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O MATRIMÔNIO E O CASAMENTO, O LAR E A MORADIA Da redação É certo que existe uma distância filosófica e, também, material entre o matrimônio e o casamento. Enquanto o casa- mento apenas coloca nos liames legais a união física, patrimonial e de direito entre os cônjuges, o matrimônio é a consolidação da união entre almas, cujo amálga- ma é o AMOR. O casamento, portanto, é desejo material, en- quanto o AMOR rege o matri- mônio. Ao peso do mesmo ra- ciocínio, podemos afirmar que existe uma distância apreciável entre o LAR e a moradia, local onde a família se agasalha, posto que, o LAR é a síntese do amor familiar entre os seus membros, enquanto a moradia é o reflexo material do avanço econômico e cultural do núcleo familiar. O LAR tem por supor - te o AMOR e seus corolários, enquanto a moradia ou casa respalda-se, apenas, no avanço econômico dos cônjuges. Para nós, a tarefa primordial da fa- mília e de todos os membros da mesma é transformar o ca- samento em matrimônio e, a moradia ou casa, em altar incen- sado pela força e a dinâmica do AMOR. Para alcançar esse de- siderato é imperioso obedecer ao mandamento evangélico de “amar a DEUS sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”, tornando eviden- te que “o próximo mais pró- ximo é aquele que partilha a vida em comum, no convívio familiar”. Família feliz é, portanto, aquela onde o casamento foi transformado em matrimônio e a moradia ou casa, foi substituí- da por um verdadeiro LAR.

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O MatriMôniO e O CasaMentO,O Lar e a MOradia

Da redação

É certo que existe uma distância filosófica e, também, material entre o matrimônio e o casamento. Enquanto o casa-mento apenas coloca nos liames legais a união física, patrimonial e de direito entre os cônjuges, o matrimônio é a consolidação da união entre almas, cujo amálga-ma é o AMOR. O casamento, portanto, é desejo material, en-quanto o AMOR rege o matri-mônio. Ao peso do mesmo ra-ciocínio, podemos afirmar que existe uma distância apreciável entre o LAR e a moradia, local

onde a família se agasalha, posto que, o LAR é a síntese do amor familiar entre os seus membros, enquanto a moradia é o reflexo material do avanço econômico e cultural do núcleo familiar.

O LAR tem por supor-te o AMOR e seus corolários, enquanto a moradia ou casa respalda-se, apenas, no avanço econômico dos cônjuges. Para nós, a tarefa primordial da fa-mília e de todos os membros da mesma é transformar o ca-samento em matrimônio e, a moradia ou casa, em altar incen-

sado pela força e a dinâmica do AMOR. Para alcançar esse de-siderato é imperioso obedecer ao mandamento evangélico de “amar a DEUS sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”, tornando eviden-te que “o próximo mais pró-ximo é aquele que partilha a vida em comum, no convívio familiar”.

Família feliz é, portanto, aquela onde o casamento foi transformado em matrimônio e a moradia ou casa, foi substituí-da por um verdadeiro LAR.

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“Os homens fazem os votos,Usando verbo incomum;Deus prova pelo serviço

O valor de cada um.”Benedito Candelária Irmão/Francisco C. Xavier. Ideias e Ilustrações. FEB.

Uma voz sofrida confi denciou-nos que às vezes se pergunta se vale a pena evoluir na prática do bem:

- Quanto mais busco aprimorar-me espiritualmente, mais incompre-ensões encontro na minha família e fora dela.

Eis aí uma coisa muito anti-ga. Há dois mil anos está escrito no Evangelho de Mateus que o ex-publi-cano ouviu do Mestre (10: 34): “Não penseis que vim trazer paz à Terra. Não vim trazer paz, mas espada”. Como o reino dos céus continua não sendo deste mundo, um percentual enorme da humanidade permanece preocupadíssimo com a matéria e quase desligado do espírito.

