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O perfil da criança ou do adolescente adotado por residentes na Comarca de Muriaé, MG, e o princípio do melhor interesse infanto-adolescente Simone Siqueira Fogal 1 , [email protected]; Janine Marinho Dagnoni 2 , [email protected] 1. Bacharel da primeira turma do Curso de Direito da Faculdade de Minas (FAMINAS), Muriaé, MG. 2. Mestre em psicologia social pelo departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG; professora na FAMINAS. RESUMO: A literatura aponta que o brasileiro bus- ca adotar crianças com o perfil semelhante ao dele. Assim, investigou-se o perfil da criança ou do ado- lescente pretendido pelos habilitados no cadastro de adoção da Vara da Infância e da Juventude de Muriaé e da criança ou do adolescente adotado por residentes de Muriaé para saber se esse fato tam- bém ocorre, nesta Comarca, e se tal fato prejudica o atendimento ao melhor interesse infanto-ado- lescente. Constata-se que a realidade encontra- da nessa Comarca é semelhante à apresentada na literatura. Palavras-chave: adoção, perfil, criança e adoles- cente. RESUMEN: El perfil del niño o adolescente adoptado por residentes en la comarca de Muriaé, MG, y el principio del mejor interés para el infante-adolescente. La literatura apunta que el

O perfil da criança ou do adolescente adotado por residentes na … · adoptado por residentes en la comarca de Muriaé, MG, y el principio del mejor interés para el infante-adolescente

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O perfil da criança ou do adolescente adotadopor residentes na Comarca de Muriaé, MG,

e o princípio do melhorinteresse infanto-adolescente

Simone Siqueira Fogal1, [email protected]; Janine Marinho Dagnoni2,[email protected]. Bacharel da primeira turma do Curso de Direito da Faculdade de Minas (FAMINAS),

Muriaé, MG.2. Mestre em psicologia social pelo departamento de Psicologia da Faculdade de

Filosofia e Ciências Humanas da UFMG; professora na FAMINAS.

RESUMO: A literatura aponta que o brasileiro bus-ca adotar crianças com o perfil semelhante ao dele.Assim, investigou-se o perfil da criança ou do ado-lescente pretendido pelos habilitados no cadastrode adoção da Vara da Infância e da Juventude deMuriaé e da criança ou do adolescente adotado porresidentes de Muriaé para saber se esse fato tam-bém ocorre, nesta Comarca, e se tal fato prejudicao atendimento ao melhor interesse infanto-ado-lescente. Constata-se que a realidade encontra-da nessa Comarca é semelhante à apresentadana literatura.Palavras-chave: adoção, perfil, criança e adoles-cente.

RESUMEN: El perfil del niño o adolescenteadoptado por residentes en la comarca deMuriaé, MG, y el principio del mejor interés parael infante-adolescente. La literatura apunta que el

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brasilero busca adoptar niños con el perfil semejanteal de él mismo. Así, se investigó el perfil del niño oadolescente pretendido por los habilitados en elarchivo de adopción de la Vara del infante y deladolescente de Muriaé y del infante o adolescenteadoptado por residentes de Muriaé para saber eseacto también ocurre, en esta comarca, y si tal hechoperjudica o no atiende al mejor interés del infante oadolescente. Se constató que la realidad encontra-da en esa Comarca es semejante a la presentadaen la literatura.Palabras llaves: adopción, perfil, infante y adoles-cente.

ABSTRACT: The profile of children or adolescentsadopted by residents in the city of Muriaé, MG,and the principle of the child-adolescent bestinterest. The literature suggests that the Braziliansearches to adopt children with a profile similar tohis, so it was investigated the profile of the child oradolescent intended by the enabled at the cadastreof adoption of Law Court responsible for adoptionsof child and adolescents of Muriaé and the child oradolescent adopted by residents in Muriaé to knowif this fact also occurs in this City and if this factaffects the care of the best interest of children andadolescents. It was found that the reality of adoptionin this district is similar to that presented in theliterature.Keywords: adoption, profile, child and adolescent.

