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SEMANÁRIO DA DIOCESE DE COIMBRA | DIRECTOR: A. JESUS RAMOS ANO XCIX | N.º 4798 | 27 DE AGOSTO DE 2020 | 0,75 € visite-nos em: facebook.com/correiodecoimbra | youtube.com/correiodecoimbra | correiodecoimbra.pt TEOLOGIA DE PASSINHOS CURTOS E VISÃO LARGA D. Carlos Azevedo escreve para o Correio de Coimbra algumas notas sobre Bento XVI > Última A Diocese de Coimbra tem por padroeiro Santo Agostinho, que celebra amanhã, 28 de agosto, na Igreja de Santa Cruz, em Eucaristia presidida pelo Bispo de Coimbra, às 18h, e Cantata às 21h15. No contexto desta celebração, o Correio de Coimbra procurou conhecer donde vem a importância do Santo Bispo de Hipona para a nossa Diocese, a partir da sua vida e pensamento e da ação dos agostinhos entre nós. > centrais SANTO AGOSTINHO O nosso padroeiro À falta de acontecimentos de maior monta, o surto de Covid-19 no Lar de Reguengos de Monsaraz tem enchido horas e ho- ras de televisão, que assaz seriam justificadas se fossem para discutir o essencial - as vidas, os idosos, os lares - e não os “relatórios”, as frases soltas, a caça às bruxas, o desespero por en- contrar culpados p’ra quem sacudir a água do capote. O essencial é a vida. E aí, honra ao governo, à oposição, à opi- nião pública em geral dos portugueses: ao contrário de mui- to do que se passou por essa Europa fora, onde a Covid-19 foi tratada quase como uma bênção não confessada para limpeza dos velhos, em Portugal parece ter sido sincera e eficaz a defesa da vida, como se deduz da própria estatística das mortes: comparem- -se os 175 mortos por milhão de habitantes em Portugal com os 616 da nossa vizinha Espanha, ou o record europeu da Bélgica (860), ou ainda os 609 do Reino Unido, 586 da Itália, 574 da Suécia (dados de Worldometers, referidos por https://executivedigest.sapo.pt/, 20 de agosto). Isto é tanto mais meritório, quanto Portugal é um país muito envelhecido. E m todo o caso, Portugal optou pela solução mais fácil: fe- chou os velhos nos Lares e fechou os Lares da comunidade. Ou fechou-lhes os Centros de Dia. Se tal opção poderia ser justificável na urgência das primeiras semanas da pandemia, tor- na-se violentíssima daí para a frente, matando os velhos por falta de vida familiar, comunitária e social. São absolutamente doloro- sos os testemunhos de quem trabalha em Lares sobre as posturas existências dos idosos, até no modo como se auto-abandonam nos corpos decaídos nos cadeirões… Nem nos queiram convencer com as maravilhas das soluções tecnológicas, aquelas tão publicitadas comunicações com os netos pelos tablets! Uma senhora enfermei- ra, num testemunho televisivo, desfez isso em três penadas: os ido- sos vêm mal, ouvem mal, não podem tocar e, se tocam, carregam nas teclas erradas e a comunicação cai…, a frustração fica maior do que a compensação na maioria dos casos! Proibir visitas (a limita- ção é tal, que continua a ser proibição!), desresponsabilizar-se nas instituições e culpabilizá-las se a coisa corre mal, é o caminho fácil e o que tem sido seguido; o caminho difícil, o de educar as famílias para a responsabilidade higiénica durante as visitas e estudar com rigor processos de “limpeza e segurança” nas mesmas, reforçar o apoio profissional e técnico e trabalhar em proximidade com as Instituições é o caminho exigível e urgente de ser feito. Mais urgen- te ainda, porque o inverno em breve vem aí, e adivinha-se o caos com as constipações e gripes à mistura. E stranho, por isso, a apatia que parece persistir por parte dos responsáveis políticos e sanitários em relação às estruturas residenciais para idosos. Se Reguengos de Monsaraz ao me- nos tivesse servido para lhes dar um abanão... A última palavra é de reconhecimento para as Instituições, suas direções e profissionais. Se há menos mortos em Por- tugal de Covid-19 do que noutros países da Europa, num país tão envelhecido e com tantos idosos confiados aos Lares, em muito lho devemos, como familiares, como cidadãos e como país. Ainda os Lares ||||||||||||||||||||||||||||| ENFOQUE CARLOS NEVES Imagem da Igreja do Seminário de Coimbra MUITO OBRIGADO, JOÃO PAULO FERNANDES ÚLTIMO TEXTO DA CRÓNICA BÍBLICA “A PALAVRA EM PALAVRAS” Partindo para estudar em Roma, o Pe. João Paulo Fernandes termina a sua colaboração no Correio de Coimbra com uma síntese do caminho que nos propôs. > Página 7 DE OUTUBRO A DEZEMBRO PRÓXIMOS BISPO DE COIMBRA COM OS JOVENS DOS ARCIPRESTADOS Preparação do Plano Pastoral Diocesano e contexto das Jornadas Mundiais da Juventude motivam a iniciativa de D. Virgílio Antunes. > Página 2

O nosso padroeiro À - Correio de Coimbra · 2020. 8. 28. · SEMANRIO DA DIOCESE DE COIMBRA DIRECTOR A. JESUS RAMOS ANO XCIX N. 4798 DE AGOSTO DE € iieo em: aeboo.omcorreiodec

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  • SEMANÁRIO DA DIOCESE DE COIMBRA | DIRECTOR: A. JESUS RAMOSANO XCIX | N.º 4798 | 27 DE AGOSTO DE 2020 | 0,75 €

    visite-nos em: facebook.com/correiodecoimbra | youtube.com/correiodecoimbra | correiodecoimbra.pt

    TEOLOGIA DE PASSINHOS CURTOS

    E VISÃO LARGAD. Carlos Azevedo

    escreve para o Correio de Coimbra algumas notas sobre Bento XVI

    > Última

    A Diocese de Coimbra tem por padroeiro Santo Agostinho, que celebra amanhã, 28 de agosto, na Igreja de Santa Cruz, em Eucaristia presidida pelo Bispo de Coimbra, às 18h, e Cantata às 21h15. No contexto desta celebração, o Correio de Coimbra procurou conhecer donde vem a importância do Santo Bispo de Hipona para a nossa Diocese, a partir da sua vida e pensamento e da ação dos agostinhos entre nós. > centrais

    SANTO AGOSTINHO

    O nosso padroeiroÀ falta de acontecimentos de maior monta, o surto de Covid-19 no Lar de Reguengos de Monsaraz tem enchido horas e ho-ras de televisão, que assaz seriam justificadas se fossem para discutir o essencial - as vidas, os idosos, os lares - e não os “relatórios”, as frases soltas, a caça às bruxas, o desespero por en-contrar culpados p’ra quem sacudir a água do capote.

    O essencial é a vida. E aí, honra ao governo, à oposição, à opi-nião pública em geral dos portugueses: ao contrário de mui-to do que se passou por essa Europa fora, onde a Covid-19 foi tratada quase como uma bênção não confessada para limpeza dos velhos, em Portugal parece ter sido sincera e eficaz a defesa da vida, como se deduz da própria estatística das mortes: comparem--se os 175 mortos por milhão de habitantes em Portugal com os 616 da nossa vizinha Espanha, ou o record europeu da Bélgica (860), ou ainda os 609 do Reino Unido, 586 da Itália, 574 da Suécia (dados de Worldometers, referidos por https://executivedigest.sapo.pt/, 20 de agosto). Isto é tanto mais meritório, quanto Portugal é um país muito envelhecido.

    Em todo o caso, Portugal optou pela solução mais fácil: fe-chou os velhos nos Lares e fechou os Lares da comunidade. Ou fechou-lhes os Centros de Dia. Se tal opção poderia ser justificável na urgência das primeiras semanas da pandemia, tor-na-se violentíssima daí para a frente, matando os velhos por falta de vida familiar, comunitária e social. São absolutamente doloro-sos os testemunhos de quem trabalha em Lares sobre as posturas existências dos idosos, até no modo como se auto-abandonam nos corpos decaídos nos cadeirões… Nem nos queiram convencer com as maravilhas das soluções tecnológicas, aquelas tão publicitadas comunicações com os netos pelos tablets! Uma senhora enfermei-ra, num testemunho televisivo, desfez isso em três penadas: os ido-sos vêm mal, ouvem mal, não podem tocar e, se tocam, carregam nas teclas erradas e a comunicação cai…, a frustração fica maior do que a compensação na maioria dos casos! Proibir visitas (a limita-ção é tal, que continua a ser proibição!), desresponsabilizar-se nas instituições e culpabilizá-las se a coisa corre mal, é o caminho fácil e o que tem sido seguido; o caminho difícil, o de educar as famílias para a responsabilidade higiénica durante as visitas e estudar com rigor processos de “limpeza e segurança” nas mesmas, reforçar o apoio profissional e técnico e trabalhar em proximidade com as Instituições é o caminho exigível e urgente de ser feito. Mais urgen-te ainda, porque o inverno em breve vem aí, e adivinha-se o caos com as constipações e gripes à mistura.

    Estranho, por isso, a apatia que parece persistir por parte dos responsáveis políticos e sanitários em relação às estruturas residenciais para idosos. Se Reguengos de Monsaraz ao me-nos tivesse servido para lhes dar um abanão...

    A última palavra é de reconhecimento para as Instituições, suas direções e profissionais. Se há menos mortos em Por-tugal de Covid-19 do que noutros países da Europa, num país tão envelhecido e com tantos idosos confiados aos Lares, em muito lho devemos, como familiares, como cidadãos e como país.

