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O PAPEL DA APMF COMO ENTIDADE REPRESENTATIVA DA COMUNIDADE ESCOLAR PROENÇA, Fabiane[1] SANTOS, Silvia Alves dos[2] RESUMO O objetivo deste artigo é analisar a importância do papel das instancias colegiadas junto às escolas, em especial no Colégio Estadual Unidade Pólo – Ensino Fundamental e Médio de Ibiporã, com ênfase na atuação da APMF na efetivação das políticas educacionais da escola pública, pois hoje percebe-se que o papel da APMF nas escolas do Paraná, especificamente, não pode ser mais de simples angariadoras de recursos e promotoras de eventos. É necessário ultrapassar em discussões com a comunidade escolar, a visão neoliberal que subestima o papel do povo organizado. É preciso que a APMF possa gerir seus próprios projetos e desenvolver novas ações nas escolas, dentro de uma perspectiva de gestão participativa e democrática. Não se pode pensar a escola numa gestão democrática como utopia. Precisa-se que a comunidade escolar tome consciência das condições concretas e das contradições existentes, para que possa tornar viável um projeto de democratização das relações no interior da escola. A utopia de uma escola participativa está em romper com a idéia de que os problemas escolares podem ser resolvidos nos estritos limites da escola. Portanto este projeto de intervenção é uma oportunidade de se organizar e fortalecer a APMF, através da participação de todos os segmentos da escola, nas discussões necessárias para que ocorra, efetivamente, a participação da comunidade escolar nos processos decisivos da gestão da escola pública. PALAVRAS-CHAVE: escola, APMF, comunidade, participação

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O PAPEL DA APMF COMO ENTIDADE REPRESENTATIVA DA COMUNIDADE ESCOLAR

PROENÇA, Fabiane[1]

SANTOS, Silvia Alves dos[2]

RESUMO

O objetivo deste artigo é analisar a importância do papel das instancias colegiadas junto às escolas, em especial no Colégio Estadual Unidade Pólo – Ensino Fundamental e Médio de Ibiporã, com ênfase na atuação da APMF na efetivação das políticas educacionais da escola pública, pois hoje percebe-se que o papel da APMF nas escolas do Paraná, especificamente, não pode ser mais de simples angariadoras de recursos e promotoras de eventos. É necessário ultrapassar em discussões com a comunidade escolar, a visão neoliberal que subestima o papel do povo organizado. É preciso que a APMF possa gerir seus próprios projetos e desenvolver novas ações nas escolas, dentro de uma perspectiva de gestão participativa e democrática. Não se pode pensar a escola numa gestão democrática como utopia. Precisa-se que a comunidade escolar tome consciência das condições concretas e das contradições existentes, para que possa tornar viável um projeto de democratização das relações no interior da escola. A utopia de uma escola participativa está em romper com a idéia de que os problemas escolares podem ser resolvidos nos estritos limites da escola. Portanto este projeto de intervenção é uma oportunidade de se organizar e fortalecer a APMF, através da participação de todos os segmentos da escola, nas discussões necessárias para que ocorra, efetivamente, a participação da comunidade escolar nos processos decisivos da gestão da escola pública.

PALAVRAS-CHAVE: escola, APMF, comunidade, participação

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ABSTRACT

The objective of this article is to analyze the importance of the paper of the instances school I join the schools, especially in the School State Undead Pólo - I Teach Fundamental and Medium of Ibiporã, with emphasis in the performance of APMF in the to execute of the educational politics of the public school, because today it is noticed that the paper of APMF in the schools of Paraná, specifically, it cannot belong more to simple recruiters of resources and promoters of events. It is necessary to surpass in discussions with the school community, the neoliberal vision that underestimates the paper of the organized people. It is necessary that APMF can manage your own projects and to develop new actions in the schools, inside of a perspective of administration participativa and democratic. One cannot think the school about a democratic administration as utopia. He/she is necessary that the school community takes conscience of the concrete conditions and of the existent contradictions, so that you/he/she can turn viable a project of democratization of the relationships inside the school. The utopia of a school to participate is in breaking with the idea that the school problems can be resolved in the strict limits of the school. Therefore this intervention project is an opportunity to be organized and to strengthen APMF, through the participation of all the segments of the school, in the necessary discussions so that it happens, indeed, the school community's participation in the decisive processes of the administration of the public school.

WORD-KEY: school, APMF, community, participation

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INTRODUÇÃO

O desenvolvimento deste artigo objetiva os encontros, jornadas

pedagógicas e grupos de estudo que vêem abordando a importância das instâncias

colegiadas na gestão democrática da escola pública, como meio de se efetivar as

políticas educacionais, em especial pela APMF (Associação de Pais, Mestres e

Funcionários) do Colégio Estadual Unidade Pólo – Ensino Fundamental e Médio, de

Ibiporã/PR, onde foi investigada a atual situação da APMF, como ocorre esta participação

no interior da escola e quais os meios possíveis de um maior envolvimento da

comunidade escolar na gestão da escola pública.

Percebeu-se assim, que se faz necessário que as instâncias colegiadas apresentem-se como espaços públicos e institucionais que permitam a articulação de soluções locais para os problemas do cotidiano escolar, a fim de superar as práticas monolíticas ou pretensamente harmoniosa de gestão escolar.

Tentou-se analisar a importância da participação da comunidade escolar

na gestão da escola pública, pois o respaldo para uma gestão democrática – entendida

como uma abertura para a comunidade – é assegurado, legalmente, na Carta

Constitucional de 1998, “Gestão democrática do ensino público, na forma da lei”, através

do Art. 206, Inciso VI. É garantido, também, na LDB, Lei 9.394/96, nos Artigos 14 e 15,

que destacam a autonomia institucional como importante forma de flexibilização da

estrutura administrativa e pedagógica. Os documentos oficiais atualmente apontam para a

necessidade de participação dos profissionais da educação e membros da comunidade

tanto na administração escolar como na elaboração do Projeto Político Pedagógico de

cada instituição.