Introdução

A adoção durante muitos anos visava a dar filhos a quem não os podiater biologicamente, mas a partir do surgimento do princípio do melhor interesseinfanto-adolescente, através da Declaração dos Direitos da Criança e do adoles-cente, a legislação brasileira passou a buscar uma família para as crianças e osadolescentes desprovidos de uma (BORDALLO, 2006). Assim, de acordo comBandeira (2001), a adoção passou a representar a mais completa forma de

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colocação de uma criança ou um adolescente em um lar substituto e um dosmais valiosos instrumentos de política social.

Contudo, apesar da lei priorizar o interesse do adotando, os brasilei-ros ainda vêem a adoção como um meio de dar filhos a quem não os tem, ouseja, continua enxergando esse instituto como um recurso destinado aos casaiscom dificuldades de ter filhos através dos métodos tradicionais (CAMPOS;COSTA, 2003).

De acordo com Rizzardo (1994, p. 829-830),

[...] está ínsito na índole humana ou nasce com a próprianatureza do homem a tendência de se perpetuar atravésdos filhos, o que representa um modo de afastaraparentemente a idéia da própria finitude do tempo. Nestaidéia inata em todas as pessoas, a incapacidade ouimpossibilidade de gerar é substituída, pelo menos em parte,através da adoção, que reflete uma forma de realização dopróprio indivíduo.

I – O adotante brasileiro

Segundo os estudos de Weber (2001a), a falta de filhos biológicos éa motivação que a maioria dos adotantes brasileiros usa para justificar a adoçãode crianças e adolescentes, pois 88,5% dos adotantes são casados e o motivomais freqüente (50% dos adotantes) foi o fato de não ter os próprios filhos esomente 16,3% justificaram a adoção como um ato de caridade.

A menção ao sexo, cor e outras tantas características da criança ouadolescente a ser adotado é semelhante à idealização do bebê feita pelos paisbiológicos ainda no ventre materno, já que

[...] um filho perfeito, sem problemas de saúde, seme-lhante fisicamente aos pais, recém-nascido, cujo compor-tamento acredita-se que poderá ser mais facilmente mol-dado pelos adotantes - pode estar o desejo de imitar aomáximo a situação biológica idealizada narcisicamente e/ou ainda encobrir os temores e receios com relação a his-tória, origem e genética da criança (CAMPOS; COSTA,2003, p. 222).

O brasileiro opta por crianças com o perfil semelhante ao dele e depouca idade. De acordo com o estudo de Weber (2001a), 96,2% das mães e85,5% dos pais adotivos são brancos. Já quanto às crianças, “[...] a maioria

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absoluta (70,5%) adotou uma criança de cor branca; 23,8% adotaram uma cri-ança de cor parda; 5,3% adotaram uma criança de cor negra e 0,4% adotouuma criança amarela. [...]” (WEBER, 2001a, p. 208).

Com relação à idade do adotado,

[...] a maioria absoluta dos adotantes (71,4%) adotaramum bebê com até três meses de idade; 13,8% adotaramcrianças até dois anos de idade (consideradas adoçõesprecoces). Houve, portanto, somente 14,8% de adoçõesde crianças com mais de 2 anos de idade (consideradasadoções tardias) (WEBER, 2001a, p. 207).

Quanto à saúde da criança na época da adoção, “[...] a maioria abso-luta de crianças era perfeitamente saudável (74,9%); as outras possuíam algumproblema de saúde no momento da adoção, mas este era, geralmente, semgravidade [...]” (WEBER, 2001a, p. 208).

II – Crianças institucionalizadas no Brasil

Hoje coexistem duas realidades distintas, a dos interessados em ado-ção que buscam as crianças que não puderam ter de forma convencional e ogrande número de crianças e adolescentes no país esperando uma família. Ecomo o perfil de filho esperado pelos interessados em adoção é diferente doque encontramos nos abrigos brasileiros, há espera de ambos os lados.

Foi realizado um estudo através do IPEA em todos os abrigos brasilei-ros, traçando o perfil do abrigado em nosso país e se comprovou que a maioriadas crianças institucionalizadas é negra, isto é, 63% das crianças e adolescentesabrigados no Brasil são negros, apenas 35% brancos e 2% de indígenas e ama-relos (SILVA, 2004).

Ressalta-se também que, no Brasil, apenas 11,7% dos abrigados es-tão na faixa de 0 a 3 anos de idade, sendo o maior número entre as faixas de 7a 15 anos, 61,3%. A região sudeste concentra 14,4% de crianças entre a faixaetária de 0 a 3 anos e 57,7% dos abrigados entre 7 e 15 anos (SILVA, 2004).

