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25/5/2014 O planejamento da licitação - Jus Navigandi - O site com tudo de Direito http://jus.com.br/imprimir/417/o-planejamento-da-licitacao 1/8 Este texto foi publicado no site Jus Navigandi no endereço http://jus.com.br/artigos/417 Para ver outras publicações como esta, acesse http://jus.com.br O planejamento da licitação Airton Rocha Nóbrega Publicado em 12/1998. Elaborado em 12/1998. I. INTRODUÇÃO A licitação pode ser conceituada como o procedimento administrativo que se destina a selecionar a proposta mais vantajosa para o contrato de interesse de determinado ente ou órgão público, preservando e garantindo tratamento isonômico a todos que demonstrem condições de participar do certame e tenham interesse em disputar o objeto contratual oferecido. Tratando-se de procedimento administrativo há de se ter como pressuposto necessário a existência de uma série de atos praticados de forma seqüencial, alguns de competência da própria Administração, outros de responsabilidade dos participantes. O procedimento, no dizer abalizado de Maria Sylvia Zanella de Pietro (in, "Direito Administrativo " - Atlas - 7ª ed. - pág. 397 ), "é o conjunto de formalidades que devem ser observadas para a prática de certos atos administrativos; equivale a rito, a forma de proceder; o procedimento se desenvolve dentro de um processo administrativo". E a licitação se desenvolve induvidosamente com observância de um rito formal que é em lei estabelecido. Veja-se que a Lei 8.666/93, em seus dispositivos iniciais já proclama de logo que "todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido nesta Lei, ..." (art. 4º). É ato administrativo formal, consoante o explicita o parágrafo único do mesmo dispositivo. Significa dizer, portanto, que a licitação desdobra-se em fases que, devidamente planejadas e previstas, vão integrar todo um procedimento. Inverter tais fases ou deixar de cumpri-las poderá acarretar a nulidade de todo o certame ou, na melhor das hipóteses, em atrasar a sua conclusão. Atentar-se, portanto, para as diversas etapas que legalmente se impõem ao administrador público é, assim, medida que se entremostra necessária, conforme será exposto a seguir.

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    Este texto foi publicado no site Jus Navigandi no endereohttp://jus.com.br/artigos/417Para ver outras publicaes como esta, acesse http://jus.com.br

    O planejamento da licitao

    Airton Rocha Nbrega

    Publicado em 12/1998. Elaborado em 12/1998.

    I. INTRODUO

    A licitao pode ser conceituada como o procedimento administrativo que se

    destina a selecionar a proposta mais vantajosa para o contrato de interesse de

    determinado ente ou rgo pblico, preservando e garantindo tratamento

    isonmico a todos que demonstrem condies de participar do certame e tenham

    interesse em disputar o objeto contratual oferecido. Tratando-se de

    procedimento administrativo h de se ter como pressuposto necessrio a

    existncia de uma srie de atos praticados de forma seqencial, alguns de

    competncia da prpria Administrao, outros de responsabilidade dos

    participantes.

    O procedimento, no dizer abalizado de Maria Sylvia Zanella de Pietro (in, "Direito

    Administrativo" - Atlas - 7 ed. - pg. 397), " o conjunto de formalidades que

    devem ser observadas para a prtica de certos atos administrativos; equivale a

    rito, a forma de proceder; o procedimento se desenvolve dentro de um

    processo administrativo". E a licitao se desenvolve induvidosamente com

    observncia de um rito formal que em lei estabelecido. Veja-se que a Lei

    8.666/93, em seus dispositivos iniciais j proclama de logo que "todos quantos

    participem de licitao promovida pelos rgos ou entidades a que se refere o

    art. 1 tm direito pblico subjetivo fiel observncia do pertinente

    procedimento estabelecido nesta Lei, ..." (art. 4). ato administrativo formal,

    consoante o explicita o pargrafo nico do mesmo dispositivo. Significa dizer,

    portanto, que a licitao desdobra-se em fases que, devidamente planejadas e

    previstas, vo integrar todo um procedimento. Inverter tais fases ou deixar de

    cumpri-las poder acarretar a nulidade de todo o certame ou, na melhor das

    hipteses, em atrasar a sua concluso. Atentar-se, portanto, para as diversas

    etapas que legalmente se impem ao administrador pblico , assim, medida que

    se entremostra necessria, conforme ser exposto a seguir.

