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UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO PORTUÁRIA MARCOS DANILO SILVA DE SOUZA Orientador: Profª. Espec. Melissa Lima Oliveira Rêgo ARTIGO CIENTÍFICO Os Benefícios da Lei de Modernização dos Portos para o Porto de Santos GUARUJÁ – SP – BRASIL 12 / 2009

O Porto de Santos ttcpergamum.unaerp.br › publicacoes › 000003 › 00000313....pdf · Barão de Mauá a incorporarem, fora do País, uma Companhia que se encarregasse de construir

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UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM

GESTÃO PORTUÁRIA

MARCOS DANILO SILVA DE SOUZA

Orientador: Profª. Espec. Melissa Lima Oliveira Rêgo

ARTIGO CIENTÍFICO

Os Benefícios da Lei de Modernização dos Portos para o Porto de Santos

GUARUJÁ – SP – BRASIL 12 / 2009

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MARCOS DANILO SILVA DE SOUZA

OS BENEFÍCIOS DA LEI DE MODERNIZAÇÃO DOS

PORTOS PARA O PORTO DE SANTOS

Artigo Cientifico apresentado á Universidade de Ribeirão Preto- UNAERP – Campos Guarujá, Como requisito para a obtenção Diploma do curso de Tecnologia em Gestão Portuária, sob a orientação da Profª e Espec. Melissa Lima Oliveira. Rêgo.

GUARUJÁ – SP – BRASIL 12/2009

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MARCOS DANILO SILVA DE SOUZA

OS BENEFÍCIOS DA LEI DE MODERNIZAÇÃO DOS PORTOS PARA O PORTO DE SANTOS

ARTIGO Científico apresentado á Universidade de Ribeirão Preto UNAERP– Campus Guarujá, como exigência para a

Obtenção do diploma do curso de Tecnologia em Gestão Portuária, sob a orientação da Profª. Espec. Melissa Lima O. Rêgo

Área de Concentração: Data de defesa: 21 de Dezembro de 2009. Resultado: ______________ BANCA EXAMINADORA Melissa Lima O.Rêgo Profª. Esp. ______________________ Universidade de Ribeirão Preto Campus Guarujá André Bezerra da Silva Profº. Ms. ______________________ Universidade de Ribeirão Preto Campus Guarujá Fabio Pierdomenico Profª. Ms. ______________________ Universidade de Ribeirão Preto Campus Guarujá

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RESUMO

O objetivo deste Artigo é analisar as mudanças que vem ocorrendo no Porto de

Santos após promulgação da Lei nº. 8.630/93, chamada Lei de Modernização dos

Portos. Por muito tempo o Porto de Santos ficou sem investimentos, causando

sucateamento de sua infra-estrutura e super–estrutura. A Lei de Modernização dos

Portos veio provocar mudanças significativas em todos os Portos, trazendo

investimentos para todas as áreas, voltando para o cenário mundial o maior Porto da

América Latina.

Palavras-chaves: Porto de Santos, Lei, Investimento, Modernização.

ABSTRACT

This article aims to analyze the changes that happened at the Port of Santos since

the Law n°. 8.630/93, usually knows as low of the Modernization of the Ports, was

promulgated. The Port of Santos has passed a long time without investment, which

has provoked the trashing of its infra end outer structure. Now it has changed. The

law promoted important changes in essential areas at the whole ports of the country.

It has attracted the attention of the International trade, even bigger, to the biggest

Port of Latin America.

Key Words: Port of Santos, Low, Investments, Modernization

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................6 1. O PORTO DE SANTOS ......................................................................................................7 2. A ORIGEM DO PORTO DE SANTOS .............................................................................8

2.1. PORTO COLONIAL............................................................................................. 8 2.2. PORTO IMPERIAL .............................................................................................. 9 2.3. PORTO ORGANIZADO .................................................................................... 11 2.4 O PORTO INDUSTRIAL .................................................................................... 12 2.5 O PORTO MODERNO....................................................................................... 14

3. HIDRELÉTRICA DE ITATINGA ...................................................................................15 4.LEI DE MODERNIZAÇÃO DOS PORTOS....................................................................16 5. OS BENEFICIOS DA LEI DE MODERNIZAÇÃO DOS PORTOS............................17

5.1. PROGRAMA DE ARRENDAMENTOS E PARCERIAS – PROAPS.............. 18 5.2. MÃO- DE- OBRA PORTUÁRIA....................................................................... 18 5.3. REDUÇAO NAS TARIFAS PORTUÀRIAS ..................................................... 19 5.4. DRAGAGEM ...................................................................................................... 20 5.5.PERIMETRAIS.................................................................................................... 21 5.6. FERROVIAS....................................................................................................... 22

6. EXPANSÃO DO PORTO DE SANTOS ..........................................................................25 6.1. BARNABÉ BAGRES ......................................................................................... 25 6.2. BRASIL TERMINAIS ........................................................................................ 25 6.3. EMBRAPORT..................................................................................................... 25 6.4. PORTO MARINA SANTOS .............................................................................. 26

7. SECRETARIA ESPECIAL DE PORTOS.......................................................................27 CONCLUSÃO.........................................................................................................................28 REFERÊNCIAS .....................................................................................................................29

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INTRODUÇÃO

O desenvolvimento portuário tem sido utilizado como grande elemento

estratégico para crescimento econômico de um País. O Porto é a porta de

entrada e saída de mercadorias de uma economia, sendo assim não se pode

pensar em crescimento econômico com Portos abandonados, sucateados, e

sem o mínimo de infra-estrutura necessária para atender as demandas do

Comércio Mundial.

