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O Mourinho Era uma vez um rapazito chamado Mourinho. Ele vivia numa aldeia, no Norte. Essa aldeia onde vivia estava a ficar sem condições para morar, por isso ele foi “obrigado” a mudar-se com os pais e o cão para uma freguesia chamada Rio de Mouro. No primeiro dia, ele estava muito triste porque tinha deixado os amigos, a sua casa de sempre e muitas outras coisas mais que ele adorava. Os pais tentavam animá-lo, mas não era uma tarefa fácil. Embora não o demonstrassem, também eles estavam tristes pelas mesmas razões do seu filho. Passaram alguns dias tristes, mas o Mourinho achava que esses dias iam acabar, pois ia para uma escola nova no dia seguinte. Ia ter uma nova escola, novos professores, novos amigos, material escolar novo, etc. Os pais foram pô-lo à escola e, de seguida, foram a uma entrevista de trabalho. O Mourinho chegou atrasado à sua primeira aula, pois não sabia onde era a sala. Quando finalmente encontrou uma funcionária, ele perguntou onde é que o 5º5ª estava a ter aulas. A funcionária disse-lhe que estavam a ter aulas na sala vinte. Quando já finalmente sabia a sala, o Mourinho, foi logo a correr. Entretanto chegou à sala e estava um pouco tímido, porque era o seu primeiro dia de aulas. A sorte do Mourinho foi mesmo ser o seu primeiro dia, porque a professora dele desculpou o atraso e disse-lhe que isto tinha de mudar. O Mouro ainda muito tímido, disse que nunca mais voltaria a chegar atrasado. Quando essa aula acabou, ele foi para o recreio mais o resto da turma. Mas, nesse intervalo, a única coisa que fez foi comer, porque a fila do bar era tão grande que ele passou o intervalo todo à espera de comer um simples bolo de chocolate. Quando tocou para a segunda aula, ele já não chegou atrasado, porque agora estava atento.

O Mourinho Final7º3ª

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O Mourinho

Era uma vez um rapazito chamado Mourinho. Ele vivia numa aldeia, no

Norte.

Essa aldeia onde vivia estava a ficar sem condições para morar, por isso

ele foi “obrigado” a mudar-se com os pais e o cão para uma freguesia chamada

Rio de Mouro.

No primeiro dia, ele estava muito triste porque tinha deixado os amigos,

a sua casa de sempre e muitas outras coisas mais que ele adorava. Os pais

tentavam animá-lo, mas não era uma tarefa fácil. Embora não o

demonstrassem, também eles estavam tristes pelas mesmas razões do seu

filho.

Passaram alguns dias tristes, mas o Mourinho achava que esses dias

iam acabar, pois ia para uma escola nova no dia seguinte. Ia ter uma nova

escola, novos professores, novos amigos, material escolar novo, etc.

Os pais foram pô-lo à escola e, de seguida, foram a uma entrevista de

trabalho.

O Mourinho chegou atrasado à sua primeira aula, pois não sabia onde

era a sala.

Quando finalmente encontrou uma funcionária, ele perguntou onde é

que o 5º5ª estava a ter aulas.

A funcionária disse-lhe que estavam a ter aulas na sala vinte.

Quando já finalmente sabia a sala, o Mourinho, foi logo a correr.

Entretanto chegou à sala e estava um pouco tímido, porque era o seu

primeiro dia de aulas.

A sorte do Mourinho foi mesmo ser o seu primeiro dia, porque a

professora dele desculpou o atraso e disse-lhe que isto tinha de mudar. O

Mouro ainda muito tímido, disse que nunca mais voltaria a chegar atrasado.

Quando essa aula acabou, ele foi para o recreio mais o resto da turma.

Mas, nesse intervalo, a única coisa que fez foi comer, porque a fila do

bar era tão grande que ele passou o intervalo todo à espera de comer um

simples bolo de chocolate.

Quando tocou para a segunda aula, ele já não chegou atrasado, porque

agora estava atento.

