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Interreg IIIA - acção 1.2 O Mel de Trás-os-Montes Projecto Douro / Duero Formas Complementares de valorização dos produtos animais AAPNDI

O Mel de Trás-os-Montes · 2017-11-06 · Ficha técnica: Título O Mel de Trás-os-Montes Autores Divanildo Outor Monteiro Rui Baio Mestre Ana Pimenta Jorge Teixeira Azevedo Edição

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Interreg IIIA - acção 1.2

O Mel de Trás-os-Montes

Projecto Douro / DueroFormas Complementares devalorização dos produtos animais

AAPNDI

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Ficha técnica:

Título O Mel de Trás-os-Montes

Autores Divanildo Outor MonteiroRui Baio MestreAna PimentaJorge Teixeira Azevedo

Edição Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Design Ana Petim

Gráfica Minerva Transmontana, Tipografia, Lda. - Vila Real

ISBNDepósito Legal

Vila Real 2005

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Nota Introdutória

Trás-os-Montes e Alto Douro sendo uma Província com uma expressão de múltiplasrealidades e algumas fantasias, constitui-se num cenário de uma imensa variedadepaisagística e de uma riqueza humana inexcedível. Aí pulula uma produção animalvariada, entremeada por um vasto coberto vegetal e florestal que a emoldura. Pretendemoscom estes manuais despertar os leitores para o manancial de recursos genéticos animaisaqui existente, para a genuinidade dos produtos tão apreciados pelos consumidores epara a beleza desconcertante desta terra.

Valorização dos Produtos RegionaisAcção 1.2: Formas complementares de valorização dos produtos animais

A activação de mecanismos dinamizadores dos recursos endógenos do sector primáriodesta região implica a avaliação e a promoção de um conjunto diversificado de produtosque permitam a valorização do “Grande Douro” como região de características únicas.Desta forma, a promoção dos produtos e recursos animais pertencentes à região emcausa, e que podem ser associados ao turismo, através do prazer e do lazer, constituium passo importante deste processo.

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O Projecto Douro / Duero Séc. XXI

A região Douro/Duero possui um vasto patrimónioartístico, cultural, biológico e humano. Assim,importa, por um lado, promover acções quevisem de forma integrada e global a valorizaçãoe dinamização deste vasto património e poroutro, evitar a erosão desses recursos pro-movendo a sua utilização de forma sustentada.As acções que se propõe realizar este projecto(na conjugação de esforços de duas das maisprestigiadas instituições desta região, aUniversidade de Trás-os-Montes e Alto Douro ea Universidade de Salamanca) visam contribuirpara a valorização integrada dos recursos noseu sentido mais lato e numa perspectiva devalorização turística do património.

No âmbito da valorização dos produtos regionaisé essencial promover as actividades económicasligadas às produções tradicionais e àdefinição/identificação de diferentes formas devalorização. Mais uma vez as questões ligadasao turismo assumem aqui um papel pre-ponderante como fonte dinamizadora daseconomias rurais através da valorização dosprodutos e da gastronomia associada.

Quanto aos recursos naturais e às questõesligadas ao ambiente e à qualidade de vida, éimportante cativar o crescente mercado turísticoligado a estas questões, e para o qual, apesardos recursos existentes nesta área, é necessárioestruturar produtos e encontrar formas para asua valorização e sustentabilidade.

A região carece de actores de dinamização nascomponentes culturais bem como da estruturaçãode produtos que possam atrair nesta área umsegmento do mercado do Turismo Cultural,Nacional e Internacional. Por outro lado, existeuma riqueza de usos e costumes que importareactivar numa perspectiva de afirmação daidentidade cultural, através da promoção deexposições sobre as personalidades ligadas àciência da região e da elaboração de um roteirotransfronteiriço de arte rupestre, entre outras.

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Índice

1 - O Mel de Trás-os-Montes 012 - As abelhas 023 - O mel 034 - Associações 4.1 - Associações dos Apicultores doNordeste e Agrupamento de Apicultores doNordeste 03 4.1.1 - Produtos e certificação 03 4.1.2 - Área geográfica de produção 04 4.1.3 - Efectivos e produção anual 04 4.1.4 - Historial 05 4.1.5 - Actividades desenvolvidas 05 4.2 - Cooperativa Agrícola de Boticas -CAPOBILB 4.2.1 - Produtos e certificação 05 4.2.2 - Área geográfica de produção 06 4.1.3 - Efectivos e produção anual 06 4.2.4 - Historial 06 4.2.5 - Actividades desenvolvidas 07 4.3 - Associação dos Apicultores doParque Natural de Montesinho (A.A.P.N.M.) eAgrupamento de Produtores de Mel doParque, Lda 07 4.3.1 - Produtos e certificação 07 4.3.2 - Área geográfica de produção 08 4.3.3 - Efectivos e produção anual 08

4.3.4 - Historial 08 4.3.5 - Actividades desenvolvidas 09 4.4 - Associação de Apicultores DoParque Natural do Douro Internacional(A.A.P.N.D.I) 10 4.4.1 - Produtos e certificação 10 4.4.2 - Área geográfica de produção 10 4.4.3 - Efectivos e produção anual 10 4.4.4 - Historial 11 4.4.5 - Actividades desenvolvidas 11 4.5 - Cooperativa de Apicultores do AltoTâmega - CRL - "Montimel" 12 4.5.1 - Produtos e certificação 12 4.5.2 - Área geográfica de produção 12 4.5.3 - Efectivos e produção anual 12 4.5.4 - Historial 12 4.5.5 - Actividades desenvolvidas 135 - Pratos típicos da região 136 - Roteiros 6.1 - Roteiro da Terra Quente 15 6.2 - Roteiro no Parque Natural de 16Montesinho 6.3 - Roteiro no Parque Natural do DouroInternacional 16Bibliografia 18

