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Linhares - ES, Fevereiro de 2016 Ano VIII - Nº 82 [email protected] O Malhete INFORMATIVO MAÇÔNICO, POLÍTICO E CULTURAL A Loja Maçônica União de Manhuaçu comemorou no dia 01/02, os 118 anos de fundação. A cerimônia festiva foi reali- zada no Salão da APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e recebeu a presença do Grão -Mestre Estadual do Grande Oriente do Brasil Eduardo Rezende e maçons de várias cidades da região. >19 Sébastien Faure foi, um dos vultos de primeira grandeza da Maçonaria e do Anarquismo. Foi notável ativista libertário e anticlericalista fran- cês, pedagogo, jornalista, poeta e compositor durante o período que compreende a segunda metade do século XIX e início do século XX. > 03 SÉBASTIEN FAURE: ANARQUISTA E MAÇOM A tradição judaica não é dominada por muitos escritores maçônicos que, por isto mesmo, cometem muitos pecados de interpretação no tocante à sua influência na maçonaria. Antes de apontar a influência judaica na maçonaria seria interessante fixar alguns traços da cultura judaica, comumente desprezados, para não se incorrer em erros lamentáveis.> 06 COMO IDENTIFICAR OS PRIMEIROS SINAIS DE DEMÊNCIA? O mal de Alzheimer tem se tornado uma doença cada vez mais comum em idosos. Ele pode ser reconhecido por pequenos sinais já nos primeiros estágios . > 15

O Malhete [email protected] Linhares - ES, …©m, muito cuidado: quem hoje posa do nosso lado em fotografias poderá amanhã estar posando para fotos de frente e de perfil, com

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  • Linhares - ES, Fevereiro de 2016Ano VIII - N 82

    [email protected] MalheteINFORMATIVO MANICO, POLTICO E CULTURAL

    A Loja Manica Unio de Manhuau comemorou no dia 01/02, os 118 anos de fundao. A cerimnia festiva foi reali-zada no Salo da APAE (Associao de Pais e Amigos dos Excepcionais) e recebeu a presena do Gro -Mestre Estadual do Grande Oriente do Brasil Eduardo Rezende e maons de vrias cidades da regio. >19

    Sbastien Faure foi, um dos vultos de primeira grandeza da Maonaria e do Anarquismo. Foi notvel ativista libertrio e anticlericalista fran-cs, pedagogo, jornalista, poeta e compositor durante o perodo que compreende a segunda metade do sculo XIX e incio do sculo XX. > 03

    SBASTIEN FAURE: ANARQUISTA E MAOM

    A tradio judaica no dominada por muitos escritores manicos que, por isto mesmo, cometem muitos pecados de interpretao no tocante sua influncia na maonaria. Antes de apontar a influncia judaica na maonaria seria interessante fixar alguns traos da cultura judaica, comumente desprezados, para no se incorrer em erros lamentveis.> 06

    COMO IDENTIFICAR OS PRIMEIROS

    SINAIS DE DEMNCIA?O mal de Alzheimer tem se tornado uma doena cada vez mais comum em idosos. Ele pode ser reconhecido por pequenos sinais j nos primeiros estgios . > 15

  • 02 Fevereiro 2016

    Bondosos Irmos me aconselharam a no pretender con-sertar o mundo. Agradeo o conselho pois sei que eles desejam o meu bem e prezam pela minha sade. No fundo, eles sabem que muita coisa tem que ser consertada. Todos eles, cada um sua maneira, esto trabalhando duro para consertar este que o melhor dos mundos.

    Se desistssemos de consertar o mundo no haveria necessi-dade da Maonaria: poderamos fechar nossas portas e irmos fazer o que boa parte dos profanos de avental anda fazendo: nada.

    Dizem que o progresso lento, no h o que apressar; mas eu penso que temos que comear em algum momento - j deve-ramos ter comeado - no importa se vamos presenciar o mundo ideal. Quando plantamos uma rvore, no temos de pensar se vamos nos sentar sua sombra; algum no futuro ir colher esse benefcio. Este o sentido da vida.

    Dito isso, vamos em frente com esquadros, compassos, alavancas, nveis, prumos e trolhas, mao, cinzel e espadas para consertar o mundo: bastam uns ajustes aqui e ali.

    Quanto ao bem da Ordem em geral, e das Lojas em particu-lar, faramos bem se comessemos pelo incio: as sindicnci-as.

    Todos os dias vejo novos artigos na internet sobre as sindi-cncias, sinal que o assunto preocupa muita gente e nada tem sido feito, em termos de instruo, legislao e regulamentos, para melhor-las.

    Comeo minha dissertao pela certeza de que as Lojas no so "hospitais", nem reformatrios morais, apesar de o nome "oficina" sugerir uma lanternagem completa ou retfica de motor em seres humanos completamente enguiados. A Mao-naria no existe para consertar ningum, e sim para aperfeioar o que j bom.

    Um candidato deve ser limpo e puro, isto - isento de qual-quer sujidade, impureza ou mancha; deve ser livre de culpa, um homem correto, apurado e no nocivo ao meio social. Puro quer dizer claro, transparente como o cristal sem mancha ou ndoa; imaculado, virtuoso e reto. Ao se expressar em palavras, o can-didato ideal deve dizer o que pensa e sente com sinceridade e franqueza.

    A palavra candidato vem de "cndido", algo de grande alvu-ra, muito branco e puro. Ouvi dizer que na remota antiguidade os candidatos s iniciaes compareciam vestidos de branco.

    Hoje, do jeito que so feitas, nossas sindicncias avaliam tudo isso?

    Claro que no!Para comeo de conversa, o papel aceita tudo:- Cr em Deus? - Sim.- Cr na preexistncia e imortalidade da alma? - Sim (com

    essas duas respostas, resumidas em trs letrinhas, pretende-se avaliar os questionamentos mais relevantes da humanidade e dos quais se ocuparam todos os filsofos durante mais de trinta sculos!)

    - Faz uso de bebidas alcolicas? - Socialmente (e eu me pergunto o que ingerir de lcool socialmente...)

    As costumeiras entrevistas no dizem nada sobre a natureza ntima do candidato; podem, no mximo, atestar suas habilida-des, seu modo de falar, o nvel social em que vive e os bens que possui. Mas no revelam suas predisposies e seu verdadeiro carter.

    Percebem como difcil sondar o corao e a mente de quem se diz limpo e puro?

    Indicar algum "para a Maonaria" mais do que selecion-lo num grupo de amigos; poder ser algum da melhor reputa-o, de refinada instruo e cultura, ostentar vida familiar exemplar, ter sucesso na profisso e nos negcios, mas... no possuir o PERFIL de maom.

    Como avaliar o perfil do candidato?- Isso s pode ser garantido pelo maom que o est indican-

    do - o "padrinho"; ele a testemunha e avalista do conjunto de traos psicolgicos que tornam o candidato apto para assumir as responsabilidades de homem livre em Loja. Partem de quem apresenta um candidato as informaes mais concisas, pois h de se supor que o padrinho conhea o candidato de longa data e intimamente. E mais: a Loja dever estar certa de que o tal "pa-drinho" tem sido excelente maom e obreiro dedicado. De outra forma, sendo ele um maom descompromissado, haver de indicar um sujeito que se lhe assemelhe, normalmente um bom

    piadista, excelente churrasqueiro, mestre cervejeiro, e s. Disso j estamos bem servidos.

    Uma vez sindicado e aprovado pela Loja, com base no que est escrito e no julgamento subjetivo dos trs sindicantes, marca-se a data da Iniciao. O candidato bate porta do Tem-plo sendo declarado livre e de bons costumes. Da em diante toca-se o ritual em frente com os mesmo erros e gaguejos de sempre, pois todas as atenes esto voltadas para os maantes discursos no final e para o gape no salo de festas.

    Por estas e outras razes, quando ouo anunciarem que algum foi indicado "para a Maonaria", eu tremo... e costumo assistir com certa apreenso cerimnia de Iniciao, pois no se pode dizer com certeza o que vir dali.

    Tanta pureza e tanta inocncia deveriam tambm ser leva-das em considerao na escolha de nossos representantes no mundo poltico. A conscincia de cada cidado faz a sindicn-cia durante a campanha eleitoral. Em seguida vem o escrutnio secreto nas urnas. Apurados os votos e consagrado o homem pblico na cerimnia de posse, todos correm para tirar fotos com ele. Porm, muito cuidado: quem hoje posa do nosso lado em fotografias poder amanh estar posando para fotos de frente e de perfil, com ficha numerada e uniforme listrado, numa delegacia da polcia federal...

    Acontece a mesma coisa com o candidato que trazemos ao Portal do Templo Manico. S depois de muita convivncia que teremos alguma certeza de seu verdadeiro perfil.

    No me censurem por dizer isso, pois os maiores problemas vividos pela Maonaria foram e so causados por maons regu-larmente indicados, passaram por sindicncias, foram escruti-nados e iniciados em Loja justa, perfeita e regular. Eu poderia citar uma centena de casos locais, mas prefiro me ater ao escn-dalo internacional entre os anos 1966 e 1974, provocado pela Loja italiana "Propaganda Due" (Propaganda Dois ou P2) que foi declarada ilegal e expulsa do Grande Oriente da Itlia por acusaes de participao em negcios fraudulentos e envolvi-mento com a Opus Dei, membros remanescentes do nazismo, gente da mfia, conspiraes neofascistas, o Banco do Vaticano e mortes misteriosas de autoridades e polticos italianos. Prefiro no entrar em detalhes; esse assunto altamente explosivo e polmico. O que eu quero demonstrar o caminho que certos "iniciados" podem vir a tomar, como no caso do Venervel Mestre daquela Loja "Propaganda Due", o empresrio Licio Gelli, condenado a 18 anos de priso em 1992, pela falncia fraudulenta no caso do Banco Ambrosiano, e em 1994 por cal-nia, delitos financeiros e por deter documentos secretos. Per-maneceu em priso domiciliar, e morreu em dezembro do ano passado em sua villa na Toscana.

    Quem quiser se aprofundar no assunto, basta perguntar ao professor Google, ou ler o livro "Em Nome de Deus" do jorna-lista britnico David Yallop que investigou a morte do papa Joo Paulo I (Albino Luciani) em 1978.

    Teoria da conspirao? fantasia? sensacionalismo? Vocs decidem (mas no confundam o ttulo com um outro livro, de Karen Armstrong, que trata do fundamentalismo religioso). E se no quiserem ter muitos pesadelos, leiam o ltimo livro de Umberto Eco, "Nmero Zero", que mais verdades do que fico. Para os preguiosos, que no leem de jeito nenhum, h os documentrios no History Channel que podem ser visualizados no youtube: www.youtube.com/watch?v=QPjRBVtMJ88

    O processo inicitico caracteriza-se pela passagem do homem livre e de bons costumes para Homem Justo e Perfeito (releiam esta frase e reflitam sobre seu significado... se julga-rem conveniente e possvel, levem essa reflexo para as Lojas).

    Neste mundo, dominado pelo materialismo, j difcil encontrarmos um homem bom e justo, vocs sabem disso; mas certificar-se de que ele limpo, puro, livre e de bons costumes dificlimo.

    Diz a histria que Digenes, filsofo grego que viveu por volta de 300 antes de Cristo, perambulava pelas ruas com uma lamparina acesa, em plena luz do dia. Perguntado porque, ele dizia que procurava por homens verdadeiramente livres, autos-suficientes e virtuosos. Digenes vivia seminu dentro de um barril e cercado pelos ces. Desprezava a opinio comum e afirmava que a humanidade vivia de maneira hipcrita. Acon-selhava a seus contemporneos que observassem o comporta-mento dos ces para maior proveito nas relaes pessoais e na poltica. Na poca dele talvez no existissem Lojas como as de hoje; mas se existissem, ele seria o melhor dos sindicantes. Dizem que Alexandre, o Grande, sabendo das buscas que ele empreendia, foi procur-lo para ser seu discpulo. Encontrou Digenes deitado no cho ao lado do barril, tomando um banho de sol. Impressionado, Alexandre disse:

    - J conquistei todas as terras do mundo, mas desejo maio-res conhecimentos. Pea-me o que quiser e eu lhe darei - honra-rias, escravos e tesouros. Mas antes, como posso tambm aju-d-lo a sair dessa misria?"

