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MÓDULO IV Estudo das Principais Verbas Trabalhistas AULA 6 Diferenças Salariais Rua Barão do Serro Azul, 199 Centro Curitiba-Paraná Fone: 41 3323-1717 www.portalciveltrabalhista.com.br

O Portal Trabalhista é uma empresa especializada em ...€¦ · Mostraremos algumas variações na elaboração dos cálculos de liquidação trabalhista , lembrando que algumas

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MÓDULO IV Estudo das Principais Verbas

Trabalhistas

AULA 6

Diferenças Salariais

Rua Barão do Serro Azul, 199 – Centro – Curitiba-Paraná – Fone: 41 3323-1717

www.portalciveltrabalhista.com.br

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Sumário

I – INTRODUÇÃO – PRINCIPAIS VERBAS TRABALHISTAS ................................. 3

1. Diferenças Salariais e Suas Diversas Formas ............................................................... 4

1.1. Classificação da Verba .............................................................................................. 4

1.2. Reflexos das Diferenças Salariais.............................................................................. 5

2. Diferenças Salariais – Piso da Categoria ...................................................................... 6

2.1. Base de Cálculo ......................................................................................................... 6

2.2. Exemplo de Condenação – Diferenças em Função do Piso Salarial ......................... 7

3. Diferenças Salariais – Equiparação Salarial ................................................................. 9

3.1. Base de Cálculo ......................................................................................................... 9

3.2. Exemplo de Condenação – Equiparação Salarial .................................................... 10

4. Diferenças Salariais - Reajuste Convencional ............................................................ 12

4.1. Base de Cálculo ....................................................................................................... 12

4.2. Exemplo de Condenação – Diferenças em Função do Reajuste Convencional ...... 13

5. Diferenças Salariais – Enquadramento Funcional ...................................................... 15

5.1. Base de Cálculo ....................................................................................................... 15

5.2. Exemplo de Condenação – Enquadramento Funcional ........................................... 16

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I – INTRODUÇÃO – PRINCIPAIS VERBAS TRABALHISTAS

Neste módulo estaremos centralizando nossos estudos nas principais verbas trabalhistas,

ou seja, aquelas verbas ou procedimentos que estão presentes em mais de 90% das

reclamatórias trabalhistas.

O presente estudo visa aprofundar o conhecimento de cada uma dessas verbas, com

destaque dado à base de cálculo, demonstração das diversas formas de cálculo da

parcela, exemplos de condenação, apresentação de planilhas eletrônicas para efeito de

cálculo das parcelas.

Mostraremos algumas variações na elaboração dos cálculos de liquidação trabalhista,

lembrando que algumas decisões, em face da forma como são postos os termos

sentenciais, possibilitam que sejam efetuados cálculos distintos para uma mesma verba,

com adoção de critérios diferentes e com resultados diferentes, sem que isto implique

num procedimento ilegal ou indique má fé do perito.

Cabe lembrar, que todas as informações para a elaboração dos cálculos devem estar

contidas no comando sentencial, entretanto, quando isso não ocorre de maneira clara,

surge a possibilidade de se elaborar o cálculo buscando o melhor critério que o caso

permita, de modo a trazer vantagens à parte que está contratando os serviços do perito.

Daí a necessidade de um conhecimento em sentido amplo da matéria. As vantagens

podem ser extraídas através de uma visão ampla do caso. Cada ponto, cada detalhe pode

fazer uma diferença enorme na quantificação econômica, no final da execução

trabalhista.

No módulo atual as verbas serão detalhadas uma a uma, e, quando possível, com as

referências legais.

Não vamos entrar no mérito se o reclamante tem direito ou não à percepção da verba, ou

se esta deve ser calculada com base nesse ou naquele valor. Todavia, vamos procurar,

sempre que possível, mostrar mais de uma maneira de calcular a mesma verba, desde

que a sentença permita tal procedimento.

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1. Diferenças Salariais e Suas Diversas Formas

No presente estudo iremos centrar nossas atenções nos principais tipos de diferenças

salariais encontrados nas reclamatórias trabalhistas.

Em determinados casos, embora a expressão “Diferenças Salariais” não esteja contida

no título do comando sentencial, o caso trata de diferenças relacionadas ao salário pago

ao reclamante no período contratual.