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O Mel de Trás-os-Montes

1 - O Mel de Trás-os-Montes

Trás-os-Montes desde sempre revelou ser umaregião com fortes tradicões apícolas. Existeminúmeros exemplos da importância que o exer-cício da actividade apícola teve nas lides agrícolasdeste povo trabalhador da terra e da natureza.O lugar dos Colmeais, no concelho de Alfandegada Fé, a aldeia dos Cortiços, no concelho deMacedo de Cavaleiros, são exemplos daimportância e do significado que a criação dasabelhas teve para estas gentes. O lagar comu­nitário de cera de Felgueiras, em Torre de Mon­corvo, é mais um exemplo raro no país e naEuropa, da imporância que a actividade apícolateve nesta região para apoio, quer às activi-dadades eclesiásticas, para as preces religiosas,quer para uso doméstico como fonte de ilu-minação . Em termos literários podemos referiro “Méthodo Abelhal” do Neca Ultramontano -1872 e as séries de “Vul-garização Apícola” deEugénio Guedes de Andrade, reconhecidas coma medalha de prata na Exposição Universal doRio de Janeiro em 1924. As inúmeras silhas,construções, normalmente circulares, ovais,quadradas ou mistas, constítuidas por muroslargos e altos onde se instalavam os cortiçospara estarem protegidos dos animais aprecia­dores do mel, constituem outro elemento prepon­

derante da actividade apícola por toda a regiãotransmontana.

O mel é um produto alimentar de elevada quali-dade, apreciado pelas suas propriedades e quali-dades organolépticas, usado desde sempre naalimentação, na prevenção de doenças e tambémno fabrico de cosméticos.

Tendo em vista a segurança do consumidor,existem actualmente normas e directivas nacio­nais e europeias para o controlo da qualidadedeste produto.

A implementação e o controlo de produtos deDenominação de Origem Protegida (DOP) veioresponder à preocupação, por parte dos produ­tores, quanto à garantia da qualidade e segu-rança dos seus produtos.

Em Trás-os-Montes e Alto Douro existem trêsméis com Denominação de Origem Protegida,o Mel da Terra Quente, o Mel do Barroso e oMel do Parque Natural de Montesinho. Existemainda mais marcas de mel sem denominaçãode origem, entre as quais assinalamos o Mel doParque Natural do Douro Internacional e o melda região de Chaves, comercializado com adenominação Montimel. Há também algumas

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associações de apicultores de menor dimensãoe produtores indviduais distribuídos por esteterritório, que apresenta uma flora rica e dáorigem a mel extraordinário.

O sector apícola em Portugal, assim como noresto da União Europeia, é uma actividade tradi­cional ligada à agricultura, podendo proporcionarum complemento interessante ao rendimento daexploração agrícola (Otero, 2000).

2 – As abelhas

As abelhas vivem em grandes sociedades (enx­ames), constituídas por três tipos de indivíduospertencentes a duas castas: a casta dos reprodu­tores (rainha e machos ou zangãos) e a castaestéril (obreiras, fêmeas com órgãos genitaisdegenerados) (Recordati, 1988).

A vida da sociedade desenvolve-se nos favos,que são construções verticais de cera, de talmaneira sólidos, que asseguram uma notáveleconomia no trabalho e no espaço. Os favossão constituídos por células (alvéolos), onde sãoarmazenados o mel e o pólen e onde as larvassão criadas. Geralmente, cada enxame possuiapenas uma rainha, milhares obreiras e algumas

centenas de zangãos. A prosperidade e o desen­volvimento do enxame estão largamente depen­dentes da rainha. Esta com o seu sistema re­produtor completamente desenvolvido éresponsável pela produção de um extraordinárionúmero de descendentes. A rainha pode viveraté 3 a 4 anos, acasalando geralmente entre o6º - 12º dias de vida, sendo fecundada por váriosmachos (em média oito). Depois da fecundação,a rainha inicia a postura de dois tipos de ovos,os fecundados e os partenogenéticos. Osprimeiros dão geralmente indivíduos do sexofeminino, que, por sua vez, podem dar origema obreiras ou rainhas. Os segundos dão origema zangãos. A diferenciação em obreiras ou rai-nhas depende do tipo de alimentação que aslarvas recebem.

A função da rainha não é somente procriar edefinir o sexo dos seus descendentes, mastambém a secreção de feromonas específicasque influenciam decisivamente no andamentoda vida social e na harmonia da colónia.

As abelhas obreiras executam os trabalhos quedizem respeito à vida e ao bom desenvolvimentoda sociedade. Na estação activa, a vida dasobreiras pode ser subdividida em dois tipos. Noprimeiro, as abelhas dedicam-se à actividade

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O Mel de Trás-os-Montes

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interna (abelhas da colmeia) enquanto que nosegundo, se dedicam à actividade externa (abe-lhas de campo). As abelhas da colmeia têmcomo tarefas a limpeza dos álveolos, aalimentação e aquecimento das larvas, aalimentação da rainha e dos zangãos, a defesae guarda da colmeia, a construção dos favos, oarmazenamento do néctar e do pólen, aventilação e tudo o que é necessário à vidainterna da colónia.

