o Lixo Fonte de Renda Para Os Catadores Da Cidade de Piranhas- Goiás

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    UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIS

    UNIDADE UNIVERSITRIA DE IPOR

    LICENCIATURA EM GEOGRAFIA

    LEANDRA BENCIO PEREIRA

    O LIXO: FONTE DE RENDA PARA OS CATADORES DA

    CIDADE DE PIRANHAS- GOIS

    IPOR

    2011

  • 1

    LEANDRA BENCIO PEREIRA

    O LIXO: FONTE DE RENDA PARA OS CATADORES DA

    CIDADE DE PIRANHAS- GOIS

    Monografia apresentada coordenao geral de

    trabalho de concluso de curso da Universidade

    Estadual de Gois, Unidade Universitria de Ipor

    no curso de Geografia, como requisito parcial para a

    obteno do titulo de licenciado em Geografia.

    Orientador: Prof. Gilmar P. da Silva

    IPOR

    2011

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    Dedico este trabalho aos professores que

    estiveram presente durante este perodo e

    minhas amigas que me deram incentivo e a

    minha famlia que amo muito.

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    AGRADECIMENTOS

    Primeiramente, Agradeo a Deus por ter me concebido a beno e me guiado

    nestes anos de minha vida e por ter me iluminado dando sabedoria e inteligncia para que

    pudesse esta concluindo este curso. Sendo que a minha vida e do meu mestre. Obrigado

    senhor.

    Tambm agradeo o meu esposo Jos Divino que mediante as dificuldades ele me

    ajudou a superar, apoiando como ele podia.

    Agradeo todos os professores que esteve presentes desde o primeiro ano at o

    quarto ano de curso, que contriburam para minha formao, que esta uma fase de

    transformao minha vida.

    Agradeo a minha me Leonice e meu pai Juscelino e minha irm Alessandra por

    ter dado foras e orar por mim.

    Agradeo meus colegas de classe principalmente os que estiveram mais prximo

    de mim ajudaram a superara ansiedade e medo confortaram amigamente.

    E tambm a todos que contriburam para realizao deste.

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    RESUMO

    Analisar como o processo de coleta de lixo, e como fonte de renda para os catadores da

    cidade de Piranhas Gois foi o principal objetivo desse trabalho. Como problema coloca-se a

    questo de como estes conseguem sobreviver com a renda que adquirem catando lixo. Outro

    fato a ser constatado que o trabalho desvalorizado e no tem reconhecimento da sociedade e

    o catador levado a trabalho informal, trabalham em condies precrias os riscos sade

    que eles enfrentam so alguns assuntos a serem discutidos. Busca-se ressaltar a importncia

    dos catadores na reduo dos impactos ambientais causado pelo acmulo de lixo. Sendo a

    reciclagem soluo para os problemas decorrentes do aumento do lixo principalmente

    descartveis, quais os tipos de lixo que podem ser reciclados. Cabe discutir esta questo para

    que os catadores de lixo na cidade de Piranhas possam ser reconhecidos e valorizados pelo

    seu trabalho. Traz benefcio a toda populao da cidade evitando assim o acumula de lixos

    nas caladas e ruas. O mtodo da pesquisa se constituiu de reviso bibliogrfica com pesquisa

    em livros, revista, anais aliados ao estudo em campo na cidade Piranhas Gois, na rea de

    destinao final do lixo do municpio e com os catadores de lixo de rua atravs da autorizao

    deles, foram abordadas entrevista escrita relacionada o perfil identificao social e econmica

    dos catadores.

    Palavras-chave: Renda, Catadores, Reciclagem, lixo

  • 7

    LISTA DE FIGURAS

    Figura I - Disposio do lixo em 2009 ................................................................................... 22

    Figura II Disposio do lixo ............................................................................................... 22

    Figura III- Despejo do Lixo de Piranhas ............................................................................... 33

    Figura IV- Separao dos materiais reciclveis ..................................................................... 34

    Figura V- Blocos de papelo .................................................................................................. 34

    Figura VI- Blocos de garrafas de plsticos ............................................................................ 35

    Figura VII- Catador de materiais reciclveis Edilson ............................................................ 38

    Figura VIII- Catadora de materiais reciclveis Marina ......................................................... 38

    Figura IX- Catador de Materiais reciclveis no lixo Jos Poloneo ...................................... 39

    Figura X- Catador de Materiais reciclveis no lixo Joaquim Ambroso ............................. 39

    Figura XI- Catador de Materiais reciclveis no lixo Valdivino Jos ................................... 40

    Figura XII- Lixo exposto ao meio ambiente .......................................................................... 40

    Figura XIII- Prensa do papelo .............................................................................................. 41

    Figura XIV Catadora percorrendo a rua ............................................................................. 42

    Figura XV- Localizao do municpio de Piranhas ............................................................... 45

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    LISTA DE QUADROS

    Quadro I Quantidade de RSU Gerado ................................................................................... 14

    Quadro II O tempo que leva para decomposio de alguns materiais ................................... 24

    Quadro III Valor dos materiais reciclados Edilson ............................................................... 31

    Quadro IV Valor dos materiais reciclados Marina ................................................................ 32

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    LISTA DE SIGLAS

    A.B.N.T.- Associao Brasileira de normas Tcnicas

    A.B.R.E.L.P.E.- Associao Brasileira de Empresas de Limpeza Pblica e Resduos

    Especiais

    I.B.G.E.-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    S.E.P.L.A.N.- Secretria de Planejamento do Estado de Gois

    M.N.C.R. - Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Reciclveis

    N.B.R. - Normas Brasileira

    P.E.T. - Politereftalato de etileno

    P.E.A.D. - Polietileno de Alta Densidade

    P.V.C. - Cloreto de vinila ou policloreto de vinil

    P.P. -Polippropileno

    P.E.B.D. - Polietileno de Baixa Densidade

    P.S. -Poliestireno

    R. S. U. - Resduos Slidos Urbanos

    S.E.P.L.A.N.- Secretria de Planejamento do Estado de Gois

  • 10

    SUMRIO

    INTRODUO ................................................................................................................. 11

    1. A PRODUO DOS RESDUOS SLIDOS ............................................................. 13

    1.1 O catador de material reciclvel um trabalhador urbano ............................................ 16

    1.2 Classificaes dos Resduos Slidos ............................................................................. 19

    1.3 As dificuldades submetidas catao de Resduos Slidos .......................................... 20

    1.4 A disposio dos resduos slidos ................................................................................. 22

    1.5 Resduos descartados sem tratamento adequado ........................................................... 23

    1.6 A coleta seletiva do lixo ................................................................................................ 25

    1.7 A reciclagem uma alternativa para desenvolvimento sustentvel ................................. 25

    1 8 Cooperativismos uma necessidade dos catadores de resduos slidos .......................... 28

    2. O LIXO: FONTE DE RENDA PARA OS CATADORES DA

    CIDADE DE PIRANHAS-GO ......................................................................................... 30

    2.1 A coleta de lixo feito pelos catadores da cidade de Piranhas-GO ................................. 30

    2.2. Aspecto fsico de Piranhas-Go ..................................................................................... 44

    CONSIDERAES FINAIS ............................................................................................ 46

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................................................ 48

  • 11

    INTRODUO

    Mediante compra exagerada de produtos, h o aumento do lixo. Muitas cidades

    vm sofrendo uma srie de conseqncias de problemas ambientais e sociais devido falta de

    coleta de lixo adequado. O consumo um ato de comprar cada vez incessante. A troca de

    mercadorias aps a industrializao teve um aumento diante da produo de novos produtos

    teve acrscimo a produo do lixo, devido s pessoas comparem cada vez mais por terem

    produtos sempre atualizados. Esses objetos que no utilizam mais so jogados no lixo os

    catadores ver esse lixo como fonte de renda.

    De fato, a atividade de catao se caracteriza por ter lixo abundante. O surgimento

    dos catadores de lixos devido ao grande desemprego nas cidades. Outro fator que o trabalho

    enfatiza o catador desvalorizado, ou seja, no tm reconhecimento da sociedade. Catadores

    trabalham em lixes e nas ruas fazem a coletas seletivas todos os dias dos materiais que

    podem ser reciclado como papelo plstico e alumnio e outro contribuindo para um beneficio

    para todos. O acmulo do lixo pode acarretar uma srie de problemas ambientais como a

    poluio dos lenis freticos, o aumento da poluio do ar e de animais vetores que

    transmitem doenas como ratos e moscas, afetando assim a sobrevivncia de todos os seres

    vivos.

    Este trabalho traz uma discusso terica e prtica a respeito do lixo como fonte de

    renda para catadores; com a problemtica, como que os catadores conseguem viver com a

    renda adquirida com a coleta de lixo na cidade de Piranhas. O catador de lixo slido sofre

    muito com preconceito visto como sujo e imundo. s vezes necessrio o catador percorrer

    todas as ruas da cidade em busca de reciclados para serem coletados. O material coletado e

    vendido pesado pelas empresas de reciclagem, que pagam valores muito baixos aos

    catadores.

  • 12

    E procura-se discutir como se constitui o processo de coleta feito pelos catadores

    nas ruas e no lixo da cidade e compreender como so as condies de trabalho dos catadores

    e os riscos sade que eles enfrentam e identificar quais os tipos de lixo que podem ser

    reciclados. Esta pesquisa baseada na metodologia terica de livros, revistas, artigos e anais e

    com a observao campo exploratria no lixo e com os catadores de lixo de rua, na cidade de

    Piranhas.

    O trabalho do catador de lixo slido tem que ser valorizado para ajudar a diminuir

    os impactos ambientais, a escassez dos recursos naturais e minimizar o acmulo de lixo nas

    ruas e nos lixes. As razes as quais levaram a realizao desta pesquisa so: contribuir com a

    valorizao do trabalho dos catadores de lixo reciclveis; que possam ser adotada medidas de

    cooperativismo para a valorizao profissional e tambm respeito aos direitos como cidados

    dos catadores de materiais reciclveis. Para que tenham uma renda melhor no s para suprir

    sua necessidade, mas para ter um trabalho digno.

