49
 O mito friburguense na biografia de Marcgrave Oscar T. Matsuura ENBOGRET 24/06/10

O mito friburguense na biografia de Marcgrave · espécies vegetais provenientes da Europa e das Índias.” (43) “Na parte da ilha, que fica entre os rios Capibaribe e Beberibe

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

   

O mito friburguense na biografia de Marcgrave

Oscar T. MatsuuraENBOGRET 24/06/10

   

O mito

Abrahão de Moraes: A astronomia no Brasil, Cap. II, 84-161 in As Ciências no Brasil, F. Azevedo (Org.), Ed. Melhoramentos, São Paulo, 1955, p. 10

   

“Em suas entradas pelo interior nordestino – pelo menos três – recolheu o estupendo material que daria origem à Historia naturalis Brasiliae e que transformaria o palácio Friburgo de Nassau, situado na ilha de Antônio Vaz, em verdadeiro museu. Em 1639, numa das tôrres dêsse palácio, que servia de farol aos navegantes, e que devia ser bastante elevada sôbre o nível do mar, pois, conforme nos diz Juliano Moreira, era visível a seis léguas de distância, instalava Marcgrave seu observatório astronômico, o primeiro do Novo Mundo e de todo o hemisfério austral (33 ). Foi aí que se realizaram as primeiras observações meteorológicas e astronômicas, de modo sistemático, em todo o hemisfério sul.”

(33 ). V. CAJORI – The early mathematical science in North and South America, Boston, The Gorham Press, 1928, pág. 41.

   

Manuscritos de Paris (diário de bordo)25 junho 1638 a 22 junho 1643Inauguração observatório 15 setembro 1639Desabamento 18 março 1640 Retomada observações no mesmo local 11 junho 1640Janela p/ mudança Friburgo: 16 de junho a 03 de outubro de 1642: nada consta

Nada consta

   

Mudança para Friburgo Em maio de 1642 o Conselho Político pede a velha

residência do conde. Os escabinos fazem o mesmo pedido em setembro. Daí se conclui (Tempo dos Flamengos) que Nassau se mudou para Friburgo entre maio e setembro de 1642. A data exata parece ser 1º de julho de 1642. Parece que em setembro a antiga residência de Nassau passou a ser usada pelo Conselho Político. Mas o prédio devia estar em mau estado, pois só deixaram ocupar a parte da frente. Já em janeiro de 1643 o Alto Conselho era informado de que as condições do prédio eram muito ruins e não podia ser ocupado.

Polman pergunta: para onde foi o observatório?

   

Origens do mito

   

I. Idade de Ouro da República HolandesaReduto calvinista. Renascimento tardio

Historia Naturalis como a de Plínio, o Velho, era o modelo para Francisco López de Gómara, Gonzalo Fernández de Oviedo, José de Acosta etc

Maurício de Nassau, mentor

Marcgrave apenas citado em biografias de Nassau

Estilo épico

Cronologia não tinha o significado atual

   

Caspar Barlaeus: Rerum per octennium in Brasilia, Amsterdã, 1647

“Havia na chamada Ilha de Antônio Vaz (tal era o nome do antigo possuïdor) ampla área de terreno ... Mais de uma vez sugeriu o Conde ... ligar por um valo os dois referidos fortes para se pôr a coberto aquela área, mas não logrou persuadi-lo em razão das vultosas despesas. Não obstante, ao Conde aprouve furtar aos olhos aquele terreno desnudo, sombreando-o com uma plantação de árvores... Por conseguinte, Nassau, para não pesar ao tesouro e para prover ao bem público, adquiriu a sua custa aquele terreno, transformando-o num lugar ameno e útil tanto à sua saúde e segurança como à dos seus.” (149-150). Nota lateral: “Realizaram-se estas obras no ano de 1639 e seguintes.”

Confirma transplante de coqueiros em 1640 seg. Marcgrave (150-151)

   

Caspar Barlaeus: Rerum per octennium in Brasilia, Amsterdã, 1647

Palácio de Friburgo: “A casa que lhe haviam destinado os diretores da Companhia ameaçava ruína e não permitia reparos decentes sem grandes gastos ... O palácio por ele construído (chama-se Friburgo, isto é, cidadela da liberdade) tem duas tôrres elevadas, surgindo do meio do parque, visíveis desde o mar, a uma distância de seis a sete milhas e servem de faróis aos navegantes. Uma delas, tendo no topo uma lanterna e jorrando sua luz nos olhos dos nautas, atrai-lhes a vista para si e para o forte da costa, indicando-lhes a entrada segura e certa do porto. De cima delas descortinam-se, de um lado, as planícies do continente e, de outro, a vastidão dos mares, com os navios aparecendo desde longe.” (151-152)

