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O Panorama da Implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos no Brasil (Lei 12305/10) Daniel Martini, Promotor de Justiça. Coordenador do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente e da Ordem Urbanística do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul. Mestre em Direito Ambiental Internacional CNR ROMA/ITÁLIA -2008/2009 Doutor em Direito Ambiental Universidade de Roma3/ITÁLIA 2008/2013 Professor de Direito Ambiental (graduação, pós-graduação e preparatórios). Membro colaborador do Conselho Nacional do Ministério Público. Membro do Fórum Nacional de Recursos Hídricos. Membro da Associação Brasileira de Ministério Público de Meio Ambiente. Membro da Comissão Permanente de Meio Ambiente do Grupo Nacional de Direitos Humanos do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais. Coordenador Adjunto do Fórum Gaúcho de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos.

O Panorama da Implementação da Política Nacional de ...firs.institutoventuri.org/images/pdf/apresentacoes/...O Panorama da Implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos

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O Panorama da Implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos no

Brasil (Lei 12305/10)

Daniel Martini,

Promotor de Justiça.Coordenador do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente e da Ordem Urbanística

do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul.

Mestre em Direito Ambiental Internacional – CNR – ROMA/ITÁLIA -2008/2009

Doutor em Direito Ambiental – Universidade de Roma3/ITÁLIA – 2008/2013

Professor de Direito Ambiental (graduação, pós-graduação e preparatórios).

Membro colaborador do Conselho Nacional do Ministério Público.

Membro do Fórum Nacional de Recursos Hídricos.

Membro da Associação Brasileira de Ministério Público de Meio Ambiente.

Membro da Comissão Permanente de Meio Ambiente do Grupo Nacional de Direitos Humanos do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais.

Coordenador Adjunto do Fórum Gaúcho de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos.

Art. 9º Na gestão e gerenciamento de

resíduos sólidos, deve ser observada a

seguinte ordem de prioridade: não geração,

redução, reutilização, reciclagem, tratamento

dos resíduos sólidos e disposição final

ambientalmente adequada dos rejeitos.

2

Ordem de Prioridade

Não Geração e Redução

2009 2010 2015 2016

Geração Total de RSU(ton./ano)

57.011.136 60.868.080 79.889.010 78.257.825

0

10.000.000

20.000.000

30.000.000

40.000.000

50.000.000

60.000.000

70.000.000

80.000.000

90.000.000

Geração Total de RSU (ton./ano)

Panoramados ResíduosSólidos noBrasil -ABRELPE

2010 2011 2014 2015 2016

Massa Coletada per Capita(IN021 - Kg/hab./dia)

0,93 0,96 1,05 1 0,94

0,86

0,88

0,9

0,92

0,94

0,96

0,98

1

1,02

1,04

1,06

Massa Coletada per Capita (IN021 - Kg/hab./dia)

Sistema Nacional deInformações sobreSaneamento - SNIS

Coleta de Resíduo Domiciliar

2010 2011 2014 2015 2016

Coleta de ResíduosDomiciliares (IN016 - Taxa

de cobertura por PopulaçãoUrbana - %)

95,1 95,5 92,7 92,7 91,5

89

90

91

92

93

94

95

96

Coleta de Resíduos Domiciliares – % da População Urbana (IN016 - Taxa de cobertura por População Urbana - %)

Sistema Nacional deInformações sobreSaneamento - SNIS

Coleta Seletiva

2010 2011 2014 2015 2016

Municípios com ColetaSeletiva (%)

39,1 41,2 35,1 35,7 33,1

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Municípios com Coleta Seletiva (%) - SNIS

Sistema Nacional deInformações sobreSaneamento - SNIS

2010 2014 2016

Municípios com algumainiciativa de Coleta Seletiva

(%)57,6 53,1 69,6

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Municípios com alguma iniciativa de Coleta Seletiva (%)

Panorama dos ResíduosSólidos no Brasil - ABRELPE

2010 2011 2014 2015 2016

Massa de RS coletada pelaColeta Seletiva (Kg/hab./ano)

9,6 15 13,8 17,1 13,6

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Massa de RS coletada pela Coleta Seletiva (Kg/hab./ano)

Sistema Nacional deInformações sobreSaneamento - SNIS

Reciclagem

2012 2015

Relação entre a SucataRecuperada e o Consumo

Interno de Alumínio35,3 38,5

33

34

35

36

37

38

39

Relação entre a Sucata Recuperada e o Consumo Interno de Alumínio (%)

Panorama dos ResíduosSólidos no Brasil - ABRELPE

2005 2010 2012 2015

Taxa de Recuperação deRapéis Recuperáveis (comPotencial de Reciclagem)

46,9 43,5 45,7 63,4

0

10

20

30

40

50

60

70

Taxa de Recuperação de Rapéis Recuperáveis (com Potencial de Reciclagem) - %

Panorama dos ResíduosSólidos no Brasil - ABRELPE

2010 2011 2012 2014 2015

Evolução da Reciclagem dePET no Brasil (ton. X mil)

282 294 331 314 274

0

50

100

150

200

250

300

350

Evolução da Reciclagem de PET no Brasil (ton. X mil)

Panorama dos ResíduosSólidos no Brasil - ABRELPE

Inclusão Social e Produtiva de Catadores de Materiais

Recicláveis

Política Nacional de Resíduos Sólidos

Art. 6o São princípios da Política Nacional de Resíduos

Sólidos:

VIII - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável ereciclável como um bem econômico e de valor social, geradorde trabalho e renda e promotor de cidadania;

17

Ações Necessárias:

• Estruturar e regularizar Cooperativa(s) deCatadores;

• Contratação e remuneração da(s)Cooperativa(s) pelos serviços prestados aoMunicípio – dispensa de licitação –Necessário ir além da simples entrega doresíduo reciclável;

• Implantar Central(is) de Triagem -Fornecerlocal apropriado para os catadoresrealizarem suas atividades;

• Dar destinação ambientalmente adequadaaos resíduos triados, bem como aos rejeitos

Logística Reversa

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Sistema Campo Limpo/INPEV- Destinação Adequada de

Embalagens de Agrotóxicos(ton.)