É nesse contexto que surgi a Lei de Modernização dos Portos, para

adequar os Portos Brasileiros ao novo cenário do Comércio Internacional.

A Lei n°. 8.630/93 permitiu aos Portos Brasileiros, em especial o Porto

de Santos, a superação de problemas históricos como a burocracia, a mão de

obra desqualificada, equipamentos sucateados, sistema ferroviário deficiente,

através das parecerias pública privada.

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1. O PORTO DE SANTOS

De acordo Gonçalves e Nunes (2008), o Porto de Santos está situado

na região da Metropolitana da Baixada Santista, a cerca de 70 km da capital do

Estado de São Paulo, ligado por ferrovias e rodovias, ocupando área em três

municípios: Cubatão, no continente, Santos, Ilha de São Vicente, e Guarujá,

Ilha de Santo Amaro.

Conforme o site Invest Santos (2009), o Porto de Santos possui uma

área total de 7.765.100 m², sendo que 3.665.800 m² situam-se na margem

direita e 4.099.300 m² na margem esquerda.

Ainda conforme o mesmo, o Porto tem 13 km de cais acostável, com o

aprofundamento entre 5 e 13 metros , 64 berços de atracação, sendo 54 sob

jurisdição CODESP e 10 da iniciativa privada. O Porto de Santos apresenta

ainda, uma área total disponível em armazéns cobertos e silos, dentro da

região portuária que é de 499.701 m², com armazéns especializados em

granéis sólidos (açúcar, sal, soja, farelos, trigo e fertilizante). Ainda de acordo

com o site, com uma área para armazenamento de graneis líquidos

(combustível e químico) concentrando-se principalmente em dois pontos do

Porto: Distrito Industrial da Alamoa e a Ilha Barnabé, com 520 tanques com

capacidade total de 1 milhão de m³ e 55.676 m linear de dutos.

No mais, o Porto de Santos passou por diversas transformações até

chegar à infra-estrutura atual, a Modernização dos Portos contribuiu para que o

mesmo continuasse a ser considerado o maior Porto da América Latina.

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2. A ORIGEM DO PORTO DE SANTOS

A historia Porto de Santos apresenta cinco períodos. Tais períodos são

retratados pelos autores Gonçalves e Nunes (2008), conforme descrito a

seguir:

2.1. PORTO COLONIAL

O Porto de Santos surgiu por volta do século XVI, no período que o Brasil

era colônia de Portugal. Entre o século XIV até XVIII o Porto não tinha muita

importância econômica, pois era usado como um modesto entreposto

comercial que se beneficiava do fato de ser “Porto Estanque do Sal”.

No século XVIII esse quadro foi agravado conforme nos mostra o registro:

Sem terra própria para cultivo de cana, longe dos distritos da

mineração, abandonada pela própria população local, Santos caiu em

marasmo, que durou até o século XIX. Desapareceu a moeda

corrente, passando as trocas a serem feitas em espécies; fugiram das

águas tranqüilas do estuário os cinco ou seis navios que anualmente

o procuravam, interrompendo-se mesmo a ligação direta com

Portugal e Angola (GONÇALVES E NUNES, 2008, apud Andrade,

1989)

O Porto de Santos, entretanto começa a ganhar importância no final do

século XVIII, com o crescimento da produção de açúcar no interior de São

Paulo. Com a construção da Calçada de Lorena em 1792, que levava o nome

do Governador da Capitania de São Paulo, Bernardo José de Lorena, que teve

a iniciativa mesmo que uma estrada em ziguezague, de proporcionar condições

favoráveis de acesso ao Porto, suficientemente para escoar, ainda que através

de tropas de animais, a produção de açúcar do interior.

A construção dessa estrada que vencia um desnível de quase 800 metros

e era pavimentada com pedras, contribuiu em muito com a evolução do

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Comércio no Porto: em 1797 foram embarcadas 114,5 mil arrobas de açúcar e

ocorreu o primeiro embarque de café com o destino a Lisboa. Em 1818 foram

294 mil arrobas de açúcar e, em 1830, 600 mil.

2.2. PORTO IMPERIAL

Em 1808, com a transferência da Corte Portuguesa para o Brasil e a

Aberturas dos Portos as Nações Amigas, deu-se o inicio das mudanças que

levaram a Independência do Brasil em 1822, e a 26 de janeiro de 1839, Santos

foi elevada a condições de cidade, porém possuía uma população colonial e

sem fortunas.

No decorrer do século XIX a produção de café no Brasil cresceu de 18,

4 % em 1830, para 64,5 %, na última década do século XIX, e passa a ser o

principal produto de exportação do País; em contrapartida o açúcar declinava,

sua importação de 30,1 % em 1821, para 6,6 % ,em 1891.

Devido ao aumento de fluxo de carga e de pessoas no Porto, os

comerciantes financiavam melhorias em alguns trechos da serra, além de

benfeitorias no sistema fluvial e no Porto, pois muitas tropas, vindas de São

Paulo, traziam açúcar bruto, toucinho e aguardente e trocavam no Porto por

sal, vinho português, vidro, ferragens, etc. Tais iniciativas contribuíram para o

desenvolvimento do porto e de seu comércio.

