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A Psicanálise é essencialmente um método e este método consiste em um método interpretativo, é o método de interpretação de analisar o inconsciente. Este método interpretativo, que busca o significado oculto daquilo que é manifesto através de ações e palavras ou através das produções imaginárias, como os sonhos, os delírios, as associações livres. Significa que em diversos casos, em diversos contextos, não só o clínico, que vamos aceitar, mas que qualquer manifestação humana tem um sentido humano, nada é desprovido de sentido. O método psicanalítico, diz respeito da possibilidade de interpretar, tratar e produzir conhecimento. De um método interpretativo a gente pode ver uma obra de arte, a gente pode atender uma pessoa, é um jeito de ler acontecimentos, é uma forma de tratamento e é uma forma de produzir conhecimento. O método psicanalítico produz conhecimento. Interpretação significa atribuir sentido a algo que aparece Isto é o método em ação, fazer com que o terapeuta compreenda algo que está sendo dito, é a falta de educação sistemática, é ouvir mais do que deveria, é usar a capacidade associativa do terapeuta ( ligar coisas onde não deveria ligar) . Método interpretativo é aquilo que me faz pensar em sentidos e não aquilo que eu vou falar para o paciente, este talvez possa ser o passo seguinte. O método em ação não significa que o analista vai sair falando coisas, não tem nada a ver com falar coisas, mas sim que ele vai compreender algo. Este é o principal efeito do método, pois compreender algo vai me dar direcionamento para o processo que posso escolher: falar ou não falar, apontar o que está acontecendo. Mas o método é a compreensão de que ali em determinado acontecimento tem um sentido. O método diz respeito ao terapeuta. Então o nosso primeiro momento no nosso atendimento é se deixar afetar, antes de querer fazer qualquer coisa, porque ao sermos afetados é dali que irá sair as nossas associações. A face estética do ser O reconhecimento do outro possibilita sua própria existência enquanto ser. Algumas vezes, encontramos pacientes nas quais áreas de seu corpo não foram significadas pela presença de outro. Passam a ser regiões em que o paciente desaparece na escuridão do nada. A pessoa tem uma experiência de tipo psicótico, em que o self é aniquilado.

O método psicanalítico

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O método psicanalítico

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A Psicanlise essencialmente um mtodo e este mtodo consiste em um mtodo interpretativo, o mtodo de interpretao de analisar o inconsciente. Este mtodo interpretativo, que busca o significado oculto daquilo que manifesto atravs de aes e palavras ou atravs das produes imaginrias, como os sonhos, os delrios, as associaes livres. Significa que em diversos casos, em diversos contextos, no s o clnico, que vamos aceitar, mas que qualquer manifestao humana tem um sentido humano, nada desprovido de sentido. O mtodo psicanaltico, diz respeito da possibilidade de interpretar, tratar e produzir conhecimento. De um mtodo interpretativo a gente pode ver uma obra de arte, a gente pode atender uma pessoa, um jeito de ler acontecimentos, uma forma de tratamento e uma forma de produzir conhecimento. O mtodo psicanaltico produz conhecimento.

Interpretao significa atribuir sentido a algo que aparece Isto o mtodo em ao, fazer com que o terapeuta compreenda algo que est sendo dito, a falta de educao sistemtica, ouvir mais do que deveria, usar a capacidade associativa do terapeuta ( ligar coisas onde no deveria ligar) . Mtodo interpretativo aquilo que me faz pensar em sentidos e no aquilo que eu vou falar para o paciente, este talvez possa ser o passo seguinte.O mtodo em ao no significa que o analista vai sair falando coisas, no tem nada a ver com falar coisas, mas sim que ele vai compreender algo. Este o principal efeito do mtodo, pois compreender algo vai me dar direcionamento para o processo que posso escolher: falar ou no falar, apontar o que est acontecendo. Mas o mtodo a compreenso de que ali em determinado acontecimento tem um sentido. O mtodo diz respeito ao terapeuta. Ento o nosso primeiro momento no nosso atendimento se deixar afetar, antes de querer fazer qualquer coisa, porque ao sermos afetados dali que ir sair as nossas associaes.A face esttica do ser

O reconhecimento do outro possibilita sua prpria existncia enquanto ser. Algumas vezes, encontramos pacientes nas quais reas de seu corpo no foram significadas pela presena de outro. Passam a ser regies em que o paciente desaparece na escurido do nada. A pessoa tem uma experincia de tipo psictico, em que o self aniquilado.