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A segunda aula ia ser Língua Portuguesa. Aqui, ele já não estava tão

tímido como na aula anterior e nessa aula, o Mourinho já falava com os seus

colegas de turma. Essa aula demorou uma hora e meia. Ele estava já a dar em

louco, porque era muito tempo e uma grande seca. Ele teve de se habituar a

tanto tempo sentado numa cadeira.

Quando finalmente tocou para sair, o Mourinho foi almoçar com os seus

colegas. Nesse dia a comida era peixe e ele não gostava, por isso foi quase o

último a sair do refeitório.

Depois do almoço, ele já não tinha mais aulas e foi para casa.

Às onze da noite, o Mourinho foi deitar-se.

No dia seguinte, o Mourinho voltou a chegar atrasado à primeira aula.

Bateu à porta e entrou na sala. Era a aula de História e Geografia de

Portugal. Estavam todos a ler um texto do livro. O Mourinho percebeu logo qual

era o tema: as conquistas de D. Afonso Henriques. A professora de História fez

sinal ao Mourinho para ele não fazer barulho e para se sentar. O Mourinho

sentou-se. Quando o texto acabou, a professora apresentou-se ao Mourinho.

A professora era muito simpática.

No intervalo, o Mourinho tirou um iogurte da mochila e bebeu-o. O

Mourinho não queria voltar a perder o seu intervalo no bar sem fazer nada.

Como ficou com mais tempo para brincar, foi ter com os seus amigos. Eles

estavam a jogar à lagarta. O Mourinho, um pouco tímido, perguntou se também

podia jogar. Os colegas disseram que sim. Foi muito divertido. O Mouro ficou a

apanhar e como era muito rápido apanhou muita gente. A lagarta estava

enorme.

Enquanto o Mouro estava e divertir-se, os pais foram a entrevistas de

emprego. O pai foi a Lisboa. Era uma entrevista para ser jornalista que era a

sua área. Quando lá chegou, fizeram-lhe muitas perguntas. Respondeu

delicadamente a todas.

A mãe foi a uma entrevista para ser enfermeira numa clínica privada.

O dia do Mourinho continuou muito bem. O almoço era esparguete à

bolonhesa, a sua comida preferida. Despachou-se logo.

À tarde não tinha aulas, por isso, ficou a jogar com os colegas o resto da

tarde. Jogaram à apanhada, às escondidas, … ao fim da tarde, o Mourinho já

era amigo de toda a turma. A seguir, decidiram ir todos ao bar para descansar.

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Estava uma fila enorme. Para o Mourinho o tempo passou depressa. Fartaram-

se de conversar. O amigo Miguel perguntou-lhe como é que era a vida na

aldeia. Mourinho disse-lhe que tinha um grande rebanho e que se divertia

dando nomes às ovelhas. Disse ainda que adorava deitar-se na relva, à noite, a

contar as estrelas e a pensar como seria a vida na grande cidade. Também

disse que adorava andar de burro e fingir que era um cowboy. Pediu um pão

com chouriço, gostava muito! Depois foram sentar-se e continuaram a

conversa. Os amigos estavam muito curiosos. O Mourinho disse que aquilo que

mais prazer lhe dava era descobrir ninhos de rola porque eram difíceis de

encontrar. Também disse que gostava muito dos jogos de futebol entre a sua

aldeia e a aldeia vizinha que eram muito rivais. O tempo passou a correr,

Mourinho viu as horas e já era tarde. Tinha de ir para casa. Despediu-se.

Quando chegou a casa estava apenas o pai. Mourinho foi para o quarto

brincar com o seu cão. Atirava a bola e o cão ia atrás dela, correndo para trás e

para a frente, de forma descontrolada.

A mãe chegou a casa com uma cara muito feliz.

E tinha razões para isso...

A mãe do Mourinho não tinha conseguido o trabalho na tal clínica

privada, mas conseguira numa que era mais longe, ainda por isso estava feliz,

valia a pena ter de subirmais duas ruas acima...

No dia seguinte, Mourinho foi levado à escola pela mãe e esta partiu

para o seu novo posto de trabalho.

Ao entrar na escola, Mourinho foi directamente ao ginásio, sítio onde iria

ter a sua próxima hora.