Esse estudo cruzou cor e faixa etária dos abrigados, assim, demons-trou-se uma tendência progressiva de aumento da população negra conformeavança a faixa etária dos abrigados. Uma vez que na

[...] faixa etária de zero a 1 ano incompleto a populaçãonegra é da ordem de 183 crianças, enquanto que apopulação branca é de 215. Na faixa etária seguinte, de 2

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anos, o número de crianças negras nos abrigos já ultrapassao número de crianças da cor branca: 230 e 202,respectivamente. Na idade de 13 anos, por exemplo, há806 adolescentes negros para 392 adolescentes brancos(SILVA, 2004, p. 51-52).

O estudo levantou duas hipóteses a respeito do referido fenômeno,a primeira diz respeito à preferência explícita das famílias brasileiras pela ado-ção de crianças de cor branca. Na segunda hipótese, supõe-se que as institui-ções de abrigo concentram tantas crianças negras pelo fato das condiçõessocioeconômicas dos negros no Brasil ainda serem precárias, o que faz as famí-lias negras deixarem seus filhos nos abrigos (SILVA, 2004).

A pesquisa mostrou ainda que apenas 10,7% das crianças e adoles-centes abrigados estão em condições de estarem disponíveis para adoção, poisnão há poder familiar sobre eles. Na região sudeste, este número é um poucomaior, 12,5% (SILVA, 2004).

Através desses dados, pode-se levantar outro fato intrigante, uma vezque se nota que as famílias não abrem mão do poder familiar quando a criançaé abrigada, assim, com o passar dos anos, a criança já não está na idade em queos interessados em adoção buscam e nem houve retorno do vínculo com afamília de origem. Desta forma, a criança ou o adolescente não tem resguarda-do seu direito à convivência familiar. Assim, o abrigo que deveria ser temporá-rio, acaba fazendo parte da vida da criança ou adolescente por anos (MARTINEZ,2006). Segundo o estudo do IPEA, 52,6% das crianças e adolescentes já vivemabrigados há mais de dois anos (SILVA, 2004).

Por todos esses estudos, tem-se uma idéia de quão complicada é asituação da adoção no Brasil. Weber (2001b) ressalta a importância de se fazerestudos sobre adoção nesse país, tendo em vista a escassez de pesquisas desseassunto. Essa mesma pesquisadora informa ser importante a feitura de pesqui-sas específicas. Todavia, com relação aos números da adoção, não se tinha atéentão um estudo feito em Muriaé. Assim, realizou-se um levantamento dedados dessa Comarca para se ter uma idéia mais precisa da situação daadoção em Muriaé.

III – Metodologia

3.1 – Procedimentos gerais

A pesquisa apresentada é composta por duas etapas. Na primeira, foirealizada análise do cadastro de interessados em adoção na Comarca de Muriaé

100 MURIAÉ – MG

(MG) para que fosse possível conhecer o perfil do adotante do cadastro. Alémdisso, houve a investigação dos dados existentes sobre o perfil da criança e doadolescente disponíveis para adoção. Na segunda etapa, foram realizadas en-trevistas com adotantes da Comarca de Muriaé para que fosse possível compre-ender melhor como se dá, de forma efetiva, a adoção nessa comarca e qual éo perfil das adoções realizadas pelos residentes em Muriaé.

3.2 – Procedimentos amostrais e amostra

Para ter acesso aos dados referentes à adoção, na Vara da Infância eda Juventude da Comarca de Muriaé (MG) fez-se um requerimento, em marçode 2007, endereçado ao Juízo daquela Vara com o fim de pedirmos permissãopara que fosse possível traçar o perfil dos habilitados para adoção da Comarca etambém das crianças e adolescentes disponíveis para adoção.

Como os dados estão sujeitos a segredo de justiça, a autora destetrabalho comprometeu-se a não divulgar os nomes dos envolvidos e nem mes-mo a data de nascimento e profissão, com o fim de evitar a identificação dessaspessoas. Para que esse anonimato fosse garantido, foi supervisionado por servi-dores da Vara da Infância e da Juventude.

Foram analisados 43 cadastros de habilitados para adoção na Comarcade Muriaé, entre os meses de março e julho de 2007.