Até 1850 a produção de café no Brasil estava concentrada no Vale do

Paraíba, sendo exportada pelo Porto de Rio de Janeiro. Porém em decorrência

da dependência na mão-de-obra escrava, extinta em 1888, e de áreas

geograficamente limitadas, com terras cansadas, atingidas pela erosão, logo

veio o declínio do café na região; o que favoreceu o interior de São Paulo, uma

região com grandes vantagens: topografia, disponibilidade de terra e meio

físico, solo de excelente qualidade “terra roxa”, e clima favorável e,

consequentemente, a possibilidade de escoar a safra pelo Porto de Santos.

A cidade de São Paulo absorvia os avanços da tecnologia, como a

produção do arado e do despolpador, além do acúmulo de capital, que

contribuiu para a introdução de mão-de-obra assalariada, formada

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principalmente por imigrantes. Esses fatores foram fundamentais para o Interior

Paulista se tornar o principal produtor de café do Brasil no século XIX.

Com a expansão da produção cafeeira no Oeste Paulista, um novo

sistema de transporte mais adequado fazia-se necessário, pois tropas de mulas

não serviam mais a esses objetivos.

Foi então que através do Decreto Imperial n.º 1759 de 26/04/1856,

autorizando o Marquês de Monte Alegre, o Conselheiro Pimenta Bueno e

Barão de Mauá a incorporarem, fora do País, uma Companhia que se

encarregasse de construir uma estrada de ferro que, partia de Santos,

passasse por São Paulo e chegasse à vila Jundiaí. Criou-se em tão a SPR -

São Paulo Railway Co. Em 1860.

Em 16 de fevereiro de1867, foi inaugurada a Estrada de Ferro, em

1870, foram implantadas as Estradas de Ferro Mogiana, Ituana, Sorocabana e

Paulista no interior de São Paulo, permitindo assim o escoamento da safra de

café para a exportação através do Porto de Santos.

Em 13 de outubro de 1869, através do Decreto Imperial n.º 1746 foi

autorizado a construção de docas e armazéns para carga, descarga, guarda e

conservação das mercadorias no Porto de Santos. Depois de varias tentativas

frustrantes, semente em 1886 foi realizada a concorrência pública que levaria

de fato a construção de um porto moderno.

Conforme os autores Gonçalves e Nunes (2009), as mercadorias que

chegavam ao porto eram transportadas por meio de carroça até os trapiches ou

aos pontões.

Os trapiches eram armazéns, ligados a precarias pontes de madeira

que permitiam o acesso de cargas e descargas ás embarcações. Em 1880 o

Porto contava com 10 trapiches, em 1889, contavam-se 23 trapiches

Os pontões eram locais em terra de onde saíam os barcos para

realizarem operações de transbordo, toda vez que houvesse superlotação nas

pontes e trapiches existentes.

Devido ao quadro de precárias instalações portuárias, em 1980 foi

criada em Londres a “The City of Santos Improvement Co. Ltda”, com o

objetivo de explorar serviços públicos no Brasil, passando a prestar serviços de

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água, iluminação a gás e transporte de passageiros e cargas; porém faltava um

Porto moderno com equipamentos para suportar o crescimento as exportações.

Em 12 de julho de 1888, o Decreto n.º 9.979, autorizou a EMPS-

Empresa de Melhoramento do Porto de Santos e depois CDS - Companhia

Docas de Santos, liderados por José Pinto de Oliveira, Cândido Gaffrée e

Eduardo Guinle, o contrato de concessão permitindo a execução de obras e

melhoramento no Porto de Santos.

2.3. PORTO ORGANIZADO

Em 1890 teve inicio a construção do trecho da muralha do novo cais

linear que foi usado pela primeira vez para atracar o navio a vapor “Nashmyth”

em 1892.

O Porto de Santos foi construído nos modelos dos Portos Franceses e

Ingleses que utilizaram muralhas de blocos superpostos, assentes em base de

enroscamento regularizado sobre estacas ou em fundação direta, os chamados

“Cais Pesados”.

Com o desenvolvimento do Porto a cidade de Santos também começa a

passar por um processo de transformação. A construção de praças, largas

avenidas nos lugares das tortuosas vielas coloniais.

O desenvolvimento portuário tem várias conseqüências na cidade.

Gonçalves e Nunes, (apud Moraes, 2008) destacam os aspectos principais:

a) Aumento da produtividade dos processos de embarque e

desembarque de cargas, refletido-se nas atividades comerciais do município e

propiciando a criação de novas empresas ligadas aos produtos exportados (o

café, basicamente, em Santos), bancos bolsas de mercadorias. Cria-se, enfim,

uma estrutura comercial próxima ao Porto para as transações comerciais;

b) O crescimento da produtividade atrai mão-de-obra necessária ao

trabalho portuário. Esse aumento de população (com grande participação

estrangeira) provoca o desenvolvimento urbano da cidade e favorece a

construção civil;

c) O desenvolvimento da cultura e lazer na cidade, com a presença de

uma elite (e a formação da classe média) ligada aos negócios portuários;

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d) O avanço do Movimento Sindical Portuário, produto dos grandes

contingentes de trabalhadores empregados na movimentação portuária,

dependente do trabalho braçal;

Este ultimo aspecto merece um destaque na História do Porto,

pois foi nesse período que ser registrou o primeiro movimento grevista em prol

de melhores salários.