    Ainda os Lares||||||||||||||||||||||||||||| ENFOQUE CARLOS NEVES

    Imagem da Igreja do Seminário de Coimbra

    MUITO OBRIGADO, JOÃO PAULO FERNANDESÚLTIMO TEXTO DA CRÓNICA BÍBLICA “A PALAVRA EM PALAVRAS”Partindo para estudar em Roma, o Pe. João Paulo Fernandes termina a sua colaboração no Correio de Coimbra com uma síntese do caminho que nos propôs. > Página 7

    DE OUTUBRO A DEZEMBRO PRÓXIMOSBISPO DE COIMBRA COM OS JOVENS DOS ARCIPRESTADOSPreparação do Plano Pastoral Diocesano e contexto das Jornadas Mundiais da Juventude motivam a iniciativa de D. Virgílio Antunes. > Página 2

  • CORREIO DE COIMBRA

    2DioceseConciliar a identidade paroquial e a unidade pastoralTomada de Posse dos padres Carlos Augusto e João NunoO Pe. Carlos Augusto Noronha Lopes tomou posse, no passado dia 15 de agosto, das paróquias de Figueira da Foz e de Tavarede, numa celebração eucarística presidida pelo Bispo de Coimbra e que teve lugar na igreja matriz de São Julião. O Pe. Carlos Augus-to continuará ainda pároco de Buarcos. Na mesma celebração, tomou também posse daquelas três comunidades, como vigário paroquial, o Pe. João Nuno Frade Marques Castelhano. Na ho-milia, D. Virgílio Antunes sublinhou a importância de um são equilíbrio entre o respeito mútuo pela identidade e cultura de cada uma destas três paróquias e o trabalho a desenvolver em “unidade pastoral” - partilhando metas, recursos e atividades - e manifestou a sua convicção de que os Padres agora empossados serão os grandes dinamizadores dessa sábia conciliação.

    Pastoral litúrgica - 25 de outubroInstituição e recondução de ministérios laicaisNo próximo dia 25 de outubro, em celebração eucarística, na Sé Nova, às 16h, o Bispo de Coimbra procederá à instituição e recon-dução dos ministros extraordinários da comunhão, da animação da celebração dominical na ausência do presbítero e da presidên-cia das exéquias. A manhã, como habitualmente, será de Retiro, a decorrer a partir das 10h, no Colégio de São Teotónio. As presentes condições sanitárias exigem uma aceleração dos processos nas paróquias, de modo a permitir uma preparação adequada da cele-bração, pelo que a Escola Diocesana de Teologia e Ministérios pede aos arciprestes o envio dos processos até 18 de setembro.

    Ano Jubilar de Santo António e Mártires de MarrocosDomingos Jubilares e exposição “De Fernão se fez António”No âmbito do Ano Santo a decorrer na Diocese, estão a ser reca-lendarizadas muitas das atividades impossibilitadas pelo confi-namento durante a pandemia. Mas as celebrações presenciais dos Domingos Jubilares, na Igreja de Santa Cruz, no 1º domingo de cada mês, já retomaram, com possibilidade de visita guiada à exposição “De Fernão se fez António”, a partir das 15h, concerto de órgão e Eucaristia às 18h30.

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    As comunidades abran-gidas pela nova Reitoria (Quase-Paróquia) do Cora-ção Imaculado de Maria estão a preparar com todo o entusiasmo a celebração em torno da assi-natura do Decreto de Criação, no dia 13 de setembro, na Eucaristia das 11h00, a celebrar no terreno da futura igreja do Loreto. A nova Reitoria, recorde-se, compreende as antigas capelanias do Loreto, Brinca e Monte Formoso.

    Dentro das iniciativas celebra-tivas, destaca-se a presença da Imagem Peregrina de Nossa Se-nhora de Fátima – que visitou a Diocese em 2015 – a fim de “presi-dir” aos atos centrais da criação da nova Reitoria, cujo programa inicia no sábado, dia 12, numa vigília de oração contínua até à celebração da Eucaristia das 11h, no domingo:

    + 21h00 - início da Vigília, com Terço e Eucaristia, presididos pelo Bispo de Coimbra; + 24h00 – Adoração Eucarística

    (animada pela Equipa Alpha);

    + 2h00 – Via Sacra (animada pelo Grupo de Jovens e Agrupamento de Escuteiros 163); + 4h00 – Celebração Mariana

    (animada pela Catequese); + 5h00 – Eucaristia; + 6h00 – Laudes cantadas; + 7h00 – Adoração

    Eucarística (Movimento da Mensagem de Fátima); + 9h00 – Preparação

    da celebração; + 10h00 – Terço; + 11h00 – Eucaristia, presidida

    por D. Virgílio Antunes.Entretanto o Senhor Bispo di-

    rigiu uma saudação em vídeo à nova comunidade confiada ao cuidado pastoral do Pe. Fran-cisco Prior Claro, na qual con-fessa ser o primeiro a sentir--se feliz pela criação da nova Reitoria - que acredita ser uma graça de Deus para a Igreja dio-cesana de Coimbra - e convida os fiéis a acompanharem este processo com oração e gratidão e a participarem na celebração dos dias 12 e 13.

    Em ordem a entusiasmar e envolver os jovens na preparação do próximo plano pastoral diocesano, que será centrado nos “jovens, a fé e o discernimento vocacional” (Sínodo dos Bispos 2019), D. Vir-gílio Antunes vai reunir-se com os jovens a nível arciprestal. Não serão, dado o contexto de pande-mia, grandes assembleias, mas reuniões, à noite, com grupos de trabalho alargados e capazes de darem força ao envolvimento, próprio e de outros jovens, na preparação do Plano, tomando como motivo imediato a res-posta ao questionário elaborado pelo Secretariado Diocesano da Coordenação Pastoral, a ser res-pondido pelas comunidades de novembro a janeiro.

    As datas calendarizadas são as seguintes:

    + 23 de outubroArciprestado do Alto Mondego; + 24 de outubro

    Arciprestado de Chão de Couce; + 31 de outubro

    Arciprestado de Cantanhede; + 6 de novembro

    Arciprestado do Baixo Mondego; + 7 de novembro

    Arciprestado de Coimbra Norte; + 14 de novembro

    Arciprestado de Coimbra Sul; + 20 de novembro

    Arciprestado de Coimbra Urbana; + 27 de novembro

    Arciprestado da Figueira da Foz; + 4 de dezembro

    Arciprestado do Nordeste; + 5 de dezembro

    Arciprestado de Pombal.

    O Secretariado Diocesano da Coordenação Pastoral tem vin-do a trabalhar na construção de três questionários, um di-rigido aos agentes da pastoral, incluindo conselhos pastorais e equipas de animação pastoral; outro dirigido aos jovens que participam regularmente da vida cristã; e um terceiro diri-gido a jovens sem prática cristã regular. Estes encontros com os jovens pretendem tomar conta-to próximo com o segundo da-queles questionários, mas os ob-jetivos destas reuniões são mais amplas, começando já a lançar uma onda de entusiasmo juve-nil, tanto em torno do próximo Plano Pastoral Diocesano como também das Jornadas Mundiais da Juventude 2023, em Lisboa.

    REITORIA DO CORAÇÃO IMACULADO DE MARIA

    Vigília contínua aos pés de Nossa Senhora de Fátima

    BISPO DE COIMBRA VAI REUNIR COM OS JOVENS POR ARCIPRESTADO

    O objetivo é criar uma onda de entusiasmo e envolvimento dos jovens na preparação do próximo Plano Pastoral

    PROPRIEDADESeminário Maior de CoimbraContr. n.º 500792291 | Registo n.º 101917Depósito Legal n.º 2015/83

    DIRETORA. Jesus Ramos (T.E. 94)

    DIRETOR ADJUNTOCarlos Neves (T.E. 1163)

    ADMINISTRAÇÃO Communis Missio - Instituto Diocesano de ComunicaçãoCentro Pastoral Diocesano CoimbraRua Domingos Vandelli, nº 23004-547 Coimbra

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    PAGINAÇÃOFrederico Martins

    IMPRESSÃO E EXPEDIÇÃOFIG - Industrias Gráficas, S.A.Rua Adriano Lucas, 3020-265 Coimbra

    REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO:Correio de Coimbra - Seminário Maior de CoimbraRua Vandelli, 2 | 3004-547 [email protected]. 239 792 344

    [email protected]

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    PREÇO DAS ASSINATURASAnual | 30 € Amigo | 35 €Benfeitor | 40 € Paróquia | 20 €

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    COLABORADORESOs artigos de opinião são da responsabilidade dos seus autores.

    ESTATUTO EDITORIALwww.correiodecoimbra.pt

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    27 DE AGOSTO DE 2020

    TOMADA DE POSSE DO PE. PEDRO SIMÕES (IN SOLIDO) Bobadela, Ervedal da Beira, Lageosa, Lagares da Beira, Lagos da Beira, Meruje, Oliveira do Hospital, São Paio

    de Gramaços, Seixo da Beira e Travanca de Lagos 6 de setembro, Oliveira do Hospital (Parque da cidade), 10h30

  • CORREIO DE COIMBRA

    33Igreja a caminho

    ‘PORQUE é que se tem de benzer o terço?’ quis saber o netito, pela mão da avó. Quem sabe res-ponder? Rezar com a liturgia, o terço ou outro meio ou ima-gem, não é já bênção? E que pode a ‘bênção’ disso (se com-patível…) trazer ao Dom que é sermos filhos de Deus? Será que essas práticas no fundo confiam em Deus nosso Pai?

