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O novo cpc aplicado na justiça do trabalho 15

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Um manual prático, para os operadores do Direito do Trabalho aplicarem no novo Código de Processo Civil perante à Justiça do Trabalho. Para tanto, a presente obra foi realizada de forma simples e sucinta, sem debates científicos e doutrinários, pois, dada a novidade, as matérias serão futuramente debatidas no Judiciário.

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O nOvO CPC aPliCadO na justiça dO

trabalhO

São Paulo - 2016

Paulo Henrique Teofilo BiolcaTTi

O nOvO CPC aPliCadO na justiça dO

trabalhO

Copyright © 2016 by Editora Baraúna SE Ltda.

Capa Jacilene Moraes

Diagramação Felippe Scagion

Revisão Andrea Bassoto

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

________________________________________________________________B513n

Biolcatti, Paulo Henrique Teofilo O novo CPC aplicado na justiça do trabalho / Paulo Henrique Teofilo Biolcatti. - 1. ed. - São Paulo : Baraúna, 2016.

ISBN 978-85-437-0525-5

1. Processo civil - Brasil. 2. Justiça do trabalho. I. Título.

16-31509 CDU: 347.91/.95(81)________________________________________________________________22/03/2016 23/03/2016

Impresso no BrasilPrinted in Brazil

DIREITOS CEDIDOS PARA ESTAEDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.EditoraBarauna.com.br

Rua da Quitanda, 139 – 3º andarCEP 01012-010 – Centro – São Paulo – SPTel.: 11 3167.4261www.EditoraBarauna.com.br

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Sumário

iNTroDuÇÃo .............................................................................7

1. DoS PriNCÍPioS Do NoVo ProCESSo CiViL ................ 11

1.1 PriNCÍPio DA HErmENÊuTiCA AXioLÓGiCA CoNSTiTuCioNAL ..12

1.2 PriNCÍPio Do imPuLSo oFiCiAL ............................................12

1.3 PriNCÍPioS DA iNAFASTABiLiDADE Do CoNTroLE JuriSDi-

CioNAL E o PriNCÍPio Do DirEiTo DE AÇÃo ............................13

1.4 PriNCÍPio DA PrimAZiA DA CoNCiLiAÇÃo ...........................13

1.5 PriNCÍPio DA SEGurANÇA JurÍDiCA ....................................14

1.6 PriNCÍPio DA DurAÇÃo rAZoáVEL Do ProCESSo ..........15

1.7 PriNCÍPio DA BoA FÉ ProCESSuAL .....................................17

1.8 PriNCÍPio DA PAriDADE DE ArmAS Do CoNTrADiTÓrio E

DA AmPLA DEFESA ..........................................................................17

1.9 PriNCÍPio DA PuBLiCiDADE E DA FuNDAmENTAÇÃo DAS DE-

CiSÕES ..............................................................................................19

1.10 PriNCÍPio DA SuBSiDiAriEDADE .........................................19

2. DA CooPErAÇÃo iNTErNACioNAL No ÂmBiTo Pro-

CESSuAL ............................................................................... 21

3. DA GrATuiDADE DA JuSTiÇA ............................................23

4. irrEGuLAriDADES NA rEPrESENTAÇÃo ProCESSuAL ..27

5. Do iNCiDENTE DE DESCoNSiDErAÇÃo DA PErSoNALi-

DADE JurÍDiCA ........................................................................29

6. DiSTriBuiÇÃo DiVErSA Do ÔNuS DA ProVA ................35

7. DAS TuTELAS ProViSÓriAS .............................................37

7.1 DA TuTELA DE urGÊNCiA ........................................................39

7.1.1 TuTELA ProViSÓriA DE urGÊNCiA CAuTELAr E ANTE-

CiPADA .........................................................................................40

7.1.2 FormAS DE imPuGNAÇÃo ..............................................41

7.1.3 CoNCESSÃo LimiNAr DA TuTELA DE urGÊNCiA ........43

7.1.4 Do ADiTAmENTo E DA EmENDA À iNiCiAL .....................43

7.1.5 DA TuTELA DE urGÊNCiA ANTECiPADA ANTECEDENTE ..45

7.1.6 TuTELA CAuTELAr Em CAráTEr ANTECEDENTE ......45

7.2. TuTELA DE EViDÊNCiA ............................................................46

8. o AmiCuS CuriAE ...............................................................49

9. DoS iNCiDENTES PArA imPuGNAÇÕES DE DECiSÕES Ju-

DiCiAiS ......................................................................................51

9.1 Do iNCiDENTE DE ASSuNÇÃo DE ComPETÊNCiA ..............51

9.2 Do iNCiDENTE DE ArGuiÇÃo DE iNCoNSTiTuCioNALiDADE ...52

9.3 Do iNCiDENTE DE rESoLuÇÃo DE DEmANDAS rEPETiTi-

VAS ....................................................................................................53

9.4 DA rECLAmAÇÃo ......................................................................55

10. DA HiPoTECA JuDiCiáriA E Do ProTESTo DE SENTENÇA ..57

11. mEDiAÇÃo E ArBiTrAGEm ..............................................61

12. CoNCLuSÃo ......................................................................67

13. rEFErÊNCiAS BiBLioGráFiCAS ....................................69

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iNTroDuÇÃo

Este é um trabalho desenvolvido de forma prática, a fim de evitar discussões doutrinária e científicas, tendo como foco apenas as mudanças efetivas do novo sistema processual civil que impactarão no processo do trabalho.

