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8/17/2019 o Populismo Ou a Democratização Fundamental Da America Latina
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O Populismo ou a Democratização Fundamental da américa latina
O autor inicia seu estudo sobre o populismo explicitando o significado incerto e
vago do termo “populismo”, pois o mesmo pode designar uma organização, um dirigente político, um governo, e a ideologia em si; além de haver populismos para todos os gostos,
como populismos urbanistas e ruralistas, progressistas e conservadores, de massas e de elites,
indigenistas e ocidentalizadores, socialistas e fascistas, de baixo de cima!
"obre a vaguidade do conceito, o autor indica sua derivação do conceito original
como principal elemento, principalmente #uando falamos da $mérica %atina, pois o
populismo desta é distinto do presente nos &stados 'nidos do século ()( e na *+ssia
zarista! -al diferença, tornou o populismo algo rudimentar, visto com maus olhos, criandoum sentido pe.orativo para o termo! O populismo é visto como uma ideologia de reformistas
vergonhosa e como a negação da cultura!
O /opulismo %atino $mericano, segundo o autor, é resultado de car0ncias como!1
23 $ incapacidade da classe média em cumprir seu papel hist4rico de portadora de uma
revolução burguesa capaz de gerar valores pr4prios e de estimular o desenvolvimento
econ5mico; 63 incapacidade da classe trabalhadora urbana em criar organizaç7es
independentes e aut5nomas; 83 surgimento tardio de uma cultura de classe trabalhadora
identific9vel com nitidez; :3 insist0ncia das 9reas rurais em manter uma rede de relaç7es de
depend0ncias, o #ue criou obst9culos criação de organizaç7es campesinas independentes las política e economicamente, tornou o populismo “a força mais importante na
$mérica %atina”, como ?allo@ nos assinala!
O populismo seguiu um rumo além da tra.et4ria ob.etivada por grupos comunistas
e socialistas, ou direitistas antigos ou modernos! Os primeiros viram #ue o populismo não se
sobrepunha ao capitalismo, mantendo>se ainda atrelado a este; os segundos reacionaram
negativamente frente s propostas reformistas do populismo, vendo>as como exageradas,
suicidas, e nefastas!
$ntes de dar seguimento historia da formação do populismo, o autor nos diz #ue
além de ver o populismo latino americano com ressentimento e incompreensão, devemos
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estud9>lo para então compreend0>lo
progressista #ue desencadeou as pr9ticas populistas nos &stados 'nidos, #ue teve suas bases
lançadas por tr9s da guerra civil, alcançando na +ltima década do século passado alta pro.eção
política, e entrando em decad0ncia nas eleiç7es de 2CDE, #uando o candidato para presid0ncia
apoiado pelo populismo perdeu a eleição! ontextualizemos os &stados 'nidos do século
()(; fora implantada a abolição da escravidão, os antigos propriet9rios tiveram #ue arcar
com maiores custos, e explodiu a guerra civil! -ais elementos deram impulso na enorme
destruição de propriedades rurais! $ partir de então houve uma grande migração para o oeste,
as massas foram atraídas pelos altos preços agrícolas e pela disponibilidade de terras < o #ue
não foi suficiente, pois estes migrantes sofreram com a seca do rio ?ississipi na década de
2CFG, além de sofrer com a expansão da malha ferrovi9ria, e com a fome! $s tarifas
ferrovi9rias aumentavam , além do
aumento dos impostos, e das políticas de terras desfavor9veis! O pe#ueno agricultor tinha #ue
compartilhar sua colheita com prestamistas, hipotec9>las antes mesmo de estas serem
colhidas, podendo até mesmo hipotecar sua terra para conseguir créditos necess9rios s suas
produç7es! Hoi neste contexto envolvendo a necessidade do pe#ueno agricultor para sua