A actividade externa consiste no reconhecimentode locais com disponibilidade de alimento eágua, na comunicação às demais obreiras sobrea localização destes locais, feita através dedanças específicas e na recolecção de váriosprodutos, com destaque para o néctar e pólen.

3 – O mel

A composição química do mel depende sobretudoda composição florística do local, mas tambémdo tipo de solos e da vitalidade do enxame. Acor do mel traduz a sua composição e o reflexoda composição florística da zona.

Em termos gerais o mel é constituído por cercade 17% de água, 80 % de glúcidos (glucose e

frutose) e 3% de outras substâncias como ami­noácidos (prolina, fenilalanina e ácido aspártico),vitaminas (ácido nicotínico, ácido fólico, ácidopantoténico, piridoxina e tiamina), enzimas (dia­stase, invertase, glucose-oxidase e catalase),ácidos orgânicos e minerais (potássio, ferro,magnésio, fósforo, cobre e cálcio).

A cor do mel traduz a sua composição e o reflexoda composição florística da zona.

4 – Associações

4.1 – Associação dos Apicultores doNordeste e Agrupamento de Apicultoresdo Nordeste

4.1.1 – Produtos e certificação

O produto de excelência desta entidade é o Melda Terra Quente - DOP. Este mel é produzidopela espécie Apis mellifera (sp. Ibérica). Encontra-se reconhecido desde 1989, mas só entrou emplena comercialização a partir de 2000, quandofoi criado o agrupamento de produtores.A Denominação de Origem Protegida obrigaa que o mel seja produzido de acordo com as

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O Mel de Trás-os-Montes

regras estipuladas no caderno de especificaçõescom incidência nas condições de produção,extracção, embalagem, rotulagem e conservaçãodo produto.

O Mel da Terra Quente – DOP é elaborado pelasabelhas a partir do néctar de flores silvestres evegetação espontânea característica da suaárea de produção. O rosmaninho, rosmano ouarçã (Lavandula stoechas) e a esteva ou xara(Cistus lanadifer), ocupam um lugar de destaque,concedendo a este mel um sabor e cheiro suigeneris.

As suas características físico-químicas, polínicase organolépticas estão intimamente relacionadascom a predominância da origem do néctar derosmaninho, que lhe confere uma coloraçãoâmbar claro, com sabor característico, notasligeiramente ácidas e glicéricas e um aromafloral intenso e único.

Para apreciar as características do Mel da TerraQuente – DOP na sua plenitude, deve simples­mente comer-se uma colherada, apreciando eexplorando todo o âmago que denuncia, ou umfavo, deixando desmoronar delicadamente aquebradiça estrutura de cera onde o néctaramadureceu.

4.1.2 – Área geográfica de produção

A área de produção por excelência situa-se nasencostas xistosas e socalcos dos vales dos riosDouro, Sabor, Côa e Tua, abrangendo toda asuperfície dos concelhos de Mirandela, Vila Flor,Torre de Moncorvo, Vila Nova de Foz Côa,Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Moga­douro, Carrazeda de Ansiães, Valpaços e Freixode Espada à Cinta.

4.1.3 – Efectivos e produção anual

A Associação de Apicultores do Nordeste temcerca de 300 sócios representando aproximada­mente 30000 enxames instalados maiorita-riamente em colmeias móveis, produzindo numano sem problemas climatéricos cerca de 500toneladas de mel.

4.1.4 – Historial

A associação de Apicultores do Nordeste foicriada em 1982 com o objectivo de dinamizar eincrementar a actividade apícola e promover osprodutos resultantes. O mel e a cera são os prin-

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cipais produtos, mas pretende-se dinamizar oaproveitamento de outros, como o propólis, opólen, a geleia real e a apitixina (veneno deabelha). Pretende ainda defender os interessesdos apicultores, desenvolver esforços ao nívellegislativo e dos circuitos comerciais e prestarapoio técnico aos apicultores.

A Associação dos Apicultores do Nordeste, temcomo área de intervenção, para efeitos de registoda actividade apícola, o concelho de Mirandela.Para efeitos de apoio técnico sanitário e decomercialização de mel abrange os concelhosde Mirandela, Alfândega da Fé, Macedo deCavaleiros, Carrazeda de Ansiães, Vila Flor,Torre de Moncorvo, Vila Nova de Foz Côa ealguns apicultores dos concelhos de Mogadouro,Valpaços, São João da Pesqueira, Meda e Freixode Espada à Cinta.

4.1.5 – Actividades desenvolvidas

São várias as actividades que a associação temvindo a desenvolver no sentido de dinamizar oseu funcionamento e promover o sector apícolada região. Salienta-se o funcionamento de umposto de venda de material apícola, o funciona­

mento experimental da Central de Tratamentoda Cera e o funcionamento da Central Meleirado Nordeste. A associação tem presença assíduanas feiras e eventos em que o sector apícola évisado e tem realizado acções de sensibilizaçãoe reuniões temáticas sobre sanidade e maneioapícola.

