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O MAPEAMENTO DA PESQUISA DE EDUCAÇÃO ESTATÍSTICA
EM PROGRAMAS BRASILEIROS DE PÓS-GRADUAÇÃO
Eixo Temático: Pesquisa, Educação e seus Fundamentos
Pôster
Rodrigo Medeiros dos Santos1
Resumo
O presente trabalho visa, a partir do inventário e sistematização de teses e dissertações, realizar
o mapeamento da pesquisa em Educação Estatística no Brasil, destacando, sobretudo, as
principais universidades, programas, regiões e unidades federativas onde são produzidas, os
principais orientadores e os níveis de ensino contemplados. Para tanto, foi desenvolvido o
catálogo geral da produção a partir da inventariação das teses e dissertações. A pesquisa é
caracterizada metodologicamente como descritiva e histórico-bibliográfica, uma vez que visa o
garimpo da pesquisa brasileira e seu estudo analítico-descritivo. Os resultados apontam 260
trabalhos acadêmicos defendidos em programas de pós-graduação de 56 Universidades
brasileiras localizadas em 14 estados, sendo 229 dissertações e 31 teses. Os tipos de Programa
de Pós-Graduação e os principais orientadores são destacados e a evolução do quantitativo da
produção é discutida.
Palavras-chave: Educação Estatística; Estado da arte; Ensino de Estocástica.
1 Doutorando em Educação – UNICAMP. Programa de Pós-Graduação em Educação. Faculdade
de Educação. Campinas-SP. Pesquisa financiada pela CAPES.
Ideias Iniciais
Os avanços na pesquisa em qualquer área do conhecimento implicam necessariamente
na produção contínua de novos e numerosos estudos acadêmicos elaborados na medida em que
novas ideias e teorias são propostas. O acúmulo iminente e desordenado de informação em uma
determinada área de pesquisa pode levar à desagregação de informações intercaladas e à
desconsideração do caminho histórico trilhado pela pesquisa. Estudos que realizam um balanço
e encaminham para a necessidade de um mapeamento que desvende e examine o conhecimento
já elaborado, apontando tendências e lacunas observáveis, são conhecidos como estado da arte.
A pesquisa do estado da arte constitui um estudo abrangente que aponta os caminhos tomados
pela pesquisa, possibilitando contribuir com a organização e análise na definição de um campo
ou área do conhecimento.
Podemos dizer que este trabalho representa a conclusão da primeira etapa da realização
de um estado da arte na pesquisa brasileira em Educação Estatística. São apresentados alguns
resultados preliminares, sem, no entanto, compor o estado da arte em si, pois não são
contempladas as múltiplas perspectivas referentes às ênfases e lacunas temáticas e
metodológicas, além de suas relações com as demais variáveis da produção acadêmica no
âmbito dos programas de pós-graduação. Aqui, a ênfase é dada a uma análise quantitativa que
revele a configuração “física” emergente da pesquisa no âmbito dos programas de pós-
graduação brasileiros e que permita a compreensão desta configuração sob um pano de fundo
que considere os principais acontecimentos históricos que influenciaram a ascensão da pesquisa.
Em outras palavras, o que realizamos aqui é um mapeamento da pesquisa, revelando suas
características intrínsecas numa perspectiva de “movimento físico” (quem faz a pesquisa? De
que forma ela se apresenta? Onde é feita? Etc.)
A decisão metodológica de tomar teses e dissertações para a constituição dessa análise
está galgada em três argumentos. Em primeiro lugar, a maior consistência teórico-metodológica
dos trabalhos produzidos no âmbito dos cursos de pós-graduação stricto-sensu, uma vez que são
geralmente constituídos a partir de rigorosa orientação e posteriormente julgados e aprovados
por uma banca examinadora; em segundo lugar, pesquisas fora do âmbito de pós-graduação,
além de possuírem relatos mais sintéticos e objetivos que aqueles expressos em dissertações ou
teses acadêmicas, raramente explicitam o processo de investigação, dificultando a análise de
inquérito das mesmas; e, por último, o fato de que, devido a sua maior abrangência, consistência
e profundidade teóricas, teses e dissertações conseguem congregar com êxito a pesquisa
dispersa em múltiplas plataformas (artigos, resumos, anais, livros, etc.).