   

Na ordem cronológica, muito depois aparece eclipse 13 de novembro de 1640 quando o palácio ainda não estava pronto! ∴ idéia falsa de que Friburgo foi construído bem mais cedo do que realmente foi (habitável em 1642)No fim, recapitulando os feitos: “Mandou desenhar cartas geográficas com grande cuidado e a sua custa, ... sendo autor delas Jorge Marcgrave, exímio geógrafo e astrônomo, o qual, incumbido de fazer o mesmo na África, lá morreu. Para agradar-lhe mandou o Conde construir numa eminência um observatório, onde se estudassem os movimentos, o nascer, o ocaso, a grandeza, a distância e outras cousas referentes aos astros. A estes estudos juntou ainda aquela diligência com que fez desenhar e pintar artisticamente os animais de várias espécies, as maravilhosas formas dos insetos, os trajes exóticos e as armas dos povos. Estamos na expectativa certa de tudo isso, que deve sair a lume com as respectivas descrições.”

   

Historia Naturalis Brasiliae, W. Piso e G. Markgraf, Ed. Jan de Laet, Amsterdã, 1648

Ad Benevolos Lectores de Laet Esquema de Progymnastica

Mathematica Americana Manuscritos cifrados

   

John Nieuhoff. Voyages and travels into Brasil and the East-Indies: Containing an Exact Description of the Dutch Brasil… London, 1703

Tradução Itatiaia-Edusp 1981 Edição holandesa 1682 Diário. Chegou 15/12/1640 e voltou 23/07/1649 Criador da “média”! “Contíguo a esse forte [Ernesto] encontrava-se o

jardim do Conde Maurício, ostentando numerosas espécies vegetais provenientes da Europa e das Índias.” (43)

“Na parte da ilha, que fica entre os rios Capibaribe e Beberibe e entre o forte Ernesto e o forte triangular de Waerdenburgh, encontravam-se os já citados jardins do Conde Maurício, providos de todas as variedades de plantas, frutas, flores e verduras que a Europa, a África ou ambas as Índias poderiam proporcionar.” (45)

   

John Nieuhoff. Voyages and travels into Brasil and the East-Indies: Containing an Exact Description of the Dutch Brasil… London, 1703

“No centro do jardim erguia-se a residência do Conde, chamada Friburgo. Edifício de aspecto nobre que, ao que se diz, custou 600.000 florins. Oferecia uma perspectiva admirável, tanto do mar como de terra e suas duas torres eram tão altas que podiam ser vistas do mar a 5 ou 6 milhas de distância, servindo mesmo de baliza aos marinheiros.” (45) Dá a entender que seria em 1640, mas não é, pois cita Boa Vista.

   

Peter Whitehead: The biography of Georg Marcgraf (1610-1643/44) by his brother Christian, translated by James Petiver, Journal of the Society for the Bibliography of Natural History 9 (1979) 308-309.

Vita Georgii Marggravii,mathematici ..., anexada ao prefácio de Prodromus medicinae dogmaticae et vere rationalis, Christian Marggrav, Leiden, 1685Escrita na década de 1670, baseada diários 1637-1640, mas não os posteriores: comensal, posto, salário, observatório e farmácia, escolta cfr Cel. MansfildLibelo e acusação contra PisoReproduzida por J. J. Manget (1652-1742) em Bibliotheca scriptorum medicorum (1731) 262-264Tradução do farmacêutico James Petiver em 1713

   

II. Transição séc. 19-20Ciência já estabelecida

Idéia transformadora: evolução não só biológica

Revalorização de Marcgrave por Lichtenstein* (1815-1826) e von Martius. Expedições no Brasil

Biografias de Marcgrave

Estilo de comunicações a academias (nacionalismo)

* Nassau repassa Theatri Rerum Naturalium Brasiliae para Frederico Guilherme I, Príncipe Eleitor de Brandenburgo

   

Victor Hantzsch: Georg Marggraf. Berichte Verhandl. königl. Sächsischen Gesellsch. Wissensch. Leipzig, Philol. Hist. Klasse, 48: 199-227 (1896)

