O PODER DA EMPATIA - pandoratreinamentos.com.br€¦ · O QUE É EMPATIA A palavra empatia, e principalmente a prática, é um mistério para muitas pessoas. Porém, quando buscamos

O PODER DA EMPATIA

Barueri | 2017

Vitor Sequetin Esprega

O PODER DA EMPATIA

Mudando pequenos detalhes dentro para gerar grande impacto fora

2a Edição

A todos os seres,por serem o que são.

Copyright © 2017 por Pandora Treinamentos.

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser re-produzida por qualquer processo mecânico, fotográfico ou eletrônico, ou na forma de uma gravação fonográfica, nem pode ser armazenado em um sistema de recuperação, transmitido, ou então ser copiado para uso públi-co ou privado, além do “uso justo” como breves citações incorporadas em artigos e análises, sem autorização prévia por escrito da editora.

Texto: Vitor EspregaRevisão: Bruna KesslerProjeto gráfico e diagramação: Daniele Esprega

Todos os direitos reservados por Pandora Treinamentos Ltda.Avenida Copacabana, 325, conj. 210 - 06472-001 - Barueri/SP

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Agência Brasileira do ISBN - Bibliotecária Priscila Pena Machado CRB-7/6971

E77 Esprega, Vitor Sequetin.

O poder da empatia : mudando pequenos detalhes dentro para gerar grande impacto fora / Vitor Sequetin Esprega. —— 2. ed. —— Barueri : Pandora, 2017.

80 p. ;21 cm. ISBN 978-85-93752-02-5 1. Empatia. 2. Relações humanas. 3. Autoconhecimento.

4. Aperfeiçoamento pessoal. I. Título.

CDD 152.41

SUMÁRIOPandora Treinamentos .....................................................9

Introdução .....................................................................13

Sessão 1: Conceitos Iniciais ............................................17O que é empatia .................................................................18Por que a empatia muda nossa vida ....................................23Principais definições do que é e do que não é empatia .......26Como andam os seus relacionamentos ................................33

Sessão 2: Aprofundamento .............................................37Observando dentro para entender fora ...............................38(Auto) crítica vs (auto) aceitação .........................................43Diminuindo os ruídos internos ..........................................50Sete passos para aumentar sua empatia ...............................54

Sessão 3: Prática .............................................................57Praticando empatia no dia a dia ..........................................58Aumentando sua influência ................................................65Criando um estilo de vida com base na empatia .................69

Apêndices .......................................................................71

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Agência Brasileira do ISBN - Bibliotecária Priscila Pena Machado CRB-7/6971

E77 Esprega, Vitor Sequetin.

O poder da empatia : mudando pequenos detalhes dentro para gerar grande impacto fora / Vitor Sequetin Esprega. —— 2. ed. —— Barueri : Pandora, 2017.

80 p. ;21 cm. ISBN 978-85-93752-02-5 1. Empatia. 2. Relações humanas. 3. Autoconhecimento.

4. Aperfeiçoamento pessoal. I. Título.

CDD 152.41

PANDORATREINAMENTOS

A Pandora Treinamentos é uma empresa de palestras e treinamen-tos com a intenção de despertar o máximo potencial de cada pessoa dentro de seu contexto de vida.

A Pandora desenvolveu, ao longo de cinco anos de estudos, análise e experiências, o Processo de Alta Performance® que hoje já mudou a vida de mais de 200 pessoas que passaram pelo processo e apren-deram a alcançar e manter um estilo de vida de alta performance.

O método visa proporcionar ao treinando (pessoa que passa pelo processo):

Alcançar resultados e conquistar objetivos: sair da zona de con-forto do alcance de resultados ordinário (comuns) no curtíssimo prazo e criar um estilo de vida de conquistas extraordinárias (além do comum) no curto, médio e longo prazo.

Eliminar dúvidas e receios: quando nos dispomos a buscar resul-tados além do comum, as dúvidas e receios surgem e precisamos encará-las e invocar coragem para dar o primeiro passo no caminho determinado.

Solucionar problemas e impedimentos: após iniciarmos o cami-nho, além da coragem, é necessário disciplina para se manter no caminho, sem desfocar.

Resolver conflitos internos e externos: durante a jornada, algumas

O PODER DA EMPATIA10

pessoas buscarão desviar sua atenção do objetivo através de ceticis-mo, cinismo, indignação, inveja, ataques diretos ou argumentando para desconsiderar suas opiniões. Estas intervenções podem gerar conflitos e dúvidas em si mesmo ou com as pessoas ao seu redor. É necessário manter-se em seu centro sem conflitar com aqueles que discordam de sua decisão.

Aumentar a autoconfiança e a coragem: conforme vamos nos de-safiando no campo do desconhecido, nossa confiança em nós mes-mos começa a aumentar e começamos a viver um estilo de vida de coragem para encarar qualquer problema e buscar qualquer resulta-do que pareça estar distante.

Manter equilíbrio e serenidade diante de adversidades: quanto mais conquistas adquirimos e problemas resolvemos, aprendemos a confiar mais em nós mesmos e na vida, sendo possível ficar tran-quilo diante de imprevistos, pois sabemos que essas questões são passageiras e irão se resolver.

Observar todas as áreas da vida e dar qualidade de atenção a elas: não negligenciar nenhuma área da vida ou procrastinar para resolver os problemas iminentes. Quando não damos atenção a uma área da vida, ela começa a se tornar problemática e pode culminar em uma crise, que afetará todas as outras áreas, inclusive a que você está se dedicando a conquistar algo. Alta performance é observação cons-tante para dissolver qualquer problema que apareça.

Através do Processo de Alta Performance® aprendemos a sair e nos manter fora da zona de conforto, criando um estilo de vida de alta performance onde os resultados e as satisfações raras e incomuns aos outros se tornam constantes e comuns a nós.

Mais sobre o processo poderá ser visto na Sessão 4 – Apêndice.

PANDORA TREINAMENTOS 11

INTRODUÇÃO

Empatia é um tema muito falado e procurado, porém pouco apli-cado. Muitas pessoas buscam essa informação e estudam durante anos. Outras se autoproclamam empáticas, mas quando o cerco aperta, elas saem de seu eixo e esquecem de toda a teoria aprendida. Autores, professores e mestres de todo o mundo buscam as melhores formas de manter a empatia constante. Enquanto alguns são real-mente em sua essência, grande parte sustenta uma imagem de ser empático em frente ao público, mas cometem grande incoerência perante a situações do cotidiano profissional ou familiar.

Esta discrepância e grande gasto de energia na busca pela empa-tia ocorre por um simples fator: estamos buscando a solução fora. Nosso impulso está em querer mudar o externo, o outro, aquilo que está fora de nossa zona de influência. A empatia é um trabalho de profundo autoconhecimento e autodomínio. Aquele que busca mergulhar em conceitos, teorias, estudos, aplicação de ferramentas sem realizar a prática de desconstruir seus padrões limitantes no dia a dia está fazendo nada mais do que passar perfume no esgoto.

Tendemos a enxergar o lixo no rio do outro e isso nos faz con-denar as pessoas ao nosso redor por aquilo que não enxergamos no nosso esgoto. E quando o lixo do nosso esgoto emerge, é mais comum tentarmos resolver ignorando aquela evidência ou passando perfume. O lixo não sai do esgoto por perfumá-lo. Para se limpar o esgoto, o rio que está sujo, é necessário primeiro ser auto-hones-to consigo mesmo e assumir a responsabilidade sobre toda aquela sujeira que enxergamos. Depois decidirmos mergulhar no rio e bus-carmos observar todos os “lixos” que passam boiando e aqueles que estão encravados no solo nas profundezas do rio. E por último es-tarmos realmente dispostos a nos desapegar de todo aquele acúmulo de material que já foi útil um dia, mas que está inutilizado agora, e tirá-los de vez do rio.

Podemos chamar todos esses materiais descartáveis ou “lixos” de


nossas emoções negativas (irritação, indignação, tristeza, arrogância, orgulho, vaidade, cobiça, ganância, gula, inveja, ciúme, apatia, pre-guiça, procrastinação, remorso, angústia, culpa, arrependimento, vergonha, medo, insegurança, ansiedade, frustrações) e nossas cons-truções egoístas de cenários ideias e distorcidos da realidade (cren-ças, julgamentalismos, emocionalidades, expectativas, preconceitos, preocupações, opiniões, ideias fixas, posicionamentos, “levantar bandeiras”, “defender causas”).

O trabalho para se limpar aquilo que está “sujo” é árduo e necessi-ta de decisão e determinação. Limpar o esgoto não é fácil. Pode ser simples, mas é desafiador. Preferimos deixar nosso esgoto imundo e entupindo e dar pitaco no esgoto e no rio dos outros, mesmo que estejam muito mais límpidos do que o nosso.

A decisão de parar de sofrer e deixar de fazer com que os outros sofram é drástica, porém recompensadora. Essa decisão nos traz fe-licidade profunda independente do que esteja acontecendo ao re-dor. É como estar tranquilo diante de um furacão. Odiar e temer o furacão não fará com que ele suma, ao invés disso, é possível usar a inteligência e serenidade para evitar se aproximar de seus prováveis percursos.

A empatia é um processo de limpar seu próprio esgoto para poder entender a sujeira do esgoto do outro. Quando limpamos nosso esgoto, começamos a perceber o quanto o ignoramos e o quanto é árduo este caminho. Desta forma, conseguimos cada vez mais com-preender por que os outros têm dificuldade em assumir e encontrar os dejetos escondidos no fundo de seus rios e passamos a ter uma posição mais compreensiva e disposta a ajudar aqueles que estão dedicados a trilhar este caminho de limpeza e orientar aqueles que querem, mas não sabem ser possível ou por onde começar.

Somente com um processo de limpeza profundo, deixamos de

INTRODUÇÃO 15

lado julgamentos, opiniões e posicionamentos para nos conectar com o campo do amor, do amor verdadeiro, que não busca reco-nhecimento ou recompensa em prol de suas ações, aquele que aceita a outra pessoa da forma que ela é sabendo que se ela pudesse ser diferente ela seria, que não cria expectativas sobre a outra pessoa e não espera que ela mude. Quando o amor emerge, a empatia é automática e fluída e, então, a harmonia entre duas pessoas se torna possível e real.

O objetivo deste material é nos conhecermos mais afundo para compreendermos melhor os outros. Que este livro prático possa servir de guia para uma melhor relação com você mesmo e com as pessoas ao seu redor.

Boa leitura e boas experiências.


SESSÃO 1:CONCEITOS

INICIAIS

CAPÍTULO

01

O QUE É EMPATIAA palavra empatia, e principalmente a prática, é um mistério para

muitas pessoas. Porém, quando buscamos a fonte do significado de sua palavra, conseguimos entender em sua essência como a empatia funciona em nossas vidas.

Do latim empatheia, en- significa em, dentro, entrar e patheia emoção, sentimentos. Ou seja, empatia significa “entrar nas emo-ções” ou experimentar as emoções da outra pessoa, se colocar no lugar dela, entender o que o outro está passando.

