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http://www.observatoriodefavelas.org.br
2014_OBSERVATRIO DE FAVELAS
Rua Teixeira Ribeiro, 535 Parque Mar MarRio de Janeiro RJ CEP: 21044-251
www.observatoriodefavelas.org.brcomunicacao@observatoriodefavelas.org.br
Tiragem: 1000 exemplaresDistribuio GratuitaImpresso no Brasil
A reproduo do todo ou parte deste documento permitida somente para fins no lucrativos e com a autorizao prvia e formal do Observatrio de Favelas, desde que citada a fonte.
EQUIPE RESPONSVEL PELA PRODUO
COORDENAORaquel Willadino Braga
EQUIPE TCNICAThiago Araujo AnselRaika Julie MoissMarcelle FelixVictor Viana
PROJETO GRFICO E DIAGRAMAOMrula Oficina de Ideias
REVISORogrio Amorim
Esta uma publicao do Observatrio de Favelas, financiada pela Fundao Ford.
1 EDIORio de Janeiro_2014
Direito comunicao e justia racial / organizao: Raquel Willadino Braga, Thiago Araujo Ansel, Raika Julie Moiss. Rio de Janeiro : Observatrio de Favelas, 2014.
134 p. : il., color., grf. e tab.; 25 cm Inclui bibliografia.ISBN: 978-85-98881-34-81. Comunicao de massa Aspectos sociais. 2. Brasil
Relaes raciais. 3. Racismo - Brasil. 4. Negros Brasil. 5. Negros Direitos civis. 6. Direitos humanos. I. Braga, Raquel Willadino. II. Ansel, Thiago Araujo. III. Moiss, Raika Julie
CDD: 302.23
APOIO: REALIZAAO:
http://www.observatoriodefavelas.org.brmailto:comunicacao%40observatoriodefavelas.org.br?subject=http://www.morula.com.brhttp://www.observatoriodefavelas.org.brhttp://www.fordfoundation.org/regions/brazil/pt-br
SUMRIO 5_INTRODUO
9_Apontamentos Metodolgicos
17_Resultados: Levantamento de Mdia Alternativa
TIPOS DE VECULOS 19 Apropriao tecnolgica pelas iniciativas de comunicao alternativa: tenses entre universalizao e qualificao do acesso 21
VECULOS COMPLEMENTARES 24
TIRAGEM E ACESSOS MENSAIS 25 O midialivrismo NINJA 27
ACESSOS E AUDINCIAS DOS VECULOS COMPLEMENTARES 30
OPINIO DA AUDINCIA/INTERATIVIDADE 34
PERIODICIDADE DE ALIMENTAO DOS DIGITAIS PRINCIPAIS E DISTRIBUIO DOS IMPRESSOS PRINCIPAIS 35
DISTRIBUIO 36
SOBRE A GRATUIDADE OU NO DO ACESSO PRODUO DE CONTEDO 36
ANO DE CRIAO DO VECULO 36
DESDE QUANDO O VECULO FUNCIONA SEM INTERRUPO 38
SUSTENTABILIDADE DAS INICIATIVAS 38A necessidade de se pautar a sustentabilidade das iniciativas de comunicao alternativa na agenda de lutas pela democratizao da comunicao: acesso a recursos e polticas pblicas 41
TAMANHO E PERFIL DAS EQUIPES 45
QUANTIDADE DE JOVENS ATUANDO NOS VECULOS 47 Participao da Juventude 48 QUESTO RACIAL E TEMAS DE MAIOR RECORRNCIA NA PAUTA DOS VECULOS 51 Violncia racial e espaos populares: necessidade de conexes entre racismo e reproduo das desigualdades 53
INTERESSE EM ATUAR PELA DEMOCRATIZAO DA COMUNICAO 56
PARTICIPAO EM REDES OU FRUNS 56
61_Resultados: Entidades da Sociedade Civil
PERFIL DAS ENTIDADES 65
EIXOS TEMTICOS 68
PRTICAS DE COMUNICAO 70
QUADRO DE PESSOAL DA ENTIDADE 71
75_CONSIDERAES FINAIS
79_Artigos COMUNICAO: UM DIREITO HUMANO INALIENVEL Gustavo Gindre 83
A JOVEM TECNOLOGIA DA JUVENTUDE TECNOLGICA Eduardo Alves 93
GNERO, RAA E MDIA: VELHAS E NOVAS TENSES NO BRASIL EM REDE Anglica Basthi 101
107_Anexos129_REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
5
INTRODUO
Direito comunicao, como se conhece hoje, no foi sempre bandeira nem expresso que fizesse sentido at a radicalidade das transformaes impostas pela presena das tecnologias de comunicao de massa em nossa experincia e o controle da difuso de informaes e cultura por indstrias globais. A par-tir da, a j to debatida questo de quem tinha o direito ou privilgio de nar-rar assume de vez o primeirssimo plano, passando a demandar ainda novas formas de participao nos meios de comunicao por parte de todos aqueles que desejassem efetivamente ter voz.
O avano da internet, responsvel por alteraes significativas nas formas de so-ciabilidade mundo afora, no dissipou o paradigma da correspondncia entre visibilidade miditica e existncia poltica. Assim, as relaes de poder assim-tricas nessas disputas onde visibilidade elemento chave no apenas podem ser lidas em continuidade, como seguem exigindo dos grupos em histrica des-vantagem estratgias que sejam cada vez mais sofisticadas, que no se restrin-jam apenas capacidade de produo de narrativas alternativas.
A demanda por apropriao do conhecimento sobre as novas tecnologias, no que diz respeito s suas especificidades tcnicas e polticas, tem sido, no por acaso, pauta frequente para comunidades e movimentos sociais organizados em torno das mais diferentes identidades e causas. Visibilizar-se, nesse contexto, no signifi-ca apenas saber articular outras verses dos fatos, mas sim dispor de capacidades para tornar narrativas verossmeis, fazer com que determinados problemas sejam reconhecveis mesmo por aqueles que no os sofrem diretamente.
A prtica de ativistas/pensadores negros ou simplesmente comprometidos com a superao do racismo oferece um bom exemplo de como ampliar a legi-bilidade de problemas que impactam a todos, mas que no so reconhecidos nessa escala. Trata-se, hoje, de uma estratgia tradicional de enfrentamento do racismo combinar discurso militante produo de indicadores, a fim de revelar, de forma objetiva, os danos que o racismo tem causado populao negra nas mais diversas dimenses (sade, educao, segurana pblica etc.).
http://www.andi.org.br/politicas-de-comunicacao/page/cenario-internacional
INTRODUO6
Esses ativistas/pensadores no s aprenderam como se apropriar dos dados disponveis e produzi-los, como tambm passaram a influenciar a expanso da relevncia do quesito cor em diferentes campos do saber, fazendo com que essa varivel (a cor) seja atual-mente em muitas reas uma necessidade.
Como resultado, no difcil encontrar jovens engajados na luta con-tra o racismo que tenham, na ponta da lngua, informaes mostran-do que, enquanto os homicdios de brancos vm caindo ao longo dos ltimos anos, o de negros vem subindo. Entre os primeiros, a taxa de homicdios caiu de 20,6 para 15,5 a cada 100 mil habitantes, entre os anos de 2002 a 2010. Entre os segundos, os negros, no mesmo perodo, a taxa de homicdios subiu de 34,1 para 36 assassinatos a cada 100 mil habitantes. Isto , em 2010, para cada dois homens brancos assassina-dos, 4,6 homens negros foram vtimas de homicdio.
Assassinatos fazem parte da face mais radical do racismo que, com o avano de novas tecnologias de comunicao e sociabilidade, de-manda ainda mais esforo de traduo por parte daqueles/as inte-ressados/as em sua superao. Basta que lembremos que mesmo com dados e anlises sobre a questo racial, em diversas reas, a violncia e a injustia raciais, em geral, sensibilizam a opinio p-blica bem menos do que poderiam. como se ocorresse uma reite-
rao contnua da ideia de que existem comunidades incontorna-
DIREITO COMUNICAO E JUSTIA RACIAL 7
Pouco se sabe sobre como os veculos de comunicao alternativa, de misso em geral contra-hegemnica e comprometida com a transformao, tm encarado a pauta do enfrentamento do racismo, cuja urgncia se expressa de forma ntida na quantidade de homicdios de jovens negros nos ltimos anos
velmente separadas no interior das cidades. A distncia simblica
entre essas comunidades sobretudo no caso da desvalorizao da
vida de jovens negros pode se tornar gigantesca, embora, algu-
mas vezes, geograficamente curta, de fato (FILHO, 2008).
Existe, nesse sentido, em nossa sociedade, uma verdadeira sano
da violncia racial em diferentes nveis. Romper com ela depende
em grande medida de aes que combinem habilidades de produ-
o de narrativas verossmeis aos olhos daqueles que esto supos-
tamente longe desses problemas e a elaborao de representaes
capazes de desarticular esteretipos. Nesse sentido, comunicar es-
sencial, visibilizando narrativas e lanando mo de saberes capazes
de reafirmar a condio de sujeitos de direitos dos negros e negras,
estimulando no s a solidariedade, mas a sensao de correspon-
sabilizao nos processos de reproduo da violncia racial.
J existe todo um campo de debates sobre como a produo ficcio-
nal ou noticiosa da mdia corporativa tem representado a popula-
o negra. Pouco se sabe, por outro lado, sobre como os veculos de
comunicao alternativa, de misso em geral contra-hegemnica e
comprometida com a transformao, tm encarado a pauta do en-
frentamento do racismo, cuja urgncia se expressa de forma ntida
na quantidade de homicdios de jovens negros nos ltimos anos.
INTRODUO8
Os dados sistematizados nas pginas a seguir surgem de uma pro-posta do Observatrio de Favelas, apoiada pela Fundao Ford, de investigar empiricamente como funcionam as iniciativas de comu-nicao popular; qual o lugar da agenda antirracista para essas; e, de outro lado, como organizaes comprometidas com a promoo da igualdade racial tm utilizado estratgias e ferramentas de co-municao em suas prticas ativistas. A pesquisa faz parte de um projeto mais amplo que tem como objetivos produzir e difundir co-nhecimento sobre democratizao da comunicao, tomando a co-municao como direito fundamental para a superao do racismo; e contribuir para a construo de polticas pblicas que aliem de-mocratizao da comunicao e enfrentamento do racismo. Um dos produtos desse projeto essa pesquisa que temos o prazer de apre-sentar nas pginas que seguem. Esperamos que esse trabalho possa contribuir no desenvolvimento de polticas voltadas para a supera-o das desigualdades e o fortalecimento de uma cidadania ativa.
http://www.observatoriodefavelas.org.brhttp://www.fordfoundation.org/regions/brazil/pt-br
9
APONTAMENTOSMETODOLGICOS
11
A pesquisa Direito Comunicao e Justia Racial mapeou 118 ve-culos alternativos/comunitrios/populares na regio metropolitana do Rio de Janeiro, entre os anos de 2013 e 2014. Desses, 701 respon-deram a um instrumento cujo objetivo foi no s extrair informaes que pudessem compor um panorama do conjunto dessas iniciati-vas, mas que tambm fossem capazes de mostrar o grau de relevn-cia da questo racial na atuao dos veculos pesquisados.
Esse levantamento tambm teve como objetivo ampliar o banco de dados criado pelo projeto Mdia em Favela, realizado com o apoio da Fundao Ford no ano de 2011. O intuito era o de reunir informa-es sobre iniciativas de comunicao em espaos populares para fornecer subsdios formulao de polticas pblicas nessa rea.
Mdia e Favela trabalhou com 73 veculos de mdia alternativa em fa-velas e outros espaos populares da regio metropolitana do Rio de Janeiro, produzindo um diagnstico sobre veculos de comunicao popular e, ao mesmo tempo, balanos de como as favelas e espaos populares eram representados em trs veculos impressos da grande mdia, com diferentes perfis. Entre 2013 e 2014, a pesquisa proposta pelo projeto Direito Comunicao e Justia Racial pretende ampliar este mapeamento de veculos de comunicao alternativa buscando identificar como eles incorporam a questo racial em sua atuao.