Tal pesquisa fortaleceu a idéia da necessidade de organização e

fortalecimento da APMF do Colégio Estadual Unidade Pólo, buscando a participação de

todos os segmentos da escola, nas discussões necessárias para que ocorra,

efetivamente, a democratização da gestão e do acesso ao conhecimento, a transparência

nas decisões estabelecidas ou implantadas na escola tem que ser do conhecimento de

todos, a descentralização e não hierarquização e a participação da comunidade escolar

com envolvimento e compromisso nos processos decisivos da gestão da escola pública.

A atuação da APMF na efetivação das políticas educacionais da escola

pública, especificamente no Paraná, não pode ser mais de simples angariadoras de

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recursos e promotoras de eventos. É necessário ultrapassar em discussões com a

comunidade escolar, a visão neoliberal que subestima o papel do povo organizado. É

preciso que a APMF possa gerir seus próprios projetos e desenvolver novas ações nas

escolas, dentro de uma perspectiva de gestão participativa e democrática.

“Se queremos uma escola transformadora, precisamos transformar a

escola que temos aí”. (Paro, 2004, p.10) Não se pode pensar a escola com uma gestão

democrática como utopia. Precisa-se que a comunidade escolar tome consciência das

condições concretas e das contradições existentes, para que possa tornar viável um

projeto de democratização das relações no interior da escola. A utopia de uma escola

participativa está em romper com a idéia de que os problemas escolares podem ser

resolvidos nos estritos limites da escola.

A democratização dos sistemas de ensino e da escola implica aprendizado e vivência do exercício de participação e de tomadas de decisão. Trata-se de um processo a ser construído coletivamente, que considera a especificidade e a possibilidade histórica e cultural de cada sistema de ensino: municipal, distrital, estadual ou federal de cada escola. (Caderno do Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares, 2004, vol.5: 23)

Uma vez que todo projeto político pedagógico escolar deve ser

desenvolvido com a participação da comunidade escolar e por tratar-se de uma maneira

de organizar o funcionamento da escola quanto aos aspectos políticos, administrativos,

financeiros, tecnológicos, culturais, artísticos e pedagógicos, com a finalidade de dar

transparência às ações, possibilitando à comunidade escolar a aquisição de

conhecimentos, saberes e idéias que no desenvolvimento do processo educacional exista

dialogo e transformação desta escola, implica na busca da construção de uma nova

estrutura pública, com processos de participação e de gestão que envolva a toda a

comunidade interna e externa, tomando as decisões coletivamente, para construir

autonomia e fortalecer as ações da APMF, visando finalmente uma gestão democrática.

O objetivo deste trabalho visa de modo geral analisar como são

construídas as relações de integração família-escola-comunidade por meio da APMF.

Já de maneira específica, o projeto de intervenção pedagógica à

comunidade escolar, ressaltou a importância da participação da mesma na efetivação da

gestão democrática na escola pública, bem como possibilitou à comunidade escolar,

através de grupos de estudo, o entendimento da importância da atuação da APMF na

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gestão participativa e finalmente, neste artigo, pretende-se analisar com seus

representantes como pode ser a atuação e o envolvimento da comunidade escolar na

busca de melhorias da qualidade de ensino, visando uma escola pública, gratuita e de

qualidade.

Assim, pode-se visualizar este artigo como a oportunidade de

intervenção, organização e fortalecimento da APMF do Colégio Estadual Unidade Pólo,

buscando a participação de todos os segmentos da escola, nas discussões necessárias

para que ocorra, efetivamente, a democratização da gestão e do acesso ao

conhecimento, a transparência nas decisões estabelecidas ou implantadas na escola que

têm que ser do conhecimento de todos, a descentralização e não hierarquização e a

participação da comunidade escolar com envolvimento e compromisso nos processos

decisivos da gestão da escola pública.

1. Políticas Voltadas Para a Gestão da Escola

Já no final do séc. XIX visualiza-se decisivas transformações sociais,

políticas, econômicas, culturais e educacionais no Brasil, muito embora no período das

reformas pombalinas e no império, ocorreram tentativas de organização no sistema

público de Educação, somente neste período foram efetivas. Segundo Saviani (2004) sob

o ponto de vista da escola pública, a atividades das políticas educacionais no Brasil,

iniciou-se a partir de 1890, com o surgimento dos grupos escolares em São Paulo,

portanto com a proclamação da república, “o Estado assume a função de urbanizar,

higienizar e educar o povo”. Iniciou-se a tentativa de se construir um país organizado,

progressista e civilizado, firmando a “idéia de que educar era mais importante que

instruir”.

De acordo com documentos elaborados pelo MEC a partir de 1995, criou-

se uma concepção de educação e de conhecimento responsáveis pelo aumento da

produtividade, redução da pobreza e inserção do país na "sociedade globalizada",

retomando a Teoria do Capital Humano, proposta por Schultz nas décadas de 50 e 60,

onde os investimentos feitos em capital humano poderiam contribuir para a redução da

pobreza e, deste modo, colocar o país em novos patamares de desenvolvimento.

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(LEHER, 1998).

