O Maior de Todos Os Acontecimentos

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    O Maior de Todos os Acontecimentospor

    Rev. W. J. Grier, B.A.

    Anlise do que ensinam as Escrituras acerca da Segunda Vinda de Cristo

    PREFCIO DO AUTOR SEXTA EDIOOs captulos deste livro foram, originalmente, artigos escritos para "The IrishEvangelical" (hoje, "The Evangelical Presbyterian"), mensrio que editei pormais de quarenta anos. Tais artigos apareceram nos nmeros de Maro de 1944a Junho de 1945. Depois disso, um grande amigo sugeriu que se facilitasse a suadivulgao em forma de livro. Assim, em Dezembro de 1945 apareceu aprimeira edio da obra.Sou reconhecido a meu colega de escola e meu amigo ao longo de toda a vida, ofalecido Professor N. B. Stonehouse, por suas teis sugestes a propsito dealguns pontos no captulo 15. No texto, mencionei minha gratido a outraspessoas. E, se em qualquer caso deixei de o fazer, apresento sinceras desculpas.Este livrinho alcanou uma circulao superior a todas as minhas esperanas. Asexta edio foi agora publicada por "The Banner of Truth Trust", a cujoministrio tantos so devedores. Est sendo lanada, neste novo formato, comuma prece no sentido de que possa contribuir para avivar a esperana e o anelocom respeito ao "maior de todos os acontecimentos" e graa que nos estsendo trazida na revelao de Jesus Cristo" (I Pedro 1:13).UMA PALAVRINHA DA TRADUTORASempre me preocupou o fim do mundo. Pensava, desde criana: como ser omilnio? Se Jesus estiver reinando na terra, ditar de Jerusalm as leis para o

    Brasil, para a Groenlndia e a Patagnia? Sero as mesmas? Sendo um perodode perfeita justia, no ocorrero crimes, por certo. E os pobres, os aleijados e oshospitais continuaro a existir? Haver morte e nascimentos?Confesso que durante meio sculo ouvi raros sermes acerca do assunto.Nenhum me satisfez.H algum tempo, de maneira estranha, veio-me s mos um livro pequenino,intitulado "The Momentous Event", de W. J. Grier. Li-o quase que de um flego.Respondeu a todas as minhas indagaes. Ou a quase todas. (Claro que nossa

    mente finita no pode abranger o infinito. . .). Ocorreu-me, ento, a idia detraduzir o livrinho. No fosse haver adoecido e o teria feito imediatamente,

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    tamanha a sofreguido. Ento, ca em mim. Como editar a traduo? Nodispunha de um centavo.Resolvi apelar para o meu hbito antigo: conversar com meu Pai. Disse-Lhe queminha inteno era apenas ajudar coraes atormentados como fora o meu. Que

    se fosse para o livrinho trazer confuso s nossas igrejas, eu preferiria rasgar opequeno trabalho. Mas se pudesse contribuir para a edificao de almas, para ofortalecimento da f e da esperana, Ele me inspirasse no sentido de suapublicao, orientando-me para a Editora por Ele mesmo escolhida, e suprisse odinheiro necessrio.O resultado a est. Meu Pai jamais deixou de me orientar a vida.Tenho um pedido a fazer ao leitor: antes de iniciar o livro propriamente dito,leia o seu "Eplogo"; sim?Muito obrigada.CAPTULO IO MAIOR DE TODOS OS ACONTECIMENTOSNo Credo APslico, que nos chegou s mos em sua forma original de meadosdo segundo sculo, a Igreja primitiva afirmou sua crena acerca da segundavinda de Cristo: "Ao terceiro dia, Cristo ressurgiu dos mortos; subiu ao Cu e

    est assentado mo direita de Deus Pai, Todo-Poderoso, de onde h de virpara julgar os vivos e os mortos."Em pessoa O Novo Testamento nos ensina que o Senhor vir em pessoa.Conquanto as Escrituras se refiram a grandes eventos na histria do indivduo(como a morte) e a importantes fatos na histria da Igreja (como oderramamento do Esprito Santo no dia de Pentecostes e a destruio de

    Jerusalm) como sendo manifestaes de Cristo, elas declaram, de formainequvoca, que haver uma volta final, triunfante, do Senhor, acontecimentoesse que se erguer muito acima de qualquer outra manifestao parcial e

    tpica. "O prprio Senhor descer dos cus." (1 Ts. 4:16).Visvel - Est claramente ensinado, no Novo Testamento, que o Senhorvoltar em forma visvel. Sua primeira vinda foi literal e visvel e podemos estarcertos de que a segunda, que tantas vezes quela relacionada nas Escrituras,ser igualmente autntica e visvel. "Esse Jesus, que dentre vs foi recebido emcima no cu, h de vir assim como para o cu o vistes ir." (At 1:11). Sua segundavinda ser to visvel quanto a ascenso. "Ento aparecer no cu o sinal doFilho do homem; e todas as tribos da terra se lamentaro, e vero o Filho dohomem, vindo sobre as nuvens do cu, com poder e grande glria. E Ele

    enviar os seus anjos com grande clangor de trombeta, os quais reuniro os

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    seus escolhidos dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos cus." (Mt24:30,31).O falecido Dr. R. V. Bingham contou quo firmemente apoiava a doutrinacomum de um aparecimento do Senhor s ocultas e um arrebatamento secreto

    dos santos, at que um dia sua esposa lhe pediu um texto bblico que servissede prova a essa crena. Descobriu, ento, ser-lhe impossvel apresent-lo. Habundncia de passagens para provar o contrrio. Claro que, se fosse para serem segredo, no haveria "alarido, voz do arcanjo" nem "a trombeta de Deus" (1Ts. 4:16).Repentino e Inesperado Discorrendo acerca da palavra "apocalipse" ou"revelao" do Senhor, empregada no Novo Testamento com respeito Suasegunda vinda, assinala o Dr. Vos: "a prpria idia de um fato repentino einesperado parece se associar intimamente a essa palavra." como se uma

    cortina fosse descerrada, de repente, e o Senhor da Glria aparecesse. Sua vindaser "como um ladro de noite. Pois que, quando disserem: H paz e segurana,ento lhes sobrevir repentina destruio." (1 Ts. 5:2,3). O prprio Salvadordisse que Sua vinda seria "como o relmpago" (Mt 24.27), igualmente repentinoe universalmente visvel. Ningum a prever e todos O vero ao mesmo tempo.Que advertncia deve constituir esse aviso para os pecadores descuidados eprofessores de religio desatenciosos e displicentes!Em Glria e Triunfo Frequentemente se apresenta no Novo Testamento ocontraste entre os dois aparecimentos de Nosso Senhor. Ele no vir outra vez

    no corpo de Sua humilhao, mas no corpo da Sua glria (Hb 9:28). As nuvenssero a Sua carruagem (Ap 1:7); os anjos, a Sua escolta (2 Ts 1:7); o arcanjo, oSeu arauto (1 Ts. 4:16); os santos, o Seu glorioso cortejo (1 Ts. 3:13). Vir como oRei dos reis e Senhor dos Senhores, triunfante sobre todas as foras do mal (Ap19:11-16).Uma das palavras usuais, no Novo Testamento, para a vinda" de Cristo seriamais propriamente traduzida por "chegada". Os escritores do Novo Testamentoreconheciam, em verdade, que Cristo j tinha vindo, mas a "chegada", averdadeira vinda, a que realmente deveria receber o nome, pertencia ao futuro.

    Tiveram avanado poder de perspectiva para eles o magno acontecimento a vinda do Senhor.Outra palavra para a Sua segunda vinda "a revelao" empregada damesma forma, como se essa e no a primeira fosse a revelao por excelncia.Outro termo usado "o dia" "a noite passada e vem chegando o dia" (Rm13:12). Quando Ele vier, a escurido desaparecer para sempre e haverlibertao, alegria e felicidade para os Seus. Em verdade, Sua segunda vinda descrita como "nossa redeno."

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    Comentando a passagem de Atos 1:11, J. A. Bengel diz, com beleza: "Entre a Suaascenso e a Sua volta nenhum acontecimento intervm que se lhes iguale emimportncia. Portanto, os dois esto unidos. Naturalmente, ento, os apstolosconsideraram o segundo (o dia de Cristo) como muito prximo. E, dada a Suamajestade, justo que, durante todo o espao de tempo entre a Sua ascenso e aSua vinda, seja Ele esperado sempre, ininterruptamente."Foi uma caracterstica dos santos do Velho Testamento a espera da consolaode Israel, a vinda do Messias. Agora, como que "um emblema de todo overdadeiro crente a espera e o desejo de Sua segunda vinda."O Novo Testamento mantm constantemente perante ns esse grandeacontecimento e insiste em para ele nos chamar a ateno, a fim de que nostornemos ativos, zelosos, pacientes, alegres e santificados.

    CAPITULO II"PS", "PR" ou "NO"Ps-Milenismo Os Ps-milenistas ensinam que a segunda vinda de Cristo seseguir ao milnio. Que o reino de Cristo existe agora e gradualmentedistender seus limites atravs da pregao do Evangelho. No fim dadispensao da Graa, haver um perodo de mil anos, em que o Cristianismoprevalecer na terra. O mal, que progredir ao lado do bem at o milnio, ser

    restringido durante aqueles mil anos e Satans ser preso. Ao milnio sucederimediatamente violento surto de maldade e um terrvel conflito ter lugar comas foras do mal, lideradas por Satans. Nesse momento, Cristo voltar,trazendo a ressurreio de todos os mortos e o julgamento final.Pode-se objetar a esse ponto de vista (e percebemos haver fora nessa objeo)que a Bblia no apresenta a perspectiva de um mundo convertido antes davinda do Senhor. No crescero juntos o trigo e o joio at a colheita, no fim domundo? Alm disso, parece no haver harmonia entre a idia de um milnio,em que predominar a justia, e a de, no seu fim, surgir Satans comandando

    hostes dos quatro cantos da terra, para batalhar, multido numerosa como aareia do mar (Ap 20:8). De onde vir tal multido, se no mundo estarprevalecendo a justia?Pr-Milenismo Ensinam os pr-milenistas que a segunda vinda de Cristo noseguir, mas preceder o milnio. A ordem dos acontecimentos, conforme talponto de vista , comumente, assim prevista:1) Um perodo de apostasia precedendo a vinda do Senhor.

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    2) Cristo vir em oculto, ressuscitar os santos, que sero arrebatadosjuntamente com os crentes que estiverem vivos acontecimento geralmentechamado: "arrebatamento secreto".3) Seguir-se- um curto perodo de sete anos, de grande tribulao, durante o

    qual a terra ser governada pelo Anticristo.4) Ento, Cristo aparecer, vindo do cu, s claras. Haver a batalha doArmagedon e Cristo derrotar o Anticristo e as hostes do mal. Isso introduzir oreinado glorioso do Redentor em Jerusalm, onde sero restaurados o templo eo culto sacrificial.5) Findos os mil anos, Satans ser solto, de novo, e provocar uma revoltacontra Deus. Sua derrota esmagadora ser seguida pela ressurreio dos mpiose seu julgamento, e o "estado eterno".H pr-milenistas que no aceitam o esquema acima. No crem, em umarrebatamento secreto. Acreditam que a Igreja passar pela tribulao e estarna terra durante o aparecimento e o reinado do Anticristo. Assim, os queadotam este ltimo ponto de vista rejeitam a idia da vinda, em duas fases,antes do milnio e sustentam que Ele aparecer vista de todos, para levar osSeus santos, esmagar o Anticristo e estabelecer o Seu reino durante mil anos naterra. Tal modo de crer coincide com o mais antigo pr-milenismo, como eracompreendido por alguns "pais" da Igreja primitiva.Faz parte da teoria pr-milenista comum a idia de que, quando esteve na terra,Cristo pretendia estabelecer o reino de Seu pai Davi -seria um reino nacional.Como os judeus se recusaram ao arrependimento, a instituio desse reino foiadiada at a Sua segunda vinda, quando isso acontecer e Ele reinar em

    Jerusalm. Tal teoria sofre objees muito srias. Desafia a afirmao de J:"Nenhum dos teus planos pode ser frustrado" (J 42:2). Insinua haver Jesusoferecido nao dos Judeus um reino terreno, quando tal no se deu. Pelocontrrio, quando quiseram faz-lo rei, Ele a isso se recusou (Jo 6:15), Almdisso, essa teoria apresenta o reino como uma instituio terrena e local, aopasso que o Novo Testamento prega claramente um reino espiritual eterno,

    constitudo de pessoas de todas as naes, tribos e lnguas. Ainda mais: noexplica como santos glorificados e pessoas ainda na carne podero viver juntas,em comunho, durante os mil anos. Em vez de "pessoas ainda na carne",poderamos ter escrito "pecadores ainda na carne" pois, embora se suponha quea justia prevalecer durante o milnio, ao seu trmino Satans dever lideraruma multido, numerosa como a areia do mar, que batalhar, vindo dos quatrocantos da terra (Ap 20:8)!Finalmente, como afirma o Prof. Berkhof, o ponto de vista pr-milenista"procura, erradamente, seu principal ponto de apoio em uma passagem (Ap

    20:1-6) que apresenta uma cena nos cus e no faz qualquer referncia aosJudeus, ou a um reino terreno e nacional, nem terra da Palestina."

