Nos seres encarnados, o períspirito está, de certa forma, aderido
ao corpo, preso a a ele. Já nos médiuns de manifestações físicas, o
períspirito, de certa forma, emana seu fluido.
Palavra chave: Origem do Espiritismo, Como se dá as Manifestações físicas e
as Manifestações inteligentes.
10.CAPÍTULO 5: DAS MANIFESTAÇÕES FÍSICAS ESPONTÂNEAS
Podem acontecer manifestações físicas espontâneas, ou seja, sem que
seja provocado. As mais simples e comuns são as manifestações por ruídos ou
pancadas. No entanto, deve-se atentar para não confundi-las com barulhos de
vento, animais, etc.
Geralmente, quando há uma manifestação, esta obedece aos locais de
pancada, ao número de golpes, à intensidade, de acordo com o pensamento
daquele que está vendo.
Não há necessidade de se ter medo dessas manifestações, assim como
uma criança não precisa ter medo de bicho papão, lobisomem, etc. Essas
manifestações tem por um fim chamar a atenção para alguma coisa. Alcançado
esse fim, a manifestação material é desnecessária.
Pergunta-se geralmente como essas manifestações se dão, já que se
precisaria de um médium. No entanto,geralmente elas ocorrem com pessoas
que são médiuns naturais, ou seja, que ao menos sabem de suas faculdades.
Pode acontecer de o Espírito retirar o fluido de uma pessoa em local
diferente, ou seja, que não da presente. Na maioria das vezes o Espírito não
conseguirá que algum médium esteja no local desejado e na hora desejada
para lhe conceder o fluido.
Os ateus e os materialistas são testemunhas constantes dos efeitos do
poder de Deus; os fariseus viam com seus próprios olhos os milagres de Jesus,
mas ainda sim não acreditavam. Estes se assemelham aos descrentes atuais,
que, mesmo se vissem as manifestações, não se deixariam acreditar pelo
orgulho. Por isso, Deus dá a todos a oportunidade de ver da mesma forma e
permite que a pessoa acredite por livre arbítrio, sem ser forçada em nada.
Felizes aqueles que creem sem ter visto, disse Jesus, pois estes não duvidam
do poder de Deus.
Os fenômenos de transporte se caracterizam pelo transporte de materiais
suspensos. Esses fenômenos são de complicada execução e precisam de uma
interação muito grande entre médium e Espírito. Além disso, muitos médiuns
presentes geralmente acabam atrapalhando o processo, pois se houver um
Espírito, encarnado ou desencarnado, que ajude a “bloquear” o fenômeno, ele
não acontecerá. Não é um fenômeno simples como os anteriormente falados e,
deve-se desconfiar daquele que disser que consegue fazê-lo por conta própria
ou mandando os Espíritos fazerem.
Palavra chave: Como se dá as Manifestações físicas, Manifestações físicas
espontâneas, Comunicação com Espíritos,
11.CAPÍTULO 6: DAS MANIFESTAÇÕES VISUAIS
Os Espíritos podem se tornar visíveis, sobretudo no estado de sono, no qual
o nosso Espírito de certa forma se desprende do corpo e goza de “certa”
liberdade. Qualquer Espírito pode se manifestar visivelmente; todos o podem,
mas só se manifesta aquele que tem permissão para tal. Às vezes o Espírito
não quer se manifestar.
Os maus Espíritos podem desejar se manifestar por vingança ou para
amedrontar. Já os bons Espíritos buscam consolar aqueles que ficaram com
saudades, dar conselhos, pedir assistência a si, etc.
Haveria muitos inconvenientes se todos pudessem ver Espíritos a todo
momento. Esse fenômeno perturbaria o ser humano, lhe deixaria embaraçado
e lhe tiraria a iniciativa a todo instante, enquanto que, julgando-se só, se sente
mais livre para agir da forma que desejar.
Além disso, aqueles que estão cegos pelo orgulho não aceitariam nem se
vissem; diriam que é ilusão, etc.