produção e conse#uentemente para sua sobreviv0ncia, #ue ele se tornou apenas o dono de sua
terra, e produtor dos g0neros #ue seu credor escolhia! O credor se beneficiava da necessidade
destes homens, e impunha .uros elevadíssimos, atrelando>os s suas ordens, e fazendo com
#ue v9rios produtores perdessem suas produç7es e até mesmo suas terras!$ falta da li#uidez dos pe#uenos agricultores se agravou com a desmonetização da
prata, o #ue os obrigou a depender dos comerciantes, #ue lhes adiantavam alimentos e outros
produtos b9sicos! Aeste modo, o pe#ueno agricultor #ue pegava empréstimos praticamente
impag9veis, e #ue ainda dependia de comerciantes #ue fixavam preços para os produtos #ue
ele dependia, o pe#ueno agricultor caía num ciclo de dívidas intransponível! om a Irande
Aepressão de 2CD8>2CDF, 6!JGG!GGG pessoas perderam seus empregos; houve dist+rbios de
fome em Kuffalo, e surgiram as mobilizaç7es e marchas de protesto pelo país! &m 2CD: houve#uase FJG!GGG trabalhadores em greves militantes, e isto s4 se intensificou cada vez mais,
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conforme o tempo passava e a depressão piorava! Hoi neste contexto ca4tico #ue foi
apresentada a agenda do populismo, o populismo foi uma solução; “o populismo
estadunidense representou antes de tudo a rebelião de uma classe1 a dos produtores rurais
independentes!” Lpg!2C3
Os populistas estadunidenses enfatizavam a necessidade de se criar cooperativas
mane.adas por agricultores as #uais das muitas estabelecidas, poucas foram bem sucedidas,
pois a oposição de comerciantes e ban#ueiros locais era forte, e por #ue seus defensores eram
muito pobres para sustentar o pro.eto! /osteriormente, as demandas do /artido /opulista
L/opulist /art@3 foram ampliadas1 eleição direta de senadores, criação de um banco de
economia postal, controle governamental de ferrovias e das companhias de telefonia,
supervisão federal das corporaç7es, direito de iniciativa e referendum, imposto renda
progressiva, cunhagem livre e ilimitada da prata Lbimetalismo3! -odas as medidas populistas
visavam a limitação do poder das grandes corporaç7es, e a devolução do poder ao povo! Mos
&stados 'nidos, o populismo foi visto como uma política #ue anti progressista pois ia contra
os democratas e republicanos, significava atraso a #ual#uer reformista! Mão foi atoa #ue os
populistas não tiveram força política no nordeste americano, nem na região dos grandes lagos,
#ue tinham grandes concentraç7es de populaç7es urbanas!
$pesar dos populistas terem seu candidato presid0ncia derrotado nas eleiç7es de
2CD6, teve ampla pro.eção nacional baseada em adeptos locais, e estaduais, além de v9rios
congressistas terem sido eleitos em Nashington, e durante a década de 2CDG e inícios da
década de 2DGG, terem sido muito fortes no ansas, em ?ontana e Mebrasca, dentre outros
estados!
Os populistas estadunidenses viam o movimento como agr9rio e de classe, voltado
contra o capitalismo, industrialismo e conse#uentemente contra as m9#uinas, para eles, as
m9#uinas deviam ser utilizadas para diminuir o tempo de trabalho dos trabalhadores, e não
para substituí>los, criando massas de desempregados! $lém dos elementos supracitados, eramcontra os monop4lios fabris, e contra a ganBncia de minorias, #ue era capaz de gerar a fome e
impor condiç7es de vida deplor9veis a centenas de indivíduos! Os populistas americanos
buscavam não s4 melhores condiç7es para os trabalhadores, mas buscavam uma retribuição
.usta, e uma chance mínima para a prosperidade, pois como elucidamos anteriormente, estes
trabalhadores não tinham mais chances de sair da#uele círculo vicioso de dívidas com o
credor e com o comerciante!