    Digenes abriu preguiosamente os olhos e respondeu:- Por favor, simplesmente afaste-se um pouco para a direita,

    pois est tapando a luz do sol".Alexandre retirou-se, pois ele era apenas "o Grande", sem

    ser Justo e Perfeito.Quanto a Digenes, por ser um livre pensador e no bajular

    os chefes, foi preso e vendido como escravo.

    (*)O Irmo Jos Maurcio Guimares Venervel Mestre e fundador da Loja Manica de Pesquisas Quatuor Corona, Pedro Campos de Miranda, jurisdicionada Grande Loja Manica de Minas Gerais.

    O LIMPO E PURO SE TORNA JUSTO E PERFEITO

    O MalheteInformativo Manico Online

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    Ir\ Jos Maurcio GuimaresOr\ de Belo Horizonte-MG

    Opinio

  • 03Fevereiro 2016

    Sbastien Faure foi, um dos vultos de primeira grandeza

    da Maonaria e do Anarquismo. Foi notvel ativista

    libertrio e anticlericalista francs, pedagogo, jornalista,

    poeta e compositor durante o perodo que compreende a

    segunda metade do sculo XIX e incio do sculo XX.

    Sbastien Faure nasceu em Saint-Etienne, na provncia francesa de Loire no dia 6 de janeiro de 1858. Nascido em uma famlia burguesa conservadora, seu Auguste Faure, um negociante de seda, catlico praticante, burgus empenhado e partidrio do imprio, enviou-o para um colgio jesuta onde passou a ser educado. Destacando-se por sua inteligncia e capacidade de expresso, aos dezessete anos Sebstien foi indicado pela direo do colgio para seguir o "caminho de Deus" entrando assim para o seminrio na quali-dade de novio. Por um ano e cinco meses foi um novio exem-plar se aprofundando nos estudos de teologia e agarrando-se a f crist de forma cega e rigorosamente. At que num dia Sbastien recebeu um telegrama dizendo que seu pai estava gravemente doente. Apressou-se para visit-lo encontrando-o em seu leito de morte. Auguste disse-lhe que devia deixar a vida religiosa, voltando para sua famlia que agora precisava dele para auxiliar em seu sustento.

    Aproximao da poltica Aps a morte de seu Pai, Sbastien Faure voltou para a

    casa de sua famlia, abandonando a vida religiosa. Em pouco tempo teve contato com os crculos progressistas do movi-mento Livre Pensar, identificando-se inicialmente com esta filosofia. Mais tarde voltou-se para a poltica tornando-se membro do partido socialista operrio vindo mesmo a se can-didatar para deputado nas eleies de 1885. Finalmente em 1888 reconhece-se anarquista.

    O processo dos Trinta Em 1894 Faure torna-se tutor de Sidonie Vaillant aps a execuo de seu pai, Auguste Vaillant, pelo atentado a bomba que executara contra a cmara de depu-tados em 9 de Dezembro de 1893. Seis meses depois Faure acaba sendo julgado junto com muitos outros anarquistas no julgamento que ficou conhecido como "Processo dos Trinta" ("Procs des trente"). Com base nas "Leis Vilnicas" ("lois sclrates") aprovadas entre 1893 e 1894 em detrimento do movimento anarquista e buscando restringir a liberdade de imprensa e expresso o Processo dos Trinta levou aos tribuna-is dezenas de militantes anarquistas - entre eles Charles Cha-tel, Ivan Aguli, Flix Fnon, Jean Grave, Louis Armand Matha, Maximilien Luce, mile Pouget, Paul Reclus, Alexan-der Cohen, Constant Martin e Louis Duprat - acusando-os de participao em uma Internacional Negra, uma organizao secreta criminosa de inspirao libertria que supostamente pretendia acabar com os governos e empresrios do mundo. Enquanto parte dos acusados preferiu abandonar o pas, Faure junto com Jean Grave, Charles Chatel, Louis Armand Matha e Flix Fnon foram aos tribunais responder s acusaes as quais lhes eram imputadas. Este seria um julgamento histrico em que o anarquismo, mais do que os rus foram colocados em uma posio de culpa. A imprensa foi proibida de reproduzir os interrogatrios de Jean Grave e Sbastien Faure, levando Henri Rochefort a escrever no jornal L'Intransigeant, que a associao criminosa no se referia aos acusados, mas aos magistrados e ministros que os acusavam. Os acusados pre-sentes provaram facilmente sua inocncia frente a acusao de "associao criminosa" j que a um bom tempo o movimento anarquista francs havia rejeitado a idia solo de associao e ao exclusivamente individual. Apesar disso, o presidente da corte, Dayras, negou todas as objees da defesa, levando Faure a dizer:

    "Cada vez que provamos o erro de uma das alegaes de vossa parte, declaras isto sem importncia. Voc talvez possa muito bem somar todos os zeros, mas ainda assim no pode obter uma unidade.

    Ao fim do julgamento Sbastien Faure e os outros presen-tes no tribunal foram declarados inocentes das acusaes, ainda que atravs da perseguio gerada pelo processo dos trinta e pelas leis vilnicas, durante algum tempo nenhum peridico libertrio ou qualquer outro tipo de propaganda dos ideais anarquistas pode circular pela Frana.

    Refundao do peridico Le LibertaireEm 16 de novembro de 1895, Sbastien Faure passa a re-

    editar sozinho o famoso peridico semanrio Le Libertaire. Ao contrrio do que se afirma, Louise Michel no cofunda-dora deste jornal. Em seu trigsimo terceiro nmero existe uma legenda onde se l "Fundado por S.Faure".O jornal reeditado de 1895 1814, com um intervalo entre fevereiro dezembro. A partir de agosto de 1899, lanado um suplemen-to ilustrado neste mesmo dirio. Durante toda sua durao Faure faz questo de lanar o peridico a um preo acessvel as

    classes operrias, nunca ultrapassando o valor de dez centa-vos. Em agosto de 1914 lanado a ltima edio sob a dire-o de Faure. Inicia-se ento a Primeira Guerra Mundial e o governo francs passa a reconhecer uma ameaa para o alista-mento no ativismo antimilitarista de Faure atravs do peridi-co Le Libertaire. Faure obrigado a abandonar a publicao aps terem sido lanados nada menos que 960 nmeros sob sua direo.

    Avismo dreyfusard Frente a injusta condenao por traio do oficial Alfred

    Dreyfus e ao escndalo poltico que dividiu a Frana, Faure passa a combater o antissemitismo e a xenofobia propalados pela imprensa burguesa e oficial.

    Afirmando a inocncia do oficial de artilharia de origem judaica e denunciando o processo fraudulento conduzido as portas fechadas, Faure denunciou os militares de alta patente pela farsa judicial que perpetravam.

    Fundao da Escola A ColmeiaEm 1904, Sbastien Faure aproxima-se da proposta de

    pedagogia libertria o criar nas proximidades Rambouillet (Yvelines) uma escola libertria designada "A Colmeia" (La Ruche). O objetivo da escola era desenvolver integralmente a capacidade de cada estudante. Atravs deste princpio Faure demonstra a influncia das ideias de Mikhail Bakunin e Paul Robin,[6] mas tambm na permanncia do mutualismo de Proudhon. O mtodo de ensino que Faure desenvolve em A Colmeia se contrape a metodologia dedutiva tradicional na qual os conceitos so explicados para os alunos cuja tarefa apenas assimilar. Sua pedagogia chamada por ele de indutiva e estimuladora do autodidatismo abre espao para que os estu-dantes possam aprender por contra prpria, assumindo um papel ativo na tarefa de aprender. "Quem procura, fez o esfor-

    o." Alm disso, na Colmeia no havia distino de sexos nas salas de aula onde meninos e meninas estudavam em conjunto, algo inovador para a poca.

    Anmilitarismo e perseguioEm 1914 com o incio da Primeira Guerra Mundial passa a

    difundir panfletos pacifistas e antimilitaristas, defendendo o no-alistamento a desero entre os soldados. Passa a ser dura-mente perseguido pelo aparato repressor estatal at mesmo sofrendo ameaas a sua famlia. Em 1916 lana um novo peridico O que falta ser dito (Ce qu'il faut dire), denunciando o esforo do estado francs para difundir o nacionalismo para garantir quadros para a guerra. Em 1918 preso por organizar uma reunio sem o aval das autoridades.

    lmos anos Em 1934 colaborou para a publicao da Enciclopdia

    Anrquica composta por mais de trs mil pginas, e co-escrita com diversos militantes libertrios de sua poca. Foram publi-cados apenas trs dos quatro volumes previstos. Em 1936 partiu a Espanha para se juntar aos republicanos libertrios em sua guerra contra o fascismo, tomando parte na coluna Durruti durante a Guerra Civil Espanhola. Reconhecido por sua peda-gogia bem como por sua capacidade de oratria Faure publi-cou tambm diversos livros sobre assuntos variados que inclu-em pedagogia libertria, antimilitarismo, atesmo, xenofobia e capitalismo, alm de ser um dos proponentes iniciais da Enci-clopdia Anrquica de 1932.

    (*) Ir\ Roberto Aguilar Machado Santos Silva, Membro Vitalcio da Academia Manica de Letras de Mato Grosso do Sul, Brasil

    Fonte: Maonaria em Portugal

    SBASTIEN FAURE ANARQUISTA E MAOM Por Ir\ Roberto Aguilar Machado Santos Silva (*)

    MAONS FAMOSOS

  • 04 Fevereiro 2016 Geral

    Por Emanuel Swedenborg

    Ser interessante refletir no facto de que cada vez mais jovens tm vindo a aderir a movimentos espiri-tuais e/ou tradicionais.Quanto a ns, estamos a assistir a algo completamente

    indito, isto , estamos perante um fenmeno sem paralelo na histria dos movimentos tradicionais e espirituais do Ocidente.

    Em tempos idos, e no podemos recuar assim tanto, estamos a falar essencialmente dos sculos XVIII e XIX (e grande parte do sculo XX), quem se agregava em movi-mentos tradicionais, como sejam a maonaria, o neo-templarismo, rosacrucianismo, ou at o druidismo e outras correntes da Espiritualidade Ocidental, eram pessoas com idades, pelo menos, a partir dos 50/55 anos, com as suas vidas de certa forma estabilizadas e com filhos adultos, por vezes j casados e independentes. Desta forma, podiam dedicar-se a estes movimentos, que consistiam, essencial-mente, em movimentos de especulao filosfica, mas tambm com trabalhos efetivos, como sendo servios de segurana e/ou de solidariedade social, entre outros.

    Reforando a ideia, a estabilidade financeira, os filhos criados e independentes e o tempo livre, davam uma sensa-o de recomeo; abriam as portas possibilidade de dedi-cao a uma Causa, de se poder fazer, finalmente, aquilo que sempre se quis fazer, mas que esteve vedado pelo necessrio labor dirio, essencial para prover a famlia.

    Naturalmente que poder haver excees, mas parece-nos que o que acabmos de descrever ter sido a regra, ao longo de muitas dcadas, se que no o ainda

    Contudo, em finais do sculo XX e incios do sculo XXI, deu-se o fenmeno que referimos logo no incio deste texto e que ainda se mantm: a adeso de pessoas cada vez mais jovens aos movimentos tradicionais. Isto foi notado por estudiosos ainda no decorrer do sculo XX, como Ray-mond Bernard, sendo que este nos deixou alguns textos e reflexes sobre a temtica.