É sabido que o sistema judiciário, infelizmente, en-contra-se abarrotado de processos, o que o torna cada vez mais moroso. Assim, o princípio da eficácia da prestação jurisdicional encontra-se cada vez mais prejudicado, vez que a morosidade para a apreciação do mérito processual com a incidência do trânsito em julgado, torna o proces-so quase que sem efeito e, por diversas vezes, o devedor que deve arcar com o ônus econômico já se evadiu, faliu ou o mesmo foi liquidado.

Por outro lado, a grande burocracia e a complexi-dade existente no desenvolvimento do processo faz com

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que este deixe de ser um instrumento para a aplicação do direito material e se torne, cada vez mais, um objeto de debate científico, em que um mínimo detalhe pode impedir a apreciação do direito dos litigantes.

Tal realidade demonstra-se cada vez mais refletida na população brasileira, que teme se socorrer no Poder Judiciário, face à morosidade e à burocracia do mesmo.

Assim, o Código de Processo Civil foi re-editado, com a finalidade de simplificar o processo, tornando-o mais célere, conforme indica o legislador1:

Levou-se em conta o princípio da razoável duração do processo. Afinal, a ausência de cele-ridade, sob certo ângulo, é ausência de justiça. A simplificação do sistema recursal, de que tratare-mos separadamente, leva a um processo mais ágil.

Dessa forma, verificamos, também, que a burocra-cia e a complexidade do antigo sistema processual permi-tiam que houvessem jurisprudências muito diversificadas quanto ao mesmo assunto. Portanto, fez-se pelo legisla-dor, respeitando-se o princípio do livre convencimento motivado do juiz, regras para que o Magistrado Julgador siga mediante súmulas dos tribunais superiores, a fim de se preservar o elemento axiológico: segurança jurídica.

No que tange a tal princípio, o legislador menciona que2:

Evidentemente, porém, para que tenha eficá-cia a recomendação no sentido de que seja a juris-

1 Exposição de Motivos do Novo CPC.2 Ibdem.

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prudência do STF e dos Tribunais Superiores, efeti-vamente, norte para os demais órgãos integrantes do Poder Judiciário, é necessário que aqueles Tribunais mantenham jurisprudência razoavelmente estável.

A segurança jurídica fica comprometida com a brusca e integral alteração do entendimento dos tribunais sobre questões de direito.

Encampou-se, por isso, expressamente princí-pio no sentido de que, uma vez firmada jurispru-dência em certo sentido, esta deve, como norma, ser mantida, salvo se houver relevantes razões recomen-dando sua alteração.

Trata-se, na verdade, de outro viés do princí-pio da segurança jurídica, que recomendaria que a jurisprudência, uma vez pacificada ou sumulada, tendesse a ser mais estável.

Fica cristalina a vontade do legislador em proteger

a segurança jurídica nas decisões judiciais, para que se possa evitar a diversidade de jurisprudências, criando-se um verdadeiro “norte”, a fim de que o direito possa ser uma ciência subjetiva sim, mas com padrões de decisões semelhantes entre os órgãos julgadores.

Para tanto, o novo Código de Processo Civil traz to-dos os elementos necessários para tal situação, evitando-se, inclusive, demandas desnecessárias, como por exemplo, se-gundo o artigo 332, nas causas que dispensem a fase instru-tória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:

I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal Fe-deral ou do Superior Tribunal de Justiça;

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II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Fede-ral ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;

III – entendimento firmado em incidente de reso-lução de demandas repetitivas ou de assunção de com-petência;

IV – enunciado de súmula de Tribunal de Justiça sobre direito local.

Com efeito, visa-se proteger a integridade do direi-to, pois, uma vez que há uma matéria já pacificada, não há razões para que se discuta o mérito da mesma.

Por fim, verifica-se que o novo CPC traz grandes novidades ao direito processual, para criar maior celerida-de na solução dos conflitos, garantir a segurança jurídica e dirimir a complexidade do processo, conforme passare-mos a expor a seguir.

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1. DoS PriNCÍPioS Do NoVo ProCESSo CiViL

Com evidente redução da complexidade inerente ao processo de criação de um novo Código de Processo Civil, poder-se-ia dizer que os trabalhos da Comissão se orientaram precipuamente por cinco objetivos: 1) esta-belecer expressa e implicitamente verdadeira sintonia fina com a Constituição Federal; 2) criar condições para que o juiz possa proferir decisão de forma mais rente à reali-dade fática subjacente à causa; 3) simplificar, resolvendo problemas e reduzindo a complexidade de subsistemas, como, por exemplo, o recursal; 4) dar todo o rendimento possível a cada processo em si mesmo considerado; e, 5) finalmente, sendo talvez este último objetivo parcialmen-te alcançado pela realização daqueles mencionados antes, imprimir maior grau de organicidade ao sistema, dando--lhe, assim, mais coesão.