É um processo de entrega. De se conectar com o outro profun-damente. Buscar a essência por trás da aparência. A intenção por trás da forma. O contexto por trás do conteúdo. Na psicologia, é utilizado também o termo rapport, que significa conexão.

Podemos dividir os graus de profundidade da empatia em quatro etapas:

Nível 0: Presunção e CeticismoEste nível é de não-conexão, ou seja, zero de empatia realmente.

A presunção é presumir que algo que se tem em mente é a Verdade e que, se eu estou certo, logo, o outro está errado. Age por exclusão. Presumir significa “tomar para si”. Encher-se de certezas e de fal-sas verdades. O indivíduo presunçoso acredita que sabe, mas possui


apenas informações aleatórias, as quais agrupa mental ou verbal-mente para argumentar e manipular as outras pessoas.

Já o ceticismo é duvidar do outro por acreditar que está com fres-cura, inventando moda, exagerando ou mentindo. Tem uma pre-missa de negar a Verdade ou outras possibilidades através de uma argumentação mental ou expressada contrária ao que está sendo apresentado.

Ambos os sentimentos têm fonte na arrogância, na vaidade, no julgamentalismo e no orgulho e, logo, são destrutivos e desprovidos de Verdade. Quando a pessoa se conecta com a presunção e o ceti-cismo dentro de um relacionamento ela “acredita-que-sabe” e por se apegar a essa crença, ela se afasta da Realidade. Acreditar-que-sabe, não é e está muito longe de saber. E o saber só vem com a experi-mentação, a conexão, a compreensão e a compaixão.

Acreditar-que-sabe está muito distante do saber experiencial e leva a orgulho, arrogância e conflitos ideológicos.

Nível 1: ReceptividadeVencendo o impulso de nosso ego de acreditar-que-sabe o que

o outro passa e alimentar os julgamentalismos mentais ou verbais, passamos a nos colocar em um estado de abertura, baixamos a guar-da, já que ela não precisa ficar levantada em uma conversa. Parte do princípio que “se um não quer, dois não brigam” e esta realidade experiencial é factível em quase todos os momentos, a não ser em questões de coerção ou coação de uma das partes para roubar ou violar o livre arbítrio da outra.

A receptividade é o estado de não-saber ou “só sei que nada sei” de Sócrates. Sócrates foi o filosofo Grego considerado mais sábio de todos os tempos e sua frase mais famosa e constante era admitir que não sabia de nada. Não-saber é a porta para a sabedoria. Se enche-

O QUE É EMPATIA 19

mos nosso copo com soberba, não há como o líquido da sabedoria adentrar em nossa taça, pois ele irá derramar e será desperdiçado.

Não-saber é estar receptivo e atento ao que está sendo dito, par-tindo do princípio da confiança de se manter presente e deixar que sua intuição e seu coração te protejam de qualquer mal, sem que a mente interrompa o processo com seu falatório ilusório insaciável.

A receptividade é um estado de absorção e não-julgamento, nos mantemos abertos ao novo sem achar que diversidade é sinônimo de conflito. Uma opinião não invalida a outra, elas são complemen-tares e podemos aprender sobre a perspectiva da outra pessoa.

As crianças possuem alta velocidade de aprendizagem, pois estão sempre receptivas a se modelar aos adultos. Quando crescemos, nos enchemos de orgulhos e medos e acreditamos ter que manter a guarda alta para nos defender dos ataques dos outros.

Não-saber é a humildade de que tudo está em evolução e mudan-ça e que podemos aprender com tudo e com todos.

Nível 2: InvestigaçãoQuando estamos receptivos, nos damos a oportunidade de pes-

quisar informações, seja em nosso sistema interno ou em fontes ex-ternas, para buscar saber se aquela afirmação, conversa, diálogo ou expressão do outro é coerente e faz sentido.

Investigar é o conceito de buscar o sentido na essência do que está sendo dito, sem se apegar à forma, às palavras ou ao tom de voz. Mas se conectar com a intenção por trás da comunicação.

Para analisarmos realmente a situação, precisamos abstrair as emoções negativas para que elas não turvem nosso discernimento. O sistema de investigação é o compromisso de buscar-saber. Colo-car a Verdade acima de nossos achismos e julgamentalismos e real-


mente pesquisarmos e avaliarmos os dados e informações dentro e fora de nosso sistema.

Buscar-saber abre as portas para nos livrarmos da escravidão de nossas crenças em prol da liberdade de saber a Verdade.

Nível 3: ExperiênciaExperienciar é viver e se envolver realmente com uma situação. É

como degustar o seu próprio bolo após ele ficar pronto. O cozinheiro que acha-que-sabe, nunca fez um bolo, ou já fez, e

se torna negligente por achar que a receita por si só irá resultar no bolo. Ainda não o experimentou, mas acha-que-sabe que estará uma delícia, afinal, é ele que está fazendo, como poderia dar errado?

Já a receptividade é quando sua avó chega e diz que sabe como deixar o bolo ainda melhor, e assumimos o nosso não-saber e damos ouvido a ela, afinal, vó é vó.

Investigação é analisar junto a ela a nova receita e buscar-saber colocar os ingredientes da maneira correta, com atenção para não passar do ponto.

E experimentar é verificar o resultado final e, só então, saber se a receita nova foi um sucesso ou se sua vó já está meio gagá.

Quando estamos abertos ao saber, a cada momento, nossa mente não se turva por achar-que-sabe, porque invocamos a todo instante o não-saber com o intuito de buscar-saber. O compromisso não é com suas opiniões ou crenças anteriores, mas sim, com a Verdade.

Saber é a experiência subjetiva de uma situação real e a observação das sensações proeminentes daquele contexto.

Desta forma, nosso trabalho primordial da empatia é o de excluir

O QUE É EMPATIA 21

cada vez mais a presunção e o ceticismo de nossa vida para dar espa-ço para experiências novas e reais que nos liberte de nossas crenças limitantes.

Dicas e sugestões de aplicações práticas no dia a dia- Busque sentir o que os outros dizem- Não resista ou duvide do que o outro diz- Baixe a guarda no momento de se comunicar- Tente não interromper o outro em meio a sua fala- Se a intenção do outro for positiva, passe para a próxima etapa. Se for negativa, busque manter-se em silêncio e observação- Investigue as informações antes de refutar ou ser reativo- Pratique uma forma de comunicação não-violenta- Seja coerente com o que você fala


CAPÍTULO

02

POR QUE A EMPATIA MUDA NOSSA VIDA

Conhecimento vs SabedoriaPara podermos adentrar nesta questão, é importante visitarmos al-

guns conceitos iniciais e investigarmos sua essência.

No capítulo anterior falamos muito sobre sabedoria, estado de não--saber e buscar-saber. Porém, como podemos saber mais quando es-tamos em um estado de não-saber. Isso soa paradoxal, porém ambos são uma e a mesma coisa. Saber e não-saber são concomitantemente intrínsecos um ao outro como uma dança circular e rítmica perfeita entre as energias opostas e complementares uma à outra.

Vale a pena entendermos a seguinte questão: muitas vezes nos entupi-mos de falsos saberes ou meias verdades ou até mesmo falsidades e en-ganos, por nossa busca incessante ao conhecer. E conhecer não é saber.

A palavra “conhecimento” vem do latim cognoscere, con”, que signi-fica “com, juntamente” e gnoscere, “obter algo. Conhecimento então é obter algo que estava fora de si para si. É ter informações sobre o outro, sobre o externo, sobre o que está fora, sobre acontecimentos e fatos históricos ou registrados compartilhados por outra pessoa, porém não vivenciados.

Já a palavra “sabedoria vem do latim sapere que, literalmente, em acordo com o exemplo do bolo, signifi ca “saber o gosto de” ou expe-rimentar. Sabedoria é entender sobre si mesmo, sobre o interno, sobre o que está dentro, sobre acontecimentos e fatos experienciais e práticos vivenciados pela própria pessoa.

Para ampliar nossa visão entre as diferenças de conhecimento e sa-bedoria, podemos buscar as qualidades principais de cada princípio e colocá-los em uma tabela analítica comparativa:

Prioridade em Conhecimento Foco na forma Entender sobre o externo Aprovação socialAcúmuloInformaçãoCon�itos eventuaisDefesa de posicionalidadesDiscussão tensaDramatização e emocionalidadeSupervaloriza suas opiniõesVida entregue ao que os outros dizemComplexidadeCondena o desconhecidoBusca foraEvita a incertezaMostrar o conteúdo aos outrosAlimenta opiniões, julgamentos e crençasAbre espaço para a soberbaResiste aos paradoxos e tende a os atacar

Prioridade em Sabedoria Foco na essência Entender sobre o interno AutoaprovaçãoDesapegoExperiênciaHarmonia constanteAprendizado com outros pontos de vistaConversa agradávelBom humor e compreensãoNão se importa com suas opiniõesVida dedicada à busca da VerdadeSimplicidadePermite-se compreender o desconhecidoBusca dentroCria base na incertezaGuardar a experiência para siCompromete-se com a Verdade acima de tudoAbre espaço para a crescente humildadeAceita os paradoxos e aprende com eles

Para ilustrar ainda melhor este conteúdo, a metáfora a seguir pode ser interessante para entendermos o caminho do discernimento dos para-doxos para que eles se unam em sabedoria:


Sabedoria é a união da dualidade, é quando dois paradoxos opostos aparentes são compreendidos em sua essência como um e o mesmo. Dois lados da mesma moeda. Quando a experiência transcende a di-visão, ela se torna uma, íntegra e completa. Eis que surge a sabedoria.

Essência vs AparênciaPara nos conectarmos com a unicidade é necessário buscar a essência

por trás da forma. A intenção por trás da ação e da fala. A energia que é a fonte do conteúdo. O contexto que circunda a causa.

Costumamos julgar um livro pela capa e acabamos ignorando seu conteúdo. A essência é a realidade, o que é em seu cerne, na profundi-dade, independe de qualquer julgamento. O foco na aparência nos atrai ou nos repele dos outros de acordo com nossos julgamentos parciais de acordo com nosso sistema de valores e análises rasas. Quando superva-lorizamos a aparência, podemos nos iludir por meio de glamour, poder, fama, sensualidade, prestígio, gula, dinheiro e reconhecimento.

Para nos conectarmos com a essência é primordial que haja humil-dade. A humildade de não-saber. Humildade é saber que não sabemos diferenciar essência de aparência através de nossa mente analítica e li-near. É necessário um contato experiencial e prático para compreender verdadeiramente algo na essência.

Dicas e sugestões de aplicações práticas no dia a dia- Permita-se errar- Permita que os outros errem- Permita-se ser você mesmo- Permita os outros serem quem são- Conecte-se com a essência do sentimento por trás da forma das

palavras- Evite julgamentos de certo e errado

PORQUE A EMPATIA MUDA NOSSA VIDA 25

CAPÍTULO

03

PRINCIPAIS DEFINIÇÕES DO QUE É E DO QUE NÃO É

EMPATIAExiste dúvida e confusão sobre o que é e não é empatia. Para

entendermos o que é empatia, primeiro vamos explorar o que não é empatia. Dó e simpatia não são empatia. Existe uma grande di-ferença entre elas. Além disso, é possível ir mais profundo do que a empatia, através do sentimento de amor e compaixão.