Quanto mais o homem se aproxima da perfeição, menor é a densidade de
sua matéria e consegue cada vez mais se por em comunicação com os
Espíritos.
Deve-se compreender que um Espírito é menos perigoso do que um ser
vivo. Ele é perigoso não pelo fato de ser um Espírito, mas pelo poder que pode
exercer sobre o homem, influenciando-o e desviando-o do bem.
Os Espíritos, em suas manifestações visuais, podem conversar conosco
articulando através do som, como o ser humano faz, ou, na maioria dos casos,
através do pensamento.
Os Espíritos aparecem às vezes de maneira a impressionar a pessoa a
quem se mostram. Uns aparecem de trajes comuns, outros envoltos em
amplas roupagens, com asas, etc.
As aparições sempre ocorrem igualmente nos diversos países. Não há
países privilegiados. O que ocorre, no entanto, é que alguns países tem mais
médiuns escreventes, por exemplo, apresentando mais manifestações desse
tipo.
Muitas manifestações ocorrem a noite, pois a grande claridade geralmente
pode apagar uma aparição ligeira.
Geralmente as pessoas que têm visões estão em um estado próximo do de
êxtase. Na verdade, não são os olhos que veem os Espíritos, mas sim a alma,
pois é possível continuar vendo-os ainda que de olhos fechados.
O Espírito só consegue fazer-se visível com o auxílio de seu períspirito. E é
este quem dá a forma que o Espírito quer se apresentar. Este pode aparecer
sob outras características, mas sempre com uma forma humana.
Efeitos como chamas, fogos são meramente miragens ou emanações do
períspirito, mas nunca este por completo. Apenas Espíritos muito inferiores
podem tomar a forma de animais, e é apenas uma aparência momentânea.
As manifestações aparentes mais comuns se dão através dos sonhos. Elas
podem ser fruto de uma visão atual de coisas presentes, uma visão atual de
coisas ausentes, visões retrospectivas do passado, muito raramente
pressentimentos do futuro, quadros simbólicos usados por Espíritos para nos
dar avisos úteis e conselhos ou quadros para nos induzir ao erro, no caso de
Espíritos inferiores.
As aparições propriamente ditas, quando o vidente se acha acordado e
lúcido, geralmente se apresentam sob a forma vaporosa, às vezes vaga e
imprecisa. Alguns veem a claridade, outros as formas bastante nítidas.
O Espírito pode aparecer sob a forma de outras vidas anteriores, não
apenas da última, ou com arranhões, deformações, etc. da forma que for mais
conveniente para ele.
Em situações raras e especiais, o Espírito pode se tornar não somente
visível, mas também palpável. Pode-se fazer uma analogia à condensação de
gases, que ora estão sob a forma líquida, ora sob a forma sólida e ora sob
vapor. Além disso, para que esse fenômeno ocorra, deve haver uma grande
afinidade entre o fluido do Espírito e o do Médium, devendo este último
conseguir ceder fluidos em abundância. Essa situação é rara e ocorre de fato
quando Deus dá a permissão para acontecer.
O Espírito pode penetrar pela matéria e ir para onde quiser, desde a um
campo aberto até a uma prisão.
Alucinações:
Nunca a ciência conseguiu explicar a razão dos sonhos ou das alucinações.
Dizem que é coisa da mente, mas com explicar sua ocorrência muitas vezes
coincidindo com a morte de pessoas queridas, ou a descoberta de coisas que
não sabia antes?
Quando em sonho, o Espírito pode acreditar que vê coisas irreais, como o
Diabo, por exemplo. Mas isso acontece quando a pessoa se impressiona
facilmente, dá muita atenção a certas leituras, etc. Pode ocorrer também
quando Espíritos zombeteiros querem assustar a pessoa, aparecendo com
chifres e garras, assim como um Espírito pode aparecer com asas.
Quando as pessoas estão meio adormecidas ou fecham os olhos, as
imagens que lhes aparecem podem ser visões, pois o Espírito se desprende do
corpo e pode ir a lugares distantes; mas pode ser também efeito de impressões
que ficam na mente, assim como ocorre com os sons.