    Hoje em dia, este fenmeno por demais evidente e, naturalmente, abre-nos as portas para um sem nmero de reflexes, entre as quais se encontram aquelas que se seguem

    Reflitamos, ento, em conjunto. um facto que, no seio dos grupos espirituais, pouco

    se fala de Karma, Anjos, Vidas passadas, Lei da Atrao, Reiki, Auras, Astrologia, etc. Sim, leu bem, pouco se fala. Ou seja, quando reunidos, os intervenientes dos referidos grupos tm, desde logo, estes temas como dados adquiri-dos, e dedicam-se, mais das vezes, visualizao criativa, meditao conjunta e, ainda e sempre, especulao filo-sfica. Mas, ainda assim, os temas esto l, como um back-ground, como um fio condutor. Claro que aqui a nossa experincia pessoal conta muito e no podemos afirmar que desta forma que todos os grupos funcionam; prova-velmente, estamos at muito longe da verdade ou do mais comum, mas o que nos tem sido dado a conhecer desta forma que se processa. Naturalmente que existiro grupos a dedicarem-se exclusivamente a qualquer uma das temti-cas que referi supra, excluindo todas as outras, o que, em todo o caso, no invalida a nossa teoria.

    Fazendo f que os grupos ditos espirituais funcionam aproximadamente da forma que acabmos de referir, pode-remos tentar perceber o porqu de no se dedicarem, ou de no falarem sobre os temas que referimos. Em primeiro

    lugar, como dissemos antes, por considerarem que so dados adquiridos, isto , calcula-se que cada um dos membros do grupo j se dedicou, individualmente, maio-ria dos temas que so referidos.

    E, em segundo lugar, porque so temas muito subjetivos e dados a muitas interpretaes. Em abono da verdade, ningum pode afirmar, peremptoriamente, que Anjos existem, que a Lei da Atraco infalvel, ou que tenhamos vivido vidas passadas. No h forma de provar cientifica-mente, pelo menos para j, a existncia do Karma, do Reiki ou da Astrologia apesar de, no caso da Astrologia, j se ter chegado muito perto disso. Assim, estamos aqui no terreno das crenas e no da Cincia. E muito difcil (diramos mesmo desaconselhvel) discutir crenas!

    Mas o que queremos analisar, essencialmente, e foi esse o mote para a elaborao deste texto, como que se lida com as crenas e os ideais dos movimentos Espirituais e Tradicionais numa altura das nossas vidas ou em idades em que somos constantemente postos prova por circunstn-cias vrias. Isto , como que podemos continuar a acredi-tar no Karma, na Lei da Atrao, nos Anjos-da-Guarda, etc., quando as circunstncias da vida profana nos colo-cam em situaes de precariedade profissional, quando cortamos relaes com algum a quem chamvamos Irmo, quando sofremos com doenas graves, ou ainda, quando um filho nos morre ou est em vias de nos morrer nos braos. No que que verdadeiramente acreditamos nesta altura?

    O que pensar quando olhamos para trs e no vemos nada que possamos ter feito para estar agora nesta ou naquela situao aflitiva; vamos acreditar no Karma por-qu? O que pensar quando vemos os nossos filhos a sofre-rem e, obviamente, no atramos nada disso; que credibili-dade tem a Lei da Atrao?

    As diversas circunstncias que acabamos por viver pem em causa aquilo em que, durante muito tempo ou pelo menos durante algum tempo , acreditmos.

    Seria bem mais fcil, para aqueles de que falmos aci-ma, continuar a acreditar em todos os aspectos que referi-mos, pois as circunstncias das suas vidas, j estabilizadas, seriam bem menos dramticas. Mas quantos no tero, tambm, posto em causa as suas crenas quando esta ou aquela situao se deu nas suas vidas, mesmo em idade avanada, onde j tudo deveria estar bem consolidado? No tero sido poucos

    Por outro lado, parece-nos que o que acontece que, hoje em dia, alguns conceitos comeam, tambm devido a um sem nmero de circunstncias, a ser desviados dos seus significados originais

    Apesar de ser um conceito eminentemente Oriental, o Karma est j bem enraizado na tradio Ocidental, mas visto, hoje em dia, como um fardo, como algo de que no nos conseguimos livrar. Por isso, jamais esqueceremos as palavras de um Bom Amigo que certo dia nos disse: es-quece o Karma e comea a encarar as circunstncias da vida como Dharma, isto , o Caminho, seja este pejado de rochas ou livre e fluido como um rio. Assim, cada aconte-cimento da nossa vida, sendo este positivo ou negativo, ainda que estes conceitos estejam impregnados de subjeti-vidade, acaba por ser algo que devemos considerar como essencial para o nosso crescimento interior, como uma ampliao da nossa conscincia, como uma ferramenta para sabermos lidar com situaes semelhantes no futuro.

    Quanto Lei da Atrao, que juntamente com o Karma,

    so os dois temas que queremos, ainda e tambm, explorar nesta reflexo, pensamos que o seu significado est, nos dias de hoje, um pouco longe do seu significado original. O que nos dito, em traos gerais, que o Universo conspira a nosso favor e est disponvel para realizar todos os nossos desejos, desde que nos mentalizemos disso, atraindo tudo aquilo que quisermos. Desde que o faamos de uma forma que, pasme-se, j foi definida, tudo est ao nosso alcance; esse o Segredo. Temos muita dificuldade em aceitar isto, pelo menos desta forma to simplista, e desmintam-nos se no assim que nos vendem a Lei da Atrao.

    Contudo, parece-nos que a referida Lei um pouco mais complexa. E, tal como o Karma, no podemos afirmar que existe, assim como no podemos afirmar que no existe. Na dvida, devemos procurar saber um pouco mais e no aceitar levianamente as explicaes simples, que, no estando totalmente erradas, pecam por omisso. O que ter mais lgica ser que o Universo esteja disponvel para nos ajudar, mas de acordo com o nosso merecimento e colocando nossa disposio as ferramentas que, de facto, nos fazem falta e nunca, mas nunca, exclusivamente, sob um ponto de vista meramente material e sem olhar a outrem. A ideia de que basta pedir um automvel ao Uni-verso para que o recebamos, ou que basta concentrar-nos durante dois minutos em Fsica Quntica para ficarmos a saber mais ou menos o que esta disciplina versa, parece-nos, mais do que ridculo, absolutamente insultuoso. O que ser mais difcil de aceitar, por vezes, que o que o Univer-so tem para nos oferecer algo que no nos parece de todo positivo, muito pelo contrrio, mas que ser, sem dvida, algo que nos tornar mais fortes no futuro

    Mas, mesmo tentando, modestamente, clarificar um pouco os conceitos por detrs das denominaes, o que podemos pensar ou em que podemos acreditar quando, por exemplo, somos acometidos por uma doena grave ou quando vemos um filho a morrer-nos nos braos?

    Outras tradies diriam foi a vontade de Deus, mas para ns isto j no suficiente

    Ento, o que fazer? O que pensar? E acreditamos em qu?

    Ser que foi isto que Raymond Bernard previu quando nos props a ideia da no-Via; esse conceito perfeitamente desconcertante e to difcil de apreender. Ser que nos diri-gimos para um niilismo, mas um niilismo crente; isto , no acreditar em nada, no ter qualquer bengala e, mesmo assim, paradoxalmente, ser crente e acreditar que existe um plano, uma misso, uma inteligncia superior, Deus?

    Parece-nos que poderemos estar a caminhar nesse senti-do. E num sentido, tambm, em que a Espiritualidade s tem Razo de Ser se for vivida no dia-a-dia aquilo a que costumamos chamar de Espiritualidade Pragmtica, mas tambm podamos chamar de Espiritualidade Operativa; ao invs de uma Espiritualidade meramente terica, basea-da em crenas que podem cair por terra a qualquer altura.

    Para ns, mais importante do que compreender a vida atravs de todas as teorias que referimos supra, ou de outras apesar de continuarmos a achar que importante, pelo menos, almejar a essa compreenso , ser viv-la intensa-mente em todos os seus nveis, e em que a Espiritualidade, veja-se, apenas um desses nveis, mas no o nico!

    Fonte: Cerberus Magazine

  • 05Fevereiro 2016

    Por Ir\ Antnio Rocha Fadista (*)

    Filho de Zeus e de Maia, a mais jovem das Pliades da mitologia grega, Hermes nasceu num dia quatro (nmero que lhe era consagrado), numa caverna do monte Cilene, ao sul da Arcdia.

    Divindade complexa, com mltiplos atributos e funes, Hermes foi no incio um deus agrrio, protetor dos pastores e dos rebanhos. Um escrito de Pausnias deixa bem claro esta atribuio do filho de Maia: No existe outro deus que demonstre tanta solicitude para com os rebanhos e para com o seu crescimento. Mais tarde, os escritores e os poetas ampliaram o mito, como por exemplo, Homero, nos seus poemas picos Ilada e Odissia. Na Odissia, por exemplo, o deus intervm como mago e como condutor de almas (nas Rapsdias X e XXIV).

    Protetor dos viajantes, Hermes tambm o deus das estradas. Nas encruzilhadas, para servir de orientao, os transeuntes amontoavam pedras e colocavam no topo do monte a imagem da cabea do deus. A pedra lanada sobre um monte de outras pedras, simbolizava a unio do crente com o deus ao qual elas estavam consagradas. Considerava-se que nas pedras do monte estavam a fora e a presena do divino.

    Para os gregos, Hermes regia as estradas porque andava com incrvel velocidade, por usar as sandlias providas de asas. Deste modo, tornou-se o mensageiro dos deuses, principalmente de seu pai, Zeus. Conhecedor dos caminhos, no se perdendo nas trevas e podendo circular livremente nos trs nveis (Hades ou infernos, Terra ou telrico e Paraso ou Olimpo), Hermes tornou-se um deus condutor de almas.

    A astcia, a inventividade, o poder de tornar-se invisvel e de viajar por toda a parte, aliados ao caduceu com o qual conduzia as almas na luz e nas trevas, so os atributos que exaltam a sabedoria de Hermes, principalmente no domnio das cincias ocultas, que se tornaro, na poca helenstica, as principais qualidades do deus.

    A partir deste ponto, Hermes se converteu no patrono das cincias ocultas e esotricas. ele quem sabe e quem transmite toda a cincia secreta. O feiticeiro Lcio Apulio declara em seu livro de bruxaria (De Magia) que invocava Mercrio o Hermes dos romanos como sendo aquele que possua os segredos da magia e do ocultismo.

    Hermes Trismegistos o nome grego dado ao deus egpcio Thoth, considerado o inventor da escrita e de todas as cincias a ela ligadas, inclusive a medicina, a astronomia e a magia. Segundo o historiador Herdoto, j no sc. V a.C. Thoth era identificado e assimilado a Hermes Trismegisto, i.e., ao Trs Vezes Poderoso Hermes.

    A pedra de Roseta, gravada no ano 196 a.C tambm identifica Hermes como Thoth. A traduo dos hierglifos das cmaras morturias do Vale dos Reis permitiu dividir os escritos atribudos a Hermes-Thoth em dois tipos principais: o Hermetismo popular que trata da astrologia e das cincias ocultas, e o Hermetismo para os cultos, que trata de Teologia e de Filosofia.

    Do renascimento at ao final do sculo XIX pouca ateno foi dispensada aos Escritos Hermticos populares. Estudos recentes mostraram, no entanto, que a literatura popular hermtica anterior ao Hermetismo dito culto, e reflete as idias e convices dominantes no imprio romano.

    Os Escritos Hermticos sobre Teologia e Esoterismo constam de dezessete tratados, que compem o Corpus Hermeticum. Este conjunto de Escritos rene as compilaes feitas por Stobaeus e por Apuleius. A compilao de Apuleius for traduzida para o Latim por Asclepius. Estes escritos so datados dos trs primeiros sculos da era crist e foram escritos em lngua grega, embora os conceitos neles contidos sejam de origem egpcia.