Há registro de movimento grevista em 1877, quando ocorreu a

greve de trabalhadores de descarga de café, mas foi em novembro de 1889,

que houve a primeira grande greve dos carregadores do Porto por aumento

salarial. Os conflitos contra a Associação Comercial de Santos, pois nessa

época a Companhia Docas só empregava trabalhadores na construção do

Porto, foram violentos:

“Os operários organizam piquetes, atiram dois companheiros ao mar

e avariam peças do navio Setêmbria. A polícia interveio e o conflito

chegou ao fim graças às mediações dos cônsules português e

espanhol” Gonçalves e Nunes (2008), apud Araújo (1985),

.

Outra greve que mereça destaque foi à primeira greve

generalizada em maio de 1891, envolvendo os carregadores do Porto,

estivadores, trabalhadores de ferrovias, do matadouro, das obras do cais, das

pedreiras e das obras particulares, levando à paralisação da Alfândega e da

Mesa de Rendas, do comércio, de bancos e armazéns da ferrovia. O número

de grevistas alcançou a soma de quatro mil trabalhadores, que se encontravam

em péssimas condições de trabalho, baixos salários e moradias precárias.

(Gonçalves e Nunes, 2008).

2.4 O PORTO INDUSTRIAL

Na década de 50 o Porto de Santos entra em um novo ciclo em

conseqüência do processo de industrialização da região do ABC, da instalação

da Refinaria de Petróleo, RPBC - Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão

e seus agregados, Indústria Petroquímica, COSIPA - Companhia Siderúrgica

Paulista - IPA e a Ultrafértil no Município de Cubatão. Nessa época a

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Companhia Docas de Santos já possuía um contingente de 10.000

trabalhadores, entre funcionários próprios e avulsos. (Gonçalves e Nunes,

2008).

Em 1951, foi elaborado o PDP- Plano Diretor do Porto, já

prevendo as mudanças que os terminais de graneis líquidos promoveriam em

suas instalações portuárias, além da conclusão da interligação entre o Saboó,

Alemoa e Ilha Barnabé, colaborando para implantação do Pólo Industrial de

Cubatão. (Gonçalves e Nunes, 2008).

A influência econômica do Porto continuava grande, mas ela

começava a ser dividida com novos empreendimentos e ações econômicas.

Vale destacar a influência do Porto na escolha do local estratégico para as

RPBC e COSIPA, reproduzindo a opinião de Paulo Enge, Ex-presidente da

Siderúrgica entre 1984-1985, que declara que teve muita importância a

existência de um canal no estuário que termina em Piaçaguera, área escolhida

em Cubatão. Segundo ele, “ atualmente é difícil encontrar uma Usina de porte

que não tenha Porto” A questão portuária foi fundamental na escolha, até

mesmo para recebimento dos equipamentos que vinham pelo Porto de Santos.

(Gonçalves e Nunes, 2008).

Todas as indústrias se beneficiaram do acesso portuário, seja

para recebimento de equipamentos na fase de implantação ou matérias-primas

como para escoadouro de sua produção, deve-se ressaltar o fato de duas

indústrias locais possuírem portos privativos próprios COSIPA e a Ultrafértil.

(Gonçalves e Nunes, 2008).

Com o desenvolvimento mundial da indústria de petróleo o Porto

necessitaria de alterações em suas instalações de forma a atender as

necessidades requeridas pelos novos produtos. Armazéns já não eram tão

necessários, em seus lugares exigiam-se áreas descobertas para estocagem e

instalações preparadas efetuar operações mais rápidas e eficientes.

(Gonçalves e Nunes, 2008).

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2.5 O PORTO MODERNO

Na década de 60, o Brasil passou por mudanças em seu cenário

político. Foi nesse período em que o país sofreu um Golpe Militar, alterando

assim, não apenas seu cenário político, mas também seu cenário econômico.

Com o golpe de 64, o Porto de Santos também sofreu alterações

em seu panorama. O Governo Militar impôs uma forte repressão sobre os

trabalhadores e Sindicatos, com prisões, intervenções e até destituição de

lideranças, praticamente exterminando os Sindicatos Portuários. (Gonçalves e

Nunes, 2008).

Somente no final da década de 70 esse quadro começa a mudar,

com a redemocratização do país, a ser concluída em 1985.

Entretanto, as mudanças mais significativas, no que tange o

desenvolvimento portuário, só ocorreram efetivamente na década de 90,

quando foi homologada a Lei de Modernização dos Portos – Lei nº. 8630/93.

(Gonçalves e Nunes, 2008).

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3. HIDRELÉTRICA DE ITATINGA

Conforme o site Porto de Santos (2009), o Porto de Santos é o único

Porto Brasileiro a possuir uma hidrelétrica que gera energia para seu próprio

consumo e dos navios atracados. A Hidrelétrica de Itatinga teve sua construção

iniciado em 1906 e a inauguração ocorreu em 10 de Outubro de 1910 ; a

energia gerada era destinada para eletrificação das instalações do Porto,

iluminação geral do cais , armazéns e escritórios

Ainda conforme o site Porto de Santos (2009), em 21 de Fevereiro de

1911 foi concluída a substituição das máquinas a vapor das oficinas

mecânicas, carpintaria, fundição e outras setores, por motores elétricos e as

instalações portuárias passaram a ser integralmente movimentada pela energia

de Itatinga.

