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FACULDADE PITÁGORAS SÃO LUIS 2018 ANA PATRICIA BARROS FELIX O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS

O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA DISPENSAÇÃO DE …

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Page 1: O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA DISPENSAÇÃO DE …

FACULDADE PITÁGORAS

SÃO LUIS 2018

ANA PATRICIA BARROS FELIX

O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS

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ANA PATRICIA BARROS FELIX

O PAPEL DO FARMACÊTICO NA DISPENÇÃO DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Pitágoras, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Farmácia.

Orientador: Andressa Matsumoto.

SÃO LUIS 2018

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ANA PATRICIA BARROS FELIX

O PAPEL DO FARMACÊTICO NA DISPENÇÃO DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Pitágoras, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Farmácia.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

___________________________________

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

___________________________________

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

São Luís, dia de mês de 2018.

Page 4: O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA DISPENSAÇÃO DE …

Dedico este trabalho a minha mãe Maria Barros Felix.

Page 5: O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA DISPENSAÇÃO DE …

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que me deu o dom da vida e me abençoa

todos os dias com o seu amor infinito.

Sou grata a minha mãe Maria Barros Felix, que me proporcionou a melhor

educação e luta para que eu tivesse concluído mais essa etapa da minha vida.

Agradeço a minha irmã Maria Antônio Barros Felix que esteve sempre presente

comigo nessa jornada, aos meus avós, tias, tios e primos que entenderam a minha

ausência, e acompanharam a minha dedicação e torceram por mim.

Sou grata ao meu namorado Lucas Costa da Silva, que me apoiou em todos os

momentos, soube compreender quando eu não podia estar presente e me deu forças

para vencer mais essa etapa da minha vida.

Agradeço a todos os professores por me proporcionar o conhecimento não

apenas racional, mas a manifestação de caráter e afetividade da educação no

processo de formação profissional, dedico a todos os professores meus eternos

agradecimentos!

Page 6: O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA DISPENSAÇÃO DE …

FELIX, Ana Patricia Barros. O papel do farmacêutico na dispensação de medicamentos homeopáticos. 2018. 33f. Trabalho de Conclusão de Curso

(Graduação em Farmácia) — Faculdade Pitágoras, São Luís, 2018.

RESUMO

Apresenta-se o trabalho de conclusão de curso que objetiva compreender o papel do farmacêutico na dispensação de medicamentos homeopáticos. Busca-se entender como funciona a terapia homeopática, bem como, identificar as ações dos farmacêuticos homeopáticos na dispensação dos medicamentos. E por último, discutir a importância do acompanhamento profissional farmacêutico no tratamento homeopático. Como metodologia utilizou-se a pesquisa bibliográfica levantados nas bases de dados LILACS, MEDLINE e SciELO que nos possibilitaram o aprofundamento de temáticas. A origem da terapia homeopática no seu âmbito mundial e brasileiro se configurou como a primeira sessão do estudo. Posteriormente, a segunda sessão identificou as ações dos farmacêuticos homeopáticos na dispensação dos medicamentos, na medida em que, se torna relevante identificar as ações responsáveis pelos farmacêuticos homeopáticas na sua prática profissional. O estudo sobre este objeto vem traçar como importante para a sociedade tomarem conhecimento sobre os tratamentos homeopáticos e da necessidade de acompanhamento de um farmacêutico na dispensação de medicamentos que remetem a cura de determinada enfermidade.

Palavras-chave: Homeopatia. Dispensação Homeopática. Farmacêutico.

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FELIX, Ana Patricia Barros. The role of the pharmacist in the dispensation of homeopathic medicines. 2018. 33f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia) — Faculdade Pitágoras, São Luís, 2018.

ABSTRACT

We present the work of conclusion of course that aims to understand the role of the pharmacist in the dispensation of homeopathic medicines. It seeks to understand how homeopathic therapy works, as well as to identify the actions of homeopathic pharmacists in the dispensation of medications. And finally, discuss the importance of professional pharmaceutical monitoring in homeopathic treatment. As a methodology, the bibliographic research was carried out in the LILACS, MEDLINE and SciELO databases, which enabled us to deepen the themes. The origin of homeopathic therapy in its worldwide and Brazilian scope was configured as the first session of the study. Subsequently, the second session identified the actions of homeopathic pharmacists in the dispensation of medicines, insofar as it becomes relevant to identify the actions responsible for homeopathic pharmacists in their professional practice. The study on this object traces how it is important for society to learn about homeopathic treatments and the need for follow-up of a pharmacist in the dispensation of medicines that refer to the cure of a particular disease.

Keywords: Homeopathy. Homeopathic Dispensing. Pharmaceutical.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 09

2 HOMEOPATIA: origem, princípio da similitude e métodos de prescrição . 11

2.1 Origem no Mundo ......................................................................................... 11

2.2 Origem no Brasil .......................................................................................... 13

2.3 Princípio da similitude ................................................................................. 14

2.4 Medicina Homeopática................................................................................. 15

2.4.1 Escola Unicista .......................................................................................... 15

2.4.2 Escola Pluralismo ..................................................................................... 16

2.4.3 Escola Complexismo ................................................................................ 16

3 MANIPULAÇÃO E PRODUÇÃO DE REMÉDIOS HOMEOPÁTICOS .............. 17

3.1 Reino Vegetal ................................................................................................ 18

3.2 Reino Mineral ................................................................................................ 19

3.3 Reino Animal ................................................................................................ 20

3.4 Reino Fungi ................................................................................................... 21

3.5 Álcool ............................................................................................................ 21

3.6 Glicerina ........................................................................................................ 24

3.7 Tabletes Inertes ............................................................................................ 24

3.8 Recipientes e acessórios ............................................................................. 24

4 AS AÇÕES DOS FARMACÊUTICOS NA DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS

HOMEOPÁTICOS ................................................................................................ 26

5 CONCLUSÃO ................................................................................................... 31

REFERÊNCIAS ................................................................................................. 32

Page 9: O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA DISPENSAÇÃO DE …

1 INTRODUÇÃO

A homeopatia é um método terapêutico baseado na lei natural de cura que visa

à individualização dos sintomas e tem o objetivo de estimular a reação orgânica no

sentido da cura. Por outro lado, ocorre um crescimento do uso de medicamentos

homeopáticos, que necessitam da informação e acompanhamento especializado por

parte do farmacêutico.

Observa-se que a terapia homeopática necessita de um acompanhamento

especializado de acordo com os sintomas existentes do doente, tendo como avaliação

dos sintomas e prescrição de substâncias uma das especialidades dos farmacêuticos

homeopatas.

A escolha do objeto de estudo deveu-se pela necessidade da constante

atualização do farmacêutico na dispensação de medicamentos homeopáticos, bem

como, as boas práticas de manipulação e prescrição, impulsionaram no

desenvolvimento deste tema. Por outro lado, esta temática se apresenta como um

campo fértil de pesquisa.

O estudo parte da seguinte problemática: em que medida o acompanhamento

personalizado orienta de forma adequada sobre o monitoramento com o objeto de

cura ou redução da sintomatologia? Dessa forma analisamos as avaliações que o

farmacêutico utiliza para dispensação de medicamentos homeopáticos.