Direito Comunicao e Justia Racial tambm mapeou 30 entida-des e coletivos da sociedade civil2, dentre os quais 22 responderam a outro instrumento. Essa etapa considerou grupos que desenvol-vem projetos ou aes tendo como objetivos principais ou secun-drios o enfrentamento do racismo. Sua finalidade foi verificar qual a importncia do enfrentamento do racismo na agenda de organi-zaes e coletivos da sociedade civil declaradamente comprometi-dos com a pauta, e como estes atuam no campo da comunicao.
Esta seo apresenta e discute brevemente as opes metodolgi-cas relativas aos dois universos pesquisados.
1. Os 70 veculos que res-ponderam ao instru-mento esto listados no Quadro 1 da seo ane-xos desta publicao. Os veculos mapeados no respondentes so lista-dos no quadro 2.
2. As entidades respon-dentes e mapeadas aparecem, respectiva-mente, nos Quadros 3 e 4 dos anexos.
http://observatoriodefavelas.org.br/projetos/comunicacao-projetos/direito-a-comunicacao-e-justica-racial/http://observatoriodefavelas.org.br/projetos/comunicacao-projetos/midia-e-favela-3/
CATEGORIAS DE ANLISE
COMUNICAO COMUNITRIA/ALTERNATIVA/POPULAR feita por iniciativas sem fins lucrativos3, que surgem da ao de grupamentos que mantenham compromisso explcito com demandas polticas de setores populares. Para delimitar o objeto principal, optou-se inicial-mente pela definio de Peruzzo (2006, p. 4), que caracteriza comu-nicao popular e alternativa4 como expresso das lutas populares por melhores condies de vida que ocorrem a partir dos movimen-tos populares e representam um espao para participao democr-tica do povo. Esta definio bsica, mais tarde, complementada pela prpria autora a partir de uma perspectiva que alinha esses pri-meiros a veculos que, independentemente do nvel de participao popular, tm com aquelas mdias alternativas demandas polticas em comum ou que apresentam pontos de evidente interseo5.
Cabe lembrar, ainda sobre a terminologia empregada, que especi-ficamente quanto ao termo comunicao comunitria, Peruzzo alerta que [a] grande mdia tambm incorporou a palavra para de-signar algumas de suas produes. Para a autora, comunitrio um termo de uso problemtico, j que pode se referir a processos diferentes entre si (Idem, p. 2). No entanto, optou-se por no dis-pensar o uso dessa categoria por dois motivos principais:
1. A identificao (apontada preliminarmente pela presente pes-quisa) de indivduos que atuam no campo com o termo co-municao comunitria, ou comunicador(a) comunitrio(a), bem como a existncia de iniciativas que se definem como sendo de comunicao comunitria;
3. A expresso no indica o descarte dos casos em que os veculos geram recursos. Significa que os veculos no so movidos por interesses comerciais, tendo seus fluxos financeiros empenhados no desenvolvimento e operacionalizao das prprias iniciativas de comuni-cao ou outras atividades de interesse coletivo.
4. Autores como Kucinski (1991) entendem que a designao de imprensa alternativa vale apenas para veculos opositores ditadura civil-militar entre as dcadas de 1960 e 1980. De acordo com Parente (2014), a partir da poltica em 1978, a comunicao alternativa foi dando lugar chamada comunicao popular, que tinha como misso mobilizar a poltica e que se fortalece nos anos 1980 com a estruturao dos movimentos sociais, em espe-cial, os sindicais na cidade e no campo.
5. Moraes (2008, p. 44) adota a noo de comunicao alternativa defendida pelo Frum de Mdias Alternativas (2004): aquela que atua como uma ferramenta para a comunicao no campo popular, sem deixar de lado a militncia social, ficando implcito que jornalistas e/ou comunicadores devem estar dentro do conflito, sempre com uma clara tendncia a democratizar a palavra e a informao.
APONTAMENTOS METODOLGICOS12
2. Como ressalta Malerba (2008, p. 154), tratar a mdia comuni-tria a partir de um modelo idealizado, excluindo conceitual-mente todos aqueles veculos que nele no se encaixam plena-mente6, pode redundar num problema comum em pesquisas na rea: o desvio do foco analtico para a questo da legitimi-dade ou ilegitimidade das iniciativas.
Embora seja evidente a existncia de deturpaes e apropriaes do termo comunitrio para fins que nada tm a ver com os an-seios dos setores populares, no se pode permitir que um critrio utilizado para delimitar o objeto acabe restringindo7 a abordagem, resultando em binarismos como os autnticos veculos comuni-trios e aqueles banidos por apropriarem-se do termo de forma suspeita. Portanto, empregar as energias reflexivas na questo da autenticidade pode significar perder a oportunidade de considerar contradies que devem compor e fortalecer a anlise.
Cumpre ainda lembrar que no existe uma definio precisa para a classificao de um veculo como sendo, de fato, alternativo. Todas es-sas definies no esto subordinadas aos tipos de veculos ou s tec-nologias empregadas, e sim a aspectos conjunturais e a linguagem utili-zada por cada veculo, de forma que se buscou analisar veculos em que predominam caractersticas as quais chamamos, no primeiro pargrafo dessa seo, de comunicao comunitria, alternativa e popular.
ORGANIZAES E COLETIVOS DA SOCIEDADE CIVIL QUE DESENVOLVEM PROJETOS OU AES DE ENFRENTAMENTO DO RACISMO Entidades e coletivos (formalizados ou no) que declararam ter programas/projetos/iniciativas/aes que visam, de forma prioritria ou secundria, contribuir para a superao do racismo.
6. Malerba fala da existncia de um arqutipo de veculo popular, apoiado na aferio de cri-trios como: se o veculo a ser analisado divulga os assuntos concernentes ao interesse da comunidade; se a participao de integrantes da comunidade em todas as fases do processo comunicacional est garantida; se no tem finalidades lucrativas; se a gesto do veculo coletiva; se promove o fortalecimento do exerccio da cidadania; se h autono-mia em relao a grupos de interesse, sejam eles polticos, religiosos, empresariais etc. (MALERBA, 2008, p. 154).
7. Peruzzo (2007, p. 70), especificamente em relao s rdios comunitrias, aponta uma srie de critrios para a sua definio como programao de interesse social vinculada realidade local, no ter fins lucrativos ou abertura participao popular. No entanto, a autora adverte que a flexibilidade na classificao das rdios comunitrias recomen-dvel, afinal, como disse Toms de Aquino a vida transborda o conceito. Isto , uma rdio, ou veculo neste caso, no deixa de ser comunitria por no atender rigorosamente a todos os critrios de definio.
DIREITO COMUNICAO E JUSTIA RACIAL 13
INICIATIVAS DE MDIA COMUNITRIA, ALTERNATIVA E POPULAR
DISTRIBUIO ESPACIAL DAS INICIATIVAS
A amostra analisada composta de veculos que funcionam em locais da regio metropolitana do Rio de Janeiro, e produzem contedo so-bre ou voltados para as demandas polticas de grupos que se inscre-vem nesses limites territoriais. Foram consideradas ainda iniciativas de abrangncia nacional cujos ncleos ativos (colaboradores direta-mente envolvidos na produo) estivessem baseados na regio.
Essa delimitao de abrangncia territorial est diretamente rela-cionada aos objetivos do projeto Direito Comunicao e Justia Racial, dentre os quais se destaca o estmulo construo de uma rede local de iniciativas de mdia popular. Isto , essa escolha se deve muito mais a agenda do projeto do que defesa de que a co-municao popular, alternativa ou comunitria seria caracterizada fundamentalmente pela proximidade fsica entre membros de de-terminado grupo social.
Embora a legislao brasileira designe como comunitrias, por exemplo, as rdios cuja transmisso tenha circunscrio territorial curta e bem limitada8, consideramos que demais motivaes, alm do vnculo com o territrio, podem concorrer para a constituio de uma comunidade, sobretudo, diante do paradigma da comuni-cao em rede. No entanto, a importncia do territrio no pode ser desconsiderada. O potencial de interao e reconhecimento de demandas comuns entre indivduos prescinde cada vez mais da proximidade fsica.
PERODO DE COLETA DE DADOS
Os dados foram colhidos entre os meses de abril de 2013 e abril de 2014. Entretanto, cumpre ressaltar que a partir das informaes obtidas por levantamento anterior (ANSEL; SILVA, 2012) e pelas tendncias preliminares desta pesquisa quanto ao tempo de exis-tncia das iniciativas de comunicao popular, que ao fim do pe-rodo de coleta de dados alguns dos veculos mapeados podem ter encerrado suas atividades.
8. Se para estudiosos e ativistas tem sido difcil conceituar o que seja rdio comunitria, no mbito do Estado no h discusso: rdio comu-nitria tem como carac-terstica operar em um espao restrito, como informa a pgina do Ministrio das Comuni-caes: rdio comuni-tria um tipo especial de emissora de rdio FM, de alcance limitado a, no mximo, um qui-lmetro a partir de sua antena transmissora (MALERBA, 2007, p. 3).
APONTAMENTOS METODOLGICOS14
ORGANIZAES DA SOCIEDADE CIVIL QUE DESENVOLVEM AES DE ENFRENTAMENTO DO RACISMO
DISTRIBUIO ESPACIAL DAS ORGANIZAES
As organizaes respondentes do instrumento que permitiu extrair os dados aqui sistematizados tm sede na regio metropolitana do Rio de Janeiro; desenvolvem atividades que tm como referncia este recorte territorial; ou tm aes de abrangncia nacional, mas mantm ncleos ativos (equipe diretamente envolvida com a pro-duo das atividades) baseados no local.
PERODO DE COLETA DE DADOS
Os dados foram colhidos entre os meses de abril de 2013 e abril de 2014.
MTODOS DE COLETA E FONTES
As informaes referentes aos veculos e entidades aqui sistematiza-das foram obtidas atravs da aplicao de questionrio misto (pre-dominantemente fechado, com apenas trs perguntas abertas).
Como trata-se de uma pesquisa sobre a interface de dois fenmenos sociais multifatoriais, mas mais usualmente analisados em separado os impactos do racismo e a questo do direito comunicao , alm dos questionrios, lanou-se mo de outras fontes para melhor contextualizar as respostas extradas pelo instrumento.
Nas pginas seguintes sero apresentados os principais resultados obtidos no levantamento de dados dos veculos de comunicao.
DIREITO COMUNICAO E JUSTIA RACIAL 15
RESULTADOSLEVANTAMENTO DE MDIA ALTERNATIVA
TIPOS DE VECULOS
Das 70 iniciativas que responderam ao ins-trumento, 18 definem-se como veculos de redes sociais online, 18 se autodeclaram pginas na internet, 8 jornais, 6 rdios, 13 blogs, 2 TVs, 2 revistas, 1 boletim eletrni-co, 1 web-rdio e 1 web-TV.
Sobre os tipos de veculo mais frequente-mente escolhidos pelos comunicadores po-pulares, embora a maior parte j tivesse suas atividades principais voltadas para internet, no primeiro levantamento de veculos de comunicao popular na regio metropo-litana do Rio de Janeiro realizado pelo Ob-servatrio de Favelas (ANSEL; SILVA, 2012), referente ao ano de 2011, existia distribuio mais equnime entre as diferentes platafor-mas, sendo 23 blogs, 18 jornais, 12 rdios e 10 sites, por exemplo. Os veculos digitais antes representavam 55% do total contra 45% de mdias impressas, radiofnicas e au-diovisuais tradicionais. Hoje, a proporo dos primeiros chega a 74% do total, enquan-to a dos ltimos de apenas 26%.
No primeiro levantamento, a categoria Re-des Sociais no figurava como tipo de ve-culo. Tal categoria aparecia exclusivamente em um tpico dedicado a responder quan-tos veculos ento 59% do total manti-nham perfis nas redes sociais, dentre os quais 84% preferiam o Facebook. As redes sociais estavam longe de terem a expres-sividade que tiveram no segundo levanta-mento enquanto plataformas principais.