4.2 – Cooperativa Agrícola de Boticas– CAPOBILB

4.2.1 – Produtos e certificação

O Mel do Barroso – DOP é o produto comDenominação de Origem Protegida deste Agru­pamento. Este mel é produzido pela abelha Apismellifera mellifera (sp. Ibérica), que é consideradapor alguns investigadores, na região montanhosado Barroso, como uma sub-espécie da Apismellifera. Este mel é produzido a partir do néctarde flores sendo o pólen de ericáceas (urzes) omais encontrado, com teor igual ou superior a30%, e que fazem parte da flora melífera regional.

A embalagem do mel é efectuada nos moldes elocais para o efeito estipulados pelo agrupamento.O mel pode apresentar-se como: mel centrifuga­

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O Mel de Trás-os-Montes

do (no estado líquido ou sólido) ou mel em favos,desde que totalmente operculado e cristalizado.O acondicionamento deverá ser feito em frascosde vidro onde conste a referência “Mel do Barroso– DOP”.

Este mel encontra-se certificado desde 1994.

Este mel tem uma cor escura, apresentandocheiro e sabor que denunciam a flora melíferaregional, onde predominam as ericáceas.A designação de “Mel de Urze” ou “Mel de Queiró”é dada aos méis que possuam um teor em pólende ericáceas superior a 35%.

4.2.2 – Área geográfica de produção

A área geográfica de produção do Mel do Barroso- DOP situa-se, sobretudo, nos concelhos deBoticas, Montalegre, Chaves, Vila Pouca deAguiar e em algumas freguesias dos concelhosde Valpaços e de Murça.

4.2.3 – Efectivos e produção anual

O número de produtores do Mel do Barrosoronda os 250 e o volume de produção aproxima--se das 70 toneladas por ano.

O escoamento do produto, directamente aoconsumidor, faz-se em feiras temáticas e empostos de venda devidamente autorizados peloAgrupamento.

4.2.4 - Historial

O Agrupamento de Produtores de Mel de Barroso- DOP foi fundado em 20 de Abril de 1995 e acomercialização teve início em 1996.

4.2.5 – Actividades desenvolvidas

As actividades desenvolvidas são a actualizaçãoe inscrição dos apicultores, através da declaraçãode existências, conforme estipulado pelalegislação e informatização de todos os dados.A assitência técnica aos apicultores, nomeada­mente no maneio e controlo de doenças, a

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O Mel de Trás-os-Montes

recepção de mel,a criação de lotes e a suacomerciaização são também funções daassociação. Desenvolve ainda a participaçãoem seminários, exposições, feiras e certames e elabora material de divulgação e iniciativaspromocionais.

4.3 – Associação dos Apicultores doParque Natural de Montesinho(A.A.P.N.M.) e Agrupamento de Produ­tores de Mel do Parque, Lda.

4.3.1 – Produtos e certificação

O produto apícola com Denominação de OrigemProtegida desta Associação intitula-se de Meldo Parque Natural de Montesinho – DOP. Estemel é produzido pela espécie Apis mellifera (Sp.Ibérica), a partir do néctar produzido pelas florescaracterísticas da região.

A Denominação de Origem Protegida desteproduto foi reconhecida face ao seu uso comopotencial produtivo da região e à sua importânciapara a economia e preservação do ecossistemado Parque Natural de Montesinho. Esta

denominação obriga a que o mel seja produzidode acordo com as regras estipuladas pelo ca-derno de especificações no que diz respeito àscondições de produção, extracção, embalageme conservação do produto. Assim, só pode bene-ficiar da Denominação de Origem Protegida, omel que, cumprindo as regras estipuladas pelocaderno de especificações, se encontre devida­mente acondicionado em embalagens desde aorigem. A rotulagem deste mel deve cumprirtodos os requisitos da legislação em vigor, men­cionando a Denominação de Origem Protegida.A embalagem do produto em questão deveráconter a marca de certificação da respectivaentidade certificadora.

Os diversos méis (com origens florais de ros­maninho, castanheiro, urze e outras floraçõesespontâneas), apresentam-se no mercado tam­bém combinados com frutos secos tais como,amêndoas, nozes, castanhas ou avelãs. Com­plementarmente, também estão disponíveisoutros produtos feitos à base de substâncias dacolmeia como cosméticos, velas e artigos deco­rativos em cera de abelha.

O Mel do Parque Natural de Montesinho - DOPapresenta uma cor acentuadamente escura, um

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O Mel de Trás-os-Montes

cheiro forte “sui generis” e um aspecto fluido,viscoso e homogéneo.

Quanto às características físico-quimicas , o melé uma solução hipertónica, com teores deaçúcares redutores expresso em açúcar invertidoda ordem de 68 a 73% e com um teor médioem água de 18%. Apresenta pH de 3,5 e 26 meqde ácido/kg mel. Estes valores de acidez e areduzida actividade da água são factores queinibem o crescimento microbiano.

4.3.2 – Área geográfica de produção

A Denominação de Origem Protegida cobre aárea geográfica circunscrita aos concelhos deBragança e Vinhais.

4.3.3 – Efectivos e produção anual

A Associação dos Apicultores do Parque Natu-ral de Montesinho tem 364 associados. O númerode colmeias existentes ronda as 12000 eproduzem anualmente cerca de 250 toneladas,embora haja uma grande oscilação de ano paraano.

A maioria das vendas deste mel acontece nomês de Outubro e o escoamento do produto dá--se essencialmente através de distribuidores.