A pesquisa teve como objetivo geral: compreender o papel do farmacêutico na

dispensação de medicamentos homeopáticos. E como objetivos específicos: entender

como funciona a terapia homeopática; identificar as ações dos farmacêuticos

homeopáticos na dispensação dos medicamentos e discutir a importância do

acompanhamento profissional farmacêutico no tratamento homeopático.

Para o alcance dos objetivos de pesquisa utilizou-se como metodologia a

pesquisa bibliográfica. Os levantamentos foram realizados nas bases de dados

LILACS, MEDLINE e SciELO que nos possibilitaram o aprofundamento de temáticas.

Sendo utilizados como critérios de inclusão publicações de idioma português, artigos

científicos, publicações brasileiras, recorte temporal no período de 2014 a 2018. A

pesquisa foi realizada com os descritores: terapia homeopática, medicamentos

homeopáticos e profissão farmacêutica

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A pesquisa subdivide-se em duas sessões: a primeira visa contemplar a origem

da terapia homeopática no seu âmbito mundial e brasileiro, bem como, o princípio

norteador desta prática médica. As especificações das prescrições em suas diversas

escolas homeopáticas. E como este processo se experienciou na figura do cientista

Hahnemann, pesquisador e criador da investigação homeopática.

A segunda sessão identificou as ações dos farmacêuticos homeopáticos na

dispensação dos medicamentos, na medida em que, se torna relevante identificar as

ações responsáveis pelos farmacêuticos homeopáticas na sua prática profissional.

Neste capítulo, buscou-se as medidas necessárias de um farmacêutico para a

orientação, avaliação e acompanhamento de pacientes que se submetem a prática

homeopática.

O estudo sobre este objeto vem traçar como importante para a sociedade

tomarem conhecimento sobre os tratamentos homeopáticos e da necessidade de

acompanhamento de um farmacêutico na dispensação de medicamentos que

remetem a cura de determinada enfermidade. Portanto, esta investigação vem de

encontro com outras pesquisas e contribui para o esclarecimento da importância deste

profissional para o acompanhamento de usos destes medicamentos terapêuticos.

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2 HOMEOPATIA: ORIGEM, PRINCÍPIO DA SIMILITUDE E MÉTODOS DE

PRESCRIÇÃO

A seguir tomamos por base a divisão da origem desta terapia no cenário

mundial e especificamente no Brasil, na tentativa de resgatar quais são os seus

métodos de prescrição e o princípio de similitude que permeia toda a experimentação

homeopática.

2.1 ORIGEM NO MUNDO

A origem da medicina homeopática se fundamentos em princípios de grandes

pensadores na história antiga. Desta forma evidenciamos a figura de Hipócrates e

Hahnemann, que desenvolveram uma narrativa no criar de uma teoria racional sobre

a saúde e a doença nas escolas de medicinas gregas. Estas contribuições racionais

influenciaram nas práticas médicas do período antigo, colocando em cena o

conhecimento racional, desvinculando do pensamento comum da época: a religião,

magia e crenças. (FONTES, 2013).

A partir deste raciocínio o grego Hipócrates associou a terapia por base do

poder curativo da natureza, a vis medicatrix naturae, e as doenças deveriam ser

analisadas de acordo com o individual de cada paciente. Este filosofo acreditava que

a doença seria a perturbação do desequilíbrio humano em relação a natureza, e

demonstrava que os sintomas são as reações do organismo em relação a enfermidade

e a partir daí os médicos deveriam utilizar de terapias que pudessem reequilibrar o

indivíduo. (COSTA, 1988).

Nesta perspectiva, este autor cria os conceitos básicos de medicina que são: o

diagnóstico, prognóstico e a terapêutica, que atualmente são características da prática

médica. Deste modo, a homeopatia se inicia a partir das ideias deste filosofo que

auferia: a doença se produz pelo semelhante e pelos semelhantes o paciente retorna

a saúde. Exemplificamos tal explanação: as substâncias que causam certas contra-

indicações podem tratar doenças que causam a própria contra-indicação, sejam elas

em doses menores. (FONTES; COSTA; FUTURO, 2013, 1988, 2010).

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Na medicina atual existem duas correntes terapêuticas que utilizam a alopatia

e a homeopatia, a primeira consiste nos princípios fundamentais dos contrários para

combater doenças, por substâncias que atuam de forma contrária aos sintomas a

exemplo dos anti-inflamatórios e antitérmicos. Já a homeopatia baseia-se no princípio

da similitude, que significa uma abordagem por meio da observação experimental de

que toda substância capaz de desenvolver sintomas em um individuo sadio, é capaz

de curar em doses adequadas um doente que apresente sintomas semelhantes.

(FONTES, 2013).

A priori a experimentação buscou potencializar os efeitos levando a uma

agravação inicial dos sintomas, devido à associação dos sintomas provocados da

doença e sintomas provocados artificialmente pelo medicamento. O que tornava a

terapia muito desagradável para o paciente fazendo com que abandonasse o

tratamento homeopático. (HAHNEMANN, 1992).

Hahnemann e os seus seguidores começaram então a testar neles próprios os efeitos de quase 100 substâncias, um processo conhecido como “prova”. O procedimento típico consistia na ingestão de uma pequena quantidade de uma determinada substância por uma pessoa saudável; depois, essa pessoa devia cuidadosamente tentar notar qualquer reacção ou sintoma que ocorressem (incluindo reacções emocionais ou mentais). Através deste método, Hahnemann e os seus seguidores “provavam” que essa substância era um remédio eficaz para um sintoma em particular. (WALLACH, 1993, p. 853).

Nesta perspectiva, Hahnemann realizou experiências com dosagens e

potencialidades diferentes, técnica que ficou conhecida como dinamização de

substâncias, muitas vezes diluídas em agua ou álcool. A técnica da dinamização

consistiu em diluir infinitesimais e potencializadas pelas sucussões (agitações da

manipulação). (FONTES, 2013).

As potencializações homeopáticas são os processos pelos quais as propriedades medicinais das drogas, que estão num estado latente na substância em bruto, são excitadas e adquirem a capacidade de actuar espiritualmente sobre as forças vitais. (HAHNEMANN, 1992, p. 96).

Quanto maior o numero de sucussões, melhor na eficiência do medicamento

para promover obtenção da cura. Por meio deste processo são testadas de cada vez

uma substância, não podendo ser administrado diversas drogas. O que ocorria na

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experiência seria uma tentativa de buscar a patogenesia possível de cobrir a

totalidade dos sintomas do momento. (FUTURO, 2010).

As causas das nossas maleitas não podem ser materiais, visto que qualquer substância material alheia, por inócua que nos pareça ser, se for introduzida nos nossos vasos sanguíneos, é rapidamente rejeitada pela força vital, como se de um veneno se tratasse… resumindo, nenhuma doença é causada por qualquer substância material, mas toda a doença é apenas e sempre uma peculiar, virtual e dinâmica perturbação da saúde. (HANEMANN, 1992, p. 112).

O que sugere-se na pesquisa de Hahnemann é que o quadro sintomático deve

ser individualizado para identificar o seu simillimum. Não podendo utilizar drogas

diferentes, pois as mesmas poderão mobilizar os mecanismos de defesa do

organismo em uma competição. E abrangendo o princípio da similitude apenas uma

droga deve atender a totalidade dos sintomas apresentados pelo doente. (COSTA,

1988).

