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O presente documento apresenta o - iema.es.gov.br - 2008/2017... · Revisão 01 – agosto/08 – Página 5 de 124 Este capítulo apresenta informações sobre a localização da

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O presente documento apresenta o Relatrio de Impacto Ambiental de Ssmica (RIAS) referente ao Estudo Ambiental de Ssmica (EAS), elaborado pela Everest Tecnologia em Servios Ltda. para a Atividade de Pesquisa Ssmica da GX Technology Ssmica Brasil, Programa Costa Sul-Sudeste nas Bacias Sedimentares do Esprito Santo, Campos, Santos e Pelotas, em atendimento ao Termo de Referncia CGPEG/IBAMA n 025/08, expedido em julho de 2008 pela Coordenao Geral de Petrleo e Gs CGPEG do IBAMA. O EAS um documento elaborado pelo empreendedor que apresenta a avaliao dos impactos ambientais da atividade de pesquisa ssmica, conforme Resoluo CONAMA n 350/04 para pesquisas ssmicas marinhas em profundidade entre 50 e 200 metros (Classe 2). O RIAS uma sntese do Estudo Ambiental de Ssmica, destacando os seus principais pontos e tem a finalidade de apresent-lo de forma clara e objetiva s principais partes interessadas, esclarecendo os aspectos ambientais das pesquisas ssmicas. Este documento foi estruturado em sete Captulos que abordam:

Captulo 1 - Identificao da Atividade e do Empreendedor Captulo 2 - Caracterizao da Atividade Captulo 3 - rea de Influncia da Atividade Captulo 4 - Diagnstico Ambiental 4.1 - Meio Fsico 4.2 - Meio Biolgico 4.3 - Meio Socioeconmico 4.4 - Unidades de Conservao Captulo 5 Anlise Integrada e Sntese da Qualidade Ambiental Captulo 6 - Identificao e Avaliao de Impactos Ambientais Captulo 7- Medidas Mitigadoras, Compensatrias e Projetos de Controle

e Monitoramento Captulo 8 - Concluso

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O Programa Costa Sul-Sudeste de Pesquisa Ssmica Mar tima da GX Technology Ssmica Brasil, encontra-se em processo de licenciamento ambiental pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (IBAMA) - Diretoria de Licenciamento Ambiental - Coordenao Geral de Petrleo e Gs CGPEG. A Licena de Pesquisa Ssmica (LPS) somente ser concedida pela CGPEG em caso de aprovao do EAS e do respectivo RIAS e da realizao de Reunio Tcnica Informativa, quando necessria. Seguem abaixo os dados das empresas e rgo licenciador envolvidos no processo de licenciamento ambiental.

Dados da Empresa responsvel pela Pesquisa Ssmica:

Empr eendedor GX Technology Ssmica Br asil

CNPJ n CNPJ: 07.862.869/0001-94

Ender eo Av. Presidente Vargas, 529 - 5 andar sala 506/parte - Cent ro 20071-003 Rio de Janeiro - RJ

Telefone (21) 2252-1989 / (21) 2252-1985 Fax Fax : (21) 2252-1989

Contato Nilo Cunha Furtado de Mendona (Representante Legal) E-mail: [email protected]

Dados da Empresa responsvel pela elaborao do EAS/RIAS:

Empr esa Ever est Tecnologia em Ser vios Ltda.

CNPJ n 13.947.569/0001-00 Ender eo Av. Joo Batista Parra, 633 - 9 Andar, Edifcio Enseada Office - Praia do

Su - 29052-123 Vitria ES

Telefone/fax (27) 3314-3650 ou 3314-3653 Fax Fax : (21) 2252-1989

Contato Rogrio Ribeiro (Responsvel Tcnico) E-mail: [email protected]

Dados do rgo Ambiental responsvel pelo Licenciamento da Atividade:

rgo Ambiental Instituto Br asileir o de Meio Ambiente e dos Recur sos Natur ais Renovveis (IBAMA) Dir etor ia de Licenciamento Ambiental Coor denao Ger al de Petr leo e Gs CGPEG

Ender eo Praa XV de Novembro, 42 9 andar - Centro - 20010-010 - Rio de Janeiro - RJ Telefone (21) 3077-4266 ou 3077-4277 Fax (21) 3077-4265 Contato E-mail: [email protected]