São diversas as hipóteses de diferenças salariais que podem ser encontradas nas

reclamatórias trabalhistas. Vamos relacionar e estudar as diferenças salariais mais

recorrentes no âmbito trabalhista, senão vejamos:

Diferenças salariais em razão do piso da categoria;

Diferenças salariais em razão de equiparação com paradigma;

Diferenças salariais em razão de reajuste convencional;

Diferenças salariais em razão de enquadramento funcional;

Essas são algumas hipóteses de diferenças encontradas nas demandas trabalhistas as

quais passamos a análise nos itens seguintes.

1.1. Classificação da Verba

Embora o título seja definido como “diferença salarial” a essência do título é constituída

pelo salário pago no período contratual, e, como tal, é verba de caráter salarial fixa.

Gera reflexos sobre: aviso prévio, 13º salários, férias, terço de férias e FGTS.

Serve como base de cálculo de diversas verbas, como por exemplo: adicional de

periculosidade, adicional de transferência, anuênio, adicional noturno, horas extras,

violações intervalares, fundo de garantia, multa do art. 477 da CLT, entre outras

parcelas.

É uma verba primária, ou seja, em caso de condenação em conjunto com outras

parcelas, o cálculo das diferenças salariais deve ser realizado antes das outras verbas,

visto que, como salário, serve de base de cálculo das demais verbas.

Por ser verba de caráter salarial sofre as incidências do INSS e do IRRF.

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1.2. Reflexos das Diferenças Salariais

As diferenças salariais geram diferenças reflexas, sempre de acordo com as

determinações contidas no comando sentencial, ou seja, é a sentença que deve declarar

quais são os reflexos decorrentes das diferenças deferidas em favor do reclamante.

Como a base de cálculo das diferenças salariais é o salário pago no período contratual,

cujos valores mensais não sofrem variações, permanecendo estável pelo menos até o

reajuste anual, o resultado do cálculo das diferenças segue no mesmo sentido. Os

reflexos das diferenças salariais devem ser calculados com base na diferença encontrada

no mês do efetivo pagamento da parcela reflexa.

Para o cálculo dos reflexos sobre os 13º salários, por exemplo, adota-se o valor da

diferença encontrada nos meses de dezembro de cada ano, aplicando, se necessário, a

proporcionalidade devida para o efetivo cálculo da parcela reflexa.

Para o cálculo dos reflexos sobre as férias gozadas, utiliza-se o valor da diferença

encontrada no mês de gozo das férias, e, dividindo o valor por três, temos o cálculo do

terço de férias.

Para o cálculo dos reflexos sobre as verbas rescisórias (aviso prévio, 13º salário, férias

indenizadas, férias proporcionais e terço de férias), adota-se o valor da diferença

encontrada no mês de pagamento das verbas rescisórias (rescisão contratual), aplicando,

para cada parcela rescisória, as proporcionalidades correspondentes.

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2. Diferenças Salariais – Piso da Categoria

Neste caso, as diferenças salariais são devidas quando o valor pago a título de salário é

inferior ao piso salarial fixado para a uma determinada categoria profissional. O

reclamante requer na petição inicial as diferenças entre o salário pago e o piso salarial

estabelecido na convenção coletiva da categoria, ou seja, o empregador ao pagar o

salário, não respeitou o valor mínimo estipulado para a categoria profissional vinculada

ao sindicato que regula as relações entre empregado e empregador daquele setor.

Uma vez comprovadas nos autos, o Juiz irá deferir as diferenças salariais com base nas

convenções coletivas juntadas aos autos. O cálculo deverá ser realizado de acordo com

o período definido na sentença, e as diferenças serão apuradas entre o salário pago ao

reclamante no referido período e o piso convencional, sempre respeitando o período de

vigência de cada convenção coletiva juntada aos autos.

2.1. Base de Cálculo

A base de cálculo para efeito de cálculo das diferenças salariais em função do piso

salarial é o salário pago ao reclamante e o piso estabelecido na convenção coletiva do

trabalho da categoria, limitado ao período de vigência de cada convenção coletiva.

Quando houver deferimento de diferenças nos autos, os cálculos devem ser realizados

sempre com base na documentação juntada, no caso, os recibos de pagamentos e as

convenções coletivas. Caso um dos períodos de vigência inerente às convenções

coletivas não tenha sido juntado aos autos, não há que se efetuar o cálculo de diferenças

correspondente a tal período, a menos que a sentença determine, de forma expressa, que

mesmo na falta de uma convenção coletiva as diferenças são devidas.