O site Porto de Santos (2009), ressalta ainda que, a energia gerada pela

usina era maior que a demanda das instalações do Porto, o que permitiu que,

desde 1911, as sobras fossem cedidas a concessionária dos serviços de

eletricidade, para atender aos municípios de Santos, São Vicente, Guarujá e

localidades vizinhas e sua energia inclusive, através de linha especialmente

construída, fosse utilizada pela LIGTH na construção da Usina Henry Borden,

em Cubatão.

Em 1925, durante a grande crise de energia em São Paulo, Itatinga

forneceu 5.000 Kw diários á Capital.

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4.LEI DE MODERNIZAÇÃO DOS PORTOS

A Lei de Modernização dos Portos decretada em 25 de Fevereiro de

1993, Decreto nº. 8.630/93, propõe efetuar mudanças necessárias para

permitir eficiência e diminuição de custos nas atividades portuárias de uma

maneira geral.

De acordo com o site Porto de Santos, o grande desafio dos Portos

Brasileiros, em especial o Porto de Santos, é reformular o sistema de

gerenciamento das operações e da mão-de-obra, eliminar as interferências

corporativas e burocráticas e estimular a modernização de instalações e

equipamentos.

A Lei 8.630/93, além dos desafios para os Portos Brasileiros, também

veio revogar diversas normas legais, dentre elas o Decreto 24.508/34 que

define os serviços prestados pelas Administrações dos Portos Organizados,

uniformizando as taxas portuárias, quanto á sua espécie, incidência e

denominação, incrementando a participação de Estados, Municípios e Iniciativa

Privada na exploração da atividade portuária.

A Lei de Modernização dos Portos abriu espaço para as privatizações

dos serviços portuários, priorizando a eficiência, produtividade, otimização de

resultados, a racionalidade instrumental e o alto potencial de competitividade.

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5. OS BENEFICIOS DA LEI DE MODERNIZAÇÃO DOS PORTOS

Desde a promulgação da Lei nº. 8.630/93, o Porto de Santos passou a

viver uma nova fase na questão portuária.

Tal fase envolveu algumas mudanças, conforme o artigo abaixo:

Art. 18º Os operadores portuários devem constituir, em cada

porto organizado, um órgão de gestão de mão-de-obra do

trabalho portuário, tendo como finalidade:

I - administrar o fornecimento da mão-de-obra do trabalhador

portuário e do trabalhador portuário avulso;

II - manter com exclusividade, o cadastro do trabalhador

portuário e o registro do trabalhador portuário e o registro do

trabalhador portuário avulso;

III - promover o treinamento e a habilitação profissional do

trabalhador portuário, inscrevendo-o no cadastro;

IV - selecionar e registrar o trabalhador portuário avulso;

V - estabelecer o número de vagas, a forma e a periodicidade

para acesso ao registro do trabalhador portuário avulso;

VI - expedir os documentos de identificação do trabalhador

portuário;

VII - arrecadar e repassar, aos respectivos beneficiários, os

valores devidos pêlos operadores portuários, relativos à

remuneração do trabalhador portuário avulso e aos

correspondentes encargos fiscais, sociais e previdenciários.

Parágrafo único - No caso de vir a ser celebrado contrato,

acordo, ou convenção coletiva de trabalho entre trabalhadores

de serviços, este precederá o órgão gestor a que se refere o

caput deste artigo e dispensará a sua intervenção nas relações

entre capital e trabalho no porto.

Abaixo é discorrendo sobre algumas mudanças que ocorreram no Porto

de santos após a promulgação dessa nova Lei.

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5.1. PROGRAMA DE ARRENDAMENTOS E PARCERIAS – PROAPS

Conforme o site Porto de Santos (2009), o principal objetivo do

Programa de Arrendamentos e Parcerias é transformar o Porto de Santos mais

moderno, ágil e com tarifas menores e mais competitivas.

O Programa de Arrendamento e Parcerias - PROAPS permite

oportunidade de negocio nas áreas de operação portuária, obras no Porto,

equipamentos portuários e arrendamentos de áreas. Em 2003 o Porto já estava

com 70,28 % do Porto arrendado, com isso cerca de R$ 679 milhões em

investimentos já estava assegurados, podendo chegar até o final do processo

de licitação ao montante de mais de R$ 1 bilhão.

Nos contratos de arrendamentos existem clausulas que obrigam

os arrendatários a investir na modernização de suas instalações estimulando

assim a concorrência e o desenvolvimento constantes.

5.2. MÃO- DE- OBRA PORTUÁRIA

A Lei nº. 8.630/93 tornou-se um verdadeiro “divisor de água” para a

Mão-de-Obra Portuária. Antes da Lei o trabalho portuário era divido em duas

grandes categorias:

a) O trabalhador de capatazia, operando em terra compreende-se,

operador portuário, empregados na administração portuária,

guindasteiros, motoristas e conferente de capatazia, todos com vinculo

com o operador portuário (Companhia Docas de Santos e depois Cia

Docas do Estado de São Paulo – CODESP),

b) O trabalhador avulso, operando basicamente nas embarcações,

estivadores, consertadores, vigias, trabalhadores de bloco e conferente

de carga e descarga. O trabalhador avulso não tinha vínculo

empregatício, sendo sua escala, sob sistema de rodízio realizada e

administrada pelos Sindicatos das respectivas categorias. (Gonçalves e

Nunes, 2008)

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Após a Lei de Modernização dos Portos, institui o OGMO - Órgão