Se o gentil leitor deseja uma ex-plicação maior sobre isso, pode en-contrá-la na mensagem “Solidão”, do livro Fonte Viva, de Emmanuel e Francisco Cândido Xavier:

“À medida que te elevas, mon-te acima, no desempenho do próprio dever, experimentas a solidão dos cimos e incomensurável tristeza te constringe a alma sensível. Onde se encontram os que sorriram contigo no parque primaveril da primeira mo-cidade? Onde pousam os corações que te buscavam o aconchego nas horas de fantasia? Onde se acolhem quantos te partilhavam o pão e o so-nho, nas venturas ridentes do início?

Certo, fi caram. Ficaram no vale, voejando em círculo estreito, à ma-neira das borboletas douradas, que se esfacelam ao primeiro contato da menor chama de luz que se lhes des-cortina à frente.

Em torno de ti, a claridade, mas também o silêncio. Dentro de ti, a

felicidade de saber, mas igualmente a dor de não seres compreendido. Tua voz grita sem eco e o teu anseio se alonga em vão. Entretanto, se real-mente sobes, que ouvidos te pode-riam escutar a grande distância e que coração faminto de calor do vale se abalançaria a entender, de pronto, os teus ideais de altura?

Choras, indagas e sofres. Contu-do, que espécie de renascimento não será doloroso? A ave, para libertar-se, destrói o berço da casca em que se formou e a semente, para produzir, sofre a dilaceração na cova desconhe-cida.

A solidão com o serviço aos semelhantes gera a grandeza. A ro-cha que sustenta a planície costuma viver isolada e o Sol que alimenta o mundo inteiro brilha sozinho. Não te canses de aprender a ciência da ele-vação. Lembra-te do Senhor, que es-calou o Calvário, de cruz aos ombros feridos. Ninguém o seguiu na morte afrontosa, à exceção de dois malfei-tores, constrangidos à punição, em obediência à justiça. Recorda-te dele e segue.

Não relaciones o bem que já es-palhaste. Confi a no Infi nito Bem que te aguarda. Não esperes pelos outros, na marcha. E não olvides que, pelo ministério da redenção que exerceu para todas as criaturas, o Divino Ami-go dos Homens não somente viveu, lutou e sofreu sozinho, mas também foi perseguido e crucifi cado”.

Verdades semelhantes estão na página “Ele é bom. Crucifi ca-o!”, da obra De Alma para Alma, do educa-dor e pensador cristão Huberto Roh-den. De lá, retiramos estes trechos:

“Existe uma misteriosa lei de polarização psíquica. Assim como ao polo elétrico positivo correspon-de um polo negativo, e tanto mais negativo quanto positivo for aquele; assim como as trevas são tanto mais espessas quanto mais intensa é a luz; assim como as mais altas montanhas da Terra correspondem os mais pro-fundos abismos do mar, assim deve também aos mais insignes benefícios corresponder a mais insigne ingrati-dão. Desde que o Nazareno sofreu pelo maior de todos os bens o maior de todos os males, vigora essa lei es-tranha, esse paradoxo dos paradoxos. (...)

Ninguém cura cegos, surdos, mudos, coxos, leprosos, aleijados, sem que estes suspendam na cruz seu sal-vador. Ninguém ressuscita Lázaros, jovens de Naim e fi lhas de Jairo, sem que estes, redivivos, lhe tirem a vida. Ninguém prega doutrinas divinas nem ensina mistérios celestes, sem que seja tachado de louco varrido ou aliado de beelzebu. Ninguém mostra aos homens o caminho da verdade e da vida, sem que os homens lhe apontem o caminho do exílio.

Desterra, pois, de ti esse dese-jo impuro de justiça. Injustiça é pão quotidiano, justiça é iguaria de festa. Ingratidão é regra geral, gratidão é feliz exceção. Seja tão potente a for-ça do teu espírito, seja tão pujante a juventude de tua alma, que nenhuma ingratidão te faça ingrato, nenhuma derrota te faça derrotista, nenhuma amargura te faça amargo, nenhu-ma injustiça te faça injusto. Com os olhos no Gólgota, marcha, fi rme e sereno ao encontro da aurora”.

eLe É BOM. CrUCiFiCa-O! Jávier Godinho

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“Põe mais serviço na estrada;Toda amargura que vemRespeita a vida ocupadaNo santo labor do bem.”