O problema maior é quando a sentença não define o caso de forma clara, apenas

deferindo as diferenças salariais sem informar se as diferenças são devidas também para

os períodos cujos documentos não foram juntados aos autos.

Neste caso, duas são as opções:

1. Pelo reclamante o cálculo deverá ser realizado de forma integral, mesmo sem o

piso salarial do período de vigência da convenção coletiva não colacionada aos

autos;

2. Pelo reclamado o cálculo deverá ser realizado apenas para os períodos cujos

documentos foram juntados aos autos, não havendo que se falar em diferenças

para os períodos sem as respectivas convenções coletivas.

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2.2. Exemplo de Condenação – Diferenças em Função do Piso Salarial

Comando Sentencial:

“O reclamante comprovou nos autos através das CCT´s juntadas,

que o piso salarial da categoria era superior aos salários pagos

mensalmente em todo o período contratual. Isto posto, deferem-se

as diferenças salariais entre os salários pagos e os pisos salariais

consignados nas convenções coletivas colacionadas aos autos.

Reflexos sobre: aviso prévio, 13º salários, férias, terço de férias e

FGTS 11,2%.”

Resumo da Condenação e Dados do Caso:

Processo: 00001/2012 - 1ª VT de ....

Reclamante : ...

Reclamado : ...

Admissão : 01/03/2012

Demissão : 30/09/2012

Salário pago no período = R$ 1.080,00

Diferenças Salariais – A sentença deferiu em favor do reclamante as diferenças

salariais entre os salários pagos e o piso salarial estabelecido nas CCT´s juntadas aos

autos.

- Piso da Categoria: R$ 1.200,00 (Cláusula ... da CCT);

- Período Fixado: todo o período contratual = 01/03/2012 a 30/09/2012;

- Reflexos Sobre: aviso prévio (30 dias); 13º salário (07/12); férias indenizadas (07/12);

terço de férias (1/3) e FGTS 11,2%.

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Cálculo das Diferenças Salariais e Reflexos

As planilhas de cálculos acima demonstram de forma clara e didática, como podem ser

apresentados os valores a título de diferenças salariais e reflexos. Os quadros acima

possibilitam uma visualização completa de todo o conjunto de informações e

parâmetros definidos no título executivo (sentença), facilitando a conferência da conta,

isso em função da forma como estão postas as informações inerentes ao caso.

Um profissional qualificado deve apresentar um trabalho técnico bem elaborado,

estruturado, claro, objetivo, confiável e que atenda as expectativas que o mercado exige

na atual conjuntura, trazendo soluções confiáveis aos seus clientes.

Os reflexos das diferenças salariais devem ser calculados com base na diferença

encontrada no mês do efetivo pagamento da parcela reflexa.

Para o cálculo dos reflexos sobre os 13º salários, por exemplo, adota-se o valor da

diferença encontrada nos meses de dezembro de cada ano, aplicando, se necessário, a

proporcionalidade devida para o efetivo cálculo da parcela reflexa.

Para o cálculo dos reflexos sobre as férias gozadas, utiliza-se o valor da diferença

encontrada no mês de gozo das férias, e, dividindo o valor por três, temos o cálculo do

terço de férias.

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3. Diferenças Salariais – Equiparação Salarial

As diferenças salarias em função de equiparação salarial decorrem de diferenças em

relação ao salário pago a um paradigma, ou seja, o reclamante efetuava o mesmo tipo de

trabalho realizado por outra pessoa dentro da empresa e com a mesma qualidade

técnica. Neste caso, requer na petição inicial que sejam pagas as diferenças entre os

salários pagos.

O caso demanda que seja comprovado nos autos que o reclamante desempenhava ou

executava o mesmo tipo de trabalho, com a mesma qualidade técnica e com período

contratual equivalente na função.

3.1. Base de Cálculo

A base de cálculo das diferenças salariais por equiparação é constituída pelo salário

pago ao reclamante e o salário pago ao paradigma no período em que foi deferida a

equiparação entre os salários.

A base de cálculo das diferenças por equiparação deve ser claramente definida pela

sentença, principalmente quando a remuneração dos profissionais for composta por

outras parcelas, como por exemplo: salário base + gratificação de função. Como os

funcionários exerciam a mesma função, a equiparação deve abranger a remuneração, ou

seja, as mesmas parcelas salariais fixas pagas a ambos os funcionários.