O reconhecimento do outro um dos pontos mais relevantes na conduo do processo psicoteraputico, algo que est relacionado funo do espelho exercida inicialmente pela me. Winnicott chamava ateno para este aspecto quando dizia praticar psicanlise no era fazer interpretaes espertas, mas sim devolver ao paciente o que ele traz de si mesmo. A partir do momento em que o indivduo reconhecido pelo outro, o mundo pode ser criado, ou seja, s existe porque o outro enxergou.

Esta relao ocorre atravs da transferncia. O paciente constri uma relao com o analista fundada na transferncia e na contratransferncia e o analista passa a ser a referencia do paciente. A partir do momento em que o paciente se sente reconhecido, enxergado pelo analista, como ele deveria ter sido pelo seu objeto fundante, ele se constitui como ser e tem a possibilidade de viver o seu eu em toda a sua plenitude. (dissociao usada por Daniela. A partir do momento que ela sentiu-se acolhida ela entrou em processo teraputico).

Denominamos "Transferncia", as projees relacionadas a reaes emocionais do paciente, dirigidas ao analista. Transferncia o deslocamento do sentido atribudo a pessoas do passado para nosso presente, executada pelo nosso inconsciente.

Transferncias so reedies, redues das reaes e fantasias que, durante o avano da anlise, costumam despertar-se e tornarem-se conscientes, mas com a caracterstica de substituir uma pessoa anterior pela pessoa do mdico. Dito de outra maneira: toda uma srie de experincias psquicas prvias revivida, no como algo do passado, mas como um vnculo atual com a pessoa do mdico. Algumas so simples reimpresses, reedies inalteradas.

a transferncia entendida como: O processo pelo qual desejos inconscientes se atualizam sobre determinados objetos no quadro de um certo tipo de relao estabelecida com eles e, eminentemente, no quadro da situao analtica. Trata-se aqui de uma repetio de modelo infantil vivido com um sentimento de atualidade acentuada.

Podemos dizer que a transferncia considerada como um instrumento central de todo tratamento analtico, no reconhecimento que os pacientes repetem na sua relao com os psicanalistas fatos vividos na infncia com outras pessoas. Portanto muito importante que o analista esteja atento as transformaes que as transferncias possam sofrer no decorrer do analise, nas suas formas e significados.

Freud descreveu trs tipos de transferncia sendo a negativa, a positiva e a ertica.

A transferncia negativa era considerada como transferncia de sentimentos hostis em relao ao analista, podendo tambm representar uma forma de defesa contra o aparecimento da transferncia positiva, podendo coexistir, mesmo que infimamente com a transferncia positiva.

A transferncia ertica era considerada aquela onde o analisando transfere para a pessoa do analista sentimento de amor, ou seja, quando o paciente diz estar apaixonado pela pessoa do analista. Quando isso acontece, o paciente perde o interesse no tratamento e fica inteiramente sem compreenso interna e absorvido em seu amor. O foco das sesses ser o amor que o paciente exige que seja retribudo e esse exatamente o objetivo do paciente. O paciente esta resistindo anlise. Ele coloca suas defesas em prtica para no se lembrar ou admitir certas situaes passadas.

Transferncia positiva ainda divisvel em transferncia de sentimentos amistosos ou afetuosos, que so admissveis conscincia, e transferncia de prolongamentos desses sentimentos no inconsciente. A transferncia positiva compreendida em termos dos sentimentos de simpatia e afetivos conscientes, dirigidos figura do analista e tambm inconscientes, sendo esses ltimos de natureza invariavelmente ertica.

Contratransferncia o conjunto das reaes inconscientes do analista pessoa do analisando e, mais particularmente, transferncia deste. O sentimento contratransferencial se constitui como um excelente instrumento de empatia do analista com o que se passa no mundo interno do paciente. importante que o analista possa conviver com os seus difceis sentimentos contratransferenciais (medo, tdio, paralisia, impotncia, erotizao, raiva, etc), sem sentir vergonha e culpa, de modo a poder assumir e refletir sobre o que eles representam no vnculo. Resumindo, a contratransferncia apresenta uma perspectiva trplice: como um possvel obstculo, como instrumento e como integrante do campo analtico.

Heimann (1995) descreve a contratransferncia como o conjunto de sentimentos do terapeuta em relao ao paciente. Destaca que a reao emocional do terapeuta s projees do paciente um instrumento a ser compreendido pelo terapeuta e que, para ser utilizado, o terapeuta deve ser capaz de controlar os sentimentos que nele foram despertados, ao invs de, como faz o paciente, descarreg-los.