Linha verde do IBAMA 0800-618080

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Este captulo apresenta informaes sobre a localizao da atividade de pesquisa ssmica do Programa Costa Sul-Sudeste, nas Bacias do Esprito Santo, Campos, Santos e Pelotas incluindo: distncia da costa, profundidade e limites geogrficos (munic pios), as embarcaes ssmica e assistentes utilizadas durante todo o perodo de atividade e a previso de execuo da pesquisa ssmica (cronograma). O mapa (RIAS 1) da localizao da rea da Atividade de Pesquisa Ssmica est sendo apresentado no f inal deste captulo.

Localizao A atividade de Pesquisa Ssmica ser realizada nas Bacias Sedimentares do Esprito Santo, Campos, Santos e Pelotas, em profundidades superiores a 20m. As linhas ssmicas 2D esto localizadas distncia da costa superior a 7 Km do Estado do Esprito Santo, a 5 Km do Estado do Rio de Janeiro, a 18 Km do Estado de So Paulo, a 48 Km do Estado do Paran, a 6 Km do Estado de Santa Catarina e a 52 Km do Estado do Rio Grande do Sul. O Mapa RIAS 1 apresentado no f inal deste captulo apresenta a localizao da rea da Atividade de Pesquisa Ssmica.

Embarcaes a serem utilizadas A Pesquisa Ssmica ser realizada por um navio de pesquisa s smica e uma embarcao assistente. Todas as embarcaes operam dentro de r gidos procedimentos de segurana e controle ambiental. Estes procedimentos seguem a poltica da empresa e as normas e regulamentos exigidos pelas autoridades mar timas e ambientais (Marinha do Brasil e IBA MA). Embarcao Ssmica: A pesquisa ssmica ser realizada utilizando o navio de pesquisa ssmica M/V Discoverer (Figura 1)

Figura 1 - Navio de Pesquisa Ssmica M/V Discoverer

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Embarcao Assistente: A GX Technology pretende mobilizar a embarcao assistente Pescanave XIII (f igura 2) que ser utilizada durante toda a atividade de pesquisa ssmica (24 horas/dia), nas Bacias do Esprito Santo, Campos, Santos e Pelotas. A embarcao assistente serve como batedor, navegando a frente ou a r do navio ssmico. A embarcao assistente quando navega a frente do navio ssmico informa aos mestres dos barcos de pesca a rota do navio, orienta o melhor rumo que devem tomar e os melhores pontos de lanamento dos equipamentos de pesca em funo dos deslocamentos do navio. Quando necessrio tambm solicita o recolhimento dos equipamentos de pesca que esto no mar. A embarcao assistente quando navega r, alerta e evita que as embarcaes pesqueiras naveguem na rea em que est o cabo ssmico, que f icam a 8-9 metros de profundidade, tem 10 km de extenso e no so vis veis superfcie. A embarcao assistente tem por objetivo aumentar a segurana da pesca e da navegao na rea de pesquisa ssmica.

Figura 2 - Embarcao de Apoio Pescanave XIII

Previso de Execuo da Atividade A atividade de Pesquisa Ssmica 2D do Programa Sul-Sudeste, Bacias do Esprito Santo, Campos, Santos e Pelotas ocorrer, provavelmente, entre meados de janeiro de 2009 e meados de maio de 2009, por aproximadamente 130 dias de durao (Quadro 1). Pretende-se iniciar a atividade na Bacia de Pelotas, executando as linhas s smicas 2D de sul para norte, terminando a atividade na Bacia do Esprito Santo. A comunidade de pesca ser informada sobre a atividade e qualquer alterao no seu cronograma atravs do Programa de Comunicao Social (veja o Captulo 6).

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Entretanto, cabe salientar que a previso de cento e trinta dias (130) de operao poder sofrer alteraes em virtude de condies de mar e/ou climticas adversas. O perodo previsto para a pesquisa ssmica tambm poder ser alterado, em decorrncia do prazo utilizado pela CGPEG/IBAMA para anlise do Estudo Ambiental de Ssmica. Sendo assim, a Atividade de Pesquisa Ssmica s ocorrer se a Licena de Pesquisa Ssmica (LPS) for concedida pela CGPEG em caso de aprovao do EAS e RIAS e da realizao de Reunio Tcnica Informativa, se necessria.