O populismo teve tr0s momentos de representação na literatura norte>americana!Aurante a depressão de 6D>8G, ele foi visto como um movimento progressista, e de amplas
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bases populares, sendo apontado como a versão soviética do socialismo por PicQs em 2D82;
na década de JG, este .9 recebeu um enfo#ue negativo, tendo Pofstadter como seu porta voz,
#ue assinalava seus caracteres mais chocantes, o bimetalismo, o antisemitismo Lmesmo #ue
fosse ret4rico, não pr9tico3, e sua capacidade de deter uma teoria da conspiração #ue engloba
em seu centro os ban#ueiros, .udeus e ingleses, como respons9veis pelo empobrecimento dos
“estadunidenses verdadeiros” >além do populismo ter um car9ter anti urbano; e na década de
EG, o populismo recuperou seu sentido como fen5meno progressista e socialista! 'm +ltimo
elemento sobre o populismo norte americano de digna menção, é o seu car9ter antiintelectual,
tendo em vista #ue os intelectuais faziam parte da elite, e #ue portanto, se sustentava e
engrandecia com o sofrimento do povo!
Aiferentemente dos &stados 'nidos, #ue tiveram vultos locais no #ue se refere ao
poder de divulgação e aceitação do populismo, a *+ssia alcançou altos níveis de formulação
te4rica e reflexão filos4fica de amplas pro.eç7es! O populismo russo #uestionava a viabilidade
do capitalismo, e buscava o desenvolvimento de uma via alternativa a ele, o socialismo, #ue
surgiria como barreira ao sofrimento do povo ocasionado pelo capitalismo! &lucidemos desde
.9 #ue os populistas russos não negavam a viabilidade do capitalismo, generalizando>o; mas
era contra o capitalismo em sociedades subdesenvolvidas, dentre elas a pr4pria *+ssia!
O desenvolvimento do capitalismo criou condiç7es para o surgimento do
populismo na *+ssia! $ derrota na Iuerra da riméia antecipou o colapso da sociedade
feudal, e a emancipação dos servos em 2CE2 foi o ponto de partida de uma nova etapa do
desenvolvimento capitalista russo! 'nido a tais fatores coexiste a construção da rede
ferrovi9ria, #ue lançou bases ao desenvolvimento pré capitalista na década de 2CEG!
)nteressante é a coexist0ncia de técnicas e procedimentos primitivos nas f9bricas; como por
exemplo, no ramo t0xtil, onde aliado ao avanço tecnol4gico, encontravam>se os reforços na
manufatura doméstica! Ma década de 2CJG, a população campesina representava #uase DGR
da população russa, e esta além de ser ameaçada pelo avanço fabril capitalista, sofreu com ascondiç7es impostas pela emancipação dos servos na década seguinte, .9 #ue isto significou o
aumento da carga de trabalho da população rural! S neste processo #ue reside o car9ter
doloroso do progresso #ue o capitalismo representou s populaç7es rurais! /ara piorar, em
fins da década de 2CDG, a população russa teve um boom demogr9fico, impondo a fome pela
produção escassa de cereais! Hrente a tais dificuldades, o populismo russo #uestionava até #ue
ponto o capitalismo era vi9vel, por mais #ue trouxesse progresso sociedade, este era v9lido,
.9 #ue trazia dor e fome sua pr4pria populaçãoT
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O capitalismo para o populismo russo, ou narodismo Lnarodnichestvo3, era algo
artificial, sem viabilidade e sentido, uma criação estatal européia transplantada em sua
sociedade incapaz de assimil9>la! omo vimos, a política fiscal levava a comunidade
campesina destruição; e para piorar a situação da *+ssia capitalista, sua adesão a tal modelo
econ5mico fora tardia num mundo em #ue os vínculos político>comerciais .9 haviam sido
criados e firmados, obstruindo sua saída ao mercado internacional .9 controlado por países
mais avançados! /ara os narodiniQs, o capitalismo é uma formula proveniente da &uropa
Ocidental, mais especificamente da )nglaterra; e seus elementos não foram perceptíveis da
mesma forma na *+ssia #ue na )nglaterra! “/or raz7es 4bvias, o capitalismo russo não se
manifestava da mesma forma #ue na &uropa Ocidental, deduziam a inaplicabilidade das leis
da economia política situação de seu país, cu.a especificidade e particularidades
enfatizavam!” Lpg!6D3
O essencial do capitalismo agrícola era o enfo#ue industrial em plantas altamente
mecanizadas, com cultivo em larga escala e com o “div4rcio” do produtor e de sua terra! Os
economistas populistas seguidores de $dam "mith dividiam o produto do trabalho em duas
partes1 os sal9rios e os ingressos dos capitalistas! $ primeira parte diz respeito capacidade de
compra proporcional ao sal9rio pago, sendo #ue o pr4prio capitalismo tende a pagar menos ao
trabalhador pelo seu produto vendido Ltrabalho3 ob.etivando maiores lucros, ou se.a,
ob.etivando a mais valia! )sto, unido eliminação das manufaturas domésticas, tomada de
terras campesinas e cargas impositivas, geraram a retração do poder de compra das massas!