    O Corpus Hermeticum rene a Hermtica e a Tbua de Esmeralda. Estas duas obras so trabalhos estritamente hermticos sobre os quais se fundam a cincia e a filosofia alqumicas. A Hermtica consta de uma srie de livros, dos quais o mais importante Livro I, Pimandro, que um dilogo de Hermes consigo mesmo.

    O Hermetismo foi estudado durante sculos pelos rabes, e por seu intermdio chegou ao Ocidente, onde influenciou homens como Albertus Magnus. Em toda a literatura Medieval e do Renascimento so freqentes as referncias a Hermes Trismegistos e aos Escritos Hermticos, estudados e aprofundados, principalmente, pelos Alquimistas e pelos Rosacruzes. Para os Rozacruzes, Hermes Trismegistos foi um sbio. O Dr. H. Spencer Lewis, escritor e Grande Mestre da Ordem Rosacruz, se referia a Hermes como uma pessoa real.

    No mundo greco-latino, sobretudo em Roma, com os gnsticos e neoplatnicos, Hermes Trismegisto se converteu

    num deus cujo poder varou os sculos. Na realidade, Hermes Trismegisto resultou de um sincretismo com o Mercrio latino e com o deus egpcio Thoth, o escrivo no julgamento dos mortos no Paraso de Osris, e patrono de todas as cincias na Grcia Antiga.

    Em Roma, a partir dos primeiros sculos da era crist, surgiram muitos tratados e documentos de carter religioso e esotrico que se diziam inspirar-se na religio egpcia, no neoplatonismo e no neopitagorismo. Esse vasto conjunto de escritos que se acham reunidos sob o nome de Corpus Hermeticum, coleo relativa a Hermes Trismegisto, uma fuso de filosofia, religio, alquimia, magia e astrologia, e tem muito pouco de egpcio.

    Desse Corpus Hermeticum muito se aproveitou a Gnose (conhecimento esotrico da divindade, transmitido atravs dos ritos de iniciao). Os gnsticos, com seu sincretismo religioso greco-egpcio-judaico-cristo surgido tambm nos primeiros sculos da nossa era, procuraram conciliar todas as tendncias religiosas e explicar-lhes os seus fundamentos atravs da Gnose.

    As sandlias de Hermes eram dotadas de asas, separavam a terra do corpo pesado e vivente, e da vem a importncia simblica das sandlias depostas, rito manico que evoca a atitude de Moiss no monte Sinai, pisando descalo a terra santa. Descalar a sandlia e entreg-la ao parceiro era, entre os judeus, a garantia de cumprimento de um contrato.

    Para os antigos taostas, as sandlias eram o substituto do corpo dos imortais, e seu meio de deslocamento no espao. Em Hermes e Perseu, as sandlias aladas so o smbolo da elevao mstica.

    O caduceu significa em grego basto de arauto. Smbolo dos mais antigos, sua imagem j se acha gravada, desde o ano 2.600 a.C., na taa do rei Gudea de Lagash. So vrias as formas e mltiplas as interpretaes do caduceu. Insgnia principal de Hermes, um basto em torno do qual se enrolam, em sentidos inversos, duas serpentes. Enrolando-se em torno do caduceu, elas

    simbolizam o equilbrio das tendncias contrrias em torno do eixo do mundo, o que leva a interpretar o basto do deus de Cilene como um smbolo de paz. A serpente um smbolo encontrado na Mitologia de todos os povos. Todas as grandes idias surgidas no incio da Civilizao foram representadas pela serpente: o Sol, o Universo, Deus, a Eternidade. Enroscada no Tau, a serpente o smbolo do Grau 25 do REAA.

    Tambm se pode interpretar o caduceu como sendo o smbolo do falo ereto, com duas serpentes acopladas. Esta interpretao do caduceu uma das mais antigas representaes indo-europias, sendo encontrado na ndia antiga e moderna, associado a numerosos ritos, bem como na Grcia , onde se tornou a ins gnia de Hermes. Espiritualizado, esse falo de Hermes penetra no mundo desconhecido em busca de uma mensagem espiritual de libertao e de cura. Hoje em dia o caduceu o smbolo universal da Medicina.

    O esoterismo manico, com a sua traduo em rituais, smbolos e ensinamentos, criao de grandes pesquisadores, colecionadores de livros e de manuscritos raros, e grandes estudiosos das culturas da antiguidade. Elias Ashmole, Desaguilliers e Francis Bacon foram alguns destes homens, Rosacruzes e grandes conhecedores do hermetismo e da transmutao alqumica dos metais, atravs da Pedra Filosofal. Eles introduziram na Maonaria os mesmos conceitos filosficos, utilizando agora os instrumentos da arte de construir, como smbolos da regenerao e do aperfeioamento moral e espiritual do Homem.

    Hermes Trismegisto foi, na Mitologia Grega, o deus que reuniu os atributos que todos os grandes pensadores e iniciados desejaram transmitir s futuras geraes. Ele foi um deus to importante que na cidade de Listra, a multido, ao ver o milagre realizado pelo apstolo Paulo, tomou-o por Hermes e gritou entusiasmada, pensando estar diante de um deus sob forma humana.

    (*) Antnio Rocha FadistaM.'.I.'., Loja Cayr 762 GOERJ / GOB - Brasil

    Obras consultadasHermes Trismegisto - Ensinamentos Hermticos

    AMORC Grande Loja do BrasilGrande Dicionrio Enciclopdico de Maonaria e

    Simbologia Nicola AslanLa Franc-Maonnerie Rendue Intelligible Ses Adeptes

    Oswald WirthEncyclopaedia Britannica Volume XIO Vale dos Reis O Mistrio das Tumbas Reais do Antigo

    Egito John Romer A Doutrina Secreta Volume V H.P.BlavatskyOdissia - Homero

    HERMES TRISMEGISTO: O MITO E A REALIDADEGERAL

  • 06 Fevereiro 2016

    Por Ir\ William Almeida de Carvalho 33

    A tradio judaica no dominada por muitos escrito-res manicos que, por isto mesmo, cometem muitos pecados de interpretao no tocante sua influncia na maonaria. Antes de apontar a influncia judaica na mao-naria seria interessante fixar alguns traos da cultura judaica, comumente desprezados, para no se incorrer em erros lamentveis. Veja-se, por exemplo, as colunas do Templo de Salomo que esto citadas em Reis I, 7, 21: Ergueu as colu-nas diante do prtico do santurio; ergueu a coluna do lado direito, qual deu o nome de Jaquin; ergueu a coluna da esquerda e chamou-a Boaz. Quando se pergunta a um pro-fessor de hebraico o que significa BOAZ , ele discorrer sobre o significado e a traduo desta palavra. Se perguntar-mos, ao mesmo professor, o que significa BOOZ, muito empregada pelos maons franceses e repetida pelos brasilei-ros e que uma corrupo de BOAZ, ele no saber, obvia-mente, o significado da palavra, pois ela no tem nada a ver com o hebraico. Quanta discusso intil se evitaria se se pudesse resolver a questo filologicamente.

    Os caracteres da escrita hebraica no possuem vogais. Normalmente so substitudos por sinais (massorticos) que agem como vogais. Assim, se um judeu religioso escrevesse o nome de Deus em hebraico, no alfabeto ocidental soaria algo como: Ds ou N-ss- S-nh-r, tomando todo o cuidado para no tomar o santo nome em vo. Os judeus pronunciam o nome de Deus de vrias maneiras: El, Eloim, El Shadai, Adonai etc. Contudo, o nome inefvel de Deus [desnecess-rio dizer que o hebraico se l da direita para a esquerda] rars-simamente grafado (quando o , normalmente para uso em pesquisa etimolgica sobre a origem do Nome) ou pronunci-ado (sendo que, nestas pouqussimas vezes, no propria-mente pronunciado e, sim, soletrado com as letras hebraicas: iod, hei, vav e hei). Em ingls, o nome inefvel transliterado como YHVH (Jav em Portugus, como se ver a seguir). Os estudiosos cristos ensinam que os judeus adoram Deus com um nome relacionado com a letra W. Tal fato se deve domi-nao que os alemes exerceram no campo teolgico nos ltimos duzentos anos. O W, em alemo, pronunciado como o V em portugus e ingls e o vav em hebraico. Os alemes tambm grafam como J onde encontram o iod hebreu ou o Y em ingls (tal letra inexiste no alfabeto portugus) quando ele ocorre. Assim YHVH apareceria como JHWH. A Bblia de Jerusalm grafa como Jav e/ou Iahweh.

    A tradio judaica afirma que a atual pronncia do Nome um segredo para sempre perdido desde a destruio do Tem-plo e considerado imprprio tentar pronunciar o Nome. Quando o Nome ocorre em caracteres hebraicos deve ser usada uma palavra substituta, ou seja Adonai.

    Outro trao importante na cultura religiosa hebraica o termo Bblia. Claro que Bblia o trmo portugus para a palavra hebraica Tanach . Tanach ou Tanack um acrnimo construdo pelas trs sees da Bblia: a Torah , ou seja a Lei, o Nevi'im , ou seja os Profetas e o Kesuvim ou Ketuvim , ou seja os Escritos ou os Hagigrafos. Na verso moderna, cons-tituem os 39 livros (considerando-se Samuel I e II e Reis I e II como livros separados) da Escritura Hebraica que, obvia-mente, os judeus no chamam de Velho Testamento. Aquilo que os cristos chamam de Velho Testamento e Novo Testa-mento, os judeus chamam de Escritura Hebraica e Escritura Crist. O cnon hebraico difere do cnon cristo por descon-

    siderar os livros escritos em grego e os suplementos gregos de Ester e Daniel. Para uma breve recordao, o cnon hebra-ico lista os seguintes livros:

    Pentateuco: 1- Gnesis, 2- xodo, 3- Levtico, 4- Nme-ros, 5- Deuteronmio;

    Profetas: [anteriores] 6- Josu, 7- Juzes, 8- Samuel (I e II), 9- Reis (I e II), [posteriores]10- Isaas, 11- Jeremias, 12- Ezequiel, 13- 'Os Doze' profetas, na ordem retomada pela Vulgata: Osias, Joel, Ams, Abdias, Jonas, Miquias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias;

    Hagigrafos: 14- Salmos, 15- J, 16- Provrbios, 17- Rute, 18- Cntico dos Cnticos, 19- Eclesiastes (Coelet), 20- Lamentaes, 21-Ester, 22- Daniel, 23- Esdras, 24- Neemias e 25- Crnicas.

    Aqui surge uma questo que agora pode ser respondida com maior conhecimento de causa. Quando um candidato manico judeu presta um juramento, a Torah deve ser posta no altar como Livro da Lei? No. A Torah somente uma parte da Bblia judaica. Colocar a Torah no altar seria o equi-valente para os cristos de se colocar somente os quatro Evan-gelhos no altar, sem as Epstolas, o Apocalipse etc. O Livro dos Profetas e os Hagiogrfos assumem um importante papel na adorao judaica e no entendimento da lei judaica. A Torah a mais importante seo da Bblia, e particularmente vene-rada, mas no toda a Escritura.

    Seria, ento, o caso de se colocar o Talmud no altar para os candidatos judeus? Aqui, convm esclarecer que o Talmud um livro de interpretao legal. O Talmud tambm ensina uma grande parte sobre o pensamento judeu e a crena religi-osa, mas ele no a Sagrada Escritura. As obras de Santo Agostinho e de So Toms de Aquino desempenham o mesmo papel numa relao similar com a Bblia dos cristos, contudo, tambm no so as Escrituras.