Gestor de Mão-de-Obra , responsável pela distribuição da mão-de-obra para as

operações portuária, promover treinamento e a habilitação profissional,

estabelecer números de vagas, responsável pelo cadastro e registro do

trabalhador portuário, expedir os documentos de identificação do trabalhador

portuário.( Neto e Ventilari, 2009)

Depois da Lei nº.8.630/93 o trabalho no Porto de Santos pode ser

dividido assim:

a) Funcionários da Autoridade Portuária, associados ao Sindicato da

Administração Portuária (SINDAPORT);

b) Funcionários celetistas dos operadores portuários, e terminais

retroalfandegados, associados aos sindicatos SETTAPORT,

SINTRAPORT e SINDOGEESP;

c) Trabalhador portuário avulso, trabalhadores de capatazia, estivadores,

conferentes, vigias, motoristas, guindasteiros, consertadores e

trabalhadores de bloco. (Gonçalves e Nunes, 2008).

Com a criação do OGMO a CODESP deixou a atividade operacional e

passou a exercer o papel de Administradora e Autoridade portuária.

5.3. REDUÇAO NAS TARIFAS PORTUÀRIAS

Conforme o Site Porto de Santos (2009), a estrutura tarifaria do Porto

de Santos foi totalmente modificada, para permitir a competição entre os

operadores portuários. A CODESP diminuiu o número de tabelas das Tarifas

Portuárias de 13 para 5 e reduz suas próprias tarifas na média de 60%. Alem

disso, articula gestões junto a seus parceiros operacionais, induzindo para a

necessidade de eles próprios eliminarem deficiências e reduzir custos.

O Site Porto de Santos (2009), aponta outra medida tomada pela

CODESP, foi a redução tarifária para o transporte de Cabotagem (entre Portos

Brasileiros) e Grande Cabotagem (entre Portos do Mercosul), afim de fomentar

seu uso.

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A Cabotagem com os Portos de Pernambuco transporta veículos para o

nordeste, com uma redução no frete de 14 a 20% para o dono da carga. Da

mesma forma, o comércio de cabotagem com a Zona Franca de Manaus retira

das estradas até 6 mil caminhões/mês, reduzindo o custo logístico em cerca de

10%.

Tais medidas proporcionaram uma economia significativa o que

possibilitou oferecer preços mais competitivos no mercado nacional e

internacional.

5.4. DRAGAGEM

Conforme o site Porto de Santos (2009), o canal de navegação do Porto

de Santos passará pelo processo de aprofundamento e alargamento. O

investimento permitirá ampliar a profundidade do canal para 17 metros do

Canal da Barra até Torre Grande e 16 metros da Torre Grande até a Alamoa e

alargar de 150 metros para 220 metros.

No total serão investidos no Porto de Santos R$ 254 milhões na

dragagem sendo que R$ 128 milhões serão destinados para dragagem de

aprofundamento e R$ 71 milhões para a dragagem de manutenção; além

disso, serão gastos R$ 26 milhões em programas ambientais e de fiscalização.

Tais investimentos elevarão em 30% a capacidade de movimentação de carga.

Atualmente a capacidade de movimentação de carga no complexo

portuário de Santos é de 110 milhões de toneladas e com a dragagem passara

para 143 milhões de toneladas.

O site Porto de Santos (2009), ressalta ainda que, a dragagem de

aprofundamento e de alagamento do Porto de Santos permitirá a vinda de

navios maiores, navegando em mão dupla, propiciando maior movimentação

de carga em um tempo mais curto, acabando com o gargalo de navios no canal

de navegação.

As novas medidas do canal do Porto de Santos permitirão ainda a

navegação de navios “Post Panamax”, que possuem 280 metros de

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comprimento, 42,8 metros de largura, calado de até 13,5 metros e capacidade

de transportar até 70 mil TPB -Toneladas de Porte Bruta.

O site Porto de Santos (2009), indica que, o aprofundamento do canal de

navegação mudará toda a lógica na navegação na costa brasileira com a nova

infraestrutura, pois o Porto de Santos passará a ser um Porto mais

concentrador de carga. A partir de Santos essa carga será distribuída através

de navegação de cabotagem para os outros Portos Brasileiros.

5.5.PERIMETRAIS

Conforme o site ABELP (2009), a implantação das Avenidas Perimetrais

garantirá melhor acessibilidade interna e reduzirá os impactos na malha urbana

das cidades de Santos, Cubatão e Guarujá, contribuindo para agilizar a

movimentação de mercadorias e, consequentemente, a produtividade do Porto,

além disso, reduzir os conflitos entre os modais rodoviário e ferroviário hoje

existentes.

As obras da Avenida Perimetral da margem direita estão sendo

desenvolvidas em 5 trechos. O primeiro deles, que se estende pela Rua Xavier

da Silveira, está praticamente concluído, restando 300 metros de um trecho

onde foi encontrado sítio arqueológico. A CODESP já efetuou levantamento e

resgate desse material e encaminhou relatório ao Instituto do Patrimônio

Histórico e Arqueológico Nacional - IPHAN e aguarda autorização do Órgão

para retomar os trabalhos.

O segundo trecho abrange a alça viária da Rua João Pessoa, onde

foram lançadas 15 de um total de 55 vigas. No período de 19 a 23 de

dezembro 2008 foram colocadas outras 16 vigas e as restantes em de janeiro

de 2009.

A previsão é que o viaduto seja entregue para o tráfego em abril de

2010, eliminando o conflito rodoferroviário na região.