A perspectiva de educação formadora de pessoas com disponibilidade

para aprender e contribuir para o desenvolvimento social está presente nos Parâmetros

Curriculares Nacionais:

(...) a sociedade brasileira demanda uma educação de qualidade, que garanta as aprendizagens essenciais para a formação de cidadãos autônomos, críticos e participativos, capazes de atuar com competência, dignidade e responsabilidade na sociedade em que vivem e na qual esperam ver atendidas suas necessidades individuais, sociais, políticas e econômicas. (Brasil, MEC, 1997: 19)

A valorização da educação começa a ganhar materialidade, a partir da

Conferência de Educação para Todos, realizada em 1990, em Jomtien na Tailândia, onde

decorreu-se a elaboração do Plano Decenal de Educação para Todos, do qual o Brasil é

um dos países signatários, e a elaboração de planos nacionais responsáveis pela

universalização e valorização da educação básica.

Os documentos do MEC analisados até o presente, mesmo não

correspondendo especificamente à gestão escolar, abordam a necessidade de revisão

acerca da forma de organização e administração dos sistemas e unidades escolares, a

fim de que a escola possa obter melhor produtividade e satisfação dos objetivos

pretendidos.

Os elementos ideológicos e mercadológicos incentivados pelo MEC para

superar a crise de eficiência da escola, consistem em uma gestão adjetivada como

"democrática". Conforme o Plano Nacional de Educação:

(...) no exercício de sua autonomia, cada sistema de ensino há de implantar gestão democrática. Em nível de gestão de sistema na forma de Conselhos de Educação que reúnam competência técnica e representatividade dos diversos setores educacionais; em nível das unidades escolares, por meio da formação de conselhos escolares de que participe a comunidade educacional e formas de escolha da direção escolar que associem a garantia da competência ao compromisso com a proposta pedagógica emanada dos conselhos escolares e a representatividade e liderança dos gestores escolares. (Brasil, MEC, 1998: 157)

Reforçando a "gestão democrática", consta dentre os objetivos do Plano

Nacional:

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(...) democratização da gestão do ensino público, nos estabelecimentos oficiais, obedecendo aos princípios da participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. (Brasil, MEC, 1998: 157)

É nítido no documento introdutório dos PCNs, o interesse em consolidar

uma perspectiva de gestão democrática, eficiente e moderna, a fim de possibilitar a

implementação do novo perfil curricular definido para a escola básica, especificamente

para o ensino fundamental. A gestão escolar seria vista, como instrumento de efetivação

dos PCNs e também valorizada a partir de sua função educativa (Brasil, MEC, 1998: 21).

Desse modo:

(...) é essencial a vinculação da escola com as questões sociais e com os valores democráticos, não só do ponto de vista da seleção e tratamento dos conteúdos, como também da própria organização escolar. As normas de funcionamento e os valores, implícitos e explícitos, que regem a atuação das pessoas na escola são determinantes da qualidade do ensino, interferindo de maneira significativa sobre a formação dos alunos."(Brasil, MEC, 1997: 19)

Essa afirmação deve ser entendida dentro das tendências

"modernizadoras" de gestão que se colocam em nível mundial, que de modo geral

propõem uma maior produção com menores gastos, a descentralização enquanto gestão

em nível local, o envolvimento da comunidade e a busca permanente de inovações.

É evidente a necessidade de rever a perspectiva de gestão escolar

presente na gestão dos sistemas e unidades escolares a fim de promover a expansão

eficiente do sistema escolar, combater os baixos índices de permanência na escola e

acompanhar as demandas sociais por "novas competências". De acordo com um

documento do MEC que apresenta os resultados obtidos através de suas políticas, é

preciso reformar a gestão escolar para "garantir suporte para uma vertiginosa expansão,

sustentada na qualidade da oferta". (BRASIL, MEC, 1999)

O Ministério da Educação (MEC), por intermédio da Secretaria de

Educação Infantil e Fundamental (SEIF), pretende qualificar a educação básica como

direito social. Por essa razão, ao desenvolver suas ações, toma como referência três

principais diretrizes:

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a) Democratização do acesso e garantia da permanência de crianças e

jovens nas escolas brasileiras;

b) Democratização da gestão;

c) Construção da qualidade social da educação.

Em relação à democratização do acesso e garantia de permanência de

crianças e jovens nas escolas, as ações da SEIF estão voltadas a:

a) Ampliar o atendimento em todos os níveis da educação básica,

estabelecendo ações articuladas e dinâmicas com estados,

municípios, sociedade civil organizada e demais setores sociais;

b) Vincular o acesso e a permanência não somente à ampliação da rede

física, mas também à consolidação de alternativas de sustentabilidade:

políticas de transporte, de material escolar e de merenda; programas

de renda mínima; outras ações destinadas à geração de emprego e

renda;

c) Criar condições para a ampliação do ensino fundamental para nove

anos, garantindo o ingresso de crianças de seis anos no ensino

fundamental.

Em relação à democratização da gestão, as ações da Secretaria têm o

propósito de:

a) Estimular os sistemas de ensino ao entendimento da participação

como um mecanismo gestor da qualidade social da educação,

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incentivando-os à criação de canais coletivos de formulação, de

gestão e de fiscalização das políticas educacionais;

b) Subsidiar os sistemas de ensino com instrumentos que promovam o

fortalecimento da gestão democrática, capacitando dirigentes,

gestores, conselheiros e trabalhadores em educação;

c) Incentivar a organização da sociedade civil em relação à garantia do

efetivo direito à educação e à consolidação de mecanismos de gestão

democrática nas instituições escolares de todo o país.