Mourinho gostava muito desta aula, porque não ficavam parados como nas

outras. Nesse dia, uma rapariga que ainda não tinha falado muito com ele

tropeçou, enquanto estavam a correr para aquecer. Mourinho que estava na

frente da fila, parou para ajudar a rapariga. Esta tinha longos cabelos cor de

mel, grandes olhos castanhos esverdeados, e usava um aparelho às cores.

Mourinho de imediato se encantou pela rapariga. Ele olhou durante muito

tempo para ela, até que reparou que esta já se curvara para se levantar. Ainda

assim, para não parecer mal, Mourinho ajudou-a a endireitar-se. A bonita

rapariga agradeceu, e assim continuaram os dois a correr no fim da fila.

Entretanto, no intervalo ele não a encontrou, queria conhece-la melhor mas

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esta não se encontrava em lado nenhum! Visto isto, Mourinho decidiu ir

procurá-la nas salas mas, estas encontravam-se trancadas. De seguida,

decidiu ir ao bar, mas também não estava lá, procurou-a na biblioteca, nos

m o n t e s , e n a d a !

Até que decidiu ir ver se ela se encontrava na casa de banho das raparigas que

ficava nos montes!

Visto que teria de pedir uma chave à contínua e esta acharia estranho

como também não deixaria, aproveitou a "boleia" de uma rapariga que não se

apercebeu de que tinha companhia.

A rapariga entrou numa casa de banho. Mourinho reparou que a outra

estava fechada, considerando que a casa de banho apenas tinha duas

portas…

Mas, também não estava lá, então decidiu ir para a frente do pavilhão à

espera que tocasse para entrar para a aula. O Mourinho ia ter Educação Visual

e Tecnológica, uma das disciplinas que ele tinha jeito.

No fim da aula, foi ter com a rapariga que queria conhecer melhor e

conversaram o intervalo inteiro, sobre as coisas preferidas deles como a sua

cómoda preferida, a cor preferida, o desporto preferido.

Quando deram por eles já estava a tocar para entrarem para a aula. No

fim da aula juntaram-se todos para jogar às escondidas.

A seguir, tiveram de ir para a aula de Matemática. Como a rapariga era

melhor a Matemática do que o Mourinho ele decidiu perguntar se esta não

quereria ficar ao pé dele para o ajudar nos exercícios da aula.

Depois foi almoçar a casa, e como tinha aulas depois do almoço teve de

voltar para a escola, aproveitou o facto para ir mais cedo, para brincar com os

seus amigos. Iam ter Ciências da Natureza. Quando a professora chegou à

sala disse que iam fazer experiências. Todos ficaram super animados, porque

adoravam estas aulas.

No fim da aula, foi para casa fazer os trabalhos de casa para o dia

seguinte. Depois foi jantar e contou aos pais como tinha sido o seu dia e que

tinha arranjado uma nova amiga, da qual gostava muito. Logo a seguir foi ver

televisão e às onze horas da noite foi deitar-se.

No dia seguinte, sexta-feira, quem levou o Mourinho foi o pai. A primeira

aula que o Mourinho teve foi Inglês e ele não era lá muito bom nesta matéria,

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pois se ele não gostava de verbos em português muito menos em Inglês. A

professora deu-lhes uma ficha sobre as cores para eles compreenderem

melhor.

Quando tocou para saírem, o Mourinho e os colegas foram para o

intervalo.

No intervalo, o Mourinho ensinou-lhes um jogo novo que se chamava

"macaquinho do chinês". E mal o Mourinho acabou de falar já estavam todos

preparados para jogarem.

Quando tocou para entrarem, o Mourinho foi para ao pé da nova amiga

que se chamava Matilde. Eles iam ter Matemática e então ele sentou-se ao pé

dela. A professora pôs uns exercícios sobre polígonos e o Mourinho, que não

percebia nada desta matéria, perguntou à Matilde se ela compreendia. Como

esta tinha percebido bem explicou-lhe.

Quando acabou a aula, ele e os colegas foram almoçar. O almoço foi

bacalhau à Brás e ele gostou muito. Á tarde o Mourinho ia ter aulas. Ia ter

Formação Cívica.