Além de não se poder valer dos dados dos processos que tramitamatravés da Vara da Infância e da Juventude para procurar os adotantes para fazera segunda etapa desse trabalho, isto é, as entrevistas, tendo em vista o caráterde segredo de justiça dos mesmos, também não seriam encontradas, nessaVara, adoções de fato e à brasileira, práticas ainda comuns no Brasil (CAPEZ,2005; SOUSA, 2005; WEBER, 2001a).

Então, o contato com os entrevistados se deu através, inicialmente,de pessoas conhecidas da autora deste trabalho e de conhecidos dos amigos damesma que já adotaram ou estão em processo de adoção. Depois, essas pesso-as indicaram outras pessoas; assim, conseguiu-se um número satisfatório deentrevistados (n=33). Tal procedimento de escolha amostral é denominado“[...] amostra acidental, conhecida também como ‘técnica bola-de-neve’”(WEBER, 2001a, p. 96).

O conteúdo dessas entrevistas não pode ser considerado como umaverdade absoluta da situação da adoção na Comarca de Muriaé, uma vez queesses dados representam resultados de uma amostra, que nos dá uma idéia dessasituação. Cabe destacar que muitas pessoas adotam, mas não divulgam ou nãogostam de falar sobre o assunto, outras, por adotarem “à brasileira”, não revelamtal fato por ser crime e/ou pelo filho não ter conhecimento de sua origem.

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Elaborou-se um questionário com base no questionário de Weber(2001a) e foi aplicado por contato direito, sendo, portanto, uma entrevistaestruturada, conforme Gil (1999). As entrevistas foram iniciadas em 10 dejulho de 2007 e finalizadas em 10 de agosto de 2007, totalizando-se 33entrevistados.

3.3 – Análise de dados

Sempre que os dados coletados foram representados em variáveisquantitativas, foram feitas análises descritivas, análises de freqüência, porcenta-gem e demonstrativos em gráficos. Nos casos em que os dados consistiam emvariáveis qualitativas, representando respostas a questões abertas dos questio-nários, utilizou-se o método de análise de conteúdo, segundo Bardin (1977).

IV – Resultados

4.1 – Apresentação dos dados do cadastro de adoção da Comarca deMuriaé

Analisou-se o conteúdo do cadastro dos habilitados em adoção, istoé, o cadastro após o estudo social e psicológico, o parecer do Ministério Públicoe a autorização do juiz da Vara da Infância e da Juventude, permitindo que osrequerentes fossem incluídos no banco de dados da Vara da Infância e da Ju-ventude e aguardassem por uma adoção.

Como já foi dito anteriormente, foram encontrados 43 habilitadosaguardando uma criança ou adolescente a ser adotado. Assim, obteve-se aquantidade universal dos habilitados em adoção da Comarca de Muriaé.

Cabe ressaltar que no Juizado da Infância e da Juventude de Muriaé,estão também cadastradas pessoas de outras regiões do país, não obstantepredominem pessoas desta Comarca. Com relação àqueles que já estavamcadastrados em outras Varas, o estudo social e psicológico daquela localidadefoi enviado para esta Vara, por isso são um pouco diferentes. Assim, nos casosem que algum item não foi abordado, usou-se o termo “sem resposta”.

Primeiramente, cabe ressaltar que a maioria absoluta das famíliashabilitadas para adoção são constituídas pelo casamento (83,7%), enquanto asconstituídas pela união estável e as famílias monoparentais totalizam 14,0% e2,3% respectivamente. Além disso, 74,4% das mulheres habilitadas se declara-ram brancas, enquanto as que se declararam morena ou morena clara são 11,6%.Quanto aos homens, 73,9% se declararam brancos e 9,5% declararam-se mo-renos ou morenos claros.

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4.1.1 – Perfil da criança ou adolescente pretendido pelos habilitadospara adoção na Comarca de Muriaé

Com relação ao perfil da criança ou adolescente pretendido peloshabilitados em adoção, pode-se constatar que, com relação ao sexo, a maiorianão possui preferência, consoante o Gráfico 1.

No que tange à saúde física e mental, observa-se que os habilitadospreferem crianças saudáveis ou com deficiências tratáveis ou leves, de acordocom os Gráficos 2 e 3

Com relação ao número de crianças ou adolescentes a serem adotados,nota-se que a preferência é por uma única adoção, conforme os Gráficos 4 e 5.