Palavra chave: Manifestações visuais, períspirito, sonhos.
12.CAPÍTULO 7: DA BICORPORIDADE E DA TRANSFIGURAÇÃO
A bicorporidade e a transfiguração são variedades das manifestações
visuais. Durante o sono, o Espírito tem certa liberdade e consegue inclusive ver
o seu próprio corpo, estando ligado ao períspirito apenas. Esses dois
fenômenos comprovam que as propriedades do períspirito nos mortos se aplica
ao períspirito dos vivos.
Este capítulo apresenta diversos exemplos reais de situações nas quais
ocorreram a bicorporidade ou a transfiguração.
O Espírito pode sair do corpo, e este pode viver sem o Espírito vivendo a
vida orgânica, assim como as plantas vivem, já que estas não têm Espírito. Os
Espíritos dos vivos se diferenciam dos Espíritos dos mortos por um fio de luz
que chega até o seu períspirito e se liga ao corpo. Este fio luminoso faz com
que o Espírito sinta a necessidade de voltar ao corpo na rapidez de um
relâmpago.
Isolado do corpo, o Espírito de um vivo, assim como o de um morto, pode-
se tornar visível com todas as aparências da realidade. Em alguns casos, este
pode tornar-se até tangível, caso denominado bicorporeidade, no qual o corpo
pode estar presente em dois lugares diferentes.
Santo Antônio de Pádua explica o fenômeno da seguinte forma: Quando o
*homem chega a se desmaterializar completamente por suas virtudes, este
pode , ao vir o sono, pedir a Deus lhe seja permitido se transportar para outro
lugar. Seu Espírito abandona o corpo, levando uma parte do Perispírito e
deixando seu corpo material em um estado próximo ao da morte.
Geralmente a bicorporeidade ocorre durante o sono, mas pode ocorrer
quando a pessoa está acordada. No entanto, ela nunca estará em seu estado
normal, mas sim em uma espécie de êxtase. A alma não se divide em duas,
mas se irradia para diversos lados, se manifestando em outros pontos.
Como o Espírito consegue ler pensamentos, saberia quando alguém tem a
intenção de acordar seu corpo, retornando antes que isso ocorra.
O indivíduo tem, então, dois corpos que se mostram simultaneamente em
dois lugares, mas apenas um é real, é vida orgânica; o outro é aparente e é
vida da alma. Ao despertar, ambos se reúnem.
A transfiguração é a capacidade do Perispírito de alterar a sua forma, se
mostrando como outra pessoa. Geralmente o períspirito se mostra modificado,
mais jovem ou mais velho, mais feio ou mais bonito. No entanto, em raros
casos, pode se transfigurar em outra pessoa completamente diferente, de peso
diferente, etc.
A transfiguração pode-se originar de uma simples contração muscular,
dando à fisionomia aspecto diferente. O peso pode ser explicado pela atuação
de uma força externa.
Há também o fenômeno dos chamados agêneres, que é uma variação da
transfiguração, mas o períspirito consegue dar a forma de alguém que está
vivo.
Palavra chave: Bicorporiedade, transfiguração, agêneres, perispírito
13.CAPÍTULO 8: DO LABORATÓRIO DO MUNDO INVISÍVEL
O Capítulo 8 fala de onde vem e como são formados os objetos que
geralmente acompanham os Espíritos, como roupas, acessórios, livros, etc.
A escrita direta, por exemplo, também conhecida como pneumatografia, é
um exemplo disso, já que o Espírito escreve no papel sem o auxílio de lápis,
apenas usando o papel. De onde sairia a tinta?
São Luís explica que esses objetos são aparências, e não reais. Aparência
no sentido de imitação, não de ilusão de ótica, já que o objeto não está lá, mas
é formado de um princípio material.
No entanto, o Espírito tem grande poder sobre a matéria, tão grande que
nós, homens, não imaginamos. Eles poderiam dar forma a esse objeto, mas
também torná-lo tangível.