    Surge agora uma outra pergunta. Os judeus usam chapu em Loja? Aqui convm distinguir entre o chapu propria-

    mente dito e quip (kipah), uma espcie de solidu. O solidu (solis Deo = s a Deus) designa o pequeno barrete, geralmen-te feito de fazenda mole e flexvel, o qual se ajusta cabea, com que os padres cobrem a coroa ou pouco mais e que deve ser tirado ante o sacrrio. A cobertura da cabea preconiza-da em diversos ritos manicos (apesar da prtica no ser uniforme) para os Mestres em qualquer Sesso, ou para todos os Obreiros, ou apenas para os Mestres em Sesso do terceiro grau. Geralmente, tal cobertura necessria e feita com o chapu negro desabado, podendo-se, todavia, utilizar o soli-du (que o quip hebraico) em Sesses do terceiro grau ou de Pompas Fnebres. O judasmo adota a prtica oriental de cobrir a cabea durante as oraes como um sinal de respeito, enquanto nos pases ocidentais a prtica totalmente ao con-trrio: descobre-se a cabea exatamente pela mesma razo. Algumas Obedincias Manicas decidiram que o quip (iarmulque [yarmulke], barrete, tiara etc.) no um chapu no sentido manico, mas um elemento do vesturio. O R\E\A\A\ adota a opinio que o barrete do rito no deve ser removido, por exemplo durante a saudao da bandeira. Deve ser considerado, tambm em maonaria, o barrete fr-gio, que era um pequeno bon de feltro, de forma cnica e com um pequeno rebordo, com o qual, na Antiguidade, o senhor cobria a cabea do escravo na cerimnia de libertao e que era tomado como emblema de liberdade; graas a isso, ele , em alguns ritos, um smbolo manico, j que a mao-naria sempre foi libertria.

    Uma ltima distino deve ser feita sobre o diferente uso do conceito fariseu entre cristos e judeus. O judasmo moderno farisaico no seu temperamento, mas os judeus no usam a palavra como um sinnimo de hipcrita. provvel que este ltimo significado adveio de um conflito entre aqueles que escolheram seguir Jesus e Paulo e aqueles que permaneceram com o cerne da f judaica. Naquele tempo, os fariseus dominavam o pensamento e a prtica judaica e melhor denunciar o farisasmo como um desvio do pensa-mento judeu do que denunciar os judeus propriamente ditos, desde que os antigos cristos almejavam converter os judeus. Os fariseus e os saduceus eram os competidores primrios no pensamento e na prtica religiosa dos judeus, embora hou-vessem outros grupos, como os essnios, buscando oferecer ideias diferentes. Os saduceus eram o partido da classe sacer-dotal e mantinham a posio de que somente a Lei escrita deveria ser seguida risca. Os fariseus conseguiam fazer uma combinao mais flexvel entre a Lei escrita e a oral. Outra importante distino era que os fariseus afirmavam que uma pessoa no deveria pertencer, necessariamente, classe sacerdotal para bem cumprir os mandamentos e adorar a Deus. esta ltima diferena que a mais importante no desenvolvimento do judasmo na sua forma para os ltimos dois mil anos. Alguns autores fazem um smile entre este conflito e o da Reforma protestante, quinze sculos depois.

    Existem traos comuns entre os rituais, smbolos e pala-vras manicos e judaicos. Um dos landmarques judaicos a crena num Deus que criou tudo na nossa existncia e que nos deu uma Lei para ser seguida, incluindo, ipso facto, os precei-tos morais de relacionamento humano. A crena em Deus, a prece, a imortalidade da alma, a caridade, o agir respeitosa-mente entre os seus semelhantes fazem parte integrante do iderio manico pelo menos da maonaria testa como tambm do judasmo, e por que no dizer de todas as grandes religies do mundo (o budismo seria um caso parte).

    continua...

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  • 07Fevereiro 2016

    O judasmo ensina que a Lei de Deus est contida na Torah, a parte principal da bblia judaica que contm os 5 primeiros livros de toda a Bblia, como visto anteriormen-te, ou seja, o Pentateuco dos cristos. A tradio judaica ensina que a Torah a eterna lei dada por Deus e comple-ta, nunca ser mudada at mesmo por Deus e, obviamente, nunca poder ser alterada por qualquer mortal. J aqui surge naturalmente uma comparao com os landmarques manicos que preceituam no estar no poder de qualquer homem-maom ou corpo manico fazer inovaes na estrutura bsica da maonaria. Nos tempos modernos, ambas assertivas podem cheirar politicamente incorretas, apresentando um odor dogmtico que repulsa as mentes liberais e tolerantes no limiar do terceiro milnio, mas con-vm salientar que isto se refere aos fundamentos que deve-ro permanecer intocados. Tanto que um dos livros clssi-cos de Pike se intitula Moral e Dogma. Assim, maonaria e judasmo, tais como os padres ticos das outras grandes religies, ensinam que devemos nos autodisciplinar e man-ter nossas paixes em constante guarda. O disciplinamento ritualstico, seja nas sinagogas seja nas lojas manicas, auxilia a desenvolver esta habilidade.

    Outra similitude poder, tambm, ser encontrada na cerimnia da circunciso e do Bar Mitzvah. Logo aps o nascimento de todo judeu homem, ele circuncisado pelo rabino, ou seja, feito o corte no prepcio do pnis do beb, numa cerimnia familiar como um sinal ancestral de alian-a entre Deus e o patriarca Abrao. Treze anos depois, j adolescente, o mesmo judeu macho participa do Bar Mitz-vah que consiste em aprender a recitar preces e passagens bblicas em hebraico e a participar em rituais judaicos quan-do, enfim, adquire todos os direitos e deveres do homem judeu. Todos os maons j fizeram, aqui, a comparao com a iniciao manica do profano e a exaltao ao grau de mestre quando se adquire a plenitude manica

    No tocante liberdade individual, maonaria e judas-mo emulam para ver quem apresenta maior performance de respeito e apoio. Tal fato, contudo, no exclusivo dos dois, pois o cristianismo apresenta, tambm, consideraes profundas sobre o livre-arbtrio, mas no o caso de ser aqui discutido. O judasmo ensina que todo ser humano capaz do bem e do mal e tenta ajudar o fiel a usar o livre-arbtrio para escolher o caminho eticamente correto. A maonaria ensina que aqueles que so moralmente capazes podem encontrar a luz na maonaria se eles desejarem isto por suas prprias vontades livres. Os maons france-ses, principalmente os do Grande Oriente de Frana, che-garam ao ponto de colocar como um dos seus lemas a liber-dade absoluta de pensamento. O conceito de exercitar a vontade livre para aceitar a lei e a reparao pelas trans-gresses passadas o que preconiza o Rosh Hashanah e o Yom Kippur. Os judeus acreditam que dez dias no incio do novo ano judeu devem ser usados para reparar os pecados passados e buscar a resoluo firme de evitar o pecado no futuro. De modo anlogo, a maonaria ensina que todo homem deve lutar para crescer moralmente e livrar-se de todo preconceito. No a toa que a disputa entre a maona-ria francesa e a inglesa se d entre a liberdade absoluta de

    pensamento, preconizada pelos franceses, contra o tesmo ingls, que forou a prpria reformulao da Constituio de Anderson, quinze anos aps a sua promulgao.

    A luz um importante smbolo tanto no judasmo como na maonaria. Pois o preceito uma lmpada, e a instru-o uma luz, Prov. 6, 23. Um dos grandes feriados judai-cos o Chanukah ou seja o Festival das Luzes, comemo-rando a vitria do povo de Israel sobre aqueles que tinham feito da prtica da religio um crime punvel pela morte, ali pelo ano 165 a. E. V. (Os judeus substituem o antes de Cris-to e o depois de Cristo pelo antes e depois da Era Vulgar). A luz um dos mais densos smbolos na maonaria, pois representa (para os maons de linha inglesa) o esprito divi-no, a liberdade religiosa, designando (para os maons de linha francesa) a ilustrao, o esclarecimento, o que escla-rece o esprito, a claridade intelectual. A Luz, para o maom, no a material, mas a do intelecto, da razo, a meta mxima do iniciado maom, que, vindo das trevas do Ocidente, caminha em direo ao Oriente, onde reina o Sol. Castellani diz que graas a essa busca da Verdade, do Conhecimento e da Razo, que os maons autodenomi-nam-se Filhos da Luz; e talvez no tenha sido por acaso que a Maonaria, em sua forma atual, a dos Aceitos, nasceu no Sculo das Luzes, o sculo XVIII.

    Outro smbolo compartilhado o to decantado Templo de Salomo. Figura como uma parte central na religio judaica, no s por ser o rei Salomo uma das maiores figu-ras do panteo de Israel, como o Templo representar o zni-te da religio judaica. Na maonaria, juntou-se a figura de Salomo, da construo do Templo, pois os maons so, simbolicamente, antes de tudo, construtores, pedreiros, gemetras e arquitetos. Os rituais manicos esto prenhes de lendas sobre a construo do Templo de Salomo. Para os maons existem trs Salomes: o Salomo manico, o

    bblico e o histrico.Outro trao cultural comum seria a obedincia para com

    a autoridade. Max Weber props trs tipos de autoridade: a tradicional, a carismtica e a racional-legal. A primeira adstrita s sociedades antigas, a segunda referente aos sur-tos de carisma que a humanidade vive de tempos em tem-pos e a terceira, apangio da modernidade. A tradio juda-ica ensina uma obedincia respeitosa para com os pais e os rabinos. A maonaria ensina, desde a Constituio de Anderson de 1723, o respeito para com a autoridade legiti-mamente constituda. (Este preceito cristalino na mao-naria de cunho anglo-saxo, j os latinos, no embate contra o trono e a cruz).

    Como ltimo aspecto comum, tem-se os esforos posi-tivos na maonaria e no judasmo para encorajar o aprendi-zado. A cultura judaica tem uma larga tradio de impulsio-nar o maior nmero de judeus a se notabilizar pelo conheci-mento nas artes, na literatura, na cincia, na tecnologia, nas profisses em geral. Durante sculos, os judeus tm se destacado nos diversos campos do conhecimento humano e o seu empenho em melhorar suas escolas e seus centros de ensino demonstram cabalmente isto. Digno de notar-se que as famosas escolas talmdicas as yeshivas vem do verbo lashevet , ou seja sentar-se. Deste modo, para apren-der necessrio sentar-se nos bancos escolares. Assim, tambm na maonaria, nota-se uma preocupao constan-te, cada vez maior, com o desenvolvimento intelectual dos seus epgonos, no fundo, no s como um meio de melho-rar a sua escola de fraternidade e civismo como tambm para perpetuar os seus ideais e permanecer como uma das mais ricas tradies do mundo moderno.

    Fonte: www.freemasons-freemasonry.com/

    continuao

    I Encontro Nacional das Lojas do Rito de York Nos dias 03 a 05 de Junho deste ano de 2016, em Braslia

    Se voc membro de uma Loja do legtimo Rito de York, venha se encontrar conosco, compartilhar de suas experincias e participar de interessantssimas palestras e debates relacionados ao nosso Rito de York.Se voc no membro de uma Loja do Rito de York, mas adepto dos seus Altos Graus, ou simplesmente quer conhecer mais sobre esse fabuloso Rito, participe! Maiores detalhes e inscrio: http://lojasdeyork.com.br/inscricoes/

  • 08 Fevereiro 2016

    Ir\ Barbosa NunesGro-Mestre Geral Adjunto

    do Grande Oriente do Brasil

    GERAL

    Em 13 de fevereiro, me desloquei com 23 irmos maons, sendo 15 deputados federais, em viagem agradabilssima para Monte Alegre de Minas, cida-de localizada no Tringulo Mineiro, distante de Goinia

    cerca de 300 quilmetros e 67 de Uberlndia. Nas margens

    do Rio Paranaba, j aguardava a comitiva do presidente da

    Assembleia Federal Manica, Mcio Bonifcio, o

    maom Idercy Cabral de Castro, da Loja Justia e Carida-

    de, de Itumbiara. Seguindo, passamos pelo Trevo,

    outrora ponto histrico de parada, especialmente famlias e

    negociantes.