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    O ensino comum do Novo Testamento no menciona duas, trs ou at mesmoquatro ressurreies. Refere-se repetidamente ressurreio dos justos einjustos ao mesmo tempo. Fala da vinda do Senhor, trazendo bno aos Seus e,exatamente na mesma ocasio, "destruio" aos mpios. O prprio Salvadorensinou a ressurreio do Seu povo no "ltimo dia" (Jo 6:39, 40, 44, 54; Jo 11:24),exatamente no mesmo "ltimo dia" em que sobrevir o julgamento dos mpios(Jo 12:48).No-Milensmo Os no milenistas acham que os "Ps" e os "pr-milenistas"se tm enganado ao interpretar o captulo 20 do Apocalipse, dele deduzindoque haver mil anos de bem-aventurana aqui na terra. Julgam, principalmente,errarem os pr-milenistas ao prever unia poca na qual milhares de pessoas querejeitaram a Cristo e sobreviveram tribulao e ao advento compartilharodaquela bem-aventurana. Alguns Ps-milenistas, como o Dr. B. B. Warfield,concordam com a interpretao dada plos no milenistas a esse captulo do

    Apocalipse. Baseando-se, contudo, em outros trechos das Escrituras, prevemuma poca urea, antes da vinda de Cristo.O no milenista no encontra nas Escrituras base para um milnio antes davinda do Senhor e assegura que a possibilidade de vir a ocorrer depois da Suavinda excluda pelo ensino do Novo Testamento.Concorda ele com o ponto de vista "pr" de que o mundo no ser convertidoantes da segunda vinda, pela pregao do Evangelho, ao passo que aceita aopinio "Ps" de que essa vinda trar consigo o fim do mundo, o juzo final e o

    estado eterno.A sequncia dos acontecimentos, de acordo com os no milenistas, a seguinte:I A segunda vinda ser precedida por uma generalizada aPsasia da fverdadeira, que atingir o clmax com o aparecimento do Anticristo.II Essa ltima rebelio contra Cristo ser por Ele vencida, com o Seuaparecimento em pessoa, quando vir do cu buscar para Si mesmo o Seu povo,ressuscitando os crentes mortos e transformando os que estiverem vivos. III

    Quando Ele vier, os mpios mortos tambm sero ressuscitados, parajulgamento. A terra e tudo o que nela existe sero consumidos por fogo (IIPedro 3) e surgiro um novo cu e uma nova terra em que s habitar a-justia. Esses trs pontos de vista, ou melhor, essas trs interpretaes das Escriturastm sido sustentadas por homens santificados. O ponto de vista "a-milenista" substancialmente defendido por Dr. T. T. Shields, de Toronto. O "Ps-milenista"tem sido largamente adotado por telogos ortodoxos, entre os quais JohnBunyan e Dr. B. B. Warfield e o "pr-milenista", conquanto nunca tenha sido toamplamente sustentado a ponto de assegurar um lugar entre as grandes

    doutrinas da Igreja, tem entre os seus adeptos homens consagrados comoAndrew Bonar.

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    CAPITULO IIIOS PAIS E O MILNIODr. Charles Feinberg, um dos mais recentes advogados do pr-milenismo,assegura ser fato admitido que "durante os trs primeiros sculos a Igreja toda,quase que como uma s pessoa, era pr-milenista."Os escritos da Igreja primitiva foram traduzidos e qualquer leitor pode teracesso a eles e verificar, por si mesmo, se foi realmente assim. Ser-nos-interessante saber o que ensinavam os homens do tempo mais prximo dosapstolos, nos dias da pureza da Igreja primitiva homens como Clemente deRoma, considerado por alguns como sendo o companheiro do apstolo Paulocitado em Filipenses 4:3, e Polycarpo de Smyrna, discpulo do apstolo Joo quedizia ter convivido com pessoas que tinham visto o Senhor.

    A primeira Epstola de Clemente , algumas vezes, datada at do ano 90. Outrosjulgam tenha sido escrita em 97. Foi tida em grande considerao nos temposantigos, alis, merecidamente. Clemente menciona a segunda vinda de Cristo euma ressurreio futura. No faz, porm, a menor aluso a duas ressurreiesou a uma ressurreio dos justos apenas ou, ainda, a um reino de mil anos aquina terra.A chamada segunda Epstola de Clemente foi escrita, provavelmente, entre osanos 120-140. Faz referncia segunda vinda de Cristo, ressurreio, ao juzoe vida eterna, mas no diz uma palavra sequer sobre milnio na terra. O reinode que trata no desta terra nem deste tempo. Nele, as promessas seroplenamente cumpridas coisas que o olho no viu, nem o ouvido ouviu, nempenetraram no corao do homem. Polycarpo escreve (cerca do ano 110 danossa era) a respeito de Cristo da seguinte maneka: "A Ele esto sujeitas todasas coisas no cu e na terra. A Ele serve todo esprito. Vem como Juiz dos vivos edos mortos. Seu sangue ser requerido por Deus daqueles que nEle no crem.Mas Aquele que O ressuscitou dos mortos nos ressuscitar tambm." Polycarpoparece esperar um Juzo geral, quando Cristo voltar. No usa de uma s palavracom respeito a um reino milenrio na terra. Incio, de cuja pena temos muitascartas, escritas s vsperas de sua morte na arena em Roma, estava absorvidopela perspectiva gloriosa de morrer como mrtir. Escreve: "Estes so os ltimostempos". No diz, no entanto, cousa alguma acerca dos acontecimentos finais.Como quer que seja, Dr. Feinberg no encontra em Incio o menor apoio.O "Didache" ou "Ensino dos Doze Apstolos" um manual da Igreja, que foipreparado bem no princpio do segundo sculo. Damos a seguir o que diz, no16. captulo, sobre o fim do mundo:"Estai alertas. No permitais que vossas lmpadas se apaguem, nem estejamdesatados vossos cintos, mas permanecei prontos, pois no sabeis a hora em

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    que o Senhor vir . . . Nos ltimos dias multiplicar-se-o os falsos profetas e osassoladores. . . . quando a impiedade aumentar, eles odiaro e perse-guiro eum ao outro entregar. Ento, aparecer o enganador do mundo, apresentando-se como Filho de Deus, e far sinais e maravilhas, e a terra lhe ser entregue. Ecometer iniquidades como jamais houve desde o comeo do mundo."Ento, a humanidade entrar no fogo da tribulao e muitos se escandalizaroe perecero. Mas aqueles que perseverarem na f sero salvos, apesar datribulao."Depois, aparecer o sinal da verdade; primeiro, o sinal dos cus abertos;depois, a voz da trombeta e, em seguida, a ressurreio dos mortos. No detodos, porm, como foi dito: "O Senhor vir e todos os Seus santos com Ele.Ento, o mundo ver o Senhor vindo sobre as nuvens do cu."Esse trecho ensina a vinda de um Anticristo pessoal, nele chamado "oenganador do mundo." As provaes que ele trar no sero apenas para os

    Judeus ou os "santos em tribulao", conforme geralmente afirmam os pr-milenistas, mas para toda a raa humana. E no existe, absolutamente, a menorindicao de uin "arrebatamento secreto" antes do incio desse perodo.Insiste-se, todavia, em que aparece a, no "Didache" uma distiBo entre aressurreio de santos e a de mpios e os pr-mileuistas se apressam a inserir osseus mil anos entre as duas. Enganam-se, contudo, na interpretao. A verdade que a ressurreio dos santos o ltimo sinal precedendo a vinda do Senhor.

    Outros, alm dos pr-milenistas, podem concordar com essa forma deexpresso. O no-milenista Dr. Vos, na sua "Es-catologia Paulina", comentandoI Cor. 15:23, 24, diz "deve-se presumir que pelo menos um intervalo breve terde se verificar entre a ressurreio dos santos e "o fim". No obstante, logo aseguir, ele insiste em que isso no autoriza, de forma alguma, o perodo"arredondado" de mil anos.O "Didache" no faz qualquer aluso a um milnio na terra. Parece claro que seo seu autor tivesse crido nisso, o teria dito. Quem, algum dia, encontrou umpr-milenista que conseguisse deixar de se referir ao assunto? um ponto de

    relevante importncia em sua crena e ele se sente coagido a mencion-lo.A Epstola de Baraab foi escrita na primeira metade do segundo sculo. Temsido citada como pr-milenista. A passagem que vamos transcrever noconfirma tal alegao:"O Senhor julgar o mundo sem acepo de pessoas. Cada um recebersegundo o que houver feito: se for justo, sua justia o preceder; se inquo,encontrar a recompensa da sua iniquidade." Isso d impresso de um

    julgamento geral. Isto tambm: "VerU o dia em que todas as cousas perecero

    com o Maligno. O Senhor est prximo, trazendo a Sua recompensa." Insiste,

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    ainda, com os seus leitores no sentido de procurar saber o que Deus requerdeles e "faz-lo, de forma a estarem seguros, no dia do Juzo." O esquema histrico de Bamab foi moldado pelo da semana da Criao,constante do captulo 1. do Gnesis. A expresso: "E terminou em seis dias"

    significa, diz ele, que "Deus terminar todas as cousas em seis mil anos. Aspalavras: "Descansou no dia stimo" contm o significado proftico de quequando Cristo voltar "destruir o tempo dos maus e julgar os mpios e mudaro sol e a lua e as estrelas. Ento, realmente descansar no stimo dia."Os pr-milenistas consideram esse stimo dia o milnio, mas estar algum delesdisPso a admitir que o milnio introduzido pelo julgamento dos mpios,segundo afirma Barnab com respeito ao stimo dia? De acordo com a Epstolade Barnab, o stimo dia no chegar antes de que "no haja mais impiedade, etodas as cousas se tenham tornado novas." O oitavo dia "o princpio de um

    novo mundo." Contudo, toda a distino entre o stimo e o oitavo dias parecedesaparecer, quando Barnab declara que Deus, ao dar descanso a todas ascousas (o que acontece no dia stimo), "faz comear o oitavo dia, isto , oprincpio de um novo mundo."Um fato, de qualquer forma, est bastante claro: Barnab no admite apossibilidade de um milnio na terra, durante o qual homens no regeneradosvivero sob o reinado de Cristo. evidente, outrossim, sustentar ele, comotodos os da sua poca, que os Cristos e no os Judeus so os herdeiros doconcerto. Curioso observar que o Prof. D. H. Kromminga, um pr-milenista,

    diz poder-se presumir ter sido Barnab o que hoje chamamos um "a-milenista."A Epstola a Diognetus bela e pequenina fala de um reino futuro, mas nocu, e que ser dado aos que amam a Cristo.Em sua Histria Eclesistica, Eusbio, o culto historiador do 4. sculo, se referea uma tradio narrada por um escritor eclesistico de alto coturno, chamadoHegesippus. Essa tradio diz respeito a dois membros "da famlia de NossoSenhor, aetos de Judas, Seu irmo." Contava-se que eram da famlia de Davi e orumor-da existncia de descendentes da famlia real-alarmou o Imperador

    Domicino (A.D. 81-96). Foram levados a sua presena e ele lhes perguntou seeram da raa de Davi e quais as propriedades e de que dinheiro dispunham.Embora da linhagem real, tinham apenas um terreno de 39 acres(aproximadamente 16 hectares). Mostraram-lhe as mos calejadas, como provado seu trabalho. Quando inquiridos a respeito do reino de Cristo, em que pocae onde deveria surgir, responderam "que no seria um reino terreno outemporal, mas celestial e anglico; que apareceria no fim do mundo quando,vindo em glria, Ele julgaria os vivos e os mortos e daria a cada um conforme assuas obras." Esses dois ilustres personagens do fim do primeiro sculo nocriam, bvio, em um milnio na terra.