Gustav Robert Viktor Hantsch (1868-1910): geógrafo e historiador alemãoO autor se propõe a preencher uma lacuna biográficaDe fato, fora aquela de Christian, é a primeira biografia de MarcgraveHantsch não cita a biografia de Marcgrave por Christian ou não sabia delaPesquisou registros da família em LiebstadtFocaliza atenção nos mapas e escritos publicadosNada de observatório no Palácio de Friburgo

   

Alfredo de Carvalho, Um naturalista do século XVII. Georg Markgraf 1610-1644, Rev. do Inst. Arch. e Geog. Pern., 13, 212-222 (1908)

“Aproveitou-se Markgraf admiravelmente de tão propicias opportunidades para satisfazer a sua avidez insaciavel de saber: … e, quando Nassau estabeleceu no seu palacio um observatorio, o primeiro do hemispherio austral, passou as claras noites tropicaes contemplando as maravilhas do firmamento meridional... ” Dois parágrafos depois fala do eclipse de 13 de novembro de 1640, o que sugere uma ordem cronológica errada. C.R.Boxer, The Dutch in Brazil (1957): 3 paláciosParece ser o precursos do mito

   

E. W. Gudger: George Marcgrave, the first student of American natural history, The Popular Science Monthly, 81, 250-274, September 1912

Ictiólogo que reconhece a importância de Marcgrave e se queixa de falta de biografiaEscreve biografia muito respeitada“Be that as it may, Marcgrave certainly rose rapidly in the esteem of his chief, for we find that the latter built for him in 1639 in the city of Mauritia an astronomical observatory of stone from which Marcgrave studied the motions of the stars, their risings and settings, their sizes, distances and other phenomena(5)”. (253)

   

(5) On the island of Antonio Vaez in the harbor of Recife, Count Maurice built after plans by Peter Post a vice-regal palace, Freiburg, in the suburb called Mauritia. This building had two towers which were visible six to seven leagues at sea and which served as beacons to the mariners (Nieuhoff). It was probably one of these which Marcgrave used as an observatory. This was in all probability the first astronomical observatory ever erected in the southern hemisphere and in the new world. … (Manget)”

Mérito principal: inclui informações de Manget (Christian)Correspondeu com A. Carvalho, mas depois de ter publicado a biografia de Marcgrave

   

“Just as the tower of Freiburg, which was given over to Marcgrave’s use, was probably the first astronomical observatory ever erected in the southern hemisphere, so it is also probable that Marcgrave’s observations of the southern stars were the first ever made in the history of the world. For this reason, even if we do not take into account their scientific value, their loss is irreparable.” (258)Refere-se a Manget como “unknown writer”, sem saber que a biografia tinha sido escrita por ChristianJuntando informações de Barlaeus, Nieuhof e Christiam dá forma ao mito que se impõe pela sua autoridadeSuas asserções conjecturais não ajudaram muito, como veremos

   

Rudolph Zaunick, Zum Leben Georg Marcgraves (1610-1644), Neuen Archivs für Sächsische Geschichte, Leipzig 37, 143-146 (1916)

Complementa Gudger em “Zoologischen Annalen” Bd. VI, Heft I, Würzburg 1914, S.1-31 com informações sobre o pai de MarcgraveConclui que a biografia em Manget foi escrita por Christian

   

Affonso de E. Taunay: Jorge Marcgrave de Liebstad 1610-1644, Escorço biográfico in História Natural do Brasil, Jorge Marcgrave, Trad. Mons. Dr. José Procópio de Magalhães, Edição do Museu Paulista comemorativa do cinqüentenário da Fundação da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, Imprensa Oficial do Estado, 1942 “...Marcgrave subiu rapidamente na estima

do chefe, pois sabemos que êste último construiu para êle, em 1639, um observatório astronômico de pedra, em Mauritia donde Marcgrave estudou os movimentos das estrelas, aparições e ocultações, volume, distâncias e outras particularidades.” (X)

   

...“O certo é que no ano seguinte (?) no

Palácio chamado de Friburgo (Vryburg), construído na ilha de Antônio Vaz segundo os planos de Pieter Post, em uma de suas tôrres, visíveis à distância de seis a sete léguas do mar e servindo de fanal aos mareantes, já Marcgrave instalara o seu observatório, primeiro ereto não só no Brasil como no Novo Mundo.” (X)

   

III. Atualidade

3º Centenário da morte de Maurício de Nassau em 1979

Johan Maurits van Nassau-Siegen 1604-1679, A Humanist Prince in Europe and Brazil, The John Maurits van Nassau Stichting, Mauritshuis, The Hague, 1979