Procedimentos Metodológicos
A presente pesquisa caracteriza-se metodologicamente como descritiva, quanto aos seus
objetivos, e histórico-bibliográfica, segundo o seu processo de coleta de dados. Descritiva
porque deseja descrever ou caracterizar com detalhes uma situação. Histórico-bibliográfica em
sua natureza metodológica de coleta de dados, uma vez que se propõe a realizar uma análise
histórica de estudos, tendo como material de análise documentos escritos garimpados a partir de
arquivos e acervos (FIORENTINI; LORENZATO, 2009).
A constituição do corpus da pesquisa ocorreu integralmente em meio digital. As fontes
foram: Banco de teses e dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoas de Nível
Superior - CAPES, a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações - BDTD e o acervo
de currículos da Plataforma Lattes2. As principais palavras-chave utilizadas para a busca foram:
“Educação Estatística”, “Ensino de Estatística”, “Ensino de Probabilidade”, “Ensino de
Estocástica”, “Tratamento da informação” e “Gráficos e Tabelas”. As variáveis obtidas foram:
nome do autor, ano de defesa, tipo de trabalho (tese/dissertação), instituição onde foi defendido,
região e estado da federação, orientador (a), tipo de mestrado (acadêmico/profissional), enfoque
de conteúdo e nível de ensino pesquisado.
O fato é que, em qualquer pesquisa dessa natureza, provavelmente nenhuma das fontes
de busca proverá um catálogo completo e fiel daquilo que, de fato, é produzido nos programas
de pós-graduação no Brasil. Seja por lacunas de implementação em seus métodos de busca, seja
por problemas nas instituições, que falham em enviar metadados a essas bases, ou ainda porque
simplesmente o pesquisador não possui ou não atualiza seu currículo Lattes. Logo se vê que a
decisão de toma-las conjuntamente, de tal forma que se complementem entre si, visa nada mais
do que a constituição de um inventário de trabalhos mais completo. Ao menos tão completo
quanto possível, poderíamos acrescentar. E, ainda que estas fontes se configurassem, de fato,
como bases de dados completas, seria fundamental, de um modo ou de outro, admitirmos a
possibilidade de não termos conseguido obter a totalidade dessas teses e dissertações
produzidas. E, muito embora tenhamos nos esforçado no sentido de buscar esta totalidade,
compreendemos que existe a possibilidade de uma ou outra ter nos escapado no processo de
garimpo. A ideia desta pesquisa, no entanto, é abarcar um quantitativo de trabalhos tão
significativo que nos permita uma análise consistente dessa produção, possibilitando explicitar
as variáveis de interesse com o máximo de verossimilhança possível.
Os critérios tomados aqui para arrolar os trabalhos foram os seguintes: apenas
compuseram o corpus do trabalho teses e dissertações produzidas em programas de pós-
2 CAPES: http://www.capes.gov.br/
BDTD: http://bdtd.ibict.br/ Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/
graduação brasileiros até 2012 e que abordam questões relacionadas com o ensino-
aprendizagem de Combinatória, Probabilidade e Estatística.
Ferreira (2002) aponta dois aspectos relevantes na realização de um trabalho do tipo
estado da arte. O primeiro envolve as tendências temáticas e os enfoques teórico-
metodológicos, indicando os rumos que estão sendo trilhados pela pesquisa. O segundo aspecto
é o que mobiliza o movimento físico da produção acadêmica, que responde questões sobre
quem e de onde são os autores desses trabalhos, pesquisador, instituição. Restringiremos a
abordagem deste trabalho ao segundo aspecto apontado pela autora, descrevendo em termos de
“movimento físico”, dentre outros aspectos, quando, onde e quem produz esses trabalhos
acadêmicos, quem orienta, que instituições se destacam e que níveis de ensino são privilegiados.