    Na chegada Monte Alegre de Minas, fomos mais uma

    vez privilegiados com a tradicional e fraterna acolhida

    mineira, vindo nos receber o Venervel Mestre da Loja,

    Srgio Ricardo Arantes Diniz e sua esposa, presidente da

    Fraternidade Feminina, Luciene Diniz, ao sabor natural da

    fruta que identifica o municpio como um dos maiores

    produtores de abacaxi e do po de queijo, genuina-

    mente mineiro. Ali nos juntamos a mais 100 maons da

    regio, Belo Horizonte, So Paulo e Gois para comemora-

    o dos 120 anos da Loja Manica Estrela Montealegren-

    se, fundada em 1 de fevereiro de 1896.

    Participamos de uma sesso organizada, bem conduzi-

    da pelo Venervel Srgio Ricardo, altamente prestigiada

    por autoridades do Grande Oriente do Brasil. Eduardo

    Rezende, Gro-Mestre Estadual do GOBMG, Cludio

    Willian Alves, Gro-Mestre Estadual Adjunto, Celso Rafa-

    el, presidente da Assembleia Estadual, Mcio Bonifcio,

    presidente da Assembleia Federal, Amintas Xavier, Gro-

    Mestre Honorrio, Delegado Litrgico e representando o

    Excelso Conselho do Rito Escocs, Jos Alves Teixeira,

    Albert Louis, coordenador da bancada federal mineira,

    portador da Comenda Dom Pedro I, Gabriel Gomes, prefe-

    ito municipal e maom, Alvim de Mendona e o represen-

    tante do Gro-Mestre de Gois, Luis Carlos de Castro Coe-

    lho, Paulo Menezes. Com muita honra no cargo de Gro-

    Mestre Geral Adjunto, representei o Soberano Gro-

    Mestre Geral Marcos Jos da Silva.

    Templo lotado e engalanado. De incio foi apresentado

    um vdeo produzido com tcnica e contedo histrico deta-

    lhado dos 120 anos da Loja, produzido pelo deputado fede-

    ral Leonardo Rodrigues.

    Momento de muita emoo foram as homenagens pres-

    tadas aos ex-venerveis em nmero de 12, com 10 presen-

    tes: Antnio Sandim de Moura, Joo Evangelista de Andra-

    de, Frederico Arantes, Jessnio Maia dos Santos, Rodiney

    Miranda, Jos Antnio da Silva, Osvaldo Divino de Souza,

    Jos Roberto Camassute, Antnio Gabriel Gomes, Sidney

    Cardoso Braga Junior, Fred

    Alexandre Santana e Sr-

    gio Ricardo Arantes.

    Consta no ato de funda-

    o em 1896, os seguintes

    maons: Vicente Meirelles

    do Carmo, primeiro vene-

    rvel e Antnio Fonseca

    Ferreira Campanha, Felici-

    ano Machado Braga, Ant-

    nio Fernandes Vil lela

    Andrade, Olmpio Soares

    de Vasconcelos, Antnio

    Martins Cardoso, Agosti-

    nho Jos Paulo Viard, Joa-

    quim Bento de Arantes,

    Alfredo Villela de Andrade,

    Antnio Thomaz de Rezen-

    de Ferreira, Modesto Mar-

    tins de S, Jos Villela Mar-

    quez, Joo Jos Carlos

    Peixoto e Francisco Gon-

    alves da Motta.

    Monte Alegre de Minas e a Loja Estrela Montealegren-

    se caminham juntos e fazem histria. O municpio foi cria-

    do pela Lei Provincial, de 16 de setembro de 1870. A Loja

    26 anos depois.

    Pelas terras onde hoje se localiza Monte Alegre, em

    1820, uma picada, ligando So Paulo s terras de Gois.

    Neste local foi fundado um arraial que recebeu o nome de

    Monte Alegre, por encontrar-se em um monte com vistas

    excelentes. O arraial cresceu, hoje com cerca de 23 mil

    habitantes, em uma extensa rea de 2. 596 quilmetros

    quadrados, que j foi denominado capital nacional do

    abacaxi, pela grande produo dessa fruta. Pecuria

    desenvolvida, boa produo de caf, com Monte Alegre de

    Minas incentivando aes para o setor cultural.

    H pontos histricos marcantes que foram registrados

    em livros, publicaes e reportagens de alcance nacional.

    Cito em sntese que a capital do Mato Grosso do Sul, foi

    fundada por um montealegrense, Jos Antnio Pereira,

    filho do colonizador da cidade triangulina. As bandeiras de

    Monte Alegre de Minas e Mato Grosso do Sul tem muita

    semelhana. A 5 quilmetros da cidade, um Cemitrio dos

    Bexiguentos homenageia a heris annimos que fizeram

    parte da histria do Brasil. Com muita coragem, participa-

    ram da Retirada de Laguna, antes engajados e acompa-

    nhando os comandantes militares, rumo Laguna na Guer-

    ra do Paraguai. Dos 1680 que foram, voltaram 700 alque-

    brados, muito doentes, com clera e graves doenas, quan-

    do 7 deles, foram sepultados neste local, distante da cidade,

    pelo receio da populao de serem contaminados.

    No templo da Estrela Montealegrense, os Irmos

    podem galgar do grau 4 at o grau 30, Lojas Filosficas

    instaladas na sede da Loja e presididas por Leonardo

    Augusto Reis.

    A Loja Manica Estrela Montealegrense participou e

    executou aes sociais como campanha para criao da

    APAE, construo de parque de lazer que resultou no

    Clube Campestre do Buriti, instituio da Ordem DeMo-

    lay, fundao do Abrigo Padre Chico, uma associao de

    maons espritas para amparar idosos em condies de

    risco, com parceria entre a Loja e o Centro Esprita Alfredo

    Jlio. Em 1950 a maonaria liderou e iniciou a construo

    da Santa Casa de Misericrdia, com as primeiras diretorias

    formadas por membros da Loja.

    A destacar, a Igreja Matriz de So Francisco das Cha-

    gas, patrono da cidade, que se encontrava nos anos 50 com

    grandes problemas estruturais, construda em 1900 e foi

    alvo de uma campanha manica junto comunidade, para

    sua reforma.

    No meu pronunciamento, disse que Monte Alegre

    terra doce e da felicidade, na doura do abacaxi e no orgu-

    lho que seus filhos dela tem, muito bem expressada no seu

    hino, de autoria de Antnio Luiz de Souza, Tonato, que

    tem o ttulo de Terra da Felicidade. Dizem que a felicidade, Certa vez saiu a procurar, De

    cidade, em cidade, Uma delas pra morar. E chegando aqui um dia, Pernoitou pra descansar, E

    vendo tanta paz, tanta alegria, Resolveu aqui ficar. Monte Alegre, Monte Alegre, Por que que tanta gente

    te quer bem? Tens um qu um qu de diferente, Que nenhu-ma outra terra tem.

    Tuas noites lindas so mais lindas, mais lindo o teu luar, Foi por isso que a felicidade, Te escolheu para morar.

    Parabns Loja Estrela Monte Alegrense pelos seus 120 anos.

    LOJA MANICA ESTRELA MONTEALEGRENSE 120 ANOS

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  • 09Fevereiro 2016

    A portentosa obra narrada pela Bblia como O templo de Salomo foi erigida no sculo XI a.C., no topo do Monte Mori, na eira de

    Orn, em Jerusalm, numa faixa de terra adquirida pelo rei Davi para esse fim. Este teria informado a seu filho, Salomo, que o referido templo no pode-ria ser edificado em outro local porque fora ali o lugar escolhido no por sua vontade, mas por inspi-rao divina. Ao mesmo tempo, teria dito a Salomo que ficasse encarregado de tornar realidade o seu ambicioso intento, porque ele prprio, por sua con-duta (s vezes pecaminosa), sentia-se envergonha-do, desonrado e indigno perante seu Deus, para invo-c-Lo, ainda que pelo mais justo motivo. Portanto, era para o Rei Davi intolervel afronta, ele que se sentia impuro, tentar uma aproximao com o Ser Supremo construindo templo em seu louvor. Deveria primeiro passar por um processo de purificao, pensava ele.

    A construo teve incio no segundo dia do segun-do ms, no quarto ano do reinado de Salomo (II Cr-nicas 3;2) e prosseguiu por sete anos ininterruptos at chegar sua concluso final (I Reis 6; 37-38). Trabalharam na mencionada obra aproximadamente cento e cinqenta mil operrios (II Crnicas 2; 2).

    O grande arquiteto e artfice a quem Salomo confiou a construo do referido Templo chamava-se Hiram Abiff. Esse personagem figura alegrica em um dos rituais manicos como mestre de cons-truo do Templo de Salomo. Seu nome (Hiram Habiff) citado de modo sutil em vrias passagens bblicas, mas em I Reis, 7;13-14, aparece um vulto de forma mais explcita com o nome apenas de Hiram Abi (ou Hiro), oriundo de Tiro, que trabalha-va em bronze. Sobre obras feitas com esse material, refere-se a Hiram como homem talentoso, cheio de inteligncia e habilidade. Ele morreu quando a obra ainda se encontrava em andamento, assassinado por trs maus operrios que trabalhavam sob suas ordens.

    Tornou-se um mito por ter sido ele, segundo a lenda, o responsvel pela construo do primeiro grande templo de toda a histria das civilizaes e pela trgica forma como sua vida foi desfeita.

    Hiram, pelo que consta de relatos bblicos e hist-ricos, nasceu na cidade de Tiro e ali residiu at se

    transferir para Jerusalm a fim de dar cumprimento ao pacto que hou-vera assumido com o Rei Salomo. Conforme j foi dito, no curso da obra que j se encontrava quase pronta teria ele sido assassinado em seu interior.

    De modo confuso, a Bblia Sagrada nos d conta de que Hiram teria sido filho de uma mulher da tribo de Dan e de um homem trio chamado Ur, que significa forja-dor de ferro (II Crnicas, 2; 12), ou filho de uma viva da tribo de Naftali (Reis I, 7;13).

    Cr-se que a afirmativa mais convincente a que consta de Reis I, Captulo 7, versculo 13, pois a histria em seus valiosos registros descreve que, ante a falta que a morte do famoso arquiteto do Tem-plo fez sua me, os bons operri-os que ali continuaram trabalhando a tomaram como a me de todos e passaram a se tratar como irmos. A partir de ento, igualmente, pas-saram a se reconhecer como os filhos da viva, da mesma forma como a histria da Ordem Mani-ca tambm trata do assunto demonstrando que o mesmo tem algo a ver, de mane-ira lgica, com a figura da viva da tribo de Naftali acima citada.

    O lao afetivo criado entre aquela mulher e os bons operrios que trabalhavam na construo do referido templo teria sido estabelecido bem antes da morte de Hiram e no se formou por mero acaso. L, no enorme canteiro da obra, nos limites de aproxi-mao permitidos, ela comparecia com freqncia. O filho ia ao seu encontro acompanhado de alguns mestres. Dela recebia gua e alimentos em quantida-de suficiente para que ele e os que se achavam em sua companhia igualmente se servissem. Hiram era quem a sustentava. Aps a sua morte, ela teria se tor-nado uma mulher beira da misria, faminta e doen-te, vivendo da caridade alheia e mesmo assim per-maneceu perseverante em sua generosidade. Todos os dias como sempre fazia, continuou indo at orla do canteiro de obras para levar gua aos operrios e para dividir com eles os alimentos que houvera men-digado em sua peregrinao, de casa em casa, no dia anterior.

    Acredita-se que dessa lendria narrativa derivou a alegoria da me viva de corao generoso, cuja

    imagem representada por aquela me que, quando necessrio, mesmo sem nada ter a oferecer, se esfor-a em amparar os filhos, tirando do pouco que lhe resta o que possvel arrancar para sustent-los. Essa a figura que lembra a me de Hiram, a viva de corao extremamente bom que passou a ser consi-derada, j na poca da construo do Templo de Salo-mo, a me de todos os maons.