O problema ocorre quando não há essa definição no comando sentencial e o Juiz apenas

defere as diferenças por equiparação, mas, não detalha quais são as parcelas salariais

que devem integrar a base de cálculo para efeito de cálculo das diferenças, isso no caso

em que as partes recebem mais de um tipo de verba salarial, como citado no exemplo

acima.

Neste caso, o Perito Assistente das partes tem que adotar critérios de cálculos distintos.

Pelo reclamante adota-se o conjunto das parcelas salariais pagas, como por exemplo:

salário + gratificação de função. Pelo reclamado adota-se apenas o salário base.

Outro problema recorrente quanto ao tema, diz respeito ao período de cálculo,

principalmente quando o paradigma é demitido antes do reclamante. A dúvida é: as

diferenças devem ser calculadas após a demissão do paradigma? Se sim, quais são os

valores a serem adorados para efeito de equiparação para o período em que não constam

nos autos os salários do paradigma? Também para este caso existem duas soluções. Pelo

reclamante as diferenças salariais devem ser calculadas até o final do contrato. Pelo

reclamado as diferenças salariais devem ser calculadas até a data da demissão do

paradigma. Vale lembrar que as dúvidas surgem sempre que a sentença é omissa com

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relação a definição de determinados parâmetros, permitindo que as partes adotem

critérios distintos na realização dos cálculos de liquidação.

3.2. Exemplo de Condenação – Equiparação Salarial

Vejamos um caso prático:

Comando Sentencial:

“O reclamante alegou na exordial (petição inicial) que realizava

o mesmo trabalho desempenhado pelo Sr. Pedro ... e com a

mesma perfeição técnica. Ambos iniciaram suas atividades quase

no mesmo período, ou seja, com apenas um mês de diferença,

entretanto, sempre recebeu remuneração inferior àquela paga ao

paradigma. As provas testemunhais comprovam o relato autoral.

Em razão do exposto, são devidas as diferenças requeridas entre

os salários pagos ao reclamante e paradigma, com diferenças

reflexas sobre: aviso prévio, 13º salário, férias, terço de férias e

fgts 11,2%.”

Resumo da Condenação e Dado do Caso:

Processo: 00002/2013 - 1ª VT de ....

Reclamante : ...

Reclamado : ...

Admissão : 01/09/2012

Demissão : 30/03/2013

Salário Pago ao Reclamante = R$ 1.400,00

Salário Pago ao Paradigma = R$ 1.800,00

Diferenças Salariais – Equiparação Salarial: Diferenças salariais devidas entre o salário

pago ao reclamante e o salário pago ao paradigma.

- Reflexos sobre: Aviso Prévio (30 dias); 13º Salário; Férias Indenizadas; Terço de

Férias (1/3) e FGTS 11,2%.

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Cálculo das Diferenças Salariais Por Equiparação e Reflexos

As planilhas de cálculos acima demonstram de forma clara e didática, como podem ser

apresentados os valores a título de diferenças salariais e reflexos. Os quadros acima

possibilitam uma visualização completa de todo o conjunto de informações e

parâmetros definidos no título executivo (sentença), facilitando a conferência da conta,

isso em função da forma como estão postas as informações inerentes ao caso.

Um profissional qualificado deve apresentar um trabalho técnico bem elaborado,

estruturado, claro, objetivo, confiável e que atenda as expectativas que o mercado exige

na atual conjuntura, trazendo soluções confiáveis aos seus clientes.

Outro destaque está por conta dos reflexos. Os reflexos das diferenças salariais devem

ser calculados com base na diferença encontrada nos mês do efetivo pagamento da

parcela reflexa.

Para o cálculo dos reflexos sobre os 13º salários, por exemplo, adota-se o valor da

diferença encontrada nos meses de dezembro de cada ano, aplicando, se necessário, a

proporcionalidade devida para o efetivo cálculo da parcela reflexa.

Para o cálculo dos reflexos sobre as férias gozadas, utiliza-se o valor da diferença

encontrada no mês de gozo das férias, e, dividindo o valor por três, temos o cálculo do

terço de férias.

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4. Diferenças Salariais - Reajuste Convencional

Outro tipo de diferença salarial comum na justiça do trabalho diz respeito a diferenças

em face de reajuste convencional. É quando o empregador deixa de aplicar sobre o

salário do funcionário o reajuste anual concedido pelo sindicato da categoria. Por

desconhecimento ou má fé, o empregador aplica sobre o salário do funcionário um

reajuste inferior ao indicado na convenção coletiva da categoria.