/or sua vez, a segunda parte necessita de um consumo pessoal das massas maior para então
absorver o resto da produção, e como isto seria possível nesta sociedade sem poder de
compraT Os populistas, portanto, viam a l4gica capitalista como uma l4gica desfalcada, capaz
de excluir a fonte de renda dese.ada pelos capitalistas presente no produtor independente! O
capitalista usurpa as terras do produtor, o impede de produzir em suas manufaturas
domésticas, busca maiores rendas impondo maiores cargas tribut9rias, ou se.a, mina seucapital, e o impede de obt0>lo, e ironicamente precisa de um comprador de seus produtos em
larga escala! O capitalismo induz as massas ao empobrecimento cada vez #ue introduz novas
técnicas de produção! "egundo o autor, na &uropa Ocidental o capitalismo era historicamente
necess9rio e progressista, porém, em países atrasados, dentre eles a *+ssia, este era apenas um
meio de maior exploração social, gerador do atraso ao invés do progresso! O +nico modo de
recuperar a *+ssia, para os populistas, era reorientar a ação do &stado; este deveria
nacionalizar a grande ind+stria e estimular a transfer0ncia gradual das pe#uenas empresas aos
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artéis obreiros, criar cooperativas de trabalhadores individuais e de artesãos, e fornecer>lhes
insumos, assegurando a venda de suas produç7es!
=9rios fil4sofos populistas provinham dos setores acomodados da sociedade, e os
políticos populistas eram intelectuais urbanos geralmente provenientes da pe#uena burguesia
de regi7es afetadas pelas ambiç7es capitalistas! Os populistas postulavam a criação de
federaç7es independentes de pe#uenos produtores, com autonomia governamental;
sustentavam #ue era possível evitar o despotismo capitalista a partir da adoção de uma
estrutura feudal não muito rígida, composta por unidades socializadas autogovernadas por
produtores e consumidores! &ntretanto, os populistas não acreditavam no poder da revolução
social, para eles, somente o &stado tinha poder suficiente para se opor ao capitalismo e aos
monop4lios! remos #ue se.a por este motivo #ue os populistas se.am considerados os
“inventores do partido revolucion9rio como organização clandestina de conspiradores
profissionalizados, #ue obedecem a uma disciplina total!” Lpg!883, pois .9 #ue a revolução não
é capaz de derrubar o capitalismo, o ob.etivo é chegar ao poder para então derrub9>lo, .9 #ue o
&stado #ue tem este poder!
-anto nos &stados 'nidos #uanto na *+ssia, vemos o populismo em sua ess0ncia;
uma expressão de uma pe#uena burguesia ameaçada de destruição de propriedades e
empobrecimento decorrente do avanço da ind+stria e do mundo das finanças! $ partir das
bases do populismo, foram desenvolvidas ideologias um tanto excessivas, como por exemplo,
a redução do mercado ao bem de produção e consumo pessoal! -al ideologia visava #uebrar
monop4lios comerciais e seus abusos tarif9rios, apresentando forte espírito anticapitalista!