TABELA 1_TIPOS DE VECULO (DIREITO COMUNICAO E JUSTIA RACIAL 2013-2014)
TIPO DE VECULO QUANTIDADE
PGINA NA INTERNET 18
BLOG 13
WEB-RDIO 1
WEB-TV 1
REDES SOCIAIS 18
JORNAL 8
REVISTA 2
RDIO 6
TV 2
OUTRO 1
TOTAL 70
TABELA 2_TIPOS DE VECULO (MDIA E FAVELA 2011)
TIPO DE VECULO QUANTIDADE
WEB-RDIO 2
SITE 10
BLOG 23
WEB-TV 4
REVISTA 1
TV 2
RDIO 12
JORNAL 18
OUTRO 1
TOTAL 73
DIREITO COMUNICAO E JUSTIA RACIAL 19
Num espao de cerca de trs anos, elas tornaram-se centrais para muitas das atividades de comunicao popular alternativa, estan-do entre os veculos mais frequentes ao lado das pginas na inter-net. Atualmente, mesmo no optando pelas redes sociais como ve-culos principais, 36 iniciativas identificadas declaram ter presena em pelo menos uma delas.
TABELA 3_COMPARATIVO DE MDIAS POR ANO DE PESQUISA
TIPO DE VECULO 2011 2013
DIGITAL 40 52
NO DIGITAL 33 18
TOTAL 73 70
GRFICO 1_PERCENTUAL DE VECULOS DIGITAIS POR ANO DE LEVANTAMENTO
55%
2011 2013
74%
14
11
45 5
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
15
65
4 4
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
6
2
4 4 4
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
7
5
1
2
1
1
DCADA DE 1970
2
DCADA DE 1980
4DCADA DE 1990
18
DCADA DE 2000
29
2010
82
DCADA DE 1980
10
DCADA DE 1990
45
DCADA DE 2000 2010
8,59,4
PERCENTUAL DE HOMENS NEGROS
PERCENTUAL DE MULHERES NEGRAS
59
5
127
12
TOTAL DE HOMENS
HOMENSNEGROS
TOTAL DE MULHERES
MULHERES NEGRAS
187HOMENS
199MULHERES
386TOTAL DAS EQUIPESDE COMUNICAO
76HOMENSNEGROS
111OUTROSHOMENS
80MULHERES
NEGRAS
119OUTRAS
MULHERES
51 COM FORMAO TCNICA
06 ESTAGIRIOS
19 SEM FORMAOTCNICA
79 COM FORMAO TCNICA
06 ESTAGIRIOS
26 SEM FORMAOTCNICA
50 COM FORMAO TCNICA
02 ESTAGIRIOS
28 SEM FORMAOTCNICA
84 COM FORMAO TCNICA
04 ESTAGIRIOS
31 SEM FORMAOTCNICA
186COLABORADORES NO
CLASSIFICADOS COMO JOVENS
232JOVENS
(ENTRE 15 E 29 ANOS)
418TOTAL DAS EQUIPES
DIRETAMENTE LIGADAS PRODUO DE CONTEDO
112JOVENS
NO NEGROS
120JOVENSNEGROS
62 JOVENS NO NEGRAS
62 JOVENSNO NEGROS
67 JOVENSNEGRAS
53 JOVENSNEGROS
RESULTADOS_LEVANTAMENTO DE MDIA ALTERNATIVA20
APROPRIAO TECNOLGICA PELAS INICIATIVAS DE COMUNICAO ALTERNATIVA: TENSES ENTRE UNIVERSALIZAO E QUALIFICAO DO ACESSO
Uma das caractersticas definidoras da internet justamente sua arquitetura descentralizada, a qual permite a coexistncia de ml-tiplas fontes de emisso9. Esse redesenho transformou em defi-nitivo esquemas descritivos clssicos da comunicao mediada por dispositivos eletrnicos e, a um s tempo, tem exigido novos modelos interpretativos. No mbito do preenchimento de novas demandas explicativas/compreensivas h boa margem de con-senso na produo acadmica recente a respeito da entrada da comunicao alternativa/popular nas redes virtuais, enfatizando o aumento das possibilidades de produo e consumo contra-hege-mnicos de informaes e radicalizao da democracia. De outro lado, muitas tm sido as contribuies na reflexo sobre os desa-fios e limitaes desse cenrio, ressaltando-se, por exemplo, as problemticas advindas do fato de que o ambiente virtual no est livre dos interesses e influncias do grande capital ou a questo do acesso limitado rede (excluso digital), no apenas do ponto de vista quantitativo, mas tambm do qualitativo. Esse ltimo tpi-co a demanda pela qualificao do acesso , no entanto, tem se mostrado mais frequentemente passvel de polmicas.
No Brasil, no que tange face quantitativa do acesso, segundo pes-quisa realizada pelo Ncleo de Informao e Coordenao do Pon-to BR (NIC-BR)10 (2012) sobre o uso de tecnologias da informao e comunicao 60% dos domiclios no contam com internet (ex-clui-se desse dado o aceso via telefone celular). Nas reas rurais, esse percentual sobe para 90% e nas urbanas cai para 55%. O mes-
9. Autores como Aug (2011) defendem que a internet seria fundamental para a circulao da informao e do conhecimento, mas no em sua produo. Outra perspectiva, mais afeita a abordagem aqui adotada, parte de outro princpio: o de que a circulao de infor-mao e conhecimento tambm produo.
10. Entidade civil, sem fins lucrativos, que desde dezembro de 2005 implementa as decises e projetos do Comit Gestor da Internet no Brasil (CGI), que tem a atribuio de estabelecer diretrizes estratgicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da internet no Brasil e diretrizes para a execuo do registro de nomes de domnio, alocao de endereo IP (Internet Protocol) e administrao pertinente ao domnio de primeiro nvel .br. Tambm promove estudos e recomenda procedimentos para a segurana da internet e prope programas de pesquisa e desenvolvimento que permitam a manuteno do nvel de qualidade tcnica e inovao no uso da internet.
DIREITO COMUNICAO E JUSTIA RACIAL 21
http://www.nic.brhttp://www.nic.brhttp://www.cgi.br
mo estudo mostra que tanto o acesso internet quanto a posse de computador de mesa ou porttil sempre diretamente proporcio-nal ao nvel de renda familiar somente 3% das famlias com renda de at um salrio mnimo tem acesso internet fixa (embora 12% das famlias com essa faixa de renda tenham declarado utilizar dia-riamente a rede por meio de telefone celular).
Do ponto de vista qualitativo, ocorreu que paralelamente ao de-senvolvimento da rede, o debate sobre o que se convencionou chamar de excluso digital passou a compreender aspectos que no se restringem necessariamente extenso ou abrangncia territorial dos recursos tecnolgicos que garantem o acesso. Ou-tros tipos de desigualdades passam a ter maior peso na discusso como, por exemplo, a relao custo/qualidade de conexo em de-terminadas regies, que torna o acesso, mesmo que possvel, in-vivel economicamente; a distribuio desigual de conhecimentos para o manuseio de equipamentos eletrnicos levando em conta aspectos no s de renda, mas tambm educacionais e geracio-nais, por exemplo; ou, remetendo ainda mais diretamente a essa faceta qualitativa do acesso, fatores ligados a limites quanto par-ticipao poltica institucionalizada, a partir da associao entre emprego de recursos digitais de comunicao e mobilizao para o fortalecimento de prticas democrticas (como a interveno em consultas pblicas e acesso informao por meio de meca-nismos legais de transparncia) (MARQUES, 2012, p. 7).
Outro destaque, com relao ao debate sobre os limites da inter-net e sua arquitetura descentralizada, a ascendncia de grandes empresas na gesto da circulao dos fluxos informacionais. O fim da dcada de 2010, de fato, marcado pela dominncia mercado-lgica de corporaes que desenvolvem suas principais atividades na internet, como o Google e o Facebook, e no mais de empresas de mdia de massa. A diferena fundamental entre esses dois mo-delos que as ltimas extraem lucro a partir da centralidade do polo produtor, enquanto as primeiras no necessariamente. Isto , as chamadas novas mdias ao invs de concentrarem a emisso de informaes, estimulam e priorizam logicamente com base em seus interesses determinados fluxos em detrimento de ou-tros (tal como acontece na filtragem de contedos que recebemos em nossos perfis em redes sociais).
RESULTADOS_LEVANTAMENTO DE MDIA ALTERNATIVA22
Muitos so os autores (MORAES, 2007; PERUZZO, 2010 et al.) a alertarem para o fato de que a universalizao da internet, com o propsito de efetiva multiplicao de vozes, alm do desenvol-vimento de infraestruturas de rede e barateamento de custos te-leinformticos, deve ser acompanhada por polticas educacionais e de outras reas que possam intensificar os usos sociais, cultu-rais, educativos e polticos das tecnologias (MORAES, 2007). Tal perspectiva sintetiza um consenso, no s entre acadmicos da rea, mas tambm entre grupos ativistas, pela democratizao da comunicao. Contudo, se esse consenso contribui para reforar a indiscutvel necessidade de polticas educacionais e culturais que acompanhem as dinmicas sociais contemporneas, ele tam-bm tem dado margem para abordagens nas quais h um para-doxo merecedor de ateno: enquanto se reconhece o potencial de democratizao da comunicao constitutiva da arquitetura descentralizada da internet, aponta-se para a necessidade de for-talecimento de centralidades11 tradicionais frequentemente as-sociadas instncias de legitimao de saberes e prticas cujas encarnaes mais evidentes so as instituies escolares e/ou responsveis pela gesto de certo patrimnio cultural (em geral, ligado manifestaes eruditas).
Entretanto, a relao entre universalizao da apropriao tecno-lgica e sua qualificao no precisa ser inversamente proporcio-nal. Ela depender apenas de qual conceito de qualificao est em jogo, j que este pode significar a intensificao dos apelos de reforo do papel tradicional das instituies; mas por outro lado, tambm pode referir-se a uma potencial contribuio para que as polticas pblicas (educacionais ou de qualquer outra natureza) respondam presena (ou ausncia) das tecnologias da comuni-cao, fortalecendo-as como meios de radicalizar a democracia. Portanto, impulsionar formas de participao inovadoras, pos-sibilitando a apresentao de novas demandas e a visibilidade e articulao de sujeitos e grupos antes invisveis, se coloca como atitude-chave para a ampliao do horizonte da poltica.
11. Segundo Migliorin e Genaro (2012, p. 155), a centralidade se organiza com a prevalncia de um ponto fora das disputas e que teria a possibilidade de olhar para o emaranhado da rede e julgar quais as linhas devem ser fortificadas, quais pontos devem ser respaldados e quais afetos devem ser corroborados.
DIREITO COMUNICAO E JUSTIA RACIAL 23
VECULOS COMPLEMENTARES
Outra transformao observada entre o pri-meiro e o segundo levantamento diz respeito ao aumento de veculos por iniciativa de co-municao. Em 2011, apenas 15% dos veculos identificados eram editados/alimentados em verses impressa e digital, e 29% das iniciativas cujo veculo principal era impresso, audiovi-sual ou radiofnico tinha pgina na internet; no levantamento atual, verificou-se que 81% (57) das iniciativas tinham ao menos um ve-culo complementar, todos digitais com ape-nas uma nica exceo , um jornal impresso complementar de uma rdio. Entre as iniciati-vas do mapeamento de 2013, as que mantm apenas um veculo complementar so 17; as que alimentam dois so 27; aquelas que con-tam com trs veculos complementares so 13.
12. Entende-se por veculo complementar a mdia e/ou meio que funciona como um apoio ou outra forma de difuso do veculo principal.