4.3.4 – Historial da Associação

A Associação dos Apicultores do Parque Natu-ral de Montesinho surgiu a 30 de Junho de 1980.As preocupações e problemas de alguns apicul­tores em relação à sobrevivência das produções(falta de dimensão, inacessibilidade a canais dedistribuição, impossibilidade de apresentar preçoscompetitivos que garantam um mínimo de renta-bilidade, entre outos), atingiram uma dimensãosuficiente para justificar a fundação destaassociação. Nesta primeira fase, a associaçãotinha 19 produtores associados.

Actualmente, esta associação encontra-se ins-talada na Casa do Mel em Bragança, funcionan-do como principal entidade certificadora do melproduzido nesta região e apoiando a comer-cialização por parte do Agrupamento de Produ­tores de “Mel do Parque” Lda.. Como resultadodestas acções de apoio verificou-se um aumentosignificativo no que diz respeito ao número deassociados, produções e efectivos.

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O Mel de Trás-os-Montes

Conseguiu-se deste modo, rentabilizar a ex-ploração e impedir que a apicultura industriallevasse à extinção de uma tradição secular, daqual resulta um mel com características indivi-duais e exclusivas.

4.3.5 – Actividades desenvolvidas pelaAssociação

Durante estes 25 anos de existência, aassociação tem vindo a desempenhar um papelde extrema importância no desenvolvimento ena protecção da actividade apícola através devárias acções desenvolvidas, tais como: criaçãode estruturas colectivas para extração, emba-lagem e rotulagem do Mel (Casa do Mel emBragança e em Mofreita, Vinhais); manutençãode dois postos de atendimento nas sedes dosconcelhos abrangidos; purificação, tratamento emoldagem de Ceras; formação profissional dosseus associados, apostando nas novas técnicasde maneio apícola; formação e acompanhamentoprofissional de novos técnicos com o acolhimento

de estágios curriculares académicos e estágiosprofissionais; contributo para o aumento da produ-tividade das colmeias e melhoria da qualidadedo mel; criação de um Laboratório de Controlode Qualidade do Mel; criação de um Laboratóriode Análises Anatomopatológicas e SanidadeApícola; gestão da primeira Zona Sanitária Con­trolada Nacional e ainda representação do Meldo Parque Natural de Montesinho em certamesde produtos de qualidade.

A Associação dos Apicultores do Parque Naturalde Montesinho como entidade com mais anosde actividade na certificação do “Mel do Parquede Montesinho – DOP”, encara como sua, aresponsabilidade do acompanhamento sanitárioda produção do mel na sua área social.

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4.4 - Associação de Apicultores DoParque Natural do Douro Internacional(A.A.P.N.D.I)

A única entidade responsável, neste momento,pelo Mel do Parque Natural do Douro Internacio­nal é a Associação de Apicultores do ParqueNatural do Douro Internacional.

4.4.1 – Produtos e certificação

O Mel do Parque Natural do Douro Internacionalé produzido pela abelha Apis mellifera (sp. Ibéri­ca), a partir do néctar das flores da região. Onéctar de rosmaninho é o principal componentedeste mel, contudo as abelhas colhem tambémo néctar das flores de silva, urze, carrasco,alecrim, madre-silva, tília e outras. É pela grandevariedade de flores que o mel é também conhe­cido por “mel de mil flores”.

Neste momento não tem produtos comDenominação de Origem Protegida. Contudo,pretende iniciar a reconversão de algumasexplorações para o modo de produção biológica.

4.4.2 – Área geográfica de produção

A área geográfica de produção é o Parque Natu-ral do Douro Internacional, composto pelos quatroconcelhos (Mogadouro, Miranda do Douro, Freixode Espada à Cinta e Figueira de Castelo Rodrigo)e ainda algumas áreas circundantes.

4.4.3 – Efectivos e produção anual

Na área existem cerca de 6500 colmeias perten­centes a cerca de 70 associados, com umaprodução anual que ronda as 50 toneladas demel.

É de salientar que a grande maioria dos seusapicultores possuem alguns circuitos de mercadohabituais, o que lhes permite, apesar das con­trariedades do mercado, continuarem a venderos seus produtos a um preço aceitável face àexcelente qualidade do mel produzido nestaregião.

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O Mel de Trás-os-Montes

4.4.4 – Historial

Esta associação fundada em Junho de 2000com cerca de 30 sócios é a mais jovemassociação de apicultores a nível nacional. Nestemomento tem 76 associados que se distribuempelos concelhos de Miranda do Douro, Moga­douro, Vimioso e Freixo de Espada à Cinta.

4.4.5 – Actividades desenvolvidas

Esta associação, assim como muitas outrasassociações apícolas, tem beneficiado de ajudasno âmbito do “Programa da Melhoria da Produçãoe Comercialização do Mel” actualmente desig­nado por “Programa Nacional Apícola”. Esteapoio tem-lhe permitido a disponibilidade dealgumas verbas para o acompanhamento e apoiotécnico de forma regular aos seus apicultores.

Neste momento tem em funcionamento doiscampos de demonstração no âmbito de umprograma de investigação que tem como principalobjectivo a certificação do mel segundo o modode produção biológica.