2.2 ORIGEM NO BRASIL

A homeopatia foi iniciada no Brasil em 1840, por Dr. Benoit Jules Mure, utilizava

tintura e substâncias que circulavam na Europa, tendo como característica a

manipulação do próprio médico, pois ainda não existiam as farmácias especializadas.

Anos depois a terapia homeopática ganhou adeptos, os farmacêuticos participaram

dos cursos ministrados pelo Mure. (FONTES, 2013).

Ela rapidamente se propagou no Brasil e no final do século passado foi

abraçada pelo movimento positivista brasileiro através de seus adeptos do Instituto

Militar de Engenharia, no Rio de Janeiro. Disto resulta um grande apoio oficial do

governo republicano a Homeopatia, reconhecendo o seu ensino e a sua prática,

criando enfermarias no Hospital Central do Exército e no Hospital da Marinha, no

começo deste século. (COSTA, 1988).

Nos anos de 1851, a escola homeopática do Brasil, aprova a separação da

prática médica da prática farmacêutica. Deste modo, somente em 1886 que deu direito

aos farmacêuticos a exclusividade de manipulação de remédios homeopáticos.

(EGITO, 1980).

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Logo em 1965 surgiram leis para a farmácia homeopática, e em 1976 foi

vigorada a parte geral da primeira edição da Farmacopeia homeopática brasileira.

Anos depois em 1980 a homeopatia foi reconhecida pelo Conselho Federal de

Medicina como especialidade médica. Deste modo, foi publicado em 1988 o Manual

de normas técnicas para farmácia homeopática. (FONTES, 2013).

2.3 PRINCÍPIO DA SIMILITUDE

Esta lei foi iniciada por médicos precursores da prática, a exemplo de

Hipócrates e Paracelso, autores que difundiram a lei dos semelhantes. Entretanto foi

a partir de Hahnemann que se iniciou sua aplicação e utilização cientifica na cura de

doentes. Passou a adotar o método experimental na Medicina como forma de

conhecer detalhes a farmacodinâmica. (FUTURO, 2010).

O que consiste a lei dos semelhantes? Seria a utilização de substâncias

capazes de provocar sintomas em humanos sadios, seja em doses mínimas, será

capaz de curar um enfermo cujo apresente um sintoma semelhante. A patogenesia é

outro conceito para se compreender o princípio da similitude, no qual consiste em

conjuntos de sintomas objetivos (físicos) e subjetivos (emocionais e mentais), que um

indivíduo sadio apresenta ao utilizar um medicamento. (HAHNEMANN, 1992).

Na terapia homeopática é chamado de simillimum o medicamento que abrange

a totalidade dos sintomas de uma pessoa doente, seja administrado o remédio cuja

patogenesia melhor coincide com os sintomas apresentados pelo paciente. Portanto,

o tratamento pela terapia homeopática deve ser individualizado, e o clinico homeopata

deverá reconhecer a patogenesia que melhor de adapta as manifestações físicas do

doente, a partir daí é possível prescrever o simillimum. (FONTES, 2013).

Para se conhecer os efeitos farmacológicos de um medicamento homeopático

necessita de experimentação no ser humano sadio, esta prática se chama

experimentação patogenética, servindo de base para elucidar sintomas que irão

refletir sua ação. Neste tipo de administração medicamentosa, as doses devem ser

tóxicas, hipotóxicas e dinamizadas para que sejam evidenciados os sintomas.

(HAHNEMANN; SILVA, 1992, 1997).

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Para obter informações confiáveis sobre a farmacodinâmica das drogas e dos

medicamentos obtidos a partir delas, os institutos de pesquisa homeopáticos adotam

modernos protocolos de experimentação patogenética. O ensaio deve ser realizado

de acordo com o método duplo-cego. Com essa metodologia, não se sabe quais

experimentadores receberam a droga e quais receberam o placebo. Além disso,

apenas o diretor do experimento conhece a substância que esta sendo ensaiada e

quais sujeitos de pesquisa receberam medicamento ou placebo. (SILVA, 1997).

Geralmente, a experiência tem início com a administração da substância a ser

testada em doses ponderais. Somente depois de anotados todos os sintomas e não

havendo mais nenhuma manifestação sintomática é que se passa a dose seguinte,

que é uma dinamização sempre mais diluída que a anterior. Os sintomas vão sendo

anotados para cada uma das doses, nas três esferas: física, emocional e mental. Na

conclusão do experimento, os sintomas proporcionados pelos indivíduos que

receberam placebo. (HAHNEMANN, 1992, 1846).

As patogenesias são compiladas em livros denominados matérias medicas

homeopáticas. Para a elaboração dessas obras, além das patogenesias são incluídos

os sintomas extraídos dos livros de toxicologia e os sintomas que desapareceram

depois que o medicamento produziu a cura. Resumindo, a experimentação no homem

sadio é um método natural para investigar os efeitos que as drogas e os

medicamentos produzem, para saber quais enfermidades eles estão aptos a curar.

(FONTES, 2013).

2.4 MEDICINA HOMEOPÁTICA

As escolas homeopáticas foram criadas com diferentes características nos

seus modos de prescrições. As principais escolas foram: unicismo, pluralismo,

complexismo e organicismo.

2.4.1 Escola Unicista

Esta escola possui como característica a prescrição de um único medicamento, com

base na totalidade dos sintomas do doente. (FONTES; COSTA, 2013, 1988).

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Page 16: O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA DISPENSAÇÃO DE …

2.4.2 Escola Pluralismo

Esta coisa possui como característica a prescrição de dois ou mais

medicamentos para ser administrada em horas diferenciadas, alternadas, com o

objetivo de um complementar a ação do outro. Na tentativa de atingir a totalidade dos

sintomas do paciente. (FONTES, 2013).

2.4.3 Escola Complexismo

Esta escola possui como característica a prescrição de dois ou mais

medicamentos para serem utilizados de forma concomitante ao paciente. Nesta

mesma linha existe o complexismo industrial que são formulações pré-elaboradas

com interações medicamentosas, que possam abranger um grande número de

sintomas relacionados a doença. Desta forma, estes compostos alopatizam a

homeopatia, tratando a doença e não os doentes, rompendo com a lei dos

semelhantes. (COSTA, 1988).

Essas formulações tem por objetivo tratar enfermidades específicas (gripe, sinusite, cistite, abcessos, etc.), sem considerar a individualidade e a integridade orgânicas. Na maioria das vezes, proporcionam efeito meramente paliativo. [...] entretanto, por meio deles, as populações carentes e distantes dos grandes centros tem a possibilidade de serem tratadas com medicamentos homeopáticos, mesmo sem a presença do médico e do farmacêutico homeopático. (FONTES, 2013, p. 48).

A homeopatia define saúde como um estado de equilíbrio dinâmico que

abrange aa realidades física e psicomental dos indivíduos em suas interações com

ambiente natural e social. A doença reflete, mediante os sintomas, o esforço da força

vital na tentativa de restabelecer o equilíbrio. (HAHNEMANN, 1992).