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    Na primeira metade do segundo sculo, h, realmente, apenas dois escritoresque podemos apontar, com alguma segurana, como crendo num futuro reinode Cristo na terra por mil anos Papias e Justino, o Mrtir. Houve, tambm,sem dvida, o herege Cerinthus.A Ireneu e Eusbio devemos alguns fragmentos do que escreveu Papias. Eledescreve, em linguagem extravagante, a fertilidade da terra (dez mil por um)durante o milnio. Diz Eusbio que Papias narrou "algumas parbolasestranhas de Nosso Senhor e da Sua doutrina e algumas outras cousasdemasiado fabulosas. Nesses escritos, Papias afirma que haveria um certomilnio depois da ressurreio, e, durante esse perodo, um reino de Cristo empessoa aqui mesmo, na terra, cousas essas que parece haver imaginado, como setivessem sido autorizadas pelas narraes aPslicas, no as tendocompreendido corretamente. . . pois tem uma capacidade de entendimentomuito limitada, conforme se verifica plos seus discursos." Eusbio, ao que

    parece, no tem em grande considerao o pr-milenismo de Papias. Foi devidoa Papias, segundo Eusbio, que Ireneu e muitos outros "foram arrastados a umaopinio semelhante."Quando Justlno, o Mrtir, est se referindo ao reino esperado plos Cristos,nega tratar-se de um reino humano: ; "Pensais que falamos de um reinohumano, quando nos referi ms quele que est com Deus." Justino trata de um

    julgamento geral, na segunda vinda de Cristo, quando "a morte deixar, parasempre, aqueles que crem nEle e desaparecer; quando alguns sero julgados econdenados ao castigo eterno do fogo, mas outros passaro a viver livres do

    sofrimento, da corrupo, da mgoa.e em imortalidade."Lendo tais afirmaes, seria natural supor-se no haver nos ensinamentos de

    Justino lugar para um milnio na terra. Incongruentemente, entretanto, ele diz,em outro trecho, que haver uma ressurreio dos mortos e mil anos em

    Jerusalm, cidade essa que ser, ento, construda em maiores propores eadornada e "depois disso, tero lugar a ressurreio geral e o julgamento detodos os homens para a eternidade." No milnio de Justino no haveria,absolutamente, lugar especial para os Judeus, pois afirma, repetidamente,serem os Cristos "a verdadeira raa Israelita." Diz-nos, ainda, que ele e outros,

    os quais "em tudo pensam acertadamente, sustentam essa noo de ummilnio." Admite, porm: "muitos que professam uma f piedosa e pura e soverdadeiramente Cristos pensam de outra forma."Papias e Justino so, portanto, os nicos, de todos os escritores da primeirametade do segundo sculo, que podem, com alguma propriedade, serapontados como pr-milenistas. E Justino decididamente contraditrio.Outros, por suas declaraes, excluem terminantemente essa doutrina. Os doisprimeiros volumes dos "PAIS", na Biblioteca Ante-Nicia, contm 950 pginas,porm os ndices citam apenas dois nomes sob o ttulo "Milnio". Trata-se dos

    escritos de Papias e Justino.

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    Passemos, agora, dos Pais APslicos para a Antiga Igreja Catlica (A.D. 150-250). Esse o perodo chamado, por dr. Shedd, "a era do desabrochar domilenismo." Ele assegura, porm, que mesmo naquela poca a idia "no seajusta f catlica, conforme est consubstanciada no seu Credo." O CredoAPslico, em sua forma primitiva, nos veio daquele tempo e, de conformidadecom seus dizeres, no h o estabelecimento corpreo de Cristo na terra depoisde sua ascenso s alturas, at que deixe o Seu lugar junto ao Pai e venhadiretamente "de l" para o Juzo Final.Ireneu (cerca do A.D. 180) ensinou a respeito de um milnio na terra, mas ummilnio cujos benefcios seriam exclusivamente para os salvos e no qual noteriam participao os mpios e os no regenerados. Faz referncia a opositoresde suas idias mi-lenistas, os quais eram da f catlica.Os Montanistas, uma das seitas mais fanticas, floresceram no fim do segundo e

    no incio do terceiro sculo. Pregavam a prxima chegada do reino milenrio.Uma de suas profetisas principais, Maximilla, disse: "Aps mira no havermais profecia, mas somente o fim do mundo." A Nova Jerusalm deveria descerna aldeia de Pepuza, na Frigia. Eles, os Montanistas, foram os mais ardorosospr-milenistas na Igreja antiga e difundiram largamente esse ponto de vista.Caio de Roma atacou os Montanistas e chegou ao ponto de atribuir a origem dopr-milenismo ao herege Cerinthus!Hippolytus, o mais culto membro da Igreja de Roma no princpio do terceiro

    sculo, tambm se ops aos Montanistas. Escreveu um tratado acerca doAnticristo "Como ele provocar tribulao e perseguio contra os santos." AIgreja sofrer tribulao sob o domnio do Anticristo, de acordo com o que dizHippolytus e, "finalmente, aproximando-se a consumao de todo o mundo,que restar, seno a vinda de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo dos cus,Aquele que temos desejado, e que trar o justo juzo sobre todos os que se tmnegado a crer nEle." Quando Cristo vier, diz Hippolytus, tudo o que terrenoser desfeito "para que possa surgir o reino eterno e indestrutvel dos santos".Quando Ele vier, destruir seus inimigos, e dar o reino eterno aos Seus santos.Em vista de tal linguagem, no se pode classificar Hippolytus como pr-

    milenista.O terceiro sculo distinguiu-se por uma oposio firme e decidida crena emum milnio aqui na terra. Orgenes pugnou contra essa idia. Seus argumentos,afinal, obtiveram vitria completa. Lactando foi o nico homem digno de nota,no quar to sculo, que ainda admitiu o milnio. Atanasio, o grande defensor dadoutrina da divindade de Cristo, contra os Arianos, fala de Cristo vindo a julgaro mundo: os bons recebero, ento, o reino celestial e os maus sero lanados nofogo eterno. Essa a sua singela declarao com respeito doutrina da volta doSenhor.

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    Agostinho, um dos maiores homens da Igreja Crist d todos os tempos, viveude 354 a 430 A.D, A princpio, adotou o "pr-milenismo". Abandonou-o,todavia, considerando-o como uma idia "carnal","Agostinho", diz S. J. Case "abateu" to eficientemente o fantasma do (pr)

    milenismo, que durante sculos o assunto foi praticamente desconhecido.CAPTULO IVOS REFORMADORES E O MILNIOAo comentar o captulo 20 do Apocalipse, Agostinho explicou o fato de Satansser atado como o cumprimento das palavras de Jesus: "Como pode algumentrar na casa do valente e saquear seus bens, se primeiro no manietar ovalente?" Ele considerava o reinado dos santos com Cristo como um fato atual,presente. Sua interpretao foi mui largamente aceita pela Igreja, durante ossculos seguintes.Pondera dr. Shedd que durante a Idade Mdia dificilmente se pode descobrir aexistncia de milenismo como doutrina. Ao se aproximar o ano 1.000,generalizou-se (citamos Shedd) ura "temor indefinido e certa tenso entre asmassas ante a idia de que aquele ano seria o da segunda vinda do Senhor." Issono se deveu a qualquer crena em pr-milenismo, mas noo largamentedifundida de que os mil anos citados no captulo 20 do Apocalipse haviamcomeado com o nascimento de Cristo, sendo o estabelecimento da Igreja Cristconsiderado como a "primeira ressurreio." Por esse motivo, esperava-se que oano 1.000 trouxesse o fecho da Histria. Passou-se o ano e os que tinham jogadofora seus tesouros e abandonado propriedades como cousas sem qualquer valorpassaram ao extremo oPso. Puseram-se a construir em grandes propores,como se este mundo fosse durar eternamente.Quando ocorreu a Reforma, de novo surgiu o milenismo. Passou a fazer parteda teologia dos violentos Anabatistas. Os Reformadores opuseram-sefirmemente ao ensino dessa seita. A Confisso de Augsburgo, preparada porMelancthon, aprovada por Lutero e submetida ao Imperador e aos regentes da

    Alema nh como a Confisso da F Protestante, condenou o milenismo como"uma opinio judaica", rejeitando-a, bem como a outra doutrina anabatista deum castigo futuro limitado.A "Confisso de Eduardo VI" da Inglaterra, da qual foram, mais tarde,condensados os 39 Artigos, tambm condena o milenismo, nos seguintestermos: "Os que tentam reviver a fbula do milnio se opem s SagradasEscrituras, atirando-se imprudentemente aos absurdos judaicos."Calvino demonstra desprezo pelas idias pr-milenistas, ao dizer, no captulo

    acerca da "Ressurreio Final", nos seus "Institutos", que Satans tem tentadocorromper a doutrina da ressurreio dos mortos usando vrias fices. E

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    acrescenta: "No preciso mencionar que comeou a se opor a ela j nos dias dePaulo; no muito depois, fez surgirem os Milenistas, que limitaram o reino deCristo a mil anos. Essa fico demasiado pueril para exigir ou merecerrefutao."A "Confisso Belga", amplamente adotada na Holanda, na Blgica e naAlemanha, preserva a doutrina da segunda vinda de Cristo pelo ensino de queo seu tempo desconhecido de todos os seres criados e s ocorrer quandoestiver completo o nmero dos eleitos. Isso protege contra uma das piorescaractersticas do pr-milenismo, a saber, que haver salvao depois da voltade Cristo aos Seus.A "Segunda Confisso Helvtica", adotada na Suia, Esccia, Hungria, Frana,Polnia e Bomia, diz, em linguagem muito forte: "Rejeitamos os sonhos

    judaicos de que antes do Dia do Juzo haver uma idade urea na terra, e que os

    santos tomaro posse dos reinos do mundo, depois de terem sido subjugados osseus inimigos, os mpios." A Confisso prossegue, citando as Escrituras contratais "fantasias judaicas".Em verdade, quando, durante a Reforma, os homens voltaram Palavra deDeus, l no encontraram milenismo.Em ltimo lugar, consultemos o Catecismo Maior dos Telogos de Westminster:"Cremos que no ltimo dia haver uma ressurreio geral dos mortos, tanto dos

    justos como dos maus, quando os que estiverem vivos sero transformadosnum momento e os mesmos corpos dos mortos que estiverem nos tmulossero reunidos s suas almas para sempre, ressuscitados pelo poder de Cristo.Os corpos dos justos, pelo Esprito de Cristo e pela virtude da Sua ressurreiocomo Cabea deles, sero erguidos em poder espirituais, incorruptveis etornados semelhantes ao Seu corpo glorioso; e os corpos dos mpios seroressuscitados em deshonra, por Ele, como um Juiz ofendido."Imediatamente aps a ressurreio haver o julgamento geral e final de anjos ehomens. Esse um dia e essa, uma hora inteiramente desconhecidos dos

    homens, para que todos vigiem e orem, e estejam sempre preparados para avinda do Senhor." (ResPsas, 87 e 88)."Os Telogos de Westminster apoiam essa declarao com uma convincenterelao de provas escriturstcas,A posio histrica Protestante no milenista. Pelo contrrio, insiste em que asegunda vinda de Cristo ser o sinal para o julgamento geral e final.