O terceiro trecho, que envolve o contorno de Outeirinhos, está pronto. Já

na alça viária da Praça da Santa, que se caracteriza como o quarto trecho, o

estaqueamento foi realizado nos últimos 4 meses e está concluído. A obra

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dessa alça começará após o término da temporada de passageiros, a fim de

evitar transtornos para o embarque de passageiros na região. A estimativa de

término é para o final de 2009.

Uma parte do quinto trecho, que se estende do terminal da Marimex até

a Praça da Santa, já concluída

Ainda conforme o site ABELP (2009), o trecho entre Saboó e Alemoa

está sendo desenvolvido um projeto que contempla todas as intervenções

projetadas para o local e seu entorno, tais como o mergulhão, previsto no

projeto de revitalização dos armazéns 1 ao 8, o reordenamento de

arrendamentos na área do Saboó, a influência do acesso ferroviário, a ligação

a seco entre as margens.

O novo trajeto da perimetral da margem esquerda em Guarujá pretende

implantar um corredor para caminhões independente, da Rodovia Cônego

Domênico Rangoni (antiga Rod. Piaçaguera Guarujá) até a Santos Dumont, no

terreno em que há o Rio Pouca Saúde, ao lado do Hospital Ana Costa. Desta

forma, não haverá mais a passagem pela Rua do Adubo. Na Santos Dumont,

haverá uma segregação ao longo de 1 quilômetro, de modo que não haja a

confluência entre o trânsito urbano e o transporte de cargas até a zona

portuária.

5.6. FERROVIAS

Conforme o site ANTF (2008), o sistema ferroviário brasileiro também

está passando por uma grande reformulação para acompanhar o crescimento

do país e dos Portos. O processo de estatização teve um impacto positivo nas

contas públicas, pois antes das privatizações, entre 1994 a 1996, tiveram um

prejuízo de mais de R$ 2 bilhões, após as privatizações, entre 1997 e 2006, os

cofres públicos passaram a arrecadar de mais de R$ 6 bilhões em Impostos,

Concessões e Arrendamentos e CIDE - Contribuição sobre Intervenção no

Domínio Econômico.

O site BNDES (2009), ressalta que no Porto de Santos duas

concessionárias ferroviárias dividem a Administração das operações: MRS

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Logística e ALL - America Latina Logística. As malhas dessas ferrovias

atingem uma vasta área, que inclui Região Sul e Sudeste e ainda Mato Grosso,

Goiás, Mato Grosso do Sul estendendo - se até a Bolívia.

Conforme o site BNDES (2009),existem duas vias ferroviárias que

interligam o interior de São Paulo e os estados adjacentes ao Porto de Santos:

a via de bitola larga (largura determinada pela distância medida entre dois

trilhos), sob concessão da MRS e com capacidade de 12 milhões de tonelada

por ano, que realiza a travessia da Serra do Mar por meio do sistema

cremalheira, a via em bitola mista, sob concessão da ALL com capacidade de

30 milhões de toneladas por ano, que alcança Santos por Mairinque.

Conforme o site ABELP (2009), as ferrovias que atendem ao Porto de

Santos transportam atualmente cerca de 15% da movimentação total do Porto

e estima-se que em 2010 aumente para 20% e 2012 para 25% da

movimentação total do Porto.

Para que isso aconteça obras estão sendo feitas para corrigir gargalos

históricos como, por exemplo, a construção de um viaduto de 900 metros que

faz parte da perimetral da margem direita do Porto de Santos. Esta obra

eliminará um cruzamento rodoferroviário em um ponto estratégico do Porto,

com isso trens e veículos vão circular com velocidades maiores e o número de

vagões por trem também será maior.

Ainda conforme o Site ABELP (2009), outro investimento que será feito

no modal ferroviário será o TEVEL, Terminal da MRS. O terminal será

construído na margem direita do Porto de Santos, na região do Valongo, em

uma área de 140 mil metros quadrados, com capacidade de até 1 milhão de

TEU (medida equivalente a um container de 20 pés).

A ALL investiu no Porto de Santos em 2008 cerca de R$ 9 milhões em

somente nas operações.

Essas melhorias foram na via permanente, onde estimou ser trocados

cerca de 3 mil dormentes, realizado reforço de lastro com aproximadamente 7

mil m3 de pedra, recuperação das passagens em nível e a troca de

pavimentação de 6,8 mil m2 do corredor de exportação. Além disso, a empresa

vai dar continuidade à reforma da ponte sobre o canal de Bertioga, com

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inspeção das estacas, recuperação das instalações do vão móvel, recuperação

das instalações para os operadores, cobertura da casa de máquinas.

Outros investimentos feitos pela concessionária foram a ampliação e

remodelação dos pátios ferroviários e instalação do terceiro trilho no Pátio do

Valongo.

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6. EXPANSÃO DO PORTO DE SANTOS O Porto de Santos a alguns anos vem tratando de alguns projetos para sua expansão e Modernização.

6.1. BARNABÉ BAGRES

Trata-se de um projeto que estará agregando ao complexo santista uma

capacidade de movimentação de mais 120 milhões de toneladas, planejado

para mínimo impacto ambiental e atendendo aos modernos conceitos de

infraestrutura portuária, o valor estimado para implantação do projeto é de R$ 2

bilhões.