Estas diferentes nomenclaturas que veremos a seguir servem ape-nas para distinguir os sentimentos e não deixarmos que conceitos vaidosos de nosso ego narcisista tomem conta de nós ao nos depa-rarmos com situações delicadas nos relacionamentos com as pessoas ao nosso redor onde necessitamos tomar uma decisão de intervir ou não no processo de aprendizado e dor da outra pessoa.

Para isso, convido você a observar, nos diferentes contextos de relações com as pessoas ao seu redor, quais os sentimentos abaixo que você vivencia com cada uma delas. Desta forma, você saberá onde está agindo demais e de menos para poder equilibrar e auxiliar cada uma delas de maneira efetiva a partir do que elas realmente precisam e não daquilo que ela dizem que precisam por estarem com suas visões turvas.

DóDó não é empatia. Dó é o conceito e sentimento de sofrer por

causa de outra pessoa, sentindo estar em uma condição mais favo-rável que a dela. Este estado pode gerar uma ausência de atitude ou uma doação exagerada para buscar satisfazer a outra pessoa com o que ela quer e não com o que ela precisa. O sentimento de dó enraíza a crença de incapacidade no outro ser, que passa a negli-genciar sua saída do papel de vítima. Além disso, desperta em nós a emoção negativa da vaidade, pois nos enxergamos em condições mais favoráveis à da outra pessoa por nossos julgamentos parciais e condenativos.

Este sentimento é famoso por sustentar o ditado de que quando damos a mão a outra pessoa pede o braço, pois a pessoa no estado de vítima se enxerga impotente a sair daquele estado e sua zona de conforto é sugar a energia das pessoas ao seu redor. “Quando uma pessoa realmente quer sair desse estado, emprestar nossa energia a ela pode ser realmente benéfico para que ela saia daquela situação, porém, para muitas pessoas que só querem sugar a energia, mesmo falando da boca pra fora que querem mudar, mas não conseguem e não se determinam mesmo a isso, a melhor maneira de lidar com esta situação é deixar de ajudar aquela pessoa até que ela queira ver-dadeiramente sair daquela situação e, então, estaremos disponíveis para ajudar.

A pessoa que sente dó dá o peixe ao invés de ensinar a pescar. A pessoa que tem patrocínio de peixe infinito não se esforçará para aprender a pescar, apenas em um momento de escassez de peixe, quando o patrocinador corta seu fornecimento é que esta pessoa irá se dispor a sair daquela situação e, para isso, terá de aprender a pes-car. Neste momento de decisão de aprendizado, nosso apoio pode retornar como um suporte positivo, caso a pessoa queira.

PRINCIPAIS DEFINIÇÕES DO QUE É E DO QUE NÃO É EMPATIA 27

SimpatiaSimpatia não é empatia. A simpatia acontece através da conexão

superficial com as pessoas para cumprir um papel social com intuito de agradar o outro e ser reconhecido por sua agradabilidade. São máscaras sociais que nos ajudam a nos manter conectados em dife-rentes situações de interação com grupos diferentes. As pessoas sim-páticas escolhem as máscaras que mais se adéquam a cada contexto.

O problema da simpatia é que as máscaras são utilizadas, geral-mente, para que a pessoa seja aceita nos grupos aos quais faz parte por algum interesse egoísta, como se enturmar, ser reconhecido, buscar algum ganho ou prazer de curto prazo. Porém, quando há um assunto delicado a se lidar, se essa pessoa puder fugir da situa-ção ela escolherá não se envolver com os assuntos que lhe trazem desprazer.

No nível da simpatia, dificilmente a pessoa se apega na consciên-cia ou emoções negativas das pessoas por se manter em um estágio raso de conexão. É um sistema de autodefesa: não se envolver de-mais com os outros para não ter que dividir seus problemas. Em nossa vida, encontramos diversas “amizades” que se baseiam neste grau de conexão. Quando há festa, diversão, saídas a bares, baladas e churrascos, compartilhamos nossas alegrias momentâneas com aquelas pessoas, porém em momentos de escassez, dificuldade e am-paro, poucos aparecem para nos auxiliar. Esses poucos, geralmente, são pessoas que são empáticas. Os demais, apenas simpáticos.

O simpático mostra ou vende o peixe, mas não o dá e nem ensina a pescar. São pessoas que sabem trabalhar o seu sistema de sobrevi-vência em participação de grupos para que seus ganhos e prazeres de curto prazo sejam atendidos e compartilhados. Portanto, sabem vender bem o seu próprio peixe para impressionar os outros, mas suas intenções por trás de suas palavras e ações são apenas de receber para si os louros, mas não de realmente ajudar a outra pessoa. Geral-mente, a pessoa simpática não é empática, mas a maioria das pessoas


empáticas são simpáticas.

EmpatiaAcontece quando o ouvinte se conecta verdadeiramente com os

sentimentos do outro ser e entende o que ele está passando. Há o ímpeto de ajudar a outra pessoa para que ela saia daquela situação. Não de proteger como na dó, mas o de complementar se o outro quiser.

A empatia busca ouvir na essência os problemas da outra pessoa, seja para manter o silêncio em si para que a outra pessoa desabafe em uma primeira instância ou seja para lhe retornar algum conse-lho, caso a outra pessoa assim o queira. A empatia respeita a opção e tempo da outra pessoa. Porém não lhe nega ajuda.

Ao ouvir a outra pessoa na essência, há a possibilidade de lhe ofe-recer ajuda para mudar. Ser uma muleta por um tempo, até que a perna esteja pronta para andar sozinha. A dó carrega no colo, a empatia ajuda o outro a andar. Por mais que para o outro seja mais agradável e confortável ser carregado no colo, assim como um pro-cesso de fisioterapia, se a pessoa não se esforça para realizar os exer-cícios devidos, ela não irá melhorar. A empatia é a fisioterapia e seu foco é na melhoria do paciente enfermo.

O agente da empatia não dá o peixe, ensina a pescar. Ensinar a pescar consiste em subir no bote junto com a outra pessoa, empres-tar-lhe a vara, se for necessário e até mesmo as iscas em primeira instância, mas não pescar por ela, e sim deixar que ela tente até que consiga, mesmo que canse. Ir no ritmo da outra pessoa também é importante para que ela não sature e desista. Se ela estiver realmente disposta a mudar, nosso papel é a paciência e tolerância para falar a língua que ela entende no tempo que ela consegue. Cada pessoa tem um ritmo de recuperação da fisioterapia, a única coisa que não pode desistir é de evoluir.


AmorAmar o próximo como a ti mesmo traz em si um poder de cura

através da capacidade de aceitar o outro sem o julgar ou esperar que ele mude. Não significa concordar ou endossar atitudes destrutivas, mas respeitar a decisão do outro e fazer o que é necessário para de-fendê-lo ou as pessoas ao seu redor em casos extremos.

Amor verdadeiro é incondicional, ou seja, é aceitar o próximo como ele é, sem esperar que ele mude. Podemos querer e incentivar a outra pessoa a mudar, mas o mais importante neste caso é respeitar a decisão dela, de querer ou não mudar. Acreditar que o que você acha ou pensa é o melhor para a outra pessoa é uma vaidade, pois não temos capacidade experiencial de saber o que é melhor para ela ou não dentro dos seus processos cármicos, ou seja, dentro daquilo que ela plantou no passado, qual será a melhor colheita para o seu aprendizado futuro.

O papel do amor é dar suporte incondicional, o que não significa endossar ou patrocinar as atitudes de uma pessoa. Podemos discor-dar, porém honrar e respeitar suas decisões, afinal, a outra pessoa tomará as decisões necessárias para que ela possa atrair as melhores situações de aprendizado para si, por bem ou por mal. Essa é a lei da vida. Todas as situações ao que passamos em todos os momentos, sem exceção, são as mais adequadas para o nosso processo evolutivo. Cabe, então, a nós enxergar a beleza da Presença da Sabedoria a cada momento, tanto naqueles que encontramos desafios quanto naqueles que identificamos como bênçãos.

Em amor, o agente ensina não somente a pescar, mas também a comercializar o peixe seguindo o ritmo da demanda do mercado. O amor entende as necessidades do campo e busca atendê-lo com a energia complementar à sua ausência. Se há excesso, o amor com-plementa com cautela ou inação. Se há escassez, o amor preenche com fé ou ação. Não faz o que quer, mas o que é complementar à


necessidade que se apresenta pelo contexto.

CompaixãoVem do latim compassio, de com”, junto, mais passi, que significa

“sofrer” ou “ato de suportar. Compaixão então significa dar suporte ao outro, sofrer conjuntamente. Esta relação pode até ser confundi-da com o sentimento de dó, mas a diferença entre os dois conceitos é como o da água e do vinho. Na dó, se sofre por achar que o outro está em uma situação irreversível. Na compaixão o sofrimento é per-cebido e entendido porém não sentido como uma identificação de vítima, mas sim uma ilusão temporária da outra pessoa em acreditar que não consegue. O sofrimento do outro é sentido, não com dor, mas com profunda compreensão.

A compaixão anda junto com o processo de alegria incondicional. Onde se sabe que por trás do sofrimento há a ilusão que turva a ale-gria inata de todos os seres que é representada pela fé em si mesmo e não nos fenômenos, acontecimentos, coisas e pessoas externas. O sofrimento vem de colocarmos nossa fé no externo ao invés do in-terno. A compaixão entende que a única coisa que é preciso ser feita é mudar o lugar onde o outro ser está colocando a sua fé.

Compaixão pode até ensinar a pescar, mas seu principal propósito é mostrar ao indivíduo como não sofrer nas ocasiões de escassez de peixes e se fortalecer nas dificuldades existentes em desbravar o oceano. Mostrar que a crise pode ser utilizada para se desesperar ou para aproveitar as oportunidades que os outros não estão enxer-gando. Quando um mar está escasso de peixe, todos os peixes se direcionam para outra localidade. Ao invés de choramingar por não aceitar esta realidade como ela se manifesta (ou seja, não há peixes lá por um fator fora de nosso controle), a pessoa pode se direcionar a outros mares onde a oferta de peixe será maior, devido a sua mi-gração e concentração naquele local.


Desta forma, entendendo estes cinco principais cenários, cabe a nós entendermos qual a nossa capacidade de conexão com cada pes-soa e buscarmos expandir cada vez mais a profundidade de nossa relação com nós mesmos para podermos entender ainda mais as outras pessoas.

Dicas e sugestões de aplicações práticas no dia a dia- Domine o sentimento falacioso da dó- Seja simpático em convenções sociais, mas não se mantenha raso

em casos de problemas- Conecte-se com o sentimento do outro- Faça convites íntegros e permissivos de mudança- Não se indigne se o outro recusar o convite, sorria- Dê suporte com o que você tem de melhor dentro de suas possi-

bilidades, caso a pessoa aceite seu convite de mudança- Mantenha-se em seu centro independente da escolha do outro


CAPÍTULO

04

COMO ANDAM OS SEUSRELACIONAMENTOS?