    Esta pesquisa construda em dois captulos, sendo que o primeiro relata em

    contexto geral sobre a produo do lixo e sua classificao como catador de material

    reciclvel um trabalhador urbano e suas dificuldades submetidas catao como

    disposio do lixo descartado sem tratamento adequado e a coleta seletiva do lixo a

    reciclagem uma alternativa para desenvolvimento sustentvel um beneficio para meio

    ambiente e cooperativismos uma necessidade para os catadores trabalharem. No segundo

    capitulo relata o lixo como fonte de renda para os catadores da cidade de Piranhas-GO ,

    atraves da coleta dos materiais reciclaveis nas ruas e lixo . Como requisito de ter uma

    politica pblica a voltado para a valorizao da renda dos catadores e benefico a sua vida

    social econmica diante da sociedade e propocionando uma preservao do meio ambiente

    devido o seu trabalho atravs da reciclagem.

  • 13

    1. A PRODUO DOS RESDUOS SLIDOS

    O aumento populacional e a criao de novas tecnologias tiveram um grande

    avano aps a segunda Guerra Mundial. Essa modernizao atingiu no s os centros urbanos,

    mas tambm o campo. Houve uma mecanizao da plantao, o que reduziu os postos de

    trabalho tornando a vida difcil para os que ali ocupavam. Em busca de melhores condies de

    vida as pessoas migravam do campo para os centros urbano.

    Com o crescimento acelerado da populao e a modernizao tecnolgica, nos

    ltimos anos, o lixo vem se tornando um problema serissimo, pois h muita produo de

    descartveis. O homem no sabe mais onde coloc-lo. Atualmente esses dejetos so jogados a

    cu aberto no lixo. Nas grandes cidades o problema do lixo maior ainda. Percebe-se que

    nos centros urbanos devido modernizao h o aumento das exigncias por pessoas

    qualificadas. Estas, que em muitos casos residiam no campo no tinham qualificao e

    ficavam desempregadas. Algumas pessoas vo para ruas catar lixo para conseguirem sua

    fonte de renda para sustentar a famlia. Essas pessoas, alm de no terem escolaridade,

    trabalham informalmente.

    Esse aumento populacional nas regies metropolitanas constituiu uma srie de

    dificuldades, como a falta de moradias e empregos. Atualmente os resduos slidos tm

    aumentado tambm nas pequenas cidades, isso difere muito devido produo, consumo e

    aumento populacional. O que pode ser observado segundo dados revelados no Abrelpe a

    panorama dos resduos slidos no Brasil 2009- 2010. Segundo a tabela I mostra a

    comparao entre os dados de 2010 e 2009 apresentados revela um aumento de 5,3% no

    ndice per capita de gerao de RSU do Brasil como um todo e um acrscimo de 6,8% na

    quantidade total gerada.

  • 14

    Quadro I: Quantidade de RSU Gerado

    Fonte: Abrelpe a panorama dos resduos slidos no Brasil (2009- 2010, p.45)

    O RSU (Resduo Slido Urbano) teve grande incio aps a Revoluo Industrial;

    as fbricas comearam a produzir em larga escala e a introduzir novas embalagens no

    mercado, aumentando consideravelmente o volume e a diversidade de resduos gerados nas

    reas urbanas. O homem passou a viver, ento, a era dos descartveis. Observa-se cada vez

    mais esses dejetos esto aumentando como se percebe na tabela acima um acrscimo de 6,8%

    de lixo em curto tempo.

    A palavra lixo derivada do termo em latim lix que significa "cinzas" de um

    perodo em que a maioria dos resduos de cozinha era formada por cinzas e restos de lenha

    carbonizada dos fornos e foges; e de lixar (polir, desbastar) pelo qual lixo seria ento a

    sujeira, os restos, o suprfluo que a lixa arranca dos materiais. No dicionrio, ela definida

    como sujeira, imundice, coisa ou coisas inteis, velhas, sem valor. Lixo, na linguagem

    tcnica, sinnimo de resduos slidos e representado por materiais descartados pelas

    atividades humanas. (RODRIGUES, 2000).

    O surgimento da populao de catadores de lixo um fenmeno da excluso

    social instalado na sociedade provocada pela forma de consumo instituda e pela gerao de

    resduos slidos na rea urbana. O que se pode observar com a modernizao e o aumento

    populacional na zona urbana que se tem aumentado a produo bens e, conseqentemente, o

    consumismo; a oferta de compras e devidas prestaes. Mediante a essa compra exagerada de

    produtos, h aumento do lixo. Muitas cidades vm sofrendo uma srie de conseqncias de

    problemas ambientais e sociais devido falta de coleta de lixo adequado. Quando no

    coletados da forma adequada, poluem as ruas e rios causando entupimentos de bueiros que

    por sua vez causa inundaes nas casas.

    A partir de 2012 ser proibido o uso de sacolas plsticas e sero vetadas

    distribuies em supermercados e em locais de vendas. Isso porque tais embalagens so feitas

  • 15

    de material plstico, derivado do petrleo e por isso de difcil decomposio, levando at 100

    anos para serem absorvidas pelo solo. No Brasil, a estima-se que 12 a 18 bilhes de unidades

    de sacolas que so produzidas anualmente e so jogadas em lugares inadequados, nos lixes,

    poluindo o meio ambiente.

    Segundo Layrargues (2002), que chama a ateno obsolescncia planejada

    como incentivador do consumo e da produo de resduos na medida em que os produtos so

    concebidos com vida til que possibilite sempre renovao, devido em maior produo e novo

    consumo. O produto descartvel motiva o consumidor a consumir cada vez mais, sendo o

    produto condicionado a uso em curto prazo de durao. A maioria dos produtos descartveis

    destinada apenas para uma utilizao. So produtos prticos mediante a necessidade do

    consumidor que vive na correria do dia a dia.

    O consumo desses bens est diretamente ligado produo e cultura da

    modernidade. Para os dias de hoje propem-se a dominao da era do descartvel ou era

    do plstico dado que a caracterstica dos tempos atuais a problemtica que se estabelece

    quando novos fantsticos materiais produzidos pela cincia e pela indstria invadem o

    nosso cotidiano. (MARI, 2000).

    O lixo originado desde a existncia do homem, mas tem cada vez mais

    aumentado diante das novas tecnologias. A era do descartvel, ps Revoluo Industrial, foi

    poca em que houve grande avano e produes de novas tecnologias.

    O grande avano tecnolgico, a super produo e de novas mercadorias em

    circulao no mercado vo criando um amontoado de resduos que a sociedade usa,

    explora e depois joga fora, e uma camada explorada e excluda pela sociedade que

    fazem uso desses resduos como meio de sobrevivncias os catadores. (NETTO,

    2006, p.237)

    O consumo dos bens materiais torna-se devido s inovaes do mercado. O lixo

    abundantemente nas ruas, o cidado sem emprego busca a catao desses materiais para sua

    fonte de sobrevivncia. Num mundo cheio de fantasias, o que no serve de utilidade para uns,

    tem grande valor para outros. Para ter uso adequado e aproveitamento desses meios naturais

    disponveis, a sociedade deve ter noes de uso sustentvel na explorao dos recursos

    naturais. Sendo que a maioria das pessoas no tem entendimento que, o que jogamos fora e

    consideramos lixo, pode ser reciclado por outras pessoas, economizando dinheiro, energia e

    recursos naturais.

    Os materiais descartveis so chamados de reaproveitveis. Aqueles materiais que

    deveriam ser descartados, mas aps sofrerem transformaes podem novamente ser usados

    pelo homem, so chamados de reciclveis. No h como no produzir lixo, mas pode-se

  • 16

    diminuir essa produo reduzindo o desperdcio, reutilizando sempre que possvel e

    separando os materiais reciclveis para a coleta seletiva.

    Segundo Sobral (1996) geralmente a quantidade de lixo acumulado pode est

    associado cultura material de uma cidade, pois se pressupe a necessidade de produzir

    implica em quantidades maiores de matria- prima e energia que so transformadas em

    produto.

    Acultura representa a objetivao das necessidades do ser humano nas suas

    mltiplas relao com seu universo vivencial, de criar produzir os insumos

    ofertados, instrumentos e tecnologias que diz a respeito as suas experincias

    cotidianas que povoam e marcam a historia. (SOBRAL, 1996, p. 21).

    A gerao de resduos est associada a diversos fatores, sendo como um produto

    final do metabolismo social e urbano que caracteriza o homem como ser social e econmico.

    O lixo urbano , portanto, um dos maiores problemas ambientais da atualidade, pois os

    moldes de consumo adotados pela maioria da sociedade moderna, ou seja, sempre um

    material novo e moderno que esteja na moda e o pensamento de consumo da maioria da

    sociedade esto provocando um aumento contnuo e exagerado na quantidade de lixo

    produzido.

    Esses dejetos so jogados em lugares inadequados e, segundo dados revelados no

    Abrelpe a panorama dos resduos slidos no Brasil 2009- 2010.

    A comparao entre os dados relativos destinao de resduos nos anos e 2009 e

    2010 resulta na verificao de um crescimento de cerca de 15,55 na destinao final

    de RSU em aterros sanitrios e 71,2% os resduos so destinado a maneira

    inadequada, sendo encaminhados para lixes e aterros controlados que, do ponto de

    vista . (ABRELPE, 2009- 2010, p.77)

    Mediante a essa proposta de solucionar este problema, no governo do Presidente

    Incio Lula da Silva no ano (2002/2010) instituiu a Nova Poltica Nacional de Resduos

    Slidos (Lei n 12.305), sancionada no dia 02 (dois) de agosto no ano (2010) que prope

    melhorar a gesto do lixo a partir da diviso de responsabilidades entre a sociedade, poder

    pblico e iniciativa privada.

    1.1 O catador de material reciclvel um trabalhador urbano

    Segundo Conceio e Silva (2009) possvel observar que o processo de

    urbanizao descontrolada pela qual passa o Brasil a exemplo de outros pases responsvel

    direto pela chamada problemtica ambiental. Neste ponto, a elevada densidade demogrfica,

  • 17

    aliada aos padres consumo caracterstica faz dos grandes centros verdadeiros plos de

    geradores de lixos.

    As grandes cidades passaram e ainda passam por um processo de urbanizao

    desenfreada. Situam-se grandes plos industriais que fabricam produtos cada vez mais

    atrativos para se comprar como, produtos com cores mais vibrantes e mais decorativos ao

    consumidor.

    O resduo slido tornou mais diferenciado do que antes. Esse resduo sofreu uma

    mistura de qumica para que houvesse maior tempo de durao para melhoria do consumidor,

    mas percebe-se que houve muito o descarte de produtos no meio ambiente, gerando assim

    problemas ambientais.