    Um sinal-de-cruz sem mais, e pronto? Alguém aí propõe “Reze com o terço, que fica benzido’? Formar na Fé, é ajudar a ver mais fundo. Benze-se o povo no final da Missa ou procissão. Não é já Bênção a Eucaristia? Ou, na bênção nupcial: Não é Bênção o Sacramento? Benzem-se cinzas, ramos, velas, grávidas, crianças e avós, a mesa (se está o prior)… A vida a crescer não é a Bênção Primordial? E a Criação, a Bên-ção global? Exprimem o Desíg-nio Eterno de Deus.

    Benzem-se campos, tractores, espigas, animais, carros, etc. Ou também… galinhas pretas?! É vulgar o (ab)uso da ‘agua benta’ decair em usos de superstição. Quem o não sabe?

    E com o Covid, houve notícia de bênçãos com o ‘SS.mo’, de por-ta em porta, da torre da igreja, ou catedral… Claro que é por fé. Mas será esse o Entendimento da Fé? Coisificar o Senhor? O Amor do Pai, não é a Bênção tout court? Por Cristo, no Espírito. Falta aná-lise social, e Teológica, sólida.

    BÊNÇÃO, no sentido bíblico, é bendizer a Deus. Todo o Culto se ordena para O louvar. Anda-mos tão longe disto! Faz sentido o uso de ‘bênçãos’ declarativas. Na Missa, Sacramentos, fune-rais… A explicitar a Bênção Ple-na que é a Auto-Doação de Deus: a todo o Seu Povo. Mas quantos dos textos oficiais o exprimem? Sem isto, chamar-lhe “ben-çãos”, só reforça os equívocos.

    O que vai por trás disto é a pretensão a… uma garantia ex-tra. Que traga mais protecção às pessoas e coisas benzidas! Um “seguro” mais seguro… não vá o diabo tecê-las! Em suma: Anda--se a instrumentalizar a Deus. E ninguém vê nem corrige? É alinhar numa visão mágica do mundo. E se ela anda por aí!

    Um deus influenciável − e ta-pa-buracos! Dono de uma ‘caixa mágica’… a enganar o bom--senso, e a Ciência. A ser “pro-vidência” ad casum para uns, e a… jogar à ‘batalha naval’ com o diabo à custa de outros! É de todo absurdo que a nossa re-ligião dê esta imagem de si. A invocar em vão o Nome do Se-nhor! E que o clero (ainda) seja o agente disto. Ceder à visão mágica do mundo é superstição.

    Será inércia, inconsciência, ig-norância… Não chega aí a Luz e o Sal da Boa Nova? O Amor de Deus como Pai, é Fiel. E é por todos os Seus filhos.

    E NÃO se aprendeu nada des-de o caso Galileu (há uns 400 anos)? E isto, quando boa par-te dos adultos e jovens já teve iniciação científica nas escolas! Como irão ter por credíveis os ‘crentes’? Sabem que a natureza não se faz de ‘encantamentos’, Max Weber: preveniu (+1920).

    A nossa Igreja havia de ser a primeira interessada (mais até que a Ciência) em patrocinar estudos competentes e objecti-vos de análise sociológica, an-tropológica, e teológica. Acerca da mentalidade de fundo e do sentir efectivo de toda a popu-lação. Até para saber das rup-turas e tendências em campo na era post-cristã.

    Será adequada uma pastoral que não vai às raízes? Teológi-cas e sociológicas. O teólogo e o pastor não podem ignorar a rea-lidade social e cultural a evan-gelizar. Urge vencer a inércia de tradições inconsequentes.

    SÃO questões que me interro-gam. Abordei-as num pequeno ensaio: Da Santidade do Criado (“Estudos Teológicos”, do ISET, 2006, pp. 7-45). «Em muito do nos-so ‘cristianismo popular’, a pers-pectiva do NT nem chega a (poder) competir com isto»: distorções como estas que afloro aqui.

    «Todo o ‘criado’, por mais im-perfeito que seja, é (já) testemu-nho da Dádiva. Participação da Riqueza generosa do Agir Criati-vo». «Pura Doação Pessoal», de Deus. «Podemos assim explici-tar (…): Será legítimo afirmar a ‘Santidade’ do criado? Claro. Se toda a positividade natural só pode vir de Deus, como poderia ela não ser santa? E mais: Se todo o agente age símile sibi (à sua semelhança), como é que o Agir Criativo podia não ser san-to? Seria absurdo pensar de ou-tro modo» (p. 22-25).

    Em complemento à infor-mação amplamente co-nhecida do falecimento, no dia 2 de agosto, do Cónego João Coutinho Veríssimo, páro-co da Figueira da Foz e Tavarede, registamos uma breve nota bio-gráfica e pastoral.

    O Cónego Veríssimo, nasceu a 19 de agosto de 1937, na fregue-sia de Vinha da Rainha, Soure. Foi ordenado sacerdote a 28 de julho de 1963, na Sé Nova, por D. Ernesto Sena de Oliveira. Foi, sucessivamente, pároco de Pom-beiro da Beira (1963), membro da Equipa Educadora do Seminário Menor da Figueira da Foz, do qual também foi Reitor (1966), e pároco de Figueira da Foz (1993). Nesta paróquia, foi capelão do Hospital Distrital (1999), cape-lão da Misericórdia-Obra da Fi-gueira (2004), diretor do jornal

    O Dever, professor de Educação Moral e Religiosa Católica. Sem nunca deixar, desde então, de paroquiar aquela comunidade, foi servindo, conforme as neces-sidades, outras paróquias próxi-mas: administrador paroquial de Lavos (2003); administrador paroquial de Ferreira-a-Nova

    (2015); pároco de Tavarede e Vila Verde (2016). Foi, durante vários anos, o arcipreste da Figueira da Foz, diretor do Serviço Diocesano da Pastoral do Turismo e res-ponsável diocesano das Obras Missionárias Pontifícias. Era Có-nego da Sé de Coimbra (2004).

    Tendo paroquiado comunida-des com um número significa-tivo de outras confissões cristãs, era presença permanente e ati-va nos encontros de oração ecu-ménica, abrindo regularmente a sua igreja para os mesmos. Marcado por natural afabilida-de, soube manter um são diá-logo com a comunidade local não cristã, e com as instituições, aliás com o reconhecimento público das mesmas (medalha de Mérito Social em Prata Dou-rada da Câmara Municipal da Figueira da Foz - 2016). E, natu-ralmente, a partir da sua missão no Seminário da Figueira da Foz, deixou à Diocese (e ao país!) uma plêiade de homens, sacerdotes e outros antigos seminaristas, marcados pelos valores da fé, do rigor, do serviço e do diálogo.

    (P)REFERÊNCIAS

    Bênçãos,e + bênçãosJ. Oliveira Branco

    “O teólogo e o pastor não podem ignorar a realidade social e cultural a evangelizar. Urge vencer a inércia de tradições inconsequentes.

    JOÃO COUTINHO VERÍSSIMO

    Um educador e pároco aberto, ecuménico e afável

    Faleceu, no dia 20 de agos-to, no CHUC, o Pe. Manuel de Almeida Alves. Nascido a 6 de maio de 1930 na freguesia de Unhais-o-Velho, foi ordenado sacerdote na capela de S. Miguel do Seminário Maior, no dia 28 de fevereiro de 1953, por D. Ernesto Sena de Oliveira.

    Como sacerdote, serviu a Igreja nas seguintes funções: 1952-1958 - Prefeito e prof. Seminário Me-nor; 1958-1959 - Pároco de Cabril e Vidual; 1959-1961 - Secretaria do Bispado; 1960-1974 – Diretor do Amigo do Povo; 1961-1965 - Semi-nário Maior; 1965-1977 - Pároco de Sé Nova; 1977-1990 - Capelão do IPO; 1977 - Capelão das Irmãs Hospitaleiras em Condeixa-a--Nova; 1968-1977 - Assistente Es-piritual da Legião de Maria.

    Segundo “nota” da Cúria Dio-cesana, “o P. Manuel viveu o seu sacerdócio com plena entrega ao serviço da sua Igreja e seus irmãos. Quer nas prefeituras e aulas nos Seminários que lhe fo-ram entregues e que preparava

    muito bem quer nas mais diver-sas funções nas paróquias e ca-pelanias e serviços que lhe foram confiados foi sempre um bom apóstolo. Preparava todos estes serviços com fé e verdadeira en-trega ao Senhor. Em todos eles procurava a perfeição, quer no aspeto da Igreja, quer no aspeto humano”. A mesma “nota” evoca a sua longa e profunda amizade com o Mons. Joaquim Ferreira da Cunha, recordando-os como “companheiros nos Seminários, na Cúria e nas Paróquias, nou-tros serviços e nas residências, sempre companheiros até na morte pois apenas cerca de meio ano os separou”.

    No dia 21 foi celebrada missa na Capela na Casa de Saúde Rai-nha Santa Isabel das Irmãs Hos-pitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, em Condeixa-a-Nova, presidida pelo Vigário Geral em representação do senhor Bispo, seguindo-se o funeral para a ci-dade de Leiria, onde o Pe. Ma-nuel tinha familiares.

    A preparação das Jorna-das Mundiais da Juven-tude, Lisboa 2023, exige uma articulação muito rigoro-sa em todos os seus âmbitos, mesmo naqueles que parecem mais simples e espontâneos, como o simples acolhimento de jovens provindos de outros países. Por isso, existe uma es-trutura coordenadora a nível nacional, designada por Comité Organizador Local (COL) e exis-tem depois, nas dioceses, os Co-

    mités Organizadores Diocesa-nos (COD), que são as entidades de diálogo com aquele comité nacional.

    Neste sentido, o Bispo de Coimbra escreveu aos párocos da Diocese, apresentando-lhes o COD de Coimbra, que “coordena todas as propostas de prepara-ção” no âmbito da Diocese. Dá--lhe rosto, diz o texto da Carta, Hugo Monteiro, “que conta com uma equipa alargada de cerca de 40 elementos, e a quem devemos

    reportar todas as nossas dúvidas e sugestões, usando para o efeito o contacto email: [email protected]”.