TABELA 4_NMERO DE VECULOS COMPLEMENTARES12 POR CADA INICIATIVA DE COMUNICAO (DIREITO COMUNICAO E JUSTIA RACIAL 2013-2014)
INICIATIVAS DE COMUNICAO
VECULOS COMPLEMENTARES
13 0
17 1
27 2
13 3
70
TABELA 5_QUANTIDADE DE VECULOS COMPLEMENTARES EM COMPARAO COM VECULOS PRINCIPAIS
TIPO DE VECULO PRINCIPAL COMPLEMENTAR 1 COMPLEMENTAR 2 TOTAL
PGINA NA INTERNET 18 7 3 28
BLOG 13 5 0 18
PERIDICO IMPRESSO 8 1 1 10
BOLETIM ELETRNICO 1 0 0 1
RDIO 6 0 0 6
TV 2 0 0 2
WEB-RDIO 1 0 0 1
WEB- TV 1 1 0 2
REVISTA 2 0 0 2
REDES SOCIAIS 18 40 33 91
OUTRO 0 2 3 5
N/A 0 10 20 30
N/R 0 2 3 5
TOTAL 70 68 63 201
RESULTADOS_LEVANTAMENTO DE MDIA ALTERNATIVA24
TIRAGEM E ACESSOS MENSAIS13
Para este quesito, as iniciativas foram agrupadas de acordo com seus tipos de veculos principais nas tabelas a seguir14 e nos gr-ficos mais abaixo em digitais; radiofnicos e audiovisuais15; e impressos. Dessa forma, pde-se comparar acessos mensais, tiragem e audincia de veculos de mesmo tipo, mas tambm se-parados nas trs categorias informadas acima. Dos 70 veculos, 52 responderam a essa questo.
Entre os 18 que no responderam sobre a audincia do veculo principal, 16 forneceram dados sobre as audincias de seus vecu-los complementares, restando dois que no forneceram qualquer
informao sobre suas audincias.
13. Os veculos que no constam das tabelas e grficos no respon-deram sobre a sua ti-ragem ou nmero de acessos mensais.
14. Ver tabela completa em Anexos
15. Destes nenhum soube ou desejou precisar a audincia em um deter-minado perodo.
TABELA 6 _AUDINCIA POR TIPO DE VECULO
TIPOS DE VECULOS PRINCIPAIS
AUDINCIA (ACESSOS,
TIRAGENS ETC.)
PGINAS NA INTERNET 5.962.230
16
BLOG 222.297
PERODICO IMPRESSO 102.700
BOLETIM ELETRNICO 18.468
RDIO NI 17
TV NI
WEB-RDIO NI
WEB-TV 650
REVISTA 3.500
REDE SOCIAL 145.366
TOTAL 6.455.211
16. Os altos nmeros desta seo referem-se aos nmeros de audincia do veculo Mdia Ninja, com informaes complementares na seo O midialivrismo NINJA.
17. No informado.
18. 13 veculos digitais principais no informaram sua audincia
GRFICO 2 _QUANTIDADE DE VECULOS DIGITAIS18 PRINCIPAIS POR FAIXA DE AUDINCIA
55%
2011 2013
74%
14
11
45 5
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
15
65
4 4
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
6
2
4 4 4
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
7
5
1
2
1
1
DCADA DE 1970
2
DCADA DE 1980
4DCADA DE 1990
18
DCADA DE 2000
29
2010
82
DCADA DE 1980
10
DCADA DE 1990
45
DCADA DE 2000 2010
8,59,4
PERCENTUAL DE HOMENS NEGROS
PERCENTUAL DE MULHERES NEGRAS
59
5
127
12
TOTAL DE HOMENS
HOMENSNEGROS
TOTAL DE MULHERES
MULHERES NEGRAS
187HOMENS
199MULHERES
386TOTAL DAS EQUIPESDE COMUNICAO
76HOMENSNEGROS
111OUTROSHOMENS
80MULHERES
NEGRAS
119OUTRAS
MULHERES
51 COM FORMAO TCNICA
06 ESTAGIRIOS
19 SEM FORMAOTCNICA
79 COM FORMAO TCNICA
06 ESTAGIRIOS
26 SEM FORMAOTCNICA
50 COM FORMAO TCNICA
02 ESTAGIRIOS
28 SEM FORMAOTCNICA
84 COM FORMAO TCNICA
04 ESTAGIRIOS
31 SEM FORMAOTCNICA
186COLABORADORES NO
CLASSIFICADOS COMO JOVENS
232JOVENS
(ENTRE 15 E 29 ANOS)
418TOTAL DAS EQUIPES
DIRETAMENTE LIGADAS PRODUO DE CONTEDO
112JOVENS
NO NEGROS
120JOVENSNEGROS
62 JOVENS NO NEGRAS
62 JOVENSNO NEGROS
67 JOVENSNEGRAS
53 JOVENSNEGROS
DIREITO COMUNICAO E JUSTIA RACIAL 25
TABELA 7_ACESSOS MENSAIS DOS VECULOS DIGITAIS PRINCIPAIS19
TIPOS DE VECULOS PRINCIPAIS AUDINCIA (ACESSOS, TIRAGENS ETC.)
VECULOS # DE VECULOS TOTAL MDIA MNIMO MXIMO
PGINA NA INTERNET 18 5.962.230 596.223 200 5.796.430
BLOG 13 222.297 24.700 930 86.252
BOLETIM ELETRNICO 1 18.468 18.468 18.468 18.468
WEB-RDIO 1 NI* NI* NI* NI*
WEB- TV 1 650 650 650 650
REDE SOCIAL 18 145.366 8.076 39 145.366
TOTAL 52 6.349.011 162.795 39 5.796.430
* NO INFORMADO
TABELA 8_AUDINCIA DAS PGINAS NA INTERNET QUE SO OS VECULOS PRINCIPAIS
VECULOS AUDINCIA (ACESSOS, TIRAGENS ETC.) ESSOS)
PGINAS DE INTERNET
AGNCIA DE REDES PARA JUVENTUDE 2.600
ANF - AGNCIA DE NOTCIAS DAS FAVELAS 20.000
ASFUNRIO 5.000
COLETIVO VINHETANDO 10.000
CINEMA DE GUERRILHA NA BAIXADA 200
CRIA NEGO! 2.000
MOVIMENTO E MDIA 14.000
NINJA 5.796.430
RIO ON WATCH 12.000
VIVA FAVELA 100.000
TOTAL 5.962.230
19. A tabela completa referente aos acessos encontra-se na seo Anexos. Os veculos que no aparecem na tabela comple-ta nessa seo no informaram a sua audincia.
RESULTADOS_LEVANTAMENTO DE MDIA ALTERNATIVA26
O MIDIALIVRISMO NINJA
NINJA (Narrativa Independente, Jornalismo e Ao) ganhou pro-jeo nacional em 2013 ao transmitir em tempo real a srie de manifestaes que marcou aquele ano. As transmisses eram fei-tas por fluxo de mdia (streaming), a partir de dispositivos mveis, sobretudo, para redes sociais como o Facebook onde tem hoje mais de 250 mil curtidores e o Twitter em que mantm um perfil com quase 30 mil seguidores. As transmisses de baixssi-mo custo chegaram a ter picos de audincia de 100 mil usurios online, acompanhando de forma interativa20 a cobertura dos pro-testos (marca notria para uma iniciativa de comunicao inde-pendente, cujos colaboradores so em sua maioria jovens ativis-tas no necessariamente formados em jornalismo).
As manifestaes, que comearam em junho de 2013, tiveram como trao marcante a intensa interface com as redes sociais nas quais as ondas de engajamento e participao21 encontra-ram uma diversidade de linguagens. Alm da convergncia de formatos clssicos, o uso de memes22 e hashtags23 tambm marcou o perodo.
NINJA uma das expresses das transformaes relativamente recentes da rede, nas quais o modelo autoral, baseado apenas em pginas disponveis para acesso, d lugar cada vez mais aos perfis, cuja lgica a da proporcionalidade entre ampliao da rede de relacionamentos e o recebimento e compartilhamento de maior volume de informao. Esse deslocamento tem evidenciado o fortalecimento de um contraponto ao paradigma segundo o qual poucos comunicam para muitos, que perde terreno para o modelo muitos comunicam para muitos. A respeito dessa lgica emergen-te, autores como Malini (2013) defendem que no existe pblico, s existem amigos, seguidores e parceiros, de forma que o termo
TABELA 7_ACESSOS MENSAIS DOS VECULOS DIGITAIS PRINCIPAIS19
TIPOS DE VECULOS PRINCIPAIS AUDINCIA (ACESSOS, TIRAGENS ETC.)
VECULOS # DE VECULOS TOTAL MDIA MNIMO MXIMO
PGINA NA INTERNET 18 5.962.230 596.223 200 5.796.430
BLOG 13 222.297 24.700 930 86.252
BOLETIM ELETRNICO 1 18.468 18.468 18.468 18.468
WEB-RDIO 1 NI* NI* NI* NI*
WEB- TV 1 650 650 650 650
REDE SOCIAL 18 145.366 8.076 39 145.366
TOTAL 52 6.349.011 162.795 39 5.796.430
* NO INFORMADO
20. Bittencourt (2013, p.81) chama ateno para o fato de que nesse contexto h uma expanso das possibilidades interativas, antes restritas aos comentrios em blogs ou sites, configuran-do um novo fluxo comunicacional no mais baseado na unilateralidade. Isto , ainda que no produza contedo o usurio passa a ter poder de replicabilidade sobre informaes.
21. Autores como Bentes (2013) chegam a afirmar que, nas manifestaes, a comunicao foi a prpria forma de mobilizao e no apenas uma ferramenta.
22. Conceitos com capacidade de propagao (viralizao) pela web atravs de comparti-lhamento.
23. Palavras-chave que se referem, em geral, a temas do cotidiano ou tpicos de discusso usadas para indexao de menes em redes sociais.
DIREITO COMUNICAO E JUSTIA RACIAL 27
https://ninja.oximity.com
espectador, na acepo mais tradicional, tem perdido sentido, j que aqueles que, por exemplo, assistiam s transmisses dos protestos podiam opinar e discutir sobre o que viam, mas tambm compartilhar contedo (fotos, vdeos, textos etc.) em tempo real, caso estivessem nas ruas munidos de dispositivos mveis.
Ainda de acordo com Malini, dos mais de 430 mil tutes com a expresso #vemprarua24 dentre os quais 100 mil conectavam-se com imagens , 95% no tinham sido feitas pela Mdia NINJA. Portanto, esse foi apenas um dos coletivos de jovens a gerar con-tedo para as redes sociais a partir das movimentaes das ruas por dispositivos mveis.
A atuao desses grupos vem visibilizando os coletivos, um novo ator na cena pblica contempornea. Essa forma de organizao comea, no Brasil, com a associao entre artistas e militantes, em sua maioria jovens, mas logo expande seus interesses es-pecficos para o campo da comunicao, dando origem aos co-letivos de mdia25 (muitos dos quais foram encontrados por esse mapeamento). Freire Filho e Cabral (2008, p. 184), a partir de pesquisa realizada por meio de internet e outras mdias, iden-tificaram dois tipos de coletivo (que logicamente vm sofrendo diferentes tipos de mutao):
O primeiro formado por artistas preocupados em produzir uma arte em conexo com as cidades e o pblico; em intro-duzir as artes plsticas na urbe, por meio das denominadas intervenes urbanas tirando-as das galerias e dos circuitos fechados; em fazer, assim, uma arte crtica dos problemas citadinos e das sociedades contemporneas. (...)
O segundo tipo, o coletivo de mdia, marcado por uma considervel variedade de motivos e objetivos, mas possui em comum o fato de reunir pessoas dotadas de uma viso crtica sobre a sociedade do espetculo e que procuram materializar por meio de prticas e tambm produes tericas, as quais envolvem o uso da comunicao como pea-chave para sua realizao (FREIRE FILHO; CABRAL, 2008, p. 184-185).
RESULTADOS_LEVANTAMENTO DE MDIA ALTERNATIVA28
NINJA surge em 2011, a partir da Ps-TV e da Web-TV. Idealizada por integrantes do Circuito Fora do Eixo coletivo cultural cria-do em 2001, que torna-se rede nacional de coletivos culturais em 2005 , priorizava o uso de tecnologia na produo e difuso cultu-ral com foco inicial no setor da msica independente. Hoje, a rede est presente em 27 estados brasileiros e 15 pases da Amrica Latina e, alm da msica, se utiliza de diferentes linguagens tendo a comunicao como forma estruturante para promover organi-zao e articulao, onde se destaca tambm sua participao no campo do midialivrismo26.