Ms

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31Ssmica

PCS

PCP

PMBM

PEAT (*)PCS Projeto de Comunicao SocialPCP Projeto de Controle de Poluio Perodo da Atividade Ssmica - Bacia de Pelotas (incio) e Santos

PMBM Projeto de Monitoramento da Biota Mar inha Perodo da Atividade Ssmica nas Bacias de Santos, Campos e Esprito Santo PEAT Projeto de Educao Ambiental para Trabalhadores Perodo de Implementao dos Projetos Ambientais

(*) Aplicao dos sub-mdulos no incio da atividade e a cada troca de tr ipulao

Quadro 1 - Cronograma do Programa Costa Sul-Sudeste

Pelotas e Santos 100

30

Costa Sul-Sudeste Santos, Campos e

Esprito Santo

jul/09 fev/09 mar/09 abr/09 maio/09 jun/09

Programa Bacia Sedimentar Dias

dez/08 jan/09

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MMAAPPAA RRIIAASS 11 rreeaa ddaa AAttiivviiddaaddee ddee PPeessqquuiissaa SSssmmiiccaa

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Objetivos A pesquisa ssmica tem por objetivo produzir imagens detalhadas das camadas interiores do subsolo marinho, abaixo da coluna dgua, para melhor conhecimento dos reservatrios de petrleo. Atravs da pesquisa ssmica possvel identif icar a localizao dos melhores locais de perfurao de poos de petrleo e gs.

Mtodos e Processos de Obteno de Dados Ssmicos 2D A pesquisa ssmica pode variar enormemente. H, no entanto, dois tipos principais de mtodos de pesquisa ssmica: Mtodo Bidimensional (Ssmica 2D) e Mtodo Tridimensional (Ssmica 3D). No mtodo de Pesquisa Ssmica 2D que ser utilizado pela GX Technology, um nico cabo ssmico rebocado pela embarcao ssmica, em conjunto com uma nica fonte. O mtodo geralmente usado para se ter uma idia geral da estrutura geolgica da regio. A Pesquisa Ssmica 2D se caracteriza pela grande distncia entre as linhas ssmicas (quilmetros) que so distribudas em uma grande rea. O navio s smico que executa linhas ssmicas 2D permanece menos tempo em uma determinada rea se comparado Pesquisa Ssmica 3D (linhas paralelas prximas entre si (metros) e concentradas em uma pequena rea, geralmente denominada Bloco). A Figura 3 apresenta a diferena na distribuio das linhas s smicas no Mtodo Tridimensional (Ssmica 3D) e Mtodo Bidimensional (Ssmica 2D).

Figura 3 - distribuio das linhas ssmicas no Mtodo Tridimensional

(3D) e Mtodo Bidimensional (2D)

O processo de obteno de dados ssmicos em si consiste em acionamento das fontes de energia ssmica, em intervalos regulares. Estas fontes disparam ar comprimido sob presso (2000 psi) que forma uma bolha de ar em volta da fonte de energia ssmica. Esta bolha de ar se rompe e gera uma srie de ondas sonoras (pulso sonoro) que viajam na gua at o fundo do mar. Estas ondas sonoras (pulso sonoro) geradas pela bolha de ar penetram no subsolo marinho at atingir as rochas em profundidade.

3D 2D

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Cada tipo de rocha ou estrutura geolgica reflete os pulsos sonoros de forma diferenciada. Estes pulsos retornam para a gua e seguem at a superfcie do mar, onde so captados por hidrofones (microfones prprios para a gua) que esto f ixados ao longo do cabo ssmico. Estes hidrofones, altamente sensveis, registram as informaes refletidas que so processadas em computadores de ltima gerao, gerando perfis de imagem do subsolo marinho. A Figura 4 ilustra o mtodo utilizado para obteno de dados ssmicos 2D.

Figura 4 - Mtodo utilizado para obteno de dados ssmicos 2D

Aps o disparo de ar compr imido realizado pela fonte de energia ssmica, forma-se uma bolha de ar na superfcie da gua, a qual logo se desfaz. Isso ocorre, aps a liberao de ar de cada fonte de energia ssmica. A Figura 5 apresenta a foto de uma fonte de energia s smica utilizada pelo navio Discoverer. A Figura 6 apresenta um esquema da fonte de energia fechada carregando de ar comprimido e aberta para liberao do ar comprimido.