    D. Virgílio Antunes aprovei-tou a missiva informativa para pedir aos párocos uma grande recetividade aos pedidos que possam surgir no âmbito da preparação das Jornadas Mun-diais da Juventude, afirmando “querer” ver envolvidas todas as paróquias da Diocese na mesma.

    JORNADAS MUNDIAIS DA JUVENTUDE

    COD coordena todas as propostas no âmbito da Diocese

    PRESBITÉRIO DIOCESANO

    Faleceu o Padre Manuel de Almeida Alves

    27 DE AGOSTO DE 2020

    CONVÍVIO FRATERNODe 2 a 5 de outubro, para jovens com mais de 17 anos.inscrições: www.cfcoimbra.pt

  • CORREIO DE COIMBRA

    4 Grande Plano

    No dia 28 de agosto cele-bramos a memória li-túrgica de Santo Agosti-nho que é patrono da diocese de Coimbra. Daí que para a nossa diocese seja festa. Não deixa de ser interessante que no dia an-terior a Igreja recorde a sua mãe Santa Mónica, que tanto rezou pela conversão do seu filho.

    De facto, a história da teologia e da Igreja universal está marca-da por vários santos e teólogos que incarnaram o evangelho e procuraram explicitar a doutrina cristã em cada tempo e lugar.

    Nos primeiros séculos da Igreja encontramos quatro doutores do ocidente: Santo Ambrósio, Santo Agostinho, São Jerónimo e São Gregório Magno. No oriente en-contramos três grandes figuras: São João Crisóstomo, São Basílio Magno e São Gregório de Nazian-zeno. Referências indiscutíveis da patrística e personalidades essen-ciais no processo da transmissão e consolidação da Tradição.

    No Seminário Maior de Coim-bra encontramos os quatro dou-tores da Igreja do ocidente nos

    quatro ‘pilares’ da igreja da Sa-grada Família. São uma espécie de suporte teológico para a cú-pula do pintor italiano Pascolae Parenti. Referência na peregri-nação terrena e pilares para o encontro pleno com o Senhor.

    Cada uma destas figuras per-correu um modo de ‘chegar’ a Deus, de o experimentar e de fa-lar desse encontro. O contribu-to que cada uma destas figuras deu à teologia é absolutamente marcante e determinante para a história da Igreja e de muitos cristãos.

    Neste contexto encontramos o Santo Agostinho que em boa hora a nossa diocese quis recor-dar e valorizar. Talvez pudesse ser ocasião para aprofundarmos um pouco mais do seu pensa-mento e da sua teologia.

    Aurélio Agostinho (Aurelius Augustinus), nasceu em Tagaste a 13 de novembro de 354 e mor-reu em Hipona a 28 de agosto de 430, e é uma das maiores autori-dades teológicas de toda a histó-ria da Igreja (ao lado de São To-más de Aquino no séc. XIII).

    Normalmente é representado com o coração na mão, um cora-ção trespassado por uma flexa. O símbolo baseia-se essencialmente em duas passagens do livro Con-fissões: «Tu, com a tua caridade, tinhas asseteado o nosso coração» (IX,2,3) e «Feriste o meu coração com a tua palavra, e eu amei-te» (X,6,8). Trata-se de uma síntese do seu pensamento e da sua teologia.

    O coração em Agostinho, mais do que um órgão anatómico, é o lugar do encontro com Deus e da conversão de cada ser humano. Um coração que deseja profunda-mente esse encontro. Escreveu um dia: “Não permitas que me canse de te procurar; mas põe no meu coração um desejo mais ardente de Te procurar” (De Trinitate, XV).

    Quando pensamos em Santo Agostinho temos de distinguir, sem separar, três fases da sua vida e, consequentemente, dos seus escritos: Agostinho Filósofo até 391; Agostinho presbítero de 391 a cerca de 396; e Agostinho Bispo depois de 396 até à morte em 430.

    Importa ainda perceber que grande parte dos seus escritos

    nasce no contexto da polémica, têm um tom apologético e são uma resposta a heresias (como arianistas, fotinianos e apolina-ristas). Fora deste horizonte es-creve as famosas ‘Confissões’ e o ‘De Trinitate’. Dizer ainda que também a ele, como com outros autores, se atribuem frases que não são da sua autoria.

    Apesar disso, as suas afirma-ções constituíam verdadeiras ‘sentenças’ que influenciaram direta e indiretamente os docu-mentos do Magistério e o seu pensamento surge sempre como referência.

    Contudo, depois do Concílio de Trento começa um progressivo silêncio em relação à sua dou-trina. Só no século XX se retoma a grandeza do seu pensamento. Um processo marcado essencial-mente pelos Congressos de Paris (1930 e 1954) e de Roma (1986).

    Relendo a sua teologia há temas incontornáveis como Trindade, Incarnação, Graça e Liberdade.

    Agostinho não é o único nem o primeiro a escrever sobre a Trin-dade, temos entre outros como Tertuliano – por exemplo, mas é ele que faz a primeira grande formulação. Está muito próximo do contexto grego e da cultura do oriente, mas estabelece uma perspetiva diferente e abre o ca-minho da reflexão dogmática do ocidente. E influenciou de forma decisiva a história seguinte.

    Não posso terminar este pe-queno apontamento sem falar do túmulo de Santo Agostinho em Pavia, na Basílica de S. Pedro ‘in Ciel d’Oro’. Um lugar mágico e impressionante, onde tive a opor-tunidade de estar em silêncio a contemplar e a rezar. Um dos tú-mulos mais bonitos do mundo.

    Junto do sepulcro do Doctor gratiae, disse Bento XVI, a 22 de abril de 2007: “Aqui, diante do túmulo de santo Agostinho, gostaria idealmente de oferecer de novo à Igreja e ao mundo a minha primeira Encíclica, que contém justamente esta mensa-gem central do Evangelho: Deus caritas est, Deus é amor (1Jo 4,8.16). Esta Encíclica, sobretudo a sua primeira parte, é ampla-mente devedora ao pensamento de Santo Agostinho, que foi um apaixonado do Amor de Deus”.

    Nessa mesma ocasião, Ben-to XVI, tinha confessado a sua devoção pessoal e o seu imenso reconhecimento por Agostinho que tinha influenciado muito a sua vida de teólogo e de pastor, de homem e de sacerdote.

    Que Santo Agostinho nos es-timule no caminho da busca do Senhor e que cada um de nós possa rezar com ele: “Tarde te amei, beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei. Mas Tu es-tavas dentro de mim mesmo e eu estava fora de mim próprio” (cf. Confissões, XIII, 25,38).

    Nuno Santos, teólogo, e Carlos Godinho, historiador, trazem aos leitores uma aproximação à vida e pensamento de Santo Agostinho e à longa e diversificada influência que ele teve na nossa Diocese. Este é um primeiro serviço do Correio de Coimbra ao desafio de “aprofundarmos um pouco mais o pensamento e a teologia” do patrono que a Diocese está a redescobrir pela solenização da sua festa litúrgica.

    AURÉLIO AGOSTINHO

    O santo do coração trespassado e sua influência em Coimbra

    (Re)Conhecer a figura de Santo AgostinhoNuno Santos

    Imagem da Igreja da Graça, Coimbra

    27 DE AGOSTO DE 2020

    “A caridade é sempre a via mestra do caminho de fé, da perfeição da fé. Mas é necessário que as obras de solidariedade, as obras de caridade que fazemos,

    não distraiam do contacto com o Senhor Jesus.”(Papa Francisco, Angelus, 23 de agosto)

  • CORREIO DE COIMBRA

    5Destaque

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    A influência agostiniana, na Diocese de Coimbra, pode compreender-se a partir de diversos vetores: a pre-sença, entre nós, da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho; o exercício do ministério episco-pal - a Mitra –, com dois bispos provenientes desta família re-ligiosa; a influência da regra de Santo Agostinho na vida e orga-nização do Cabido Catedralício; e a influência da mesma regra na organização da vida comu-nitária dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, a quem habitualmente denominamos simplesmente como Cónegos Regrantes de Santa Cruz. Consi-derando aqui, apenas, uma in-fluência ao nível das instituições de vida religiosa e deixando de parte, nestas considerações, a profunda influência agostiniana no pensamento filosófico e teo-lógico que se transmitia nos nos-sos colégios e na Universidade, sabendo que Santo Agostinho foi um dos «mestres do Ocidente», ou «precetor da Europa», como também foi apelidado.1

    O elemento transversal que serve de fundamento à abordagem das várias instituições é a Regra de Santo Agostinho. Retirada do Ordo Mo-nasterii e do Praeceptum, escri-tos pelo Bispo de Hipona, cons-titui mais uma base para um certo estilo de vida, assente na comunhão e na unidade de ideal e de costumes – o ideário de vita

    apostolica -, do que propriamente um regulamento de vida em co-mum.2 Certo é que, na senda da vida comunitária de Santo Agos-tinho com o seu clero (presbíteros e diáconos), na domo episcopal, formando aí um monasterium clericorum3, várias instituições canonicais encontram nela a inspiração necessária para uma vivência similar. Nos séculos VIII e IX, a ação de alguns prelados, como S. Bonifácio e Crodegango de Metz, unida às determina-ções do Concílio de Aix, datado de 816, definem uma verdadeira regra de vida dos eclesiásticos da ordem canonical, aproximando--os da vida monástica, quer pela habitação em comum, quer pela conduta segundo uma mesma regra. Todavia, com algumas dis-tinções relativamente às ordens regulares, pois os membros dos Cabidos Catedralícios podiam manter património pessoal, dis-por livremente dos seus bens em testamento e não efetuavam qualquer profissão pública de vo-tos.4 Constituía-se, assim, uma verdadeira ordo canonicalis, nas dioceses europeias e ocidentais, impondo-se «pelos benefícios es-pirituais e outros que trazia aos convenientes»5, nas palavras de Brito Cardoso. Ora, Coimbra não foi exceção, pois temos nota de vida em comum, do Bispo com os seus clérigos, desde o sécu-lo VI e depois, novamente, após a refundação do Cabido, com D. Paterno, em 1086, ou porventura ainda antes, no período que su-

    cede ao domínio árabe.6 A Regra de Santo Agostinho é assumida como norma fundamental para a orientação dos Cónegos, mas é regulamentada pelos Estatutos da instituição, que organizam a sua vida comunitária. Esta vida em comum prolongou-se até 17 de Março de 1210, data da carta estatutária de D. Pedro Soares, mediante a qual se procedia à di-visão do património entre a Mesa Episcopal e a Capitular, cessan-do, assim, a vida em comum.7