A participao de NINJA na cobertura dos protestos provocou in-tensos debates sobre as formas de produo de notcias e sobre o financiamento de iniciativas independentes, sobretudo, a partir da entrevista dos integrantes do Fora do Eixo, Pablo Capil e Bruno Torturra, ao programa Roda Viva, da TV Cultura. No entanto, as dis-cusses sobre esse ltimo ponto tenderam a ficar restritas ao tema da gesto de recursos pblicos pela Rede Fora do Eixo, deixando de lado a questo da necessidade de polticas pblicas de comunica-o capazes de fortalecer, inclusive do ponto de vista da sustentabi-lidade financeira, iniciativas de comunicao alternativa.
24. A utilizao de hashtags, principalmente no Twitter e no Facebook tem possibilitado a re-alizao de pesquisas sobre os fluxos de informaes nas redes, que visam identificar im-pactos tcnicos e sociais de transformaes no campo da comunicao (BITTENCOURT, 2013, p. 79).
25. Segundo Frossard (2012, p. 22), foi no ano de 1999, em Seattle, durante as manifestaes contra o encontro da Organizao Mundial do Comrcio (OMC) que pela primeira vez um coletivo se organizou para cobrir um evento online. Buscando uma contrapartida ao mono-plio miditico, a cobertura foi feita por meio de fotografias e textos dos protestos publica-dos diretamente na internet. Essa foi uma das primeiras experincias mundiais do uso da tecnologia e ficou marcada por abrir portas para a mobilizao social por meio das redes.
26. Com a realizao do Primeiro Frum Mundial de Mdia Livre, no Rio de Janeiro, em 2008, e nos anos seguintes, aps a criao do Prmio Pontos de Mdia Livre do Ministrio da Cultura, o termo midialivrismo ganhou fora no pas, definindo formas independentes de produo miditica nas quais os contedos em geral so construdos de forma colaborati-va e tornam-se patrimnio comum. No contexto do midialivrismo de estrita ligao com as redes virtuais a comunicao alternativa ganha outro carter, uma vez que todos so potenciais produtores de contedo. Dessa forma, autores como Malini e Antoun (2013) defendem uma diferena fundamental entre midialivrismo de massa e midialivrismo ci-berativista. O primeiro parte da experincia de movimentos sociais e suas formas seriam as mdias populares e comunitrias dos anos 1980 e 1990 e, mesmo que centradas na mobilizao, ainda esto calcadas no paradigma um-muitos; j o segundo, rene expe-rincias singulares de construo de dispositivos digitais, tecnologias e processos com-partilhados de comunicao, a partir de um processo de colaborao social em rede e de tecnologias informticas, cujo principal resultado a produo do comum.
DIREITO COMUNICAO E JUSTIA RACIAL 29
http://www.forumdemidialivre.orghttp://www2.cultura.gov.br/culturaviva/category/mobilizacao-e-articulacao/ponto-de-midia-livre-mobilizacao-e-articualacao/http://www2.cultura.gov.br/culturaviva/category/mobilizacao-e-articulacao/ponto-de-midia-livre-mobilizacao-e-articualacao/
ACESSOS E AUDINCIAS DOS VECULOS COMPLEMENTARES
Das iniciativas pesquisadas, 56 informaram as audincias dos seus veculos complementares. Essas informaes foram distribudas e agrupadas de acordo com os tipos de veculos complementares e o tamanho das audincias, como se ver a seguir. Entre os comple-mentares, apenas um dos veculos no digital (um jornal impres-so vinculado a uma rdio). Destaca-se ainda o fato de existirem sete iniciativas em que o pblico dos seus veculos secundrios supera em dois casos mais que duplica e em dois ultrapassa de-zenas de vezes o do principal.
ASSINATURAS PARA RECEBIMENTO DE ATUALIZAES DE REDES SOCIAIS (COMPLEMENTARES DE VECULOS DIGITAIS)
Os nmeros das redes sociais em especial o Facebook pela re-corrncia com que apareceram entre os veculos secundrios, fo-ram agrupados nas tabelas abaixo. Esses nmeros representam a quantidade de curtidores, usurios que solicitam atualizaes de
determinadas pginas voluntariamente.
GRFICO 3 _PGINAS DE FACEBOOK COMO PRIMEIRO VECULO COMPLEMENTAR POR FAIXA DE AUDINCIA27
GRFICO 4 _TWITTER COMO PRIMEIRO VECULO COMPLEMENTAR POR FAIXA DE AUDINCIA (SEGUIDORES)28
27. Audincia de todas as pginas de Facebook como primeiro veculo complementar no anexo.
28. Audincia de todas as pginas de Twitter como primeiro veculo com-plementar no anexo.
TABELA 9_AUDINCIA DE PGINAS NA INTERNET QUE SO O PRIMEIRO VECULO COMPLEMENTAR DAS INICIATIVAS
VECULOS AUDINCIA (ACESSOS)
REVISTA VRUS PLANETRIO 50.000
REBAIXADA 60.000
VIVA FAVELA 100.000
RDIO MAR FM 1.000.000
TOTAL 1.210.000
55%
2011 2013
74%
14
11
45 5
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
15
65
4 4
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
6
2
4 4 4
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
7
5
1
2
1
1
DCADA DE 1970
2
DCADA DE 1980
4DCADA DE 1990
18
DCADA DE 2000
29
2010
82
DCADA DE 1980
10
DCADA DE 1990
45
DCADA DE 2000 2010
8,59,4
PERCENTUAL DE HOMENS NEGROS
PERCENTUAL DE MULHERES NEGRAS
59
5
127
12
TOTAL DE HOMENS
HOMENSNEGROS
TOTAL DE MULHERES
MULHERES NEGRAS
187HOMENS
199MULHERES
386TOTAL DAS EQUIPESDE COMUNICAO
76HOMENSNEGROS
111OUTROSHOMENS
80MULHERES
NEGRAS
119OUTRAS
MULHERES
51 COM FORMAO TCNICA
06 ESTAGIRIOS
19 SEM FORMAOTCNICA
79 COM FORMAO TCNICA
06 ESTAGIRIOS
26 SEM FORMAOTCNICA
50 COM FORMAO TCNICA
02 ESTAGIRIOS
28 SEM FORMAOTCNICA
84 COM FORMAO TCNICA
04 ESTAGIRIOS
31 SEM FORMAOTCNICA
186COLABORADORES NO
CLASSIFICADOS COMO JOVENS
232JOVENS
(ENTRE 15 E 29 ANOS)
418TOTAL DAS EQUIPES
DIRETAMENTE LIGADAS PRODUO DE CONTEDO
112JOVENS
NO NEGROS
120JOVENSNEGROS
62 JOVENS NO NEGRAS
62 JOVENSNO NEGROS
67 JOVENSNEGRAS
53 JOVENSNEGROS
55%
2011 2013
74%
14
11
45 5
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
15
65
4 4
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
6
2
4 4 4
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
7
5
1
2
1
1
DCADA DE 1970
2
DCADA DE 1980
4DCADA DE 1990
18
DCADA DE 2000
29
2010
82
DCADA DE 1980
10
DCADA DE 1990
45
DCADA DE 2000 2010
8,59,4
PERCENTUAL DE HOMENS NEGROS
PERCENTUAL DE MULHERES NEGRAS
59
5
127
12
TOTAL DE HOMENS
HOMENSNEGROS
TOTAL DE MULHERES
MULHERES NEGRAS
187HOMENS
199MULHERES
386TOTAL DAS EQUIPESDE COMUNICAO
76HOMENSNEGROS
111OUTROSHOMENS
80MULHERES
NEGRAS
119OUTRAS
MULHERES
51 COM FORMAO TCNICA
06 ESTAGIRIOS
19 SEM FORMAOTCNICA
79 COM FORMAO TCNICA
06 ESTAGIRIOS
26 SEM FORMAOTCNICA
50 COM FORMAO TCNICA
02 ESTAGIRIOS
28 SEM FORMAOTCNICA
84 COM FORMAO TCNICA
04 ESTAGIRIOS
31 SEM FORMAOTCNICA
186COLABORADORES NO
CLASSIFICADOS COMO JOVENS
232JOVENS
(ENTRE 15 E 29 ANOS)
418TOTAL DAS EQUIPES
DIRETAMENTE LIGADAS PRODUO DE CONTEDO
112JOVENS
NO NEGROS
120JOVENSNEGROS
62 JOVENS NO NEGRAS
62 JOVENSNO NEGROS
67 JOVENSNEGRAS
53 JOVENSNEGROS
RESULTADOS_LEVANTAMENTO DE MDIA ALTERNATIVA30
OUTROS PRIMEIROS VECULOS COMPLEMENTARES
Outros veculos digitais tambm foram identificados entre os com-plementares, no entanto, em menor nmero.
Entre os primeiros veculos complementares informados est o nico impresso, um jornal com tiragem de 500 exemplares vinculado R-dio do Valle, e mais cinco veculos digitais cujo pblico ultrapassa os 50.000. Um deles a pgina no Facebook de NINJA, com mais de 220 mil (220.224) curtidores. Os outros quatro so pginas na internet:
GRFICO 4 _TWITTER COMO PRIMEIRO VECULO COMPLEMENTAR POR FAIXA DE AUDINCIA (SEGUIDORES)28
TABELA 9_AUDINCIA DE PGINAS NA INTERNET QUE SO O PRIMEIRO VECULO COMPLEMENTAR DAS INICIATIVAS
VECULOS AUDINCIA (ACESSOS)
REVISTA VRUS PLANETRIO 50.000
REBAIXADA 60.000
VIVA FAVELA 100.000
RDIO MAR FM 1.000.000
TOTAL 1.210.000
Cinema de Guerrilha da Baixada e Blogueiras Negras tm, como veculos complementares, canais no Youtube com mdia de aces-sos de 1.000 e 105 respectivamente.
AUDINCIA E ACESSOS DO 2 VECULO COMPLEMENTAR
Entre os segundos veculos complementares, o predomnio perma-nece sendo o das redes sociais, com 33 iniciativas optando por essa plataforma, em especial o Twitter. De todas as redes sociais mapeadas nessa seo, 23 informaram suas respectivas audincias.
DIREITO COMUNICAO E JUSTIA RACIAL 31
Entre os segundos veculos complementares existe ainda uma p-gina na internet, um site ligado a uma rdio comunitria, A Voz de Rio das Pedras, com 2.000 acessos mensais; dois veculos que no especificaram seus tipos, cujas audincias so, respectivamente, 1.500 e 2.000; e mais um perfil na rede social Instagram e um canal no Youtube com mdia mensal de 1.000 acessos.
