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- O Maço e o Cinzel -
O Maço é uma das três jóias móveis, acompanhando na trilogia, o Cinzel e a
Pedra Bruta.
Morfologicamente, não passa de um martelo de proporção maiores,
maçonicamente derivado do malhete.
O Maço e Malhete têm em comum o material e a forma de como são
elaborados, isto é, ambos feitos de madeira, possuindo “testa” e “cabo”. O
malhete é símbolo exclusivo do Venerável Mestre e seus Vigilantes, por
simbolizar a autoridade, o Maço é um instrumento de trabalho do Aprendiz.
Este simboliza a vontade que existe em todos os homens e que precisa ser
canalizada eficientemente para que não se apresente como esforço inútil.
O Maço tem sua origem primitiva no “braço e punho” do ser humano e
expressa um dos primeiros atos de inteligência e por esse motivo é que se diz
que o maço simboliza a inteligência.
Na Maçonaria, o Maço destina-se exclusivamente, ao desbastamento ou
esquadrejamento da Pedra Bruta.
O Maço bate sobre o Cinzel sem provocar faíscas e calor, mas apenas o seu
som característico abafado.
A batida faz com que o Cinzel por sua vez, fira a pedra produzindo energia
propagadora.
Essa energia o Aprendiz também recebe quando é atingindo pelo Cinzel e
Maço impulsionado pelo Grande Arquiteto do Universo.
O Ritual determina dois deveres ao Primeiro Vigilante: Ver se o Templo esta
coberto e verificar se os presentes são maçons.
Para essa verificação ele percorre as Colunas fixando os Maçons e em especial
os Aprendizes dos quais é responsável.
Nesse exame, os seus olhos “desnudam” os Maçons presentes, pondo a vista
às suas pedras e constata se estão devidamente desbastadas; busca nos
Aprendizes examinar em que estado se encontram. Todos, para essa
verificação se põem de pé, com o sinal característico de Aprendiz; com isso o
Primeiro Vigilante constata se os instrumentos simbolicamente demonstrados
através do sinal “gutural” estão em “atividade”, ou seja, se o desbastamento
das Pedras Brutas prossegue.
O Maço representado pelo braço e punho “abre-se” para fazer surgir o
Esquadro, formado pelo polegar e indicador de sua mão direita; o Cinzel é
simbolizado pelo braço esquerdo caído ao lado do corpo.
O Maço é o poder, é a força. O Maço é a Ação.
Se no plano físico, a régua tivesse traçado as linhas e o Cinzel estivesse pronto
para realizá-los na pedra, mas faltasse a força no braço do Obreiro, o trabalho
consciencioso da régua e as qualidades de penetração do Cinzel de nada
serviriam, a obra não seria realizada. O Maço é a impulsão que leva para
frente. O Maço é a energia, a força e a decisão que se fazem necessárias para
que o Aprendiz preserve seu trabalho, não esmorecendo a primeiro revés que
a “pancada” reduza suas ignorâncias e paixões. Quando utilizado de forma
desordenada, o Maço pode se transformar em uma poderosa ferramenta de
destruição, mas seu uso disciplinado o faz um instrumento indispensável.
O Cinzel é um instrumento utilizado para trabalhos que exijam apuro e
precisão, formado por uma haste de metal em que um de seus lados é perfuro-
cortante e o outro apresenta uma cabeça chata própria para receber o impacto
de uma ferramenta contundente.
O nome correto do Cinzel considerando a sua função seria “Escopro”, do
latim “scalprum”, derivando a palavra “esculpir”.
Cinzel é a raiz de “cinzelado”, que significa “trabalhado ou executado com
delicadeza”.
O Cinzel não funciona isoladamente, enquanto o Maço pode assim atuar, se
transformado em instrumento de destruição.
Ao erguer o Maço o Aprendiz já sabe de que esforço necessita para que o
Cinzel cumpra sua tarefa ativa.
O Cinzel recebe o impacto do Maço, dirigindo a força recebida de forma útil e
ordenada, simbolizando o discernimento, a inteligência que dirige a força de
vontade.
O que representa o Cinzel? Corresponde ao 2º Vigilante, porque como este
representa o elemento da Beleza, o Cinzel é o instrumento com que o maçom
cinzela a pedra bruta, nela criando linhas superficiais e molduras para o
embelezamento da construção.
Simbolicamente, modela o espírito e a alma de acordo com os mandamentos
da sabedoria milenar, representa as nossas faculdades morais e espirituais,
subordinadas ao nosso saber e à nossa prudência.
Sem o desenvolvimento dessas forças, o Maçom não poderia dar feição à sua
própria natureza. Esse Cinzel Maçônico deve ter fio e têmpera capazes de um
esforço grande e tenaz, isto é, o Maçom deve ter sentimentos generosos,
mente sã, fé profunda, austeridade e capacidade de sofrimento.
As ferramentas do Aprendiz formam o sagrado triangulo em que a Loja
assenta os seus fundamentos: SABEDORIA que orienta, FORÇA que impele,
e BELEZA que executa.
O Maço(vontade) e o Cinzel (inteligência), por si só não garantem um
trabalho eficiente, mas a associação de ambos nos certifica que Vontade e
Inteligência, Força e Talento, Ciência e Arte, Força física e força intelectual,
quando aplicadas em doses certas, permitem que a pedra bruta se transforme
em pedra polida.
FONTE:
- Revista A Trolha - Os Painéis da Loja de Aprendiz (Rizzardo da Camino)
PESQUISA: Ir José Carlos Lopes