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3 MANIPULAÇÃO E PRODUÇÃO DE REMÉDIOS HOMEOPÁTICOS

Para a medicina alopática, medicamentos são produtos farmacêuticos

tecnicamente obtidos ou elaborados a partir de substâncias químicas, sintéticas ou

naturais, que, ao promoverem modificações fisiopatológicas ou fisiológicas, são

direcionadas para o uso no tratamento, na prevenção ou no diagnóstico de doenças.

Nessa concepção, as drogas dependem fundamentalmente de sua constituição

química para trazer benefício ao ser humano doente. Esse conceito não difere muito

do conceito de medicamento homeopático. Porém, o medicamento comum promove

sua ação terapêutica agindo de forma estranha ai organismo, de acordo com certa

quantidade de droga. (COSTA, 1988).

Nesse sentido, os medicamentos homeopáticos diferem substancialmente dos

medicamentos alopáticos, enantiopáticos e isopáticos usados na medicina

convencional, por seu objetivo e por sua natureza imaterial. Segundo Hahnemann os

medicamentos homeopáticos efetuam a cura mediante sua capacidade dinâmica de

atuar sobre a vitalidade. Portanto, o medicamento homeopático deve ser

compreendido por suas características energéticas, já que não atuam diretamente no

organismo por meio de átomos ou moléculas. (FONTES, 2013).

O medicamento homeopático visa prevenir ou curar por meio de sua

capacidade de ativar todo um complexo reativo natural. Para tanto, deverá ser diluído

e potencializado mediante uma farmacotécnica especial e empregado de acordo com

a lei dos semelhantes.

Medicamento homeopático é toda forma farmacêutica de dispensação ministrada segundo o princípio da semelhança e/ou da identidade, com finalidade curativa e/ou preventiva. é obtido pela técnica de dinamização e utilizado para uso interno ou externo. (FUTURO, 2010 p.26).

Assim, não basta que as substâncias originais e as preparações básicas sejam

diluídas e potencializadas pelos métodos da dinamização para serem consideradas

medicamentos homeopáticos. Elas precisam ter sido previamente testadas no homem

sadio, de acordo com os protocolos de experimentação patogenética, e utilizadas em

conformidade com a lei dos semelhantes. nenhuma substância dinamizada torna-se

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Page 18: O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA DISPENSAÇÃO DE …

homeopática por estar0 estocada em uma prateleira de uma farmácia homeopática.

(SILVA, 1997).

Nesse local, encontramos apenas medicamentos que serão homeopáticos ou

não na razão direta da sintonia da semelhança, pois, sem ela, o estímulo adicional

necessário para a cura não ocorre. Nesta perspectiva, o medicamento homeopático

será sempre o remédio do paciente, ou seja, o seu simillium. Enquanto o remédio

representa ação, por causa da similitude, o medicamento é apenas apresentação.

Embora alguns clínicos utilizem medicamentos autoterápicos dinamizados, estes não

são medicamentos homeopáticos. Todavia, sua dispensação e preparação

estão sob a responsabilidade do farmacêutico homeopata, assim como outros

medicamentos preparados segundo a farmacotécnica homeopática, tais como os

isoterápicos e certos bioterápicos de estoque, que não foram previamente testados

no homem sadio. (CORNILLOT, 2005).

Os medicamentos homeopáticos provem dos reinos: vegetal, mineral e animal,

dos produtos de origem química, farmacêutica e biológica, bem como, dos preparados

especiais desenvolvidos por Hahnemann. Alguns compêndios incluem, ainda,

medicamentos cuja origem não se enquadra em nenhuma das fontes citadas, sendo

pouco utilizados. Esses medicamentos são chamados de imponderáveis, como

eletricidade, Luna, Magnetis polus articus, Magnetis polus australis, Magnetis polus

ambos, Raios X, Radium, Sol etc. (ABFH, 2003).

3.1 REINO VEGETAL

O reino vegetal é o fornecedor da maioria das drogas para a preparação de

medicamentos homeopáticos, são utilizados a planta inteira, suas partes, seus

produtos extrativos ou de transformação (sarcódios), bem como seus produtos

patológicos (nosódios). Muitos confundem homeopatia com fitoterapia, pois as duas

terapias utilizam do reino vegetal para produção de seus medicamentos. A primeira,

utiliza doses mínimas potencializadas de acordo com a lei dos semelhantes, já a

segunda, utiliza doses ponderáveis de acordo com a lei dos contrários. (COSTA,

1988).

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É comum encontrarmos extratos, tinturas, capsulas e chás a base de plantas

nas farmácias homeopáticas. Isso talvez contribua para confundir as pessoas leigas.

Existem preferencias enquanto a escolhas dos vegetais, sendo mais importantes os

silvestres, pois quando na escolha dos vegetais cultivados podem sofrer alterações

em suas características originais pelos meios artificiais de tratamento. (BESSA, 1994).

Para a preparação das tinturas homeopáticas, o vegetal passa por uma seleção

rigorosa em que são retiradas as partes deterioradas e as contaminações grosseiras

(penas, casca de ovos, insetos etc). Em seguida, a planta é lavada em água corrente

e, por último, em água purificada. (EGITO, 1980).

3.2 REINO MINERAL

São utilizados os minerais em seu estado natural, bem como aqueles

produzidos em laboratórios químico-farmacêuticos, além disso, são considerados

aqueles produzidos com as fórmulas de Hahnemann. O reino mineral fornece grande

variedade de substâncias para a preparação dos medicamentos homeopáticos, que

podem ser simples, como Aurum metalicum, Chlorum e Bromum, ou compostas, como

Natrium chloratum, Acidum phosphoricum e Kalium bichromicum. (CORNILLOT,

2005).

O reino mineral é o segundo que produz mais substâncias para a produção de

medicamentos homeopáticos a exemplo do: Sulfur, Phosphorus e causticum. Desta

forma, os minerais naturais devem ser recolhidos em preferência em seus locais de

origem. Desta forma, quando ocorre a obtenção de mineral fora do seu local de

origem, podem ser consideradas desde que não alterem composições diferentes

daquelas naturais. (BESSA, 1994).

Os minerais principais para a homeopatia são provenientes de alguns lugares

do mundo, a exemplo do Sulfur, proveniente de minas italianas situadas na Sicilia; já

o Graphites é obtido nas minas inglesas de Borrowdale; o Natrium chloratum ensaiado

no homem sadio é o sal marinho; o Petroleum homeopático é procedente da Austria

ou do México. (FUTURO, 2010).

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Page 20: O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA DISPENSAÇÃO DE …

As drogas de origem industrial são aquelas elaboradas por laboratórios

químicos e farmacêuticos, como Acidum phosphoricum, Kalium sulfuricum e

Sulfanilamidum. Elas devem ser empregadas na forma mais pura possível e

identificadas pelos métodos comuns da química analítica. Nas drogas hidratadas

devemos considerar o peso correspondente ao da mesma droga anidra, computando

a agua no peso do veiculo a ser utilizado na ocasião da preparação do medicamento

homeopático. (HAHNEMANN, 1992).

No caso de substâncias com água de cristalização, calculamos a parte anidra

usando a fórmula química, como no sulfato de sódio pentaidratado, usado para

preparar o medicamento homeopático Natrium sulfuricum, na falta da correspondente

anidra: Na2SO4 + 5H2O apresenta, para cada 232g do sal, 142g de parte anidra e

90g de água de cristalização. (CORNILLOT, 2005).