Já com relação à cor da criança ou adolescente pretendido, pode-senotar que as gradações de cor são abrangentes. Além disso, a cor branca possui30,2% de preferência seguida da preferência por branca ou morena com 27,9%,de acordo com a Tabela 1.

Com relação à idade da criança ou adolescente a ser adotado, cons-tata-se na Tabela 2 que predomina a preferência por crianças de tenra idade, enão há pretensões quanto à adoção de adolescentes. Quanto à preferência porrecém-nascido, foi usado o período de tempo adotado pela Organização Mun-dial de Saúde em pediatria, ou seja, até 28 dias de nascido, o que se considerouum mês para este trabalho (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA).

4.2 – Apresentação dos dados das entrevistas dos adotantes daComarca de Muriaé

Foi aplicado um questionário, baseado no aplicado por Weber (2001b),aos adotantes residentes na Comarca de Muriaé entre 10 de julho de 2007 e 10de agosto de 2007, totalizando-se 33 entrevistas. A maioria dos entrevista-dos, 81,8%, foram mulheres, enquanto o casal e o homem responderam a9,1% cada um.

A maioria das famílias adotantes da Comarca de Muriaé é constituídapelo casamento, já que 90,9% dos entrevistados alegaram ter adotado a criançajuntamente com o cônjuge. A família monoparental constitui 6,1% das famílias,sendo que 3,0% das famílias são constituídas pela união estável. Os entrevista-dos também informaram que a adotante é de cor branca, ou seja, 54,5%, e24,2% declararam ser a adotante morena ou morena clara. Já com relação aosadotantes, 51,6% dos entrevistados informaram ser os adotantes brancos e19,4%, moreno ou moreno claro.

Quanto ao número de crianças adotadas, a maioria dos entrevistadosinformou que adotou apenas uma criança (75,8%), enquanto 15,2% adotaram

GRÁFICO 1 Sexo da criança ou adolescente pretendidos pelos habilitadosem adoção

GRÁFICO 2 Preferência dos habilitados em adoção quanto à saúde físicada criança ou adolescente a ser adotado

GRÁFICO 3 Preferência dos habilitados em adoção quanto à saúde mentalda criança ou adolescente a ser adotado

GRÁFICO 4 Aceitação dos habilitados quanto a irmãos gêmeos

GRÁFICO 5 Aceitação dos habilitados quanto a irmãos com idades di-ferentes

TABELA 1 Cor da criança ou adolescente pretendidos pelos habilitadosem adoção

COR FREQÜÊNCIA %

Branca 13 30,3%

Clara 1 2,3%

Branca ou morena clara 3 7,0%

Branca ou morena 12 28,0%

Morena clara 4 9,3%

Clara ou morena 1 2,3%

Morena 1 2,3%

Branca ou amarela 1 2,3%

Branca ou mulata 1 2,3%

Mulata 1 2,3%

Morena ou parda 1 2,3%

Negra ou morena 1 2,3%

Sem preferência 3 7,0%

TOTAL 43 100,0%

TABELA 2 Idade da criança ou adolescente pretendido pelos habilitadosem adoção

IDADE FREQÜÊNCIA %

Recém-nascido (até 1 mês) 2 5,0%

Até 2 meses 2 5,0%

Até 3 meses 5 12,5%

Até 4 meses 6 15,0%

Até 6 meses 1 2,5%

Até 9 meses 1 2,5%

Até 10 meses 6 15,0%

Até 12 meses 2 5,0%

Até 24 meses 8 20,0%

Até 36 meses 3 7,5%

Até 42 meses 1 2,5%

De 12 meses a 36 meses 1 2,5%

De 24 meses a 36 meses 1 2,5%

De 36 meses a 60 meses 1 2,5%

TOTAL 43 100,0%

110 MURIAÉ – MG

duas crianças e os que adotaram três e quatro crianças correspondem a 6,1% e3,0% respectivamente.

4.2.1 – Perfil do adotado

Quanto ao perfil da criança ou adolescente adotado, 57,6% dos en-trevistados alegaram que não tinham pretensão quanto às características dosadotados. Dos 42,4% que pretendiam determinadas características nos adotados,71,4% alegaram que adotaram crianças ou adolescentes com o perfil planejado.