    CAPTULO VINTERPRETAO DA PROFECIA DO ANTIGO TESTAMENTO

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    Um profeta era cheio de autoridade e infalvel ao ensinar a vontade de Deus. Aidia generalizada de ser o profeta algum que predizia o futuro incorreta. verdade que fazia previses de fatos ainda por acontecer mas isso, algumasvezes, constitua uma parte relativamente pequena do seu trabalho. O profetafalava como intrprete de Deus e no seu falar havia lies de verdade e deveres,de f e esperana para o presente, interpretao do passado, bem como prediodo futuro. Facilmente o comprovamos, quando estudamos os livros de Osias,

    Jeremias, Ezequiel, ou qualquer outro dos profetas. Mas, no presente estudo,estamos considerando a palavra "profecia" na sua significao mais limitada, ouseja: predio do futuro.No captulo II, observamos que os Ps-rnilenistas, que esperam por um mundo convertido antes da vinda do Senhor (

    justo assinalar muitos "Ps" no o fazem) no esto eraterreno firme. Vimos, tambm, que a suposio dos pr-mile-nistas de que haver um milnio de bm-aventurana terrena,aps a vinda de Cristo, totalmente excluda do Novo Testamento. Os defensores deste ltimo ponto de vista (a saber, ospr-milenistas) sentem-se em posio muito forte, quando apelam para o Antigo Testamento. Por outro lado, o grande especialista no Antigo Testamento, Prof. Robert Dick Wilson, dePrinceton, costumava dizer a alguns de seus alunos, entre osquais se contou o autor, que as profecias do Velho Testamento,

    em vez de favorecerem a crena dos pr-milenistas, so forte

    argumento contra ela.Foi um estudo meticuloso das profecias do Velho Testamento, particularmentede algumas partes do livro de Ezequiel (junto com um repetido estudo dasEscrituras do Novo Testamento sobre a segunda vinda), que forou este autor aabandonar a crena pr-milenista.Os pr-milenistas geralmente se apegam muito letra, na interpretao daprofecia do Antigo Testamento. E deduzem que o Senhor Jesus, visivelmente,em pessoa e em um trono em Jerusalm, remar sobre o povo de Israel,

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    restaurado na Palestina. Seu reino se estender sobre as naes Gentias, com osJudeus, entretanto, acima dos outros povos (Isaas 60:1-22), Acontecer, porm,que a obedincia das naes a Cristo ser simulada. Durante aquele perodo, aspessoas, que tero corpos mortais, vivero em casas, comero de vinhas, terofilhos, sero sujeitas a doenas e morte, embora no tanto como agora (Is.65:20, 21). O templo ser restaurado com as suas cerimnias e sacrifciossangrentos como ofertas pelo pecado, para expiao das culpas do povo (Ezeq.45:17). Os sacerdotes do templo ensinaro ao povo a diferena entre as coisaslimpas e as impuras (Ezeq. 44:23). As tribos da.terra subiro todos os anos a

    Jerusalm, para comemorar a festa dos tabernculos. Cristo entrar no templopelo porto oriental, enquanto os sacerdotes estaro preparando as Suas ofertasqueimadas e as ofertas de paz (Ezeq. 46:2). E de novo ser praticada acircunciso, sob o Seu reinado (Ezeq. 44:9)1A prpria profecia do Velho Testamento contm uma advertncia contra tal

    literalismo. Deus disse que falaria aos profetas do Antigo Testamento emsonhos e vises e em palavras obscuras (Num. 12:6-8, Osias 12:10). Assim,devemos estar preparados para a leitura de linguagem figurada e enigmtica.At a primeira profecia (Gn. 3:15) est encoberta por uma forma velada emisteriosa. Emprega figuras de linguagem. Conforme disse Lutero:"Compreende e abrange tudo o que h de nobre e glorioso nas Escrturas," Falade vitria sobre a serpente, usando do smbolo de se lhe esmagar a cabea.Isaas fala da sua runa, figurando-a como tendo p por alimento e a criancinhapondo a mo na sua cova. Joo retrata Satans (a "mesma serpente) como ligadocom uma corrente. Gnesis, Isaas e o Apocalipse dizem a mesma cousa e nosapresentam uma gloriosa verdade mediante o uso dessas imagens.Existe outra profecia antiga, que diz: "O Senhor alargar a Jaf; e habitar nastendas de Sem; e Cana lhe ser por.serva," (Gn. 9:27). Quem habitar nastendas de Sem? Deus ou Jaf? Se o texto se refere a Jaf, ele habitar nas "tendasde Sem" como conquistador, sdito ou amigo? E de quem ser Can serva, de

    Jaf ou de Sem?Em ltima anlise, o habitar nas tendas de Sem se refere ao recebimento dosGentios, bem como dos Judeus, ao aprisco do Senhor. A linguagem figurada e

    um literalismo crasso desviaria completamente o intrprete.Quando Ezequiel fala do povo regressando sua prpria terra, d a perceberque no devemos interpretar essa restaurao no seu sentido literal, pois diz:"Davi, meu servo, reinar sobre eles." (37:24). Se tomarmos o assuntoliteralmente, ento Davi dever ressuscitar dos mortos para apascentar toda acasa d Israel e sobre ela reinar Davi e no Cristo. No fica bem aosliteralistas dizer que Davi, aqui, o divino Davi, i.e,, Cristo. Devem mantercoerncia no seu literalismo.Qualquer pessoa que se der ao trabalho de estudar as medidas dadas porEzequiel para o templo restaurado, e a cidade, e as divises de terras entre as

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    tribos, chegar concluso de que no se adaptam Palestina, absolutamente.E, tomadas no seu sentido literal, envolvero a anomalia de gua jorrando paracima. No satisfaz o se poder dizer, em resPsa, que todas as cousas sopossveis a Deus.. Em Sua Palavra, repetidamente, Ele nos conduz crena emcoisas que esto acima da razo,, mas jamais em coisas contrrias razo.Nos captulos 38 e 39, Ezequiel fala de Gog, com todas as suas hordas e umamultido subindo com ele contra Israel e cobrindo a terra como uma nuvem. completamente derrotado. Israel leva sete anos para queimar a madeira de suasarmas. Todos os Israelitas se empregam durante sete meses em enterrar osmortos. Tomando isso literalmente e fazendo-se um clculo bastante modesto,deveria haver 360.000.000 de cadveres. Pensemos, ento, nos vaporespestilentos que emanariam de tal amontoado, no mau cheiro, sob o sol dooriente, enquanto to grande nmero de mortos estivesse insepulto! Conformediz o Dr. Patrick Fairbairn: "Quem resistiria, quem poderia viver ali? Isso

    desafia todas as leis na natureza.. . Insistir em que tal descrio possa sercompreendida de acordo com a letra o que faz nivel-la s fantasias maisextravagantes de novela ou s mais absurdas lendas do Papismo."Os nmeros "sete anos" e "sete meses" so, sem dvida alguma, simblicos; sete o nmero da perfeio e o que se quer destacar no texto a total, completaderrota da multido dos inimigos do povo de Deus.Quando Isaas nos diz; "a casa do Senhor ser estabelecida no cume dos montese se exalar por cima dos outeiros", uma interpretao literal levaria

    suposio de que a colina do templo em Jerusalm ser tornada mais alta que ospicos do Himalaia. Todavia, a explicao simples: a elevao j se verificou, hmuito quando Cristo apareceu em carne e a glria do templo ao qual Eleveio cresceu por tal fornia que toda a grandeza do mundo se tomouinsignificante, se a Ele comparada (Veja-se Ageu 2:9).Os literalistas, muitas vezes, atribuem grande importncia s assim ditasincondicionais promessas da terra a Israel, para sempre, e da restituio dotrono linhagem de Davi. Deveriam lembrar-se, no entanto, de que Deus dissea uma gerao de Israel, com respeito posse da terra: "No vero a terra de

    que a seus pais jurei." (Num. 14:23. Ver tambm I Samuel 2:30). De fato, comodiz Fairbairn, s se poderia esperar o cumprimento das promessas, se a Igreja(do Velho ou do Novo Testamento) fosse fiel ao seu chamado (Ver Jerem.18:9,10). Se ocorresse o contrrio, ento Israel se tornaria em "prncipes deSodoma e povo de Gomorra" (Isaas 1:10) e "filhos dos etopes" (Amos 9:7).Quanto promessa de que no faltaria um homem de sua linhagem para seassentar no seu trono, Davi sabia perfeitamente estar ela sujeita a determinadacondio. Tanto assim que, no leito de morte, ele citou as palavras que lhehaviam sido ditas pelo Senhor: "Se teus filhos guardarem o seu caminho paraandarem perante a rainha face fielmente, com todo o seu corao e com toda a

    sua alma, nunca, disse, te faltar sucessor ao trono de Israel." (I Reis 2:4).

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    Houve profecias do Antigo Testamento que se cumpriram risca na primeiravinda de Cristo. Outras que descreviam Suas orelhas como sendo furadas,Ele afundando em guas profundas, ces andando ao Seu redor e Sua vozsendo ouvida atravs de chifres de unicrnios no foram cumpridas. Oliteralista deve sustentar que tais profecias devero ter cumprimento e que oSenhor ainda ter de sofrer novas humilhaes.Temos demonstrado que a interpretao literal da profecia do AntigoTestamento leva extravagncia e ao absurdo. Mostraremos, agora, queconduz, tambm, prpria contradio. Ezequiel diz quatro vezes que, no diaem que Israel for restaurado, o ofcio de sacerdcio ser reservado aos filhos deZadoque, apenas (40:46; 43:19, 44:15 e 48:11). Jeremias declara que ento todosos Levitas sero sacerdotes (33:18), enquanto que Isaas afirma que Deuslevantar sacerdotes e levitas de todas as naes (66:20,21). Como poderoexplicar isso os que se atm exclusivamente letra?A interpretao literal no faz apenas que um profeta do Antigo Testamentocontradiga outro, mas leva o Antigo Testamento a contradizer o Novo. Ezequielfala do templo reconstrudo e de sacrifcios pelo pecado. De conformidade comos pr-mi-lenistas, haver sacrifcios, outra vez, durante o milnio. As "NotasScofield" (v. nota abaixo) dizem: "Sem dvida, esses sacrifcios sero "inmemoriam", i.e., unicamente comemorativos do grande sacrifcio de Cristo nacruz." Isso inaceitvel, porm, uma vez que Ezequiel os qualifica como"ofertas pelo pecado" e os descreve como "expiatrios". Ora, o Novo Testamentoinsiste em que todo o sistema de cerimnias carnais est abolido, em vista de

    sua inutilidade. Os estatutos e ritos foram para sempre pregados na cruz deCristo. Da lei cerimonial e dos sacrifcios podemos dizer com Martinho Lutero:"Como Moiss, esto mortos e enterrados e que nenhum homem saiba onde seencontram." "Um templo onde houvesse o ritual de holocaustos, agora, seriaa mais ousada negao do todo-suficiente sacrifcio de Cristo e da eficcia doSeu sangue para expiao. Aquele que dantes oferecia sacrifcios confessava oMessias. Quem o fizesse agora O negaria, solene e sacrilegamente." ("AEstrutura da Profecia", de Douglas, citada na obra "Ezequiel", de Fairbairn).Podemos acrescentar que, quando Jesus disse: "A hora vem e agora quandonem neste monte nem em Jerusalm adorareis o Pai", Ele determinou o

    desaparecimento total, e para sempre, de todo culto meramente localizado.Se o leitor ainda se sente perturbado porque as profecias de reconstruo dotemplo e de restaurao terra parecem, de fato, dever ser interpretadasliteralmente, faa a si mesmo a seguinte pergunta: Se os profetas se tivessemreferido Igreja do Novo Testamento sem empregar imagens de Israel deantigamente, mas em termos da graa e da verdade neo-testa-mentrias, teriamsido compreendidos? Se houvessem proclamado as glrias do povo de Cristo,no mediante os smbolos da terra, do templo e dos sacrifcios, mas na riqueza eplenitude da linguagem do Novo Testamento, nada teriam transmitido.