    Por outro lado existe uma pequena parte da populao metropolitana que

    marginalizada, por no encontrar colocao formal no mercado de trabalho, encontra no lixo

    para sua subsistncia segundo (CESCONETO, 2004; MARTINS, 2005; CONCEIO E

    SILVIA, 2009).

    Diante dessa troca exagerada de produtos, o que no mais usado vai para o lixo.

    O grande avano tecnolgico, a modernizao e o processo de globalizao deixaram a

    sociedade dividida em classes sociais. Porm, nem todas as classes possuem condies para

    manter esse padro de consumo. O acmulo de riquezas, a explorao e concentrao de

    rendas que geram desigualdades sociais.

    As desigualdades sociais so frutos do sistema capitalista que excludente. Um

    colaborador sistema o mercado de trabalho. A modernizao constitui um fator para que as

    pessoas se tornem desqualificadas e desempregadas. Assim, quando descriminadas vo para

    as ruas ou lixes trabalharem. Pode-se entender que o trabalho em si, como um movimento

    dialtico, na medida em que o homem atua sobre natureza sobre si:

    Antes de tudo, o trabalho um processo em que o homem por sua prpria ao,

    medida rgua e controla seu metabolismo com a natureza [...] Atuar, por meio desse

    movimento sobre a natureza externa a ele as modifica a sua prpria natureza.

    (MARX, 1978, pag.148).

    O trabalho humano no deve ser visto apenas como um fator de produo, um

    mecanismo que seve para produzir riqueza a qual nem todos no ter acesso. O trabalho est

    ligado dignidade da pessoa humana, por isso no deve ser analisado somente sob a tica

    material, mas, sobretudo, deve estar em pauta o seu carter de cidado.

    A valorizao do trabalho humano significa proporcionar ao homem um trabalho

    que lhe d orgulho em desempenh-lo, de forma que este realmente se sinta bem ao iniciar

  • 18

    uma jornada de trabalho. Valorizar o trabalho, ento, equivale a valorizar a pessoa humana e o

    exerccio de uma profisso pode e deve conduzir realizao de uma vontade do homem.

    De um modo geral, os catadores de materiais reciclveis so pessoas que vm das

    classes desfavorecidas, localizadas abaixo da linha da pobreza e, por diversas razes, quase

    sempre trazem consigo todas as mazelas sociais que inviabilizam a insero no mercado de

    trabalho. O trabalho do homem advm das relaes da natureza e para os catadores de

    materiais reciclveis, diante dessa modernizao, do lixo que vem o seu trabalho e sua fonte

    de renda. Segundo Zacarias (2000) o lixo aquilo que os geradores consideram como inteis

    indesejveis ou descartveis.

    Diante da incluso que est sendo proporcionada a esse sujeito que entra no

    mercado de trabalho por vias oblquas, ou seja, atravs de uma atividade laboral que no lhes

    assegura direitos sociais bsicos. Devido isso as autoras afirmam que o catador de matrias

    reciclveis incluindo ao ter um trabalho, mas excludo pelo tipo de trabalho que realiza.

    (MEDEIROS E MACEDO, 2007, pag.82).

    Segundo Santos (2001), somos uma amlgama de sujeitos que combinam em

    varias subjetividades a partir de mltiplas circunstncias, pessoas e coletivas. Portanto, ser

    catador pode ser uma das nicas formas de insero desses sujeitos no mundo, na perspectivas

    de retornar a relao com o outro, a partir de um trabalho com condies precrias sobre tudo

    estimatizante.

    O catador pertence a uma classe que a sociedade finge no ver. Isto porque tem

    vergonha, mas foi a prpria sociedade que o colocou nessa situao. O catador que trabalha

    com o resto e a sujeira; a sociedade desvaloriza o seu trabalho. O termo catador foi

    convencionado pelo movimento Nacional de catadores que atuam nas cooperativas e

    associaes de reciclagem, independente da funo que a pessoa exerce. Pretende-se com isso

    manter ligao ainda estreito entre as organizaes e os catadores. (GRIMBERG, TUSZEL E

    GOLDFARB, 2005).

    O catador de material reciclvel um trabalhador urbano que recolhe resduos

    slidos reciclveis, tem uma grande presena deles nas ruas e lixes. A sua funo coletar o

    material a ser reciclado em condomnios residenciais e pblicos. Tambm tem o trabalho de

    transportar o material at a cooperativa ou at a empresa para a qual ser destinado; se no

    tem nenhum vinculo, ele transporta o material para sua prpria moradia para efetuar a

    reciclagem, separar os materiais recolhido, em: papelo, papel comum, vidro, plstico, metais

    e alumnio; fazer a pesagem do material recolhido, empacotar esses materiais para serem

    recolhidos pelas empresas.

  • 19

    A quantidade de catadores varia de cidade para cidade, tendo um crescimento

    dessa atividade nas cidades agravadas pelo desemprego crescente no pas. A catao est

    presente em todo o mundo e muitas pessoas sobrevivem da coleta seletiva, separao e venda

    de matrias reciclveis, seja catando nas ruas ou lixo.

    Existem vrios tipos de catadores: Trecheiros: que vivem no trecho entre uma

    cidade e outra catam lata pra comprar comida. Catadores do lixo: catam diurnamente, fazem

    seu horrio, catam h muito tempo etc. Catadores individuais: catam por si, preferem

    trabalhar independentes, puxam carrinhos muitas vezes emprestados pelo comprador que o

    sucateiro ou deposita. Catadores organizados: em grupos auto-gestionrios onde todos dono

    do empreendimento, legalizados ou em fase de legalizao como cooperativas, associaes.

    Segundo (LIXO.COM. BR 26. out2011).

    1.2 Classificaes dos Resduos Slidos

    De acordo com a referida norma NBR 10.004 (ABNT, 2004), os resduos slidos

    so classificados em: resduos: classe I - Perigosos; resduos: classe II No perigosos;

    resduos: classe II A No inertes; resduos: classe II B Inertes.

    Os resduos Classe I so aqueles que apresentam a caracterstica de periculosidade

    que, em funo de suas propriedades fsicas, qumicas ou infecto-contagiosas, podem

    apresentar riscos sade pblica e ao meio ambiente. So classificados segundo:

    inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade quando a amostra ou

    extrato lixiviador, obtidos segundo os procedimentos descritos nas normas NBR 10.005

    (ABNT, 2004b) e NBR 10.007 (ABNT, 2004 d) apresentarem as propriedades equivalentes s

    descritas na norma NBR 10.004 (ABNT, 2004a). Podemos classificar como o lixo hospitalar.

    Os resduos Classe II A so aqueles que no se enquadram nas classificaes de

    resduos classe I ou classe II B, nos termos da NBR 10.004 (ABNT, 2004a). Podem ter

    propriedades, tais como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em gua. Pode

    classificar como lixo matria orgnica.

    Os resduos classe II B so quaisquer resduos que, quando amostrados de uma

    forma representativa, segundo a NBR 10.007 (ABNT, 2004 d), e submetidos a um contato

    dinmico e esttico com gua destilada e deionizada, temperatura ambiente conforme a

    NBR 10.006 (ABNT, 2004c), no apresentarem nenhum de seus constituintes solubilizados

    em concentraes superiores aos padres de potabilidade de gua, excetuando-se aspecto, cor,

  • 20

    turbidez, dureza e sabor. So como rocha, tijolos, vidros e certos plsticos e borrachas que no

    so decompostos prontamente.

    O catador de lixo busca o lixo inorgnico: pode ser Reciclvel, (papel, alumnio etc.) e

    No reciclvel que est, s vezes, misturado com o lixo orgnico (ou biodegradvel): restos de

    alimentos, cascas de frutas, de legumes e de ovos, cabelos, podas de jardim, excremento de

    animais etc. Ele encontra esse tipo de lixo em sacos plsticos pretos, sacolas plsticas em

    compartimento como lixeira, tambores etc.

    1.3 As dificuldades submetidas catao de Resduos Slidos

    Os catadores trabalham informalmente e de forma desorganizada; trabalham em

    pssimas condies e em situaes de pobreza extrema. O trabalho de catao perigoso, pois

    esto diante de materiais txicos e so submetidos a um risco de acidentes e doenas.

    O lixo quando disposto a cu aberto; ele se torna um bom meio para atrair a

    diversos tipos animais que vo busca de alimentos. Esses animais so vetores de diversas

    doenas e isso provoca o aumento de ratos baratas mosquitos. So encontrados lixos

    hospitalares, veterinrios, odontolgicos que oferecem perigos sade dos catadores.

    Os resduos que se espalham com as chuvas, o mau cheiro gerado ou a fumaa em

    lixes trazem para a populao de regio mais pobre, doenas, epidemias, dengue leptospirose

    e outros. O lixo pode ser transmissor de vrias doenas: Dengue, leptospirose, doenas

    respiratria, dor de cabea, hepatite B e D, febre diarria, gonorria, infeco, pneumonia,

    bronquite, asma, alergia, dor de cabea, tonteira, vmitos, sinusite, moleira, intoxicao, dor

    de barriga, vermes, vrus, cncer, remites.

    Conforme Cezarina (2007) a maioria dos resduos slidos domiciliares est

    infectado por vrios fatores como fezes, sangue, fraldas e curativos, e outros que possuem uns

    altos ndices de microorganismo nocivos sade humana. H outras dificuldades encontradas

    pelos catadores de lixo. Eles esta sujeitos a exposio ao sol (calor, vento chuva, variao

    brusca da temperatura ate atropelamento no trnsito).

    O que as pessoas no percebem, afirma Angelo (2007), que esse trabalho

    contribui com toda a cidade, sendo que os resduos, que eles recolhem retornam como matria

    prima e deixam de acumular nos aterros e lixes. Os catadores de lixo, alm de colocar em

    risco a sua sade, so discriminados e visto pela sociedade como sujo e imundo.

    O trabalho do catador encerra em si uma utilidade e necessidade de grande

    importncia, j que diminui o lixo nas ruas, reduzindo os impactos ambientais. De acordo

  • 21

    com Declarao de Princpios e objetivos do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais

    Reciclveis MNCR.