Seminário comemorativo na Faculdade de Direito de Pernambuco em 1979

Simpósio Internacional “Georg Marcgrave, Pioneiro das Ciências Naturais no Brasil”, Recife, 26-29 de outubro de 1998

   

John North: Georg Markgraf. An astronomer in the New World in Johan Maurits van Nassau-Siegen 1604-1679 A Humanist Prince in Europe and Brazil, E. van den Boogaart (Ed.), The Hague, 1979, 395-423 1º estudo por astrônomo moderno“…Markgraf was well and truly in possession of the Prince’s patronage before the time when an observatory was being planned for him in the new palace of Vrijburg…” (402) “There is an illustration by Zacharias Wagner of the house in which Johan Maurits lived for most of his time in Brazil, that is, before his relatively short spell in the Vrijburg. The house, on Antonio Váz, was an old Portuguese house, but – as pointed out to me by Professor José Antonio Gonsalves de Mello (see also his Tempo dos Flamengos, 2nd. edition, 1978, p. 84[1]) – there is a superstructure above the roof which was not a part of the original house[2]. [1] Aí Gonsalves de Mello não relaciona a estrutura sobre o telhado com o observatório.[2] Gonsalves de Mello teria dado a dica para North de que a superestrutura era o observatório.

   

   

This superstructure was remarkably like the observatory built for Markgraf at the top of one of the Vrijburg towers, both in style and proportions, as may be judged from my subsequent description of the later building. This being so, it seems very probable that the addition to the Portuguese house was intended as an observatory for Markgraf. It must have been extremely difficult to place such an edifice securely above an old building, and the poor values for the deduced latitudes are doubtless a reflection of this fact.” (404). ∴ 2 locais para o observatório Qdo. Marcgrave volta de expedição em que observou eclipse no forte Ceulen em 14 de abril de 1642, ele observa de Friburgo a partir de 2 de novembro daquele ano. (404)Na legenda do desenho de Friburgo por Post (405): “This was the palace built by Johan Maurits, who arranged for an observatory to be built for Markgraf in one of the towers”.∴ mudança do observatório do casarão português para o palácio de Friburgo

   

   

   

   

John North: Astronomia no Brasil holandês, Ciência da Holanda, 79, 12-15, 1980

“...após o desabamento da casa[1] onde Markgraf realizara suas primeiras observações, parece ter­lhe construído sucessivamente dois observatórios. O primeiro, no topo de uma velha casa portuguesa na qual o príncipe residia: a segunda, uma construção magnífica, no alto de uma das torres do Palácio Vrijburg, bela residência erigida na ilha de Antônio Vaz, circundada por belo parque ajardinado, pleno de animais exóticos, pássaros e plantas.” (13)Na mesma página aparece Vrijburg de Post com esta legenda: “Vista geral de Vrijburg, o palácio construído por Maurício. Em uma de suas torres foi construído o observatório de Markgraf.”∴  observatório em 3 locais.

[1] Na madrugada de 18 de março de 1640.

   

Jorge Polman: Markgraf e o Recife de Nassau, CEA 1984 North relaciona o observatório descrito nos MP com um observatório numa das torres de FriburgoPolman descarta que o observatório tenha sido no palácio ou tenha sido levado para lá. Isso viria da biografia escrita por Christian (não!) ou de PingréÚnico observatório: o desenhado por WagnerPolman também acha que o colapso não foi na casa do conde: “No começo morava em uma casa simples, a respeito da qual se lê na biografia escrita por seu irmão Cristian, que numa noite ruiu em cima dele e dos companheiros que lá dormiam, deslocando-lhe o ombro direito e quebrando as pernas de vários outros.” (4)

   

Torres de Friburgo quadradas* sobre 4 andares acima do térreo (15 m) ∴ 43 degraus não bastariamNas torres não há vestígio da forma hexagonal para encerrar o quadranteNão há uma 2ª plataforma superior, nem teto piramidal hexagonal, apenas pérgula coberta por teto arredondado. OK!Legenda da planta baixa não faz menção ao observatório, nem no parque em torno do palácio

* Joaquim de Sousa­Leão Filho em “Frans Post” fala que as torres do palácio de Friburgo eram hexagonais (p. 15). 