GRFICO 5 _ TWITTER COMO SEGUNDO VECULO COMPLEMENTAR POR FAIXA DE AUDINCIA (SEGUIDORES)
TABELA10_FACEBOOK COMO SEGUNDO VECULO COMPLEMENTAR POR FAIXA DE AUDINCIA (CURTIDORES)
VECULOS AUDINCIA (CURTIDORES)
RDIO NOVOS RUMOS 160
REBAIXADA 168
REVISTA SOU DESSAS 1.234
TOQUE DE PRETTA 3.200
AGNCIA DE REDES PARA JUVENTUDE 4.827
ASFUNRIO 10.000
REVISTA VRUS PLANETRIO 60.500
TOTAL 80.089
55%
2011 2013
74%
14
11
45 5
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
15
65
4 4
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
6
2
4 4 4
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
7
5
1
2
1
1
DCADA DE 1970
2
DCADA DE 1980
4DCADA DE 1990
18
DCADA DE 2000
29
2010
82
DCADA DE 1980
10
DCADA DE 1990
45
DCADA DE 2000 2010
8,59,4
PERCENTUAL DE HOMENS NEGROS
PERCENTUAL DE MULHERES NEGRAS
59
5
127
12
TOTAL DE HOMENS
HOMENSNEGROS
TOTAL DE MULHERES
MULHERES NEGRAS
187HOMENS
199MULHERES
386TOTAL DAS EQUIPESDE COMUNICAO
76HOMENSNEGROS
111OUTROSHOMENS
80MULHERES
NEGRAS
119OUTRAS
MULHERES
51 COM FORMAO TCNICA
06 ESTAGIRIOS
19 SEM FORMAOTCNICA
79 COM FORMAO TCNICA
06 ESTAGIRIOS
26 SEM FORMAOTCNICA
50 COM FORMAO TCNICA
02 ESTAGIRIOS
28 SEM FORMAOTCNICA
84 COM FORMAO TCNICA
04 ESTAGIRIOS
31 SEM FORMAOTCNICA
186COLABORADORES NO
CLASSIFICADOS COMO JOVENS
232JOVENS
(ENTRE 15 E 29 ANOS)
418TOTAL DAS EQUIPES
DIRETAMENTE LIGADAS PRODUO DE CONTEDO
112JOVENS
NO NEGROS
120JOVENSNEGROS
62 JOVENS NO NEGRAS
62 JOVENSNO NEGROS
67 JOVENSNEGRAS
53 JOVENSNEGROS
RESULTADOS_LEVANTAMENTO DE MDIA ALTERNATIVA32
TABELA10_FACEBOOK COMO SEGUNDO VECULO COMPLEMENTAR POR FAIXA DE AUDINCIA (CURTIDORES)
VECULOS AUDINCIA (CURTIDORES)
RDIO NOVOS RUMOS 160
REBAIXADA 168
REVISTA SOU DESSAS 1.234
TOQUE DE PRETTA 3.200
AGNCIA DE REDES PARA JUVENTUDE 4.827
ASFUNRIO 10.000
REVISTA VRUS PLANETRIO 60.500
TOTAL 80.089
TABELA11_AUDINCIA DOS VECULOS EM SUA TERCEIRA MDIA COMPLEMENTAR
VECULOS AUDINCIA FERRAMENTA
CINEMA DE GUERRILHA DA BAIXADA 200 (N/A)
A VOZ DE RIO DAS PEDRAS 2.000 (N/A)
CRIA NEGO! 2.000 (N/A)
AGNCIA DE REDES PARA JUVENTUDE (SITE/ BLOG) 2.600 (TWITTER)
ASFUNRIO 5.000 (BOLETIM ELETRNICO E TV)
COLETIVO VINHETANDO 10.000 (N/A)
RIO ON WATCH 12.000 (FLICKR E YOUTUBE)
MOVIMENTO E MDIA 14.000 (N/A)
ANF - AGNCIA DE NOTCIAS DAS FAVELAS 20.000 (YOUTUBE E PERIDICO IMPRESSO)
REVISTA VRUS PLANETRIO 50.000 (TWITTER)
REBAIXADA 60.000 (N/A)
VIVA FAVELA 100.000 (BOLETIM ELETRNICO)
RDIO MAR FM 1.000.000 (BOLETIM ELETRNICO E WEB-RDIO)
TOTAL 1.277.800
AUDINCIA E ACESSOS DO 3 VECULO COMPLEMENTAR
Foram 13 iniciativas que afirmaram contar com mais de dois vecu-los complementares. Dessas, todas informaram a soma das audi-ncias desses veculos.
DIREITO COMUNICAO E JUSTIA RACIAL 33
OPINIO DA AUDINCIA/INTERATIVIDADE
Dos 68 veculos a responderem sobre espaos para opinio da au-
dincia, somente dois afirmaram que no dispem de tais recur-
sos. Entre os que afirmaram contar com espaos nos quais a au-
dincia pode manifestar suas impresses, 61 iniciativas disseram
que permitem comentrios em veculos digitais principais ou se-
cundrios; 16 veculos informaram dispor de espaos ou sees
especficos para produo de contedo dos leitores ou usurios;
10 iniciativas tm fruns de discusso; nove contam com grupos
em redes sociais; e seis deles afirmaram ter outros29 meios de par-
ticipao da audincia. Quatro no responderam sobre como se
d esse tipo de interao.
29. Um blog afirmou que essa interao se d por meio de um pro-grama gravado e pos-tado em vdeo; uma rdio costuma contar com a participao ao vivo na programao e visita in loco; dois ou-tros veculos afirmaram que o pblico participa de eventos nos quais seus representantes esto presentes; uma iniciativa disse que a participao do pblico vem pelas respostas a um boletim enviado por correio eletrnico; e mais outra por meio de um aplicativo online.
TABELA12_SOBRE A INTERATIVIDADE
INTERATIVIDADE
H ESPAO PARA OPINIO DA AUDINCIA?
SIM 66
NO 2
TOTAL 68
COMO? (PERMITIU-SE MARCAR MAIS DE UMA OPO)
ATRAVS DE COMENTRIOS 61
ESPAO ESPECFICO PARA PRODUES DE LEITORES/USURIOS 16
FRUNS DE DISCUSSES 10
GRUPOS EM REDES SOCIAIS 9
OUTROS 6
TOTAL DE CASOS VLIDOS 66
RESULTADOS_LEVANTAMENTO DE MDIA ALTERNATIVA34
PERIODICIDADE DE ALIMENTAO DOS DIGITAIS PRINCIPAIS E DISTRIBUIO DOS IMPRESSOS PRINCIPAIS
Dos 10 veculos impressos mapeados, cinco so editados mensal-
mente e os outro cinco tm cada qual uma periodicidade (diria, se-
manal, quinzenal, trimestral e irregular). Para oito veculos rdios
e TVs a questo no se aplica e duas iniciativas no responderam.
J entre os digitais, a maioria dos que responderam alimenta os ve-
culos diariamente; 13 atualizam seus contedos semanalmente; um
quinzenalmente; dois mensalmente; e seis tm periodicidade irre-
gular. De todos os veculos digitais ouvidos, 10 no responderam.
TABELA12_SOBRE A INTERATIVIDADE
INTERATIVIDADE
H ESPAO PARA OPINIO DA AUDINCIA?
SIM 66
NO 2
TOTAL 68
COMO? (PERMITIU-SE MARCAR MAIS DE UMA OPO)
ATRAVS DE COMENTRIOS 61
ESPAO ESPECFICO PARA PRODUES DE LEITORES/USURIOS 16
FRUNS DE DISCUSSES 10
GRUPOS EM REDES SOCIAIS 9
OUTROS 6
TOTAL DE CASOS VLIDOS 66
TABELA13_FREQUNCIA DE ATUALIZAO DE CONTEDO
FREQUNCIA DE IMPRESSES E ATUALIZAES DE CONTEDO
FREQUNCIA DE IMPRESSES (NO DIGITAIS)
DIRIA 1
SEMANAL 1
QUINZENAL 1
MENSAL 5
TRIMESTRAL 1
IRREGULAR 1
TOTAL 10
FREQUNCIA DE ATUALIZAES (DIGITAIS)
DIRIA 28
SEMANAL 13
QUINZENAL 1
MENSAL 2
IRREGULAR 6
TOTAL 50
DIREITO COMUNICAO E JUSTIA RACIAL 35
DISTRIBUIO
A questo no se aplica para 50 veculos e 9 dos digitais afirmam distribuir seus con-tedos por correio eletrnico. Quatro utili-zam pontos de distribuio, trs entregam de porta em porta e um pelo correio. Um declarou contar com outra forma de distri-buio (atravs de outros veculos comuni-trios) e outro utiliza mltiplas formas de distribuio (impresso entregue de porta em porta, pelo correio e por meio de pon-tos de distribuio).
SOBRE A GRATUIDADE OU NO DO ACESSO PRODUO DE CONTEDO
Dos 70 veculos mapeados, 64 disponi-bilizam contedo de forma inteiramente gratuita, cinco cobram algum tipo de pa-gamento por seus contedos e um no res-pondeu a essa questo.
ANO DE CRIAO DO VECULO
Quanto ao surgimento dos veculos de co-municao popular, olhando somente os dados resultantes do atual levantamento, possvel observar que, mesmo antes de completar a primeira metade da dcada de 2010, os veculos criados j superam to-dos aqueles que surgiram no decorrer da dcada anterior. No entanto, comparando com os resultados do levantamento Mdia e Favela (2011), pode-se inferir que no necessariamente essa diferena se d pela
TABELA 14_DISTRIBUIO
TIPO DE DISTRIBUIO
ENTREGA DE PORTA EM PORTA 3
ENTREGA PELO CORREIO 1
PONTO DE DISTRIBUIO 4
POR CORREIO ELETRNICO 9
NO SE APLICA 50
MLTIPLAS 1
OUTROS 1
TOTAL 69
TABELA 15_GRATUIDADE NO ACESSO AO VECULO
DISTRIBUIO #
A DISTRIBUIO OU VEICULAO GRATUITA?
SIM 64
NO 5
TOTAL 69
RESULTADOS_LEVANTAMENTO DE MDIA ALTERNATIVA36
GRFICO 7_MDIA&FAVELA LEVANTAMENTO DE 2011
proliferao de iniciativas de comunicao popular nessa primei-ra metade dos anos 2010, mas tambm pode ser influenciada pela extino de veculos surgidos na primeira dcada dos anos 2000. A comparao com a curva resultante do levantamento Mdia e Fa-vela sugere que os veculos que iniciaram suas atividades na dca-da de 2000 tiveram pouca durabilidade. Tal hiptese confirmada pela constatao do encerramento das atividades de 24 veculos criados nos anos 2000 (mais da metade do total, ainda segundo M-dia e Favela), quando solicitados a darem respostas referentes aos anos de 2013-201430.
30. Ao todo, dos 73 veculos que responderam ao questionrio de 2011 do projeto Mdia e Favela, no processo de atualiza-o de dados realizado em 2013, identificamos que 24 veculos deixa-ram de existir em pelo menos dois anos depois do levantamento.
GRFICO 6_DIREITO COMUNICAO E JUSTIA RACIAL LEVANTAMENTO DE 2013-14
55%
2011 2013
74%
14
11
45 5
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
15
65
4 4
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
6
2
4 4 4
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
7
5
1
2
1
1
DCADA DE 1970
2
DCADA DE 1980
4DCADA DE 1990
18
DCADA DE 2000
29
2010
82
DCADA DE 1980
10
DCADA DE 1990
45
DCADA DE 2000 2010
8,59,4
PERCENTUAL DE HOMENS NEGROS
PERCENTUAL DE MULHERES NEGRAS
59
5
127
12
TOTAL DE HOMENS
HOMENSNEGROS
TOTAL DE MULHERES
MULHERES NEGRAS
187HOMENS
199MULHERES
386TOTAL DAS EQUIPESDE COMUNICAO
76HOMENSNEGROS
111OUTROSHOMENS
80MULHERES
NEGRAS
119OUTRAS
MULHERES
51 COM FORMAO TCNICA
06 ESTAGIRIOS
19 SEM FORMAOTCNICA
79 COM FORMAO TCNICA
06 ESTAGIRIOS
26 SEM FORMAOTCNICA
50 COM FORMAO TCNICA
02 ESTAGIRIOS
28 SEM FORMAOTCNICA
84 COM FORMAO TCNICA
04 ESTAGIRIOS
31 SEM FORMAOTCNICA
186COLABORADORES NO
CLASSIFICADOS COMO JOVENS
232JOVENS
(ENTRE 15 E 29 ANOS)
418TOTAL DAS EQUIPES
DIRETAMENTE LIGADAS PRODUO DE CONTEDO
112JOVENS
NO NEGROS
120JOVENSNEGROS
62 JOVENS NO NEGRAS
62 JOVENSNO NEGROS
67 JOVENSNEGRAS
53 JOVENSNEGROS
55%
2011 2013
74%
14
11
45 5
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
15
65
4 4
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
6
2
4 4 4
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
1 A 1.000
1.001 A 5.000
5.001 A 10.000
10.001 A 20.000
MAIS QUE 20.000
7
5
1
2
1
1
DCADA DE 1970
2
DCADA DE 1980
4DCADA DE 1990
18
DCADA DE 2000
29
2010
82
DCADA DE 1980
10
DCADA DE 1990
45
DCADA DE 2000 2010
8,59,4
PERCENTUAL DE HOMENS NEGROS
PERCENTUAL DE MULHERES NEGRAS
59
5
127
12
TOTAL DE HOMENS
HOMENSNEGROS
TOTAL DE MULHERES
MULHERES NEGRAS
187HOMENS
199MULHERES
386TOTAL DAS EQUIPESDE COMUNICAO
76HOMENSNEGROS
111OUTROSHOMENS
80MULHERES
NEGRAS
119OUTRAS
MULHERES
51 COM FORMAO TCNICA
06 ESTAGIRIOS
19 SEM FORMAOTCNICA
79 COM FORMAO TCNICA
06 ESTAGIRIOS
26 SEM FORMAOTCNICA
50 COM FORMAO TCNICA
02 ESTAGIRIOS
28 SEM FORMAOTCNICA
84 COM FORMAO TCNICA
04 ESTAGIRIOS
31 SEM FORMAOTCNICA
186COLABORADORES NO
CLASSIFICADOS COMO JOVENS
232JOVENS
(ENTRE 15 E 29 ANOS)
418TOTAL DAS EQUIPES
DIRETAMENTE LIGADAS PRODUO DE CONTEDO
112JOVENS
NO NEGROS
120JOVENSNEGROS
62 JOVENS NO NEGRAS
62 JOVENSNO NEGROS
67 JOVENSNEGRAS
53 JOVENSNEGROS
DIREITO COMUNICAO E JUSTIA RACIAL 37
DESDE QUANDO O VECULO FUNCIONA SEM INTERRUPO
Do total de veculos entrevistados na pesquisa de 2013, 26 declara-ram funcionar sem interrupo desde sua criao, enquanto 9 afir-maram ter interrompido suas atividades ao menos uma vez desde que surgiram. 35 veculos no responderam a esta questo. Entre os digitais (23), seis veculos apresentaram ao menos uma inter-rupo em seu funcionamento desde que foram criados. Dos no digitais, que somaram 12, trs afirmaram ter interrompido suas ati-vidades ao menos uma vez desde o surgimento da iniciativa.