Quando tocou, eles foram para a sala de aula. Nesta aula eles tiveram a

ler um livro que o Mourinho gostou muito. Passado uma hora e meia tocou e o

este foi para casa. Quando chegou foi para o quarto fazer os trabalhos de casa

com a mãe. Ele gostava de fazer os trabalhos de casa com a mãe porque esta

sabia explicar muito bem as matérias. Quando o pai chegou, o Mouro já tinha

acabado de tomar banho e agora ia-se vestir.

A mãe dele estava a cozinhar. Quando o Mourinho estava a pôr a mesa

o pai tinha ido lavar as mãos. A mãe pôs a panela na mesa e começaram a

comer. O Mourinho quando acabou de comer foi ver televisão, pois ia começar

a dar o seu programa preferido. Ele gostava de ver televisão às sextas-feiras

porque podia ir para a cama mais tarde. Às onze horas da noite foi deitar-se.

No dia seguinte, Sábado, o Mourinho levantou-se, vestiu-se e, de

seguida, comeu uns cereais que ele adorava. Esses cereais eram as

“Estrelitas”.

Às dez horas o Mourinho e os pais foram dar uma volta e pararam num

sítio. Esse sítio era um ringue de patinagem de gelo! Mourinho nunca tinha

experimentado andar num ringue de gelo. Quando foi pedir um par de patins

pediu o número 40 pois era o número que calçava.

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Ele, depois de cair algumas vezes, apanhou o jeito dos patins. Ele

desenrascava-se bastante bem para quem nunca tinha andado de patins.

Perto das onze o Mourinho e os seus pais foram a um Centro Comercial

que se chamava Alegro onde fizeram as compras necessárias como pão, leite,

fruta, etc.

Já passava da uma da tarde quando o Mouro e os pais foram almoçar

num restaurante chamado Rouxinol. No Rouxinol o Mourinho comeu duas

febras, um prato cheio de batatas fritas e uma Fanta, pois o Mourinho gostava

bastante de comer carne. Só depois da família do Mourinho ter a barriga já

cheia é que foi para casa.

Em casa, o Mourinho fez os trabalhos para a escola. Depois de os ter

acabado decidiu ir perguntar a algum amigo para ver se ele se tinha esquecido

de apontar algum. No “MSN” só estava online a Matilde, a rapariga de que

gostava muito. Decidiu perguntar-lhe se havia algum TPC que ele se tinha

esquecido de fazer, e para grande felicidade sua este tinha feito todos.

Como não tinha mais nada para fazer, foi brincar com o seu cão à

apanhada (é claro que é o cão que apanha), mas lembrou-se de que pelo Natal

lhe tinham oferecido um jogo. Esse jogo era os Sims2.Então o Mourinho

decidiu experimentá-lo, e após algum tempo começou a gostar bastante do

jogo. Tornou-se fã dele.

Mais tarde, perto das cinco da tarde o Mourinho tinha Basquetebol, um

jogo em que era bastante bom pois era alto para a sua idade.

As regras eram simples e quando o seu treinador acabou de explicá-las,

o Mourinho quis logo começar a jogar. Para os jogadores serem mais

competitivos o treinador disse que a equipa que ganhasse o jogo, ganhava

duas pastilhas, e o Mourinho como era muito guloso ficou encantado. Queria

começar já a ganhar e com uma grande sorte este meteu um cesto de 3

pontos!

Quando o Mouro chegou a casa estava exausto. Meteu-se na banheira e

tomou um banho de imersão.

Pouco depois era hora de jantar. Comeu douradinhos com esparguete.

O Mourinho comeu como um raio, pois ia dar no “Disney Channel” o filme

“Feiticeiros de Waverly Place Férias nas Caraíbas”!

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O filme demorou duas horas e o Mourinho só se deitou quando já era

meia-noite.

O Mourinho acordou cheio de sono, pois tinha ficado a ver o filme.

Quando estava a preparar os cereais para comer, viu que a televisão estava

ligada, o que era algo fora do normal.