Souza Lobo/Francisco C. Xavier – Ideias e Ilustrações. FEB.

O homem, se pouco renova-se na essência, muito se transforma quanto à forma, dado o seu especial apego aos modismos. Para não fugir à regra, a sociedade humana está pas-sando por um APAGÃO em seus va-lores ético-morais, pois nos preocu-pamos mais com a aquisição de bens materiais do que com as conquistas do espírito.

Todavia, se bem pensarmos, concluiremos que a ideia-forma que se associa ao vocábulo APAGÃO, que pode ser traduzido por negli-gência ou omissão e, daí, estender-se a incongruências, constitui-se em âmago da mensagem renovadora do Evangelho e, portanto, num grande ensinamento. O Cristo, em outras pa-lavras, nos ensinou que deveríamos evitar o apagão do bem, quando nos disse: “não te deixeis vencer do mal, mas vença o mal com o bem” (Rom. XII, 21). A mensagem evangélica nos convida a rever o apagão da autocríti-ca, quando desafia a turba em defesa de Maria, a de Magdala, ao senten-ciar: “aquele dentre vós que estiver isento de pecados, seja o primeiro que lhe atire pedra” (João, VIII, 7). O Rabi também reprovou o apagão da luz e da verdade, quando asseverou que: “todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, ...quem pratica a verdade aproxi-ma-se da luz” (João, III, 20/21). O apagão da caridade e do amor tam-bém foi condenado por Jesus, ao nos legar o seu novo mandamento, dizendo: “meu mandamento é este, que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei” (João, XV, 12).

É necessário anotarmos o en-

sinamento do Messias exortando-nos a evitar o apagão da fé quando nos disse: “...Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não somente fareis o que foi feito à figueira, mas até mesmo se a este monte disserdes: Ergue-te e lança-te ao mar, tal sucederá, tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebe-reis...” (Mateus, XXI, 21/22).

Em síntese, todo o ensinamen-to evangélico, renovado pelas luzes da Terceira Revelação, é adstrito ao apagão do mal pela luz da prática constante do bem. Não foi sem ra-zão que o Mestre asseverou: “...o que sai do homem, isso é o que o con-tamina. Porque de dentro, do cora-ção dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascí-via, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem” (Marcos, VII, 20 a 23).

Torna-se imperioso, pois, que os religiosos e as casas religiosas que se propõem a resgatar a mensagem do Cristo, dispam-se das velhas práticas improdutivas que agridem, dividem e os deixam genuflexos, agarrados a normas ultrapassadas, esquecidos que, apesar da essência ser imutável, as formas estão em constante pro-cesso evolutivo, induzindo-nos a crer que, para propagar a Boa Nova, pre-cisa-se caminhar cordato com a evo-lução natural dos tempos, tendo, ain-da, para si, que “não basta deixar de praticar o mal, é necessário praticar o bem, retirando a lâmpada debaixo do alqueire” (Mateus, V, 15).

Conta-se que um velho árabe analfabeto orava com tanto fervor e com tanto carinho, cada noite, que, certa vez, o rico chefe de grande ca-ravana chamou-o à sua presença e lhe perguntou:

- Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe, quando nem ao menos sabes ler?

O crente fiel respondeu:- Grande senhor, conheço a exis-

tência de Nosso Pai Celeste pelos si-nais dele.

- Como assim? – indagou o che-fe, admirado.

O servo humilde explicou-se:- Quando o senhor recebe uma

carta de pessoa ausente, como reco-nhece quem a escreveu?

- Pela letra.- Quando o senhor recebe uma

joia, como é que se informa quanto ao autor dela?