SUSTENTABILIDADE DAS INICIATIVAS
MODALIDADES DE FINANCIAMENTO DO VECULO
Do total das iniciativas identificadas, somente 19 declararam con-tar ou j ter contado com financiadores, dos quais 17 especificaram quais as respectivas naturezas dos financiamentos de que dispem ou dispuseram. Desses, apenas 11 mantinham seus financiamen-tos vigentes no momento em que o questionrio foi aplicado (2013-2014). Foram 7 os veculos que no responderam a esta questo.
TABELA 16_NATUREZA DO FINANCIAMENTO
NATUREZA DO FINANCIAMENTO
POSSUI OU J POSSUIU ALGUM TIPO DE FINANCIADOR?
NO 44
SIM 19
TOTAL 63
TABELA 17_NATUREZA DO FINANCIADOR
NATUREZA DO FINANCIADOR
QUAL A NATUREZA DO FINANCIADOR?31
ESTATAL 8
EMPRESA PRIVADA 4
ORGANISMO INTERNACIONAL 3
OUTRA FORMA DE FINANCIAMENTO DA SOCIEDADE CIVIL NO
ESPECIFICADA 2
PARCERIA NO ESPECIFICADA 2
FINANCIAMENTO COLETIVO (CROWDFUNDING) 1
TOTAL 2031. Um veculo pode receber mais de um tipo de financia-mento. 17 veculos responderam a essa questo.
RESULTADOS_LEVANTAMENTO DE MDIA ALTERNATIVA38
TABELA 17_NATUREZA DO FINANCIADOR
NATUREZA DO FINANCIADOR
QUAL A NATUREZA DO FINANCIADOR?31
ESTATAL 8
EMPRESA PRIVADA 4
ORGANISMO INTERNACIONAL 3
OUTRA FORMA DE FINANCIAMENTO DA SOCIEDADE CIVIL NO
ESPECIFICADA 2
PARCERIA NO ESPECIFICADA 2
FINANCIAMENTO COLETIVO (CROWDFUNDING) 1
TOTAL 20
Em comparao com o levantamento Mdia e Favela, o cenrio com relao ao financiamento das iniciativas de comunicao popular pouco se alterou. Em 2011, de 73 veculos, 48 nunca tinham contado e nem contavam no momento com financiamento de natureza alguma. Apenas 16 iniciativas contavam ou j tinham contado com financiamento para as suas atividades.
TABELA 18_NATUREZA DO FINANCIAMENTO VIGENTE
NATUREZA DO FINANCIAMENTO VIGENTE
FINANCIAMENTO VIGENTE (NO MOMENTO DA COLETA)
FINANCIAMENTO COLETIVO (CROWDFUNDING) 1
ORGANISMO INTERNACIONAL 3
ESTATAL 5
OUTRA FORMA DE FINANCIAMENTO DA SOCIEDADE CIVIL NO ESPECIFICADA 1
TOTAL 10
OUTROS TIPOS DE APOIO RECEBIDOS PELO VECULO
Entre as 22 iniciativas que declararam receber apoios no financeiros, 16 especificaram a natureza do supor-te e o perfil das instituies apoiadoras: duas contam com espao fsico e infraestrutura cedidos por uma or-ganizao da sociedade civil; uma conta tambm com espao fsico e infraestrutura cedidos por uma univer-sidade pblica; quatro dispem de equipamentos, dois de duas diferentes universidades privadas, um de uma rdio comercial privada e um no especificou; quatro recebem formao e apoio tcnico de instituies da sociedade civil, governamentais e entidades interna-cionais sem fins lucrativos; duas iniciativas declararam receber apoio institucional no especificado, uma de
TABELA 19_APOIO NO-FINANCEIRO
APOIO NO-FINANCEIRO
RECEBE OUTRO TIPO DE APOIO?
SIM 22
NO 44
TOTAL 66
DIREITO COMUNICAO E JUSTIA RACIAL 39
uma organizao da sociedade civil local e uma universidade, e ou-tra de duas organizaes da sociedade civil locais; um veculo afirmou receber apoios de vrias naturezas como uma bolsa em uma universi-dade privada, alm de equipamentos e voluntrios de duas diferentes instituies sindicais; um veculo declarou receber doaes de livros de moradores de sua comunidade; e, um veculo, tratamento capilar de uma rede de sales de beleza especializada em cabelos afro.
ANUNCIANTES
Das 70 iniciativas mapeadas, apenas 13 declararam possuir anun-ciantes: cinco delas contam exclusivamente com anncios do co-mrcio local; quatro, com anncios de grandes empresas privadas; dois, com anncios governamentais e de empresas privadas cujo porte no foi especificado; uma iniciativa conta com anncios do comercio e de estabelecimentos no comerciais locais; e uma ex-clusivamente com anncios de entidades no comerciais. Seis ve-culos no responderam essa questo.
TABELA 20_ANUNCIANTES
EXISTNCIA DE ANUNCIANTES
POSSUI ANUNCIANTE?
SIM 13
NO 51
TOTAL 64
RESULTADOS_LEVANTAMENTO DE MDIA ALTERNATIVA40
A NECESSIDADE DE SE PAUTAR A SUSTENTABILIDADE DAS INICIATIVAS DE COMUNICAO ALTERNATIVA NA AGENDA DE LUTAS PELA DEMOCRATIZAO DA COMUNICAO: ACESSO A RECURSOS E POLTICAS PBLICAS
Ativistas, estudiosos e organismos internacionais tm apontado a concentrao e o oligoplio de mdia como os grandes entraves para a democratizao da comunicao. Indicadores de desen-volvimento de mdia, sejam eles formulados por acadmicos, or-ganizaes da sociedade civil e rgos internacionais, recomen-dam medir o nvel de democratizao da comunicao levando em conta a pluralidade e a diversidade das mdias, bem como o grau de estmulo por parte dos Estados a iniciativas de comuni-cao alternativa e popular. Os indicadores de desenvolvimento de mdia da Unesco (2010), por exemplo, aprovados pelo Conse-lho Intergovernamental do Programa Internacional para o De-senvolvimento da Comunicao (IPDC), tm tpicos diretamente conectados questo do apoio estatal pluralidade e s iniciati-vas de comunicao alternativa. Entre outras recomendaes, o marco para avaliar o desenvolvimento dos meios de comunica-o sugere ateno aos seguintes pontos:
os graus de acesso pblico ao setor de mdias, inclusive entre os grupos marginalizados;
se o Estado promove o desenvolvimento da mdia comunitria;
a existncia de dados capazes de mostrar se os canais de m-dia comunitria recm-criados possuem um ndice de faln-cia elevado;
se a distribuio da publicidade do governo rigorosamente monitorada, a fim de assegurar o justo acesso por todos os segmentos da mdia;
a existncia de iniciativas por parte do Estado de modo a im-pedir ativamente a concentrao indevida, assegurando a plu-ralidade e transparncia da propriedade e do contedo nas vertentes pblica, privada e comunitria da mdia;
TABELA 20_ANUNCIANTES
EXISTNCIA DE ANUNCIANTES
POSSUI ANUNCIANTE?
SIM 13
NO 51
TOTAL 64
DIREITO COMUNICAO E JUSTIA RACIAL 41
http://unesdoc.unesco.org/images/0016/001631/163102por.pdfhttp://unesdoc.unesco.org/images/0016/001631/163102por.pdf
Outros indicadores sobre o direito comunicao, produzidos pelo Intervozes Coletivo Brasil de Comunicao Social, na mesma linha, recomendam identificar entre os recursos pblicos para a comunicao o quanto se gasta diretamente com o incentivo pluralidade e diversidade nos meios, tomando o valor absoluto e valor relativo de comparao com outros setores e com o total do oramento pblico; verificar quanto deste montante dire-cionado para polticas pblicas de efetivao do direito comu-nicao (estmulo diversidade e pluralidade, polticas de acesso etc.); e ter em conta a distribuio de recursos privados e pbli-cos destinados publicidade nas mdias alternativas.
Inspirados por esses indicadores, com base no presente mapea-mento e em outras fontes, pode-se afirmar que:
Atualmente no h, no Brasil, poltica pblica ou programas de fomento destinados especificamente ao estmulo da comu-nicao alternativa e popular. A ltima iniciativa de fomento voltada para o setor foi o Prmio Ponto de Mdia Livre, do Mi-nistrio da Cultura32, entre os anos de 2009 e 2010.
Entre as 70 iniciativas identificadas por esse mapeamento, somente 10 se encontravam com financiamentos vigentes, em apenas cinco delas o recurso era estatal;
O presente levantamento mostra que os veculos que inicia-ram suas atividades na dcada de 2000 tiveram pouca dura-bilidade. Tal hiptese confirmada pelo encerramento das atividades de 24 veculos criados nos anos 2000 (mais da me-tade do total, ainda segundo Mdia e Favela), quando solici-tados a darem respostas referentes aos anos de 2013-2014. Outro dado relevante para tal constatao d conta de que se em 2011, 45 dos veculos respondentes haviam sido criados na dcada de 2000, no segundo levantamento (2013-2014), so-mente 18 afirmam terem surgido naquela dcada, enquanto 29 aparecem a partir de 2011;
32. Na primeira edio do prmio, em 2009, foram selecionados 78 projetos: 15 na categoria Nacional/Regional e 63 na categoria Estadual/Local. As propostas contempladas recebe-ram, respectivamente, R$ 120 mil e R$ 40 mil, cada uma. Ao todo, foram distribudos R$ 4,3 milhes. Na segunda edio, em 2010, foram premiadas 67 iniciativas, 23 na categoria regional/nacional, com R$ 100 mil cada, e 44 na categoria local/estadual, com R$ 50 mil. Dessa vez o investimento do MinC foi de R$ 4,5 milhes.