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    II. A ABERTURA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

    Os atos da licitao sero reunidos em processo administrativo previamente

    instaurado nos moldes previstos no art. 38 da Lei de Licitaes e Contratos

    (LLC). Estabelece esse dispositivo que "o procedimento da licitao ser iniciado

    com a abertura de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado

    e numerado, contendo a autorizao respectiva, a indicao sucinta de seu

    objeto e do recurso prprio para a despesa, ...".

    O processo administrativo se prestar, assim, adoo de providncias bsicas e

    indispensveis ao regular processamento da licitao. A partir da requisio ou

    pedido formulado pela rea interessada, dever ser expedida a competente

    autorizao para instaurao do processo, com a indicao sucinta do objeto a ser

    licitado e indicao da existncia de recursos oramentrios para a realizao da

    despesa. Tais peas bsicas sero autuadas e devidamente numeradas em

    seqncia, a partir da capa. O processo ser identificado mediante registro

    prprio realizado em protocolo geral ou especfico.

    Cumprida essa etapa prvia, cumpre realizar-se a discriminao do objeto a ser

    executado, o que se dever fazer do modo mais completo possvel, evitando-se

    falhas ou omisses indesejveis, decorrentes de uma imprecisa descrio que

    apenas se prestar a invalidar o certame ou a acarretar descabido e injustificvel

    prejuzo ao errio, ante a contratao de algo diverso daquele que efetivamente se

    pretendia.

    Essa delicada tarefa de definir o objeto que se visa obter consistir de etapa

    especfica em que no sero dispensados conhecimentos tcnicos e onde no

    haver campo para especulaes ou amadorismo. Providncias diversas cabero

    Administrao adotar consoante se trate de obras, servios ou compras, como

    ser examinado nos itens subsequentes.

    III. O PLANEJAMENTO DE OBRAS E SERVIOS

    A individuao do objeto h de ser feita em conformidade com a natureza do que

    se pretende contratar. Visando a disciplinar esse particular aspecto da fase

    interna da licitao, a Lei 8.666/93 trata de forma diferente, embora com os

    mesmos objetivos, as situaes alusivas a obras e servios (art. 7) e aquelas

    respeitantes s compras (arts. 14 e 15). Em se tratando de obras e servios,

    especialmente na rea de engenharia, ver-se- a administrao compelida a

    providenciar a elaborao de projeto bsico, o qual ser posteriormente

    consolidado em projeto executivo. Tais projetos tero que reunir os requisitos

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    postos no art. 6, incisos IX e X, da LLC, detalhando, assim, o que se pretende

    executar. Orienta a Lei no sentido da padronizao de projetos (art. 11), quando

    possvel e conveniente, assim como fixa requisitos que devero ser considerados

    tendo em vista especialmente a racionalidade dos mesmos (art. 12).

    Mas no basta cumprir-se essa etapa alusiva elaborao de projetos. H

    necessidade, ainda, de se buscar estimar o custo das obras e servios, o que se

    far por intermdio de oramento detalhado, expressando a composio de todos

    os custos unitrios (art. 7, 2, II). Esse levantamento prvio - que servir

    como parmetro para a quantificao dos custos estimados da contratao -

    dever ser realizado de forma responsvel, por intermdio de adequada coleta de

    preos e previso de custos. atividade que ser cometida a pessoa dotada de

    competncia e de conhecimentos para tanto, a ela no se admitindo jamais atuar

    de forma descompromissada e aleatria, baseada, s vezes, em favores de

    eventuais futuros participantes do certame que em breve ser instaurado.