Os Espíritos também poderiam fazer substâncias saudáveis que servem de
remédio para cura de enfermidades.
Essa teoria fornece a comprovação do fenômeno de fluidificação de águas,
que consistem em mudança de suas propriedades pela vontade do Espírito,
através do magnetismo.
Palavra chave: Objetos no mundo espiritual, Escrita direta, Água fluidificada.
14.CAPÍTULO 9: DOS LUGARES ASSOMBRADOS
Os Espíritos menos evoluídos, após a morte, podem preferir ir para locais
que os agrada, bem como ,caso sejam muito materialistas, podem ajuntar os
seus tesouros terrenos e vigiá-los.
É errônea a crença de que os Espíritos gostam de locais escuros e vazios.
Em geral, os Espíritos gostam de ficar ao lado de seres humanos e, portanto,
em locais movimentados. Essa crença em locais mal assombrados teve origem
no medo do homem que acabou atribuindo como causa coisas de sua
imaginação.
É fato, no entanto, que existem Espíritos zombeteiros que se aproveitam do
medo humano para se divertir, e fazem se passar por nomes diabólicos ,etc.
Cabe ao homem ignorá-lo e não dar importância à esses Espíritos, fazendo os
ir embora.
Palavra chave: Lugares assombrados, Espíritos zombeteiros.
15.DA NATUREZA DAS COMUNICAÇÕES
Todo efeito que revela um ato de livre vontade ou que age conforme o
pensamento é considerado manifestação inteligente. É uma prova de que o
fenômeno está além da matéria. Entretanto, quando esse efeito permite
contínua troca de ideias, passa de manifestação inteligente para verdadeira
comunicação.
Assim como os Espíritos apresenta diversas escalas, suas conversações
refletem o seu nível de elevação. Pode-se classificar os caracteres mais
acentuados das conversações em: grosseiras, frívolas, sérias e instrutivas.
As conversações grosseiras são aquelas que mesmo chocam a decência,
por seu caráter grosso, arrogante, malévolo, obsceno, etc.
As conversações frívolas emanam de espíritos brincalhões e zombeteiros,
que falam muito para nada dizer. São mais maliciosos do que maus e chegam
até a agradar alguns que gostam de rir de suas conversações. Estes Espíritos
gostam de procurar homens fracos que acreditam em tudo, e se divertem com
isso.
As conversações sérias são todas aquelas isentas de frivolidade e de
grosseria. São conversações criteriosas quanto ao assunto e de tom elevado
que objetivam um fim útil, mesmo sendo conversações particulares. É
importante distinguir as conversações sérias verdadeiras das falsas, pois há
muitos pseudossábios que procuram convencer a quem quer que seja de suas
ideias.
As conversações instrutivas são conversações sérias que objetivam um
ensinamento qualquer sobre ciência, moral, filosofia, etc.
Os meios de comunicação são variadíssimos. Os Espíritos podem se
manifestar:
À nossa visão, por meio de aparições;
Ao nosso tato, por impressões visíveis, tangíveis e ocultas;
À audição pelos ruídos;
Ao olfato, por meio de odores desconhecidos;
Por meio de pancadas, a palavra, escritas, etc.
Palavra chave: Comunicações, Espíritos zombeteiros, Meios de manifestação.
16.CAPÍTULO 11: DA SEMATOLOGIA E DA TIPTOLOGIA
A tiptologia é a manifestação inteligente obtida por meio de pancadas. Foi a
primeira espécie de manifestação existente e, pode se dizer, a mais
rudimentar, pois só era possível se obter respostas monossilábicas, como sim
ou não, dificultando a formulação de perguntas.
Quando se utiliza das pancadas, cada Espírito a produz de forma diferente, de
acordo com as suas características e emoções. Se ele é impaciente, violento,
as pancadas são também da mesma forma; mas se ele é educado, as
pancadas são saudosas. A essa variabilidade de formas de se produzir as
pancadas, dá-se o nome de sematologia, ou linguagens dos sinais. Diz-se
linguagens de sinais, pois um mudo, por exemplo, não teria se conduzido
melhor.