Quando a sentença defere diferenças salariais em função de reajuste convencional, o

percentual de reajuste deve ser aplicado sobre o salário anterior ao mês da data base,

como forma de repor as perdas salariais do período. Geralmente as diferenças

decorrentes de um período geram reflexas sobre os demais períodos convencionais.

4.1. Base de Cálculo

A base de cálculo para efeito de cálculo das diferenças salariais em função de reajuste

convencional é o salário pago ao reclamante. O reajuste convencional repõe as perdas

salariais do período e é aplicado sobre o salário anterior ao mês da data base da

categoria.

Quando houver deferimento de diferenças nos autos, os cálculos devem ser realizados

sempre com base na documentação juntada, no caso, os recibos de pagamentos e as

convenções coletivas. Caso um dos períodos de vigência inerente às convenções

coletivas não tenha sido juntado aos autos, não há que se efetuar o cálculo de diferenças

correspondente a tal período, a menos que a sentença determine, de forma expressa, que

mesmo na falta de uma convenção coletiva as diferenças são devidas.

O problema maior é quando a sentença não define o caso de forma clara, apenas

deferindo as diferenças salariais sem informar se as diferenças são devidas também para

os períodos cujos documentos não foram juntados aos autos.

Neste caso, duas são as opções:

1. Pelo reclamante o cálculo deverá ser realizado de forma integral, mesmo o

reajuste salarial do período de vigência da convenção coletiva não colacionada

aos autos, neste caso poderá ocorrer uma simulação do percentual de reajuste;

2. Pelo reclamado o cálculo deverá ser realizado apenas para os períodos cujos

documentos foram juntados aos autos, não havendo que se falar em diferenças

para os períodos sem as respectivas convenções coletivas.

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4.2. Exemplo de Condenação – Diferenças em Função do Reajuste Convencional

Vejamos um exemplo prático:

Comando Sentencial:

“Verifica-se nos autos, conforme requerido e comprovado pela

parte autora, que o reajuste concedido pela empresa ao

funcionário no mês de setembro de 2011 ficou abaixo do reajuste

convencional, remanescendo diferenças em favor do autor. Como

comprovado nos autos, a empresa concedeu reajuste de 5%

quando deveria aplicar 9,5%, conforme o consignado na cláusula

3ª da CCT 2011/2012, colacionada aos autos. Resultam,

portanto, devidas as diferenças na ordem de 4,5% sobre os

salários pagos no período contratual a partir de setembro de

2011. Reflexos sobre: 13º salários, férias, terço de férias e fgts

8%.”

Resumo da Condenação e Dados do Caso

Processo: 00003/2012 - 1ª VT de ....

Reclamante : ....

Reclamado : ....

Admissão : 01/09/2011

Demissão : 30/03/2012

Salário Pago ao Reclamante = R$ 1.400,00

Diferenças Salariais – Reajuste Convencional: Devidas diferenças salariais na ordem

de 4,5% sobre os salários pagos a partir do mês de setembro de 2011 até o final do

contrato de trabalho.

- Reflexos sobre: 13º salário; férias indenizadas; terço de férias (1/3) e FGTS 8%.

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Cálculo das Diferenças Salariais em Face de Reajuste Convencional

As planilhas de cálculos acima demonstram de forma clara e didática, como podem ser

apresentados os valores a título de diferenças salariais e reflexos. Os quadros acima

possibilitam uma visualização completa de todo o conjunto de informações e

parâmetros definidos no título executivo (sentença), facilitando a conferência da conta,

isso em função da forma como estão postas as informações inerentes ao caso.

Um profissional qualificado deve apresentar um trabalho técnico bem elaborado,

estruturado, claro, objetivo, confiável e que atenda as expectativas que o mercado exige

na atual conjuntura, trazendo soluções confiáveis aos seus clientes.

Outro destaque está por conta dos reflexos. Os reflexos das diferenças salariais devem

ser calculados com base na diferença encontrada no mês do efetivo pagamento da

parcela reflexa.

Para o cálculo dos reflexos sobre os 13º salários, por exemplo, adota-se o valor da

diferença encontrada nos meses de dezembro de cada ano, aplicando, se necessário, a

proporcionalidade devida para o efetivo cálculo da parcela reflexa.

Para o cálculo dos reflexos sobre as férias gozadas, utiliza-se o valor da diferença

encontrada no mês de gozo das férias, e, dividindo o valor por três, temos o cálculo do

terço de férias.