3.3 REINO ANIMAL

Não são tão numerosas quanto as matérias-primas originárias dos reinos

vegetal e mineral, mas o reino animal fornece importantes drogas empregadas com

frequência em homeopatia, como a Sepia officinalis e a Calcarea carbônica. A maneira

dos vegetais, podem ser utilizados o animal inteiro, suas partes, seus produtos

extrativos ou de transformaçãp (sarcódios) ou ainda seus produtos patológicos

(nosódios). (HAHNEMANN, 1992).

Animais inteiros: Apis melifica (abelha europeia), Formic rufa (formiga-ruiva), Cantharis vesicatoria (cantárida), Aranea diadema (aranha porta-cruz).

Suas partes: Thyroidinum (glândula tireoide); Carbo animalis (couro de boi carbonizado); Hypophysinum (porção posterior da glândula hipófise).

Seus produtos extrativos ou de transformação: Lachesis muta (veneno da cobra surucucu); Calcarea carbônica (parte interna da concha da ostra); Crotalus horridus (veneno da cascavel norte-americana); Sepia succus (secreção da bolsa tintória da sépia).

Seus produtos patológicos: Medorrhinum (pus blenorrágico); Psorinum (conteúdo seroso da vesícula escabiótica); Luesinum (raspado do cancro sifilítico); Diphterinum (membrana diftérica). (FONTES, 2013, p. 52).

Além disso, ao tratar-se de órgãos e glândulas, é imprescindível a participação

de um veterinário, para localizá-los e identificá-los. Mediante as monografias

encontradas nas farmacopeias homeopáticas, são obtidas importantes informações

20

Page 21: O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA DISPENSAÇÃO DE …

sobre as partes a serem usadas, se o animal deve ser manipulado vivo recentemente

sacrificado ou morte, dessecado ou não. (EGITO; FONTES, 1980, 2013).

O animal deverá estar sadio, em completo desenvolvimento (adulto), e ser

coletado na época em que apresenta maior atividade. No inverno o metabolismo

animal diminui, produzindo menores quantidades de princípios ativos. Para a

aquisição de material patológico, devemos ter o cuidado de usar, materiais idênticos

de vestígios de outras doenças. (CORNILLOT, 2005).

Existem empresas especializadas na comercialização de drogas animais,

fornecendo-as desidratadas e prontas para a manipulação. Já as matérias-primas

animais frescas são preparadas nos laboratórios industriais por farmacêuticos

homeopatas experientes. Assim como os vegetais, os animais sofrem influência do

meio ambiente onde vivem, devendo, portanto, ser coletados preferencialmente no

seu estado selvagem. (BESSA, 1994).

3.4 REINO FUNGI

Fungos, cogumelos e leveduras são classificados por alguns biólogos como

pertencentes ao reino vegetal sendo considerados vegetais inferiores. Aqui os

agrupamos a parte, de acordo com a moderna classificação dos seres vivos, uma vez

que os fungos são desprovidos de clorofila, de celulose e de tecidos verdadeiros.

(VITHOULKAS, GUINEBERG, 1985).

Entre os medicamentos homeopáticos preparados a partir de fungos citamos o

Agaricus muscarius (agárico mosqueado), o Lycoperdon bovista (bovista) e a Amanita

phalloides (cálice da morte), cujas patogenesias são muito ricas. (FONTES, 2013).

3.5 ÁLCOOL

O álcool utilizado em homeopatia é o álcool etílico bidestilado (etanol) obtido

em alambiques de vidro. Ele deve possuir características a exemplo: límpido, incolor,

com odor. A sua forma de conservação deve ser feita em recipientes herméticos, com

bombas de polietileno, longe do fogo ou do calor. Quando o álcool contém ferrugem,

na maioria das vezes encontra-se amarelado. Essa ferrugem, em geral, é proveniente

21

Page 22: O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA DISPENSAÇÃO DE …

dos galões industriais de 200 L em que ficam estocados. Esse álcool não serve para

uso homeopático. Hahnemann utilizava álcool de uva; o álcool de cereais e o de cana-

de-açúcar apresentam características quase idênticas, podendo também ser usados.

O álcool pode ser utilizado nas mais diversas graduações:

Etanol a 5% (v/v): é empregado como insumo inerte na dispensação das doses únicas líquidas.

Etanol a 20% (v/v): é empregado na dissolução do terceiro triturado (3CH trituração) na preparação da escala cinquenta milesimal.

Etanol a 30% (v/v): é utilizado na dispensação de medicamentos homeopáticos administrados sob a forma de gotas.

Etanol a 77% (v/v): é usado nas dinamizações intermediárias.

Etanol igual ou superior a 77% (v/v): é utilizado na preparação de dinamizações que irão impregnar a lactose, os glóbulos, os comprimidos e os tabletes, bem como na moldagem de tabletes.

Etanol a 96% (v/v): é empregado na dinamização de medicamentos preparados na escala cinquenta milesimal (proporção 1/50.000).

Diferentes diluições etanólicas: são adotadas na elaboração das tinturas homeopáticas e na diluição de drogas solúveis, nas três primeiras dinamizações preparadas na proporção 1/100 (centesimais) ou nas seis primeiras dinamizações preparadas na proporção 1/10 (decimais). (FONTES, 2013, p. 113).

Para a preparação do álcool empregado nas tinturas e nas diferentes formas

farmacêuticas homeopáticas é facultado adotar tanto o critério volumétrico v/v (volume

do álcool por volume da água empregados) quanto o critério ponderal p/p (peso do

álcool por peso de água empregados), ou ainda outros critérios (v/p, p/v), desde que

se mantenha o mesmo critério do início ao fim da operação. Cabe ressaltar que o

etanol a 77% (v/v) é equivalente ao etanol a 70% (p/p). (BESSA, 1994).

(ROSENBAUM, 1996).

O alcoômetro é o densímetro que determina o grau alcoólico das misturas de

etanol e água (v/v). Sua unidade de medida é conhecida por grau Gay-Lussac (GL =

% volume). Esse instrumento é graduado a temperatura de 20ºC. Portanto, torna-se

necessário trabalhar sempre a 20ºC ou corrigir a temperatura da mistura se esta for

diferente de 20ºC. (CORNILLOT, 2005).

A fórmula a seguir ajuda a calcular a quantidade de álcool a diluir com água,

segundo o critério volumétrico:

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Page 23: O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA DISPENSAÇÃO DE …

Ci x Vi = Cf x Vf

Em que:

Ci = concentração inicial (% v/v)

Vi = volume incial (mL)

Cf = concentração final (% v/v)

Vf = volume final (mL)

Para obter 1.000 mL de etanol a 77% (v/v) a partir do etanol a 96% (v/v), por exemplo, tomando por base essa fórmula, teremos:

96% (v/v) X Vi = 77% (v/v) X 1.000mL

Vi = 77.000/96% = 802,08 mL de etanol a 96% (v/v)

1.000 mL – 802,08 mL de etanol a 96% (v/v) = 197,92 mL de água purificada

802,08 mL de etanol a 96% (v/v) + 197,92 mL de água purificada = 1.000 mL de etanol a 77% (v/v). (FONTES, 2013, p. 1200).