Já em relação à qualidade social da educação, as ações da Secretaria

envolvem a criação de canais institucionais capazes de:

a) Conduzir os sistemas de ensino à reflexão sobre o papel social da

escola na construção e apropriação coletiva do conhecimento, bem

como a práticas voltadas à democratização do saber;

b) Orientar esse sistema no sentido de garantir aos profissionais da

educação formação inicial e continuada, plano de carreira, salários e

condições de trabalho digno;

c) Promover, junto a esses mesmos sistemas, uma reflexão sobre a

necessidade dos currículos escolares contemplarem os "conteúdos do

social": questões relativas à terra, à sustentabilidade ambiental, à

empregabilidade e à qualidade de vida.

No sentido do mencionado, a SEIF vem materializando intenções políticas

em atitudes concretas, a exemplo da elaboração de um novo desenho do Plano Plurianual

(PPA) que, já traduzindo a ótica da inclusão e da qualidade social da educação, assegura,

por meio de programas e recursos orçamentários específicos, o fortalecimento dos

diferentes níveis da educação básica.

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Vale ainda ressaltar que, a princípio, a Secretaria está concentrando

esforços, em três principais eixos de atuação:

a) Formação inicial e continuada dos profissionais da educação

b) Ampliação do ensino fundamental para nove anos;

c) Redefinição do financiamento da educação básica.

2. O Papel das Instâncias Colegiadas

Instâncias colegiadas são as formas de representação dos segmentos da

escola: discentes, docentes, pais e comunidade, são espaços conquistados pela própria

comunidade, e através deles a gestão democrática ganha força e auxilia na

transformação da realidade escolar, obviamente condicionados aos relacionamentos

estabelecidos entre eles a direção da escola.

Segundo Veiga (1998: p.113):

Podemos considerar que a escola é uma instituição na medida em que a concebemos como a organização das relações sociais entre os indivíduos dos diferentes segmentos, ou então como o conjunto de normas e orientações que regem essa organização. (...) Por isso torna-se relevante as discussões sobre a estrutura organizacional da escola, geralmente composta por conselho Escolar e pelos conselhos de Classe que condicionam tanto sua configuração interna, como o estilo de interações que estabelece com a comunidade.

Abranches (2003: 14), confirma que para a efetivação do processo

democrático, as instancias colegiadas são extremamente necessárias:

Os órgãos colegiados têm possibilitado a implementação de novas formas de gestão por meio de um modelo de administração coletiva, em que todos participam dos processos decisórios e do acompanhamento, execução e avaliação das ações nas unidades escolares, envolvendo as questões administrativas, financeiras e

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pedagógicas.

Tendo em vista que cada colegiado tem participação especifica nos

documentos que o regularizam, será abordado de maneira sintética, as principais

características de cada colegiado, com ênfase na APMF.

2.1 Conselho Escolar

Órgão colegiado, que representa a Comunidade Escolar, de natureza

deliberativa, consultiva, avaliativa e fiscalizadora, fornece parecer do trabalho de

organização e realização do trabalho pedagógico e administrativo da instituição de ensino,

em conformidade com as políticas e diretrizes educacionais da SEED, observando a

Constituição, a LDB, o ECA, o Projeto Político-pedagógico e o Regimento Escola/Colégio,

para o cumprimento da função social e específica da escola.

2.2 Conselho de Classe

Colegiado de natureza consultiva e deliberativa em assuntos didático–

pedagógicos cujos objetivos são: avaliar a apropriação pelos alunos dos conteúdos

curriculares estabelecidos no Projeto Político Pedagógico da Escola, reflexão da relação

professor/aluno e analise da prática pedagógica, com busca de alternativas que garantam

a efetivação do processo ensino aprendizagem.

2.3 Grêmio Estudantil

Órgão de representação do corpo discente da escola, que representa sua

vontade coletiva e promove a ampliação da democracia, desenvolvendo a consciência

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crítica. Não possui fins lucrativos, pois objetiva apenas representar os estudantes,

defender seus direitos, estreitar a comunicação dos alunos entre si e com a comunidade

escolar, promovendo atividades educacionais, culturais, cívicas desportivas e sociais,

realizar intercâmbio de caráter cultural e educacional com outras instituições. Local

apropriado e privilegiado para empreender a educação democrática e desenvolver a ética

e a cidadania na prática.

2.4 APMF – Associação de Pais, Mestres e Funcionários

Órgão de representação dos pais, mestres e funcionários da instituição de

ensino, sem caráter político, partidário, religioso, racial e nem fins lucrativos, pessoa

jurídica de direitos privado, onde os dirigentes e conselheiros cumprem suas delegações

sem qualquer remuneração e por prazo indeterminado. (Estatuto da APMF, 2003: Art. 2º)

Com regulamentação definida e estruturada em 1978, substituiu a antiga

Caixa Escolar que foi criada em 1956, com a finalidade de arrecadação de fundos para a

assistência escolar. Possibilita a aproximação da comunidade com o projeto político-

pedagógico da escola, principalmente no suporte aos programas culturais esportivos e de

pesquisa. Auxilia na discussão sobre ações de assistência ao educando, aprimorar o

ensino e proporcionar a integração família-escola-comunidade.

Como atribuição deve acompanhar o desenvolvimento da proposta

pedagógica, sugerindo alterações necessárias ao conselho escolar, que podem ou não

serem acatadas

Atualmente, a APMF tem funções mais amplas, pois além de “gerenciar” o

financeiro da escola, e acompanhar o desenvolvimento das Propostas Pedagógicas

estimula a criação e o desenvolvimento de atividades para pais, alunos professores,

funcionários, assim como para a comunidade, após análise do Conselho escolar, mobiliza

a comunidade escolar, com a finalidade de expressar expectativas e necessidades.

(Estatuto da APMF, 2003).

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Art. 4º: I – § - A APMF é um órgão jurídico e deve manter atualizado os documentos da legislação vigente: CNPJ, Raís, certidão negativa de débitos de INSS, cadastro no tribunal de contas, (...)