$p4s nos apresentar a hist4ria do #ue vem a ser o “populismo original”, o autor
elucida as semelhanças e diferenças entre este e o populismo latinoamericano! O primeiro tipo
se refere, sobretudo, aos espaços periféricos onde o capitalismo se desenvolve de maneira
tardia, a partir de uma implantação gerada pelos monop4lios e pela concentração industrial>
financeira! -anto o original #uanto o latinoamericano compartilham grande desconfiançafrente grande propriedade, elemento portador, #uase #ue representante do capitalismo; a
“consideração” social s4 existe a partir de ob.etivos capitalistas la de “interesse”, ou “voracidade capitalista”>,
portanto, a consideração abre fronteiras combinação da acumulação com a distribuição a
partir da venda de excedentes! $ convicção de #ue os opositores ao pro.eto populista são
estrangeiros ou aliados do estrangeiro! Aevemos saber por +ltimo, antes de dar segmento ao
presente estudo, #ue o populismo é por definição um pro.eto nacional!
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O populismo Latino Americano
“/opulismo” na $mérica %atina é a denominação utilizada para denominar um
regime ou movimento político #ue “expressa uma coincid0ncia inst9vel de interesses de
setores e elementos subordinados das classes dominantes e de facç7es emergentes, sobretudo
urbanas, das classes populares!” Lpg!8F3
arlos =illas nos apresenta o populismo como marca da entrada de novas classes
sociais na vida política institucional, principalmente a obreira, por meio de um movimento
massivo e intenso de mobilização social expressado pela urbanização acelerada das naç7es
latino>americanas! O populismo gerou um desenvolvimento econ5mico de tipo extensivo, e
consolida o &stado Macional, além de ampliar sua gravitação política e econ5mica! O
interessante do populismo é #ue como dito no início do presente estudo, ele é m+ltiplo; logo,
seus traços locais e estruturas políticas podem ser determinantes para a formação e
implementação do populismo frente a uma ou outra sociedade sociais #ue estas formaram frente aos marcos da sociedade olig9r#uica!
"egundo o autor,, o atraso da economia não foi obst9culo para a urbanização, para
as mobilizaç7es dos trabalhadores,e para a extensão da cidadania s classes populares;
porém, ao passo #ue o mesmo &stado era capaz de fornecer apoio aos trabalhadores, ele tinha
um potencial repressivo maior #ue o europeu em períodos de industrialização semelhantes!
)nicialmente ocorre o #ue arlos =illas chama de “crescimento industrial sem
industrialização”, subordinado dinBmica prim9rio>exportadora com a #ual devia competir
em desvantagem por créditos, preços, insumos e convers7es! $ crise de 6D desarticulou o
sistema exportador, e criou condiç7es em alguns países L$rgentina, Krasil, ?éxico, e emmenor medida, no 'ruguai, ol5mbia e /eru3 para substituir importaç7es por produç7es
locais! abe citar #ue apesar da abertura do sistema político desenvolvida pela ampliação do
sufr9gio é estreitamente ligada s press7es dos grupos emergentes e de suas novas
organizaç7es políticas e laborais!