    Obtido o custo estimado da contratao, etapa seguinte ser a de verificar a

    existncia de previso para a realizao da despesa, mediante incluso feita nas

    leis oramentrias. Quanto a esse aspecto especfico, necessrio ter em mente

    que vedado o incio de projeto no includo na lei oramentria anual, assim

    como a realizao de despesas ou a assuno de obrigaes diretas que excedam

    os crditos oramentrios ou adicionais (CF: art. 167, I e II). No so admitidos,

    outrossim, investimentos cuja execuo ultrapassem um exerccio financeiro sem

    prvia incluso no plano plurianual, ou sem lei que autorize a sua incluso, pena

    de ver-se o responsvel incurso em crime de responsabilidade (CF: art. 167,

    1).

    Necessrio fazer-se o registro de que nem todas as exigncias contidas na Lei se

    mostram compatveis com servios alheios rea de engenharia, devendo a

    Administrao, em tais casos, efetuar as necessrias adequaes. Exemplo disso

    a exigncia alusiva a projetos bsico e executivo, impossvel de obter-se, com o

    grau de detalhamento e contedo estabelecidos, quando se tratar de servios

    comuns. Cuidado que se deve ter, em relao a estes, o de definir

    adequadamente o objeto, detalhando-o em memoriais. A inteno da Lei a de

    evitar a instaurao da licitao e a posterior contratao de algo que, por

    ausncia de definio prvia, no se preste a atender s necessidades da

    Administrao.

    IV. O PLANEJAMENTO DE COMPRAS

    Referindo-se s compras, d a Lei incio ao disciplinamento do tema

    estabelecendo, como regra preliminar, que "Nenhuma compra ser feita sem a

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    adequada caracterizao de seu objeto e indicao dos recursos oramentrios

    para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem

    lhe tiver dado causa" (art. 14).

    A inteno claramente explicitada no sentido de que no se deve dar incio

    aquisio de bens para a Administrao sem prvia definio do que se pretende

    adquirir e sem que haja recursos previstos para a realizao dessa despesa.

    Outras exigncias, no entanto, tero que ser observadas, exigindo-se ateno ao

    princpio da padronizao - de modo a baratear custos de manuteno - a

    aquisio por meio de registro de preos e a observncia de condies

    semelhantes s do setor privado, admitida, tambm, a subdiviso em parcelas,

    visando ao aproveitamento de peculiaridades do mercado (art. 15).

    Destacam-se, dentre os requisitos indispensveis ao processamento de compras,

    aqueles que so relacionados no 7 do art. 15 da Lei. A especificao completa

    dos bens que se pretende adquirir, sem indicao de marca, a primeira

    exigncia posta no dispositivo referido. Mas no bastante a individuao

    satisfatria dos bens. necessrio que sejam definidas as quantidades em funo

    do consumo e utilizao provveis, adotando-se, para esse efeito, adequadas

    tcnicas quantitativas de estimao. E alm desse cuidado de adquirir apenas o

    que efetivamente se consumir, h de se ter ateno com aspecto outro de suma

    importncia, qual seja o de averiguar previamente as condies de guarda e

    armazenamento, evitando, assim, a deteriorao dos bens adquiridos por ausente

    adequadas condies de acomodao e de proteo. Almeja-se, com tais

    exigncias, evitar-se o desperdcio e os gastos desnecessrios, coibindo atitudes

    negligentes que, em geral, decorrem do fato de atuar-se desatentamente, sem

    qualquer preocupao em realizar-se uma avaliao prvia de necessidades

    efetivas da Administrao, acarretando o desperdcio de bens adquiridos em

    excesso.

    Oportuno rememorar, ademais, que ao vedar-se a indicao de marca, no

    momento da especificao do bem tem-se por fim afastar as aquisies de bens

    apenas em funo de preferncias pessoais ou de escolhas intencionalmente

    dirigidas para produtos determinados, sem qualquer justificativa aceitvel e, s

    vezes at mesmo de forma contrria aos fins da licitao.