Figura 5 - Fonte de energia ssmica utilizada pelo navio ssmico

Discoverer

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Figura 6 - Esquema da fonte de energia indicando a abertura por

onde sai o ar comprimido (Fonte: IAGC, 2002)

O navio de ssmica navega rebocando uma fonte de energia s smica (2000 psi) e um (01) cabo ssmico que possui 10.000m de comprimento (10 km) e esto posicionados na coluna dgua, a uma profundidade de 8,5m e 9-10m, respectivamente. Portanto, a fonte e o cabo so f lutuantes e no se arrastam no subsolo marinho. A Figura 7 ilustra o navio ssmico indicando a localizao da fonte ssmica e do cabo ssmico na popa do navio e a distribuio da embarcao assistente frente do navio ssmico. O cabo ssmico de grande extenso (aproximadamente 10.000 metros) que o navio ssmico reboca restringe muito sua capacidade de manobra. Por medida de segurana, solicitamos a todas as embarcaes que se mantenham afastadas a uma distncia de cinco milhas nuticas dos equipamentos ssmicos.

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Figura 7 - Esquema do navio ssmico indicando a localizao da fonte ssmica e dos cabos ssmicos na popa do navio e a localizao da

embarcao assistente frente do navio ssmico

Durante a atividade do Programa Costa Sul-Sudeste, a GX Technology pretende utilizar o cabo ssmico slido. O cabo ssmico duro, com incomparvel impermeabilidade a gua, resistentes a furos e impacto e superior proteo contra danos aos hidrofones durante lanamento e recolhimento dos cabos. Esta gerao de cabos ssmicos tem muitas vantagens por serem mais resistentes, no vazando quando danif icados, tanto no mar quanto no navio. As Figuras a seguir ilustram os principais instrumentos utilizados na atividade de pesquisa s smica. A Figura 8 apresenta os detalhes da estrutura do cabo s smico slido, a Figura 9 as bias de sinalizao que so posicionadas no f im dos cabos e a Figura 10 a viso da Bia de sinalizao colocada no f im do cabo ssmico na superfcie do mar. Estas bias dispem de sistema de posicionamento por satlite GPS, refletor de radar e uma luz que pisca continuamente.

Figura 8 - Detalhe do Cabo Ssmico Slido

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Figura 9 - Bia de sinalizao colocada no fim do cabo ssmico que dispe

de sistema de posicionamento por satlite GPS, refletor de radar e luz que pisca continuamente

Figura 10 Viso da Bia de sinalizao colocada no fim do cabo ssmico

na superfcie do mar

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Este captulo apresenta a definio da rea de Influncia da Atividade da Pesquisa Ssmica do Programa Costa Sul-Sudeste. Informaes sobre fatores ambientais e socioeconmicos tambm so apresentadas neste captulo com a f inalidade de auxiliar o entendimento do mtodo utilizado para delimitar a rea de Influncia. Os Mapas com a delimitao da rea de Influncia da Atividade sobre o meio biolgico (RIAS 2A) sobre o meio socioeconmico (RIAS 2B) esto sendo apresentados no f inal desse captulo. reas de Influncia Direta e Indireta da Atividade A rea da Atividade corresponde : 1) Linhas Ssmicas 41 linhas ssmicas 2D; 2) Linha de Manobra extenso de 15km extremidade de cada linha ssmica 2D, necessria para

manobra do navio s smico durante a sada de cada linha e retorno outra linha; 3) Rota de Navegao faixa de navegao de 1Km de largura entre a rea de pesquisa ssmica e os