No que diz respeito à idade da criança adotada, conforme a tabelaabaixo, nota-se que 62,2% estavam entre recém-nascidos e bebês com 6 me-ses de idade. Já no que tange às adoções consideradas tardias, crianças acimade 2 anos de idade, observa-se que correspondem a apenas 20,0% das ado-ções, enquanto as demais, as adoções consideradas não tardias, até 2 anos deidade, correspondem a 80,0%.

A respeito do perfil da criança ou adolescente adotado, constata-seque não houve adoção de adolescentes, sendo que predominou a adoção decrianças com pouco tempo de vida, conforme aTabela 3.

Além de crianças com tenra idade, constata-se também que a ado-ção de crianças com boa saúde física predomina, uma vez que 57,8% dascrianças tinham boa saúde física na época em que chegaram às famílias adotantes,conforme o Gráfico 6.

Já com relação à saúde mental, os entrevistados informaram, confor-me Gráfico 7, que 94% das crianças tinham boa saúde na época em que chega-ram às famílias. Ressalta-se que os problemas de saúde física que predomina-ram foram desnutrição e pneumonia, e os problemas mentais, hiperatividade,conforme relatado pelos entrevistados.

Quanto ao sexo, 55,6% das crianças são pertencentes ao sexo mas-culino e 44,4%, feminino. Já com relação à cor, predominaram as adoções decrianças com o tom de pele mais claro, conforme a Tabela 4.

V – Discussão dos resultados

5.1 – Discussões sobre os dados do cadastro de adoção

Ao se analisar o cadastro de habilitados para adoção da Comarca deMuriaé, pode-se perceber que os habilitados são, na sua maioria, compostospor casais brancos que não puderam ter filhos biologicamente.

Os trechos retirados do estudo social dos casais habilitados para ado-ção encontrados no banco de dados da Vara da Infância e da Juventude da

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IDADE DAS CRIANÇAS ADOTADAS FREQÜÊNCIA %

Entre recém-nascidos e crianças com 1 mês completos 14 31,1%

Acima de 1 mês a 6 meses completos 14 31,1%

Entre crianças acima de 6 meses e 2 anos completos 8 17,8%

Entre crianças acima de 2 anos e 3 anos completos 3 6,7%

Entre crianças acima de 3 anos e 4 anos completos 2 4,4%

Entre crianças acima de 4 anos e 5 anos completos 1 2,2%

Acima de 5 anos 3 6,7%

TOTAL 45 100,0%

TABELA 3 Idade em que as crianças chegaram às famílias adotantes

GRÁFICO 6 Estado de saúde física das crianças adotadas

GRÁFICO 7 Estado de saúde mental das crianças adotadas

Tabela 4 Cor da criança adotada segundo a pessoa entrevistada

COR DA CRIANÇA FREQÜÊNCIA %

Branca 14 31,1%

Morena 13 28,9%

Morena clara 1 2,2%

Parda 6 13,3%

Mulata 2 4,5%

Negra 9 20,0%

TOTAL 45 100,0%

115REVISTA JURÍDICA DA FAMINAS – v. 3, n. 2, ago.-dez. de 2007

Comarca de Muriaé ilustram a constatação de que a adoção foi a maneira en-contrada por eles para se tornarem pais: “Os requerentes optaram pela adoçãoapós esgotarem todas as possibilidades de terem filhos biológicos.” “Sentem afalta de se completarem através de filhos, e como eles têm apresentado difi-culdades para engravidar, decidiram adotar.” “Desejam ter filhos, e a ado-ção é uma forma deles se tornarem pais, já que não tem sido possível pormeios naturais.”

Tal constatação é fundamentada, por exemplo, em Amazonas, Diase Schettini (2006), ao afirmarem que a maioria dos pais adotivos adota tendoem vista a necessidade de reparação do transtorno biológico que impediu ageração de filhos biológicos. Assim, começa-se a pensar na possibilidade desuprir a lacuna deixada pela falta de filhos através da adoção, valendo-se dacapacidade de outras pessoas de procriar.

5.1.1 – O perfil da criança pretendida pelo adotante

Quanto ao perfil existente no cadastro de interessados em adoção,pode-se perceber que há referência à cor, à idade, à saúde física e mental dacriança ou adolescente pretendidos.