    Cabe asseverar, por ltimo, que tambm em relao s compras uma verificao

    preliminar do custo estimado da contratao providncia que deve ser tomada

    pela Administrao, j que apenas se admitir a instaurao do certame licitatrio

    se houver previso de recursos especficos no oramento do rgo ou entidade

    licitadora. Nesse particular aspecto, cumpre dizer-se que criticvel a forma

    usualmente adotada no mbito da Administrao, pois, em regra, baseada em

    consultas que, de forma indolente, so formuladas diretamente a eventuais

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    fornecedores, os quais apresentam cotaes irreais e com valores elevados,

    decerto acreditando que podero, a seguir, impor tais valores em funo de no

    haver qualquer preocupao em cotejar com preos reais os que foram ofertados.

    Para evitar-se esse tipo de fraude to comum e to tolerada na Administrao

    Pblica preciso dotar cada repartio de pessoas qualificadas, capazes de

    verificar, in loco, os preos de mercados e de realizar uma avaliao criteriosa,

    fixando, a seguir, valores mdios baseados em custos reais e confiveis.

    Estes, portanto, os cuidados bsicos que em lei so impostos em relao s

    compras.

    V. A ELABORAO DO INSTRUMENTO CONVOCATRIO

    Certo que, cumpridas tais exigncias bsicas em relao a obras, servios e

    compras, poder ento a Administrao, considerando o valor estimado da

    contratao (art. 23), realizar a escolha da modalidade adequada e, aps isso,

    providenciar a elaborao do instrumento convocatrio correspondente.

    Em se tratando de licitao nas modalidades de concorrncia e tomada de

    preos, o edital dever ter o seu contedo estabelecido em conformidade com as

    exigncias inscritas no art. 40 da Lei 8.666/93, impondo-se cuidadosa elaborao

    do instrumento, com a utilizao de linguagem concisa e clara, de modo a no ver-

    se frustrado o certame em funo de omisses, descuidos ou at mesmo de

    desnecessrias exigncias.

    De suma importncia, ademais, que no se estabeleam exigncias de habilitao

    desnecessrias participao no certame licitatrio, em flagrante descompasso

    com o que se pretende contratar, pois ao buscar-se supostamente a proteo dos

    interesses da Administrao, com a previso de exigncias exageradas, apenas se

    estar impedindo a ampliao do universo de licitantes e, em conseqncia,

    criando bice ao alcance da finalidade precpua da licitao que a de selecionar a

    proposta mais vantajosa para o contrato objetivado. E alm de se estar afastando

    da licitao licitantes capazes, poder-se- criar a falsa aparncia de que o certame

    acha-se dirigido a um ou outro participante. H de se ter em vista, outrossim, que

    as exigncias alusivas formulao das propostas no devem estar dissociadas

    daquilo que realmente compatvel com essa fase da licitao. Exigir contedo

    que a nada se presta ou que no atende a nenhuma finalidade especfica no

    conduta aceitvel e apenas serve para criar embaraos ao alcance do que

    efetivamente se almeja em cada certame: a proposta mais vantajosa.

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    Exemplos mais comuns de exigncias imprestveis e que s servem para,

    privilegiando formalidade dispensvel, pretender-se que as licitantes informem

    nmero de conta bancria na proposta, ou que aceitam e esto de acordo com as

    disposies do edital contra o qual no dirigiram qualquer impugnao, ou, ainda

    que apresentem o aludido documento em duas ou mais vias, as excedentes

    geralmente destinadas lata de lixo.

    VI. O EXAME PRVIO E A APROVAO DO RGO JURDICO

    Elaborado o edital e estando definido o contedo desejvel e adequado licitao

    que se pretende instaurar, impe-se remeter todo o processo e as minutas de

    instrumento convocatrio e contrato ao exame do rgo jurdico da entidade

    licitadora para, luz das disposies legais retromencionadas, verificar se no h

    alguma omisso ou o estabelecimento de exigncias que, no caso especfico,

    venham a oportunizar futuros questionamentos e at mesmo a anulao de todo o

    certame.

    A anlise jurdica acha-se prevista no pargrafo nico, do art. 38, da Lei 8.666/93,

    onde se determina, ipsis verbis, que "as minutas de editais de licitao, bem

    como as dos contratos, acordos, convnios ou ajustes devem ser previamente

    examinadas e aprovadas por assessoria jurdica da Administrao".