portos de Vitria (ES), Rio de Janeiro (RJ), Santos (SP), Itaja (SC) e Rio Grande (RS). Os limites da rea de influncia da Atividade, ou seja, a abrangncia geogrfica dos impactos potenciais e efetivos que a pesquisa ssmica pode causar nos meios biolgico e socioeconmico, foram determinados seguindo diretrizes do Termo de Referncia CGPEG/IBA MA n 025/08 para a elaborao de Estudo de Ambiental de Ssmica para a Atividade de Pesquisa Ssmica Mar tima Classe 2, Programa Costa Sul-Sudeste, nas Bacias do Esprito Santo, Campos, Santos e Pelotas. rea de Influncia corresponde rea sujeita aos impactos diretos da atividade ssmica decorrentes da emisso sonora sobre o meio biolgico, da interferncia com a atividade de pesca artesanal, da rea de manobra das embarcaes ssmicas e das rotas das embarcaes at os portos. Os limites da rea de Influncia da Atividade sobre o Meio Biolgico foram determinados a partir do estudo da perda da intensidade do sinal sonoro (Decaimento da Energia Sonora) e dos nveis estimados de reao dos grupos mais sensveis ao som, como as baleias, golf inhos, tartarugas marinhas e peixes. O estudo de Decaimento da Energia Sonora consiste em calcular quanto a intensidade sonora (amplitude do pulso sonoro medida em decibis dB) diminui conforme o som se distncia da fonte ssmica. Assim, podemos calcular qual a intensidade sonora que o som chega, por exemplo, em um raio de distncia de 500m na superfcie do mar, que corresponde rea de segurana para baleias, golf inhos e tartarugas marinhas. Estudos indicam que os possveis impactos sobre as baleias, golf inhos, tartarugas marinhas e peixes se iniciam na amplitude sonora de 160 dB re: 1 Pa2 rms (RICHARDSON et al., 1995; MCCAULEY et al., 2000; MMS, 2004). Dependendo da distncia da fonte de energia sonora, o som pode causar danos no sistema auditivo (muito prximo da fonte) ou pode causar interferncia na comunicao entre golf inhos e baleias, mudana no comportamento e o afastamento dos animais; natao acelerada e sem rumo definido nas tartarugas marinhas; e reao de susto nos peixes.

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Conforme se pode observar na Figura 11, a intensidade sonora (amplitude) emitida pela Fonte de Energia Ssmica diminui conforme se propaga na gua, ou seja, o som perde fora a medida que se afasta da fonte. Na proximidade da fonte (escala de cor vermelha), a amplitude sonora (intensidade do som) de 200 dB re 1 Pa/Hz a 1m e na distncia de 500m na superfcie do mar (crculo amarelo) a amplitude sonora corresponde de 140dB dB re1 Pa (para as laterais da fonte na rea de cor rosa) a 165dB dB re1 Pa (para as laterais da fonte na rea de cor verde escuro). Uma baleia nadando prximo a superfcie na distncia de 500m a frente (Azimute 0) ou atrs (Azimute 180) do navio receber uma exposio de 165db rel a 1mPa, enquanto que est exposio para as laterais do navio (Azimutes 90 e 270) ser inferior a 150db rel a 1mPa.

Figura 11 - Perfil longitudinal na amplitude absoluta mxima da Fonte de Energia Ssmica(2000 psi) at a distncia e profundidade de 500m (Escala de cores de 140 dB re 1Pa a 1m a 200 dB re 1Pa a 1m) (Fonte: JONES, 2006) Conforme mencionado anteriormente e observado na Figura 11 acima, na distncia de 500m, o som alcana a amplitude sonora de 140-165dB dB re1 Pa, abaixo ou no limite em que os possveis impactos sobre as baleias, golf inhos, tartarugas marinhas e peixes se iniciam (160dB dB re1 Pa). Na distncia de 1.000m, o som alcana a amplitude sonora de 120dB dB re1 Pa, limite em que as baleias, golf inhos e tartarugas marinhas possuem capacidade auditiva de perceber o som, mas a intensidade do som mais fraca. Portanto, podemos considerar com margem de segurana e precauo, a distncia de 1.000m como a rea de Influncia da Atividade sobre o Meio Biolgico. rea de Influncia da Atividade sobre o Meio Biolgico Definida por uma rea de 413.193,45 km2, que se amplia no sentido horizontal at 1000m alm da rea da Atividade (rea de Pesquisa Ssmica, rea de Manobra, rea Operacional e Rota de Navegao). Os limites da rea de Influncia da Atividade sobre o Meio Socioeconmico foram determinados incluindo os munic pios onde existem comunidades que realizem atividades econmicas dentro da rea de aquisio de dados e de manobra do navio ssmico, tais como pesca artesanal, turismo, ou outras que porventura venham a ser identif icadas.