Assim, acrescendo-se aos princípios processuais:

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1.1 PriNCÍPio DA HErmENÊuTiCA AXio-LÓGiCA CoNSTiTuCioNAL

Logo no artigo 1º da nova lei, é determinado que o código deve ser interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição.

Em outras palavras, cria-se uma regra de interpre-tação da norma processual, que deve obedecer valores constitucionais, como a dignidade da pessoa humana, livre acesso ao judiciário, gratuidade da justiça aos hipos-suficientes, etc.

Assim, ao aplicar a norma processual, o operador do direito deve observar as normas constitucionais como uma regra de interpretação.

1.2 PriNCÍPio Do imPuLSo oFiCiAL

O Princípio do Impulso Oficial já é conhecido pela antiga sistemática processual, implicando dizer que o processo se inicia por iniciativa das partes, mas se desen-volve por impulso oficial.

Em outras palavras, o Judiciário não pode iniciar o processo de ofício. As artes devem provocar o Judiciário, requerendo a prestação da tutela jurisdicional e, após o ingresso do processo, este será desenvolvido pelas regras processuais, a administração do juízo competente.

Assim, norteia o artigo 2° do NCPC: “O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impul-so oficial, salvo as exceções previstas em lei”.

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Assim, a jurisdição apenas atua quando provocada, excetuando as situações legalmente previstas.

1.3 PriNCÍPioS DA iNAFASTABiLiDADE Do CoNTroLE JuriSDiCioNAL E o PriNCÍ-Pio Do DirEiTo DE AÇÃo

O art. 3° do novo CPC aplica analogicamente os preceitos constitucionais do art. 5°, inc. XXXV da CF, porém, cria uma ressalva que traz a novidade do novo sistema processual: a arbitragem.

Assim, se houve compromisso arbitral ou cláusula arbitral em contrato, é obrigatória a passagem da parte pelo tribunal arbitral, sob pena de o processo ser extinto sem resolução de mérito. Verbis:

Art. 3° – Não se excluirá da apreciação ju-risdicional ameaça ou lesão a direito.

§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.(…)

1.4 PriNCÍPio DA PrimAZiA DA CoNCi-LiAÇÃo

A nova regra processual é encontrada por todo o tex-to do novo código, porém, encontra-se mais veemente nos parágrafos 2º e 3º do artigo 3º supramencionado, o qual dispõe que:

§ 2º O Estado promoverá, sempre que possí-vel, a solução consensual dos conflitos.

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§ 3º A conciliação, a mediação e outros mé-todos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por magistrados, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusi-ve no curso do processo judicial.

Assim a Conciliação, sempre deve ser estimulada, seja por meio de mediação, arbitragem ou judicial. Tal fato se torna tão importante que houve a criação de um novo requisito para a petição inicial, qual seja, informar se o autor possui interesse em audiência de conciliação, pois caso este requisito não seja atendido, o juiz poderá extinguir o feito.

Desta forma:

Art. 319.  A petição inicial indicará(…)VII - a opção do autor pela realização ou não

de audiência de conciliação ou de mediação.

Portanto, o novo código visa estimular de maneira veemente a conciliação entre as partes litigantes, enten-dendo o legislador ser esta a melhor forma para a solução dos conflitos.

1.5 PriNCÍPio DA SEGurANÇA JurÍDiCA

Basta uma mera leitura da exposição de motivos do novo código, para verificar que o legislador o dirigiu com-pletamente para evitar-se a insegurança jurídica. Aliás3:3 Exposição de Motivos do Novo Código de Processo Civil.

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E, ainda, com o objetivo de prestigiar a se-gurança jurídica, formulou-se o seguinte princípio: “Na hipótese de alteração da jurisprudência domi-nante do STF e dos Tribunais superiores, ou oriun-da de julgamentos de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da alteração no interesse so-cial e no da segurança jurídica”.

Esse princípio tem relevantes consequências práti-cas, como a não rescindibilidade de sentenças transitadas em julgado, baseadas na orientação abandonada pelo Tri-bunal. Também em nome da segurança jurídica, reduziu--se para um ano, como regra geral, o prazo decadencial dentro do qual pode ser proposta a ação rescisória.

A segurança jurídica lastra-se na certeza de que a decisão tomada pelo Judiciário não será vitimada, bem como as decisões tomadas por tribunais superiores servi-rão como norte para as decisões de primeiro grau, respei-tando-se o Princípio do Livre Convencimento Motivado.

1.6 PriNCÍPio DA DurAÇÃo rAZoáVEL Do ProCESSo

Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluí-da a atividade satisfativa.

O processo judicial é atividade meio para proteger o bem da vida! Em outras palavras, é atividade meio, para que o direito material possa ser protegido.