O quesito cor do cadastro de adoção é diferente do padronizadopelo IBGE, uma vez que a pessoa cadastrada tem liberdade para se classificar eclassificar, também, o filho que pretende adotar. Desta forma, observa-se queos adotantes percebem a distinção de cores de pele como uma gradação detons do mais claro ao mais escuro, sendo comum utilizarem a conjunção “ou”para indicarem certa margem de preferência e tolerância a tonalidades maispróximas à tonalidade de pele do cadastrado. Por exemplo, “a preferência poruma criança branca ou morena”.

A cor de pele preferida pelos pais é a que possui um tom mais claro,já que maioria dos cadastrados era composta por brancos que queriam criançasparecidas com eles. Se o casal era composto por um negro e um branco, apreferência era por criança mulata, como mostra o estudo social de um casalcadastrado na comarca de Muriaé interessado em adoção: “Se tivéssemos umfilho, ele seria mulato”.

A adoção para a maioria dos habilitados é uma forma de imitar afamília biológica. Há neles, por conseguinte, o desejo de aproximar do biotipoque presumem que um filho biológico deles teria.

Quanto à deficiência física e mental, notamos que os habilitados paraadoção nesta comarca não são diferentes dos interessados em adoção no res-tante do país, pois, segundo Campos e Costa (2003), se a criança possui proble-

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mas de saúde, as chances para a adoção diminuem consideravelmente, umavez que não se encaixam no perfil pretendido pelos adotantes.

Conforme os dados do cadastro, a rejeição à criança portadora de doen-ça mental (86,0%) é ainda maior do que à criança com deficiência física (44,2%).

Quanto à idade, constata-se que os cadastrados na Comarca de Muriaépreferem crianças de tenra idade como o perfil da adoção nacional. Quase quede forma unânime foi utilizada a preposição “até” e também a expressão “de...a” para indicarem certa margem de permissão a idades aceitáveis pelos cadas-trados, como exemplo, no fragmento do estudo social de habilitados para ado-ção na Comarca de Muriaé, pode-se perceber o uso deste tipo de expressão: “Apreferência deles é por crianças de até 6 meses”. “Querem crianças de 12meses a 36 meses”.

Não havia muitas justificativas para tal preferência, mas nota-se certotemor por crianças maiores, pois têm um maior conhecimento sobre vida, etambém um interesse por parte dos cadastrados em participar de todas as fasesde crescimento do filho, pois, como não conseguiram engravidar, querem acom-panhar as demais fases de forma intensa, como se pode notar nos trechosretirados do estudo social do cadastro de habilitados para adoção na Comarcade Muriaé: “A preferência deles é por crianças de cor branca, de faixa etária derecém-nascida até oito meses de idade. Assim desejam, pois gostariam devivenciar as fases decorrentes do desenvolvimento do filho”. “Pensam na pos-sibilidade de adotar uma criança um pouco maior, mas temem que ela já co-nheça demais da vida”. Não havia no cadastro qualquer referência a interessepor adolescentes.

Conforme Ebrahim (2001, p. 73-74), “[...] a adoção no Brasil, ainda écomumente vista como solução para a infertilidade, constituindo uma das ra-zões para a procura maciça de bebês”.

Pretendia-se traçar também o perfil da criança e do adolescente dis-ponível para adoção, já que uma hipótese para o grande número de interessa-dos em adoção era a diferença entre o perfil pretendido pelos cadastrados e operfil encontrado nos cadastros de crianças e adolescentes disponíveis paraadoção, conforme (SILVA, 2004). Acontece que não havia crianças ou adoles-centes disponíveis para adoção na Comarca de Muriaé, assim, não foi possíveltraçar seu perfil. Nasceu, portanto, a segunda etapa deste trabalho, já que, comoas adoções aconteciam na comarca, foi-se investigar de que forma ocorriam.

5.2 – Discussões sobre os dados da pesquisa de campo

Constatou-se que as famílias que realizam adoções também sãoconstituídas na sua maioria por casais brancos que adotam apenas uma

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criança da mesma comarca com menos de 2 anos de idade e com boasaúde física e mental.