arlos =illas nos apresenta semelhanças entre o populismo e Konapartismo,
esarismo e Hascismo explicitados por alguns autores, mas nos adianta #ue não se pode
identificar um fen5meno social por suas proximidades com g0neros #ue lhe são distintos! O populismo é e#uiparado ao ezarismo pela relação #ue ambos apresentam entre líder e
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massas, #ue é capaz de refletir “ingredientes” como o pr4prio diz resultantes desta relação, o
#ue entretanto, não podem ser generalizados, afinal, o contato do líder com as massas no
populismo se d9 pela democracia plebiscit9ria! om relação e#uiparação ao Konapartismo,
esta não é possível, pois o &stado é aut5nomo frente sociedade; o bonapartismo tem um
car9ter fragment9rio, disperso em uma “multidão de unidades campesinas sem unidade
recíproca” Lpg!::3, en#uanto o &stado /opulista é organizado por massas coesas de
trabalhadores e camponeses representadas por seu corporativismo, estando o &stado em
contato direto com estas! om relação ao Hascismo, o populismo é comparado a este por
conta de seu corporativismo, autoritarismo, anticomunismo, o culto ao seu dirigente, e a
exaltação do nacionalismo! &ntretanto, nacionalismo e liderança pessoal são elementos
semelhantes, porém, não são traços somente presentes em regimes fascistas; são elementos de
grande parte do mundo subdesenvolvido #ue apresentam revoltas frente ao capital! $lém do
mais, o fascismo tem como base a alta industrialização, e os monop4lios, en#uanto o
populismo tem por base movimentos obreiros, e o grande capital é visto como advers9rio
destes, e das propriedades p+blicas
O interessante #uando falamos do líder populista como controlador de massas, é o
seu envolvimento direto, contato constante, assumindo>as como centro de seu poder, porém,
sem fazer parte destas massas! Ieralmente o líder populista provém da classe média, e
criando um par0ntese, sendo este líder proveniente da classe média, ele poderia fazer ou faz o
papel das classes médias como portadoras das revoluç7es sociais #ue lhe são tradicionais,
como o autor cita no início de seu capítuloT arlos =illas nos indica também a grande
incid0ncia de líderes populistas militares, porém, antes #ue isto se.a visto com maus olhos, ele
nos elucida o tempo hist4rico deste, onde o exército era uma fonte de emprego e um canal de
ascensão social para os filhos da pe#uena burguesia provinciana! $lém disto, os líderes
populistas tinham estudo no estrangeiro, como Iait9n e =elasco )barra; além de /er4n ter sido
professor de hist4ria militar na &scola "uperior de Iuerra! Iraças maioria dos líderes populistas serem militares, estes conhecem seu país pelas constantes miss7es internas em
territ4rio nacional, deste modo, conheciam as necessidades e contextos sociais das populaç7es
mais distantes!
O chamado carisma do líder populista é visto como uma habilidade de
manipulação e especulação, #ue reforçam seus laços afetivos com as massas, e as envolve
num padrão clientelista, onde as massas lhe dão apoio político e mobilização, participando na
vida política, e o dirigente .amais as trair9!
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Mo plano político, o autor apresenta #ue a intervenção do &stado na &conomia e
na "ociedade não se iniciou com o populismo, esta começou no seio da sociedade tradicional
em resposta aos desa.ustes provocados pela crise de 6D>8G e pela grande depressão #ue se
seguiu, além desta ser uma forma de proteção frente "egunda Iuerra ?undial! /orém, as
nacionalizaç7es e pr9ticas intervencionistas foram comuns a toda $mérica %atina! $tividades
estrangeiras como ferrovias, telefonias, bancos, seguros, comércio exterior, transportes e
energia elétrica, foram nacionalizadas; além disto, capitais estrangeiros foram aplicados em
setores priorit9rios, e os lucros provenientes destes seriam redirecionados para outros setores!
$ nacionalização de bancos foi importante para os governos populistas, pois isto lhes permitiu
uma nova política de financiamento e apoio da ind+stria!
om relação ao desenvolvimento extensivo, este tende a se desenvolver por via
da incorporação de novos fatores como recursos >capitais, desenvolvimento de plantios, e da
força de trabalho> ao processo de produção por meio da ampliação física dos mercados!
Ob.etiva>se o uso pleno de tais fatores, enfatizando>os no mercado interno, unido
incorporação do progresso técnico, intensificação de processos produtivos e elevação da
produção por unidade de inversão, além da orientação da produção ao mercado internacional;
o chamado “desenvolvimento para fora”! om relação ao “desenvolvimento para dentro”
encontrava>se a substituição de importaç7es, #ue se iniciou dentro dos limites do es#uema
prim9rio>exportador, especialmente no Krasil, ?éxico e $rgentina! /ercebemos a dinBmica
multiplicadora do crescimento industrial, aliada ao forte protecionismo das ind+strias comum
ao populismo, atreladas ao surgimento e desenvolvimento de uma nova matriz social
diferenciada e complexa!