Aparentemente, apesar de todo empenho, esta participação ainda parece

tímida no Colégio Estadual Unidade Pólo. Veiga (1998) explica que normalmente a

comunidade não esta preparada pedagógico ou estruturalmente para uma participação

mais efetiva. Obviamente, existem outros motivos, segundo Galina (2007: 41)

(...) desconhecimento do poder de atuação, falta de apoio por parte dos dirigentes escolares, falta de hábito e experiência de participação, nível de escolaridade da população, indisponibilidade de tempo, entre outros.

A forma como a escola trata os pais, ora chamando-os apenas para

festas, ora convocando mães para trabalhos domésticos, é duramente criticada por Veiga

(1998). Afirma ainda que tal comportamento só teria aproveitamento se utilizados na

criação e exercício da cidadania, e não apenas como obrigação ou prestação de serviços

gratuitos.

Observa-se claramente em reuniões, a pouca participação da

comunidade em opinar sobre organização escolar, processo pedagógico e outros

assuntos que não sejam sobre a vida escolar dos filhos. Em resumo, se este vai bem,

ótimo, sem questionamento, caso contrário a responsabilidade é exclusivamente da

escola.

Tais fatos mostram claramente, que mesmo em situações simples do

cotidiano não existe participação consciente, e esta vai muito além do que freqüência em

reuniões, onde não ocorrem discussões verdadeiras dos problemas escolares, e não se

buscam soluções para eles.

Para que isso ocorra, se faz necessário criar condições, dar espaço e

abertura para que a comunidade interna e comunidade externa, por meio dos colegiados,

opinar, reivindicar e perceber a importância da participação. Gadotti (apud Veiga 1990:

167) afirma que uma escola pública deve “ter a qualidade da escola controlada pela

comunidade, cujas decisões a ela caibam, e não sejam entregues aos devaneios e ao

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lirismo tecnológico dos planejadores”.

Segundo Paro (2005:9) essa escola, com participação e controle da

comunidade, talvez seja utópica: “toda vez que se propõe uma gestão democrática da

escola de 1º e 2º graus que tenha efetiva participação de pais, educadores, alunos e

funcionários da escola, isso acaba sendo considerado um coisa utópica, porém deve-se

lutar para que isso seja conquistado pelo desejo, luta incessante, empreendimento de

ações concretas e conjuntas com participação qualitativa.

Segundo Abranches (2003: 24), a participação qualitativa ocorre:

(...) à medida que se estabelece uma constância na prática de participar dos atos corriqueiros dos indivíduos e em seus grupos sociais. Pois é no dia-a-dia que o sujeito se depara com escolhas em que atua e cria sua própria história. È o cotidiano, reflexo da sociedade, o lugar no qual se exercitam a crítica e a transformação do próprio meio, do diário e do próprio processo histórico. A participação permite a co-responsabilização na formação de um projeto político e sela a demanda e o compromisso da sociedade civil diante da proposição de políticas públicas e rumo à constituição de um sujeito coletivo e um projeto efetivamente político para a sociedade.

A participação da APMF é muitas vezes polêmica e mal interpretada, pois

uma visão equivocada de que é apenas uma maneira de o Estado se abster da

responsabilidade de suas tarefas, pela conclusão de que por ser pública deveria ser

mantida pelo Estado. Cegalla (2005: 708), esclarece que o significado do termo “público”

é “pertencente ou relativo à coletividade, que é de uso de todos, comum”, compreende-se

que todos tem de zelar pela escola pública.

O trabalho e a participação da APMF são elementos importantíssimos da

gestão escolar, embora, polêmicos por não existir uma conscientização da comunidade.

Através desta discussão sobre a importância da participação da

comunidade na escola, a gestão democrática propõe a descentralização da educação

dando às escolas autonomia para se organizarem levando sempre a conta à realidade em

que a unidade escolar se encontra inserida.

Desta forma percebe-se que se faz necessário que as instâncias

colegiadas apresentem-se como espaços públicos e institucionais que permitam a

articulação de soluções locais para os problemas do cotidiano escolar, a fim de superar as

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práticas monolíticas ou pretensamente harmoniosa de gestão escolar.

Existe grande preocupação com a qualidade do ensino, conforme visão

da educação enquanto formadora de cidadãos, que precisa-se levar em conta estrutura

didática, administrativa, uma vez que, na LDB há um vasto conjunto de determinações

que dizem respeito à gestão da educação e à democratização do ensino público:

Art.3º – O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:(...)VIII – gestão democrática do ensino público na forma desta lei e da legislação dos sistemas de ensino;(...)Art. 14 – Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.(...)Art. 15 – Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público.

Assim, conhecer e dominar as atribuições dos representantes da

comunidade escolar na atuação da APMF, de acordo com a lei vigente, já que a gestão é

participativa e democrática, com o intuito de se alcançar esta gestão na escola pública,

deve-se romper com a idéia de que os problemas escolares podem ser resolvidos nos

estritos limites da escola e é extremamente necessário o envolvimento da comunidade

escolar.

Compreender a atuação dos representantes da APMF faz-se necessário o

estudo de seu Estatuto, visto sua regulamentação no Regimento Escolar, e discutir sobre

as ações de aprimoramento do ensino e a integração família – escola – comunidade.

È na escola que ocorre a ação pedagógica, e assim constituindo-se como

elemento-chave na institucionalização do poder, junto a outros. Assim Althusser (1996)

compreende que a escola é um dos aparelhos ideológicos do Estado, e é fundamental

para a democratização da educação, inclusive como auxiliar na luta dos indivíduos por

melhores condições de vida.