    Nenhuma mensagem teriam levado aos santos daquela poca, pois nopoderiam suportar tal excesso de luz.

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    Lembremo-nos de que, quando Cristo veio, foi to difcil mesmo aos Seusdiscpulos, por Ele escolhidos compreender Sua mensagem, que certa vezlhes disse: "Tenho ainda muito o que vos dizer, mas vs no o podeis suportaragora." S se utilizando de figuras conhecidas como a terra, o templo e ossacrifcios, podiam os profetas descrever o desconhecido. As bnos marcantesdo passado seriam a poro do Israel de Deus, mais plenamente, sob a NovaAliana. Assim, o reinado de Davi, que tinha levado libertao e felicidade aIsrael, usado para simbolizar libertao maior: "Meu servo Davi ser prncipeentre eles." Os males que tinham advindo ao povo plos seus pecados, na VelhaAliana, seriam removidos sob a Nova. Um dos maiores males, nos tempos doAntigo Testamento, foi a diviso entre Israel e Jud. Assim, o perodoabenoado do Novo Testamento apresentado sob a imagem de Israel e Judreunidos. No foi o Antigo Testamento uma dispensao tpica?Deve-se observar, de passagem, que, mesmo no Novo Testamento, no se evita

    o emprego da lngua Judaica tradicional, quando se fala do reino de Deus. Nofim do livro de Atos, por exemplo, a f que Paulo demonstrava em Cristo, aqual o havia levado a ser preso, descrita como "a esperana de Israel" (Atos28:20). Expresses do Velho Testamento como "consolao de Israel", "redenode Israel" e "restaurao do reino de Israel", so empregadas tanto comreferncia aos Gentios como aos Judeus (ver Lucas 2:25,32).Com frequncia, pronunciam os profetas maldies sobre Edom, Philistia,Assria, etc. Os que se atm letra afirmam que essas maldies aindapertencem ao futuro. Entretanto, onde se encontram os Edomitas, os Filisteus,

    os Assrios? Quem os pode encontrar? Zacarias predisse que as famlias deDavi, Nathan, Levi e Simei pranteariam cada uma a sua linhagem parte(12:12-14). O literalista sustenta que isso ainda est por acontecer, mas ningum,sobre a face da terra, pode hoje identificar a descendncia de qualquer dessasfamlias.Quando contemplamos os vvidos quadros das coisas futuras descritas plosprofetas, muitas vezes com pequenos detalhes, devemos nos recordar dascondies em que escreveram, a fim de que os possamos compreender.Usualmente, eles profetizavam em estado de xtase, em circunstncias

    sobrenaturais (v. I Samuel 10:10-12). No perdiam as faculdades mentais;contudo, como Paulo, quando foi levado ao terceiro cu, talvez no pudessemdizer se estavam no corpo ou fora do corpo. En centramos nas profecias,repetidamente, expresses como: "Eu estava no Esprito e ouvi"; "a mo doSenhor estava sobre mim;" "O Esprito do Senhor veio sobre mim." Devemos tercuidado para no tomar ao p da letra a descrio do que eles viram quando emcondies sobrenaturais. Em xtase ou transe, Pedro teve uma viso: um lenole dentro dele animais quadrpedes, rpteis e aves. A princpio, considerou aviso sob o ponto de vista literal. Depois, compreendeu sua significaoespiritual. Quando a mo do Senhor estava sobre Ezequiel e lhe foi

    determinado dramatizar tal fato, deitando-se sobre o seu lado direito durante390 dias, comendo alimento cozido com esterco (4:9-12), alertemo-nos contra

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    uma interpretao literal. Quando Deus ordenou a Osas ir e tomar uma esposada prostituio uma meretriz se tomarmos isso ao p da letra, colocamosuma mancha no carter puro e santo de Deus. Conforme disse Joo Calvino, seOsas realmente se casou com uma mulher dessa qualidade, melhor seria quese houvesse escondido posr toda a vida, do que desempenhar o papel deprofeta.Interpretar as profecias do Antigo Testamento sempre ao p da letra, comomuitos procuram fazer, transformar em pedra o que Deus nos quis dar comopo.

    CAPITULO VIA INTERPRETAO DA PROFECIA DO VELHO TESTAMENTONO NOVOArgumenta-se contra o "a-milenismo" que ele no toma em considerao aprofecia do Antigo Testamento. Nossa resPsa que o milenismo no dateno interpretao neo-testamentria das profecias do Antigo Testamento.Os escritores do Novo Testamento tomam profecias que, se entendidas sob oponto de, vista literal, se referem a Israel, e aplicam-nas Igreja Crist. '*Insistimos aqui: houve uma Igreja nos tempos do Velho Testamento e os crentesdaquela poca e os do Novo Testamento formam uma Igreja a mesmaoliveira (Romanos 11) remida pelo mesmo precioso sangue e nascida domesmo Esprito e os profetas do Velho Testamento apontaram direta edefinidamente para a Igreja do Novo Testamento.A alegao da maior parte dos pr-milenistas que a formao da Igreja doNovo Testamento foi oculta dos profetas do Antigo (esse o ponto de vista daBblia Scofield). Desejam acreditemos que os profetas, que to claramentedescreveram a pessoa, misso e obras do Messias, deixaram "de todo ausente dapgina proftica o segundo acontecimento em importncia, o fenmenocomplementar, ou seja, o surgimento e o progresso da Santa Igreja por todo omundo." Desejam creiamos que Cristo veio estabelecer aqui um reino visvel,terreno, porm, tendo sido rejeitado plos Judeus nas condies proPsas, ooferecimento foi retirado e o reino, adiado at a Sua segunda vinda. Durante ointervalo entre as duas vindas, Cristo estabeleceu a Sua Igreja, que no ,segundo dizem, em qualquer sen tido, o cumprimento de promessas e profeciasdo Antigo Testamento, mas algo novo e desconhecido dos profetas. um"parnteses" que j abrange quase dois mil anos, a cujo respeito nem umapalavra sequer foi claramente dita pela profecia do Velho Testamento. Esse oponto de vista de Dr. A. Ironside, que diz: "O relgio proftico silenciou noCalvrio. Nem um "tic" se ouviu desde ento."Ao nosso ver, no entanto, asseverar que os profetas do Antigo Testamento nofizeram meno da Igreja Crist uma injria, em vista de muitas passagens do

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    Novo Testamento, tal como Romanos 9:24-26, onde encontramos a declaraode Paulo de que a chamada de Judeus e Gentios para a Igreja Crist era ocumprimento exato de uma profecia de Osias. Em Atos 26:22, afirma o mesmoapstolo que pregava "nada mais do que aquilo que os profetas e Moissdisseram devia acontecer." Em Atos, 2, Pedro declara que uma profecia de Joelestava sendo cumprida (nos tempos evanglicos). Referindo-se aoderramamento do Esprito Santo (Pentecostes), assim se expressa: "Mas isto oque foi dito pelo profeta Joel: "E nos ltimos dias acontecer, diz Deus, que domeu Esprito derramarei sobre toda a carne."O relgio proftico evidentemente continua a bater.Inmeras vezes, temos ouvido pr-milenistas escarnecer dos cabealhos decaptulos da Verso Autorizada da Bblia Inglesa, tais como:Isaas 30 "As misericrdias de Deus para com a Sua Igreja" 34 "Deus vingaa Sua Igreja"43 "Deus conforta a Igreja"44 "As promessas de Deus Sua Igreja"45 "Ciro chamado por causa da Igreja" 50 "A ampla restaurao da Igreja"54 "A Igreja confortada" 64 "A orao da Igreja"Todos esses ttulos esto errados dizem os pr-milenistas e demonstramespantosa ignorncia dos que os redigiram, pois no havia Igreja nos tempos doVelho Testamento e os profetas no tinham conhecimento algum quanto Igreja do Novo Testamento. Contudo, Estvo falou de uma Igreja no tempo deMoiss (Atos 7:38) e Paulo diz que os crentes do Antigo e os do NovoTestamento formam uma s oliveira . . . (Rm 11.17).Quando Paulo diz, em Efsios 3:5 e 6, que "noutros sculos no foi manifestado"como ento fora "revelado" que os Gentios seriam co-herdeiros e participantesdo mesmo corpo, no diz, absolutamente, que isso era de todo desconhecido no

    passado, porm, que no era sabido com a clareza e plenitude atuais (Vertambm Rm 16:26).Paulo afirma que a promessa do Velho Testamento foi feita a Abrao e suasemente. Cita a promessa: "Tenho feito de ti pai de muitas naes" e insiste emque tal promessa est cumprida no no sentido literal, mas na sementeespiritual de Abrao (Rm 4). Aqueles que foram seus descendentes na carne epalmilharam o caminho de sua f, bem como quantos, no sendo seusdescendentes, tm participado da mesma f, podem chamar a Abrao seu pai.Essa a maneira de Paulo compreender as profecias do Velho Testamento e

    estamos em terreno bem firme seguindo o grande apstolo.

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    No captulo 3 da carta aos Gaiatas, Paulo declara que a profecia feita a Abraono Velho Testamento: "Em ti sero benditas todas as naes da terra" est sendocumprida agora, quando Deus justifica os Gentios por f. luz de tal assero,parece-nos injustificado e at mesmo ousado declarar que as profecias doAntigo Testamento silenciam no tocante Igreja do Novo Testamento e que noh "tic" do relgio proftico nesta dis-pensao.Atos 15:13-18 uma passagem muito importante para o assunto em discusso.Paulo atacado por alguns Cristos Ju-daizantes por admitir Gentios crentes Igreja. Rene-se um conclio em Jerusalm para tratar especificamente desseassunto, com a presena de Pedro e Paulo. Tiago, o lder da Igreja em Jerusalm,diz que o rumo tomado por Paulo no era algo novo, pois havia sido seguidopor Pedro bastante tempo antes, com expressa aprovao divina, conforme oprprio Pedro acabara de relatar. Mais do que isso, diz Tiago, esse recebimentodos Gentios na Igreja no tinha sido uma alterao nos planos de Deus, porm

    fazia parte deles desde o princpio, como atestavam os profetas. Continua Tiagocitando os profetas (principalmente Amos), como se segue: "Depois disto,voltarei e reedificarei o tabernculo de Davi, que est cado." Amos estavafalando dos juzos que viriam sobre Israel, e, depois, transmite esta promessa deDeus: "Reedificarei o tabernculo de Davi." Tiago afirma que essa reedificaodo tabernculo de Davi est ocorrendo com a visitao de Deus aos Gentiospara tirar deles um povo para o Seu nome. Congregando os Gentios, Deus estconsertando a Igreja do Antigo Testamento, que se encontra quebrada.Lembremo-nos de que o assunto em debate no Conclio apenas o recebimento

    dos Gentios na Igreja e Tiago est citando uma profecia de Amos em favordesse recebimento. Quo absurdo, assim, a Bblia Scofield sustentar que osGentios mencionados por Amos no eram os Gentios do tempo de Tiago, masdo milnio, pelo menos dois mil anos mais tarde!O Conclio no estava discutindo o mapa proftico do futuro, mas um problemapremente, do momento. Esse problema, repetimos, dizia respeito admissodos Gentios Igreja e Tiago cita o que Amos diz acerca da reconstruo dotabernculo de Davi, para justificar o recebimento dos Gentios. Isso ele faz coma evidente aprovao de Pedro, Paulo e de todo o Conclio. Em outras palavras,

    segundo o ponto de vista dos apstolos, o tabernculo de Davi se tornou otemplo vivo da Igreja do Novo Testamento.H algum tempo, deparamos com algum (pertencente a um grupo do qualseria improvvel esse conceito) que admitiu haver Tiago realmente aplicado aprofecia de Amos Igreja Crist. No nmero de maro de 1944 de "ATestemunha", a revista mensal dos Irmos Liberais, um escritor declara: "Pode-se deduzir tambm, de Atos, 15, que Tiago no tinha ido muito alm (i.e., nosabia mais) do que os escribas do Velho Tes tamento, aos quais no havia sidorevelado o mistrio de Cristo e, por isso, mencionou Amos como profetizando

    acerca da abertura da porta da f aos Gentios." J alguma cousa constatar-se aadmisso de haver Tiago verdadeiramente interpretado Amos como prevendo