    Esse exame jurdico prvio no deve ser visto e tratado como mera formalidade,

    cumprida apenas para o efeito de atender-se determinao legal e que ser

    retratada pela aposio de um mero "visto" do advogado nos instrumentos. , em

    realidade, ato que se inclui na fase interna da licitao e que possui grande

    importncia, at porque uma anlise superficial ou descompromissada poder

    ensejar a preservao de ilegalidades nos instrumentos, comprometendo no s o

    bom andamento da licitao, como tambm a sua finalizao. Isto acarretar para

    a Administrao injustificveis e desnecessrios prejuzos, diretamente

    resultantes da necessidade de repetir-se procedimentos e do fato de impedir ou

    retardar o alcance do objetivo de interesse pblico fixado.

    A funo do advogado compreende, portanto, o encargo de avaliar a correta e

    adequada formalizao do processo, verificando, quanto a esse aspecto, se as

    exigncias legais relativas instaurao do feito foram atendidas. Ultrapassada

    essa anlise preliminar, deve ele, ento, se ater ao exame dos instrumentos

    convocatrio e de contrato, cotejando o contedo apresentado com as normas

    estatudas nos arts. 40 e 55, respectivamente.

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    Nada havendo a acrescer ou a modificar, atestar o advogado a regularidade do

    processo e dos instrumentos que a ele se vinculam, expedindo o seu

    pronunciamento que se constituir em salvaguarda dos atos administrativos

    praticados e proteo para o Administrador.

    E estando o procedimento regularmente aprovado pelo rgo jurdico

    competente, poder-se-, ento, definir a data de abertura do certame e dar incio

    fase externa da licitao, o que se far em conformidade com as regras que se

    acham inseridas no art. 21 da Lei 8.666/93, ou seja, extrair-se- um resumo do

    edital e se far publicar este, uma vez na imprensa oficial e uma vez em jornal

    dirio de grande circulao no local em que estar-se- realizando a licitao.

    Com tais procedimentos se ter cumprido as exigncias alusivas ao planejamento

    da licitao de modo bastante.

    VII. CONCLUSO

    Vistos e examinados os aspectos alusivos ao planejamento da licitao no bojo da

    Lei 8.666/93, pode-se, ento, concluir que o certame licitatrio nascer com a

    instaurao do processo administrativo, regularmente autuado, numerado e

    protocolado, nele se fazendo constar, desde logo, no s a indicao sucinta do

    objeto que se pretende futuramente contratar, como ainda que esta contratao

    se tornar possvel em funo de haver previso de recursos oramentrios

    indispensveis ao atendimento da despesa.

    Tudo isso, previamente autorizado por autoridade competente, dar ensejo ao

    avano das providncias alusivas elaborao de projetos, bsico e executivo,

    quando se tratar de obras e servios de engenharia, ou adoo dos demais atos

    tendentes ao atendimento de outras exigncias que em lei se inscrevem em

    relao s compras e outros servios, todas elas voltadas adequada e completa

    definio do objeto desejado.

    Restando definido o objeto e estando estimado o custo da contratao, restar

    Administrao determinar a modalidade adequada e, em seguida, providenciar a

    elaborao cuidadosa e atenta do instrumento convocatrio. Aprovado este,

    designar-se- a data de abertura do certame e realizar-se- a publicao de

    avisos correspondentes. Estes, em suma, os atos que se tornam necessrios

    adotar na fase de planejamento da licitao.

    Autor

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    Airton Rocha Nbrega

    advogado em Braslia (DF), professor da Universidade Catlica de

    Braslia e da Escola Brasileira de Administrao Pblica

    (EBAP/FGV)

    Informaes sobre o texto

    Como citar este texto (NBR 6023:2002 ABNT)

    NBREGA, Airton Rocha. O planejamento da licitao. Jus Navigandi,

    Teresina, ano 3, n. 27, 23 dez. 1998. Disponvel em:

    . Acesso em: 25 maio 2014.