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A organização das APMF, em parte constituídas pelos pais dos alunos,

mesmo ainda vinculados parcialmente a disciplina escolar, procura intervir em sua

cotidianidade, sempre em busca da identificação da contradição entre o existe e o

pretendido, no intuito de transformar conceitos e fazer com que os alunos de indivíduos

dóceis e úteis, passassem a ser cidadãos comprometidos e conscientes, e para tal se faz

necessário mudar a escola de simples instituição de ensino para um meio reeduca dor,

não somente de crianças e jovens, mas de adultos, pais, educadores e administradores,

para garantir em futuro próximo, potencial político de forte intensidade libertadora e não

alienadora.

A organização e dinâmica das APMFs, ainda são limitadas, e não

conseguem atingir através de suas ações no espaço escolar, nas posturas administrativas

na administração pedagógica, seu objetivo principal que é potencializar a participação

democrática.

As APMFs têm conseguido ótimos resultados na ratificação da

organização dos quadros, programas, métodos e táticas apresentadas pela escola

enquanto educadora/domesticadora dos indivíduos, com ações que encontram-se em

sintonia apenas com os detentores do poder, oprimindo os trabalhadores que a freqüenta.

3. Gestão Democrática

Deve-se definir Gestão Democrática, como prática político-pedagógica e

administrativa, onde através da articulação entre os diversos segmentos da unidade

escola, o gestor modifica as relações de poder, transformando-as em ações colegiadas,

transparentes e autônomas.

Porém, hoje quando se pensa em gestão nota-se que seu significado vai

além de “ação ou efeito de gerir; gerência; administração” (Luft, 2000: 532). Segundo

Cury (apud Borges, 2007: 117):

Sendo a transmissão do conhecimento (ação da escola) um serviço público, o princípio associa-se à democracia. (...) lembrando que gestão é um termo latino

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que vem de gestio, que por sua vez vem de gerere - trazer em si, produzir. Fica claro que gestão não é só o ato de administrar um bem fora de si (alheio), mas é algo que traz em si, porque nele está contido. E o conteúdo deste bem é a própria capacidade de participação, sinal maior da democracia. Só que aqui é a gestão de um serviço público, o que (re) duplica o seu caráter público (re/pública).

A democracia, termo que, embora muito utilizado, é pouco compreendido

na realidade, acaba sendo necessário de forma gritante com a participação na gestão, e

sua discussão sob a visão da comunidade, implica em conscientização da cidadania, pois

o principal protagonista no processo democrático é ninguém mais que o cidadão, mas o

cidadão consciente de suas responsabilidades como um todo.

Segundo Dalmo Dallari (1998, p.14):

A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do próprio grupo social.

Uma vez que o sistema capitalista é excludente, dentre tantas coisas que

faltam, faltam também direitos básicos e condições mínimas para a população exercer

sua cidadania e mesmo com os pequenos avanços suprindo as necessidades do povo,

porém continua reproduzindo desigualdades, constituindo-se em um obstáculo para o

binômio democracia/cidadania.

Somente os livros não ensinam o real significado de cidadania e

democracia, se faz necessária a convivência, na vida social e pública, através dos

relacionamentos que estabelecemos uns com os outros, que exercitamos nossa

cidadania. Assim, a escola é um espaço de construção de relacionamentos e de

convivência entre indivíduos de diferentes grupos. Saviani (1999: 54) ressalta que:

A relação entre educação e democracia se caracteriza pela dependência e influência recíprocas. A democracia depende da educação para seu fortalecimento e consolidação e a educação depende da democracia para seu pleno desenvolvimento, pois a educação não é outra coisa senão uma relação entre pessoas livres em graus diferentes de maturação humana.

Após analise do conceito de democracia e cidadania e contextualizando

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com a realidade vivenciada na escola hoje, constata-se que sua efetividade ainda é uma

idéia utópica em nossa sociedade. Surgem questões contraditórias, que geram angustia

principalmente entre os docentes das escolas públicas, misto de impotência e insatisfação

em face das dificuldades encontradas para a escola e educação desempenharem seu

verdadeiro papel, proporcionar uma educação emancipadora, tornando individuo

autônomo, critico, transformador da sociedade.

Portanto a escola precisa repensar seus métodos didático-pedagógicos,

visto que nem sempre conseguem atingir os objetivos quanto à formação da criticidade e

da autonomia por parte dos educandos, rever as práticas administrativas, as relações de

poder e as atitudes individuais que têm dificultado o processo democrático.

Atualmente constata-se maior distribuição de tarefas em nível interno das

escolas, porém nem sempre de maneira democrática. Geralmente o diretor ainda é

considerado autoridade máxima e o único com autonomia para decidir, mas

paralelamente sua autonomia esbarra no cumprimento de leis superiores, o que o torna

“um mero preposto do estado”, (PARO, 2005). Tal fato mostra que essa pseudo-

autonomia do diretor é também uma pseudo-autonomia da própria escola, privando a

comunidade usuária de uma das instâncias pelo qual poderia se apropriar do saber e da

consciência crítica.

Enfim, a escola tem sido um espaço de muitas contradições, existe o

discurso democrático e de inserção da comunidade no processo decisório, mas ainda não

se criaram condições para essa prática.

Desde 1990, a escola adotou a gestão democrática e passou a estimular

a formação das instâncias colegiadas com a participação da comunidade, muito embora

não tenham dadas as condições ideais para o exercício e a participação propriamente

dita, caindo no mesmo impasse, a escola deixa de cumprir sua função de formar um

cidadão consciente e oferecer-lhe instrumentos para transformar as relações sociais e o

meio em que vive, e este objetivo poderia ser conquistado com a implantação da gestão

democrática.