Uuando arlos =illas trata da *eforma $gr9ria, ele a divide em um estudo
político e em um econ5mico! /oliticamente falando, a *eforma $gr9ria foi encarada pelo
/opulismo como um meio de #uebrar o poder dos detentores de terras, consolidar>se a si
mesma, e consolidar a burguesia industrial; economicamente falando, esta teve comoob.etivos a elevação da produção de produtos b9sicos #ue atingem de maneira fundamental o
custo de reprodução da força de trabalho, elevar os rendimentos agrícolas, facilitar a
mobilidade espacial de mão de obra, reduzir o custo de produção da força de trabalho urbana
e industrial em seu componente fundamental; além de baixar os custos salariais dos
industriais, melhorar a capacidade de compra de bens industrializados mediante a ampliação
do emprego e da elevação dos sal9rios reais! &ntretanto, muitos efeitos se cumpriram, e outros
inesperados foram gerados, como o aumento do poder de compra das massas rurais, o #ue fezcom #ue estas redirecionassem grande parte das produç7es #ue eram destinadas s cidades ao
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seu pr4prio consumo, gerando o desabastecimento relativo citadino a partir do dese#uilíbrio
entre oferta e demanda; o #ue piorou com o aumento da natalidade! Mão era atoa #ue a
burguesia urbana era contra a *eforma $gr9ria!
Outro elemento comum aos regimes populistas foi o investimento na ampliação
da educação! $ massificação da educação p+blica contribuiu de forma decisiva para a
modernização das sociedades!
&ntretanto, frente a todas estas modificaç7es econ5micas, sociais e educacionais;
a sociedade mudou sua mentalidade, o #ue foi um dos fatores #ue ocasionaram o início da
#ueda do populismo! $liou>se a isto as constantes tens7es com as oligar#uias, e em alguns
países com $rgentina, /eru, Krasil e Kolívia, ocorreram rupturas institucionais e cortes sociais
violentos, além da implementação de regimes repressivos, e a 0nfase de uma viol0ncia política
até então desconhecida! $ debilidade estrutural do sistema do modelo de desenvolvimento
extensivo impediu a abrang0ncia de uma transformação de base nas estruturas produtivas; o
populismo se preocupou em redirecionar o excedente proveniente do setor exportador para a
reorientação da diversificação industrial e do consumo, ao invés de incrementar o
desenvolvimento de excedentes; os es#uemas populistas geraram fatores de tensão ou
deformação dos sistemas desenvolvimentistas tradicionais, mas não os substituiu, o #ue gerou
tens7es internas e fragilizou a estratégia populista; a substituição de importaç7es não foi
acompanhada por uma substituição de exportaç7es, ou se.a, não fomentou “a diversificação
das exportaç7es pela incorporação da industria ao comércio exterior!” Lpg!EF3; ob.etivou>se
proteger o mercado interno, mas o investimento na competitividade no exterior foi posta de
lado com o protecionismo, o #ue gerou uma defici0ncia econ5mica #ue desfalcou as
produç7es internas, fazendo necess9rias as pr9ticas de maior proteção! Hrente #uebra
iminente da produção interna, #ue piorava com o desfal#ue ocasionado pela falta de
investimentos eficazes nas exportaç7es, e ao crescimento populacional, a demanda de
consumo superou a demanda de capacidade, e os incentivos não foram mais capazes deestimular aumentos; frente a isto, desenvolveu>se a inflação! Os custos salariais aumentaram,
e neste ambiente, #ue muito provavelmente traduzia descontentamento social, desenvolveu>se
a insegurança dos inversionistas privados, provocada pelo ativismo social e pela deterioração
da disciplina laboral, e isto desestimulou a inversão privada
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Citação Bibliográfica!
"#LLA$% Carlos & 'l Populismo o La Democratizaci(n fundamental de América Latina
)e*ico% siglo ++#% ,--.% pg,,/,,0