A intenção deste capítulo é trabalharmos nossa autorreflexão para entendermos como andam nossos relacionamentos, a iniciar com nós mesmos e, na sequência, com as outras pessoas. Os dois principais conceitos deste capítulo para que possamos identificar os estados de nosso relacionamento é explorar os dois aspectos de sofrimento e felicidade.

SofrimentoO sofrimento surge dos sentimentos inconscientes que geram an-

gústia, afetados pelo externo a partir de emoções e sensações que identificamos como vergonha, culpa, arrependimento, remorso, apatia, negligência, preguiça, tristeza, frustração, chateação, me-lancolia, euforia, medo, insegurança, ansiedade, cobiça, ganância, gula, raiva, irritação, indignação, inveja, ciúme, cinismo, sarcasmo, orgulho, arrogância, vaidade, julgamentalismo, cobrança, expecta-tiva, opiniões rígidas, ideias fixas, posicionalidades, defensividade, dramatização, etc.

Todos esses rótulos, os quais damos para nossas experiências par-ticulares subjetivas, são uma e a mesma coisa, possuem uma mesma essência, a qual podemos unificar em uma palavra: sofrimento.

O sofrimento não é o antônimo da felicidade, mas sua ausência. Quando estamos com o coração e a mente repletos desses sentimen-tos, turvamos a Realidade máxima da felicidade que está disponível a todos os momentos no aqui e no agora como uma opção. Sem-pre que ignoramos esta opção de alegria imanente, sofremos, pois acreditamos que os fenômenos impermanentes são de importância maior que a radiância da beleza do momento Presente e da Realida-de como ela se manifesta.

Isso acontece porque não aceitamos o presente como ele É, mas ficamos projetando situações de como ele deveria ser. E, então, nos desconectamos da Realidade. E quando nos desconectamos da Re-alidade, há sofrimento.

FelicidadeFelicidade é o constante avanço da consciência que é percebida

como alívio através do autodomínio interno dos sentimentos ne-gativos e a conexão com os princípios de humildade, liberdade, au-toestima, coragem, neutralidade, disposição, aceitação, perdão, mi-sericórdia, entusiasmo, razão, lógica, amor, gratidão, bom humor, amor incondicional, compaixão, alegria, devoção, bondade, gene-rosidade, paz, autorrealização, presença, observação, autorreflexão, verdade, não-julgamento, não-resistência, desapego, etc.

Felicidade é a aceitação do momento presente como ele se revela e se manifesta. O que, novamente, não significa ser negligente ou passivo, mas sim entender que é o que É e, a partir deste momento, verificar se pode se mudar ou não as coisas e tomar uma atitude de ação ou inação de acordo com o que o contexto precisa e não o que a gente quer.

Felicidade é diversão, e diversão, do latim, vem de divertere, que significa mudar de direção. Ou seja, é a constante mudança de dire-ção de acordo com o contexto presente.


Grupos sociais que geram sofrimentoOs círculos sociais são grandes influenciadores da permanência

nos estados de consciência (felicidade) ou inconsciência (sofrimen-to).

Grupos sociais que sustentam euforias excessivas, críticas, fofocas, discussões, cinismo, bullying, ciúmes, etc nos mantém relacionados ao sofrimento, no momento que interagimos com eles, antes e de-pois. Grupos com essas características não nos permite ter liberdade e nos obrigam a seguir seus padrões. O melhor a se fazer quando isso acontece é se distanciar do grupo ou não se envolver emocio-nalmente com seus sistemas autodestrutivos.

Nos mantemos em círculos sociais porque temos a necessidade de sermos aceitos. Porém, a aceitação para ser verdadeira deve vir de dentro, e não de fora. Acabamos nos escravizando em grupos por acre-ditarmos que se nos distanciarmos estaremos sendo ingratos ao passado que tivemos juntos, mas podemos honrar e respeitar o grupo e nos afas-tarmos para seguirmos adiante se ele estiver nocivo. Essa prática é pura empatia, pois se nos mantivermos no grupo estando em desacordo com ele, tendemos a nos desrespeitar ou criar expectativas que o grupo mude, o que trará conflitos internos e/ou externos.

Grupos sociais que geram felicidadeCírculos sociais positivos possuem características de aceitação,

liberdade, respeito, alegria, bem-estar, harmonia e auxílio. Buscar novos círculos sociais compatíveis com seu momento de vida poten-cializa sua evolução e alinha ainda mais suas intenções.

Quando estamos conectados com grupos positivos, nossas inten-ções podem ser compartilhadas sem medo, e o grupo nos ajuda a fortalecer nossas intenções sem as condenar ou julgar. Desta forma, nos sentimos mais aceitos e confiantes, sabendo que haverá suporte em momentos de dificuldade.

COMO ANDAM OS SEUS RELACIONAMENTOS? 35

Criar um estilo de vida adequado a buscar e se manter em grupos com essas características podem auxiliar e potencializar nossa evo-lução como pessoa e nossa capacidade de aplicar e treinar a empatia com os outros.

Dicas e sugestões de aplicações práticas no dia a dia- Busque não se envolver com sentimentos negativos- Não alimente emoções negativas dentro ou fora de você- Avalie com frequência seus círculos sociais- Reduza o contato com círculos sociais desnecessários ou nocivos- Não julgue ou fale mal dessas pessoas- Alie-se com pessoas que tenham intenções construtivas, bus-

quem bem-estar de si e dos outros e sejam íntegras


SESSÃO 2:APROFUNDAMENTO

CAPÍTULO

05

OBSERVANDO DENTRO PARA ENTENDER FORA

Quando decidimos e declaramos que iremos evoluir a qualquer custo, sem desistir em momentos de sofrimento, angústia e provações temporá-rias, para que possamos ser uma pessoa melhor e contribuir mais com as pessoas ao nosso redor, temos de estar abertos a mergulhar profundamente em nós mesmos para o caminho do autoconhecimento.

Autoconhecimento é sinônimo de consciência. E aquilo que está invisí-vel à consciência, ou com ausência dela, chamamos de inconsciente. São nossas sombras. Elas são iguais ao ponto cego do motorista quando olha no espelho, porém o espelho não consegue captar um determinado ponto onde o motorista não enxerga o carro ao lado e entra, acreditando que a faixa ao lado está livre. Esse ponto cego é o maior risco de colisões entre motoristas que confiam demais no espelho e não se certificam em olhar melhor a lateral antes de adentrar na outra faixa. Da mesma forma, nossa vaidade turva nossas sombras e acreditamos podermos mudar de faixa sem quaisquer problemas, e então, atrapalhamos o ritmo de nosso trajeto e dos motoristas ao nosso redor.

O que nos mantém inconscientesO sofrimento só surge quando estamos inconscientes de algum senti-

mento interno. Costumamos fugir dos sentimentos que nos incomodam, justamente para não prolongar nosso sofrimento, porém nossas ferramen-

tas de defesa para estes sentimentos não se livram deles, mas os armazenam em complexos profundos do nosso inconsciente. As ferramentas de nosso ego para nos manter distantes da fonte do que nos incomoda surge de:

Repressão: não aceitar o que aconteceu ou está acontecendo e ignorar o sentimento, negando a sua possibilidade ou existência. Ex: “Como assim, eu sou irritadinho?” ou “Eu não sou teimoso, você que é”. Situações de extrema dor também podem passar por sentimentos de negação, por exem-plo, uma pessoa que perde sua mãe e não aceita poderá negar que ela mor-reu até o momento de ver o seu corpo, não acreditando que aquilo poderia ser possível. Outras podem até mesmo criar estágios patológicos de negação onde, em sua mente, apaga as memórias da morte de sua mãe e afirma que ela está viva, porém estão brigadas ou ela foi para longe, fazendo com que a pessoa aguarde a cada dia a ligação e o retorno de sua mãe.

Fuga: buscar uma válvula de escape para não ter que encarar a verdade dos fatos. Ex: “Vamos mudar de assunto?” ou “Não quero falar sobre meu dia, vou assistir Netflix e comer pipoca”. Em casos onde o assunto foi in-cômodo e levou a uma zona de saturação, a pessoa prefere voltar correndo para a sua zona de conforto e deixar o assunto “para lá” ao invés de encará--lo e resolver o problema. Essa relação com a realidade, a faz afastar-se do que é verdadeiro e dar preferência à ficção, onde ela enxerga os problemas dos outros, mas não se conecta com o seu próprio. Desta forma, consegui-mos entender porque a indústria do entretenimento é a que mais fatura no mundo inteiro, já que é a válvula de escape perfeita para o sofrimento de todos os seres.

Adoção: aceitar o sentimento negativo como verdade e se apegar a ele. Ex: “Sou culpado de minha infelicidade” ou “estou sentindo raiva por sua causa”. Este estado é nutrido pela ausência da verdade onde um passado próximo ou distante condena o presente daquela pessoa por ser irreversível. Despreza-se a possibilidade de conseguir mudar ou aceitar a realidade, por acreditar que está fadado ao sofrimento. Encara as situações passadas como frustração ao invés de possibilidades de aprendizado, desenvolvimento e

OBSERVANDO DENTRO PARA ENTENDER FORA 39

evolução. Vê a realidade como uma limitação da sua felicidade ao invés de um trampolim para a realização de suas conquistas futuras e melhoria constante.

O que nos mantém conscientesA consciência é mantida pela nossa capacidade de observação dos sen-

timentos e sensações físicas, emocionais ou mentais. Observação é a ca-pacidade de enxergar o sentimento ou sensação sem se envolver com ela. Sem analisar, julgar ou criticar, mas apenas observar vir e ir. Observação é percepção sem julgamento.

Sentimentos e pensamentos são como brisas. A brisa vem e vai embora quando quer e não temos o que fazer a respeito disso. Toda vez que nos frustramos é porque tentamos agarrar ou afastar a brisa de nós. Observação é entender isso de maneira experiencial.

Quando estamos observando a brisa e apenas aceitando ela como ela é, todos os nossos sentimentos de se afastar ou agarrar a brisa para que ela não passe vão embora. Aceitar a brisa não significa passar frio, mas podemos nos agasalhar ou nos abrigar, caso haja a possibilidade ou então simplesmente agradecer por ela existir e nos refrescar.

Observando os sentimentos internosObservar os sentimentos quando eles surgem nos faz encontrar a fonte

do problema. Muitas vezes, não conseguimos de primeira ou de segun-da, mas se perseverarmos iremos verificar o que nos incomoda na essência. Uma forma de observação é o perdão. Perdoar ao outro, pedir perdão e per-doar a si mesmo mentalmente pode trazer a libertação daquele sentimento nocivo sentido.

O perdão nos liberta e recontextualiza situações passadas as quais troca-mos condenação por compreensão. Entender que os envolvidos naquele momento fizeram o seu melhor dentro de suas situações, pois se pudes-


sem fazer diferente teriam feito. A frase a seguir de Sócrates, filósofo e sábio grego, define uma Verdade experiencial profunda: “Todos os homens são intrinsecamente inocentes porque eles só podem escolher fazer o que eles percebem como o bem, mas eles são incapazes de discernir o bem das falsas ilusões do mundo”.