Para preparar o etanol no teor desejado, seguir conforme a técnica descrita

abaixo:

Medir os volumes de etanol e água purificada, em separado;

Misturar os dois líquidos em uma proveta com um bastão de vidro sob

forte agitação;

Repousar a mistura ate a acomodação das moléculas e o seu esfriamento;

Determinar o teor alcoólico com o alcoômetro (ver técnica a seguir);

Se necessário, fazer os ajustes do teor alcoólico adicionando água;

purificada ou etanol;

Com o alcoômetro, refazer a conferência do teor alcoólico;

Repetir os itens 5 e 6 ate atingir o grau alcoólico desejado;

Para determinar o teor alcoólico, seguir conforme a técnica abaixo descrita:

Em uma proveta, colocar 1000 mL de etanol (o menisco inferior do etanol

deverá ficar acima da linha de divisão da proveta);

Repousar por alguns minutos;

Anotar a temperatura com a ponta inferior de um termômetro;

Imergir no etanol um alcoômetro previamente molhado no líquido em ensaio

e enxuto em papel toalha;

Imprimir uma rotação no alcoômetro de tal forma que flutue livremente sem

tocar as paredes da proveta;

Quando o alcoômetro deixar de oscilar, conferir o ponto de afloramento da

haste e anotar o número da graduação na parte inferior do menisco.

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É importante ressaltar que o teor do etanol de partida e das soluções

alcoolicas preparadas a partir desse álcool devem ser obtidos conforme a técnica

descrita anteriormente.

3.6 GLICERINA

A glicerina utilizada em homeopatia é obtida em alambiques de vidro, para

evitar a presença de metais, a partir do desdobramento dos ésteres glicéricos dos

ácidos graxos e purificados mediante sucessivas destilações. A glicerina deve ser

clara, incolor, na consciência de xarope, com odor característico e sabor doce, seguido

de sensação de calor. (COSTA, 1988).

Deste modo, pode ser armazenada em recipientes bem fechados (vidro ou

plástico). Esta pode ser utilizada nas tinturas homeopáticas preparadas a partir de

órgãos e glândulas de animais superiores. Os comprimidos inertes utilizados em

homeopatia são pequenos discos obtidos pela compressão de lactose ou mistura de

lactose e sacarose, com ou sem granulação prévia. (FONTES, 2013).

3.7 TABLETES INERTES

Os tabletes utilizados em homeopatia são pequenos discos obtidos por

moldagem da lactose em tableteiro, sem adição de adjuvantes. Eles se apresentam

na forma discoide, não tão homogêneos e regulares quanto os comprimidos, com peso

entre 75 e 150 mg, brancos inodoros e de saber levemente adocicado. Devem ser

acondicionados em recipientes bem fechados. Os tabletes inertes são impregnados

com dinamizações líquidas, para a obtenção da forma farmacêutica sólida chamada

“tabletes”. (COSTA, 1988).

3.8 RECIPIENTES E ACESSÓRIOS

Os recipientes e acessórios utilizados na preparação, estocagem e

dispensação dos medicamentos homeopáticos deverão ser de material que não

exerça nenhuma influência sobre as drogas, veículos e excipientes e vice-versa, ou

seja, o material utilizado na preparação e no acondicionamento dos medicamentos

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homeopáticos não pode se alterar nem modificar as atividades medicamentosas.

(FOMTES, 2013).

Esse raciocínio também vale para os frascos usados no acondicionamento das

tinturas homeopáticas. Estas devem ser acondicionadas em frascos de vidro. Com

raras exceções são utilizados frascos plásticos, os quais proporcionam várias

alterações, de acordo com sua natureza (polietileno, polietileno-dióxido de titânio etc.),

das condições de estocagem e da natureza da tintura-mãe (resinosa, alcalóidica,

fenólica, aromática, tânica etc.). (CORNILLOT, 2005).

Para a dispensação de medicamentos, além dos vidros citados, poderão ser

empregados, ainda, frascos plásticos de cor branca leitosa de polietileno de alta

densidade, polietileno e policarbonato. Esses frascos plásticos, de preferência de

boca larga, assim como os vidros, poderão ser usados na estocagem de triturações e

na dispensação de formas farmacêuticas homeopáticas sólidas (glóbulos,

comprimidos e tabletes). (ABFH, 2003).

Frascos plásticos e acessórios virgens devem ser lavados com água corrente

abundante e, logo a seguir, enxaguados com agua purificada por no mínimo duas

vezes. Devem ser deixados imersos em etanol a 77% (v/v) por 2 horas, com exceção

dos bulbos. Estes devem ser apenas enxaguados em etanol a 77% (v/v), após a

lavagem e o enxague com água corrente e purificada, respectivamente.

(ROSENBAUM, 1996).

Os materiais usados de polietileno de alta densidade, polipropileno e

policarbonato tem de ser lavados com água corrente e enxaguados, a seguir, com

água purificada, no mínimo duas vezes, e esterilizados em autoclave a 120ªC, 1 atm,

por 30 min. Esses materiais não suportam a esterilização realizada em estufa de ar

seco. Materiais de polipropileno de baixa densidade e bulbos devem ser descartados,

pois não resistem a autoclavagem (calor úmido) nem a esterilização em estufa (calor

seco). (BESSA, 1994).

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Page 26: O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA DISPENSAÇÃO DE …

4 AS AÇÕES DOS FARMACÊUTICOS NA DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS

HOMEOPÁTICOS

Como o tratamento homeopático é individualista, daí a necessidade de

avaliação do paciente que vai ser tratado sendo de extrema importância o

acompanhamento médico e farmacêutico personalizado. Neste caso, o farmacêutico

especialista em homeopatia deve ser responsabilizado pela manipulação de

medicamentos, bem como, auxiliar o estado clínico do paciente ao orientar sobre

possíveis dúvidas no tratamento, quantidade de dosagem e recuperação desejada

pelo tratamento. (FUTURO, 2010).

O ato do farmacêutico na farmácia homeopática é proporcionar medicamentos

de acordo com a apresentação de uma receita produzida por um profissional

autorizado, bem como, auxiliar o paciente, informando-os e orientando-os sobre a

forma apropriada de uso dos medicamentos, a exemplo das dosagens, até mesmo na

influência de alimentos. Outra ação dos farmacêuticos seria na observação da

interação com outros medicamentos e/ou as ações adversas que podem causar.

(ABFH, 2003).

Para ocorrer o processo de dispensação o farmacêutico deve obter

conhecimentos farmacoterapêuticas do medicamento, de forma que conduza o

paciente para prestar informações do que se deve, como se utiliza, a forma de

condicionamento, são medidas importantes na etapa de dispensação dos

medicamentos na farmácia homeopática. Além disso, as ações que o profissional

deve manter são as que alertam sobre os possíveis surgimentos de contraindicações,

ou até mesmo em relação às dosagens. (SILVA, 1997).