São 6 milhões de m² de retroarea, 11 mil metros de cais, 50 berço de

atracação para navios com 220 metros de comprimento em media, alem do

aspecto ambiental, pois esta previsto no projeto Barnabé Bagres, que 80% de

sua área seja instalada sobre a água em áreas degradas, evitando danos

ambientais significativos

O projeto Barnabé Bagres estima empregar 20 mil trabalhadores diretos

e 60 mil indiretos e garantirá 15 mil postos de trabalho durante sua

implantação. (Gonçalves e Nunes, 2008)

6.2. BRASIL TERMINAIS

A área do lixão da Alamoa, maior passivo ambiental da Cia Docas do

Estado de São Paulo – Codesp, abrigará um terminal multifuncional de alta

tecnologia capaz de movimentar 1,1 milhões de TEUS e 1,2 milhões de

toneladas de graneis líquido por anos. Estima-se que o valor do

empreendimento será de R$ 1,6 bilhões, onde aproximadamente R$ 300

milhões serão usados para recuperação ambiental da aréa.

Quando estiver pronto, estima-se que o novo terminal aumente em

quase 10% a capacidade do Porto de Santos, movimentando mais de 70

milhões de toneladas em 20 anos.(Gonçalves e Nunes, 2008)

6.3. EMBRAPORT

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O Terminal Embraport terá 1,1 quilômetro de cais linear (3 berços pós-

Panamax), 803 mil metros quadrados de área total, armazéns, dois píeres de

atracação, pátio ferroviário e um pátio de estacionamento para carretas. O

projeto está orçado em R$ 1,1 bilhão, sendo 30% de capital próprio e os 70%

restantes financiados. A previsão é que as operações do terminal sejam

iniciadas parcialmente em 2012 com capacidade para movimentação de 1

milhão de contêineres. Até 2014, o megaterminal deverá estar operando à

plena capacidade, movimentando 1,5 milhão de contêineres e 2 bilhões de

litros de etanol. (Gonçalves e Nunes,2008).

6.4. PORTO MARINA SANTOS

È um projeto para implantação de um complexo turístico, náutico e

empresarial no centro histórico de Santos Ocupando os armazéns de 1 a 8 e

parte do entorno, num total de 152 mil m², com o objetivo de “ recuperar um

longo trecho desativado do cais, transformando-o em equipamento multi-uso,

capaz de atrair público diversos para uma das regiões mais nobres de

Santos.(Gonçalves e Nunes, 2008)

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7. SECRETARIA ESPECIAL DE PORTOS

Segundo o site Portos do Brasil (2009), o SEP – Secretaria Especial de

Portos foi criada por meio da Medida Provisória nº. 369 de 07 de maio de 2007

e sancionada em setembro do mesmo ano pela Lei nº.11.518/07. A criação do

novo órgão tem, entre os seus objetivos, colocar os Terminais Portuários

Brasileiros no mesmo patamar de competitividade dos mais eficientes do

mundo.

Entre as atribuições e competência da Secretaria está a formulação de

políticas e diretrizes para o fomento do setor, além da execução de medidas,

programas e projetos de apoio ao desenvolvimento da infra-estrutura Portuária.

Compete ainda à SEP a participação no planejamento estratégico e a

aprovação dos planos de outorgas, tudo isso visando proporcionar segurança e

eficiência ao Transporte Aquaviário de cargas e de passageiros no país.

Quanto às metas estabelecidas pela SEP, destaca-se a elaboração do

PNE/Portos - Plano Nacional Estratégico dos Portos, que vai priorizar

investimentos públicos e viabilizar o conceito dos portos concentradores e

alimentadores.

O Porto de Santos é o único em todo o País que há uma secretária

exclusiva que esta ligada diretamente ao SEP e ao Ministro Pedro Brito –

Ministro chefe da Secretarias Especial de Portos.

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CONCLUSÃO

Conforme observa-se no trabalho apresentado, o Porto de Santos desde

sua origem passou por diversas transformações, mas as mudanças mais

significativas deve-se a Lei de Modernização dos Portos. Todavia, tais

transformações não estão concluídas, uma vez que os Portos Brasileiros em

especial o Porto de Santos, estão em fase de transição pos lei.

Para o Porto de Santos, o maior porto da América Latina, essas

transformações causaram um impacto significativo em toda a sua estrutura. A

iniciativa privada começa a investir no porto, novas tecnologias são

implantadas em suas operações, mão de obras passa por uma reestruturação

e um processo de qualificação.

No que diz respeito a infra-estrutura nota-se que rodovias e ferrovias que

estavam em estado de total abandono foram objeto de investimentos e com

isso tornaram-se mais eficientes nos transportes de cargas.

Contudo, vale salientar que as melhorias mencionadas fazem parte de

um processo que está em sua fase inicial, levando – se a crêr que sua fase

conclusiva proporcionará ainda mais progresso e transformações nos portos

brasileiros, conseguindo vencer até mesmo as interferências históricas,

culturais, políticas e legislativas da sociedade onde o porto está incluso.

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REFERÊNCIAS

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PORTOS DO BRASIL. Secretaria Especial de Portos, 2009. Disponível em: <http://www.portosdobrasil.gov.br/sobre-a-sep> Acesso em: 26 Novembro 2009: 07:00 horas SANTOS MODAL. Contato para dragagem do Porto de Santos foi assinado, 2009 Disponível em: <http://www.santosmodal.com.br/conteudo.php?codigo=8044>. Acesso em: 07 Novembros 2009: 12:00 horas.