    ARTIGO 1o

    O Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Reciclveis - MNCR, trabalha

    pela auto-gesto e organizao dos catadores atravs da constituio de Bases

    Orgnicas, em que a participao de todos os(as) catadores(as) que querem ajudar

    a construir a luta de seus direitos, seja um direito internamente garantido, mas

    tambm um dever do catador com o Base Orgnica, com um critrio de democracia

    direta em que todos tem voz e voto nas decises, conforme critrios constitudos nas

    bases de acordo;

    ARTIGO 2 o

    O MNCR tem na ao direta popular bem como em outras formas organizao

    um princpio e mtodo de trabalho, que rompe com a apatia, a indiferena e a

    acomodao de muitos companheiros (as), que parta desde a construo inicial dos

    galpes e sua manuteno, no esperando que caia tudo pronto do cu, e at as

    mobilizaes nas grandes lutas contra a privatizao do saneamento bsico e do lixo,

    contribuindo para a preservao da natureza, mas tambm lutando pelo devido

    reconhecimento e valorizao da profisso dos catadores ;

    ARTIGO 3 o

    O MNCR busca garantir a independncia de classe em relao aos partidos

    polticos, governos e empresrios, mas tambm lutando pela gesto integrada dos

    resduos slidos com participao ativa dos catadores organizados, desde a execuo

    da coleta seletiva com catadores de rua, at a triagem e o beneficiamento final dos

    materiais, buscando tecnologias viveis que garanta o controle da cadeia produtiva,

    firmando com os poderes pblicos contratos que nos garantam o repasse financeiro

    pelo servio prestado a sociedade, e cobrando das empresas privadas, produtora

    industrial dos resduos o devido pagamento pela nossa contribuio na reciclagem.

    ARTIGO 4 o

    No MNCR, ao contrrio do individualismo e da competio, buscamos o apoio

    mtuo entre os companheiros (as) catadores (as), e praticando no dia a dia das lutas

    a Solidariedade de Classe com os outros movimentos sociais, sindicatos e

    entidades brasileiras e de outros pases. E desta forma ir conquistando o direito

    cidade, local para trabalho e moradia digna para todos, educao, sade,

    alimentao, transporte e lazer, o fim dos lixes e sua transformao em aterros

    sanitrios, ms com a transferncia dos catadores para galpes com estruturas

    dignas, com coleta seletiva que garanta a sustentao de todas as famlias, com

    creches e escolas para as crianas.

    Fonte: (PRINCPIOS E OBJETIVOS DO MNCR. Declarao de Princpios e

    objetivos do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Reciclveis - MNCR.

    Disponvel em: . Acesso

    em: 26 jun.2011)

    Os catadores so cidados comuns iguais a todos e tem os mesmo direitos e

    deveres como os demais. Como o catador visto como pobre h uma discriminao perante a

    sociedade. Esta declarao do movimento dos catadores reciclveis que luta em defesa de

    seus direitos e em busca de cooperativismo.

    http://www.mncr.org.br/box_1/principios-e-objetivos/bases-de-acordo-do-mncrhttp://www.mncr.org.br/box_1/principios-e-objetivoshttp://www.mncr.org.br/box_1/principios-e-objetivos

  • 22

    1.4 A disposio dos Resduos Slidos

    Figura I: Disposio do Lixo em 2009, Fonte: SEPLAN GOIS (2009 p.45-46)

    De acordo com os dados da Secretria de Planejamento do Estado de Gois (SEPLAN,

    2009), 146 municpios goianos tm disposio do lixo urbano depositado no lixo e 77 faz

    parte em projetos que operam condio de ter um aterro controlado e somente 9 municpios

    dispem seus resduos slidos urbanos em aterro sanitrio. Como mostra o figura II abaixo:

    Figura II: Disposio do Lixo, Fonte: SEPLAN GOIS (2009 p.45-46)

    Conforme a informao do Seplan, 2009, a maior parte dos resduos slidos

    disposta em lixes, vazadouros ou descargas de resduos a cu aberto, dificultando a catao

    dos materiais reciclveis e colocando em risco a sade dos catadores e poluindo o meio

    ambiente. Os lixes no controlados so sujeitos a odores, fumaa, fogo e poluio da gua e

    solo devido ao chorume, lquido totalmente txico produzido pela decomposio. H vrias

    formas de tratamento do lixo, mas algumas podem ter custo alto para sua manuteno como o

    aterro sanitrio sendo que requer a instalao prvia de mantas impermeabilizantes que no

  • 23

    deixa o chorume infiltrarem no solo evita atingir os lenis subterrneos. O chorume retido

    e conduzido at um sistema de tratamento para posterior descartado em condies que no

    agridam o meio ambiente.

    A forma utilizada atravs da queimas dos resduos slidos em tanques de cimento

    como pneus, restos de tintas e solventes, cooprocessamento como forma de tratamento do

    lixo e ajuda significamente para o meio ambiente economizando as fontes no renovveis e

    com ganhos para prprias fabricas com fabricao de cimento sem alterar sua composio.

    A queima em alta temperatura do lixo ate destruir completamente em um forno

    evita assim a poluio do ar que gerada quando h queima em locais aberto, contribuindo

    para diminuio do efeito estufa . o mtodo utilizado para a destruio de lixo hospitalar.

    Incinerao s recomendvel quando acoplada a filtros de ar antitxicos, ou quando os

    gases so aproveitados e utilizados como fonte de energia trmica ou mecnica (CEAR,

    2000, p.15).

    Compostagem processo controlado decomposio da matria orgnica por meio da

    ao dos micros organismo atravs de removimento, tem com produo como

    hmus, utilizado para fertilizao, tem benefcios diminuio do chorume,

    aproveitamento agrcola da matria orgnica e a reciclagem de nutrientes para o solo

    so tambm benefcios da compostagem, alm de ser um processo ambientalmente

    seguro que elimina patgenos e garante a economia de tratamento de efluentes.

    (DALMEIDA, 2000, p.93).

    Metanizao a transformao por decomposio anaerbica da matria orgnica

    em sua decomposio juntamente com gs carbnico e hidrognio, formam o gs metano, ou

    seja, biogs pode ser queimado usado como combustvel e gerar energia. O lixo que no pode

    ser reutilizado o nuclear por ser muito txico e precisa ser, confinado permanentemente, em

    locais como tneis escavados a quilmetros abaixo do solo onde ningum pode ter acesso.

    1.5 Resduo descartado sem tratamento adequado

    O lixo tem aumentado constantemente e a populao no percebe o quanto os

    problemas oriundos deste so prejudiciais. Ao separar o lixo adequadamente a populao,

    mesmo no sabendo da importncia desse ato, estar contribuindo para uma vida melhor,

    evitando a poluio do solo devido ao acmulo de lixo que altera suas caractersticas fsico-

    qumicas e traz uma sria ameaa sade, tornando o ambiente propcio ao desenvolvimento

    de transmissores de doenas, alm do degradante aspecto visual associado ao acmulo de lixo.

    Essa prtica evita a poluio da gua atravs da percolao do lquido gerado pela

    decomposio da matria orgnica presente no lixo, associado com as guas pluviais e

  • 24

    nascentes existentes nos locais de descarga dos resduos; tambm evita a poluio do ar que

    provoca a formao de gases naturais na massa de lixo, pela decomposio dos resduos com

    e sem a presena de oxignio no meio, originando riscos de migrao de gs, exploses e at

    de doenas respiratrias, se em contato direto com os mesmos.

    A decomposio do lixo est associada a sua composio qumica. Se este

    material no for adequadamente tratado, pode levar dias, meses, anos, at tempo

    indeterminado para se decompor, trazendo assim vrios problemas ambientais, sociais e

    econmicos. Veja o quadro II. O tempo que leva para decomposio de alguns materiais que

    utilizarmos e descartamos em lugares inadequados.

    Material Tempo de Degradao

    Ao Mais de 100 anos

    Alumnio 200 a 500 anos

    Cermica Indeterminado

    Chicletes 5 anos

    Corda de nylon 30 anos

    Embalagens Longa Vida At 100 anos (alumnio)

    Esponjas Indeterminado

    Filtros de cigarros 5 anos

    Isopor Indeterminado

    Louas Indeterminado

    Luvas de borracha Indeterminado

    Metais (componentes de equipamentos) Cerca de 450 anos

    Papel e papelo Cerca de 6 meses

    Plsticos (embalagens, equipamentos) At 450 anos

    Pneus Indeterminado

    Sacos e sacolas plsticas Mais de 100 anos

    Vidros Indeterminado

    Madeira 13 anos

    Pano 1 ano

    Quadro II. O tempo que leva para decomposio de alguns materiais Fonte: AMBIENTE BRASIL. Tempo de

    DecomposiodoMateriais.Disponivelem:.Acesso em: 26 jun.2011.

    http://br.geocities.com/reciclebrasil/p%20%3e.Acesso

  • 25

    A soluo a ser apresentada para o tratamento adequado do lixo atravs do

    trabalho que os catadores de resduos slidos realizam para obter sua fonte de renda. Em

    Piranhas, os trabalhadores catam o material reciclvel nas ruas e no lixo para ser vendido,

    visando assim seu rendimento mensal e contribuindo com sua vida econmica, social e

    ambiental. A reciclagem mtodo que contribui para o meio ambiente e tambm para a

    renda.

    1.6 A coleta seletiva do lixo.

    Outro mtodo adotado para reduo de lixo e a coleta seletiva. A primeira

    experincia de coleta seletiva no Brasil ocorreu em 1985 em Niteri no bairro residencial no

    bairro residencial (RJ) em So Francisco (EIGENHEER, 1993). A coleta seletiva e feita pela

    separao do lixo que podem ser aproveitados, vidros, plstico, metais e papeis.

    A coleta seletiva feita pelos catadores e moradores alm de contribuir muito para

    a sustentabilidade urbana, vem incorporando gradativamente um perfil de incluso social e

    gerao de renda para os setores mais carentes e excludos do acesso aos mercados formais de

    trabalho. (SINGER, 2002)

    A coleta seletiva feita na fonte geradora elimina o contato dos catadores com

    materiais reciclveis contaminado impedindo melhor aproveitamento na reciclagem isentando

    os catadores dos possveis riscos de sade. O no tratamento dom lixo pode provocar o

    desperdcio do material reciclvel como metais, vidros, papel isso diminui os locais de

    deposito de lixo. O catador de lixo trabalha em prol do desenvolvimento sustentvel buscando

    melhoria de renda e contribuindo com o meio ambiente.