Com a Constituição de 1988, a gestão democrática da educação foi

legitimada, assim como pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, em

seu artigo 14:

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Art. 14 – Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do ensino público na Educação Básica, de acordo com suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:I. Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto político-pedagógico da escola;II. Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares e equivalentes.

Este artigo confere aos sistemas de ensino autonomia para promover a

gestão democrática, ao mesmo tempo em que se enfatiza o princípio da participação,

tanto dos profissionais da educação na definição dos processos pedagógicos, como da

comunidade nos conselhos, deixando bem claro que sem a concretização desses

princípios, não há possibilidade de exercício da democracia.

Após muitas reivindicações em prol de direitos, feitas pela própria

sociedade, através de organização de diferentes categorias, a legitimação deste

autonomia se tornou concreta. Um desses movimentos, foi o ocorrido na década de 80,

pelos docentes, quando funcionários assalariados expressavam um sentimento novo: sua

percepção como sujeitos de direitos em face de um poder que não os reconhecia como

sujeitos de equivalência. Esse movimento teria expressado um desafio para os sistemas

públicos de educação, já que criou condições favoráveis ao debate produtivo com

diferentes setores envolvidos. (OLIVEIRA, 1997)

Segundo Abranches (2003: 47), essa discussão não é recente:

(...) experiências de democratização da escola são encontradas em projetos educacionais da Escola Nova, na década de 1920. A discussão na Escola Nova tinha uma proposta educativa explícita de desenvolver na criança os sentimentos comunitários que garantiriam a vida democrática, além de permitir a colaboração da família na obra da escola, mesmo que essa participação representasse um caráter assistencialista da escola junto à comunidade.

Apesar disso, a gestão democrática só conheceu realmente seu apogeu

no Brasil na década de 80, quando no Congresso Mineiro de Educação, surgiu à proposta

de implantação dos conselhos escolares com objetivo de combater os resquícios ainda

existentes de autoritarismo e por acreditar que a participação da comunidade resultaria

em melhoria para a qualidade do ensino.

A gestão democrática, expressão da conquista desses movimentos

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populares, é tema presente em todas as escalas administrativas e principio de

reivindicação em diversos setores sociais, muito embora existam contradições entre o que

se estabelece como ideal e o que se aplica com a denominação de “democracia”,

defendem a participação e transparência como fatores essenciais da gestão democrática,

pois todos os envolvidos no processo educacional devem participar da gestão, assim

como todas as ações e decisões tomadas devem ser de conhecimento de todos.

Para se construir uma escola cidadã, autônoma e participativa, o projeto

político-pedagógico deve ser construído coletivamente, onde a gestão democrática é

responsável pela administração, elaboração e acompanhamento do projeto de educação,

que deve ser fundamentado em um paradigma de homem e de sociedade.

A gestão é entendida como um “fazer coletivo que leva em consideração

a sociedade em que vivemos e suas constantes mudanças, às quais irão influenciar a

qualidade e a finalidade da educação”. (Projeto Político-pedagógico, 2007).

E como valor e princípio da gestão democrática elege-se ainda o aluno

como sujeito do processo, o Conselho escolar como eixo do poder, a coerência entre o

discurso e a prática e o compromisso com a defesa dos direitos humanos.

Tal projeto elenca alguns elementos essenciais à prática da gestão

democrática:

a) Autonomia: resgate do papel e lugar da escola como eixo do

processo educativo autônomo, não como mera reprodutora de ordens

e decisões elaboradas fora de seu contexto.

b) Participação: condição para a gestão democrática. Todos contribuem,

com iguais oportunidades, para algo que pertence a todos: a escola

pública, e não diz respeito apenas à comunidade interna, mas também

à externa.

c) Clima organizacional: determina a vontade dos membros de participar

ou alienar-se do processo educativo, depende das relações

estabelecidas no interior das escolas, e para que exista é fundamental

a clareza dos objetivos das ações, que as pessoas sejam situadas

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como sujeitos cidadãos capazes de se comprometer e participar com

autonomia.

Deve-se ficar claro que a participação nos colegiados, como uma nova

forma de gestão não tira do diretor sua autoridade e responsabilidade pela escola, pois

através dos colegiados, poderá contar com o apoio de outras pessoas envolvidas no

processo educacional para conseguir implementar os projetos de melhoria na escola e no

ensino, transformando-o em um gestor preocupado com a formação do cidadão

consciente, participativo. Deixará de exercer uma ação individual e passará a considerar o

coletivo.

A gestão democrática abre espaço para que os colegiados participem nas

decisões e na gestão da escola, não acontece de maneira simples e plenamente

satisfatória, devido aos obstáculos que ainda se contrapõem à participação coletiva

exigida na democracia. Paro (2005: 19) afirma que “uma sociedade autoritária, com

tradição autoritária, com organização autoritária e, não por acaso, articulados com

interesses autoritários de uma minoria, orienta-se na direção oposta à democracia”.

Segundo Cicesk e Romão (2004: 91), outros fatores dificultam a

participação da comunidade, um deles é a falta de programas sérios, consistentes e

permanentes, que possibilitem a capacitação dos segmentos escolares, um dos

pressupostos para a gestão democrática, já que a participação exige aprendizado,

especialmente na nossa sociedade, que historicamente tem estado à margem dos

processos decisórios.