O Mapeamento da pesquisa Brasileira em Educação Estatística até o ano de 2012
Em um levantamento realizado a partir do garimpo de teses e dissertações produzidas
em programas de pós-graduação no Brasil até o ano de 2012, foram verificados 260 trabalhos,
sendo 31 teses e 229 dissertações. E, dessas dissertações, 178 são de Mestrado Acadêmico e 51
de Mestrado Profissional.
31 Teses
260 Trabalhos 178 Mestrado Acadêmico
229 Dissertações
51 Mestrado Profissional
Verificamos, portanto, que as Teses compõem apenas 12% da produção acadêmica,
enquanto que as Dissertações perfazem 88% deste total, conforme mostra a Figura 1.
Figura 1: Gráfico em setores para a relação Dissertação x Tese na produção brasileira em
Educação Estatística em programas de Pós-graduação até o ano de 2012.
Ao todo, 56 universidades brasileiras apresentaram em seus programas de pós-
graduação algum trabalho na área de Educação Estatística. A Tabela 1 aponta, dentre essas 56,
aquelas onde mais foram produzidos trabalhos.
Tabela 1: Principais Universidades brasileiras onde foram produzidas teses e dissertações na
área da Educação Estatística até 2012.
Instituição Quantidade
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) 62 Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) 22 Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) 15 Universidade Bandeirantes de São Paulo (UNIBAN) 12 Universidade Cruzeiro do Sul 10 Universidade Estadual Paulista (UNESP) 10 Universidade de São Paulo (USP) 9 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) 9 Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) 9 Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) 8 Universidade Luterana do Brasil/Canoas (ULBRA-Canoas) 8 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) 7 Universidade São Francisco (USF) 7 Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) 6 Universidade Federal do Paraná (UFPR) 6
A partir da análise da Tabela 1, verificamos que a Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo – PUC-SP, que agrega um mestrado acadêmico em Educação Matemática, um
mestrado profissional em ensino de Matemática e um doutorado em Educação Matemática, é a
universidade que apresenta o maior número de produções, 62 ao todo. Em seguida, vem a
Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, cujo programa de pós-graduação em Educação
Matemática e Tecnológica vem crescendo bastante nos últimos anos em produção. Também na
UFPE, o programa de pós-graduação em psicologia cognitiva vem demonstrando crescente
interesse nos processos de aprendizado de Matemática e Estatística, com algumas produções
vindo a lume. Em seguida, vem a Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, cujo
programa de educação apresentou nas últimas décadas numerosas e importantes pesquisas na
área da Educação Matemática e onde, nos últimos anos, vem crescendo o interesse por trabalhos
na área de Educação Estatística. A produção das 15 universidades mostradas na Tabela 1
representa mais de 76% do total de trabalhos arrolados por esta pesquisa.
A Tabela 2 apresenta a produção brasileira em Educação Estatística por Região e
Estados da Federação até o ano de 2012.
Tabela 2: Produção brasileira de teses e dissertações na área de Educação Estatística por
estados e por região, até 2012.
Região Estado Total %
Centro-Oeste Distrito Federal 2 0.77
Goiás 1 0.38
Mato Grosso do Sul 2 0.77
Centro-Oeste Total 5 1.92
Nordeste Ceará 1 0.38
Paraíba 2 0.77
Pernambuco 25 9.62
Sergipe 1 0.38
Nordeste Total 29 11.15
Norte Pará 2 0.77
Norte Total 2 0.77
Sudeste Minas Gerais 14 5.38
Rio de janeiro 11 4.23
São Paulo 141 54.23
Sudeste Total 166 63.85
Sul Paraná 13 5.00
Rio Grande do Sul 32 12.31
Santa Catarina 13 5.00
Sul Total 58 22.31
Total Geral 260 100.00
A partir da análise da Tabela 2, verificamos que, ao todo, 13 estados, além do Distrito
Federal, possuem programas que apresentaram alguma produção na área de Educação
Estatística, com o estado de São Paulo totalizando mais da metade de toda a produção nacional.