Através das entrevistas realizadas com os adotantes da comarca deMuriaé, pôde-se perceber que a adoção tardia é ainda rara, pois representouapenas 20,0% das 45 adoções encontradas. Cabe ressaltar que 83,3% dosadotantes que realizaram adoções tardias eram casais que já tinham filhos bio-lógicos ou adotivos na época da adoção, correspondendo ao que a literaturalevantou ao dizer que “[...] os adotantes tardios podem, na sua maioria, sercasais com filhos, que já vivenciaram a experiência de criar uma criança, nãotendo mais a necessidade ou disponibilidade de começar com um bebê. [...]Ao passo que, os adotantes convencionais são casados e sem filhos biológicos”(EBRAHIM, 2001, p. 75).

Segundo Camargo (2005), a adoção tardia é a mais grave conseqüên-cia da atuação da cultura que privilegia crianças recém-nascidas em detrimentode crianças mais velhas. Desta forma, as crianças mais velhas, na grande parte,são adotadas por estrangeiros ou permanecem em instituições (EBRAHIM, 2001).

Além disso, constatou-se que, apesar da maioria dos adotantes tereminformado que não possuíam pretensões quanto às características do adotado(57,6%), mesmo assim os entrevistados informaram terem adotado criançascom cor de pele clara (62,2%), de tenra idade (80,0%) e com boa saúde física(57,8%) e mental (93,3%) e terem adotado apenas uma criança (75,8%).

VI – Considerações finais

Confirmou-se que, realmente, os adotantes buscam na adoção umacriança semelhante a eles fisicamente, de pouca idade e preferencialmentesem problemas físicos e mentais. Acontece que, como a maioria dos adotantespossui cor clara de pele, adotam crianças também com o tom de pele maisclaro, fazendo com que as crianças negras e com mais de dois anos de idadetornem-se inadotáveis.

A adoção, como já foi visto, é uma forma de família substituta quevisa a atender de forma primordial a criança ou o adolescente desprovido deum núcleo familiar. Assim, o interesse desses deve ser priorizado em detrimen-to de qualquer outra pessoa envolvida em um processo de adoção. Comopodemos notar na literatura e na pesquisa, apesar da lei garantir isso, a socieda-de ainda não está consciente da importância do cumprimento desse princí-pio. De acordo com Weber (2001b), a cultura da adoção ainda não fazparte da vida dos brasileiros.

Todas as crianças e todos os adolescentes, independentemente dacor, da idade, do estado de saúde físico e mental necessitam de uma família, já

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que o abrigo, conforme o art. 101 do ECA, deve ser apenas uma medida provi-sória. Todavia, a literatura mostra que tendo em vista o perfil da criança ou doadolescente, este poderá ficar por um longo prazo nos abrigos, o que não é oque condiz com o princípio do melhor interesse infanto-adolescente.

Caso não seja não seja possível haver o retorno da criança ou adoles-cente a sua família natural, deve-se encaminhá-lo à adoção. Sabe-se que aocompletar 18 anos, os adolescentes abrigados serão desligados dos abrigos,por isso existe a urgência da procura de uma família para a criança ou oadolescente.

A legislação brasileira é muito boa quanto ao rol de direitos das crian-ças e dos adolescentes, mas sem um trabalho feito com os adotantes, com ospais biológicos que entregam filhos para adoção e com a sociedade em geral,não se conseguirá a efetivação das medidas protetivas. É preciso que haja umaconscientização da sociedade a respeito da necessidade primordial dessas cri-anças e adolescentes e, conseqüentemente, mostrar a importância daflexibilização do perfil pretendido pelos adotantes brasileiros.

Os estudos já realizados no Brasil comprovam a efetividade dos gru-pos de apoio à adoção, que buscam preparar os interessados em adoção edivulgar os procedimentos ideais tanto aos interessados em adotar como aospais que pretendem dar seus filhos para adoção (GRANATO, 2003). Essesgrupos, compostos por adotantes e pessoas com conhecimentos sobre adoção,ajudam a quebrar mitos e preconceitos e divulgam os procedimentos mais ade-quados. Como na comarca de Muriaé não há tal grupo, seria interessante acriação de um.

A ajuda da mídia, de grupos de debates e seminários também sãouma boa forma de se transmitir informações pertinentes para a sociedade.

A criança e o adolescente têm direito a uma família que lhe garantaamor, condições materiais básicas e outros tantos direitos contidos na legislaçãopátria. Portanto, medidas urgentes precisam ser tomadas para que seja garanti-do o melhor interesse deles, pois a infância e a adolescência têm pressa.

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