Têm sido também realizados cursos de formaçãopara promover a qualificação profissional dosprodutores. Anualmente, a associação realizaum colóquio apícola para todos os seus asso­ciados, apicultores e consumidores em geral.No ano 2003 foi organizada uma viagem deestudo à feira apícola de Guadalajara, em Es­panha.

A Associação tem também vindo a apoiar acomercialização do mel dos seus associados,funcionando como elo de ligação entre produtorese empresas de comercialização. Para tal, esta­belece contactos com possíveis compradores efaz a divulgação dos produtos apícolas. Parafacilitar esta tarefa e para poderem ser maiscompetitivos a nível nacional esta associaçãotem como projectos futuros a formação de umagrupamento de produtores que possibilite aconcentração da produção e torne mais eficientea comercialização dos produtos apícolas.

No que diz respeito a perspectivas futuras, aassociação pretende reconverter algumas dasexplorações para o modo de produção biológicade mel, tendo como base a experiência práticade alguns produtores.

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O Mel de Trás-os-Montes

4.5 – Cooperativa de Apicultores doAlto Tâmega – CRL - “Montimel”

4.5.1 – Produtos e certificação

A Montimel não tem nenhum produto comcertificação, podendo, no entanto, certificar doistipos de mel, o Mel da Terra Quente - DOP e oMel do Barroso -DOP, uma vez que a área socialabrange o concelho de Valpaços (“Mel da TerraQuente”), Montalegre, Boticas e mesmo Chaves(“Mel do Barroso”). No entanto, produz méis deelevada qualidade e com características orga­nolépticas únicas.

O mel é produzido pela abelha Apis mellifera(Sp. Ibérica), a partir do néctar das flores carac-terísticas da região como o rosmaninho, a urzee o castanheiro. A urze e o castanheiro são asmais comuns, sendo o mel de rosmaninho pro­veniente, na sua maioria, dos associados deValpaços.

Existem três produtos diferentes produzidos, oMel de Urze ( de cor mais escura), o Mel deRosmaninho ( de cor mais clara) e o PólenMultifloral.

4.5.2 – Área geográfica de produção

A área geográfica de produção abrange os con­celhos de Chaves, Boticas, Montalegre, Ribeirade Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar.

4.5.3 – Efectivos e produção anual

A Montimel conta com 114 apicultores registados,apenas no concelho de Chaves, o único proto­colado com a Direcção Regional de Agriculturade Trás-os-Montes. O número de colónias regis­tadas em 2004 era de 6388 e a produção demel de aproximadamente 58 toneladas.

4.5.4 – Historial

A Montimel foi fundada há 16 anos e tem porobjectivo principal desenvolver e fomentar aapicultura, procedendo à selecção, armazena­gem, transporte e comercialização de todos osprodutos da colmeia, no mercado interno e ex­terno. A Montimel pretende consolidar a apiculturacomo actividade agrícola economicamente viável,estabelecendo como principais âmbitos de

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intervenção os seguintes: representar os coope-rantes e a actividade apícola da região junto detodas as entidades com responsabilidades nosector, quer nacionais quer internacionais; fo­mentar e desenvolver a apicultura nesta região;prestar apoio técnico aos apicultores disponibi­lizando equipamentos de embalagem e rotula­gem do mel, acompanhando as tarefas de ma­neio e ajudando na comercialização dosprodutos; divulgar e promover o mel da regiãoenquanto produto de qualidade, divulgando eparticipando em eventos de discussão técnico-científico, nomeadamente Congressos, Fóruns,Jornadas ou Colóquios que tenham a apiculturaem destaque e ainda participando em feiras depromoção do mel e/ou produtos tradicionais emrepresentação da actividade apícola.

Neste momento a Montimel tem 86 apicultoresassociados, detentores de 2705 enxames.

4.5.5 - Actividades desenvolvidas

A Montimel tem vindo a desenvolver várias ac­tividades que visam o progresso da actividadeapícola, tais como: assistência técnica aos api­cultores, nomeadamente no controlo de doenças,maneio e implantação de novos edifícios;

manutenção do posto de atendimento no con­celho de Chaves; substituição de ceras,purificação, tratamento e moldagem de ceras;contributo para o aumento da produtividade dascolmeias e melhoria da qualidade do mel; acom­panhamento das crestas para sensibilização dascondições higio-sanitárias; fornecimento a todosos apicultores de todo o material necessário àactividade apícola; recepção do mel, criação delotes e comercialização e por último colaborarem diversos estudos científicos sobre os produtosda colmeia.

5 – Pratos típicos da região

Banana frita com mel e amêndoas

Ingredientes (4 pessoas): 4 bananas grandes;sumo de um limão; 2 colheres de manteiga; 2colheres de amêndoas em pauzinhos; 1 pitadade canela moída; 4 colheres de mel.

Confecção: Descascar as bananas e cortá-laspela metade ao comprido.

Regue-as com a metade do sumo de limão.

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Aquecer a manteiga numa frigideira grande.Fritar nela as bananas até alourarem pelos doislados. Retirar as metades de banana e reservarquentes.

Torrar os pauzinhos de amêndoa na gordura dafritura restante, polvilhar com canela e adicionaro mel.

Deixar fundir o mel em lume brando. Acrescentaro resto do sumo de limão, sem deixar de reme-xer.

Deitar o molho de mel e amêndoas sobre asbananas fritas e sirvir de imediato.