Todo ser humano dá o seu melhor dentro das possibilidades intrinseca-mente diretas ao seu nível de consciência, ou seja, dentro do quanto de suas sombras ele já encarou e já trouxe para a superfície para lidar. Dentro de suas limitações e ignorância, todos os homens fazem aquilo que acham que é o melhor a ser feito ou o bem, mesmo que exclusivamente para si, mesmo em um nível de consciência negativo de sobrevivência.

É importante também observar os estados de euforia, pois eles vêm junto com expectativas e apegos que levam à frustrações e melancolias. Quanto mais estamos observadores, menos agimos por egoísmo e no piloto auto-mático e mais nos mantemos conscientes e disciplinados.

Observando os sentimentos externosOs sentimentos das pessoas que temos apreço possuem impacto e in-

fluência sobre os nossos. Observar os sentimentos dessas pessoas sem nos apegarmos a eles, nos traz discernimento para poder agir sem favoritismo ou julgamentos.

Observar não é inação. A observação pode vir com ação, pois é um estado fluido que atende o que o ambiente precisa e não o que os egos das pessoas querem. Observar nos faz trocar condenação por compreensão.

Existe um benefício intrínseco ao observarmos aquilo que nos incomoda no externo, nas outras pessoas, nas situações cotidianas, pois só vemos fora o que temos dentro. Só nos sentimos incomodados com aquilo que ainda não enxergamos ou aceitamos em nós.

Utilizar as projeções de nossos sentimentos como fonte de observação pode trazer grandes respostas para mudarmos em nós o que nos incomoda

OBSERVANDO DENTRO PARA ENTENDER FORA 41

fora. Quando deixamos de nos culpar por termos sentimentos impulsivos e buscamos entender que é natural do ser humano, deixamos de condenar os outros e passamos a compreendê-los.

Sabemos que transcendemos um sentimento quando o percebemos fora quando, ao invés de condenarmos seu agente, o conseguimos compreender. Até que essa mudança exponencial aconteça, todos os incômodos que sentimos pelos outros são porque, dentro de nós, não identificamos e ignoramos aquela mesma fonte.

Quando nos dispomos a investigar dentro de nós a fonte daquele incômodo, o porquê nos sentimos angustiados por aquela situação, então começamos a remexer em nosso inconsciente, em busca de respostas e em compromisso com a Verdade, até que consigamos iluminar a sombra que estava escondendo aquele sentimento. Desta forma, o inconsciente se torna consciente e a transcendência se inicia. Como era algo enraizado e profundo, muito provavelmente veremos apenas a superfície aparente do problema e necessitaremos de determinação e coragem para continuar descendo naquele poço escuro até que encontremos sua fonte real. Quando a fonte real é encontrada e rendida, entregue ou recon-textualizada, então, finalmente, a cura acontece e estamos livres daquele senti-mento. A condenação torna-se compreensão e os incômodos externos deixam de existir para dar espaço à empatia, ao amor e à compaixão.

Dicas e sugestões de aplicações práticas no dia a dia- Observe seus sentimentos no dia a dia e não fuja deles,encare-os de frente- Não julgue os sentimentos como inimigos, apenas entendaa natureza deles- Não acredite em seus sentimentos negativos, você não é elese eles não são você- Do mesmo modo que o sentimento veio para cima, deixe-o ir embora- Troque condenação por compreensão


CAPÍTULO

06

(AUTO) CRÍTICA VS (AUTO) ACEITAÇÃO

Neste capítulo iremos abordar a dualidade da autocrítica e crítica como em comparação à autoaceitação e aceitação. O primeiro cami-nho tem conotação destrutiva e negativa. A culpa corrói por dentro e desperta sintomas de vingança e ódio no ser. Sua visão limitada acredita que o passado não pode ser mudado, logo, seu presente e futuro estão fadados ao sofrimento. Este congelamento do tempo presente e futuro amarrados pelo passado gera o sentimento de pro-funda escravidão e a ausência de Verdade é tremenda. Já a aceitação está diretamente ligada com a Verdade, pois ela se conecta direto com o que É. Nem com o que foi nem com o que pode vir a ser. O Presente dita a verdade a cada instante e estar conectado com ele é a forma de nos ligarmos à felicidade.

A ausência de culpa, porém, pode ser ainda mais perigosa do que a culpa excessiva. Grandes psicopatas e terroristas estão ligados a esta energia. No entanto, a culpa não é curada com a própria culpa, isso é impossível. O medo da ausência de culpa nos faz alimentar a culpa achando que é a forma de nos mantermos na linha. Contudo, esse processo irracional não traz resultado na prática. A culpa só pode ser substituída de maneira saudável e lógica pela responsabilidade, que vem de nossa área cognitiva e benéfica do cérebro, do córtex frontal. Responsabilidade é inteligência racional, culpa é instinto animal.

CulpaA culpa leva ao arrependimento profundo, remorso, instabilida-

de, autorrecriminação, masoquismo, ódio, automutilação, autopu-nição, sadismo, opressão violenta, angústia profunda, ira, autodes-truição, destruição, insanidade, chacina, represália e ao famoso e insano ditado olho por olho dente por dente.

Culpa é acreditar que por causa de um erro ou falha o presente foi condenado a sofrimento, infelicidade ou frustração. O agente da culpa projeta em alguém ou alguma situação externa ou a si mesmo, dependendo dos fatos e de sua autoestima.

É comumente usada na sociedade para manipular, controlar e pu-nir os outros.

Muitas pessoas lutam com a culpa pelo resto de suas vidas enquanto outras tentam amoralmente escapar de assumi-las. Culpa inconscien-te resulta em doenças psicossomáticas, propensão a acidentes e com-portamentos suicidas. No ocidente, a culpa se traduz em pecado, utilizado por demagogos religiosos para coerção e controle.

O agente da culpa se enxerga como indigno de salvação, mere-cimento, amor e perdão e pode assumir a forma de penitência e autopunição psicológica e física.

Culpa é a consequência das lamentações das memórias de ações passadas como elas são recordadas. Os erros são as consequências naturais de aprendizagem e desenvolvimento e, portanto, inevitá-veis. Culpa e arrependimento equipara o que você foi com o que você é, sem levar em consideração os aprendizados potenciais a se-rem absorvidos.

ResponsabilidadeÉ saber que somos responsáveis por tudo que nos acontece ou


atraímos para nós. Assumir a responsabilidade não traz sofrimento ou culpa, mas sim a aceitação de nossa falibilidade e a busca pelo conserto do que pode ser mudado ou aceitação do que não pode ser mudado.

A responsabilidade nos traz a liberdade de poder mudar e recon-textualizar o passado como evolução e aprendizado, o que denota o estado físico da vida humana. Nascemos e iniciamos o aprendi-zado a cada instante, até o momento de nossa morte. Resistir aos momentos da vida e o que eles nos geram de aprendizados nos faz sofrer. Observar e aprender com cada momento, sem negar sua res-ponsabilidade em todos os eventos que vivenciamos na vida, no faz evoluir. Evolução constante e fluida nos dá cada vez mais liberdade e felicidade, pois entendemos que, se somos responsáveis por todos os momentos que ocorrem em nossa vida, podemos começar a mu-dá-los assim que quisermos.

Passamos, então, de vítimas a agentes realizadores e potenciais de mudança em nossas vidas e nas vidas dos outros. E é aí que entra a empatia: a responsabilidade por ser um canal de mudanças contí-nuo para aqueles que quiserem e se dispuserem a evoluir e aprender com seus erros, falhas e fracassos aparentes.

Em vias de comparação, abaixo, o quadro demonstra caracterís-ticas peculiares de cada estado comparando as atitudes de um com o outro:

(AUTO) CRÍTICA VS (AUTO) ACEITAÇÃO 45

ExpectativaA culpa nasce da frustração com algum acontecimento da vida,

devido às expectativas mentais projetadas e esperadas sobre a Rea-lidade. A expectativa vem de nossas criações mentais e ilusórias do cenário perfeito, com base em nossas experiências sensoriais agradá-veis que já tivemos em nossa vida. A expectativa leva à frustração, toda vez que algo sai fora do planejado ou um imprevisto acontece.

Expectativa é uma ferramenta mental que nos proporciona criar visões de possibilidades do futuro. O problema real não está em pro-jeções de possibilidades futuras, mas no apego à elas, acreditando que elas seriam perfeitas para nós.

O apego às expectativas se converte em frustração que irá despertar um sentimento negativo, como culpa, vergonha, apatia, tristeza, medo, cobiça, raiva ou arrogância, que é a ausência de responsabilidade.


RealidadeÉ o que é. Sem qualquer julgamento ou parcialidade. É o con-

junto de acontecimentos verdadeiros e imutáveis no passado que compõe o momento presente. A realidade nos leva a oportunidades e aprendizados constantes e é determinante para o construtivismo.

É muito simples perceber o que é Real. É só observar como as coi-sas são e aceitar. Porque não há como mudar o passado e você não poderia ter feito melhor sem o aprendizado contido na situação, pois se pudesse ter feito melhor, teria feito. Novamente é possível citar a frase de Sócrates, que todas as pessoas fazem aquilo que elas acham ser o melho a cada momento, senão, não fariam.

Quando nos apegamos ao resultado, criamos expectativas e acre-ditamos que só seremos felizes se as alcançarmos. Porém, se não alcançamos, iremos nos atolar em críticas e autocríticas. A aceitação vem de dar o seu melhor para alcançar o que queremos como um estilo de vida, mas sabendo que o resultado depende de condições externas para que se concretize.

(Auto) críticaNos deixamos levar pelas crenças e expectativas sociais sobre nós

e acabamos nos cobrando a realizar cada vez mais para provar aos outros que somos capazes e sermos reconhecidos por nossas ações.

Essa cobrança insaciável nos torna tiranos com nós mesmos e o processo de autocobrança e autopressão se tornam uma autocrítica implacável que culmina em autoculpa e auto-ódio. É um processo de autodestruição. Quando a dor se torna insuportável para lidar-mos, iniciamos o processo de projeção e começamos a culpar o ex-terno pela nossa infelicidade, fracasso, falha e insucesso.

Para dissolver a autocrítica é necessário se conectar cada vez mais profundamente e constantemente com o Presente e a Realidade


como elas se manifestam. E, para isso, será necessário uma limpeza através do perdão de si mesmo e dos outros e da autoaceitação.

(Auto) aceitaçãoAceitar quem somos em nossa essência e trocarmos sentimentos

de culpa e crítica por responsabilidade e autocompaixão é a chave para que possamos embarcar no oceano infinito da felicidade. A autoaceitação leva em consideração a realidade da curva de aprendi-zado e a melhoria e refinamento contínuo do Ser que o leva, even-tualmente, ao caminho de realização plena.

A autoaceitação pode ser potencializada através do perdão de situ-ações passadas. A oportunidade de perdoar os outros nos proporcio-na humildade para enxergar as limitações das pessoas, assim como as nossas, sabendo que aquele acontecimento nos trouxe aprendiza-do e também proporcionou a possibilidade do outro aprender. Pedir perdão novamente invoca a humildade de assumirmos responsabi-lidades sobre os nossos atos no processo dual e ilusório de vítima/agressor. Toda vítima, para chegar em tal, foi agressora e vice-versa. Essa dualidade é o ciclo de inconsciência que leva às emoções nega-tivas. Como um cão correndo atrás do rabo, este ciclo nunca acaba até que haja a consciência da unidade, onde é possível discernir a Verdade, a qual não existe uma vítima ou um agressor, mas apenas uma sequência de acontecimentos cármicos perfeitos para os apren-dizados e evolução de ambos os envolvidos pelo processo de colheita da plantação passada.