- Porque ligaste a televisão, mãe? – Perguntou o Mourinho.

- Liguei para ver uma reportagem sobre a pobreza. – Respondeu a mãe,

sem desviar os olhos da televisão.

O Mourinho ficou também a ver a reportagem enquanto comia.

Enquanto ia para a escola a pé, Mourinho falava com a sua mãe. Todos

os dias o tema era diferente. O daquele dia era sobre a reportagem.

- Mas por que é que há mendigos? – Questionou o Mourinho confuso.

- Porque não têm emprego nem dinheiro e não têm sítio onde viver. Por

isso é que vivem na rua. – Esclareceu a mãe.

- Tenho muita sorte em ter uma casa onde morar e uma família para me

ajudar.

Mourinho despediu-se da mãe e foi para as aulas. Não prestou atenção

nenhuma às aulas. Só pensava nos coitados dos mendigos que não têm nada

para comer e no tanto frio que apanhavam. Esta última razão fazia-lhe muita

impressão pois ele era muito friorento.

De volta a casa, perdido nos seus pensamentos, encontrou um mendigo.

Este pediu-lhe uma moedinha para arranjar alguma coisa para vestir, porque

estava cheio de frio. Mourinho não tinha dinheiro, então disse:

- Desculpa, não tenho dinheiro comigo. Já volto.

Foi a correr para casa. Entrou no seu quarto e pegou no seu mealheiro.

Abriu-o e tirou de lá muitas moedas. Saiu de casa e encontrou o mendigo no

mesmo sítio.

- Toma. Compra algo para vestir pois está muito frio. Com o que restar

compra alguma coisa para comer.

- Obrigado, menino. Muito obrigado. Estou-te muito agradecido. Tu és

um bom menino.

O Mourinho foi-se embora muito satisfeito com a boa acção que tinha

feito. Mas surgiu-lhe um pensamento: “ como este mendigo haverá muitos

mais”. Então teve uma ideia. Esteve até tarde a fazer cartazes com frases tais

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como “Ajude os mendigos, pois eles também têm sentimentos” e “São pessoas

tal como nós”. Os cartazes serviam para as pessoas recolherem cobertores e

roupas que já não usavam para entregarem aos sem-abrigo. Também deviam

trazer comida.

No dia seguinte, na aula de Formação Cívica, falou com a professora.

Perguntou-lhe se podia espalhar os cartazes. A professora também se

sensibilizou pela causa e falou com o Conselho Executivo. No dia seguinte, os

cartazes do Mourinho e muitos outros de outras turmas que ajudaram a causa

já estavam pendurados por toda a escola. Havia uma caixa no Conselho

Executivo para as pessoas porem as coisas para darem aos mendigos. Nos

dias seguintes, a caixa ia ficando cada vez mais cheia. Tão cheia que tiveram

de arranjar mais três caixas. Toda a escola estava a entrar naquela causa e

Mourinho sentia-se feliz com isso. Só de pensar nas pessoas que iam ficar

felizes por terem roupa quente e comida. Todos os intervalos a caixa ficava

mais cheia.

Quando já havia cinco caixas, Mourinho disponibilizou-se para ir

distribuir algumas.

Na aula de Formação Cívica, falaram sobre o assunto. Mourinho sentia-

se muito feliz. Um menino, chamado António, pôs o dedo no ar.

- Sim, António. Podes falar. – Permitiu a professora.

- Eu acho isto tudo errado. Acho que não deviam estar a fazer isto. –

Reclamou o António.

O Mourinho nem estava a acreditar no que estava a ouvir.

- Porque achas isso? – Perguntou a professora.

- Porque as coisas são nossas. Por que havemos de dar as nossas

coisas aos outros? – Respondeu o António.

- Isso é extremamente egoísta. – Interveio o Mourinho.

- Isso achas tu. Porque havemos de lhes dar a eles e não me dão a mim,

por exemplo?

- Porque eles precisam mais do que tu. – Explicou o Mourinho

- Mas porquê nós e não outras pessoas?

- Porque todos temos o dever de ajudar. – Disse a Matilde.