Frango guisado com mel

Ingredientes (4 pessoas): 1 frango cortado em8 pedaços; 1 cebola; 2 cenouras; 2 alhos porros;2 colheres de mel, 2 tomates; 1 pimento verme-lho; 4 colheres de azeite; uma pitada de sal ede pimenta branca.

Confecção: Temperar o frango com sal e pimen­ta; passá-lo pelo mel e alourá-lo no óleo.Cortar em pedaços finos os legumes e acres­centar ao frango. Molhar com meio copo deágua ou vinho branco.

Deixar cozinhar até o frango ficar mole.Rectificar de sal.

Pato dourado

Ingredientes: 1 pato novo; sal, pimenta eestragão; ½ litro de vinho branco seco; 4 colheresde sopa de molho de soja e 8 colheres de sopade mel.

Confecção: Esfregar o pato por dentro compimenta, sal e estragão e meter numa caçarola.Regar com o vinho e deixar ferver lentamentedurante 20 minutos. Retirar do lume, deixarescorrer e levar ao forno durante 15 minutosem temperatura média. Misturar o molho de sojae o Mel, untar o pato por dentro e por fora elevar ao forno para alourar durante 15 minutos.Untar de novo e voltar ao forno mais 15 minutos.Servir com bolinhas de arroz branco.

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Bolo de mel

· 300gr de farinha de trigo;· 4 ovos;· 200gr de manteiga amolecida mas não derreti­da;· 4 colheres de sopa com mel;· 2dl de cerveja;·1 colher de chá de canela;· 50gr de açúcar;· “raspa” de limão

Bolo dos apicultores

Ingredientes: 150 a 200 gramas de pão duro;5dl de leite; mel q.b.; passas q.b.; 1 colher desopa de rum e um ovo.

Confecção: Colocar numa vasilha o pão durocortado em fatias finas, deitar por cima o leite aferver adoçado com Mel. Deixar repousar 15minutos. Esmagar em seguida com um garfo,de maneira a fazer uma pasta, juntar as passasum ovo batido como se fosse para uma omoletae uma colher de rum. Misturar o todo. Deitarnuma forma, na qual estará preparado um cara­melo e levar ao forno. Quando o bolo estivercozido, tira-se para um prato e serve-se quenteou frio.

Outras alternativas

O Mel também pode ser utilizado como aperitivo(torradas ou pão com mel, presunto com mel,queijo com mel, saladas com mel, saladas tem­peradas com vinagre de mel), condimento, so­bremesa, digestivo e em bebidas.

6 – Roteiros

6.1 - Roteiro na Terra Quente

Um percurso de automóvel que permite vislum­brar a beleza natural e alguma história destaregião poderia ter início em Mirandela emdirecção ao Cachão, durante o qual se poderiamobservar, dos dois lados da estrada, váriosapiários. No Cachão pode-se visitar a CentralMeleira do Nordeste onde é possível observara extracção e elaboração do mel. Indo até VilaFlor e passando pelo Vale da Vilariça e pelo valedo Sabor podem-se observar vários apiáriosenvolvidos pelas espécies florais típicas daregião, como o rosmaninho. De seguida, ir atéà freguesia de Felgueiras em Torre de Moncorvo,onde existe um antigo lagar comunitário de cera.Para finalizar este percurso, siga pelo Pocinhoondepode apreciar os vinhedos em solcacos

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Mirandela

Cachão

Vila Flor

Vale da Vilariça

Felgueiras

Vila Nova de Foz Côa

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do Douro, que também dão origem a néctaresextraordinários, e acabe em Vila Nova de FozCôa a visistar as famosas figuras rupestres.

6.2 – Roteiro no Parque Natural deMontesinho

Dentro do Parque Natural de Montesinho é pos­sível observar vários apiários, oseiras ou silhase alguns pontos de venda.

Existem vários percursos que permitem vislum­brar colmeais rodeados por uma belíssima paisa-gem, assim como a fauna e flora local.

Um destes percursos poderá começar na cidadede Bragança saindo em direcção à freguesia deS. Julião de Palácios e de seguida parar paraobservar um colmeal na freguesia de Deilão.Após esta paragem poderá seguir-se em direcçãoa Rio de Onor e parar em Aveleda para observarum outro colmeal, voltando de seguida à cidadede Bragança.

Ainda dentro do Parque, outro trajecto possívelserá sair de Bragança em direcção a Mofreita,parando para observar um colmeal situado aopé de um posto de venda onde se poderão

comprar alguns produtos. O percurso poderáacabar em Vinhais, onde se encontra outro postode venda e alguns restaurantes para quem quiseralmoçar ou saborear alguns petiscos da região.

Um outro percurso, já fora do Parque Natural deMontesinho seria partir de Bragança, passar porS. Julião de Palácios e ir até Rio Frio, onde épossível observar mais um colmeal. De seguidair em direcção a Vimioso, parando antes emPinelo e Vale de Frades onde se podem observarmais três colmeais. Em Vimioso existe um pontode venda e vários lugares onde se podem sabo-rear produtos locais.

6.3 – Roteiro no Parque Natural doDouro Internacional

A área do Parque Natural do Douro Internacio­nal é um território de grande interesse sob oponto de vista turístico, dado que existe umgrande número de aspectos de ordem ambientale tradicional que foram preservados ao longode gerações.