Para finalizar, o autoperdão é imprescindível neste processo, pois muitas vezes não temos dificuldade de pedir perdão ou não guardar mágoa dos outros, mas nos martirizamos por acreditar que já cau-samos dor demais e somos imperdoáveis. Esse nível de masoquismo e tirania conosco nos mantém no apego ao sofrimento e ao corpo de dor do ego, que acredita ser necessário manter esse estado para que o erro não se repita, desconsiderando a capacidade intelectual


cognitiva do ser humano.

Realizada essa tríade de perdão, o processo seguinte é o de grati-dão. Agradecer por termos tido a experiência pela qual passamos e pelos aprendizados intrínsecos em cada uma delas. A gratidão é a prova dos nove do perdão, onde conseguimos comprovar realmente se as desculpas fizeram o efeito que deveriam ter sobre as situações ocorridas e os envolvidos.

Dicas e sugestões de aplicações práticas no dia a dia- Não dê credibilidade à culpa, ela é uma grande ilusão- Assuma a responsabilidade e aprenda com os erros- Crie intenções, mas não se apegue aos resultados- Caiu, levanta!- Deixe de buscar seus reconhecimentos e faça por si próprio- Sustente um estilo de vida de dar o seu melhor- Aceite-se como você é agora


CAPÍTULO

07

DIMINUINDO OS RUÍDOSINTERNOS

Mudando o que sentimos dentro de nós, mudamos também o que vemos fora. Só nos incomodamos com o que vemos fora, nos outros, porque ainda não lidamos com esse mesmo sentimento den-tro de nós. No momento onde identificamos e compreendemos o sentimento em nós, automaticamente, os movimentos externos dei-xam de nos incomodar e passamos a entender. O que não significa concordar, não-agir ou negligenciar, mas a liberdade de escolha para agir ou não com compreensão, amor e consciência ao invés de aten-der um impulso que alimenta condenação, rancor e inconsciência.

Os ruídos surgem de nosso apego aos prazeres de curto prazo e vontade de evitar os desprazeres, os quais supervalorizamos de acor-do com nossas experiências anteriores. Eles surgem em formatos de sentimentos, ansiedade e pensamentos nos levando do passado ao futuro e nos prendendo na imaginação e expectativas. Se não dimi-nuímos os ruídos dentro de nós, não conseguimos prestar atenção nos outros.

Exemplos de ruídos internos

DesmerecimentoÉ a subvalorização de si próprio, do outro ou da situação viven-


ciada. Esse julgamento faz com que deixemos de nos focar em uma solução e evidenciamos o problema, nos fazendo sair do presente e trazendo à tona os medos do futuro ou passado.

Não consigoNão mereçoNão possoNão dáNão vou me sujeitar a issoNão sou obrigado!Você é o culpadoA culpa é minhaNada dá certo para mimNão gosto dessa pessoaIsso não vai dar em nadaIsso é perda de tempo

CeticismoÉ a supervalorização de si mesmo e suas opiniões e a subvalori-

zação do outro. O ceticismo turva a mente e o sentido auditivo e resiste às ideias alheias como se elas fossem irrisórias ou indignas de receberem atenção. Muitas vezes o ceticismo se torna cinismo ou sarcasmo que são a energia negativa da raiva disfarçadas de humor, porém este tipo de humor é um medo daquela ideia se propagar. Logo, a vaidade se exalta para deixar o próprio ego em foco e “der-rubar” o outro de seu “pedestal”. Por incapacidade de influenciar (entrar no fluxo) o cético busca tirar todos do fluxo à força, porém, como a coerção e coação seriam retaliadas, utiliza do ceticismo e sarcasmo para dar “leveza” à crítica narcisista. O lobo se esconde por debaixo da pele de cordeiro.

DuvidoIsso é mentiraE se...(foco no negativo)

DIMINUINDO OS RUÍDOS INTERNOS 51

Será que... (foco no negativo)Quanta baboseiraNada a ver...Ah...até pareceUhum (sobrancelhas céticas)Vou fingir que acredito

FugaÉ a forma que o ego encontra de desviar a atenção daquilo que ele

acha chato. Se desconecta do momento presente e projeta sua felici-dade no futuro ou em um momento que deveria ser ideal.

Quero ir emboraQuero sair logo daquiQue sonoHoje estou com preguiçaDeixa pra depoisTem que ser agora?Esqueci...Que horas é o almoço?Bla, bla, bla...

A importância do momento presenteO presente é o único momento que existe. Passado e futuro só

estão em nossa mente como recordações de momentos ou projeções de expectativas, mas nenhum deles é Real. Quanto mais nos man-temos no momento presente, mais estamos construindo os nossos futuros presentes e aprendendo com os presentes passados recor-dados. Quando nos perdemos em pensamentos automáticos que nos levam do passado para o futuro, acabamos nos envolvendo com sentimentos que nos deixam inconscientes e angustiados.

Em uma relação, conversa ou reunião com outras pessoas, se não


nos mantivermos presentes, acabaremos despertando medos, an-seios, receios, irritações e prejudicando a nós mesmos e aos outros envolvidos, cortando ou criticando ideias ou pontos de vista e não permitindo a cocriação de todos para alcançarem uma solução in-teligente.

O momento Presente é a aceitação do que É e a utilização da inte-ligência, sem julgamentalismo emocional, para que mudemos aqui-lo que podemos mudar ou não-resistamos àquilo que não podemos mudar. É o discernimento preciso entre nossa zona de influência e zona de preocupação.

A zona de preocupação nos lota de emoções e pensamentos aos quais não temos influência naquele dado momento. Nos pré-ocu-pamos e deixamos de nos ocupar, construir. Planejar é a ação de desenhar o futuro sem se apegar às expectativas, sabendo que a Rea-lidade pode se manifestar diferente da projeção mental ideal.

Dicas e sugestões de aplicações práticas no dia a dia- Não se permita se envolver com os ruídos internos duranteuma conversa- Dê atenção ao que precisa ser dado- Seja objetivo, direto e sem rodeios, mas não haja com grosseria- Mantenha-se presente

DIMINUINDO OS RUÍDOS INTERNOS 53

CAPÍTULO

08

SETE PASSOS PARA AUMENTAR SUA EMPATIA

Neste capítulo, iremos ver sete passos práticos e realizáveis para aplicarmos verdadeiramente a empatia em nossas relações pessoais e profissionais.

1. Seja transparentePresuma que a outra pessoa está consciente de nossos pensamen-

tos e sentimentos internos. Ao fazer isso, nos aproximamos da ver-dade, pois eles são de fato intuitivamente conscientes e irão reagir de acordo com o sentimento interno que estamos mantendo em nós.

2. Respeite a intuiçãoSe achamos que as pessoas não sentem nossos sentimentos inter-

nos, reparemos como os cães reagem aos nossos sentimentos inter-nos. Você acha que a psique humana é inferior a de um cão?

3. Deixe ir as expectativasQuando colocamos pressão sobre outras pessoas, a fim de obter

o resultado que nós queremos ou achamos melhor para elas, elas automaticamente resistem porque se sentem angustiadas.

4. Ouça na essênciaCorte seus julgamentos mentais e presunções para ouvir realmen-

te o que a pessoa tem a falar. Busque não se apegar à forma, mas atente-se à essência da energia e ao contexto de vida da pessoa.

5. Troque os papéisColoque-se no lugar dela, levando em consideração, histórico,

sentimentos, rejeições, aprendizados, erros, entre outras coisas e imagine como você reagiria. Você verá que o seu comportamento poderia ser praticamente o mesmo em seu lugar e talvez até já tenha sido no passado.

6. Sinta o outroDeixe ir todos os sentimentos negativos até conseguir alcançar

um estado neutro sobre o assunto. Busque trocar condenação por compreensão.

7. Convite para a mudançaAo se conectar profundamente com seu sofrimento e visão de

vida, perceba se há abertura da outra pessoa para convidá-la a mu-dar suas atitudes e sair daquela situação. Caso haja, faça. Caso não, apenas ouça e verifique se há espaço para convites futuros.

É importante, após este processo, entender se a pessoa passou ape-nas por um problema eventual e sua empatia a ajudou a se reerguer sozinha, se ela aceitou sua ajuda ou se essa atitude de lamentação e de se colocar no papel de vítima é recorrente e constante. Se for algo que a pessoa sempre faz e está usando você para sugar sua energia e não quiser mudar, a melhor atitude que você pode ter em relação a essa pessoa é deixar de dar atenção às suas lamentações, dizer não a seus pedidos martirizados e se afastar se for necessário, para que essa pessoa, que não quer aprender por amor, possa, talvez, acordar através do processo de dor.

Patrocinar pessoas vitimistas com a sua energia é uma atitude de dó, o que faz com que a pessoa se mantenha viciada e acomodada

SETE PASSOS PARA AUMENTAR SUA EMPATIA 55

em suas atitudes de mártir da sociedade. Isso não irá mudá-la e a manterá sofrendo em ciclos de intensidade diferentes. Quebrar este ciclo de dependência em nós é o melhor que podemos fazer por ela, quando ela não aceita ajuda ou não quer mudar. O amor permite o aprendizado pela dor, sabendo que a dor nada mais é do que um ponto de vista a ser recontextualizado pela pessoa. Um processo de desapegar de seus sentimentos negativos e opiniões narcisistas para dar espaço a sentimentos e pensamentos maiores e mais positivos. A dor limpa o que está sujo para dar espaço à beleza. Dor não é sinô-nimo de ser ruim, mas sim, apenas, uma forma de incentivar a visão daquele que não quer enxergar e resiste à Realidade.

Dicas e sugestões de aplicações práticas no dia a dia- Seja transparente- Respeite a intuição- Deixe ir as expectativas- Ouça na essência- Se ponha no lugar da outra pessoa para entendê-la- Sinta o que o outro sente, independente do julgamentode valores- Convide para mudança, mas não imponha


SESSÃO 3:PRÁTICA

CAPÍTULO

09

PRATICANDO EMPATIANO DIA A DIA

O ego e o ego coletivoO ego é o nosso lado impulsivo animal que tende a dominar nossas ações

quando não estamos observando. Como uma criança desenfreada e mima-da que destrói a casa quando seus pais não estão presentes.

O ego se manifesta e cria ferramentas de defesa sobre o observador através de hábitos que julgamos inocentes, porém estão repletos de apegos e emo-ções escondidas.

O ego é padrões individuais e sociais herdados de nosso lado animal, que impede a evolução de nosso lado humano.

O ego coletivo se manifesta através de cultura, ritos, hábitos coletivos (por exemplo, horário comercial), esportes, religiões, dogmas, regras sociais ou locais e são fortalecidas pelos formadores de opinião de nossa vida, os quais estimamos ou contrariamos: pais, professores, amigos, líderes, cônju-ge, familiares, atores, jornalistas, empresários, cientistas, filósofos, religiosos, mestres espirituais, ou, até mesmo, propagandas ou canais de comunicação.