- Pela marca do ourives.O empregado sorriu e acrescen-

tou:- Quando ouve passos de ani-

mais, ao redor da tenda, como sabe, depois, se foi um carneiro, um cavalo ou um boi?

- Pelos rastros – respondeu o chefe, surpreendido.

Então, o velho crente convidou-o para fora da barraca e, mostrando-lhe o céu, onde a Lua brilhava, cercada por multidões de estrelas, exclamou, respeitoso:

- Senhor, aqueles sinais, lá em cima, não podem ser dos homens!

Nesse momento, o orgulhoso caravaneiro, de olhos lacrimosos, ajo-elhou-se na areia e começou a orar também.

Francisco C. Xavier/Memei. Ideias e Ilustrações, FEB.

da existênCia de deUs Mensagem recebida no Grupo Mediunico doCentro Espírita “Irmã Scheilla”O aPaGÃO

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“ O lar é o coração do organismo social. Em casa, começa nossa missão no mundo.”

Scheilla/Francisco C. Xavier – Dicionário da Alma. FEB.

dO dever: a aLeGria nO dever

MeU Lar

a Festa

Quando Jesus estava entre nós recebeu, certo dia, visita do apóstolo João, muito jovem ainda, que lhe disse estar incumbido, por seu pai Zebedeu, de fazer uma viagem a povoado próximo.

Era, porém, um dia de passeio ao monte e o moço achava-se muito triste.

O Divino Amigo, contudo, exortou-o a cum-prir o dever.

Seu pai precisava do serviço e não seria justo prejudicá-lo.

João ouviu o conselho e não vacilou. O serviço exigiu-lhe quatro dias, mas foi rea-

lizado com êxito. Os interesses do lar foram beneficiados, mas

Zebedeu, o honesto e operoso ancião, afligiu-se mui-to porque o rapaz regressara de semblante contrafei-to.

O Mestre notou-lhe o semblante sombrio e, convidando-o a entendimento particular, observou:

- João, cumpriste o prometido? - Sim - respondeu o apóstolo. - Atendeste à vontade de Deus, auxiliando

teu pai? - Sim – tornou o jovem, visivelmente contra-

riado – acredito haver efetuado todas as minhas obri-gações.

Jesus, entretanto, acentuou, sorrindo calmo: - Então, ainda falta um dever a cumprir – o

dever de permaneceres alegre por haveres corres-pondido à confiança do Céu.

O companheiro da Boa Nova meditou sobre a lição e fez-se contente.

A tranquilidade voltou ao coração e à fisiono-mia do velho Zebedeu, e João compreendeu que, no cumprimento da Vontade de Deus, não podemos e nem devemos entristecer ninguém.

Meimei/Francisco C. Xavier. Ideias e Ilustrações. FEB

Meu lar é um ninho quente, belo e doce,Meu generoso e abençoado asilo,Onde meu coração vive tranquiloNa sacrossanta paz que Deus me trouxe.

Meu refúgio sereno de esperança,Nele encontro essa luz terna e divinaDo amor que aperfeiçoa, ampara e ensina,Minh’alma ingênua e frágil de criança.

O lar é a minha escola mais querida,Doce escola em que nunca me confundo,Onde aprendo a ser nobre para o mundoE a ser alegre e forte para a vida.

JOÃO de deUs/FranCisCO C. xavier. LUz nO Lar. FeB.

Era homem de meia-idade.Chamava-se Frederico Manuel de Ávila.Comerciante progressista. Espírita há dois lus-

tros, buscava pautar a vida pelo Evangelho renova-dor.

Contudo, era sempre afobado.Raro se detinha para examinar um problema

maior.Impaciente. Precipitado. Febricitante.Várias vezes fora admoestado para reduzir a

marcha da própria vida.Amigos aconselharam. Espíritos advertiram.

Tudo inútil.Certo dia, demorando-se mais no escritório, vol-

tou ao lar, quase noitinha, acelerado como de hábito.De posse da chave, abriu a porta e entrou.Percorria o corredor para chegar a uma das sa-

las, quando nota um vulto caminhando para ele, a toda pressa, na penumbra...