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Vinhais

Mofreita

Bragança

Aveleda

Rio de Onor

Deilão

S. Juliãode Palácios

S. Juliãode Palácios

Rio Frio

PineloVale deFrades

Vimioso

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A freguesia de Ventozelo, situada em Mogadouro,encontra-se recheada de pequenas surpresas.Aconselha-se a quem por ali passar, que visitealguns dos seus monumentos e alguns locaisde beleza natural.

No fundo da povoação, pode observar-se a“Fonte da Vila”, que é um monumento já antigoe de grande admiração por parte dos habitantese visitantes.

Outro monumento de grande orgulho para apopulação residente é a Capela do Senhor daBoa Morte no centro da aldeia que remonta aoséculo XII ou XIII e que obteve o estatuto deCapela de Confraria em 1593.

Na igreja da aldeia pode observar-se um dossinos mais antigos de Trás-os-Montes.Ao longo da estrada de Ventozelo existe umvelho moinho de vento.

No rio está em construção uma praia fluvial paraquem quiser observar as Arribas do Douro e daruns mergulhos nos períodos de mais calor.

É aconselhável que durante este percurso, hajaalgum tempo para provar o delicioso mel, o bomazeite, o maravilhoso presunto e o queijo tradi­

cional, assim como muitos outros produtosgastronómicos da região.

Ao nível apícola, por toda esta área geográfica,é bem visível a presença de apiários a embelezara paisagem. Existem por toda a região iniciativasde alguns apicultores, os quais possuem peque­nas construções remodeladas e adaptadas onderealizam a extracção do mel. Deste modo, deixa--se a sugestão de conhecer melhor a freguesiade Angueira no concelho de Vimioso, onde ébem saliente a presença da apicultura no meiorural.

De regresso a Mogadouro, não deverá deixarde visitar a aldeia de Macedo do Peso, ondeexiste uma tradição bastante antiga na arte debem saber cuidar das abelhas. Poderá aquiconversar com os apicultores desta terra e co-nhecer mais de perto todo o processo que en­volve a colheita do mel, bem como a extracçãoe purificação da cera.

Mais para Sul não poderá deixar de conhecero concelho de Freixo de Espada à Cinta, ondetambém existe uma forte ligação à apicultura.

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Ventozelo

Freixo deEspada à Cinta

Mogadouro

VimiosoAngueira

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Bibliografia

Bibliografia

www.naturlink.pt/canais/Artigo.asp?iArtigo=139&iLingua=1www.idrha.min-agricultura.pt/produtostradicionais/mel/terra_quente.htmwww.idrha.min-agricultura.pt/produtos_tradicionais/estatisticas/pub2003.pdfwww.agro8-1.net/consulta_p.asp?id=242Gonçalves M., Guedes H., 2005. Associativismo eComercialização do Mel do ParqueGuedes H., Falda M., Rossi E., Ces M.,. Apicultura, OSabor de uma HistóriaRecordati A., 1998. História natural das abelhas, Manualdo Apicultor, 1: 7-12.

Agradecemos a cedência de imagens a:Bruno RicardoHelena GuedesJoão Paulo CostaJorge FernandesTeresa Rodrigues

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A linha condutora proposta para a realizaçãodo conjunto de objectivos deste projecto,que reconhecemos serem ambiciosos, masque é fundamental desenvolver nesta região,assenta na Valorização dos Recursos, noseu sentido mais lato, como forma deValorização e Promoção Turística da regiãoem causa, podendo as acções delineadas,para a concretização e efectivação desteprojecto, ser agregadas em 4 grandes grupostemáticos, a saber:

1 > Valorização dos Produtos Regionais

> Acção 1.1 - Microproduções Rurais e Desenvolvimento Local no Douro-Duero

> Acção 1.2 - Formas complementares de valorização dos produtos Animais

> Acção 1.3 - Valorização das cultivarestradicionais, da flora e vegetação do Douro/Duero

2 > Recursos Naturais, Ambiente e Qualidadede Vida

> Acção 2.1 - Benefícios recreativos, culturais e ambientais da Região do Douro/ Duero

> Acção 2.2 - Património Geológico Transfronteiriço

> Acção 2.3 - Efeito dos Fogos Florestais na Qualidade do Ar e Restauração de Ecossistemas FlorestaisDegradados

> Acção 2.4 - Estudo de viabilidade técnica, económica e ambiental de um sistema de gestão conjunta de resíduosbiodegradáveis dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU)

> Acção 2.5 - Exercício Físico e Promoção da Saúde - Estudo de Percursos Pedestres na Região do Douro Património Mundial

3 > Cultura, Promoção do Conhecimento eValorização

> Acção 3.1 - Rostos da Região

> Acção 3.2 - Roteiro Transfronteiriço de arte rupestre

> Acção 3.3 - "Por este rio acima" - Artee Cultura Duriense

> Acção 3.4 - Fórum Ibérico "O Teatro na Educação"

> Acção 3.5 - Valoração do Património Cultural do Douro: Uma perspectiva Económica

4 > Economia Rural

>Acção 4.1 - Estratégia de Integração e Desenvolvimento do Turismo Rural do Douro/Duero

> Acção 4.2 - Dinâmicas Organizacio-nais e Desenvolvimento Local Rural noDouro-Duero

>Acção 4.3 - Integração do Mercado Ibérico, Estratégias Empresariais Transfronteiriças e Desenvolvimento Local: O Caso da(s) Raia(s) Luso--Espanhola(s)

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