    Com um forte desejo de renovação da vida espiri-tual e de revitalização das estruturas eclesiais, o arcediago do Cabido de Coimbra, D. Telo, e os Cónegos D. João Peculiar e D. Teotónio fundam, em 1131 – 1132, a novel instituição dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, ou Cónegos Regrantes de Santa Cruz, assumindo igualmente a Regra de Santo Agostinho como norma de vida. Contudo, tam-bém aqui complementada pe-las Constituições do Mosteiro de Santa Cruz, que se inspiravam no código de conduta dos Cóne-gos Regrantes de São Rufo, de Avinhão, com quem estes fun-dadores haviam contactado.8 Na sua extensa ação, a vários níveis, mas concretamente de revitalização da vida religiosa, o Mosteiro de Santa Cruz irá di-fundir a Regra de Santo Agosti-nho, juntamente com as suas Constituições, junto dos mostei-ros e eremitérios rurais, que a

    ele se filiam ou aderem a este modelo reformado, mantendo, contudo, a sua autonomia.9

    Determinante para com-preender a influência de Santo Agostinho na Dio-cese de Coimbra, é a consideração dos Eremitas de Santo Agostinho – Ordo Eremitarum Sancti Augus-tini (OESA). Assim denominados, entre os séculos XI e XV, precisa-mente para se diferenciarem das diversas formas de vida religio-sa, que observavam igualmente a Regra de Santo Agostinho.10 Este instituto religioso teve origem na união de diferentes grupos de eremitas, consumada em Ca-pítulo de Março de 1244, obede-cendo às Bulas de Inocêncio IV, Incumbit Nos e Paesentium Vobis, posteriormente confirmadas, na denominada Grande União, de 1256, com a Bula do Papa Alexan-dre IV, Licet Ecclesiae Catholicae.11 Vivendo a estrita obediência à Regra de Santo Agostinho, che-gam à Diocese de Coimbra em 1494, logo após a fundação da Província Portuguesa, datada de 1476, fundando o Mosteiro de Santa Maria dos Anjos, em Mon-temor-o-Velho, por iniciativa de D. Diogo da Azambuja, Professo da Ordem Militar de São Bento de Avis, que o manda construir em atenção ao seu confessor, P. Frei João de S. Cruz, que dele será Prior até ao final da sua vida.12 De igual modo, na se-quência da Reforma da Provín-cia Portuguesa, iniciada em 1535,

    levada a cabo pelos Padres Frei Francisco de Villafranca e Frei Luís de Montoya; bem como da transferência da Universidade para Coimbra, em 1537; é fun-dado, na cidade do Mondego, em 1543, por determinação de D. João III, o Colégio de Nossa Senhora da Graça, que seria in-corporado e unido à Universida-de por alvará régio, de 1549. Este Colégio Agostinho serviu para a formação e educação de jovens religiosos e para a atividade científica dos seus professores, alguns deles grandes mestres universitários. Para sustento do Colégio, determinou o Bispo de Coimbra, D. Frei João Soares, que os meios dízimos das Igrejas da Vacariça, Luso e Pampilhosa, lhe fossem destinados.13 Assim, se o Colégio crescia em património, «muito mais crescia, e medrava, à olhos vistos, em virtudes e Let-tras, como nenhuma língua po-derá explicar»14. Célebre é ainda a biblioteca do Colégio que, se-gundo se considera, era, ao seu tempo, «a melhor biblioteca da Província Portuguesa»15. Dedica-dos à vida comunitária, à ora-ção, ao estudo, à pregação e ao ensino, os Padres Agostinhos de-ram ainda à Diocese de Coimbra dois dos seus Bispos, D. Frei João Soares, que governou a diocese de 1545 a 1572, e D. Frei Gaspar do Casal, que, vindo transferido da Mitra de Leiria, governou a Diocese Conimbricense de De-zembro de 1579 até à data da sua morte, em 1584.16

    A Regra de Santo Agostinho e os Eremitas de Santo Agostinho na Diocese De CoimbraCarlos Godinho

    1 Francisco da Gama Caeiro – Presença de Santo Agostinho no pensamento filosófico português. Revista Didaskalia. XIX (1989), p. 81. 2 Cf. Carlos A. Moreira Azevedo – Introdução. Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho em Portugal (1256 – 1834). Edição da Coleção de Memórias de Fr. Domingos Vieira, OESA. Centro de Estudos de História Religiosa, Universidade Católica Portuguesa. Lisboa, 2011, p. 7. Cf. Maria do Rosário Barbosa Morujão – A Sé de Coimbra. A Instituição e a Chancelaria (1080 – 1318). Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação para a Ciência e Tecnologia. [s.l.], 2010, p. 196. 3 A. Brito Cardoso – O Cabido da Catedral de Coimbra. Notas Históricas. Gráfica de Coimbra. Coimbra, 2002, p. 9. 4 Cf. Maria do Rosário Barbosa Morujão – A Sé de Coimbra. Op. Cit., p. 196. Cf. A. Brito Cardoso – O Cabido da Catedral. Op. Cit., p. 36. 5 A. Brito Cardoso – O Cabido da Catedral. Op. Cit., p. 36. 6 Cf. Ibidem, p. 10; Cf. Maria do Rosário Barbosa Morujão – A Sé de Coimbra. Op. Cit., p. 204.7 Cf. Maria do Rosário Barbosa Morujão – A Sé de Coimbra. Op. Cit., p. 207. Cf. A. Brito Cardoso – O Cabido da Catedral. Op. Cit., p. 43.8 Cf. Armando Alberto Martins – Regrantes de Santa Cruz, Cónegos. In José Eduardo Franco (dir.) – Dicionário Histórico das Ordens. Institutos Religiosos e outras formas de Vida Consagrada Católica em Portugal. Gradiva. [s.l.], 2010, p. 266. Cf. A. Brito Cardoso – O Cabido da Catedral. Op. Cit., p. 15.

    9 Cf. Armando Alberto Martins – Regrantes de Santa Cruz. Op. Cit., p. 268.10 Cf. Cristina Lucas Silva e João Luís Inglês Fontes – Agostinhos. Dicionário Histórico das Ordens. Op. Cit., p. 39.11 Cf. Carlos A. Moreira Azevedo – Introdução. Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho. Op. Cit., pp. 5 – 6. Cf. Ibidem, p. 9. 12 Cf. Fr. Domingos Vieira – Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho em Portugal (1256 – 1834). Op. Cit., pp. 244 – 245 [o autor publica o Breve do Papa Alexandre VI que determina a fundação deste Mosteiro, pp. 245 – 246].13 Cf. Ibidem, p. 175. 14 Ibidem, p. 175. 15 Cristiana Lucas Silva e João Luís Inglês Fortes – Agostinhos. Dicionário Histórico das Ordens. Op. Cit., p. 45. 16 Cf. A. Brito Cardoso – Catálogo dos Bispos de Coimbra. Separata do Boletim da Diocese de Coimbra. Gráfica de Coimbra. Coimbra, 1985, p 9. Cf. Cristiana Lucas Silva e João Luís Inglês Fortes – Agostinhos. Dicionário Histórico das Ordens. Op. Cit., p. 42.

    27 DE AGOSTO DE 2020

    “Gostaria também de reiterar a minha proximidade ao povo de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, que está a sofrer por causa do terrorismo internacional. Faço-o em memória viva da minha visita àquele querido país há cerca de um ano.”(Papa Francisco, depois do Angelus de 23 de agosto)

  • CORREIO DE COIMBRA

    6 Liturgia

    Quem não se sentiu atraído por aventuras na juventude? Quem, hoje em dia, não se meteu com grupos radicais, que gostam de se mostrar em manifestações, nem sempre pacíficas? Mas… quem tem a coragem, como o nosso Coronel, de descobrir o perigo em que anda metido e decide, com coragem, enveredar por outras aventuras, não menos arrisca-das, mas mais humanitárias? Conhece o mundo, participa em missões de grande risco sem pre-cisar de recorrer a nenhum deus. Só mais tarde vem a descobrir que a sua mãe fazia a ponte en-tre o risco que a sua vida corria e o Deus da vida. E, quando a mãe lhe morre nos braços, ele entre-ga-a a Deus que bem conhecia o seu amor. É nesse momento que se dá a «comunhão dos santos» e ele recebe a iluminação da fé que sempre estivera presente na vida da sua mãe. Como homem de ação, não fica parado. Lança--se na obra da reconstrução da Igreja de pedras, mas também da Igreja de pessoas, com um tem-po semanal de adoração. Quan-tos reformados dão sentido à sua reforma pondo-se ao serviço das suas comunidades?