O Rio Grande do Sul é o segundo estado, com produções realizadas na ULBRA-Canoas,
UFSM, PUC-RS e UFRGS. Pernambuco é o estado que mais produz no Nordeste e o terceiro
que mais produz no país, com 22 trabalhos produzidos na UFPE, e 3 na UFRPE. É claro que
esses valores não significam necessariamente que apenas os pesquisadores desses estados fazem
estudos na área, uma vez que há de ser levado em consideração que uma boa parte dos
pesquisadores que realizam esses cursos de pós-graduação se desloca de outros estados para
estudar nos programas onde foram aprovados. A produção em determinado estado tem a ver
com a quantidade de programas de pós-graduação que cada estado congrega e a quantidade de
produção por programa.
A Figura 2 apresenta um gráfico em setores para os níveis de ensino contemplados pelas
pesquisas.
Figura 2: Gráfico em setores para os níveis contemplados pela pesquisa em Educação
Estatística no Brasil até 2012.
A partir da análise da Figura 2, é possível notar um certo equilíbrio na distribuição dos
níveis contemplados pela pesquisa, com uma leve superioridade no nível superior, que compõe
38% dos trabalhos, seguido do ensino Fundamental (33%) e do ensino Médio (29%). No geral,
o gráfico da Figura 2 nos mostra que nenhum nível de ensino contemplado pelas pesquisas se
destaca de forma significativa em detrimento dos demais, o que, por sua vez, é um indicativo de
que as preocupações dos pesquisadores ocorrem quase que em nível de equidade entre os três
níveis de ensino.
Já mostramos que a proporção de teses e dissertações produzidas é de 88% para 12%
(ver Figura 1). A Figura 3 nos mostra um gráfico em linhas que nos apresenta de que forma
ocorreu ao longo dos anos no Brasil a evolução da produção de teses e dissertações em termos
quantitativos.
Figura 3: A evolução na produção de teses e dissertações de Educação Estatística produzidas
em programas de pós-graduação brasileiros até 2012.
A partir da análise do gráfico da Figura 3, é possível verificar que, muito embora
oscilante em alguns momentos, a produção de dissertações apresenta uma tendência geral
crescente ao longo dos anos, não sendo acompanhada pela produção de teses, que se mantém
estável e abaixo do quantitativo de 5 trabalhos por ano durante todo o período pesquisado.
O fato de o quantitativo de teses não apresentar o mesmo quadro crescente de evolução
apresentado pelo quantitativo de dissertações é um indicativo de que a pesquisa em Educação
Estatística ainda não ganhou muita força ao longo dos anos nos programas brasileiros de
doutorado. Entretanto, podemos admitir que o aumento na produção de dissertações nos últimos
anos possa representar, por sua vez, um possível aumento na produção de teses em um futuro
próximo. Esta é uma prerrogativa plausível e natural, uma vez que o crescente quantitativo de
mestres formados nas últimas décadas compõe um corpo cada vez maior de candidatos elegíveis
ao doutorado para os anos vindouros.
Já mencionamos as regiões, os estados da federação e as principais Universidades onde
a pesquisa em Educação Estatística é realizada. Buscamos agora verificar em quais programas
de Pós-Graduação essa pesquisa tem sido produzida. A Tabela 3 nos fornece essa informação.
Tabela 3: Programas de Pós-Graduação onde foi produzida a pesquisa brasileira em
Educação Estatística até o ano de 2012.