Acabaram a discussão.

No intervalo, a Matilde foi ter com o Mourinho.

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- Queres ajuda para levar as coisas para os necessitados? – Perguntou

ela.

- Gostava muito. – Disse o Mourinho.

- Achei que foste uma pessoa muito bondosa ao fazeres isto tudo. O

António é que estava completamente errado. – Contou a Matilde.

O Mourinho ficou corado e disse:

- Obrigado. E obrigado por me ajudares a distribuir as roupas.

- Não tens de quê. Encontramo-nos sábado de manhã às 10h00, à porta

da escola. Depois começamos a distribuir. – Combinou a Matilde.

- Está combinado! – Disse ele todo contente.

No sábado, o despertador do Mourinho tocou às 8h00. Aos sábados,

acordava sempre por volta das 10h00 mas aquele dia era especial. Ia ajudar os

sem-abrigo na companhia da Matilde. Acordou muito bem-disposto pois sabia o

que ia fazer. Tomou o pequeno-almoço enquanto via os seus desenhos

animados preferidos. Vestiu-se com muita alegria e depois pôs a sua banda

preferida a tocar no seu rádio. Esteve a ouvir até às 9h45. A essa hora, pegou

na mochila que tinha as roupas e a comida. Foi para a escola com um passo

apressado, pois estava ansioso. Chegou lá 5 minutos antes da hora

combinada, por isso teve de esperar. A Matilde chegou pouco tempo depois.

Partiram por sítios onde a Matilde conhecia e sabia que havia pessoas que

precisavam do que eles tinham.

Encontraram um senhor na rua.

- Vai lá tu. Tu é que deves ser o primeiro pois tu é que tiveste esta ideia

maravilhosa. – Disse a Matilde.

O Mourinho lá foi, envergonhado.

- Olhe, eu sei que é muito difícil a situação por que está a passar, por

isso, a minha escola recolheu cobertores, roupa e comida para os mais

necessitados.

O senhor mantinha-se calado a olhar para o Mourinho incrédulo. O rapaz

tirou da mochila um cobertor quentinho, um casaco e uma caixa que tinha bife

e arroz. O senhor não disse nada e limitou-se a agradecer com o olhar.

- Então tenha um bom dia. – Desejou o Mourinho que já se dirigia para

junto da sua amiga.

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- Espere. – Pediu o Senhor. – Muito obrigado. Nem sei como lhe

agradecer.

- Não se preocupe.

O Mourinho teve uma sensação incrível. Olhar para aquele senhor que

parecia que lhe tinham dado milhões de euros. Olhar para aqueles olhos

eternamente agradecidos. Olhar para aquela cara marcada por muito que já

tinha passado e que agora se sentia um pouco mais feliz. Mourinho contou

tudo a Matilde. Fizeram isto muitas vezes. Tudo valia a pena. Encontraram

muitas pessoas que agradeciam mil vezes os seus gestos. O Mourinho e a

Matilde já lhe tinham apanhado o jeito. Sentiam-se muita bem ao ajudar

pessoas.

À hora de almoço, sentaram-se nuns bancos a comer o que cada um

tinha trazido.

- Tem sido um grande dia. – Notou a Matilde.

- Pois tem. – Concordou o Mourinho – É bom sentir o agradecimento.

Continuaram pela tarde fora. Por volta das 19h00, voltaram para casa

conversando sobre este grande dia.

- Foi muito bom. Adorei! – Exclamou a Matilde.

- Eu também. – Concordou o Mourinho.

Quando chegaram a casa do Mourinho, este disse:

- Então adeus.

- Adeus. – Despediu-se a Matilde. – Temos de combinar qualquer coisa.

- Eu estive a pensar… - Começou a dizer o Mourinho. – Podíamos ir um

dia ao cinema.

- Está combinado. Fica para o próximo domingo.

- Está bem. Até segunda-feira.

Mourinho entrou em casa todo contente pois ia ao cinema com a

Matilde.

Turma: 7º 3ª

Professora de Língua Portuguesa: Laura Silva

Professor de Área de Projecto: Pedro Ferreira

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