    O testemunho que vos transmito, surpreendeu toda a minha família, os meus filhos, os amigos que me rodeavam. Hoje, tenho uma es-posa maravilhosa, três filhos no exército de que sou muito orgu-lhoso, seis netos e três bisnetos. Tive também a sorte de ter pais formidáveis em amor e ternura.

    Todavia, a minha juventude foi turbulenta. No princípio dos anos 50, eu frequentava o grande banditismo de Marselha, muito próximo do «padrinho» da época, Bartolomeu a quem chamavam «MéMé» Guérini. Depressa to-mei consciência dos perigos que corria e por isso fui inscrever-me na armada. Escolhi os comandos paraquedistas. Este foi o prin-cípio de uma grande aventura. Conheci a Indochina, Marrocos, Argélia, Tchad, Madagascar, Dji-bouti… A ação, com homens de grande intrepidez e bravura, foi esta a minha vida.

    Respeitava o nome de Deus, mas nunca rezava. Em terras de perigo, era a mamã que interce-dia por mim. E, um dia, ela aca-bou. Deixou esta vida nos meus braços. Levei-a para a sua cama e, pela primeira vez, caí de joe-lhos. Tomei espontaneamente

    a sua mão e vieram-me aos lá-bios estas palavras: «Senhor, tu conheces o seu amor, entrego-a nas tuas mãos». Quando deixei o quarto, fui bloqueado por uma luz doce e intensa, de um bran-co inexprimível. Isto não durou mais que uns segundos; a minha esposa, a meu lado, não viu nada. Neste minuto, a minha vida mu-dou. Tive a certeza que Deus exis-tia, a sua presença impôs-se a mim. Conhecê-lo, descobrir a sua vida, a sua palavra, tudo isto me inundava. Bem como o desejo de gritar: «Senhor, eu sei, Tu existes!»

    O Espírito era tão forte que, sem nenhuma ajuda, com dois amigos, meti mãos à obra para reparar a nossa Igreja, com o acordo do nosso pároco. Em se-guida organizámos um tempo de adoração que reúne, cada quinta--feira, alguns paroquianos. Des-de há vinte anos que me consa-gro assim à vida da minha Igreja. Um dia o padre da minha aldeia teve esta palavra que me ilumi-nou: «Ao deixar este mundo, a sua mamã transmitiu-lhe a sua fé. A comunhão dos santos, é o que o senhor está a viver».

    Luciano Marcese, 82 anos, Coronel na reserva.

    In «Prier», nº 372

    Este trecho do evangelho de Mateus faz parte da secção sobre a Igreja, mais preci-samente do discurso de Jesus com que encerra essa secção. Aqui en-contramos resumidas, de algum modo, as grandes diretrizes que a Igreja dos primeiros tempos mar-cou para si própria, onde prevale-ce a importância de coisas como: a humildade, o serviço, o perdão, as relações fraternas, o cuidado em não provocar escândalo na co-munidade, o cuidado em não “en-lamear” o bom nome da comu-nidade diante dos não cristãos..., tudo isto permanentemente vi-vido à luz da consciência de que a Igreja é a comunidade-rosto de Deus, é mediação do amor de Deus para toda a humanidade.

    O ponto é que ninguém é cristão sozinho; ser cris-tão é sempre um estar reunido com outros em nome de Jesus de Nazaré, na Igreja ou na vida, no isolamento do quarto ou na celebração da eucaristia. A partir do momento em que eu me identifico como cristão, estou sempre - sempre, todo inteiro e em toda as condições de vida - reunido com outros “dois ou três” (milhões e milhões!) em nome de Cristo, e Cristo está sempre

    presente nessa comunidade que se constitui também por meio de mim - a Igreja. Percebido isto, fica fácil também perceber que, a partir daí, nada, absolutamente nada do que eu faça me implica apenas a mim: implica toda a minha comunidade cristã, toda a Igreja, a própria imagem e ação de Deus junto da humanidade. E fica também muito claro que o “ligar” e “desligar” na Terra e no Céu, neste contexto do evangelho que hoje nos foi proclamado, não é um poder arbitrário confiado à Igreja sobre a eternidade, mas é simplesmente o que fica à vis-ta: se ajo bem, ligo as pessoas na Terra e com isso ligo-as ao Céu; se ajo mal, desligo as pessoas na terra, no mínimo desligo-me de-las, e consequentemente desligo os homens do Céu, toldando-lhes a luz de Deus que está “no meio de nós”, os reunidos em Seu nome.

    Daí a importância, para a vida da Igreja e para os seus frutos de salvação, que nenhum cristão peque! Isto é, que nenhum de nós, pelo seu agir se possa tornar causa de escân-dalo para a vida da comunidade e para as outras pessoas; e daí também a importância de ajudar cada cristão a perceber a dor e o

    estrago que o seu comportamento pecaminoso comporta para toda a comunidade e para o acolhimen-to universal do amor de Deus. Isto é de tal modo importante na vida da Igreja, que a reação mais pri-mária dos primeiros cristãos era logo expulsar qualquer um dos seus membros que tivesse com-portamentos manifestamente pecaminosos. E é nesse contexto que este trecho do Evangelho (em consonância com a Segunda Lei-tura) diz: ‘vai com calma! - apos-ta na união contra a desavença; aposta na caridade contra o aban-dono; aposta no perdão contra o legalismo; aposta na conversão contra a excomunhão. Começa, desde logo, por agir discretamen-te, evitando o escândalo, o diz--que-disse e, depois, vai tentando até onde for possível. Se esgotados todos os meios, o teu irmão prefe-rir permanecer no pecado, então apenas te resta respeitar essa op-ção (não há conversões à força), sem que deixes de tornar claro para todos, também para ele, o seu corte com a comunidade’.

    Somos responsáveis pelos outros na ordem do amor e do serviço; sempre (Primei-ra Leitura). Mas não somos donos, nunca, das suas consciências.

    ESPIRITUALIDADE

    Um coronel, noutro exércitoJoão Castelhano

    NEM SÓ DE PÃO | COMENTÁRIO À LITURGIA DOMINICAL

    Somos sempre “dois ou três reunidos”

    LEITURA DA PROFECIA DE EZEQUIEL Ez 33, 7-9Eis o que diz o Senhor: «Filho do homem, coloquei-te como senti-nela na casa de Israel. Quando ouvires a palavra da minha boca, deves avisá-los da minha parte. Sempre que Eu disser ao ímpio: ‘Ímpio, hás-de morrer’, e tu não falares ao ímpio para o afastar do seu caminho, o ímpio morrerá por causa da sua iniquidade, mas Eu pedir-te-ei contas da sua morte. Se tu, porém, avisares o ímpio, para que se converta do seu caminho, e ele não se converter, mor-rerá nos seus pecados, mas tu salvarás a tua vida».

    SALMO RESPONSORIAL Salmo 94Refrão: Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações.

    LEITURA DA EPÍSTOLA AOS ROMANOS Rom 13, 8-10Irmãos: Não devais a ninguém coisa alguma, a não ser o amor de uns para com os outros, pois, quem ama o próximo, cumpre a lei. De facto, os mandamentos que dizem: «Não cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não cobiçarás», e todos os outros man-damentos, resumem-se nestas palavras: «Amarás ao próximo como a ti mesmo». A caridade não faz mal ao próximo. A caridade é o pleno cumprimento da lei.

    ALELUIA 2 Cor 5, 19Em Cristo, Deus reconcilia o mundo consigoe confiou-nos a palavra da reconciliação.

    EVANGELHO SEGUNDO SÃO MATEUS Mt 18, 15-20Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se o teu irmão te ofender, vai ter com ele e repreende-o a sós. Se te escutar, terás ganho o teu irmão. Se não te escutar, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão fique resolvida pela palavra de duas ou três testemunhas. Mas se ele não lhes der ouvidos, comunica o caso à Igreja; e se também não der ouvidos à Igreja, considera-o como um pagão ou um publicano. Em verdade vos digo: Tudo o que ligardes na terra será ligado no Céu; e tudo o que desligardes na terra será desligado no Céu. Digo-vos ainda: Se dois de vós se unirem na terra para pedirem qualquer coisa, ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos Céus. Na verdade, onde estão dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles».

    ENTRADAO Senhor me aprontará | CEC II 140/141

    Olhai para mim, Senhor | CEC II 48/51O Senhor veio em meu auxílio | CEC II 43

    APRESENTAÇÃO DOS DONSUm novo coração | XVII ENPL

    Como o sol que se levanta | NCT 579A Vós, Deus e Senhor | CT 56

    COMUNHÃOBem aventurados os que fazem a Paz | CEC II 108

    A quem iremos, Senhor | CEC II 106Como o veado anseia | CEC II 110

    PÓS-COMUNHÃODai graças ao Senhor | NCT 610

    Demos graças ao Senhor | CEC II 27Quando Te encontro | CEC 221 SU

    GEST

    ÃO D

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    DOMINGO XXIII DO TEMPO COMUM6 de setembro de 2020

    27 DE AGOSTO DE 2020

    TOMADA DE POSSE DO PE. PAULO FILIPE Como pároco da Unidade Pastoral

    formada pelas paróquias de Alqueidão, Lavos, Marinha das Ondas e Paião

    13 de setembro, igreja de Alqueidão, 16h

  • CORREIO DE COIMBRA

    7Opinião

    Já se vislumbra o mês de setembro e com ele vem aquela experiência inte-rior contraditória, marcada por um lado pela sensação de que as férias passaram a “correr” e, por outro, pela vontade de apro-veitar os desafios e as oportuni-dades que um recomeço sempre nos traz. Tal como outras ativi-dades, também a Catequese nas nossas paróquias vai recomeçar e, este ano, ainda com o Covid-19 ativo, A criatividade, a determi-nação, a confiança e a entrega gratuita são fatores essenciais que deverão estar muito presen-tes no espírito dos catequistas, para que se possa levar a bom termo esta missão tão digna e insubstituível de “suscitar e ali-mentar a fé” nas nossas crian-ças e jovens. O Departamento de

    Catequese do Secretariado Na-cional de Educação Cristã (SNEC) elaborou um documento no qual são apresentadas orientações para catequese em tempos de pandemia1 cujo objetivo é apoiar o trabalho que as equipas de ca-tequistas terão que desenvolver nas respetivas paróquias. A lei-tura integral deste documento, assim como dos seus anexos, é absolutamente obrigatória para preparar e planear o próximo ano catequético.