Programas de Pós-Graduação Total %
Educação 67 25.77
Educação Matemática 44 16.92
Ensino de Matemática 44 16.92 Ensino de Ciências e Matemática 28 10.77 Educação Matemática e Tecnológica 20 7.69 Educação em Ciências e Matemática 11 4.23 Engenharia de Produção 6 2.31 Matemática 5 1.92 Psicologia 4 1.54 Ciências da computação 4 1.54 Administração de Organizações 4 1.54 Ensino de Ciências 3 1.15 Ensino de Física e Matemática 3 1.15 Ensino de Ciências Exatas 3 1.15 Estatística e experimentação agrária 2 0.77 Educação Científica e Tecnológica 2 0.77 Ensino de Ciência e Tecnologia 1 0.38 Computação 1 0.38 Educação Agrícola 1 0.38 Administração de Empresas 1 0.38 Estudos Linguísticos 1 0.38 Saúde Coletiva 1 0.38 Comunicação 1 0.38 Educação, administração e comunicação 1 0.38 Ensino das Ciências 1 0.38 Ensino de Ciências Naturais e Matemática 1 0.38
Total Geral 260 100.00
Em primeiro lugar, nos chama a atenção a grande diversidade de programas onde esta
pesquisa é produzida no Brasil, evidenciando dois aspectos dignos de menção. Em primeiro
lugar, a natureza interdisciplinar da Estocástica, que permite que a pesquisa relacionada ao seu
ensino ultrapasse o âmbito dos programas de Educação Matemática, atingindo programas como
o de Comunicação (USP), Administração de Organizações (USP), Psicologia (USF), Ciências
da Computação (UFSC), Estudos Linguísticos (UFMG), Engenharia de Produção (UFSM),
Saúde Coletiva (UERJ), entre outros. Este fato, por si só, já é revelador do largo espectro e da
amplitude atingida pela pesquisa no Brasil.
Em segundo lugar, nos chama a atenção que o ensino da Estocástica no nível superior
suscite preocupações também fora do âmbito dos cursos de Ciências Exatas. Isto nos revela que,
de certa forma, o ensino da Estatística enquanto disciplina de serviço também carece de
estruturação teórica no campo da didática, fato que não tem passado despercebido pelos
pesquisadores.
Considerações Finais
O intuito desde trabalho foi o de realizar um mapeamento da pesquisa em Educação
Estatística em programas de pós-graduação brasileiros até o ano de 2012, destacando,
sobretudo, as principais universidades, programas e unidades da federação onde esta pesquisa é
produzida, os principais orientadores, os níveis de ensino contemplados, além de fazer um breve
resgate histórico da trajetória e evolução dessa pesquisa ao longo dos anos.
Sabemos que, embora a pesquisa em Educação Estatística encontre-se atualmente em
uma fase de consolidação, ainda existe um longo caminho para que esta pesquisa se converta em
realidade concreta nas salas de aula. Um exemplo ilustrativo disso está no estudo de Oliveira
(2006), que realizou uma análise quantitativa e qualitativa dos conteúdos de Probabilidade e
Estatística em livros didáticos de Matemática para o ensino médio, publicados entre 1992 e
2005. O estudo revela, dentre outras coisas, a fraca ênfase dispensada a estes conteúdos nos
livros didáticos, a apresentação de conceitos equivocados, a ausência de contextualização e a
falta de encorajamento ao uso de computadores e calculadoras nas aulas.
O crescente quantitativo de pesquisas brasileiras nas últimas décadas aponta para um
cenário de grande preocupação por parte dos pesquisadores para com o ensino de Estocástica
em todos os níveis de ensino. Mas ainda é preciso que esta preocupação se converta em ação
dentro das salas de aula por parte dos professores. A Estocástica representa um importante
papel na formação do cidadão crítico e consciente, e seu ensino tem sido encorajado desde as
séries iniciais por muitos pesquisadores brasileiros que acreditam ser a Estocástica um
componente curricular fundamental em todos os níveis de ensino. Concordamos e apoiamos esta
premissa.
Bibliografia
FERREIRA, N. S. A. As pesquisas denominadas “estado da arte”. Educação & Sociedade,
Campinas, ano 23, n. 79, p. 257-272, ago. 2002.
FIORENTINI, D.; LORENZATO. S. Investigação em Educação Matemática: percursos
teóricos e metodológicos. Campinas: Autores Associados, 2009. 228 p. (Coleção formação de
professores).
OLIVEIRA, P. I. F. A Estatística e a Probabilidade nos Livros Didáticos de Matemática do
Ensino Médio. 2006. 100 f. Dissertação (Mestre em Educação em Ciências e Matemática) –
Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática, Pontifícia Universidade
católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.