Tendemos a acreditar em tudo que é compartilhado em massa e quanto mais popular a pessoa ou veículo, mais damos credibilidade. Porém, isso tende a enraizar ainda mais os hábitos coletivos em nós, mesmo eles sendo

conceitos limitados e distantes da realidade.

Padrões e crençasTemos uma média de 60 a 70 mil pensamentos por dia. Estes pensamen-

tos são, geralmente, 90% iguais aos do dia anterior. Tendemos a mudar apenas 10% dos nossos pensamentos diários e, em geral, são os mesmos 10% que se modificam todos os dias, sendo nossos demais 90% ficando repetitivos por muitos ciclos, semanais, mensais, anuais, ou até mesmo por décadas ou por toda uma vida.

Um conjunto de pensamentos similares nos faz realizar uma ação. Esta ação é a experiência de uma projeção mental reforçada por um impulso animal de sobrevivência física ou emocional. Esta ação, se trouxer prazer para nossos sentidos de curto prazo, torna-se repetitiva à medida que as condições externas permitem, podendo até mesmo levar à práticas imorais para se obter o retorno ou ganho prazeroso de curto prazo constantemente.

Uma vez esta ação se tornando constante e padronizada, ela se repete até virar automática, o que chamamos de hábito. O hábito é um conjunto de ações repetitivas regidas por prazeres de curto prazo que se tornam reforça-das em nosso sistema e fortalecem nossa zona de conforto, à qual tendemos nos manter na maior parte do tempo devido o apego que temos em buscar sempre o que nos agrada, independente dos reflexos externos.

O conjunto de nossos hábitos em cada local que vivenciamos, trabalho, casa, família, amigos, forma o nosso caráter, ou seja, o conjunto de caracte-rísticas que possuímos e evidenciamos as quais atraímos pessoas com simi-laridade psíquica. Ou seja, se gostamos de futebol, tendemos a encontrar mais amigos que gostam de futebol do que aqueles que não assistem futebol e são viciados em basquete. Se gostamos de cerveja às sextas-feiras, vamos nos relacionar com pessoas que também gostam. E assim por diante.

O nosso caráter e as nossas escolhas de relacionamentos regem o nosso destino, que são formados de resultados que alcançamos e frustrações de

PRATICANDO EMPATIA NO DIA A DIA 59

resultados que gostaríamos de alcançar e não alcançamos. O nosso destino, então, alimenta novamente o nosso pensamento, geralmente, guiado pelas nossas frustrações e incapacidades. Mantemo-nos, então, em um ciclo con-tínuo inconsciente.

“Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes” – Albert Einstein, físico e filósofo alemão

Se quisermos mudar nossos resultados e sair da zona de confor-to e do ciclo de inconsciência, é necessário mudarmos uma dessas variáveis para que possamos alterar todas as outras conjuntamente.


AutodesafiosOs autodesafios são exercícios simples e práticos focados em que-

brar hábitos enraizados e limitantes para abrir espaço para novos pontos de vista e disciplinas saudáveis. Os autodesafios servem para quebrar a inércia do ego (zona de conforto) assim como seus padrões de controle (hábitos) e mecanismos de defesa (emoções negativas).

Os autodesafios aumentam nossa capacidade de observação, mu-dando principalmente os hábitos inconscientes que temos em nosso dia a dia. Perceba quantas atividades você faz de forma automática ou mantendo sempre os mesmos padrões, como a forma que se lava e escova os dentes, os alimentos que escolhe, as preferências de lazer, as atividades da semana, o jeito que anda, as rotinas de horários, entre outras coisas. Tudo isso nos dá uma falsa sensação de que esta-mos ganhando tempo, mas nos torna inconscientes de nossas ativi-dades e de como nos relacionamos com cada uma delas.

Aumentar a observação aumenta também nossa consciência e nos


faz perceber como podemos lidar melhor com nossos problemas e dificuldades, além de aproveitarmos mais nossas qualidades inter-nas.

Com a prática diária dos autodesafios, podemos perceber que os problemas que encontramos são dissolvidos de forma mais rápida e eficiente, levando-nos a alcançar cada vez mais resultados extraordi-nários em qualquer área da vida que quisermos.

Veja a lista de exemplos de autodesafios a seguir. Leia todos os autodesafios e escolha o que você acha que irá contribuir para sua vida neste momento:

- Elogiar uma pessoa por dia- Ajudar uma pessoa por dia- Presentear pessoas diferentes- Cumprimentar estranhos- Emanar cura e amor- Fazer caridade presencial- Listar críticas das pessoas sobre nós- Listar o que incomoda nos outros- Mudar o que nos criticam, se for lógico- Mudar o que incomoda nos outros em nós- Fazer carta de gratidão para pessoas específicas- Fazer surpresa para parceiro ou familiar- Dar massagens grátis- Demonstrar amor e carinho em público- Sorrir para pessoas no trânsito/transporte público- Fazer uma atividade que outra pessoa gosta junto com ela- Respirar fundo antes de responder/agir- Ouvir toda a resposta antes de falar- Servir na casa da sogra/ nora- Oferecer-se para fazer favores ao cônjuge- Pedir desculpas- Ser cortês e amável com quem não gosta ou tem conflitos


- Se questionar “Se eu fosse o amor, o que o amor faria?”*Mais exemplos de autodesafios no Apêndice 1

Agora que já escolheu seu autodesafio, vamos determinar as se-guintes variáveis:

01. Período:Escolha por quanto tempo fará este desafio. Ex: 1 semana, 1 quinzena, 1 mês, etc

02. Frequência:Dentro do período, determine quantas vezes na semana você fará

o desafio.Ex: Todos os dias, 5 vezes nas semana, 3 vezes na semana, etc

03. Intensidade:Dentro da frequência, quantas vezes ou por quanto tempo você

irá realizar o desafio? Ex: 1h, 1 vez ao dia, 2 pessoas por dia, o dia todo, etc

04. Dificuldade:De 0 a 10, quão difícil é fazer o autodesafio no período, frequên-

cia e intensidade determinados? Se a nota for 9 ou 10, talvez seja melhor você não pegar este autodesafio no momento, pois será mui-to difícil a realização dele. Se a nota for entre 0 e 5, o autodesafio é muito confortável para você, e isso dificilmente gerará uma mu-dança significativa. Um desafio ideal tem nota entre 6 e 8, pois é um nível de dificuldade relativamente bom, porém não demasiado.

05. Ancoragem:Como você fará para se lembrar e se comprometer a fazer o auto-

desafio dentro das condições traçadas? Coloque lembretes no celu-lar, post-its ou bilhetes em locais de fácil acesso, peça para alguém te ajudar. Tudo é válido, pois se não colocarmos um lembrete, pode-


mos perder o ritmo de um dia sem fazer aquela determinada ação.

Lembre-se que a intenção é sair da zona de conforto para que você seja mais consciente de seus pontos de melhoria e possa agir em cada um deles.

Dicas e sugestões de aplicações práticas no dia a dia- Faça o seu autodesafio!- Se no meio do caminho perceber que ficou muito fácil,aumente frequência e intensidade- Se perceber que ficou muito difícil, diminua intensidadee frequência- Persevere!- Ao finalizar este autodesafio, escolha outro e continue


CAPÍTULO

10

AUMENTANDO SUAINFLUÊNCIA

Muitas pessoas buscam aumentar o seu poder de influência sobre os outros, mas na verdade o aumento de influência está diretamente relacionado ao aumento de flexibilidade do comunicador para utili-zar as palavras que o público entende e mantendo a integridade de suas ações para que a confiança aumente.

Quando temos o potencial de comunicação aflorado, mas nossas intenções são egoístas ou imorais, podemos conseguir manipular as pessoas no curto prazo para fazerem aquilo que queremos, mas prejudicamos o fator confiança e também colocamos em jogo a in-tegridade da outra pessoa.

Quando temos um nível de integridade alto, mas não temos ade-quação na comunicação, não buscamos pensar como o outro para melhorarmos nossa comunicação com eles, ou seja, não somos em-páticos, as pessoas provavelmente vão identificar nossas intenções como sem nexo ou uma causa com pouco impacto ou importância.

O mais importante dentro do fator influência é buscar e se com-promissar cada vez mais com a verdade e flexibilizar nossa comuni-cação para convencer as pessoas ao nosso redor a caminharem para uma relação ganha-ganha.

Convencer vem de convincere que significa do latim COM (junto) + VINCERE (vencer), ou seja, vencer juntos. É influenciar uma pessoa a tomar atitudes positivas para resolverem algum problema ou realizar alguma ação que traga ganho para ambos.

Podemos observar também que nossa influência é um gradiente onde numa ponta há a manipulação e na outra a influência. Ma-nipulação significa ausência de influência ou de vencer juntos. A manipulação é egoísta enquanto a influência é altruísta.

Manipulação significa manusear as coisas para que elas saiam do seu jeito com intenção de ganho próprio independente dos ganhos ou perdas dos demais envolvidos. Já influência, significa seguir de acordo com o fluxo natural. IN- (dentro) FLUERE (fluir). Ajudar as pessoas a acompanharem o fluxo natural das coisas para que am-bos cheguem ao destino.

Existem quatro principais tipos de sistemas de relacionamentos entre duas ou mais pessoas em momentos de negociação, manipu-lação e influência:

Sistema 1: Perde-perde – “Se eu cair, levo junto!”A pessoa neste nível de egoísmo, além de se sabotar, derruba os

outros consigo. É muito comum encontrarmos esses sistemas auto-destrutivos em competições acirradas onde vencer se torna secun-dário, pois o mais importante é que o outro perca e se prejudique. São praticamente kamicases dos relacionamentos. Preferem focar em sabotar os outros do que buscar sua própria glória.

Ex.: Um funcionário que faz algum prejuízo à empresa e é demi-tido e aponta outras pessoas como envolvidas no problema, mesmo não sendo verdade. Também conseguimos encontrar exemplos des-tes nos esportes automobilísticos, por exemplo, ou até mesmo em jogos de futebol onde um jogador comete uma falta violenta para ti-


rar o outro do campo, mesmo que isso lhe acarrete cartão vermelho.

Sistema 2: Perde-ganha – “Não tem problema eu meprejudicar”

Nesse módulo, a pessoa abre mão do seu ganho para deixar que o outro ganhe. Muitas vezes esse sistema é visto como altruísta, mas na verdade é uma subserviência e relacionado à baixa autoestima. A pessoa acredita não ser merecedora ou se coloca em um papel de mártir da sociedade onde a felicidade dos outros importa mais do que a de si próprio. É um sistema de autossacrifício que leva a pes-soa a se atirar na poça para a outra pessoa não molhar os seus pés.

Ex.: Uma esposa que permite que o marido sempre faça as esco-lhas e determine a direção do casamento e não se permite realizar suas vontades. Podemos ver isso também em casos de pessoas que são constantemente exploradas por outras e vistas como coitadi-nhas. Na verdade essa pessoa se identifica com o papel de vítima e seu ego tem um prazer sadomazoquista de chamar a atenção dos outros através da demonstração de sua dor.