    1.7 A reciclagem uma alternativa para desenvolvimento sustentvel

    A reciclagem pode ser definida como uma forma de tratamento dos resduos que

    contribui para minimizao dos impactos causados pela disposio final no ambiente. A

    reutilizao e reciclagem um mtodo de melhoria na qualidade de vida da populao e

    tambm da limpeza urbana. Reciclagem o termo geralmente utilizado para designar o

    reaproveitamento de materiais beneficiados como matria-prima para um novo produto.

    Muitos materiais podem ser reciclados e os exemplos mais comuns so o alumnio, papel,

    plstico e metal. O catador de lixo realiza a primeira etapa da reciclagem nas ruas, local onde

    cata todo material que pode ser reciclado

  • 26

    O conceito de reciclagem serve apenas para os materiais que podem voltar ao

    estado original e ser transformado novamente em um produto igual em todas as suas

    caractersticas. Principais benefcios mediante a reciclagem so diminuio de reas e

    reservadas ao destino final, aterros e lixes. A reduo da exausto dos recursos no

    renovveis. A economia de energia gua ao poupar matria prima virgem (OGATA, 1999).

    Conforme Calderone (1999), a reciclagem implica em ressuscitar materiais, permitindo que

    sejam reaproveitados.

    Nota-se que esse discurso notado pela minoria das pessoas, pois a reciclagem e

    utilizada por algumas pessoas; nem todos percebem que ,reciclando, pode, alm de

    economizar dinheiro, traz beneficio a natureza, j que a reciclagem gera renda. Segundo

    defende Layrargues (2002),

    A reciclagem escanoteia seu cinismo critica a propalada poltica dos trs RS,

    reduzir, reaproveita e reciclar, s tem sido hegemonicamente valorizada em seu

    terceiro aspecto, a reciclagem, relegando-se os dois primeiros quais sejam a reduo

    e a reutilizao a plano inferior. Assim a valorizao da reciclagem pelo sistema de

    produo de objetos e absolncia planejada uma forma de absorver os elementos

    compatveis do movimento de proteo ambiental sem abandonar ao contrario

    incentiva a lgica de produo e consumo exagerado.

    No basta reciclar; tem que ter uma poltica que incentiva a compra de material

    reciclado e evitar o consumismo exagerado de novos produtos. Mas, adotar a reduo e

    reaproveitamento sempre fica a desejar. A reduo uma das maneiras de diminuir os

    resduos slidos. As empresas devem adotar medidas para a criao de novos materiais,

    novos processos e tecnologias menos poluentes; com menor utilizao de energia e de

    recursos naturais. A reutilizao tem como prioridade reutilizar o produto vrias vezes como

    utilizao de recarga atravs da mesma embalagem original. Ajudando assim o consumidor

    a poluir menos o meio ambiente com produtos descartveis.

    Para Berrios, (2003), deve aplicar tecnologias na remedio e tratamento de

    resduos ps-consumo e adoo de medidas preventivas para conservao de recursos e

    regulao de produo de bens.

    O Brasil consolidou sua liderana mundial, atingindo a marca de 98,2 % de latas de

    alumnio recicladas relativamente ao total de latas comercializadas no mercado

    interno. Em 2009, o Brasil registrou uma taxa de recuperao de 46%, a qual indica

    o percentual de reciclagem dos papis passiveis de reciclagem. Os dados disponveis

    sobre a reciclagem de plsticos no Brasil retratam o universo da indstria de plstico

    tipo PET se apresenta como o tipo mais reciclado no pas, destacando-se dos demais.

    No perodo de 2000 a 2008 os ndices de reciclagem de vidro apresentaram uma

    evoluo continuada e positiva. Ressalta-se que o ndice registrado de 47% em 2008

    pode ser considerado bem adequado, pois como j destacado anteriormente, outros

    44% do total das embalagens de vidro tiveram por destino algum tipo de reuso.

    Abrelpe a panorama dos resduos slidos no Brasil (2009- 2010, p.121-134).

  • 27

    A reciclagem traz os seguintes benefcios:

    Contribui para diminuir a poluio do solo, gua e ar.

    Melhora a limpeza da cidade e a qualidade de vida da populao.

    Prolonga a vida til de aterros sanitrios.

    Melhora a produo de compostos orgnicos.

    Gera empregos para a populao no qualificada.

    Gera receita com a comercializao dos reciclveis.

    Estimula a concorrncia, uma vez que produtos gerados a partir dos

    reciclados so comercializados em paralelo queles gerados a partir de

    matrias-primas virgens.

    Contribui para a valorizao da limpeza pblica e para formar uma

    conscincia ecolgica. (EDUCAO AMBIENTAL NO BRASIL, p. 63).

    Tipos de reciclagem: Segundo Operao reciclar (Alcntara Machado) a

    reciclagem de materiais tem trs verses bsicas: Reciclagem Qumica, Reciclagem

    Mecnica, Reciclagem Energtica.

    A reciclagem qumica reprocessa material, transformando-os em petroqumicos

    bsicos: monmeros ou misturas de hidrocarbonetos que servem como matria-prima em

    refinarias ou centrais petroqumicas para a obteno de produtos nobres de elevada qualidade.

    O objetivo da reciclagem qumica a recuperao dos componentes qumicos

    individuais para a reutilizao como produtos qumicos ou para a produo de novos

    produtos.

    Essa reciclagem permite tratar combinaes de vrias matrias, reduzindo custos

    de pr-tratamento, custos de coleta e seleo. Possibilita tambm produzir produtos novos

    com a mesma qualidade de um polmero original. Os novos processos de reciclagem qumica

    desenvolvidos permitem a reciclagem de combinaes diferentes, com aceitao de

    determinado grau de contaminantes (ex.: tintas, papis etc.)

    Existem vrios processos de reciclagem qumica, entre eles a hidrogenao, a

    gaseificao, a quimlise e a pirlise. Hidrogenao: As cadeias so quebradas mediante o

    tratamento com hidrognio e calor, gerando produtos capazes de serem processados em

    refinarias. Gaseificao: Os materiais so aquecidos com ar ou oxignio, gerando-se gs de

    sntese contendo monxido de carbono e hidrognio. Quimlise: Consiste na quebra parcial

    ou total dos materiais em monmeros na presena de Glicol/Metanol e gua. Pirlise: a

  • 28

    quebra das molculas pela ao do calor na ausncia de oxignio. Este processo gera fraes

    de hidrocarbonetos capazes de serem processados em refinaria.

    A reciclagem mecnica consiste na converso dos descartes material ps-

    industrial ou ps-consumo em com ou sem grnulos usados na produo de outros produtos,

    por exemplo, o plstico tem formao de outros componentes como sacos de lixo, solados,

    pisos, condutes, mangueiras, componentes de automveis, fibras, embalagens no

    alimentcias e muitos outros.

    1.8 Cooperativismos uma necessidade dos catadores de resduos slidos

    O cooperativismo uma ao de cooperar, trabalhar em sociedade para realizar

    um mesmo objetivo e organizar em defesa dos seus intereses. As Cooperativas de catadores

    de lixo reciclvel uma alternativa para ter melhor de condio de sade e renda para os

    catadores. Os catadores informais trabalham sem equipamentos necessrios de proteo

    individual como: uniformes, luvas, botas, luvas especiais para manipular vidros, madeiras e

    demais materiais cortantes. O catador est submetido a odores indesejveis e tambm objetos

    infectantes e cortantes, vendem isoladamente o material recolhido, o que torna o trabalho

    menos produtivo e rentvel. O cooperativismo evita a presena dos atravessadores que

    interferem na compra dos materiais reciclveis com valores mnimos; o cooperativismo tem

    estrutura para negociar com o dono da usina de reciclagem. Tambm pode oferecer

    equipamentos de proteo adequados para coleta dos resduos slidos.

    Abreu (2001) afirma que a funo das cooperativas exercer uma funo social

    importante medida que proporciona a estruturao do trabalho dos catadores e ajuda na

    insero dos mesmos na sociedade como profissionais e cidados, ajudando a resolver o

    problema do desemprego e da misria nas cidades.

    As medidas adotadas pelo cooperativismo normalmente oferecem uma srie de

    benefcios aos associados, como estacionamento para carroas, banheiro, refeitrio e espao

    para recebimento e separao de materiais, evitando assim, que os catadores das ruas e dos

    lixes fiquem sujeitos diversas situaes insalubres. uma alternativa de melhoria de renda

    porque esses trabalhadores venderem os reciclveis com valores reais; tais medidas podem,

    tambm, propor a capacitao e a alfabetizao dos trabalhadores.

    A cooperao surgiu como meio de sobreviver crise. "Na Inglaterra, na poca da

    Revoluo Industrial, existiam muitas fbricas cheias de operrios carregados de

    problemas e necessidades, pois enquanto as fbricas prosperavam, os operrios viviam

  • 29

    quase na misria: muitas horas de trabalho, salrio muito baixo, desemprego, fome, etc.

    E ento, em meio a todos estes problemas, alguns operrios resolveram se reunir para

    procurar uma soluo e sentiram que s atravs da cooperao poderiam sobreviver

    crise. Atravs da Unio de 28 teceles (operrios), criado um pequeno armazm

    cooperativo de consumo: a "Sociedade dos Eqitativos Pioneiros de Rochdale". E a foi

    lanada a semente do Cooperativismo, em Rochdale, 1844. (ABRANTES2004, p.

    42).

    A cooperativa de catadores de lixo busca melhoria mediante desigualdade social e

    em prol da cidadania, gerando renda para pessoas excludas do mercado de trabalho formal,

    devido principalmente falta qualificao. O trabalho das cooperativas de catadores de lixo

    vem se tornando cada vez mais necessrio uma vez que colabora para a despoluio das

    cidades e traz benefcios sociedade e aos catadores de materiais reciclveis.

  • 30

    2. O LIXO: FONTE DE RENDA PARA OS CATADORES DA CIDADE

    DE PIRANHAS-GO

    2.1 A coleta seletiva feito pelos catadores da cidade de Piranhas- GO

    Os catadores da cidade de Piranhas atuam sob diversas frentes. Coletando, podem

    ser vistos, na rua separando sacos de lixo nas caladas das cidades e tambm no lixo

    coletando ferragem, papelo, plsticos em geral, metal, cobre e alumnio que so colocados no

    carrinho para que sejam separados posteriormente.