Surpreendido e amedrontado, ante a figura es-tranha, julgou-se à frente de algum amigo do alheio e volveu sobre os próprios passos, em corrida aberta.

Na fuga, porém, tropeça num canteiro do jar-dim e cai, gritando, estentórico.

Os gritos atraem vizinhos, pressurosos, que o encontram desmaiado.

É conduzido ao hospital próximo.Frederico fraturara uma perna...Mais tarde, volta a casa com a perna engessada.Na intimidade da família, foi compelido a lem-

brar-se que aniversariava naquele dia...E tudo ficou esclarecido.Como se demorasse em serviço, os parentes

quiseram surpreendê-lo no trabalho, verificando-se o desencontro.

A esposa e os filhos, para recepcioná-lo alegre-mente, em festa íntima, alteraram as disposições dos móveis do interior da casa.

E só então pôde compreender que o vulto, que o assustara, era ele mesmo refletido no espelho da parede da sala de jantar que fora mudado de posi-ção...

Hilário Silva/Francisco C. Xavier.O Espírito da Verdade. FEB.

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“O auxílio não deve ir ao ponto de privar alguém de sua tarefa.”Esse Capelli. Caminhos para a vida. Ed. PROLUZ.

Caro leitor: O Notícias Proluz trascreve, em Português e Esperanto, questões do livro: “ MediunidadeElucidações Práticas”, ditado pelo espírito Erasmo, através da psicografia de Esse Capelli, publicado pela Editora Proluz

HARY MILTON

235. É prática nos centros espíritas os médiuns des-pojarem-se de objetos metálicos antes das reuniões. Esse procedimento tem uma razão lógica?— Como já dissemos, os rituais repugnam aos princípios da Doutrina Espírita que prima pela singeleza evangélica e pelo rompimento das cadeias do arbítrio, que alimenta o predomínio dos senhores das doutrinas. Essa prática, sem que seja um ritual obrigatório é útil na proporção em que desvencilha o operador mediúnico de adereços que possam dificultar a sua tarefa ou desviar a atenção do as-sistido ou dos assistentes. Por outro lado, o campo mediú-nico é, em síntese, um campo magnético e, uma massa de metal magnético, pode transfugar do campo mediúnico para o campo da massa metálica, uma parcela, mesmo mi-lesimal dessa potencialidade magnética. Se é possível um resultado além de bom, para torná-lo ótimo, por que não fazê-lo? Todavia, repetimos, sem rituais ou imposições e, que se faça ao império do livre-arbítrio.

236. É razoável o barulho que se verifica nas reuni-ões de cura?— A produção de efeitos físicos pode resultar em al-gum ruído, todavia esse efeito é proporcional ao esforço corporal. Quando o efeito físico resulta em liberação de material ectoplasmático abundante, esse trabalho se ve-rifica em maior parcela, no trato gástrico o que provoca no médium uma reação assemelhada ao regurgitamento, ou ânsias de vômito, nesses casos os médiuns são incons-cientes, motivo pelo qual devem trabalhar em cabines, confortavelmente sentados ou deitados, para minimizar o esforço. Os efeitos físicos produzidos pelas vias aéreas superiores e no trato laríngeo geralmente sob a forma de arrotos que não procedem do estômago, podem e devem ser controlados pelos médiuns, que nesses casos, são qua-se sempre conscientes. De qualquer forma todo o ruído deve ser diminuído pela conscientização dos médiuns, uma vez que o silêncio é o melhor componente para o resultado da cura. É bom considerar que até o médium inconsciente que produz e emite ectoplasma no trato gás-trico pode interferir para diminuir os ruídos, evitando o medo que leva à reação ao fenômeno. Também é fora de dúvida que o melhor médium é aquele que se mostra mais assíduo e que menos perturbação causa na ocorrência do fenômeno.