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    que a porta da f se abriria aos Gentios nesta dispensao, conquanto seja, defato, muito triste testemunhar o amesquinhamento da autoridade apstlica,por parte do escritor citado.Nos captulos 8 a 10 da Epstola aos Hebreus, verificamos que o escritor sacro

    proclama que o novo concerto (dos tempos do Novo Testamento) ocumprimento destas palavras de Jeremias: "Eis que viro dias, diz o Senhor, emque com a casa de Israel e com a casa de Jud estabelecerei um novo concerto."Israel e Jud so, claramente, o Israel de Deus, a Igreja do Novo Testamento.Dessa maneira, os cabealhos de captulos da Verso Autorizada da Bblia, emingls, que aplicam as profecias do Antigo Testamento Igreja do Novo, tm oapoio do prprio Novo Testamento.O Senhor Jesus mesmo fez referncia profecia do Velho Testamento no tocante vinda de Elias e asseverou aos seus ouvintes: "Elias j veio" (na pessoa de Joo

    Batista Marcos 9:12 e 13). Entretanto, alguns dos literalistas no estosatisfeitos e dizem que Elias ainda est para vir!Zacarias profetizou: "Eis que o teu rei vir a ti... montado sobre um jumento. . .sobre um asninho, filho de jumenta... e o seu domnio se estender de um mar aoutro mar, e desde o rio at s extremidades da terra." (9:9 e 10),Mateus cita esse trecho (Zac. 9:9) e afirma que se cumpriuna entrada triunfal de Jesus em Jerusalm (Mateus 21). A BbliaScofield considera a entrada triunfal como um mero oferecimento de Cristo para ser rei, afirmando que Ele no veio, na realidade, como tal. Todavia, Mateus declara ter Ele vindo comorei. Alguns intrpretes apegados letra esperam que venha amontar em um jumento e entrar em Jerusalm, ainda no futuro,porque no estava com o aparato de realeza, na ocasio descritapor Mateus, no captulo 21.Em Atos, captulo 2, versculos 30 e 31, Pedro diz de Davi: "Sendo, pois, profetae, sabendo que Deus lhe havia jurado que um dos seus descendentes seassentaria no seu trono; prevendo isso, referiu-se ressurreio de Cristo."(Verso Revista). Na opinio de Pedro, no necessitamos esperar at o milniopara termos Cristo no trono de Davi. Ele ali se assentou ao ressurgir. Isso

    confirmado por outros textos das Escrituras, que falam de Cristo como jreinando (I Cor. 15:25), dispondo de todo o poder no cu e na terra (Mt 28:18), e

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    tendo todas as cousas debaixo de seus ps (Efsios 1:22). No se diga que o olhofsico no O pode contemplar trajado com vestes reais, enquanto governa asnaes da terra. Com os olhos da f, ns O vemos como nosso grande SumoSacerdote atrs do vu; qual o obstculo para que O vejamos, tambm, comonosso Rei? "Andamos por f e no por viso."O Novo Testamento nada diz com respeito a uma volta dos Judeus prpriaterra, com Cristo reinando em um trono em Jerusalm sobre um mundo em queos Judeus tero preeminncia como um pas. No se argumente, alegando que oNovo Testamento no se refere aos Judeus como um povo Paulo, narealidade, trata do problema Judaico bastante profundamente em sua carta aosRomanos, captulos 9 a 11. No diz, todavia, uma s palavra com respeito a umfuturo reino Judaico. No se pode alegar que o apstolo no via necessidade ouno tinha motivos para citar um reino futuro em que os Judeus sobressairiamcomo nao. Paulo descobriu a existncia de duas pedras de tropeo para os

    Judeus. Uma era a cruz (I Cor. 1:23). Qual era a outra pode-se depreender deAtos 22, onde se l, no versculo 22, que eles o ouviram at que disse haver sidoenviado aos Gentios, depois do que fizeram tremenda algazarra. A segundapedra de tropeo era a cristianizao dos Gentios. Ora, se a glria antiga deIsrael devesse um dia ser revivida sob o governo pessoal de Jesus Cristo, semdvida alguma Paulo se apressaria a assegurar aos Judeus que havia uma coroacomo tinha havido a cruz. Era apenas uma questo de tempo, porquanto viria aexistir um reino em que os Judeus ocupariam o lugar de maior destaque e

    Jerusalm passaria a ser a capital do mundo.Assim, as pedras de tropeo teriam sido removidas. Contudo, o apstolo nofez isso. Pelo contrrio, afirmou que o muro de separao entre Judeu e Gentioestava derrubado e no apresentou a menor indicao da possibilidade de serrestaurado um dia. Crentes Judeus e Gentios so um em Cristo. Osescritores do Novo Testamento no falam em Cristo reinando em Jerusalm,sobre um trono terreno. Insistem, firmemente, no fato de que Ele j reina, hoje.Um pr-milenista de projeo, Pres. L. S. Chafer, diz que aps esta dispensao(da Graa) haver o "re-ajuntamento de Israel, e a restaurao do Judasmo."Acrescenta existir "um povo terreno, que continuar como tal na eternidade, e

    um povo celestial, que habitar nas manses celestiais para sempre", isto ,Deus ter dois povos distintos, um na terra e outro no cu, eternamente. Pode-se considerar essa idia como um literalismo lgico, mas parece claro tratar-sede verdadeira insensatez.O literalismo que insiste em interpretar as profecias do Antigo Testamentocomo se referindo ao povo de Israel segundo a carne no se coaduna, emabsoluto, com a aplicao geral das promessas semente espiritual, como seencontra no Novo Testamento. Este insiste em que no Judeu o que o exteriormente (Rm 2:28,29); que nem todos os de Israel so de fato Israelitas

    (Rm 9:6); que os que so de Cristo so descendncia de Abrao (Gl. 3:29); que abno de Abrao veio aos Gentios por Jesus Cristo (Gl. 3:14) e que no pode

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    haver Judeu nem Gentio (Grego) porque "todos vs sois um em Cristo Jesus"(Gl. 3:28}.O literalismo que ainda est esperando que Cristo venha se assentar no trono deDavi, em Jerusalm, no se ajusta afirmao de Pedro de que Ele j se

    assentou no trono de Davi, quando ressurgiu dos mortos.O literalismo que aguarda uma restaurao do templo de Jerusalm, com todasas naes vindo tomar parte nas suas cerimnias e sacrifcios pelo pecado,diverge da assero do Novo Testamento de que tais cerimnias e sacrifciosforam abolidos (Hebreus 10:8 e 9).Muitas profecias do Antigo Testamento foram cumpridas em seu sentido literal.Outras, muito numerosas tambm, apresentadas em linguagem figurada, oNovo Testamento declara cumpridas, no risca da letra, mas em um sentido

    espiritual.Quanto s profecias ainda no cumpridas, no se diga que, assim, ser difcilsaber quais as que devem ser consideradas literalmente e quais as de aplicaoespiritual. Tudo o que importante est claro; h, entretanto, detalhes queapenas os prprios acontecimentos esclarecero. Foi assim quando da primeiravinda de Cristo. Assim ser por ocasio da Sua segunda vinda, Lembremo-nosde haver sido um excesso de apego letra que levou rejeio de Jesus deNazar e o que tem mantido os Judeus na incredulidade. Foi um literalismoexagerado, por parte dos Seus prprios discpulos, que lhes dificultou

    frequentemente a compreenso de Seus ensinos. Por exemplo: entenderam aSua advertncia: "Acautelai-vos do fermento dos Fariseus" como sendo umacensura por no terem levado pes. Foi, ainda, excesso de apego letra queconduziu as multides a criticar a referncia feita Sua obra de redeno,dizendo: "Como pode este homem dar sua carne a comer?"A aplicao das profecias do Antigo Testamento no Novo nos leva a atribuiruma significao ampla e espiritual a promessas que, primeira vista,poderiam parecer interessar exclusivamente aos Judeus.

    CAPITULO VIIALGUMAS CONSIDERAES GERAIS BASEADAS NO NOVOTESTAMENTOObservemos, agora, certos files que passam atravs do ensino do NovoTestamento, bem como alguns dos termos ali empregados com relao vindado Senhor.Alguns Conceitos Neo-Testamentrios

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    I Os ltmos Dias Esta expresso usada frequentemente referindo-se Dispensao da Graa em que vivemos agora. "Deus falou-nos nestes ltimosdias por Seu Filho" (Hebreus 1:1). Veja-se, tambm, Atos 2:17, Tiago 5:3 e IPedro 1:20. Em Hebreus 9:26, lemos: "Mas agora, na consumao dos sculos,uma vez se manifestou para aniquilar o pecado, pelo sacrifcio de si mesmo."Aqui, toda esta Dispensao considerada como "a consumao dos sculos."Em outras palavras, a encarnao de Cristo introduziu o perodo final dahistria do mundo. Comentando as palavras: " j a ltima hora", de I Joo 2:18,o rev. J. M. Ghysels observa: " fora de dvida que, de conformidade com asEscrituras, o ltimo perodo da histria do mundo se iniciou com a ascenso deCristo e a descida do Esprito Santo. A poca em que vivemos a ltima noprograma divino." Se este perodo o ltimo, ento nada resta seno o estadoeterno. No h lugar para a insero de um milnio.II J Cidados do Cu Cristo subiu e est dextra de Deus e os crentes,

    unidos vital e misticamente a Ele, esto, portanto, com Ele, em um sentidoespiritual, habitando o mundo eterno (cu). Ver Efsios 1:3, 2:6, Filip. 3:20 eColoss. 3:1 a 3. O mundo celestial e a esfera terrena so, agora, estadosparalelos, a ambos pertencendo o crente. Conforme nos faz lembrar Dr. Vos, oCristo tem aqui na terra apenas os seus membros, que devem ser mortificados.Seu verdadeiro ser, no entanto, pertence aos lugares elevados, celestiais. Issono significa uma diminuio de seu interesse pela vinda de Cristo. "Narealidade", diz Dr. Vos, "o fato de ser o Cristo apresentado como centralizado epotencialmente ancorado no cu no uma desero, porm, uma afirmaoprofunda e prtica do teor sobrenatural da vida do crente." Embora na terra, ele

    j um habitante do cu. Sua alma, em verdade, penetrar na manso celestial,por ocasio de sua morte e, quando Cristo vier, o seu corpo herdar aeternidade, assim como a sua alma, completando-se, finalmente, a suaredeno.Tal j, agora, a posio do Cristo: habitante do cu. Vol-temo-nos, porm,para a descrio do milnio feita por Papias e por muitos depois dele. Citandouma suPsa declarao de Cristo, disse Papias que, durante o milnio, "asparreiras tero 10.000 galhos cada uma; em cada galho haver 10.000 ramos; emcada ramo, 10.000 rebentos; em cada rebento, 10.000 cachos e em cada cacho,

    10.000 uvas e cada uva, ao ser espremida, produzir 225 gales (1.022 litros) devinho. E quando algum dos santos pegar um cacho, um outro gritar: "Eu soumelhor, pegue-me." Cereais e ervas de toda espcie produziro assegura-nosPapias "nas mesmas propores" em que o faro as parreiras.Parece-nos genuinamente cristo e de conformidade com as Escrituras reputaressa espcie de milnio como "carnal". um sentimento cristo e escriturstico opreferirmos estar para sempre com o Senhor, no cu. Os que j so cidados docu e vivem na perspectiva de gozar plenamente dos privilgios dessacidadania bem podem voltar as costas a 10.000 vezes 10.000 uvas do milnio.