Posteriormente, desenvolveram a tiptologia alfabética, que consistia em dar
pancadas que equivalem ao número correspondente da letra alfabética,
processo, no entanto, bastante demorado. Em outros casos, uma pessoa
colocava todas as letras sobre a mesa e ia passando por todas. Quando se
chegava na letra correta, o Espírito produzia a pancada.
Todos os efeitos produzidos por pancadas podiam ser obtidos de maneira mais
simples, sem movimento na mesa, mas apenas com barulhos aplicados na
própria madeira. Processo chamado de tiptologia interior.
Apesar da evolução dos modos de comunicação, é fato que a escrita é o meio
mais eficiente e rápido, embora esses métodos anteriores auxiliassem bastante
na comprovação da presença de seres inteligentes sem a influência do
médium.
Palavra chave: Meios de comunicação, tiptologia, sematologia, pancadas,
mesas girantes.
17.CAPÍTULO 12: DA PNEUMATOGRAFIA OU ESCRITA DIRETA
Enquanto a psicografia é a escrita feita pela mão do médium mediante a
transmissão do pensamento do Espírito, a pneumatografia é a escrita
produzida diretamente pelo Espírito, sem intermediário algum. É também
chamada de escrita direta.
A princípio, acreditava-se ser necessário o uso de um lápis ou tinta para que o
Espírito manifestasse a escrita. Posteriormente, verificou-se que, no caso da
pneumatografia, só era necessário papel, e não a tinta, o que muda
completamente a análise e surge a pergunta: de onde o Espírito tirou a tinta? A
resposta pode ser dada ao fato de os Espíritos conseguirem produzir as
substâncias da natureza a partir do elemento primitivo universal, sem
necessidade de nossos instrumentos.
A pneumatofonia é a capacidade do Espírito de produzir sons que se
assemelham à voz humana, como gritos, por exemplo. Se ele pode produzir
ruídos, não há que negar que seja possível reproduzir a voz humana.
Palavra-chave: Psicografia, Pneumatografia, Escrita direta, Pneumatofonia,
18.CAPÍTULO 13: DA PSICOGRAFIA:
A ciência espírita tem progredido, como todas as outras, e pode-se dizer que
ainda mais do que estas. Apenas há alguns anos, as comunicações eram feitas
de forma bastante primitiva, através das “mesas girantes”. Atualmente, os
Espíritos já nos falam através dos meios de comunicação mais usuais do
homem: a escrita e a fala.
Com o passar do tempo, foram desenvolvendo métodos de escrita, com o uso
de cestas, por exemplo. Ver cesta pião, cesta de bico, prancheta. Esses
métodos são classificados em psicografia indireta, enquanto a psicografia
direta é a obtida pelo próprio médium.
Palavra chave: Psicografia, cesta pião, cesta de bico, prancheta, psicografia
indireta
CAPÍTULO 14: DOS MÉDIUNS
Médium é todo aquele que sente a influência dos Espíritos, num grau qualquer.
Todos são mais ou menos médiuns, pois é uma capacidade natural ao homem.
No entanto, a classificação de médium no Espíritismo é dada àquele que
apresenta essa mediunidade bastante evidente.
Há vários tipos de médiuns, dentre eles:
Médiuns de efeitos físicos: São aqueles que podem produzir fenômenos
materiais, como rotação de corpos, ruídos, etc. Podem ser divididos em
médiuns facultativos (os que têm consciência de seu poder e produzem o
fenômeno por vontade própria) e os médiuns involuntários (cuja influência se
exerce sem a sua vontade própria e muitos não tem consciência de seu poder).
Os médiuns de efeitos físicos podem proporcionar ensejo a observações
interessantes e contribuir para a convicção daqueles que observam.