237. Os perfumes perturbam o aproveitamento do fenômeno da cura?— O perfume em níveis racionais é agradável e o que é agradável não perturba. O que é prejudicial é o exagero que pode exalar produtos químicos capazes de influir na massa ectoplasmática, prejudicando o resultado desejado. Todavia, o mais grave no excesso de perfume é o descon-forto que pode causar no corpo mediúnico, desviando a atenção e a concentração necessária. Concluindo, não é o perfume suave que perturba, mas a extravagância e o excesso.

235. Estas kutimo ĉe la spiritismaj centroj ke la me-diumoj demetu la metalajn objektojn antaŭ ol ko-menci la seancojn. Ĉu tia agmaniero havas logikan pravon?— Kiel ni jam diris la ritaroj abomenas la principojn de la spiritisma doktrino kiu distingiĝas pro la evangelia simple-co kaj rompiĝemo de la arbitricia kateno kiu nutras regon de la estroj de la doktrinoj. Tiaj praktikoj, kiuj ne estas devigaj ritaroj utilas ĉar malimplikas la mediuman funk-ciiston el ornamaĵoj kiuj povas malfaciligi sian taskon aŭ deturni la atenton de la asistato aŭ asistantoj. Aliflanke, la mediuma kampo sinteze, estas magneta kampo kaj ia me-tala maso magneta povas transfuĝigi de la mediuma kam-po al la kampo de la metala maso parcelon eĉ milonan de tiu magneta potenco. Se eblas kroma rezulto bona kial ne fari ĝin plibona? Tamen, ni ripetas, sen ritaro aŭ trudo kaj ĉio farita je rego de la libervolo.

236. Ĉu estas akceptinda la bruon kiu okazas ĉe la kuraca seancoj?— La produkto de fizikaj efikoj povas rezultigi ian brue-ton tamen tiu efiko proporcias al korpa klopodo. Kiam la fizika efiko liberigas ektoplasman materialon abunda, tiu laboro okazas plejparte en la gastra regiono, tiu provokas en la mediumo reagon similan al vometo aŭ voma naŭzoj, tamen ĉikaze la mediumoj estas senkonsciaj, tial ili devas labori en ĉambretoj komforte sidantaj aŭ kuŝitaj por mil-digi la klopodojn. La fizikaj efikoj produktitaj per la supraj spirvojoj kaj ĉe la laringo, ĝenerale sub formo de ruktoj kiuj ne devenas el la stomako, devas esti kontrolataj de la mediumoj kiuj ĉikaze preskaŭ ĉiam estas konsciaj. Ĉiama-niere, iu ajn brueto devas esti reduktita laŭ la kosciiĝo de la mediumo, foje ke la silento estas plibona komponan-to pro la sana rezulto. Konsiderindas ke eĉ la nekonscia mediumo kiu produktas kaj sonigas ektoplasmon ĉe la gastra regiono povas interveni kaj redukti la bruetojn, tiel evitante la timon kiu ebligas reagon al la fenomeno. Eks-ter dube ankaŭ ke la plibona mediumo estas tiu kiu plej akuratas kaj malpli da perturbo kaŭzas dum la fenomena okazo.

237. Ĉu la parfumoj perturbas la fruktdonon de la kuraca fenomeno?— Je raciaj niveloj la parfumo agrablas kaj tio kio agrablas ne perturbas. Troigo estas noca ĉar povas eligi kemiajn produktojn kiuj povas influi ĉe la ektoplasma maso, da-maĝante la dezirindan rezulton. Tamen pli seriozas dum la parfumo troigo estas la malkuraĝigo ĉe la mediumaro, ĉar malatentigas ilin kiu perdas la necesan enpensiĝon. Konklude, ne la milda parfumo perturbas sed jes la eks-travaganco kaj troigo.

CANTINHO DO ESPERANTO

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“É verdadeiramente corajoso, quem tem forças para perdoar.”Esse Capelli. Caminhos para a vida. Ed. PROLUZ.

Para viver MeLHOr nOssO Pai e POder

Quem muito fala sem pensar o que diz,Não alcança a PAZ e não viverá feliz.