São considerados essenciais os conhecimentos ligados as formas farmacêuticas, processo saúde/doença; fisiologia e fisiopatologia; bioquímica, terapêutica; sistema de saúde; domínio conceitual da prática de atenção farmacêutica inserida na assistência farmacêutica; farmacologia; fundamentos dos métodos de diagnósticos laboratoriais; epidemiologia; cálculos farmacêuticos; noções de psicologia, antropologia e sociologia; conhecimentos de gestão; fitoterapia; homeopatia, noções de Medicina tradicional e outros. (FONTES, 2013).

Para a escolha dos medicamentos o farmacêutico necessita de habilidades

específicas conforme citado acima, e na análise do paciente deverá ter a capacidade

de avaliação, planejamento e acompanhamento do tratamento, utilizando protocolos

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e instrumentos da área. (COSTA, 1988). Desta forma, a farmácia homeopática tem a

característica de ser um local que não apenas dispensa, mas também manipula

medicamentos homeopáticos. No Brasil a farmácia homeopática manipula fórmulas

oficinais e magistrais, obedecendo à farmacopeia homeopática sendo observadas na

Lei Federal nº. 5.991, de 17/12/73, segundo esta lei que versa sobre as atribuições

primárias. (ABFH, 2001). Afim de se adequar nas legislações específicas da farmácia

homeopática existem um conjunto de leis para a instalação de uma farmácia e preparo

de medicamentos homeopáticos:

Lei Federal nº 5991 de 17/12/73 regulamentada pelo decreto nº 74170 de 12/06/74. Lei Federal nº 6360 de 23/09/76 regulamentada pelo decreto nº 74194 de 05/01/77. Legislação complementar dos Estados que são os códigos de Vigilância Sanitária. Decreto 78841 de 25/11/76 que aprovou a primeira edição da Farmacopéia Homeopática Brasileira. Decreto 57477 de 20/12/65 que dispõe sobre a manipulação, receituário, industrialização e venda de produtos utilizados em homeopatia. Portaria nº17 de 22/08/66 da SNVS-MS que dispõe sobre a manipulação, industrialização e vendas de produtos utilizados em homeopatia. Resolução da Diretoria Colegiada -RDC nº 67, de 8 de outubro de 2007 Resolução nº 232 de 06/05/92 do Conselho Federal de Farmácia. Resolução nº 267 de 09/02/95 do Conselho Federal de Farmácia, que dispõe sobre o registro de Título de especialista, de acordo com a resolução 12/83 do Conselho Federal de Educação. (ABFH, 2003).

Os regulamentos das leis específicas de manipulação pretendem assegurar

boas práticas de manipulação na fabricação de medicamentos. Deste modo, sobre a

importância deste conjuntos de ditames reguladores, os produtos são produzidos com

um rigor científico garantindo a qualidade para a finalidade a que se destinam.(SILVA,

1997).

O Regulamento Técnico fixa os requisitos mínimos exigidos para o exercício das atividades de manipulação de preparações magistrais e oficinais das farmácias, desde suas instalações, equipamentos e recursos humanos, aquisição e controle da qualidade da matéria-prima, armazenamento, avaliação farmacêutica da prescrição, manipulação, fracionamento, conservação, transporte, dispensação das preparações, além da atenção farmacêutica aos usuários ou seus responsáveis, visando à garantia de sua qualidade, segurança, efetividade e promoção do seu uso seguro e racional. (ABFH, 2003).

A importância do farmacêutico no processo de manipulação de medicamentos

é necessária, pois o profissional Farmacêutico auxilia tanto o paciente quanto ao

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clínico em dúvidas que possam vir a surgir, assegurando informações concernentes

sobre os medicamentos produzidos para o entendimento da farmacologia destes

medicamentos, bem como, em relação da necessidade de informações que

possibilitam acompanhar o uso de medicamentos por parte dos pacientes garantindo

a qualidade de vida destes usuários, iniciando uma etapa de orientação farmacêutica

dentro de uma farmácia homeopática. (FONTES, 2013).

Para tanto, devem ser considerados aptos os farmacêuticos que compreendem

a importância dos princípios e competências, integrados com os princípios filosóficos

da homeopatia. Portanto, estas habilidades são consideradas conhecimentos

essenciais para a prática da homeopatia, e devem ser utilizadas no processo de

produção de medicamentos, bem como, na orientação farmacêutica. (CORNILLOT,

2005).

Os temos essenciais para a prática farmacêutica são: processo saúde/doença; fisiologia e fisiopatologia; bioquímica, terapêutica; sistema de saúde; domínio conceitual da prática de atenção farmacêutica inserida na assistência farmacêutica; farmacologia; fundamentos dos métodos de diagnósticos laboratoriais; epidemiologia; cálculos farmacêuticos; noções de psicologia, antropologia e sociologia; conhecimentos de gestão; fitoterapia; homeopatia, noções de Medicina tradicional e outros. (FONTES, 2013, p. 159).

Nesta perspectiva, as habilidades inerentes do farmacêutico são múltiplas:

capacidade de produzir textos, a necessidade da comunicação verbal; trabalho em

equipe; devem também utilizar-se dos protocolos e instrumentos para coletar dados;

além disso, devem planejar e executar planos de acompanhamento; capacidade de

decidir; avaliação da farmacoterapia, saber interagir com o usuário; e de interpretar

exames laboratoriais. (FUTURO, 2010).

A dispensação orientada se caracteriza na ação do farmacêutico em orientar

seus pacientes quanto à conservação e utilização dos medicamentos, bem como, nas

informações sobre o tratamento e resposta terapêutica. Esta prática farmacêutica está

prevista nas regulamentações sanitárias que aborda um conjunto de informações

sobre a correta utilização do medicamento prescrito. (ABFH, 2003).

As etapas para a dispensação orientada consistem na obtenção de

informações primárias de seus pacientes, idade, sexo entre outros. Posteriormente,

são prestadas informações mais específicas, a exemplo de conhecimento das terapias

28

Page 29: O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA DISPENSAÇÃO DE …

que o paciente possa estar realizando que segue outra conduta ou se o paciente

possui doenças crônicas, todas estas informações são relevantes para o

conhecimento dos hábitos do paciente individualizando o seu atendimento. (COST,

1988).

Esta análise das informações do paciente favorece na forma de adesão do

tratamento, bem como, na aproximação do prognóstico clínico. O que ocorre na

maioria dos casos uma relação próxima do farmacêutico e clínico para esclarecimento

de dúvidas na expectativa de propor soluções técnicas, como por exemplo,

medicamentos novos que podem ser manipulados e usados pelo paciente. (FONTES,

2013).

A garantia que o paciente tem ao obter uma orientação direcionada pelo

farmacêutico são nas informações que devem ser dadas, e que são fundamentais ao

tratamento. Um meio de ação do farmacêutico seria nas informações em formato

impresso anexadas na receita que podem estabelecer as devidas recomendações:

Deve-se respeitar os intervalos e os horários propostos pelo clínico; Evitar cheiros fortes, pois podem inativar o medicamento homeopático; Os medicamentos, não devem ser tomados após a escovação dentária; Evitar contato com as mãos ao se tomar medicamento na forma sólida, usar a tampa dos frascos para tomar os glóbulos, comprimidos e tabletes, por questão de higiene e contaminação. Os medicamentos homeopáticos são inativados quando em contato com radiações, cheiro forte, ao contato de luz solar direta e umidade, devendo ser guardados em local próprio e de preferência separados dos alopáticos; Todo medicamento homeopático, assim como os demais, deve ser mantido fora do alcance de criança; Se o medicamento for dose única tomar sempre ao deitar ou em jejum, conforme orientação prévia do clínico. (ABFH, 2003).