    Os responsveis pela coleta so homens e mulheres que participam da catao de

    materiais reciclveis. Em Piranhas, famlias inteiras de catadores de lixo sobrevivem atravs

    do recolhimento de materiais reciclveis e garantem sua fonte de renda.

    A maioria desses trabalhadores atua no mercado informal, por conta prpria, sem

    o reconhecimento do Estado e, portanto, sem garantia de direitos. Para os catadores de rua seu

    trabalho mais complexo se comparado com o dos catadores do lixo. Isso acontece porque

    que os catadores percorram todas as ruas dos setores da cidade, em busca das mercadorias que

    sero, na maioria dos casos, primeiramente classificadas e separadas em suas casas em sacos

    denominados bags e posteriormente vendidas para as empresas de reciclagem.

    Para que os materiais reciclveis possam chegar indstria e posteriormente ao

    consumidor novamente, estes passam por uma equipe formada por outros participantes que

    so responsveis por atividades e papeis dos mais diferenciados, compondo um grande

    circuito produtivo, ligado reciclagem, em que o catador de material reciclvel ocupa um

    lugar de extrema importncia. No entanto, contraditoriamente, este trabalha em condies

    precrias, no obtendo o retorno que lhes garanta uma sobrevivncia digna.

    A coleta de material e a reciclagem so formas de trabalho nas quais as pessoas de

    classes menos favorecidas ganham a vida precariamente. Catam lixo nas ruas e tambm nos

  • 31

    depsitos durante o dia e a noite, em busca de materiais reciclveis para ser vendidos.

    Segundo o relato de um dos catadores da cidade Piranhas - Gois, Edilson Pereira Lima, que

    tem 40 anos, casado, estudou at a quarta srie e tem experincia na profisso como catador

    h 12 anos, a causa de ele ter se tornado um catador de matrias reciclveis foi por ser um

    trabalho que possui material em abundncia. Edilson Pereira Lima relata: Chego ir at trs

    vezes na regio do centro da cidade e no consigo pegar todo material, principalmente o

    papelo. Alm de ser uma forma de ganhar dinheiro fcil prtico, o lixo uma matria

    prima que no acaba ento um servio que tenho por toda vida.

    Para que as pessoas possam sobreviver, h uma necessidade de ter melhor renda

    familiar para se vestirem, alimentarem e cuidarem da sade. O total em dinheiro adquirido

    pelo conjunto dos membros da famlia que garante o seu sustento, pois todos os coletores de

    matrias reciclveis so casados e possuem filhos e cada famlia composta em mdia por

    quatro pessoas.

    Os coletores das ruas, catadores de lixo ou trabalhadores do lixo, diante de sua

    profisso, demonstram constrangimento. Uma vez que eles consideram que so recicladores,

    ou seja, coletores de matrias reciclveis e vem o lixo como algo sujo que no pode ser

    reaproveitado.

    A sua renda possui valores diferenciados por meses, isso acontece porque esta

    depende da composio do material coletado, sua quantidade e o valor de compra no mercado

    consumidor. Uma crise na economia pode derrubar o preo dos materiais reciclveis como

    alumnio, o plstico e o papelo, prejudicando as atividades dos catadores de reciclados. Para

    eles, os produtos podem at chegar valores da metade do preo real. A tabela abaixo mostra

    os materiais coletados e os valores que so pagos por cada material reciclvel.

    Material coletado Valor por kg

    Papelo 0,12 centavos

    Plstico 0,25 centavos

    Ferro 0,12 centavos

    Latinha 2,00 reais

    Metal 3,00 reais

    Cobre 9.00 reais

    Bateria 6.00 reais

    Baldo 0,17 centavos

  • 32

    Cano PVC 0,13 centavos

    Bacias 0,17 centavos

    Quadro III Valor dos materiais reciclados de Edilson Fonte: Leandra Bencio Pereira 09 out.2011

    A empresa de reciclagem compra os materiais reciclveis do catador de rua, que

    so responsveis pela etapa manual que a de coletar e separar os materiais reciclveis e

    depois fornec-los empresa compradora, com valores pagos por kg. Observa-se na tabela

    acima o valor pago para o catador Edilson.

    Posteriormente, na usina de reciclagem realizado o processo de emprensamento

    do material que ser revendido para as indstrias. Na tabela Abaixo refere o valor pago para

    catadora de lixo Marina dias da Silva tem 53anos de idade e trabalha na profisso a 8anos.

    Material coletado Valor por kg

    Papelo 0,10 centavos

    Plstico 0,20 centavos

    Ferro 0,10centavos

    Latinha 1,80 reais

    Metal 2,80 reais

    Cobre 8.50 reais

    Bateria 5.00 reais

    Baldo 0,10 centavos

    Cano PVC 0,10 centavos

    Bacias 0,10 centavos

    Vidro de pinga 0,06 centavos

    Quadro IV Valor dos materiais reciclados de Marina Fonte: Leandra Bencio Pereira 09 out.2011

    Os valores so inferiores quando comparados aos valores pagos para o Edilson, as

    empresas que se interessam em comprar os materiais reciclveis negociam valores que

    sustentam o seu prprio favorecimento. Quando se trata de pessoas simples, que no esto

    constantemente atualizadas em relao aos valores pretendidos, estas so submetidas a valores

    baixos a serem pagos, seja por no saber negociar ou por falta de informao.

    Em Piranhas, a empresa Recicle Bem a responsvel pela compra dos

    materiais reciclveis dos catadores de rua e a sede encontra-se na cidade de Caiapnia. A

  • 33

    empresa compra o material para ser revendido para as grandes empresas de Goinia e em So

    Paulo, local nos quais sero transformados em novos materiais para serem vendidos no

    comrcio. Para as empresas o lucro garantido, pois esse mtodo da compra garante que valor

    seja imposto conforme desejarem. Isso tambm diminui as despesas das empresas com

    transportes e funcionrios. Os catadores rua alm de serem trabalhadores avulsos, sofrem

    preconceitos da sociedade e em muitos casos, so vistos como mendigos, sujos, fedidos e so

    tratados como classe inferior, so excludos do meio social, impedidos de terem uma vida

    normal, com direitos iguais a todo cidado que acaba por afetar seu psicolgico, assim como

    de seus familiares.

    J os catadores no lixo acreditam que o seu trabalho seja menos exposto

    sociedade, o que significa que a represso talvez seja menor. De modo geral, seu trabalho se

    diferencia do catador de rua, pois o processo de catao feito no lugar que tem mais

    materiais reciclveis.

    Procede-se seguinte forma: em Piranhas antes havia uma usina de reciclagem,

    criada em junho de 1997, pelo prefeito da poca, mas como toda usina para ser ativada tem ter

    subsdio para se manter, por falta de verbas foi desativada. Atualmente, a usina reciclagem

    est sendo alugada pela empresa reciclagem de Caiapnia. O trabalho da coleta seletiva feito

    no lixo, pelos indivduos que catam os materiais reciclveis por monte: ou seja, um despejo

    do caminho do lixo, ele tem que retirar todo reciclvel daquele monte. Nesse trabalho, sua

    renda diria, paga pelo arrendatrio de 20 reais ao monte, sendo que coletado por diria

    apenas dois montes gerando em torno de 40 reais, at o salrio de 475, 00 pago pela Prefeitura

    Municipal da cidade Piranhas. A figura abaixo mostra um monte feito pelo despejo do

    caminho.

    Figura III Despeijo do lixo municipal de Piranhas Fonte: fotografia. Leandra Bencio Pereira 07 out. 2011

  • 34

    No lixo os catadores catam e separam os materiais contm lixo hospitalar,

    industriais, domsticos e outros lixos. Os catadores utilizam os Bags para separarem os

    materiais reciclados. Estas so grandes sacolas de plsticos onde so armazenados todos os

    tipos de reciclveis, depois, carregam essas sacolas at a recicladora, lugar onde so colocadas

    sobre esteiras, logo aps feita novamente outra separao, individualizando cada um por

    espcies e cores. Como diferenciar os plsticos coloridos, brancos e pretos. A figura abaixo

    demonstra isso:

    Figura IV Separao dos materiais reciclveis Fonte: fotografia. Leandra Bencio Pereira 07 out.2011

    No processo de coleta do papelo no lixo, este separado e colocado na

    prensadora chegando a pesar de 30 kg a 60 kg por fardo. Antes de ser recolhido, o papelo

    jogado no meio de todos os tipos de lixo. Como mostra a figura abaixo:

    Figura V Blocos de papelo. Fonte: fotografia. Leandra Bencio Pereira 07 out.2011

  • 35

    A garrafa pet chega a pesar 22 kg - vidros de lubrificantes e as garrafas de detergente, k-boa-

    pesar 27 kg a 30 kg.Como mostra a figura abaixo:

    Figura VI Blocos de garrafas de plstico.Fonte: fotografia. Leandra Bencio Pereira 07 out.2011

    Latinhas de alumnio amassadas - 100 kg - ferro e -14 kg a 15 kg toneladas. Para

    fazer um fardo tem que ser prensado 4 sacos bags.

    Em geral, a maioria dos catadores de rua e do lixo vem do campo para a cidade,

    outros, de cidades vizinhas, como Bom Jardim, uma cidade menor do que Piranhas. Esses

    indivduos chegam cidade em busca de melhor emprego, tem a escolaridade baixa, sendo

    que a maioria cursou apenas at o quinto ano, o que dificulta a insero desses indivduos no

    mercado de trabalho. Assim diz um catador: Naquela poca era difcil estudar, tinha que

    trabalhar e a gente no importavam muito com estudo.

    A profisso de catador no reconhecida na sociedade, ento os catadores no

    trabalham de carteira assinada, no possuem direito ao seguro-desemprego e nem auxlio em

    caso de doena. A renda o ganho que o indivduo tem diante de um trabalho, mesmo que

    no seja de carteira assinada.

    Os catadores de materiais reciclveis adquirem sua renda atravs da venda dos

    reciclados para a indstria de reciclagem que permite a comercializar os materiais de sua

    coleta. o lucro adquirido pela venda dos reciclados que cria o comrcio dos reciclados e a

    relao mercantil e, conseqentemente, o que condiciona s famlias de catadores de lixo ter

    uma renda monetria.