Quem não se esforça para aprender,Jamais alcançara o saber.Quem semeia espinhos,Vai ferir-se em seus caminhos.

Filhos que não ouvem os pais,Vão gemer e sofrem muito mais.A dívida é uma serpe com peçonha,Mata, empobrece, apodrece e envergonha.

Quem não valoriza o trabalho,Colhe das misérias o seu malho.Antes de escolher e decidir,De bom alvitre é bons conselhos ouvir.A melhor forma de ensinar,É bons exemplos ofertar.

Veja, ouça e não julgue, seja prudente,Para viver liberto e contente.É melhor ouvir e calarQue reagir e apanhar.

Esse Capeli

Bendito, sábio e amoroso PAI,Seja Teu nome santificado,Esteja, sempre, ao nosso lado,O pão de cada dia, hoje nos daí.

Teu Reino nos seja permitido,Por Tua bondade perfeita,Tua vontade seja feita,Teu amor nos seja concedido.

Perdoa nossas dívidas e ofensas,Tal como aos nossos devedores,O fazemos e, aos Teus favores,Gratos ao que ordenas e pensas.

Mas não permitas que as tentações,Nos leve, pelas emoções, cair,Ao mal nos dê forças pra resistir,Livra-nos de todas as provações.

Porque Teu são o reino, a glória e o poder,Sobre o contexto universal,A prevalência sobre o BEM e o MAL,És, PAI, o Poder que nos faz viver.

Esse Capeli

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“Enquanto o tolo silencia no discurso, o sábio discursa no silêncio”Esse Capelli. Caminhos para a vida. Ed. PROLUZ.

01. O Pequeno Manual dos Médiuns Esse Capelli02. Refl exões à Sombra da Cruz Esse Capelli03. Tábuas da Felicidade - Esse Capelli04. Lições da Madrugada –Esse Capelli05. Momentos de Refl exão: caminhos

para a vida-Esse Capelli06. Refl exões para o Sucesso-Esse Capelli (Esgotado)07. Refl exões para Ser Feliz Esse Capelli (Esgotado)08. Cantigas, Versos e Toadas Esse Capelli09. Deus: o evangelho praticado à luz do

espiritismo - Esse Capelli10. A Reencarnação, a mediunidade e a

Bíblia - Esse Capelli11. Lívia: nas treliças do tempo Esse Capelli12. Belchior: nos meandros da obsessão Esse Capelli13. Breves Anotações Sobre a Bíblia Esse Capelli14. O Bom Companheiro - Esse Capelli15. A Família: o evangelho praticado à

Luz do Espiritismo - Esse Capelli16. A Reencarnação: o evangelho pratica-

do à Luz do Espiritismo - Esse Capelli17. Gotas de Paz - Esse Capelli18. Nas Asas do Tempo - Esse Capelli19. Nos Meus Versos: Cantos, encantos e

desencantos - Esse Capelli20. Lições do Mestre Bino - Esse Capelli21. No Espelho d’água - Esse Capelli22. Mediunidade: elucidações práticas Esse Capelli23. Questionando - Esse Capelli24. Crestomatia Espiritualista: a grande

análise - Esse Capelli25. O viajor do Tempo - Esse Capelli26. Meditação: primeiras instruções Esse Capelli27. O contador de Estórias - Esse Capelli28. Limpando Gavetas - Esse Capelli 29. Ontem, hoje e amanhã: como via e

vejo o mundo - Esse Capelli30. A pequena Raquel - Esse Capelli31. Vencendo nossas Víboras Esse Capelli32. Venda, Vais ou Brisas - Esse Capelli33. O Mercador de Mulheres - Esse

Capelli34. As Sementinhas Vitoriosas - Tia Bel35. Transversalizando a Ética Jussara Rocha36. Nas Areias de Cafarnaum Jacobson S. Trovão37. Espiritualidades Poéticas Shirley Lopes38. O Anjo Azul - Shirley Lopes.