Desta forma, durante o tratamento podem ocorrer mudanças e devendo ser

orientado o usuário:

Qualquer mudança no estado físico ou emocional do paciente deve ser comunicada ao clínico; Quando houver dúvidas sobre o tratamento procurar o clínico ou o farmacêutico, não devendo esperar nova consulta para esclarecer tais dúvidas; A orientação farmacêutica é a gestão da terapia medicamentosa individualizada, tendo como meta a dispensação do medicamento no momento exato para o paciente que realmente necessite dele, tendo como ferramentas essenciais o acesso à informação sobre medicamento, doses, via de administração e forma farmacêutica, além do necessário cuidado com a posologia e o monitoramento terapêutico, tendo como objetivo a cura, eliminação ou redução da sintomatologia; Diminuição dos agravos ou a prevenção de determinada enfermidade ou sintoma. (ABFH, 2003).

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A orientação farmacêutica possui três pontos básicos: ouvir, sendo necessário

para estabelecer as orientações de como será o tratamento, dosagens, horários;

questionar, na tentativa de conhecer as informações básicas para o início do

tratamento, bem como, sobre os sintomas existentes, a história do processo

patológico do paciente; decidir, sobre os medicamentos que deverão ser utilizados,

informando sobre os sintomas ou posologia. (CORNILLOT, 2005).

A dispensação na Farmácia Homeopática é o ato profissional farmacêutico de proporcionar um ou mais medicamentos a um paciente, geralmente como resposta à apresentação de uma receita elaborada por um profissional autorizado. Nesse ato, o farmacêutico informa e orienta o paciente sobre o uso adequado do medicamento. São elementos importantes da orientação, entre outros, a ênfase no cumprimento da dosagem, a influência dos alimentos, a interação com outros medicamentos, o reconhecimento de reações adversas potenciais e as condições de conservação dos medicamentos. (ABFH, 2003).

Por sua vez, poder ser um profissional dinâmico; empreendedor e com atitude

humanista, podendo realizar um acompanhamento de responsabilidade pelos

resultados de terapia. Para tanto o farmacêutico deve começar as suas análises com

ações simples, por seu acolhimento tornar-se relevante na medida em que são obtidas

as informações primárias dos pacientes: idade, sexo, entre outros. A partir daí deve

seguir com a Escuta ativa, para observar as informações sobre a escolha da terapia.

Posteriormente na empatia e ética como forma de subsidiar um acompanhamento e

responsabilidade sobre o tratamento. (FUTURO, 2010).

Este serviço favorece a adesão ao tratamento e a aproximação prognóstico clínico, já que o farmacêutico pode entrar em contato com o clínico tentando esclarecer dúvidas, propondo soluções técnicas, tais como novos medicamentos que possam vir a ser usados, e por fim fornecendo informações sobre os medicamentos homeopáticos. (SILVA, 1997, p. 46).

As disponibilizações das orientações realizadas pelos farmacêuticos quanto ao

tratamento devem estar de forma bem esclarecida e o ideal seria anexada aos

medicamentos, informações sobre a posologia e dosagens. Destarte, a orientação

farmacêutica é a gestão da terapia medicamentosa individualizada, tendo como meta

a dispensação do medicamento no momento exato para o paciente que realmente

necessite dele. (SILVA, 1997).

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5 CONCLUSÃO

A homeopatia uma terapia utilizada para tratamento e cura baseado na “força

vital” do ser humano. A forma de tratamento homeopática baseia-se em requisitos e

legislações específicas com a padronização técnica e ganhando assim, a rigorosidade

científica.

A produção de medicamentos homeopáticos seguem etapas de forma

específica. Nesta perspectiva, é importante ressaltar que a manipulação destes

medicamentos está sob a responsabilidade dos farmacêuticos no Brasil, bem como,

na dispensação orientada, prestando-lhes informações, facilitando a compreensão de

dúvidas que possam vir a surgir.

Deste modo, o tratamento homeopático torna-se individualista, na medida em

que, a avaliação realizada pelos farmacêuticos no conhecimento dos sintomas de

cada paciente. Portanto há neste tipo de especialidade médica e farmacêutica um

acompanhamento personalizado.

Desta forma o farmacêutico que presta orientação farmacêutica na farmácia

homeopática deve estar ciente que orientar seus pacientes quanto à conservação e

utilização dos medicamentos e quanto a esclarecimentos que levam a melhoria de sua

qualidade de vida, acompanhando assim todo o seu tratamento.

O farmacêutico estará otimizando o tratamento, já que ele pode entrar em

contato com o clínico esclarecendo dúvidas, propondo novas formas de tratamento e,

por fim fornecendo informações sobre drogas e medicamentos homeopáticos tanto

para o clínico como para o paciente.

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Page 32: O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA DISPENSAÇÃO DE …

REFERÊNCIAS

ABFH. Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas. Manual de normas técnicas para farmácia homeopática: ampliação dos aspectos técnicos e práticos das preparações homeopáticas. 3 ed. Curitiba, 2003.

BESSA, M. Filosofia da homeopatia: análise das noções de força vital, vida, natureza e homem no pensamento de Hahnemann. Curitiba: Aude Sapere, 1994.

CORNILLOT, P. Tratado de homeopatia. Porto Alegre: Artmed, 2005.

COSTA, Roberto Andrade de. Homeopatia Atualizada. 3ª ed. Petrópolis: Roberto Andrade Costa, 1988.

CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução n. 576, de 28 de junho de 2013. Dá nova redação ao artigo 1º da Resolução/CFF n. 440/05, que dispõe sobre as prerrogativas para o exercício da responsabilidade técnica em homeopatia. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfles/fle/resolucoes/576.pdf. Acesso em: 02 mai.2018.

EGITO, Laércio do. Homeopatia contribuição ao estudo da teoria miasmática. São Paulo: Elcid, 1980. FONTES, Olney Leite. Farmácia Homeopática: teoria e prática. 4ª ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2013.

FUTURO, D. O. O Medicamento Homeopático. Curso de Gestão da Assistência Farmacêutica - Especialização a distância. Material didático. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2010. HANEMANN, Samuel. Organon da arte de curar. 6 edição. São Paulo: Rode Editorial, 1992. HAHNEMANN, S. The Chronic Diseases. Nova Iorque, EUA, 1846.

MINISTÉRIO da saúde. Farmacopeia homeopática brasileira. 2 ed. São Paulo: Atheneu, 1997.

ROSENBAUM, P. Homeopatia e vitalismo. São Paulo: robe, 1996.

SILVA, José Barros da. Farmacotécnica Homeopatia Simplificada. 2ª ed. Piracaia: Robe Editorial, 1997. VITHOULKAS G, GUINEBERG C. A homeopatia. Rio de Janeiro: Nova fronteira, 1985.

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WALLACH, H. Does a highly diluted homeopathic drug act as a placebo in healthy volunteers? Experimental study of Belladonna 30C in a double blind crossover design – a pilot study. J. Psychosomatic Res. p. 851-860, 1993.

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