  • 36

    Com os ganhos em mos, o indivduo vai ter supriu suas necessidades que

    atravs das despesas que varia de acordo com a proporo da famlia. A sua renda tem que ser

    maior que as despesas pra ter um equilbrio econmico. Se a renda for menor que as despesas

    conseqentemente no vo ter lucro. Sendo que, quanto maior a famlia, maiores sero as

    despesas.

    A renda adquirida geralmente suficiente apenas para a sobrevivncia sendo

    gasta com alimentao, vesturio e remdios que formam as necessidades bsicas da famlia,

    e tambm gastos com bens de consumo durveis como comprar uma moto semi-nova. O

    consumo privilegiado pelas famlias dos catadores e comum esses trabalhadores possurem

    televiso, geladeira e aparelho de som, comprados prestao e retirando da renda familiar.

    Os catadores, em sua maioria, tm casa prpria. Sua alimentao constitui-se de r

    arroz e feijo e s vezes mais um alimento (carne, frango ou verdura). Alm disso, a renda

    tambm destinada aquisio de leo, gs, alguns produtos de limpeza e higiene, roupas e

    calados so comprados raramente. Como outros trabalhadores comuns, registram-se os

    gastos com energia eltrica, gua e sade a maioria de suas famlia tem problemas de sade

    como presso alta , problema dor na coluna e cncer .

    A renda adquirida pelo catador Edilson catador na rua seu salrio e at 600R$ foi

    a em mdia do ms de outubro, 2011, sendo que seu principal gasto e 66% com despesas de

    alimentao e geral como produtos higinicos em geral. 7% gasto em pagamento de luz e5%

    gua e 22% outras despesas compra de eletrodomsticos e vesturio e aluguel etc.

    A renda adquirida pela Marina catadora na rua de 545R$ em mdia do ms de

    outubro, 2011, seu gasto gera em torno 64% alimentao e produtos higinicos em geral. 7%

    gasto em pagamento de luz e no paga gua utiliza do poo e 18% so gastos em remdios e

    11% outras despesas compra de eletrodomsticos e vesturio etc.

    A renda adquirida pelo Joaquim cata no lixo 475R$ em mdia do ms de

    outubro, 2011 de seu gasto gera em torno 73,6% alimentao e produtos higinicos em geral.

    3% gasto em pagamento de luz e 2,7% de gua e 18% so gastos em remdios e 20,7%

    outras despesas compra de eletrodomsticos e vesturio etc.

    A renda adquirida pelo Jos Poloneo cata no lixo 505 R$ em mdia do ms de

    outubro, 2011 de seu gasto gera em torno 49,5% alimentao e produtos higinicos em geral.

    8% gasto em pagamento de luz e 4% e de gua e 21,7% so gastos em remdios e 16,8%

    outras despesas compra de eletrodomsticos e vesturio etc.

    A renda adquirida pelo Valdivino Jos de Sousa catador no lixo, e 545 R$ em

    mdia do ms de outubro, 2011 de seu gasto gera em torno 36,6 % alimentao e produtos

  • 37

    higinicos em geral. gasto em pagamento de luz e 3,6 % e de gua e 5,5 % so gastos em

    remdios e 0 % outras despesas compra de eletrodomsticos e vesturio 54,3% etc

    Consta que a coleta dos materiais reciclveis sendo principal o papelo, garrafa

    pet, plstico que inclui do material do baldo, bacia, canos PVC, metal (torneiras como

    amarela), ferro (arame farpado, latinha de estrato) alumnio (latas de cerveja e refrigerantes)

    cobre (fios de energia, fios do motor de tanquinho de lavar roupa) plstico (sacos plstico

    branco de fardo de arroz e outros) e vidro (garrafas de pinga, vinho).

    Atravs da venda desses materiais que o catador tem sua renda, sendo que no e

    uma renda fixa, pode variar a quantidade de material coletado sendo que cada material

    reciclado tem um valor referente no mercado que influncia na sua renda.

    Os catadores catam em media de 2.000kg de ferro 390 kg de garrafa pet 1.000kg

    de papelo 200 kg de plstico e 250 kg de (baldo bacia cano PV e outros40kg de alumnio e

    10 kg de cobre, e outros em media o catador de lixo de rua cata em torno de 40 dias,

    trabalhando por 5dias por semana trabalhando em torno de 8horas por dia.

    Em Piranhas no perodo festivo como ms de janeiro; devido festa de ano novo e

    fevereiro; carnaval e junho; festa juninas como barraquinhas e ms de dezembro e o natal so

    os que ms os catadores tm maior renda devido as pessoas consumir mais conseqentemente

    h proporo maior de descartveis . Os meses chuvosos so perodo que a renda dos

    catadores menor devido dificuldade de coleta os materiais, h perdas dos materiais como

    podemos cita o papelo um dos principais reciclveis que os catadores coleta.

    Constata-se que alm de compra de bens de consumo, alguns possuem boas

    condies de moradia e alimentao adequadas. Os catadores matrias reciclveis tem uma

    renda constante com a produo de mercadorias, que lhes possibilita, em alguma medida,

    encontrarem objetos que podem ser reutilizados em sua casa ou ento, contribuindo para um

    possvel acrscimo em sua renda. Esses objetos, que podem ser ventiladores, batedeiras,

    aparelho de som 3em 1, rdio, micro-system, talheres, vasilhas de plstico portas, janelas,

    roupas, chinelos, ferros de passar roupa, e etc.

    Segundo o catador Edilson Pereira Lima. J achei uma TV vendi por 50 reais,

    um aparelho de som por 30 reais e tambm j vendi bicicleta depois que consertei por 90

    reais. Com dinheiro comprei uma mesa com seis cadeira sendo que eu no tinha na minha

    casa.

    A renda desses catadores suficiente para sobrevivncia, mas diante das

    dificuldades de seu trabalho e por no terem nenhuma segurana, principalmente com relao

    sade, estes deveriam ser mais valorizados por parte do poder pblico. O lixo fonte de

  • 38

    renda para os catadores de Piranhas, atravs da catao que retira sua renda para

    sobrevivncia de sua famlia.

    Estes so os catadores da cidade de Piranhas, sendo que as duas primeiras

    imagens so os catadores que catam nas ruas, na segunda imagem so trs catadores no lixo

    veja a figura abaixo:

    Figura VII Catador de materiais reciclveis na ruas Edilson Pereira Lima

    Fonte: fotografia. Leandra Bencio Pereira 07 out.2011

    Figura VIII Catadora de materiais reciclveis na ruas Marina Dias da Silva

    Fonte: fotografia. Leandra Bencio Pereira 07 out.2011

  • 39

    Figura IX Catadores de materiais reciclveis lixo Jos Poloneo Costa

    Fonte: fotografia. Leandra Bencio Pereira 07out.2011

    Figura X Catadores de materiais reciclveis lixo Joaquim Ambroso de S

    Fonte: fotografia. Leandra Bencio Pereira 07out.2011

  • 40

    Figura XI Catadores de materiais reciclveis lixo ;Valdivino Jos de Sousa.Fonte: fotografia. Leandra Bencio

    Pereira 07out.2011

    Os materiais coletados pelos catadores poderiam ser mais valorizados, porque o

    trabalho mais difcil, isto , a coleta de lixo, so eles que executam. As razes que definem o

    trabalho da catao como alternativa para os trabalhadores que eles possuem uma longa

    permanncia em atividades precrias.

    Os catadores ficam no meio do lixo, locais que geralmente exalam odores

    desagradveis, possuem muitas moscas, ratos e visual degradante. Com a decomposio dos

    resduos orgnicos amontoados, do lixo provm guas superficiais, escurecidas, mal cheirosas

    pela decomposio dos resduos orgnicos.

    Como mostra a figura abaixo:

    Figura XII Lixo exposto ao meio ambiente Fonte: fotografia. Leandra Bencio Pereira 07out.2011

  • 41

    Esses trabalhadores esto sujeitos a riscos, pois sua funo implica doenas de

    pele, acidentes com vidros, que podem perfurar ou at cortar quando so separados,

    principalmente, os alumnios e os metais e ferros, que so bastante speros. O estudo se

    ampliou para a investigao de alguns aspectos relacionados sade dos catadores,

    constatando que os problemas mais comuns entre eles so dores de cabea, presso, dores

    coluna vertebral, alergias e micoses. Eles realizam seus trabalhos sem luvas e botas de

    proteo, como mostra a figura abaixo:

    Figura XIII Prensamento do papelo. Fonte: fotografia. Leandra Bencio Pereira 07 out.2011

    Isso se torna preocupante, ao se pensar que a catao de lixo est entre as

    ocupaes mais perigosa sendo uma profisso desvalorizada. Devido sua associao com o

    lixo, essas pessoas tendem a ser menosprezadas. Mediante as outras pessoas os catadores

    negam qualquer possibilidade de ter tido acidentes. Apenas uma catadora admitiu j ter se

    cortado durante o trabalho. Catadora de lixo nas ruas, Marina Dias da Silva tem 53 anos,

    casada, mora trs pessoas em sua casa, tinham antes profisso de revendedora de enxoval.

    Apenas uma catadora admitiu j ter se cortado durante o trabalho. Maria Dias da

    Silva na disse: um dia fui amassar a latinha com o p e cortei. E quando estava retirando o

    arame farpado e embolando para ser vendido furei minhas mos.

    Apesar de todos os aspectos negativos que a funo de catar lixo traz, os coletores

    dizem que esto satisfeitos com sua funo, mesmo correndo riscos; (riscos de doenas, ms

    condies de trabalho, discriminao social). Jos Poloneo Costa um catador no lixo

    revela: bem melhor trabalhar aqui do na fazenda onde que longe e no posso voltar

  • 42

    todos os dias para minha casa. Assim relata catadora Marina Dias da Silva: melhor

    vender matrias reciclveis mesmo que o comprador paga barato, do que antes eu vendia

    enxoval, s vezes, vendia a prazo, no recebia e assim eu ficava no prejuzo.

    A coleta seletiva das materiais feita pelos moradores da cidade de extrema

    importncia, sendo que contribui para o trabalho dos catadores, evitando que os reciclveis se

    misturem aos outros tipos de lixo, que podem ser infecciosos, podendo causar risco sade

    do catador. A ajuda da populao na separao do lixo, tambm minimiza o tempo de seleo

    das matrias que podem ser recicladas. Algumas pessoas podem colaboram fornecendo as

    matrias reciclveis.