    Depois de um ano particular-mente difícil, no qual, a partir de março, as nossas crianças e jovens se viram impedidos de vivenciar encontros presenciais de catequese e em que a expe-riência eclesial foi remetida para uma realidade meramente virtual, nomeadamente a Santa

    Missa, temos agora pela frente a árdua tarefa de motivar e de transmitir a confiança necessá-ria que (re)conduza as famílias às práticas pré-pandemia, sa-bendo que esta ainda não está debelada mas se pode controlar com lucidez e rigor, sem se cair num pavor paralisante.

    As orientações do SNEC come-çam por aconselhar uma refle-xão sobre os efeitos da pande-mia, para que se possa perceber qual foi o impacto efetivo em cada comunidade. Se houve pa-róquias em que os catequistas conseguiram acompanhar os seus catequizandos, aproveitan-do as propostas da “catequese em nossa casa” e o programa Say yes (propostas do SNEC: in-ternet e TV), outras houve em que esse acompanhamento não

    foi possível, tendo-se criado um distanciamento que urge ultra-passar. É de todo aconselhável que se comece o ano catequético com uma reunião com os pais para “escutar as suas preocu-pações, manter e restabelecer o diálogo aberto com eles e criar condições geradoras de confian-ça para o processo de retoma e desenvolvimento da Catequese”. Esta reunião poderá também ser uma oportunidade para avaliar o itinerário de fé da cada cate-quizando em particular e de cada grupo no seu conjunto, para se perceber os principais aspetos de crescimento ou regressão verificados e para se conseguir o necessário envolvimento da família, que conduza à prática da oração pessoal e familiar e à imprescindível participação na Eucaristia.

    Sem dúvida que este vai ser um ano pastoral muito exigen-te para os catequistas, sendo de superior importância o seu acompanhamento, para que se entusiasmem e reconheçam que o seu serviço é valioso para a causa da fé. Neste contexto, sur-ge-nos um Novo Diretório para

    a Catequese que deverá ser co-nhecido e interiorizado, para as suas palavras e diretrizes insu-flarem um novo dinamismo às práticas catequéticas. É louvável o trabalho de síntese que está disponível no site do SDEC, onde poderemos encontrar “Breves Olhares sobre o Diretório”, isto é, pequenas apresentações anima-das que, de forma cativante, nos orientam na leitura do Diretório. Este documento dedica o capítu-lo IV á formação dos catequistas porque, como todos sabemos, “é indispensável adquirir conhe-cimentos sólidos e ferramentas adequadas para apresentar a mensagem cristã com profun-didade e alegria”2. Com vista a apoiar os catequistas nesta for-mação, está em preparação um novo curso, intitulado Ser Ca-tequista, que será brevemente apresentado e para o qual se es-pera grande adesão.

    SECRETARIADO DIOCESANO DA EDUCAÇÃO CRISTÃ

    O recomeço – desafios e oportunidadesManuela Miranda

    Longo já vai o nosso percur-so... de anos! Mas sempre com o mesmo objectivo, lembremo-lo: “que a Palavra de Deus seja cada vez mais celebra-da, conhecida e difundida, para que se possa, através dela, com-preender melhor o mistério de amor que dimana daquela fonte de misericórdia.” (Papa Francis-co, Carta Apostólica Misericórdia e miséria, 7).Começámos por uma pequena introdução para “ler” a Bíblia, reconhecendo que o nosso Deus quis tornar-se presente diante de um povo concreto, revelando--Se através de acontecimentos e palavras. É verdade que a histó-ria deste povo não era assim tão diferente da dos outros povos vizinhos. A diferença é que estes não descobriram o que o povo de Israel descobriu: Deus caminha como ele e com ele faz história! É o olhar da fé! Claro não fez esta descoberta sozinho! Deus tomou a iniciativa de se comunicar e dizer ao que vinha (cf. Êx 3), de-sejando constituir uma relação de amor (cf. Dt 6,4-9).Nos primeiros cinco livros da Bí-blia, que formam o Pentateuco, identificámos a identidade de Is-rael, à luz de dois grandes acon-tecimentos: os Patriarcas e o Êxo-do. O Pentateuco apresenta-se como que a “Pré-História” deste povo, antes de Israel viver na Terra Santa. Depois observámos os Livros Históricos que nos mos-

    tram, em distintas épocas, num arco de quase mil anos, como Is-rael não foi assim tão fiel a Deus e aos seus mandamentos e quais os problemas que por essa razão surgiram. Os Livros Históricos, como vimos, são 16 e subdivi-dem-se em quatro secções: His-tória Deuteronomista, História do Cronista, Histórias Exempla-res e História Macabeia.Deixámos os Livros Históricos e fomos surpreendidos pelos pro-fetas! Na verdade, são os porta--vozes de Deus, transmitindo a sua mensagem que tanto pode ser de crítica, quando o coração do povo se afasta de Deus, como de esperança, quando reina o desânimo. Conversão, consola-ção, restauração: eis uma forma simples de descrever a ação dos profetas ao longo da história do Povo de Deus. Vejamos: antes do cativeiro da Babilónia, de modo geral, os profetas apelavam à conversão, os do cativeiro pauta-ram-se por uma mensagem de consolação e esperança, por fim, os profetas depois do cativeiro incentivaram à restauração.Por fim, quase a chegar ao fim desta caminhada, desvelámos um pouco o Pentateuco Sapien-cial. Recordemos: o Livro de Job, com a sua problematicidade so-bre a fidelidade a Deus e o sofri-mento do inocente; o “espírito critico”, presente no Eclesiastes, questionando todas as coisas para buscar na vida o que ver-

    dadeiramente permanece; o Li-vro dos Provérbios, que procura transmitir uma experiência de fé comprovada; o Ben-Sirá que mostra a articulação entre as tradições judaicas com os novos desafios da época helenista, sem perder a identidade da fé; por fim, o Livro da Sabedoria que re-trata um Deus amigo da vida e de toda a vida. Última paragem, a lírica bíblica: o Cântico dos Cânticos e o Livro dos Salmos: amar e rezar! Belo lema de vida!Que tenhamos como nossa a missão de manter a fé viva, sempre com o ouvido atento à Palavra que em palavras se tor-na acessível, qual bússola justa, para não nos perdermos no ca-minho da vida! Como lembra o Papa Francisco, somos um povo “que caminha na história, forta-lecido pela presença no meio de nós do Senhor que nos fala e ali-menta. (...) é preciso não esque-cer um ensinamento que vem do livro do Apocalipse; lá se ensina que o Senhor está à porta e bate. Se uma pessoa ouvir a sua voz e Lhe abrir a porta, Ele entra para cear junto com ela (cf. 3, 20). Cristo Jesus bate à nossa porta através da Sagrada Escritura; se ouvirmos e abrirmos a porta da mente e do coração, então Ele entra na nossa vida e permane-ce connosco.” (cf. Papa Francisco Carta Apostólica Abriu-lhes, 8) Depois de fortalecidos, o cami-nho está à nossa espera!

    A PALAVRA EM PALAVRAS

    Sempre a caminho,com o ouvido atento!João Paulo Fernandes

    A pandemia acentuou a di-fícil situação dos pobres e o grande desequilíbrio que reina no mundo. E o vírus, sem excluir ninguém, encontrou grandes desigualdades e discri-minações no seu caminho de-vastador. E aumentou-as! […]

    Estamos todos preocupados com as consequências sociais da pandemia. Todos. Muitos querem regressar à normalidade e reto-mar as atividades económicas. É claro, mas esta “normalidade” não deve incluir injustiça social e degradação ambiental. A pan-demia é uma crise e não se sai iguais de uma crise: ou saímos melhores ou saímos piores. Nós deveríamos sair melhores, para resolver as injustiças sociais e a degradação ambiental. Hoje te-mos uma oportunidade de cons-truir algo diferente. Por exemplo, podemos fazer crescer uma eco-nomia de desenvolvimento inte-gral dos pobres e não de assisten-cialismo. Com isto não pretendo condenar a assistência, as obras de assistência são importantes. Pensemos no voluntariado, que é uma das estruturas mais boni-tas que a Igreja italiana possui. Mas devemos ir além e resolver os problemas que nos estimulam a fazer assistência. Uma econo-mia que não recorra a remédios que na realidade envenenam a sociedade, tais como rendimen-tos dissociados da criação de empregos dignos (cf. EG, 204).

    Este tipo de lucro é dissociado da economia real, aquela que deve-ria beneficiar as pessoas comuns (cf. Enc. Laudato si’ [LS], 109), e é também por vezes indiferente aos danos infligidos à casa co-mum. A opção preferencial pelos pobres, esta necessidade ética e social que vem do amor de Deus (cf. LS, 158), dá-nos o estímu-lo para pensar e conceber uma economia onde as pessoas, es-pecialmente as mais pobres, es-tejam no centro. E também nos encoraja a projetar o tratamento do vírus, privilegiando quem tem mais necessidade. Seria triste se na vacina contra a Covid-19 fosse dada a prioridade aos mais ricos! Seria triste se esta vacina se tor-nasse propriedade desta ou da-quela nação e não fosse univer-sal e para todos. E que escândalo seria se toda a assistência econó-mica que estamos a observar - a maior parte dela com dinheiro público - se concentrasse no resgate das indústrias que não contribuem para a inclusão dos excluídos, para a promoção dos últimos, para o bem comum ou para o cuidado da criação (ibid.). Há critérios para escolher quais serão as indústrias que devem ser ajudadas: as que contribuem para a inclusão dos excluídos, para a promoção dos últimos, para o bem comum e para o cui-dado da criação. Quatro critérios.