Kardec fala sobre as torturas morais e físicas que alguns impõem sobre muitas
pessoas frágeis por dizer que estas possuem o diabo em seu corpo. Diz que há
uma responsabilidade muito grande sobre aqueles que que espalham
semelhantes ideias, pois podem matar às vítimas, levar esta e os que a cercam
a loucura e ao medo por acreditarem que seu lar é um covil de demônios.
Há casos em que a mediunidade involuntária se assume proporções
inoportunas, causando manifestações físicas que podem realmente assustar o
ignorante. Para esses casos, é necessário que se entre em comunicação com
o Espírito que causa os fenômenos e descobrir o que ele deseja. Além disso,
há que se procurar Espíritos mais elevados que consigam dominar os Espíritos
de ordem mais inferior que estão agindo. É preciso que o médium passe do
estado de médium natural ao de médium voluntário.
Médiuns sensitivos, ou impressionáveis: São as pessoas capazes de sentir a
presença de espíritos, geralmente sob a forma de arrepios. Todo médium é
sensitivo e, quando esta habilidade é bem treinada, é capaz de sentir se o
Espírito é elevado ou não e até de qual Espírito se trata.
Médiuns audientes: Ouvem a voz dos Espíritos, seja por uma voz interior ao
seu foro íntimo, seja por uma voz exterior.
Médiuns falantes: Nele, os Espíritos atuam sobre os órgãos da palavra, assim
como o médium escrevente é tomado pela mão. Os médiuns falantes dizem
coisas as vezes completamente estranhas às suas crenças e, mesmo em
estado normal e acordado, pode não se lembrar do que foi dito.
Médiuns videntes: São dotados da disposição de ver os Espíritos. Alguns
possuem esse dom mesmo acordado, enquanto outros apenas os vêem em
estado sonambúlico. Geralmente essa mediunidade é passageira. O médium
não vê através dos olhos, mas sim da alma, de forma que mesmo com os olhos
fechados consegue ver os Espíritos.
Médiuns de efeitos físicos: s
Médiuns de efeitos físicos: s
Médiuns de efeitos físicos: s
Médiuns de efeitos físicos: s
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Palavra chave: Médiuns, tipos de médiuns, diabo, pessoas queimadas na
fogueira, Manifestações físicas,
CAPÍTULO 2: Bases do Espiritismo, Sobrenatural, Origem do Espiritismo,
Críticas ao Espiritismo.
CAPÍTULO 3: Como ensinar o Espiritismo, Materialistas, Classes de Espíritas,
Compreensão das manifestações.
CAPÍTULO 4: Origem do Espiritismo, Evolução do Espiritismo, Sistemas de
oposição ao Espiritismo, Demônios.
PARTE 2
CAPÍTULO 1: Perispírito;
CAPÍTULO 2: Mesas girantes, Origem do Espiritismo, Manifestações físicas;
CAPÍTULO 3: Mesas girantes, Origem do Espiritismo, Manifestações físicas,
Manifestações inteligentes;
CAPÍTULO 4: Origem do Espiritismo, Como se dá as Manifestações físicas e
as Manifestações inteligentes;
CAPÍTULO 5: Como se dá as Manifestações físicas, Manifestações físicas
espontâneas, Comunicação com Espíritos;
CAPÍTULO 6: Manifestações visuais, Períspirito, Sonhos;
CAPÍTULO 7: Bicorporiedade, Transfiguração, Agêneres, Perispírito;
CAPÍTULO 8: Objetos no mundo espiritual, Escrita direta, Água fluidificada.
CAPÍTULO 9: Lugares assombrados, Espíritos zombeteiros.
CAPÍTULO 10: Comunicações, Espíritos zombeteiros, Meios de manifestação.
CAPÍTULO 11: Meios de comunicação, tiptologia, sematologia, pancadas,
mesas girantes.
CAPÍTULO 12: Psicografia, Pneumatografia, Escrita direta, Pneumatofonia,
CAPÍTULO 13: Psicografia, cesta pião, cesta de bico, prancheta, psicografia
indireta.
Duvidas:
As plantas tem Espírito?