    A partir do ano de 1.717 da nossa era, quando a maonaria revigorou-se ainda mais, passando a ser uma instituio de forma definida, a imagem da viva me de Hiram deixou de ser assim considerada para fazer-se representada por uma nova imagem, a da Loja Manica. Esta hoje tida como a me de seus iniciados, concebida como viva, carente e de corao generoso. O fato se justifica por ser das entranhas da Loja Manica que o homem profano, quando da sua iniciao, renasce como um novo homem justo e perfeito, para uma nova vida, a vida manica.

    Ir..Anestor Porfrio da Silva ARLS Adelino Ferreira Machado

    Or. de Hidrolndia Gois

    Ir\ Anestor Porfrio da SilvaMestre Instalado

    Or\ Hidrolndia - GO

    Hiram Abiff

    GERAL

    https://www.magazinevoce.com.br/magazinemalheteshop/l/celulares/1323261/

  • 10 Fevereiro 2016

    O conceito de holismo (do grego holos inteiro ou todo) a ideia de que um sistema no pode ser explicado apenas pela soma dos seus com-

    ponentes. Ainda que seja amplamente explorado nos dias atuais, muitas vezes de forma errnea ou irres-ponsvel, o princpio geral do holismo foi resumido da melhor maneira pelo filsofo grego Aristteles. No conjunto de volumes que batizou de Metafsica, o fundador da filosofia ocidental afirma: O todo maior do que a simples soma das suas partes. Esse raciocnio genial vai alm dos organismos vivos, ajudando-nos a compreender melhor as organizaes sociais e cor-rentes de pensamento.

    Proponho realizarmos um breve exerccio metaf-sico para entender como na maonaria, na cidadania e na educao o todo sempre maior que a soma de todas as suas partes.

    Comecemos pela educao, constituda por alu-nos, professores, escolas e outros formadores que podem ser vistos de forma individual. Se quisermos entender o processo educacional em toda sua essncia e potencialidade, entretanto, temos que ir alm. A unio dessas partes capaz de empreender profundas mudanas de mentalidade nos mbitos local, estadual e nacional. Vale frisar que o mesmo vlido para um panorama geral em que h a ausncia sistemtica de educao, desencadeando uma sria de problemas e dificuldades.

    Partindo para a cidadania influenciada pela edu-cao , tambm temos direitos, deveres e atuaes polticas individuais que, somadas, trazem resultados maiores em diferentes nveis. Essa unio de pequenas partes constitui o Estado com todas as suas nuances e peculiaridades, sejam para o progresso (quando apa-recem ativa e propositivamente) ou o retrocesso (quando esto ausentes ou distorcidas).

    Finalmente, analisemos a Maonaria, que no deixa de ser diferente. Ela feita por ns maons, nos-sas Lojas, Obras, Grupos de Ao, Orientes Estaduais e GOB. Entretanto, a unio dessas estruturas trans-cende sua soma, constituindo a verdadeira Maona-

    ria, uma estrutura extremamente capilarizada que vai alm de prdios e pessoas.

    Nosso exerccio metafsico de raciocnio aristot-lico pode e deve ir alm. Se dermos um passo para trs para observar esse quadro que montamos em sua totalidade, vemos que Educao, Cidadania e Mao-naria tambm podem ser encaradas como partes de um todo ainda maior. Essa a grande Obra que todos buscamos realizar enquanto cidados e temos a res-ponsabilidade de perseguir enquanto Maons a construo de uma sociedade melhor.

    Essa constatao em que chegamos aps nosso exerccio holstico apenas o comeo de um proces-so, principalmente quando pensamos no tamanho da responsabilidade que assumimos como Maons de ser a vanguarda das mudanas sociais. A construo desse mundo melhor, entretanto, no operada em grandes escalas. impossvel influenciar essa totali-dade de uma vez. Para tanto, precisamos fazer o caminho inverso, focando nas pequenas partes que formam essa soma.

    Minha busca como mais um dos integrantes da gesto que assumiu o Grande Oriente de So Paulo (GOSP) desde junho de 2015, incentivar a partici-pao dos Irmos em todos os setores de gesto, seja pblico, privado ou de classe. Para isso, conto com uma equipe repleta de lderes brilhantes, que ajudam na tarefa rdua de realizar nosso papel nas mudanas sociais. Isso passa por educao, empoderamento pela noo de cidadania e prtica diria da maonaria, saindo das reunies e lojas e partindo para a vida coti-diana.

    Costumo dizer que em duas horas semanais de Maonaria voc aprende sobre Filosofia Manica e a edificao moral do homem, mas que a grande ao do Maom est fora da Loja, na sociedade, nas 166 horas de semana que restam. a hora dos Maons se aliarem s outras pessoas de bem.

    Partindo disso, precisamos estimular as Lojas a atuarem como centros de formao de lderes socia-is, aptos a trabalhar em benefcio da coletividade com os Valores Manicos como plataforma, ampliando e difundindo esses princpios. Se l atrs, h muitos anos, os Maons construam igrejas, hoje os Maons constroem homens. Cabe aos Orientes Estaduais e Nacional auxiliar nesse processo e ajudar os Irmos a atuarem na formulao, implementao e monitora-mento de Polticas Pblicas, fortalecendo a prtica da responsabilidade social. Isso deve ocorrer tanto na

    rea poltica quando em organizaes da sociedade civil.

    O GOSP tem quase 800 Lojas e milhares de Irmos, o que torna o desafio imenso. Ainda assim, com a unio entre os Poderes Manicos e um tra-balho rduo e incessante, essa uma realidade cada vez mais prxima. Afinal de contas, no temos outra opo. Trata-se de uma revoluo pacfica, um movimento cvico e democrtico, centrada em edu-cao, cidadania e nos ideais Manicos. O nico curso possvel o de deixar a plateia para sermos protagonistas no processo de evoluo da sociedade.

    (*) Eminente Irmo Benedito Marques Ballouk Filho, Gro-Mestre Estadual do Grande Oriente de So Paulo (GOSP)

    Fonte: http://www.gosp.org.br/

    EDUCAO, CIDADANIA E MAONARIA: UM EXERCCIO METAFSICO Ir\Benedito M. Ballouk F

    Gro-Mestre do GOSP

    Or\So Paulo - SP

    OPINIO

    www.viniltapetes.com.br

  • 11Fevereiro 2016GERAL

    O presente texto foi postado recentemente pela pgina oficial da Grande Loja da Esccia no facebo-ok. Segundo a postagem, o texto havia sido encami-nhado para todas as lojas jurisdicionadas, a fim de que fosse lida em sesso. Pela sua relevncia, tradu-zimo-lo para o pblico brasileiro tomar conhecimen-to de como nem tudo igual no mundo manico, e que, sim, existe um outro modo de ser Potncia.

    Recentemente tm ocorrido algumas discus-ses sobre o 'significado' do Ritual, Paramen-tos e Simbolismo manicos da Esccia. Lendo a Constituio da Grande Loja da Esccia (GLE) ningum poder se surpreender em perceber que no h ali opinies sobre estes temas. O silncio no significado de todos estes aspectos da Maonaria Escocesa, no apenas na Constituio mas tambm nos demais publicaes oficiais no significa que tais opinies no existam, ao contrrio. Ento, por que no h explicaes oficiais sobre nenhum dos elementos da maonaria Escocesa? Esta uma questo que vai no cerne de o que a Maonaria Escocesa.

    A GLE acredita que a Maonaria Escocesa uma trama de tecido no qual e em torno do qual os indiv-duos empreendem sua jornada manica. Esta viso em parte se deve histria e s origens da Maonaria Escocesa e psique dos escoceses em geral. Sem entrar em muitos detalhes, suficiente explicar que antes que a GLE surgisse em 1736 j existia uma rede nacional de Lojas, pelo menos, desde 1598, se no antes, cujos membros eram tanto pedreiros como no pedreiros.

    Haviam Lojas compostas exclusivamente por pedreiros (como, por exemplo, a Lodge of Journey-men Masons n 8), Lojas que no possuam nenhum pedreiro em seus quadros (como a Haughfoot Lodge) e lojas que possuam pedreiros e no pedreiros (como a Lodge of Aberdeen) em seus quadros. Essas Lojas existiam independentemente umas das outras e sem nenhum poder central que as dirigisse. Esse sistema era e em certa medida ainda o bem adequado

    psique dos maons escoceses (bem como da populao em geral). A inde-pendncia das Lojas de antes de 1736 se traduziu num importante grau de inde-pendncia para as Lojas fundadas aps 1736.

    Diferentemente de outras Grandes Lojas que tm e usam muito mais poder, a GLE funciona mais como uma facilitadora e Conselho Consultivo. Esse mtodo de governana no autori-trio desconhecido no resto do mundo manico e impacta diretamente na natureza da Maonaria Escocesa.

    Ainda que haja certo consenso entre os maons escoceses sobre o significa-do que podem ter alguma palavra ou smbolo particular, nem por isso se excluem explicaes alternativas. A letra G suficiente para ilustrar este ponto: Um franco maom cristo nor-malmente interpretar a letra 'G' como 'Deus' [God], mas um francomaon muulmano certamente rejeitar tal ideia, pois no pode aceitar que Deus possa se reduzir a uma mera letra do alfabeto humano. Ele poder, certa-mente, argumentar que 'G' significa Geomtrico ou Geometria. Pela mesma razo um maom judeu poder argu-mentar que 'G' significa 'bondade' [go-odness] a bondade inata em cada ser humano. H inmeras outras explicaes possveis. Mas assim que a GLE expresse uma opinio sobre o significado de 'G', ento ela se tornar a explicao de facto e, portanto, aceita pela maioria dos maons esco-ceses. Se a GLE comear a emitir interpretaes esta-r, com efeito, criando um 'dogma' manico, algo que poderia ser usado para definir a Maonaria como religio, algo que os maons sempre rejeitaram.

    A Maonaria escocesa , portanto, considerada

    uma experincia ou jornada individual, ainda que feita com ajuda, assistncia e orientao de outros maons. O significado e a interpretao do ritual, do simbolismo e dos paramentos manicos escoceses, por uma boa razo, no fixo, mas deixado para a interpretao do indivduo maom.

    E esta a principal razo pela qual a Maonaria Escocesa permanece nica no mundo manico.

    Fonte: York Blog

    A ESSNCIA DA FRANCO-MAONARIA ESCOCESAPor Robert L. D. Cooper - Traduo: Edgard da Costa Freitas Neto, MM

    Por Alfrio Di Giaimo Neto (*)

    Temos sido questionados o por que das paredes dos Templos da Associao Benefi-cente Baro de Mau serem na cor vermelha.

    Isso deve-se ao fato de que a maioria das Lojas que usam nossos Templos praticam o REAA e considerado correto, por ns, o uso dessa cor para esse Rito.

    O Mestre Castellani durante trinta anos tentou fazer com que as Lojas que praticam esse Rito mudassem de azul para vermelho, pois essa a cor do Rito.

    Para esclarecer, veremos um pequeno resu-mo do que ele escreveu em alguns de seus livros:

    Assim se ver, por exemplo, que, COMO OCORRE EM TODO O MUNDO, o Templo Escocs tem suas paredes prpuras, porque a cor do REAA a vermelha Em termos de cor do Rito e, portanto, das paredes do Tem-plo e da orla do Avental do Mestre Maom a mesma especifica vermelha. Quando fui exaltado a Mestre em 1966, recebi meu aven-tal de orla vermelha.

    Lamentvel que o Grande Oriente do Bra-sil, que seguia a orientao mundial, tenha,

    posteriormente, seguido o erro das Grandes Lojas estaduais brasileiras (surgidas da ciso de 1927, no GOB) e azulado seus Templos Escoceses e seus Aventais.

    Ocorre que as primeiras Grandes Lojas, surgidas naquele ano, tomaram, atravs de Mario Behring, como modelo, a Grande Loja de New York, onde, realmente, tudo azul, esquecendo que l funciona no Rito de York, QUE REALMENTE AZUL.

    Quem quiser comprovar o que digo, basta

    circular pelas Lojas da America do Sul, e ir ver as Lojas do Chile, Uruguai, Argentina, etc, na cor vermelha.