    Os catadores trabalham no perodo diurno e noturno, s vezes no possuem horrio

    fixo para descansar e dormir. Geralmente, os indivduos que trabalham com a coleta de lixo

    reciclvel saem para trabalhar a partir 19hs, porque o fluxo de automveis bem menor, o

    que isso facilita a locomoo nas ruas. Os melhores dias para catao so finais de semanas.

    Segundo Marina Dias da Silva: Quando tem festa saio 07h da noite chego ate 06hhoras da

    manh em casa fico procurando latinhas. J nas ruas, meio de semana, percorro a p,

    empurrando o carrinho fazendo percurso de 24 km por dia. Como mostra a figura abaixo:

    Figura XIV Catadora pecorrendo as ruas Fonte: fotografia. Leandra Bencio Pereira 07 out.2011

    O lixo uma fonte de riquezas. As indstrias de reciclagem produzem papis,

    folhas de alumnio, lminas de borracha, fibras e energia eltrica, gerada com a combusto.

    Alm da renda que adquirem catando lixo, esses trabalhadores tambm ajudam na

    preservao do meio ambiente diminuindo o aspecto visual, evitando entupimento dos bueiros

  • 43

    nas ruas nos perodos de chuvas. Os lixos que vo para o lixo pode ser enterrados causando

    impacto no meio ambiente.

    O destino final do lixo urbano tornou-se um problema srio para a sociedade

    atual. Isso porque o lixo recolhido no pode ser jogado em qualquer local. Muitos materiais

    contm resduos txicos que pem risco a vida das pessoas, plantas e animais e podem

    contaminar o solo e os lenis subterrneos e os plsticos levam muito tempo para se

    decompor tem outros materiais leva tempo indeterminado como vidro e pneu. Sempre que

    transitamos por podemos ver lixo jogado no meio da rua garrafas pet, latinhas e outros

    materiais de difcil decomposio biam em riachos, vermos as sacolas plsticas que aderimos

    uma quantidade enorme das compras dos comrcios levam muito tempo para se decompor

    jogadas em lugares inadequados.

    Apesar dos rgos pblicos e a mdia estarem no perodo da luta pela preservao

    do meio ambiente juntamente com as discusses sobre o aquecimento global, a iniciativa para

    transformar o modelo baseado no combate ao consumismo ainda no concreto.

    Mesmo assim, h uma parcela de pessoas, que vem no lixo uma forma

    ecologicamente correta de ganhar dinheiro catando os materiais reciclveis. O desperdio de

    materiais e a expanso dos produtos descartveis so os principais causadores de acmulo de

    lixo. O trabalho de reciclagem e uma forma de diminuir o uso dos recursos naturais.

    H uma grande importncia em se valorizar o trabalho do catador, e para que isso

    acontea, registra-se a necessidade de ter cooperativismo. A associao dos catadores com

    mesmos objetivos lhes permitem coordenar suas atividades com os rgos sanitrios

    municipais e negociar preos melhores com os intermedirios. Tanto para os catadores de

    ruas, como no lixo, estes seriam o prprio negociante de seus salrios. Assim, necessrio

    um grande incentivo por parte dos governantes em ter uma cooperativa para que algumas

    pessoas no sejam mais beneficiadas do que outras.

    Ultimamente, catadores comearam a se organizar em diversas partes por vrios

    pases para melhorar suas condies de trabalho e por fim o seu direito de cidados atravs de

    movimentos sociais. Em Piranhas necessita ter um cooperativismo, sendo que a unio das

    pessoas faz a fora, para que no possa explorar os catadores da cidade para que eles tenham

    uma renda melhor, no apenas para sobrevivncia, mas para ter uma qualidade de vida

    melhor. A sociedade possa reconhecer os benefcios do trabalho dos catadores das materiais

    reciclveis sendo assim possa contribuir com a coleta seletiva beneficiando a todos os seres

    vivos.

  • 44

    2.2. Aspecto fsico da cidade de Piranhas GO

    O municpio de Piranhas est situado na microrregio de Aragaras que faz parte

    da meso- regio do noroeste do Estado de Gois, o municpio geograficamente se liga ao

    sudeste de Gois. Tem como localidade na regio intertropical entre os paralelos 16 e 17.

    Localiza entre o entroncamento da BR 158, com rodovia GO -060 que liga Goinia, Ipor e

    Piranhas. Limita se com o norte com Bom Jardim de Gois e Arenpolis; ao sul e sudeste com

    Caiapnia. Localiza-se a uma latitude 162537 Sul e a uma longitude 514920 Oeste, e

    possui uma altitude de 389 metros. Sua populao estimada em 11.191 habitantes segundo

    senso 2010 do IBGE, sendo a maioria urbana. A cidade de Piranhas Possui uma rea de

    2054,7 km, foi fundada no ano de 1944. Com a vinda do ministro do interior, Joo Alberto,

    ento presidente da Fundao Brasil Central.

    O Ministro, juntamente com os outros responsveis, veio acompanhar os trabalhos

    que estavam sendo feito pelo pessoal do Rio de Janeiro e a base da Fundao que estava

    sendo construdo em Aragaras, portal da Marcha para o Oeste. Caiapnia, importante posto

    de abastecimento da Fundao Brasil Central que era ligada a Bom Jardim por uma estrada

    bastante acidentada. O ministro Joo Alberto, vendo que era impossvel recuperar a estrada

    em curto espao de tempo e preocupado com as construes civis de Caiapnia e Aragaras

    ,tomou duas importantes decises durante a viagem, uma delas foi autorizar a construo de

    uma estrada em reas mais planas com pilares de concreto nas pontes sobre os rios Piranhas e

    Macacos (divisa de Bom Jardim/Piranhas); tambm autorizou a aquisio de rea prxima ao

    Morro da Mesa, regio rica em Rochas Calcrias para instalar uma indstria calheira.

    Essas construes, inclusive para hospedagem dos operrios, ficaram conhecidas

    como Vila Maria. O acampamento dos trabalhadores foi o primeiro esboo da cidade

    construda em 1945; a infra-estrutura do acampamento contava com mdicos, remdios,

    enfermeiros, radioamador e armazm de secos e molhados. Por isso comeou a atrair os

    fazendeiros da regio que tambm vendiam seus produtos para os trabalhadores. O aumento

    da populao no acampamento fez com que a Fundao Brasil Central providenciasse o

    traado das primeiras ruas, sendo a primeira planta da cidade feita pelo engenheiro Tito. Em

    11 de novembro de 1952, o poder pblico de Caiapnia aprova a Lei Municipal n. 87 que

    eleva o povoado categoria de distrito. Lutaram incansavelmente: Joaquim Teodoro Leite,

    Nascimento Jos da Silva, apelidado Z Dentista e Paraba. Este ltimo j liderando a

    construo do prdio da Prefeitura. Em 14 de outubro de 1953, o distrito de Piranhas foi

    elevado a municpio pela Lei Estadual n 812, desmembrando-se, assim, de Caiapnia, cuja

  • 45

    Comarca passou a constituir Termo. Era governador do estado Pedro Ludovico Teixeira e

    presidente da Fundao Brasil Central, Archimedes Pereira Lima. At de hoje, nos dias

    atuais, a cidade de Piranhas tem ligao com Caiapnia e Goinia.

    Como Piranhas apresentam um clima tropical quente e mido com ndices

    pluviomtrico mdio de 2.900mm por ano com Temperatura media de 24c e minima15c

    mxima e entorno de 35c, nos dias muito quentes pode atingir mais de 40c. A figura 1.

    Mostra a localizao do municpio de Piranhas. A figura 1. Mostra a localizao do municpio

    de Piranhas. (SANTOS, MARIA. 2001).

    Quadro XV: Localizao do municpio de Piranhas-GO.

  • 46

    CONSIDERAES FINAIS

    O lixo tem aumentando cada vez mais e sua quantidade est diretamente ligada ao

    consumo diante ao padro de riqueza influenciado pelo padro cultural. Devido uma produo

    de materiais descartveis uso rpido e depois e jogado fora, esse materiais podem ser

    reaproveitados, reutilizados e reciclados. Por meio da reciclagem os materiais so

    transformados e podem voltar ao estado original e ser um produto igual em todas as suas

    caractersticas voltando ao consumidor.

    A reciclagem algo muito importante na vida, tanto do ser humano como do

    planeta. Como uma fonte de renda, a reciclagem traz benefcios para todos os seres vivos,

    alm de minimizar os impactos ambientais, contribui para uma vida mais saudvel e um ar

    mais puro. Os catadores de lixo so pessoas que ajudam de forma efetiva na preservao dos

    recursos naturais, isso porque catam os materiais reciclveis para obterem sua renda e

    sustentarem toda a sua famlia poupando a matria prima.

    A renda obtida na coleta de matrias reciclveis de Piranhas depende muito da

    influncia dos preos estabelecidos pelo comprador e quantidade o tipo de material coletado

    referente aos valores no mercado. A renda obtida suficiente para subsistncia podendo obter

    um ganho favorvel para sobreviver e no para ter uma vida digna. O trabalho do catador

    muito desvalorizado pela sociedade; as pessoas consideram essa classe como no existente.

    preciso que a populao tenha conhecimento de que a tambm pode contribuir fazendo a

    coleta seletiva uma alternativa que beneficia a si prpria, catadores e todo meio ambiente.

    Para os catadores de rua e do lixo da cidade de Piranhas a sua organizao em

    cooperativas torna-se um modelo de que podem existir solues viveis para problemas

    econmicos, sociais e ambientais, sendo que tenha apoio do poder pblico em geral nas

    esferas da produo a partir da reciclagem mais econmico reduzir uso recursos no

    renovveis, alm de reduzir os custos de controle ambiental e de disposio final do lixo.

  • 47

    Porm, catadores so trabalhadores iguais a todos, trabalham nas ruas e lixes

    coletando os materiais reciclveis sendo, cuja responsabilidade de um servio pblico tem

    uma nescessidade de uma viso poltica mais complexa que promova a interao social na

    busca de solues para os problemas e que incorpore os catadores nos sistemas de coleta

    seletivos municipais governo local. Em Piranhas a grande maioria dos catadores trabalha de

    forma desorganizada, com risco ainda maior de perder o lixo como nica fonte de sua

    sobrevivncia. Possam ser organizado propostas existncia de polticas voltadas para a

    legalizao do trabalho voltadas sua incluso renda e bem social dos catadores materiais

    reciclaveis.

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