Muito embora existam os colegiados instituídos, regulamentação, espaço

dentro das escolas, discurso em prol da democracia e exercício da cidadania, as

limitações existem, pois segundo constatou-se no Colégio Estadual Unidade Pólo, em

Ibiporã que a realidade mostra a dificuldade dos pais, trabalhadores em diversas áreas

em participarem de reuniões, ou não terem conhecimento para opinar e decidir, ou

alegações conformistas de que está bom. Então o problema vai além, pois é necessário

criar condições concretas para que essa participação ocorra de fato, para que a classe

trabalhadora tenha condições de se apropriar da escola e que a escola, por sua vez, se

esforce para democratizar o saber sem que isso lhe seja imposto, para que todos tenham

condições de intervir com segurança e autonomia.

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Paro (2005) propõe a adoção de uma atitude ousada que contribuiria para

tornar efetiva a participação dos pais: criar um dispositivo constitucional de isenção de

horas de trabalho nas empresas nos dias em que os pais precisarem comparecer à

escola para participar de reuniões ou tratar de assuntos relacionados à escolarização do

filho, de forma que essa participação não lhes traga prejuízo nos vencimentos, destaca

que assim é que se pensa a utopia da participação coletiva; essas seriam as condições

concretas de participação das camadas trabalhadoras nos destinos da educação escolar.

Se queremos uma escola transformadora, temos que transformar a escola que temos aí. E a transformação dessa escola passa necessariamente por sua apropriação por parte das camadas trabalhadoras. É nesse sentido que precisam ser transformados o sistema de autoridade e a distribuição do próprio trabalho no interior da escola. (PARO, 2005: 10)

Ciceski e Romão (2004) defendem as condições que consideram

necessárias para a participação, e a politização do cidadão seria uma forma de torná-lo

capaz de atuar no contexto atual de redefinição dos espaços escolares. Para isso, é

necessário adotar uma prática contínua de reflexão e ação. Esse processo é definido

como:

(...) construção cotidiana e permanente de sujeitos sócio-políticos capazes de atuar de acordo com as necessidades desse novo que - fazer pedagógico - político, redefinição de tempos e espaços escolares que sejam adequados à participação, condições legais de encaminhar e colocar em prática propostas inovadoras, respeito aos direitos elementares dos profissionais da área de ensino. É necessário ainda que conheçamos as experiências, já vividas, tomemos conhecimento de seus limites e avanços e, num processo contínuo de prática e reflexão, superemos suas falhas, aperfeiçoando seus aspectos positivos e criando novas propostas para os problemas que persistem. (CICESKI e ROMÃO, 2004: 66).

Os espaços de participação, como os colegiados, associações e

agremiações, consagram-se como grandes conquistas nas escolas. No entanto, quando

não se oferecem condições concretas para essa participação, nega-se o exercício da

cidadania tão propagada pela própria escola.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Muito embora o Estado não tenha se abstido totalmente das atividades de

capacitação dos colegiados, as ações devem ser mais constantes, em especial quanto ao

acompanhamento dos resultados e à elaboração de políticas públicas destinadas à

organização escolar democrática.

A essa exigência de transformação de relações e práticas sociais,

pedagógicas e administrativas, a escola tem se tentado se adequar de maneira a adotar

uma forma de gestão que amplie os espaços de participação e de diálogo com os

diversos segmentos que compõem a comunidade escolar. Essa mudança de

comportamento na administração escolar já é perceptível, ainda que distante do ideal.

Percebe-se um esforço por parte dos diretores escolares tornarem visível o caráter

democrático de sua gestão, porém, muitas vezes, o que ocorre é um conservadorismo

disfarçado, mesmo de forma inconsciente, pois o conceito de democracia não é unânime,

mas está em construção.

O ato de convocar a comunidade para repassar decisões que já foram

previamente tomadas pela escola ou de reunir professores para divulgar ações

pedagógicas que já foram articuladas pela equipe pedagógica não expressa exatamente a

opção por uma gestão de caráter democrático, embora atitudes como essas sejam

comuns em muitas escolas que se dizem democráticas.

As instâncias colegiadas tentam lentamente participar das decisões da

escola, mas ainda com muita insegurança, até mesmo por falta de conhecimento do seu

papel na esfera da administração escolar, ou como alguns pais alegam, falta de tempo ou

conhecimento do assunto.

Constatou-se com os membros da APMF da escola em Ibiporã, que

apesar de não haver conhecimento mais profundo de seus Estatutos, consideram boa sua

participação no colegiado.

Constatou-se também que a Direção da escola sempre quem marcava as

reuniões, demonstrando falta de mobilização, autonomia e iniciativa dos colegiados,

caracterizando a falta de conhecimento de seu poder e de seu campo de atuação, mas

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apesar das dificuldades apontadas, deve-se reconhecer que houve também um avanço

qualitativo na atuação da APMF.

Concluí-se que os espaços de participação representados pelo Conselho

de Classe, Conselho Escolar, em especial da APMF são importantíssimas para a gestão

escolar democrática, e como democracia é sinônimo de diálogo, envolvimento e

participação, os colegiados devem ser cada vez mais valorizados, incentivados e

priorizados no interior das escolas.

Sabe-se que ainda há um longo caminho a percorrer para a efetiva

democratização das relações e dos espaços escolares, porém é necessário também

entender que o caminho está sendo trilhado e as pequenas conquistas começam dar

resultados. Mas é preciso combater as causas que impedem sua participação, realizando

um trabalho de politização e conscientização que envolva a comunidade no processo de

reflexão e ação. O trabalho é árduo, mas só por meio da conscientização, compreensão

da representatividade e compromisso responsável de toda a comunidade com o bem

comum é que a almejada gestão democrática será conquistada.

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[1] Docente da Rede Estadual do Paraná, participante do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) 2008.

[2] Docente do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina (UEL) – Área de Política e Gestão da Educação, Orientadora do Trabalho.