    Devo lembrar , tambm, que a origem do REAA foi na Frana, com influencia direta do Colgio Clermont, comandado pelo Alto Cle-ro, Nobreza e pelos Jesutas, cuja cor predile-ta a cor vermelha.

    (*)Alfrio Di Giaimo Neto M.'.I.'. CIM 196017

    Autor de Plulas Manicas

    AS PAREDES VERMELHAS NO TEMPLO PARA R.E.A.A.

  • 12 Fevereiro 2016

    Por\ Ir Rui Bandeira

    A Maonaria regular s admite no seu seio crentes. Deixa, porm, ao critrio de cada um a crena concreta que cada um professa, nada lhe importando a forma como cada um vive a sua crena. as obrigaes que respeita (ou infringe...), a forma como se organiza (ou no) a estrutura que porventura enquadre a prtica da religio professada, nem sequer a designao que cada um atribui divindade que concebe e em que cr. Por isso, adotou uma forma de se referir Divindade por cada um venerada, que independente da designao utilizada em qualquer religio e que pretende seja reconhecida por cada crente como referindo-se Divindade da crena que professa: Grande Arquiteto do Universo.

    Assim, para a Maonaria, um maom pode perfeitamente, sem problemas ou reservas, ser catlico, batista, anabatista, mormon, pentecostal, evanglico, luterano, calvinista, testemunha de Jeov, muculmano, judeu, hindu, ou o que quer que seja. A sua crena do seu foro ntimo e com ela que se junta aos demais maons para que, em auxlio mtuo, cada um se aperfeioe pessoal, tica, moral e espiritualmente.

    No sentido inverso, no entanto, as coisas no se processam de forma to simples e clara.

    No mbito da religio catlica, conhecido que repetidas vezes vrios Papas emitiram documentos de condenao da Maonaria, tendo mesmo, durante largo tempo, o Cdigo de Direito Cannico punido com a excomunho o catlico que a ela aderisse. Hoje, no j assim, mas o ltimo documento proveniente da Cria Romana continua a no ser particularmente simptico para a Maonaria:

    Permanece portanto imutvel o parecer negativo da Igreja a respeito das associaes manicas, pois os seus princpios foram sempre considerados inconciliveis com a doutrina da Igreja e por isso permanece proibida a inscrio nelas. Os fiis que pertencem s associaes manicas esto em estado de pecado grave e no podem aproximar-se da Sagrada Comunho.

    (excerto da Declarao sobre a Maonaria de 26 de novembro de 1983 do ento Prefeito da Congregao Para a Doutrina da F, Cardeal Ratzinger).

    No mbito da religio islmica, tambm se conhecem posies de responsveis nada lisongeiras para a Maonaria:

    Dado que a Maonaria se envolve em atividades

    perigosas e um grande perigo, com objetivos perversos, o Snodo Jurisdicional determina que a Maonaria uma organizao perigosa e destrutiva. Todo o muulmano, que se filiar nela, conhecendo a verdade dos seus objetivos, um infiel ao Islo.

    (excerto final do parecer de 15 de julho de 1978 do Colgio Islmico Jurisdicional).

    No campo das crenas crists resultantes da Reforma, tambm no difcil encontrar posies contrrias maonaria:

    A COMISSO FAZ A SEGUINTE PROPOSTA:1) - QUE SEJA REAFIRMADA A POSIO DA

    ASSOCIAO CONTRRIA A MAONARIA E OUTRAS SOCIEDADES SECRETAS;

    (...)4) - QUE A AIBRB FAA UM APELO COM BASE NO

    AMOR CRISTO, AOS CRENTES FILIADOS MAONARIA, PARA QUE, POR AMOR A CRISTO E AO TRABALHO DE DEUS QUE NOS FOI CONFIADO, AFASTEM-SE DE TAL SOCIEDADE.

    (excertos de proposta aprovada na 12. Assembleia da Associao das Igrejas Batistas Regulares do Brasil).

    No de estranhar que existam posies antimanicas em vrios setores ou hierarquias - normalmente os mais integristas, ortodoxos ou fundamentalistas - de vrias confisses religiosas, se tivermos em ateno a contradio fundamental entre a Maonaria e as religies.

    Cada religio, e particularmente nas religies monotestas, considera que o seu caminho, a sua doutrina, a observncia dos seus preceitos que conduz Salvao. Portanto todos os que se posicionam no exterior do seu caminho, da sua doutrina, dos seus preceitos, esto destinados Perdio.

    J para a Maonaria, a questo no se pe nestes termos. Cada um livre de seguir o seu caminho, de professar a sua religio, de seguir os preceitos dela e todos so considerados iguais e aptos para serem bons e se tornarem melhores. A Maonaria (o maom) no concebe que o mesmo Criador, chame-se-Lhe Deus, Allah, Jeovah, Krishna, Manitu, ou o que se Lhe chamar, conceba, admita, queira, que os que O veneram por um nome sejam salvos e os que O conhecem por outro se percam, que os que seguem preceitos de uma Tradio religiosa recebam eterna recompensa e os que tiveram a desdita de nascer e viver num ambiente com diversa Tradio religiosa eternamente sejam punidos.

    Para a Maonaria, o que importa o comportamento, a postura tica, o reconhecimento do Transcendente e do Divino, no o cumprimento especfico de normas, de prticas, de posturas, quantas vezes decorrentes de diversos ambientes, de diferentes culturas, de separaes feitas pelos homens daquilo que o Criador fez igual.

    Para a Maonaria no h caminhos certos nem errados. O caminho de cada um o certo para ele, se estiver de boa-f e for perseverante nos seus propsitos.

    A contradio fundamental entre a Maonaria e as diferentes hierarquias religiosas est na Tolerncia, que inerente Maonaria e que os integristas, os ortodoxos e os fundamentalistas no aceitam. To simples como isto!

    (*) O Ir\Rui Bandeira membro da R\L\ Mestre Affonso Domingues - Portugal

    FONTE: A Partir Pedra

    GERAL

  • 13Fevereiro 2016

    Ir.. Geraldo Ribeiro da Fonseca (*)O Brasil, senhores, sois vs. O Brasil a multido que

    no adula, no teme, no corre, no recua, no deserta, no se vende. No a massa inconsciente que oscila da servido desordem, mas a coeso orgnica das unida-des pensantes, o oceano das conscincias

    Rui Barbosa.

    De trs formas se conquista o Poder: Pela fora das armas, pela balana da justia ou pelo convencimento das massas, firmado na capacidade do lder que, pelo dilogo, impe soberania com tolerncia e inteligncia.

    Meus heris no morreram de overdose, alguns de rai-va, ao ver tanta pouca vergonha num Brasil carente de lde-res na ptria das viabilidades. Sob meu ponto de vista, no nosso Brasil, os valores ticos foram esquecidos e legados a segundo plano, pois a sociedade se deixou levar pelo imediatismo do progresso. As virtudes se esvaram corro-das pelo egosmo cego imposto goela abaixo ao povo por levianos oportunistas de planto, travestidos de polticos comprometidos com o ter e no com o fazer. Ressalva feita, diga-se de passagem, a alguns homens srios que honram o voto que os elegeram. Esses dignificam a democracia; aqueles a degradam.

    No Brasil do mensalo, da corrupo e da seduo pelo poder, a justia cega e imprecisa julga e determina, mas dificilmente as penas so cumpridas, acobertadas por modelos protecionistas embasados no corao e bem longe da razo. Ver, ouvir e calar diante do sarcasmo, do riso ir-nico e da certeza da impunidade de certos crpulas conde-

    nados por desvios de verba pblica ser covarde e compac-tuar com a desordem e a hipocrisia.

    A Nao brasileira, perplexa pela onda de violncia, ceifando vidas inocentes, e acuada pela impunidade, est convivendo com gangues potencialmente armadas. A mdia enriquece os senhores da comunicao, enchendo as pginas dos jornais e as telas das tvs, banalizando o choro das vtimas de crimes de todo gnero. Assaltos a pessoas, a bancos e residncias, alm de exploses de caixas eletrni-cos tornaram-se rotina. O estupro e os crimes contra os costumes foram minimizados ante a avassaladora permis-sividade das leis e da modernidade. Cego surdo e mudo o governo tenta impor-se pela mentira e pelas pesquisas de opinio. Urge que a Ordem se imponha ao Caos.

    Os milhares de brasileiros, desde o operrio humilde, recebendo msero salrio mensal para mitigar a fome, ao funcionrio pblico civil e militares de todas as foras, professor, mdico, engenheiro e outras classes distintas, clamam por escola, habitao e segurana para no ver seus filhos lanados na sarjeta, escravizados pelo flagelo das drogas, ou lanados em celas imundas. Estdios modernos sim, Escolas e Hospitais, TAMBM.

    Nesse momento crucial da histria de nossa Ptria, quando a revolta do povo se materializa em passeatas, levando multides a protestos de todo matiz, urge que a maonaria se imponha como entidade realmente compro-metida com a sociedade.

    Educao, Segurana, Sade, transporte coletivo ade-quado e Preservao ambiental so causas nossas, bande-ira de todo construtor, portanto temos de participar, temos

    de apoiar nossos jovens e, abraados com eles, protestar pacificamente por mudanas no modelo poltico nacional. Nossos jovens, de caras pintadas ou no, empunhando a Bandeira Nacional, trazem consigo o trao e a predestina-o dos fortes. Oriundos de todos os quadrantes do Brasil demonstram civismo e maturidade poltica.

    O malhete para a Loja, a ao dos maons para a Sociedade. Nas escolas, nas praas, nos bairros e em cada casa humilde onde se puder ouvir a voz de um homem livre e de bons costumes, a abjeta ao de polticos e administra-dores que violentam os cofres pblicos, desviando verbas, deve ser denunciada e combatida diuturnamente.

    Estamos cientes de que nunca poderemos nos submeter ao despotismo material ou intelectual, porque somos aps-tolos da verdade e dos direitos do homem, pregando pelo exemplo e instruindo pelas aes e pela palavra.

    A maonaria no pode se omitir nem calar ante o cha-mado cvico do povo nas ruas.

    Atravs de suas Lojas, seus Venerveis Mestres, obrei-ros e Gro-Mestres de todas as Potncias deve buscar alter-nativas no sentido identificar os erros, propor solues e trabalhar para enaltecer a criatura humana.

    Em irnico e patritico manifesto, o Clube Militar do Brasil trouxe a pblico sua posio sobre o momento vivi-do na nao brasileira, lanando mo da expresso Quem sabe faz a hora, no espera acontecer.

    Entendo ser a hora e momento da maonaria manifes-tar-se por palavras, atos e aes. Temos um encontro mar-cado com o progresso de nossa Ptria. Unidos pelo ideal e fortes pelo trabalho compete-nos lutar E PARTICIPAR.

    Minas no esquece, no muda, no falta. Quem lhe viu o corao uma vez; viu-o sempre: Civismo, grandeza, honra, generosidade.

    Rui Barbosa in A notcia de Palmira MG 30/09/1920.

    Das montanhas de Minas, fiel aos valores que me foram pregados e que repassei juventude estudantil de minha gerao, nesse momento reflexivo, repito as palavras de Tiradentes:

    Se todos quisermos faremos deste pas uma grande Nao.

    (*) Ir.'. Geraldo Ribeiro da Fonseca MI.33Barbacena-Minas Gerais.

    NOSSA OMISSO SER NOSSA CONDENAO

    Para conquistar o que realmente almejamos preciso des-pertar a fora interior do querer, preciso assumir compro-missos consigo mesmo com o propsito de incorporar senti-mentos de desejos e agir com persistncia, determinao e muita f.

    No entanto, para que isto realmente acontea preciso ter conscincia de que esta conquista vai depender fundamental-mente das atitudes e desejos de cada um, ou seja, preciso ter um ideal definido, saber exatamente o que quer, acreditar nas prprias foras e jamais desanimar, pois o sucesso s acontece para aquelas pessoas que realmente acreditam e se esforam pa