Sistema 3: Ganha-perde – “Primeiro para mim!”O conceito de garantir o seu a qualquer custo e, se sobrar, é dado

ao outro. Na música Mondo Muderno, do artista Jay Vaquer, esse sistema é criticado de maneira satírica neste trecho:

“Questão de sobrevivência, quem falou em decência?Passo por cima pra ninguém me atropelar. O que é que há? Sai

pra lá!O seu vem depois do meu, se sobrar tempo, meu caro.Vou ser a pessoa mais legal se restar alguma migalha, fui claro?”

Ex.: Uma grande empresa que extorque os fornecedores pedindo descontos descomunais e pagando depois de meses da entrega do

AUMENTANDO SUA INFLUÊNCIA 67

produto ou serviço. Enquanto isso, os fornecedores perdem seu flu-xo de caixa e ficam sem giro para atender outras empresas e, às vezes, tendo que recorrer a empréstimos e perdendo toda ou boa parte da margem de lucro para honrar com os compromissos.

Sistema 4: Ganha-ganha – “Ou nada feito!”Saber compartilhar os méritos é para poucos. Essas são as pesso-

as de sucesso. O verdadeiro altruísmo nasce com o construtivismo para atender o bem maior, ou seja, si mesmo e os outros. Diferente dos outros sistemas, este processo visa a abundância ao invés da es-cassez. Tomar atitudes e fomentar pensamentos de escassez irá gerar ausência, falta e perda. Focar na Verdade da abundância e do com-partilhamento trará resultados grandiosos e constantes.

Ex.: Um casal que decide fazer uma viagem para dois destinos diferentes com menos dias em cada um dos locais para satisfazer ambos os gostos. Este casal se determina a viver juntos a alegria independentemente da localidade, atendendo ambos os gostos e fortalecendo sua relação de entrega e respeito um ao outro.

Dicas e sugestões de aplicações práticas no dia a dia- Busque verdadeiramente o que é positivo para os envolvidos- Não tente convencer o outro de que algo que é bom apenas para

você será bom para ele também- Não viole o livre-arbítrio das pessoas- Flua com o ritmo da vida- Fale sempre a verdade- Escolha sempre ganha-ganha ou nada feito


CAPÍTULO

11

CRIANDO UM ESTILO DE VIDA COM BASE NA EMPATIA

Para finalizar o nosso estudo sobre empatia, iremos ver neste ca-pítulo pequenas pílulas de entendimento sobre como podemos fo-mentar a nossa empatia no dia a dia e nos manter em nosso cami-nho de abundância e harmonia.

1. Intenção: Manter a intenção de evolução conjuntamente com aquilo que você quer alcançar. A intenção determina os caminhos que vamos trilhar.

2. Mérito: Dar o seu melhor a cada dia como um estilo de vida nos faz ficar presentes e não nos apegarmos aos resultados, para que possamos viver cada vez mais alegres com o que temos e construir-mos uma vida de abundâncias e oportunidades.

3. Autodesafios: Construir disciplinas positivas através de auto-desafios. A essência dos autodesafios é gerar concentração (manter--se em seu centro) e coragem (agir com o coração) para enfrentar os medos que surgirem e se manter sempre no caminho.

4. Afiliação: Buscar unir-se com pessoas com mesmas inten-ções e/ou princípios auxilia a mantermos nossa determinação fir-me. Muitas vezes também é necessário reduzirmos nosso contato

com círculos sociais desnecessários, honrando e respeitando nossos aprendizados e momentos do passado.

5. Humildade: Não é baixa autoestima, mas a capacidade de sa-bermos que não somos o quebra-cabeças, mas uma peça dele. Fun-damental, porém interdependente.

6. Auto-honestidade: Ser sincero consigo mesmo e observar suas falhas de caráter para dominá-las e vencê-las.

7. Observação: Manter-se observando os seus sentimentos inter-nos para que possa cada vez mais conhecer a si mesmo e os outros e não cair nas falácias do ego.

Estes sete princípios são os pilares para nós mantermos nossa es-sência firme e nossa forma flexível. Assim, podemos nos manter em nossa direção, adquirindo cada vez mais habilidade de comunicação e relacionamento com as pessoas e com nós mesmos.

Dicas e sugestões de aplicações práticas no dia a dia- Mantenha sempre uma intenção de evoluir constantemente- Dê o seu melhor a cada dia- Observe as influências de sentimentos negativos- Crie um autodesafio de mudança- Mantenha-se em humildade constante- Invoque a coragem dentro de você para encarar o problema- Seja honesto consigo mesmo- Mantenha o contato constante com ferramentas e pessoasque te fazem bem- Leia os artigos e assista aos vídeos do Quero Evoluir - Mantenha-se atento na agenda da Pandora- Agende uma sessão gratuita de Alta Performance


APÊNDICES

APÊNDICE A: AUTODESAFIOSTabela de Autodesafi os Iniciais

Planilha Controle de AutodesafiosDesa�o Frequência Intensidade SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM


APÊNDICE B: CONTEÚDOS COMPLEMENTARES

Filmes: À prova de fogoCorajososPatch AdamsInvictusLaços de ternuraConduzindo Miss DaisyA teoria de tudoForrest GumpA culpa é das estrelasDivertidamentePequeno príncipeGandhiBem-vindo a Marly GomontIntocáveisA bela e a feraLionHeidiFarol das orcas

Documentários: (Dis)honestityAlive insideHappyThe dhamma brothersDr. Martin Luther King Jr. Mandela: death of apartheidOs capacetes brancos

Vídeos: Empathy vs sympathy– Brene Brown

Bons líderes fazem você se sen-tir seguro - Simon Sinek

Amor sem palavras (para filhos)The impact of father (para pais)Como será o futuro dos seus fi-

lhos (para pais)Como os filhos enxergam as

mães (para pais)Razão x emoçãoO mundo dá voltasValidação - o poder do elogioO poder das palavras

Livros:As cinco linguagens do amor -

Gary D. ChapmanComo fazer amigos e influen-

ciar pessoas - Dale CarnegieLetting go: the pathway of sur-

render - Dr. David R. HawkinsO monge e o executivo– James C. Hunter7 hábitos das pessoas altamente

eficazes - Stephen R. CoveyUm novo mundo: o despertar

de uma nova consciência- Eckhart Tolle

SériesPode me Chamar de Francisco13 Reasons WhyLie To MeTouch

APÊNDICES 75

APÊNDICE C: PANDORATREINAMENTOS

A Pandora Treinamentos é uma empresa que fomenta o ganho de consciência das pessoas nas seis principais áreas de suas vidas através do Método de Alta Performance©.

Ao longo de cinco anos, a Pandora Treinamentos desenvolveu este Método que já impactou a vida de milhares de pessoas e seus fami-liares, amigos e ambientes empresariais, através de treinamentos e palestras.

O Método de Alta Performance© tem como principal base os conceitos e estudos dos Níveis de Consciência do MD; PhD; Dr. David R. Hawkins, autor deste e de mais nove livros, onde os con-ceitos e bases do treinamento visam a amplitude e aumento dos níveis de consciência do ser para que ele possa vencer padrões e pa-radigmas inconscientes e consiga enxergar o mundo de uma manei-ra mais ampla, contemplativa e reveladora, encontrando respostas jamais percebidas antes.

O Método visa o ganho de consciência para resolver de manei-ra clara e rápida problemas e adversidades do cotidiano, das mais simples às mais complexas, assim como o alcance de resultados e objetivos no menor espaço de tempo possível e com a mais alta qualidade. Este processo ocorre através da integração da consciência nas seis principais áreas da vida: Saúde, Finanças, Autoestima, Rela-cionamentos, Profissional e Propósito.

O trunfo do Método de Alta Performance© é sua mescla de con-teúdos profundos e reveladores para a psiquê humana aliados a prá-ticas cotidianas e crescentes de Autodesafios® que levam as pessoas a saírem de suas zonas de conforto para viverem um estilo de vida evolutivo.

Assim como na ciência física, onde pequenos agentes estressores fazem com que o corpo evolua seu condicionamento através da lei


da hormese e homeostase, os Autodesafios® promovem novas co-nexões neurais via processo de neuroplasticidade para levar nossa mente e bioquímica, e também nosso espírito, para seus melhores estados a fim de aumentarem sua flexibilidade, resiliência, adaptabi-lidade, concentração, foco, determinação e disciplina para alcançar resultados e resolver problemas que antes pareciam impossíveis con-quistarmos ou enfrentarmos.

O treinamento é disponibilizado para o mundo todo de maneira online e ao vivo, além de ser personalizado e exclusivo para que cada pessoa possa traçar seus próprios objetivos a serem trabalhados durante o treinamento. Mais informações e contato podem ser rea-lizados através do site:

www.pandoratreinamentos.com.br

Portal Quero EvoluirCom artigos e vídeos gratuitos sobre consciência, o Quero Evoluir

é um projeto voltado para o desenvolvimento e evolução humana nas seis principais áreas da vida: Saúde, Finanças, Autoestima, Re-lacionamentos, Profissional e Propósito, além de trabalhar temas de Espiritualidade, que é a integração dessas seis áreas.

Você pode consumir os artigos e vídeos a partir de agora: www.queroevoluir.com.br

APÊNDICES 77

OUTROS TÍTULOS DAPANDORA TREINAMENTOS

Garanta seus exemplares em: loja.pandoratreinamentos.com.br

365 AutodesafiosUm livro em formato de agenda contendo a

nossa metodologia de autodesafios para você praticar todos os dias pequenas mudanças de hábitos para você alcançar ainda mais resultados em sua vida e ser cada vez mais feliz.

A Teoria dos Chakras e a Prática do Despertar

O objetivo deste livro é ensinar a você o que são os Chakras, como equilibrá-los e utilizá-los de forma consciente, para gerar uma melhoria constante de seus resultados e deixar sua vida mais plena e pacífica.


Deixar IrCom mais de 1 milhão de cópias vendidas,

o livro “Deixar Ir - O Caminho do Desapego” foi escrito por um dos mais renomados psiquia-tras do mundo! Deixar ir descreve uma maneira simples e efetiva como desapegar dos obstáculos para expandir nossa consciência e se livrar da negatividade.

Meditação MindfulnessDescubra como essa prática científica milenar

pode mudar a sua vida. Comece a praticar ago-ra cada ensinamento deste livro e descubra 18 formas diferentes de aplicar mindfulness em sua rotina.

O Caminho da VerdadeVeja um conteúdo marcante que explica a es-

sência de cada ensinamento espiritual dos dog-mas mais conhecidos no mundo, para conse-guirmos captar como aplicar a essência de cada um deles em nosso dia a dia de maneira prática.

APÊNDICES 79

Poder vs. ForçaBest seller mundial, traduzido em mais de

18 idiomas, escrito pelo renomado pesquisador pioneiro no campo da consciência, médico e cientista Dr. David R. Hawkins, agora em por-tuguês exclusivo pela Pandora Treinamentos!

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O PODER DA EMPATIA - pandoratreinamentos.com.br€¦ · O QUE É EMPATIA A palavra empatia, e principalmente a prática, é um mistério para muitas pessoas. Porém, quando buscamos