OBras PrOLUz

18. Nas Asas do Tempo - Esse Capelli19. Nos Meus Versos: Cantos, encantos e

20. Lições do Mestre Bino - Esse Capelli21. No Espelho d’água - Esse Capelli22. Mediunidade: elucidações práticas Esse Capelli23. Questionando - Esse Capelli24. Crestomatia Espiritualista: a grande

25. O viajor do Tempo - Esse Capelli26. Meditação: primeiras instruções Esse Capelli27. O contador de Estórias - Esse Capelli28. Limpando Gavetas - Esse Capelli 29. Ontem, hoje e amanhã: como via e

30. A pequena Raquel - Esse Capelli31. Vencendo nossas Víboras Esse Capelli32. Venda, Vais ou Brisas - Esse Capelli33. O Mercador de Mulheres - Esse

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“Um sorriso doce, uma palavra amigafazem desvanecer toda tempestade do ódio.”

Esse Capelli. Caminhos para a vida. Ed. PROLUZ.

Mestre Bino, acomodado no banco da praça, observava al-guns jovens, cada um absorvido pelos meios tecnológicos de comunicação, sem nenhum problema aparente, fazendo-se in-dolentes e desinteressados dos problemas do mundo, apenas clicando em seus celulares. Um dos jovens, apesar de estudioso e inteligente, era conhecido por seu exacerbado egoísmo, queria ser ouvido por todos e considerado um destaque em tudo. Ele aproximou-se do Velho Conselheiro e queixou-se:

- Mestre, embora eu trate a todos com educação, não posso compreender por que fogem de mim.

O mestre Bino cofi ou a barbicha, esboçou um leve sorriso e respondeu:

- Vou dar-lhe alguns conselhos, segue-os se quiser... e deixou os seguintes ensinamentos...

“Falamos aos que não querem ouvir, aos que não ponderam para decidir.

Os que ouvem e pensam para decidir são poucos,A maior parcela duvida e se portam moucos.Ouçam os que desejam ouvir,Para, ao depois, escolher e decidir.

No casamento veja do candidato os seus trilhos,Se é trabalhador e do elenco dos bons fi lhos.Escolha os caminhos da honestidade,Se desejas alcançar prosperidade.

Cultive o BEM no teu lar,E faça dele o teu altar.Mesmo discordando obedeça a Lei,Para evitar as algemas de sua grei.

Quem não valoriza o pouco por ambição,Não merece e não alcança o milhão.O vício escraviza, mata e empobrece,Enquanto desmoraliza e envilece.

Fale somente o oportuno É certo,Ao ouvinte que se encontrar perto.Quem, com subterfúgios e mentiras, em tudo quer lucrar,Nos caminhos da vida altos juros vai pagar.

O egoísta, sempre, termina abandonado,Vendo que pouco vale o que foi amealhado.Para terminar, Senhor egoísta e mouco,Vou contar, a você, uma historieta como exemplo”.

E contou.

“Um egoísta e conhecido aproveitador juntou-se a um gru-po de andarilhos que demandavam a uma solenidade que se realizaria na outra margem de um conhecido e caudaloso rio. No trajeto todos os participantes ajudavam-se mutuamente, repartindo o peso do que levavam, bem como o lanche para alimentarem-se, mas o egoísta, que colocava sua mochila nos ombros dos companheiros, subtraía dos outros os alimentos e nada oferecia em troca. Não tardou e ele viu-se abandonado, sem companhia e silente. Ao chegar ao local do evento, ao ser abordado pelo recepcionista, quis saber:

- Por que cheguei sem companhias?O recepcionista, amadurecido nos caminhos da vida e devi-

damente informado pelos excursionistas, calmamente respon-deu:

- Meu amigo ninguém se apraz em beijar cardos e acariciar espinhos.”

Meu caro mouco, se for o caso, deixe de lado o egoísmo e seus espinhos, seja solidário e veja que os outros existem e par-ticipe mais da experiência da vida, para que volte a ser querido, respeitado, próspero e viver feliz.

disCUrsO aOs MOUCOs Mestre Bino