RESULTADOS_LEVANTAMENTO DE MDIA ALTERNATIVA42
http://www.intervozes.org.br/
Hoje, a Secretaria de Comunicao Social da Presidncia da Repblica (Secom) concentra 70% do dinheiro de publicidade do governo federal em apenas 10 veculos de comunicao. Alm disso, 72% da publicidade na internet tambm dire-cionada a grandes grupos empresariais. No que diz respeito a esse mapeamento, das 70 iniciativas de comunicao popular identificadas, 13 contam com anunciantes. Dessas, somente duas afirmam ter publicidade oficial;
Existem projetos de lei, alguns em tramitao, nos mbitos federais e estaduais, para regulamentar a distribuio dos recursos destinados publicidade ou ao financiamento de iniciativas de mdia independente, como o Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Comunicao Social Eletrnica, que, en-tre outras medidas, cria o Fundo Nacional de Comunicao Pblica, o qual destinaria 25% de seus recursos a veculos de carter associativo-comunitrio; o Projeto de Lei 2248/2013, apresentado Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que prope que 20% da publicidade oficial do governo do estado seja destinado mdia alternativa; a proposta de Emenda Lei Orgnica 51/2013, indicando que 10% das verbas de pu-blicidade dos poderes locais devero ser repassados para ve-culos da blogosfera e da imprensa comunitria; ou o Projeto de Lei 7354/2014, que institui o Fundo de Desenvolvimento da Mdia Independente, cuja finalidade seria propiciar recursos destinados instalao, manuteno e modernizao de veculos de mdia independente. Contudo, propostas de pol-ticas pblicas de democratizao da comunicao tm sido historicamente combatidas e enquadradas, em geral, como interferncia do Estado em negcios privados; ou, quando o assunto a fiscalizao dos contedos culturais, a ameaa restrio da liberdade de imprensa e retorno da censura.
O Estado tem avanado muito menos do que poderia no debate sobre o apoio iniciativas de comunicao popular33. J a socieda-de civil, tanto no campo do ativismo social pela democratizao da mdia, quanto no da produo de conhecimento sobre o tema, tm tido atuao marcada pela nfase no universo da grande mdia.
33. No que tange a interface entre direito comunicao e enfrentamento do racismo, o recm aprovado Estatuto da Igualdade Racial tambm apresenta nfase em aes afir-mativas (programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correo das desigualdades raciais) voltadas para os veculos de comunicao de massa, apesar de determinar sobre a criao de programas e veculos de comunicao destinados divulgao de matrias relacionadas aos interesses da populao negra.
DIREITO COMUNICAO E JUSTIA RACIAL 43
http://www.secom.gov.brhttp://www.secom.gov.brhttp://www.paraexpressaraliberdade.org.br/index.php/2013-04-30-15-58-11http://www.paraexpressaraliberdade.org.br/index.php/2013-04-30-15-58-11http://www.fndc.org.brhttp://www.fndc.org.brhttp://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=611190http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=611190http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm
De acordo com Peruzzo (2008), apesar do destaque nas discusses internacionais34 sobre polticas democrticas de comunicao desde os anos 1970, o tema da comunicao comunitria desfruta de uma posio desvantajosa no contexto das polticas de comuni-cao no Brasil35, seja nos mbitos do Estado ou da sociedade ci-vil. Ainda segundo a autora, o movimento pela democratizao da comunicao tem priorizado, alm dos debates sobre regulao da mdia corporativa, reivindicaes sobre canais pblicos, tecno-logia digital e convergncia tecnolgica (Idem, 2008). As demandas do segmento comunitrio, inclusive aquelas sobre as condies de funcionamento dos veculos, tm sido encampadas por movi-mentos e organizaes que lutam pela formulao de polticas e leis especificamente voltadas para o campo da mdia alternativa. Esse quadro evidencia a necessidade de um debate mais centrado na elaborao de polticas para os meios populares alternativos na pauta mais ampla da democratizao da comunicao.
34. A democratizao da comunicao comea a ser debatida pela Unesco nos anos 1960, permanecendo na pauta nas dcadas seguintes. No fim dos anos 1970, a Comisso Inter-nacional para o Estudo dos Problemas da Comunicao da Unesco, coordenada por Sean MacBride finalizou seus estudos, conhecidos como Informe MacBride, com um diagns-tico do fluxo informativo no mundo, que j identificava a necessidade de apoio mdia alternativa e comunitria (PERUZZO, 2008, p. 9).
35. Segundo Peruzzo (2008), somente a partir de 1995 que as palavras comunitrio e comunidade aparecem no texto de leis de rdio e de televiso no Brasil. Esse quadro s comeou a mudar com o avano da comunicao comunitria, expresso na conquista de leis para as rdios comunitrias (1998) e os canais de uso gratuito na televiso a cabo (1995), entre eles, o comunitrio. No se pode dizer que no houve abertura para a in-cluso dessa modalidade de comunicao, mas que essa passagem sempre foi tmida e restrita a aqueles indivduos que tm alguma passagem relevante no setor (Ibidem, p. 1).
TABELA 21_TAMANHO E PERFIL DAS EQUIPES
HOMENS MULHERES
"HOMENS NEGROS"
"OUTROS HOMENS"
NEGROS (%)
"MULHERES NEGRAS"
"OUTRAS MULHERES"
NEGRAS(%)
PROFISSIONAIS COM FORMAO
TCNICA NA REA
(264) 51 79 39,23% 50 84 37,31%
ESTAGIRIOS (18) 6 6 50,00% 2 4 33,33%
SEM FORMAO TCNICA NA
REA(104) 19 26 42,22% 28 31 47,46%
TOTAL 76 111 40,64% 80 119 40,20%
RESULTADOS_LEVANTAMENTO DE MDIA ALTERNATIVA44
TAMANHO E PERFIL DAS EQUIPES
Dos 70 veculos respondentes, 35 caracterizaram suas equipes di-retamente envolvidas com a produo de contedo em termos de tipo de vnculo: 74,6% dos colaboradores so voluntrios e 25,4% so funcionrios remunerados.
A quantidade de produtores de contedo sem vnculo permanente remete s dinmicas contemporneas da produo colaborativa e em rede, na qual um indivduo pode contribuir com um ou vrios veculos ao mesmo tempo, mas sem periodicidade fixa ou necessi-dade de figurar como quadro remunerado de uma iniciativa espe-cfica. Dessa forma, um veculo que tenha menos de cinco pessoas na equipe permanente pode contar, por exemplo, com 30 ou mais produtores de contedo.
No que se refere formao tcnica, composio racial e de gnero, os 60 veculos que responderam a essa pergunta no levantamento carac-terizaram suas equipes de comunicao conforme o quadro abaixo:
TABELA 21_TAMANHO E PERFIL DAS EQUIPES
HOMENS MULHERES
"HOMENS NEGROS"
"OUTROS HOMENS"
NEGROS (%)
"MULHERES NEGRAS"
"OUTRAS MULHERES"
NEGRAS(%)
PROFISSIONAIS COM FORMAO
TCNICA NA REA
(264) 51 79 39,23% 50 84 37,31%
ESTAGIRIOS (18) 6 6 50,00% 2 4 33,33%
SEM FORMAO TCNICA NA
REA(104) 19 26 42,22% 28 31 47,46%
TOTAL 76 111 40,64% 80 119 40,20%
Somadas, todas as pessoas que atuam nas equipes de comunica-o dos 60 veculos que responderam a esse tpico, totalizam 386 pessoas. A participao das mulheres (199) ligeiramente superior dos homens (187), de modo que se percebe um equilbrio quan-titativo entre os sexos.
DIREITO COMUNICAO E JUSTIA RACIAL 45
Por outro lado, na composio racial, verifica-se que a participao dos negros e negras (156) inferior dos homens e mulheres no negros (230). Tanto entre os homens como entre as mulheres que atuam nos veculos de comunicao alternativa, a relao entre negros e no negros se d na mesma proporo: cerca de 40% de negros e negras para 60% de no negros.
Em relao formao tcnica das equipes de comunicao, no quadro geral, identificamos um predomnio de profissionais com formao prvia na rea (68,3%). Entretanto, quando cruzamos o perfil profissional (classificado em com formao tcnica na rea, em formao (estagirios) e sem formao), com as variveis de sexo e as caractersticas raciais, as diferenas emergem de forma mais significativa.
Os homens negros correspondem a 39,23% dos homens com forma-o tcnica na rea. Entre os estagirios, a participao de homens negros chega a 50%. Em contrapartida, chama a ateno o fato de as mulheres negras terem uma presena mais expressiva entre as mu-lheres sem formao tcnica na rea, onde representam 47 %.
TABELA 22_ATUAO DOS JOVENS POR SEXO E RAA
HOMENS MULHERES
"HOMENS NEGROS"
"OUTROS HOMENS"
NEGROS (%)
"MULHERES NEGRAS"
"OUTRAS MULHERES"
NEGRAS(%)
JOVENS ENVOLVIDOS NA
ELABORAO DE CONTEDO
(232) 53 62 46,09% 67 62 51,94%
RESULTADOS_LEVANTAMENTO DE MDIA ALTERNATIVA46
QUANTIDADE DE JOVENS ATUANDO NOS VECULOS
PESSOAS ENTRE 15 A 29 ANOS ENVOLVIDAS NA PRODUO DE CONTEDO
Em relao dimenso etria, mais da metade das equipes envolvi-das na produo de contedo dos veculos de comunicao popular composta de jovens. Entre os 70 veculos mapeados, 62 deles carac-terizaram a participao da juventude em suas equipes envolvidas di-retamente na elaborao de contedo. O quadro geral indica que, de um total de 418 colaboradores, 232tm entre 15 e 29 anos (55,5%).
Entre os jovens, cerca de 50% so negros, dos quais 67 so mulhe-res e 53 homens. Neste caso, merece destaque o predomnio da participao das mulheres negras (51,94%) entre as mulheres jo-vens. Ou seja, quando fazemos o recorte da juventude, as mulheres negras invertem a tendncia identificada no quadro anterior relati-vo s equipes de comunicao.
TABELA 22_ATUAO DOS JOVENS POR SEXO E RAA
HOMENS MULHERES
"HOMENS NEGROS"
"OUTROS HOMENS"
NEGROS (%)
"MULHERES NEGRAS"
"OUTRAS MULHERES"
NEGRAS(%)
JOVENS ENVOLVIDOS NA
ELABORAO DE CONTEDO
(232) 53 62 46,09% 67 62 51,94%
DIREITO COMUNICAO E JUSTIA RACIAL 47
PARTICIPAO DA JUVENTUDE
O fim dos anos 1990 e incio dos 2000 tem como marca a eclo-so de movimentos de desarticulao da tradicional identidade cultural brasileira por grupos de jovens de origem popular em sua maioria negros , sobretudo, nos grandes centros urbanos. Envolvidos ou no com manifestaes organizadas de ativismo cultural e se utilizando de diferentes linguagens (desde a msica, dana, teatro e literatura at as formas mais clssicas de militn-cia social, sem esquecer das hibridizaes das primeiras com a ltima), esses atores so apontados por diversos trabalhos de te-oria cultural contempornea como responsveis por recolocar36 o questionamento de ideologias da mestiagem e cordialidade bra-sileiras a partir da irrupo de identidades juvenis racializadas e territorializadas na cena pblica.
Desde a dcada de 1930, o iderio de um pas mestio, onde tudo acaba em samba, vem sendo mobilizado pela mdia, pelo turismo e pela poltica como ingrediente na reproduo simblica de um Brasil cordial (YDICE, 2004). Manifestaes identificadas com a cultura negra, aliadas figura do/a mulato/a so alvos de intensa valorizao no discurso hegemnico a respeito de uma identidade nacional avessa ao conflito. Enquanto isso, as hierarquias raciais continuam a determinar, em grande medida, o acesso a direitos (como o direito vida, por exemplo) e distribuio de privilgios.
A partir de manifestaes como o funk e o hip-hop, jovens negros das periferias promoveram, entre o fim da dcada de 1990 e a pri-meira dcada dos anos 2000, movimentos de desarticulao da identidade nacional, reafirmando seu pertencimento racial e rei-vindicando um lugar de fala socialmente legtimo a partir de seus territrios de origem. Esses deslocamentos foram centrais na visibilizao do quadro de violncia racial extrema37, concentrada em territrios populares, predominantemente negros.
Embora no tivesse sido a nica forma pela qual os jovens das periferias se manifestaram poca38, o ativismo cultural contri-buiu para indicar a insustentabilidade da imagem de um Brasil da harmo