    Como os patriarcas, "desejam uma ptria melhor, isto , a celestial" (Hebreus

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    11:16). Colocam seu afetuoso interesse nas coisas que so de cima, no nas daterra (Col. 3:1,2).III As Duas pocas O apstolo Paulo diz que Cristo est entronizado"muito acima de todo o nome que se nomeia, no apenas neste mundo

    (literalmente, neste sculo), mas tam bm no vindouro" (Efsios 1:21). Nasexpresses "neste sculo" e "no vindouro" engloba o apstolo todos os tempos,presente e futuro, sob o poder de Cristo. O prprio Senhor Jesus usoulinguagem semelhante. Prometeu aos discpulos que fossem fiis "cem vezestanto j neste tempo e, no sculo futuro, a vida eterna" (Marcos 10:30). O "sculofuturo" , evidentemente, o estado eterno, pois nele h "vida eterna."Cristo falou, tambm, do pecado para o qual no existe perdo "nem nestesculo, nem no futuro." Aqui se observa, de novo, claramente, que, aomencionar essas duas pocas. Jesus est se referindo a todo o tempo: o presente

    e o porvir. Em Lucas 20:34-36, lemos: "Ento, respondendo, Jesus lhes disse: "Osfilhos deste mundo casam-se e do-se em casamento. Mas os que so havidospor dignos de alcanar a era vindoura e a ressurreio dentre os mortos nocasam nem se do em casamento. Nem podem mais morrer, porque so iguaisaos anjos, e so filhos de Deus, sendo filhos da ressurreio." Mais uma vez,vemos, a, todo o tempo o presente e o futuro sob as duas expresses:"deste mundo (esta poca) e "a era vindoura" (aquela poca)". Agora, porm,observamos que mencionada a linha divisria entre as duas pocas: aressurreio dos mortos que todos os cristos compreendem como devendoocorrer quando da segunda vinda de Cristo.O pr-milenismo assegura que h trs pocas: a atual, a milenria e a do estadoeterno. O Novo Testamento, todavia, apresenta simplesmente duas pocas: apresente dispensao da Graa e a vindoura, que o estado eterno, sendo alinha divisria entre elas o extraordinrio acontecimento da segunda vinda deCristo. Podemos observar, de passagem, que o Novo Testamento se refere poca atual como um "sculo mau" (Gaiatas l :4), de forma que no vale a penaesperar por um mundo convertido dentro dos limites desta dispensao.Alguns Termos Neo-TesamentriosVamos examinar, agora, alguns dos termos empregados no Novo Testamentocom respeito segunda vinda, a fim de obtermos uma base clara para acontinuao de nossos estudos.Os pr-milenistas comumente fazem distino entre o "arrebatamento" e "arevelao", aquele devendo ocorrer quando Cristo vier repentinamente e emsegredo, nos ares, para levar os seus santos; esta, tendo lugar depois dedecorrido um perodo de sete anos de tribulao, que se seguir ao"arrebatamento secreto." "A revelao" determinaria o incio do milnio. "O

    arrebatamento concerne apenas Igreja; a revelao para toda a terra" diz Dr.Feinberg, pr-milenista, que faz distino, tambm, entre "o dia de Cristo" e "o

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    dia do Senhor", identificando "o dia de Cristo" com o arrebatamento e "o dia doSenhor" com a revelao. A Bblia Scofield, que tem sido instrumento nadivulgao de tais idias, adota os mesmos pontos de vista do Dr. Feinberg.Vejamos como interpreta I Corntios 1:7: "De maneira que no vos falte nenhumdom, aguardando a revelao de nosso Senhor Jesus Cristo.""Estas palavras so usadas ern conexo com a volta do Senhor:I Parousia que significa, apenas, a presena pessoal, e empregada comrespeito volta do Senhor, relacionando-a com a felicidade dos santos e adestruio do homem do pecado.II Apokalupsis "ato de desvendar", "revelao". O uso dessa palavraimprime nfase visibilidade da volta do Senhor."Imediatamente a seguir, a Bblia Scofield traz a seguinte nota:"O dia de Cristo" se refere exclusivamente s recompensas e bem-aventuranados santos, por ocasio da Sua vinda, ao passo que "o dia do Senhor" serelaciona com julgamento."Na realidade, a palavra "parousia" (cujo significado verdadeiro "chegada") usada, ao se tratar da vinda do Senhor, no somente como trazendobemaventurana aos santos, mas tambm, juzo sobre os mpios (Veja-seMateus 24:37-39) onde a vinda, ou "parousia", citada como trazendo

    julgamento como nos dias do dilvio, enquanto que "apokalupsis" ("revelao"),que Feinberg aplica ao "dia do Senhor", usada referindo-se vinda de Cristo,para expressar a abenoada esperana dos Santos em I Cor. 1:7 e 2 Ts 1:7.No exato, igualmente, que "o dia de Cristo" seja expresso usada unicamentepara significar a recompensa e bemaventurana dos santos. Em Lucas 17:24,29 e30, Cristo fala do dia do Filho do homem (sem dvida o mesmo dia de Cristo)trazendo destruio, como o dia de Sodoma.O "dia do Senhor" tambm no est relacionado s a julgamento. O "dia do

    Senhor" e o "dia de Deus" em II Pedro. 3 so evidentemente o mesmo (at aBblia Scofield tacitamente admite isso) e esse dia mencionado como sendo debno, que os crentes devem "aguardar, apressando-se para a Sua vinda" (IIPedro 3:12), sendo que, alm disso, trar grandes mudanas csmicas, nofirmamento e na terra.Em sua segunda carta aos Tsalonicenses, captulo 2, Paulo esclarece melhor oassunto, pois de sua leitura se depreende que "o dia do Senhor" se identificacom a "parousia", a saber, a vinda do Senhor e, assim, com "o dia de Cristo."Diz, em parte: "Rogamo-vos, com respeito vinda do Senhor e nossa reunio

    com Ele, que no vos abaleis em vossas mentes, nem vos perturbeis . . . como seo dia de Cristo estivesse j perto." Aqui, a vinda do Senhor ou "parousia"

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    claramente o mesmo dia do Senhor. Os crentes de Tsalnica pensavam que obendito dia do Senhor, quando Ele viria para os Seus, estava iminente. Se Paulotivesse idias pr-milenistas, teria respondido simplesmente: "No, vs estaisenganados. O dia do Senhor no vir primeiro. O dia de Cristo ou, paraempregar outra expresso, a "parousia" vir em primeiro lugar e s depois dedecorridos sete anos de intervalo, chegar o dia do Senhor, ou a revelao." Maso apstolo no diz nada disso. O que diz : "Primeiro vir a aPsasia e semanifestar o homem da iniquidade, o filho da perdio a quem o Senhoraniquilar pelo esplendor da Sua vinda (parousia) (versculo 8). Exatamente amesma vinda (parousia) a que est ligada a reunio dos santos (versculo 1).Nada mais evidente do que se inferir que o dia do Senhor e a vinda do Senhorpara os Seus santos so um e o mesmo acontecimento e que o Anticristo ter deser revelado antes desse dia, a saber, antes da vinda do Senhor (parousia). ABblia Scofield faz um esforo quase desesperado para evitar essa concluso.Procura inserir o "arrebatamento secreto" dos santos antes do aparecimento doAnticristo.L-se em 2 Ts 2:7: "Porque j o mistrio da iniquidade opera; somente h umque agora resiste at que do meio seja tirado." "Ento, ser de fato revelado oinquo" (v. 8). Sobre isso diz a Scofield: "Essa pessoa no pode ser seno o SantoEsprito, na Igreja, que ser tirado do caminho." Observe-se que a Scofield usa aexpresso: "o Santo Esprito na Igreja", querendo dizer, naturalmente, o EspritoSanto e a Igreja. Essa no uma forma louvvel de se lidar com as SagradasEscrituras, pois no h qualquer referncia Igreja nessa passagem. De acordocom a teoria Scofield, a Igreja deve ser retirada do caminho antes de que surjamo Anticristo e a tribulao que ele acarretar. E por um grande rasgo deimaginao exegtica, a Bblia Scofield consegue encontrar o "arrebatamentosecreto" no versculo 7, citado.Afirma o Dr. Feinberg que a aproximao do primeiro acontecimento (oarrebatamento ou o dia de Cristo) no ser prevista por quaisquer sinais, aopasso que o segundo (a revelao ou o dia do Senhor) o ser. Contrariafrontalmente as palavras de Cristo, registradas em Mateus 24:29-33 o asseverar-se que no haver sinais da aproximao da vinda de Cristo para os Seuseleitos. Claro que no poderia haver grande surpresa quando do segundo

    evento, se os pr-milenistas tivessem razo, porquanto, uma vez chegado o "diade Cristo", viria o perodo de sete anos do Anticristo e a consequente tribulao.O perodo de sete anos, uma vez iniciado, se desenrolaria at o seu determinadofim e seguir-se-ia o "dia do Senhor" ou "a revelao". Acontece, porm, que osbons estudantes do Grego nos informam de que a palavra "revelao"(Apokalupsis) traz intimamente associada a idia de algo repentino einesperado. De acordo com o esquema pr-milenista, todavia, esseacontecimento no pode ser nem repentino nem inesperado.O "dia do Senhor" ter de ser repentino e inesperado, de conformidade com 1

    Ts. 5:3, embora os pr-milenistas assegurem que um aviso com sete anos de

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    antecedncia ser dado pelo acontecimento tremendo e aterrador que ser oarrebatamento.Ousamos assegurar que todos os esforos para estabelecer qualquer diferenaentre os termos "vinda", "revelao", "dia de Cristo" e "dia do Senhor" tm

    falhado e s podem falhar. Essas expresses so como que sinnimas,indiferentemente aplicveis, referindo-se todas ao grande evento que ocorrerno fim do mundo, quando Cristo vir trazer recompensa e bem-aventurana aoSeu povo e julgar o mundo com justia.CAPITULO VIIIO ENSINO DE CRISTO COM RESPEITO SUA SEGUNDA VINDAAs Parbolas Na parbola do trigo e do joio e na da rede (Mt 13:24-30, 36-43 e

    47-50) o Senhor faz, conforme todos admitem, uma representao destadispensao da Graa, que termina com a Sua segunda vinda. No reino, o trigoe o joio tm de crescer juntos at a colheita, no fim do mundo. Ento, haver aseparao. Todos os filhos do Maligno, representados pelo joio, devero sereliminados da cena. Ao mesmo tempo que a maldio sobre os mpios, recai aglria sobre os justos. 'Ento, os justos resplandecero como o sol, no reino deseu Pai" (vers. 43). Isso no deixa lugar para um milnio na terra. O atual reinodo Filho do Homem ser seguido pelo reino eterno do Pai (como se v em I Cor.15:24 e 25). Os justos e os injustos estaro juntos at o tempo da colheita,quando haver completa e final separao. O fim desta dispensao trar

    condenao imediata e eterna aos mpios, ao mesmo tempo que glria eternaaos justos.A Bblia Scofield tenta evitar essa concluso, mediante o seguinte comentrio:"O ajuntar cio joio em feixes para a queima no significa julgamento imediato.Ao fim desta poca (esta dispensao), o joio separado para ser queimado."Para responder a isso, basta-nos citar as palavras do prprio Senhor Jesus: "Pois,assim como o joio colhido e lanado ao fogo, assim ser na consumao dosculo. Mandar o Filho do homem os seus anjos que ajuntaro do seu remotodos os escndalos e os que praticam a iniquidade, e os lanaro na fornalha

    acesa; ali haver choro e ranger de dentes." (Mt 13:40-42). Surge a pergunta: Porque motivo se mostra a Scofield to an siosa por livrar os feixes de joio do fogoem que o Salvador os figura como atirados? A resPsa : as Notas Scofieldensinam que, depois da colheita, no fim desta poca, haver um milnio, emque multides de no regenerados vivero sob o governo de Cristo e dos Seussantos. O Salvador, contudo, afirma que no haver mpios sobre os quaisreinar, porquanto, ao terminar esta dispensao da Graa, eles sero lanadosna fornalha de fogo.A parbola da rede tambm ensina que, no fim desta dispensao da Graa, os

    mpios sero lanados na fornalha de fogo (v. 49 e 50). , realmente, um

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    absurdo afirmar, como o fazem as Notas Scofield, que o joio conservado emfeixes durante mil anos para s depois ser queimado.A parbola das minas (Lucas 19:11-27) mostra como, ao regressar o nobre, todosos servos, os fiis como os infiis, recebem a recompensa merecida, e ele dir:

    "Quanto, porm, a esses meus inimigos, que no quiseram que eu remassesobre eles, trazei-os aqui e executai-os na minha presena." (vers. 27). Essaparbola esclarece que, quando o Senhor voltar, no apenas recompensar osSeus servos, mas tambm visitar os mpios com o seu julgamento final. Seusinimigos sero mortos e nenhum ser deixado para o que os pr-milenistaschamam de "falsa obedincia", durante o suPso milnio.A parbola das dez virgens semelhante s anteriores. Ela indica, igualmente,que a volta de Nosso Senhor o grande final, a consumao de todas as cousas.H algo que ela esclarece perfeitamente: quando o noivo chega, fecha-se a porta

    (Mt 25:10). Um dos piores aspectos do ensino da maioria dos pr-milenistas asegunda oportunidade. Afirmam eles que no ser seno depois do gloriosoaparecimento final de Cristo que o grande grupo dos salvos ser levado paraDeus. Sustentam haver esperana de salvao depois do Senhor ter vindo paraos Seus, quer durante o perodo de tribulao, quer durante o milnio. Noentanto, as Escrituras declaram que quando Ele vier para os Seus a porta serfechada, finalmente, e para sempre.A parbola dos talentos (Mt 25:14-30) apresenta o mesmo ensinamento. A vindado Senhor trar gloriosa recompensa aos Seus servos fiis e, ao mesmo tempo,

    terrvel maldio e condenao para os "inteis e maus".O discurso do Monte das Oliveiras No temos nesta passagem o ensinoacerca do "arrebatamento"? No leinos aqui: "um ser levado e o outro, deixado(Mt 24:40)? Note-se, contudo, que no se fala em "arrebatamento secreto". Suavinda ser exatamente o contrrio disso. Vir como o relmpago, ser visvel e areunio dos Seus eleitos ser feita "com grande clan-gor de trombeta" (Mt 24:26,27, 30 e 31). Atentemos, ou-trossim, para os versculos 37-40: "Como foi nos diasde No, assim ser tambm a vinda do Filho do homem... e no o perceberam,at que veio o dilvio e os levou a todos; assim ser tambm a vinda do Filho

    do homem. Ento dois estaro no campo, um ser tomado, e deixado o outro."Aqui existe no apenas uma comparao entre o dia de No e o de Cristo. Osresultados desses dois dias so tambm comparados. No dia de No, algunsficaram em segurana e outros foram levados a uma destruio terrvel. Assimocorrer quando Cristo vier: alguns sero conservados em segurana e outrossofrero uma sentena tremenda. Sua vinda trar destruio aos que Orejeitaram. Mais uma vez, chamamos ateno para o fato de no se esboar aquilugar para um milnio na terra (aps a Sua vinda), durante o qual pessoas nonascidas de novo viveriam sob o governo pessoal de Cristo e de Seus santos.A cena do Julgamento de Mateus 25 Todas as naes sero reunidas peranteo trono de glria de Cristo e ali separadas: ovelhas Sua direita e bodes

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    esquerda. A seguir, lhes ser determinado, respectivamente, vida eterna ecastigo eterno. Parece claro tratar-se de um julgamento geral e final. Mas amaioria dos pr-milenistas o considera (como o fazem as Notas Scofield) um

    julgamento de "naes vivas", como naes. O "teste" neste julgamento declara Scofield "o tratamento dado pelas naes ao remanescente dos

    Judeus, que tero pregado o Evangelho a todas as naes, durante a tribulao."W. E. Blackstone, autor do manual pr-milenista "Jesus is co-ming", por talforma se impressionou com a obra dos Judeus durante o perodo de tribulao,e com a luta que teriam, que armazenou caixas de Bblias em cavernas doEdom, onde su^ punha eles haveriam de se esconder. Parece-nos suficientedizer que tal interpretao do termo "irmos", empregado no vers. 40, no seajusta definio da palavra (dada por Cristo) em Mateus 12:49-50 (Compararcom Mt 28:10).A dificuldade na interpretao desta cena de julgamento gira, em grande parte,

    em torno do significado da expresso "todas as naes" (Mt 25:32). Por quedeveria ela ter sentido diverso daquele que tem em alguns captulos adiante:"Ide, pois, e ensinai a todas as naes, batizando-as. . ." (Mt 28:19)? (V. tambm24:14) A, "todas as naes" se interpreta como toda a humanidade. Por que lheatribuir uma significao diferente em Mt 25:32? Em Romanos 16:26, ondePaulo diz que o mistrio do Evangelho tornado conhecido "a todas as naes",ele quer dizer todas as pessoas em geral. Por que no entender da mesma formaMt 25:32?O ambiente geral da cena demonstra tratar-se de julgamento de indivduos e

    no de naes como naes. Quem poderia, jamais, pensar em naes sendoenviadas, como naes, a um castigo eterno ou a uma vida eterna? (Ver Mt25:46). E quem jamais ouviu falar de naes visitando doentes e presos?Alm disso, convm observar que, conquanto a palavra "naes" seja umsubstantivo neutro em grego, o pronome que vem logo a seguir masculino. "Etodas as naes (neutro) sero reunidas diante dele, e apartar uns dos outros(masculino) como o pastor aparta dos bodes as ovelhas" (Trad. de Almeida). Ouso do pronome masculino indica indivduos e no naes.Esta cena de julgamento assemelha-se notavelmente descrita em Ap 20:11-15.Ambas do nfase sua universalidade, assim como ao fato de tratar-se de um

    julgamento de obras as obras evidenciando, est claro, a f interior.Encontramos a mesma nfase nas palavras do Senhor (Mt 16:27): "Porque oFilho do homem h de vir na glria de seu Pai, com os seus anjos, e entoretribuir a cada um conforme as suas obras." A mesma nota patente nassolenes palavras: "Vem a hora em que os que se acham nos tmulos ouviro asua voz e sairo: os que tiverem feito o bem, para a ressurreio da vida; e osque tiverem praticado o mal, para a ressurreio do juzo." (Jo 5:28, 29). Ao somda mesma voz, ouvida ao mesmo tempo, todos sairo dos tmulos para o

    julgamento. Nenhum dos Seus ouvintes, por maior que fosse o esforo de

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    imaginao que fizesse, poderia compreender as palavras de Jesus comosignificando dois julgamentos separados por mil anos.O chamado Credo de Atansio um excelente resumo da maior parte do queaprendemos dos ensinos de Jesus: "Subiu ao Cu, est assentado mo direita

    de Deus Pai, Todo Poderoso, de onde h de vir a julgar os vivos e os mortos. Sua vinda todos os homens se erguero de novo com os seus corpos e daroconta dos seus atos."No se diga que toda esta discusso tem pouca importncia. A idia dos mpiosserem convocados presena de Deus mais de mil anos depois dos justos leva,no mnimo, diminuio do "terror do Senhor", um terror que as Escriturasrepetidamente associam Sua vinda, ao soar da ltima trombeta para o grande

    julgamento final e universal.Alm disso, quando sero julgados aqueles que dizem sero salvosdurante o milnio? De conformidade com o quadro dos pr-milenistas, o

    julgamento dos santos j ter tido lugar e o dos mpios o nico que ter aindade ocorrer.O Senhor Jesus ensina claramente que haver um julgamento geral, universal,quando da Sua segunda vinda. Vir em forma visvel e gloriosa. Para os mpiosisso significar juzo final, irrevogvel. Para os santos no ser a felicidade deum milnio mas, realmente, os cus dos cus, onde passaro a habitar poisno disse Ele: "Vou preparar-vos lugar e depois que eu for e vos preparar lugar,

    virei outra vez e levar-vos-ei para mim mesmo, para que onde eu estiverestejais vs tambm (Jo 14:2,3)?Regozijai-vos, salvos. Vs, pecadores impenitentes e descuidados mestres de religio, alertai-vos. Cristo vir e a portaser fechada. A sentena ser pronunciada: eterna bem-aven-turana ou desgraa eterna.CAPITULO IXA SEGUNDA VINDA, NO ENSINO DOS PRIMEIROS APSTOLOSOs Atos dos Apstolos No Livro de Atos, encontramos vrias referncias volta do Senhor; na ascenso, descrita no captulo l., os discpulos O fitavam,enquanto subia, "como que levando consigo os seus olhos e coraes" para oCu. Anjos lhes asseguraram que havia de vir assim como para o cu O tinhamvisto ir, isto , em pessoa e em forma visvel.

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    No captulo 3:21, Pedro fala de Cristo: "ao qual necessrio que o cu receba ataos tempos da restaurao de todas as cousas." A expresso "todas as cousas"no significa "tudo", no sentido absoluto, pois a Bblia no ensinauniversalismo. O Filho de Deus, que encarnou, mas agora est glorificado nocu, ali deve ficar, diz este versculo, at que seja restabelecida toda a ordempossvel e restaurada a comunho com a Divindade de todos os que para issoEle designou (Ver o livro "Comentrio de Atos", escrito pelo Dr. J. A.Alexander). necessrio que Ele continue mo direita de Deus, pois de l guiatodas as cousas em direo ao glorioso acontecimento, quando se concluir oplano maravilhoso que est executando. Sua permanncia no cu o meio paraa consecuo desse plano. Pedro, que aqui est discorrendo acerca da"restaurao de todas as cousas", refere-se, sem dvida, segunda vinda doSenhor, quando (conforme escreveu no captulo 3 de sua segunda carta) havergrandes transformaes no mundo, sendo queimados cus e terra, surgindo,ento, novos cus e nova terra. Ao voltar, o Senhor far uma obra completa e,na terra renovada, no haver pecado e cousa alguma fora do lugar.Em Atos 10:42, Pedro diz: "E nos mandou pregar ao povo e testificar que Ele quem foi constitudo por Deus Juiz de vivos e de mortos." Cristo indicadocomo o futuro Juiz de toda a humanidade de todas as geraes passadas,presentes e futuras.No captulo 17:30, 31, Paulo afirma: "Ora, no levou Deus em conta os temposda ignorncia; agora, porm, notifica aos homens que todos, em toda parte, searrependam. Porquanto estabeleceu um dia em que h de julgar o mundo com

    justia por meio de um varo que destinou." O julgamento ser um tribunalsolene para todo o gnero humano de uma vez. No vamos discutir se o dia de

    juzo ser um dia comum de 24 horas. A declarao de Agostinho merececonsiderao: "Deus far que cada homem reviva na memria todas as suasobras boas ou ms em viso mental, com rapidez maravilhosa" e, assim,"todos sero julgados ao mesmo tempo e, apesar disso, individualmente."Certamente, os ouvintes de Paulo, quando falou em "um dia" no pensaramquerer ele dizer um perodo de mais de mil anos, com um julgamento no incioe outro no fim.No captulo 24:15, Paulo assegura que "haver uma ressurreio dos mortos,tanto dos justos como dos injustos." Uma ressurreio, no duas. Repetimos: oressurgir dos mortos ser geral, total, sem exceo.Como natural, o ensino aPslico apresenta, com respeito segunda vinda doSenhor, o mesmo testemunho dado por Ele prprio. verdade, conforme diz oDr. Warfield, que a vinda de Cristo para julgar foi "o centro e a real substnciada pregao de Paulo aos ge