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5. Diferenças Salariais – Enquadramento Funcional

Neste caso, são devidas diferenças salariais em razão de alteração de cargo, ou seja, o

empregador promove o funcionário para uma função superior e continua a pagar o

mesmo salário da função anterior. Isso gera diferenças em favor do funcionário. Parte

das reclamatórias trabalhistas traz essa discussão, gerando diferenças em razão do não

pagamento dos salários devidos para a nova função.

Em alguns casos o enquadramento funcional ocorre em função de um quadro de

carreira, neste caso, as diferenças salariais serão calculadas entre os salários pagos e os

valores ou reajustes estabelecidos nos documentos que regulam os quadros funcionais

da empresa.

5.1. Base de Cálculo

A base de cálculo para efeito de cálculo das diferenças salariais em função de

enquadramento funcional é o salário pago ao reclamante. No enquadramento funcional

geralmente o funcionário é promovido para uma função hierárquica superior, cujo valor

é fixado pela empresa ou existe um percentual de reajuste estipulado para a função.

Quando houver deferimento de diferenças nos autos, os cálculos devem ser realizados

sempre com base na documentação juntada, no caso, os recibos de pagamentos. Caso

seja um quadro de carreira, os documentos que estabelecem os cargos, reajustes por

promoção ou valores salariais de cada nível ou cargo, devem ser juntados aos autos. Em

alguns casos a sentença fixa o percentual de reajuste ou fixa o valor a ser pago para o

novo nível ou nova função do funcionário no período contratual.

As reclamatórias trabalhistas envolvendo enquadramento funcional exigem atenção

especial, visto que, cada caso tem suas particularidades e peculiaridades, em função dos

enquadramentos estipulados nos quadros funcionais das empresas.

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5.2. Exemplo de Condenação – Enquadramento Funcional

Vejamos um exemplo prático:

Comando Sentencial:

“No período compreendido entre janeiro de 2010 até a rescisão

contratual, o réu deixou de pagar ao reclamante os salários

devidos para a nova função, exercida pelo mesmo a partir de

janeiro de 2010, restando devidas diferenças na ordem de R$

600,00 (seiscentos reais) mensais. Devidos os reflexos

decorrentes das diferenças sobre: aviso prévio, 13º salário,

férias, terço de férias e fgts 11,2%.”

Resumo da Condenação e Dados do Caso

Processo: 00004/2010 - 1ª VT de ....

Reclamante : ....

Reclamado : ---

Admissão : 01/01/2010

Demissão : 31/07/2010

Salário Pago ao Reclamante = R$ 1.400,00

Salário da Nova Função = R$ 2.000,00

Diferença Mensal Deferida = R$ 600,00

Diferenças Salariais – Enquadramento Funcional: Devidas diferenças na ordem de

R$ 600,00 mensais, no período de janeiro a julho de 2010.

- Reflexos Sobre: Aviso Prévio (30 dias); 13º Salário; Férias Indenizadas; Terço de

Férias (1/3) e FGTS 11,2%.

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Cálculo das Diferenças Salariais em Face de Enquadramento Funcional

As planilhas de cálculos acima demonstram de forma clara e didática, como podem ser

apresentados os valores a título de diferenças salariais e reflexos. Os quadros acima

possibilitam uma visualização completa de todo o conjunto de informações e

parâmetros definidos no título executivo (sentença), facilitando a conferência da conta,

isso em função da forma como estão postas as informações inerentes ao caso.

Um profissional qualificado deve apresentar um trabalho técnico bem elaborado,

estruturado, claro, objetivo, confiável e que atenda as expectativas que o mercado exige

na atual conjuntura, trazendo soluções confiáveis aos seus clientes.

Outro destaque está por conta dos reflexos. Os reflexos das diferenças salariais devem

ser calculados com base na diferença encontrada nos mês do efetivo pagamento da

parcela reflexa.

Para o cálculo dos reflexos sobre os 13º salários, por exemplo, adota-se o valor da

diferença encontrada nos meses de dezembro de cada ano, aplicando, se necessário, a

proporcionalidade devida para o efetivo cálculo da parcela reflexa.

Para o cálculo dos reflexos sobre as férias gozadas, utiliza-se o valor da diferença

encontrada no mês de gozo das férias, e, dividindo o valor por três, temos o cálculo do

terço de férias.