Argumentos:

   

   

   

J. Polman, Sky & Telescope, Letters, November 1984, 388First observatory in Southern Hemisphere“His observatory seems to have been located at Maurice’s mansion.The evidence comes from two sources. First is a painting... Contemporary accounts describe it as an observing turret.The second source is a little booklet found by J. D. North among Markgraf’s papers at Paris Observatory ... Since measurements are given, it is possible to reconcile the description with the painting if allowance is made for the latter’s poor perspective.Scholars have heretofore believed that Markgraf had his observatory at Maurice’s second mansion, built in 1642 some 400 meter from the first. Althoug it had two towers, there is no sign of an observatory and the tower design does not agree with Markgraf’s notes.”

   

John D. North: Georg Markgraf, an astronomer in the New World, Chapter 9, The universal frame: historical essays in astronomy, natural philosophy and scientific method, W. B. C. Ltd., Bristol and Maesteg, 1989, 215-234

Em Addenda, p. 234: “Mr. Jorge Polman has raised in correspondence with me the interesting possibility that the papers now in the Paris Observatory describe Markgraf’s observatory as depicted in the Wagner painting, that is, that they might relate to the Portuguese house, rather than the Vrijburg palace. His arguments are well set out in a pamphlet Markgraf e o Recife de Nassau, Clube Estudantil de Astronomia, Recife, 1984. It is very difficult to decide between the alternatives, for the uppermost sections of the towers on both buildings were roughly similar, as far as we can judge from the surviving drawings (mas, desenho de Wagner é claro e cfr datas dos MP). The height implied by the 43 steps mentioned in the text is no important clue, except that we cannot be sure of the point from which they commenced (de fato, seg. modelo 3D começa do assoalho do 1° andar).

   

I see no problem in the curvature of the ‘pyramids’ on the Vrijburg towers, for observing hatches were often made in curved roofs, as they were at Uraniborg and still are today. The problem with resting a hypothesis on the unsuitable character of the Vrijburg towers as an observatory is that it rules out too much, for where, then was Markgraf’s second observatory? (ora, o problema do 2° observatório nem sequer existe!) It would be surprising, too, if the second observatory were radically different in plan from the first. The architectural historial J. J. Terwen found my explanation well suited to his reconstruction of the plan of the Vrijburg. There are also the problems of the large clock in the tower, and the Prince’s chamber (see p. 255 above) (mas a pág. da nota é 234!). Despite these difficulties, Mr Polman’s suggestions offers distinct possibilities.”

   

Rebecca Parker Brienen: Georg Marcgraf (1610-c.1644 A German Cartographer, Astronomner, and Naturalist Illustrator, Itinerario 25 (2001) 85-122

“By the time the house he shared with Piso collapsed in 1640, Marcgraf’s position vis­à­vis both Piso and the Count had changed considerably (?). From at least that time forward, Marcgraf was a member of the Count’s Brazilian court, perhaps even taking up residence in Vrijburg, the Count’s new palace in Mauritsstad (now part of Recife), when the observatory was completed (c. 1642). With the observatory housed in one of the palace’s main towers, and given Marcgraf’s need to make nightly observations, such an arrangement would hardly be surprising. According to Christian, however, the sequence of events went as follows: Johan Maurits, favourably impressed by Marcgraf’s abilities in military engineering during battle with the Portuguese in Salvador [1639, Bahia], ‘honors him at his own table for 3 months having adorn’d him with a garmet interwove with gold … confesses himself his pupil, & bestows upon him the salary of a Captain & commands him to have a seat in ye new Citty of Maurice, where Marcgrave setts up an Astronomical Observatory’ …” Versão de Christian parece mais verdadeira

   

Outros mitos Taunay: Golius não conseguiu decifrar

cifras da 3ª parte de Progymnastica Ihrering: 2 partes de Progymnastica se

perderam durante empréstimo “The southern hemisphere was to wait

more than a century for another first-class astronomer, this time N.-L. de Lacaille: and Brazil’s only contribution to Lacaille’s work was to repair the leaky French ship in which he travelled to the Cape of Good Hope.” (North, 394)

   

Conclusões Vários tipos de mito cfr época: apologéticos, edificantes,

pedagógicos, conceituais etc Mito friburguense: apologético-edificante Germe: cronologia errada ou ambígüa do século 17 +

“ressonância” (alguém com reputação insinua o que todos querem ouvir) mais de 2 séculos depois + contumácia moderna (salvar o mito)

Novas informações são incapazes de promover a retificação (pré-concepções, argumentos tortuosos, refutações falhas...)

Caveat: ponderar a credibilidade das informações, esquecer pré-concepções, não fazer asserções categóricas se ilações são conjecturais

Mitos são inevitáveis e temos que conviver com eles Nem sempre são tão nocivos: me seduziu!