31.266 34.202 37.379 40.404 42.646 45.500 44.528

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

40.000

45.000

50.000

Sistema Campo Limpo/INPEV - Destinação Adequada de Embalagens de Agrotóxicos (ton.)

Panorama dos ResíduosSólidos no Brasil - ABRELPE

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Programa Jogue Limpo -Destinação Adequada de

Embalagens de ÓleosLubrificantes (milhões de

unidades)

12 14 23 40 80 99 92

0

20

40

60

80

100

120

Programa Jogue Limpo - Destinação Adequada de Embalagens de Óleos Lubrificantes (milhões de unidades)

Panorama dos ResíduosSólidos no Brasil - ABRELPE

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Quantidade de PneusInservíveis Coletados e

Corretamente Destinados -RECICLANIP (ton. X mil)

312 320 338 404 445 452 457

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Quantidade de Pneus Inservíveis Coletados e Corretamente Destinados - RECICLANIP (ton. X mil)

Panorama dos ResíduosSólidos no Brasil - ABRELPE

Disposição Final Ambientalmente

Adequada

Art. 54, Lei 12.305/2010

A disposição final ambientalmente

adequada dos rejeitos, observado o

disposto no § 1o do art. 9o, deverá ser

implantada em até 4 (quatro) anos

após a data de publicação desta Lei.

Assim,

O cumprimento do artigo 54, muito além deobjetivar “apenas” acabar com os lixões,pressupõe o atendimento dos objetivos geraisda política nacional, com o atendimento daordem de prioridade no gerenciamento dosresíduos estabelecida pela lei.

2009 2010 2015 2016

Disposição FinalAmbientalmente Adequada

(%)56,8 57,6 58,7 58,4

55,5

56,0

56,5

57,0

57,5

58,0

58,5

59,0

Disposição Final Ambientalmente Adequada

Panorama dos ResíduosSólidos no Brasil - ABRELPE

Encerramento dos Lixões

Disposição Final em Lixões

Número de Municípios com Disposição Final em Lixões

2015 2016

1.552 1.559

Porcentagem do RSU disposto em Lixões

2015 2016

17,2% 17,4%

Quantidade do RSU disposto em Lixões (ton./ano)

2015 2016

12.474.605 12.391.020

Consequências Do descumprimento da PNRS

• Improbidade Administrativa Ambiental

• Descumprimento da Lei da Política Nacional de ResíduosSólidos (Art. 9º e 54, Lei 12.305/2010): sujeito a infraçãoadministrativa

• Crime Ambiental (Art. 54, § 2º, V, e 56)

• Parecer prévio desfavorável ou julgamento pela irregularidadedas contas - TCE

29

30

• Poucos avanços, ainda muito a se fazer....

32

33

RESSANEAR

Elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico e de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos;

Fiscalização da Destinação e Tratamento do Esgoto Doméstico

Acompanhamento da implantação dos Planos de Saneamento Básico e Resíduos Sólidos;

Logística Reversa e redução de embalagens

O que é o Programa RESSANEAR?

RES:Resíduos Sólidossanear:Saneamento

Planos Municipais de Gestão Integrada de

Resíduos Sólidos

Municípios com e sem PMSB e PMGIRS – TCE/RS 2014

Eixo 1 e Eixo 3

Fonte: Relatório sobre os Resultados da Pesquisa PMSB e PMGIRS - 2014 – Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul - TCE

0

50

100

150

200

250

Plano Municipal de Saneamento Básico

Plano Municipal de Gestão Integrada de

Resíduos Sólidos

Plano Aprovado

Sem plano

Sem informação

233

209

231

211

55 55

497 Municípios

Municípios com e sem PMSB e PMGIRS – Levantamento CAOMA-Promotorias de Justiça – final de 2017.

Eixo 1 e Eixo 3

0

50

100

150

200

250

300

350

400

Plano Municipal de Saneamento Básico

Plano Municipal de Gestão Integrada de

Resíduos Sólidos

Plano Aprovado

Sem plano

Sem informação

Análise pelo MP

497 Municípios

362

111

24

303

166

28

108

48

+ 55,3%

Sem PMSB27,1%

+ 31,1%

Sem PMGIRS

39%

Ações Necessárias:

•Elaboração dos Planos Municipais deGestão Integrada de Resíduos Sólidos;

•Medidas para dar cumprimento aos artigos9º e 54, de acordo com a ordem deprioridade;

•Aterros sanitários não são a única soluçãopara atender à prioridade legal;

•Gestão consorciada/compartilhada;

•Implantar a Coleta Seletiva e a logísticareversa;

CARTA DO CACIQUE DE SEATTLE AO PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS DIANTE DA OFERTA DE COMPRA DE SUAS TERRAS

“Vocês devem ensinar às suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de

nossos avós. Para que respeitem a Terra, digam a seus filhos que ela foienriquecida com as vidas de nosso povo. Ensinem às suas crianças o queensinamos às nossas, que a Terra é nossa mãe. Tudo o que acontecer àTerra, acontecerá aos filhos da Terra. Se os homens cospem no solo estãocuspindo em si mesmos.”

[email protected]

[email protected]