    (Texto extraído da Audiência Geral de 19 de agosto de 2020)

    RECONSTRUÇÃO ECONÓMICA NO PÓS COVID-19

    Papa apresenta quatro critérios para as indústrias que devem ser ajudadas

    1 www.sdec-coimbra.com2 Introdução ao Livro do Catequista em Formação – D. António Manuel Moiteiro Ramos, Presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé

    27 DE AGOSTO DE 2020

    ESCOLA DIOCESANA DE TEOLOGIA E MINISTÉRIOSInscrições até ao dia 30 de setembro, com início das aulas no dia 10 de outubro e Abertura Solene no dia 24 de outubro.239 792 340 / 239 792 344; [email protected]

  • CORREIO DE COIMBRA

    Última

    Na viagem a Portugal, que tive a graça de acom-panhar de perto, im-pressionaram-me os passinhos curtos do seu andar franzino, que retomo porque uma das ca-racterísticas da sua teologia é o dom para explicar coisas difí-ceis, guiando-nos a mente com pequenos passos, de modo a levar-nos a compreender o que Deus quer, a aprofundar os mis-térios com base firme no Evan-gelho, a interpretar a fé “como a forma de realização do verda-deiro ser humano no mundo de hoje”. A genialidade de Joseph Ratzinger consiste em tornar acessível a mensagem de Jesus para orientar a vida de modo claro. Conquista a inteligência, não como teórico frio, mas por-que conhece a complexidade das questões não é rápido nas

    respostas, antes, como mestre e sábio, oferece clareza e explica-ção afetuosa. A severidade inte-lectual conjuga-se com enorme humildade, firmemente mo-desto, reservado, equilibrado. Alguém lhe chamou Mozart da teologia, sempre simples e amável. O autor da clássica “In-trodução ao cristianismo” (1967) convenceu pela humildade e tornou o cristianismo uma fas-cinante alternativa social.

    Bento XVI serviu para tra-zer a doutrina sobre Deus para as questões proble-máticas do mundo moderno: relação entre fé e razão, ética e ciência, religião e política. Rea-liza-o sem nunca se subjugar à moda, ao pronto-a-pensar, através de um tranquilo poder de argumentação. Pensa em

    grande escala e não se detém em minudências. A sua orien-tação teológica considera a fé como um caminho, algo dinâ-mico e em movimento, orienta-da para o fundamental.

    Tema central da sua men-sagem teológica é a sínte-se entre razão e fé, capaz de transmitir sentido profundo a uma sociedade marcada por va-zios e relativismo. A partir da fé, que tem precedência sobre a teo-logia, surge nova sensibilidade para a criação ameaçada e uma ética para um estilo de vida que tenha futuro. A verdade e o amor foram constantes do seu magis-tério. Dizia aos jovens: “quero mostrar que é belo ser cristão”… “ser levado por um grande amor e grande conhecimento não é um fardo, são asas”.

    Foi veiculada a imagem de um inquisidor, quando se tratou de um inquiridor, pronto sempre a dar precedên-cia à Palavra de Deus sobre o nosso pensamento. Confundi-ram conservador com reacio-nário. Quando Peter Seewald o

    considera um “revolucionário de caracter cristão”, certamente recorda a sua afirmação: “Não são as ideologias que salvam o mundo […] a verdadeira re-volução consiste em dirigir-se radicalmente a Deus, que é a medida da justiça e, ao mesmo tempo, o amor terno. E o que poderá salvar-nos a não ser o amor?”. Dizia aos cardeais: “nós não trabalhamos para defender um poder. Na verdade, traba-lhamos para que os caminhos do mundo se abram a Cristo”. Realmente, classificou o prima-do de Pedro como “primado do amor, do serviço e do sofrimen-to” e contribuiu para o desen-volvimento positivo das tarefas comuns das religiões.

    Eis umas breves notas acerca de um teólogo genial, que quis sempre ser um bom cristão.

    Teologia de passinhos curtos e visão larga:notas sobre Bento XVICarlos Azevedo, Delegado Conselho Pontifício da Cultura

    “A genialidade de Joseph Ratzinger consiste em tornar acessível a mensagem de Jesus para orientar a vida de modo claro.

    Estão abertas, até ao dia 30 de setembro, as Inscrições para a Escola Diocesana de Teologia e Ministérios, com as aulas a iniciar no dia 10 de outubro. Este ano, todos os cur-sos são ministrados ao sábado, no Colégio de São Teotónio, onde os alunos poderão almoçar. A Abertura Solene do ano letivo será no dia 24 de outubro, 10h30.

    Os cursos, todavia, só funcio-narão com número mínimo de candidatos. Os párocos e pessoas interessadas poderão obter in-formações mais detalhadas jun-to de: 239 792 340 / 239 792 344; ou email: [email protected]; ou CTT: Escola de Teologia e Ministérios - Centro Pastoral - Seminário Maior de Coimbra, Rua Vandelli, 3004-547 Coimbra.

    Segundo informação divul-gada pela Escola, são os seguin-tes os planos dos Cursos:

    Curso Básico de Teologia(6 semestres)

    Área de Filosofia + História da Filosofia Antiga e Medieval + História da Filosofia Moderna e Contemporânea + Antropologia Filosófica

    Área de Teologia Histórica + História da Igreja Antiga e Medieval + História da Igreja Moderna e Contemporânea

    Área de Teologia Bíblica + Introdução à Bíblia + Antigo Testamento: Pentateuco e Livros Históricos + Antigo Testamento: Profetas e Livros Sapienciais + Novo Testamento: Evangelhos e Atos + Novo Testamento: Escritos Epistolares e Apocalipse

    Área de Teologia Sistemática + Antropologia Teológica: Fundamentos + Antropologia Teológica: Liberdade, Graça e Salvação + Jesus Cristo: História e Teologia + Igreja: Identidade e missão + Teologia Fundamental: Revelação - Escritura e Tradição + Teologia Fundamental: Fé e Razão + Teologia dos Sacramentos: Fundamentos e Iniciação

    + Teologia dos Sacramentos: Cura e Serviço + Teologia Moral Fundamental + Teologia Moral Pessoal + Teologia Moral Social + Deus na Tradição Bíblica e Cristã (Seminário) + Maria no Mistério de Cristo e da Igreja (Seminário) + Patrologia (Seminário)

    Área de Teologia Prática + Teologia Pastoral Fundamental + Liturgia Cristã: fundamentos e celebração

    Área de Direito Canónico + Direito Canónico

    Curso para o Ministério dos Leitores + O homem no mundo atual + A fé que cremos

    + A comunidade que formamos + Ser cristão ao serviço do Reino + A reforma conciliar e a “Dei Verbum” + Ministérios litúrgicos e exercício do Ministério de Leitor + A Liturgia da Palavra e o Lecionário + Práxis da leitura na Liturgia.

    Cursos para Animadores das Celebrações Dominicais na ausência do presbítero e para Orientadores da Celebração das Exéquias (3 semestres)

    Área de Teologia Bíblica + Introdução à Bíblia + Antigo Testamento: Pentateuco e Livros Históricos + Antigo Testamento: Profetas e Livros Sapienciais + Novo Testamento: Evangelhos e Atos + Novo Testamento: Escritos Epistolares e Apocalipse

    Área de Teologia Sistemática + Antropologia Teológica: Liberdade, Graça e Salvação + Jesus Cristo: História e Teologia + Igreja: Identidade e missão + Teologia dos Sacramentos: Fundamentos e Iniciação + Teologia dos Sacramentos: Cura e Serviço

    Área de Teologia Prática + Teologia Pastoral Fundamental + Fundamentos da Liturgia Cristã + Práxis do Ministérios (Seminário)

    Curso para o Ministério Extraordinário da Comunhão + O homem no mundo atual + A fé que cremos + A comunidade que formamos + Ser cristão ao serviço do Reino + A reforma conciliar e a Sacrossanctum Concilium” + Ministérios litúrgicos e exercício do Ministério Extraordinário da comunhão + Documentos do magistério “A igreja vive da Eucaristia” e “Sacramento de Caridade” + Práxis do Ministério

    Escola Diocesana de Música Litúrgica

    As Inscrições são até 24 de setembro, com testes de aptidão no dia 26 de se-tembro, às 10h00, no Colégio de São Teotónio, onde também de-correrão as aulas a partir de 10 de outubro. Nesta Escola, o ano encerrará, com audição final e recital, no dia 29 de maio.

    Curso Geral de Música Litúrgica(3 anos) + O Formação Musical - I, II e III + Prática Coral - I, II e III + Técnica Vocal - I e II + Canto Litúrgico - I, II e III + Harmonia

    Curso de Instrumento - Órgão ou Canto:A frequência deste curso pres-supõe a frequência obrigatória do Curso Geral de Música Li-túrgica e o Plano de Estudos é individualizado.

    PLANO DE ESTUDOS 2020/2021

    Escolas Diocesanas de Teologia e Ministérios e de Música Sacra

    27 DE AGOSTO DE 2020

    REITORIA DO CORAÇÃO IMACULADO DE MARIAMissa campal, com assinatura do Decreto de Criação pelo Bispo de Coimbra, no dia 13 de setembro, às 11hTerreno da futura igreja do Loreto (junto ao Centro Pastoral irmã Lúcia)