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Para estabelecer a rea de Influncia da atividade ssmica com relao pesca, foram analisadas as embarcaes e as principais artes de pesca utilizadas no litoral sul-sudeste, possibilitando um melhor entendimento da dinmica pesqueira regional/local. A delimitao da rea de Influncia sobre o Meio Socioeconmico incluiu os munic pios que desenvolvem atividade pesqueira dentro da rea de Atividade da pesquisa s smica, definida a partir da anlise das caractersticas das embarcaes pesqueiras e seus deslocamentos, na identif icao das principais espcies capturadas, nas artes de pesca empregadas e na localizao das reas de pesca utilizadas. Portanto, a rea de Influncia da Atividade de pesquisa ssmica se estende para alm daquela decorrente do impacto sonoro at os limites municipais e localidades onde esto situadas as comunidades/entidades representativas da atividade pesqueira, em especial seus representantes legais, as Colnias e Associaes de Pescadores. Os municpios so: Esprito Santo - Vitria, Vila Velha, Guarapari, Anchieta, Pima, Itapemirim, Maratazes e

Presidente Kennedy; Rio de Janeiro - So Francisco de Itabapoana, So Joo da Barra, Campos dos Goytacazes,

Maca, Rio das Ostras, Armao dos Bzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Saquarema, Maric, Niteri, Rio de Janeiro, Mangaratiba, Angra dos Reis e Paraty

So Paulo - Ubatuba, Caraguatatuba, So Sebastio, Ilhabela, Bertioga, Guaruj, Santos, So

Vicente, Praia Grande, Mongagu, Itanham, Perube, Iguape, Canania e Ilha Comprida

Paran - Guaraqueaba, Paranagu, Pontal do Paran, Matinhos e Guaratuba Santa Catarina - Itapo, So Francisco do Sul, Balnerio Barra do Sul, Barra Velha, Piarras,

Penha, Navegantes, Itaja, Balner io Cambori, Itapema, Porto Belo, Bombinhas, Tijucas, Florianpolis, Garopaba, Imbituba, Laguna, Ararangu, Balnerio Arroio do Silva, Balner io Gaivota e Passo de Torres

Rio Grande do Sul - Torres, Arroio do Sal, Capo da Canoa, Xangri-l, Imb, Tramanda, Cidreira,

Balnerio Pinhal, Mostardas, Tavares, So Jos do Norte, Rio Grande e Chu rea de Influncia da Atividade sobre o Meio Socioeconmico Definida por uma rea de 516.577,65 km2, que corresponde rea da Atividade de Pesquisa Ssmica (408.238,78 Km2) e as comunidades de pesca entre Vitria/ES e Chu/RS que desenvolvem atividade pesqueira dentro da rea de Atividade.

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Este captulo descreve as caractersticas ambientais da rea onde ser realizada a Pesquisa Ssmica do Programa Costa Sul-Sudeste. O Captulo foi subdividido em quatro subitens: - Meio Fsico (caractersticas e das condies de mar), - Meio Biolgico (animais que ocorrem na regio e caracterizao de reas sensveis) - Meio Socioeconmico (atividades econmicas locais). - Unidades de Conservao (principais Unidades de Conservao costeiras e marinhas) Ao f inal deste captulo so apresentados 2 Mapas: RIAS 3 com as Colnias de Pescadores que congregam as comunidades pesqueiras, as reas de pesca, reas de relevncia turstica e de explorao e produo de hidrocarbonetos, alm das principais rotas de navegao da rea de influncia; RIAS 4 com a demarcao das Unidades de Conservao.

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MEIO FSICO - Descrio das Caractersticas e das Condies de Mar (Oceanografia) Geologia O Brasil possui uma das maiores plataformas continentais do mundo, englobando diversas bacias sedimentares, com caractersticas geolgicas distintas e diferentes graus de conhecimento do potencial exploratrio de cada delas. Com a criao da Agncia Nacional do Petrleo (ANP), o banco de dados geolgicos e geofsicos das bacias sedimentares da plataforma continental brasileira (anteriormente levantado pela PETROBRAS durante os trabalhos de investigao do potencial de reservas de petrleo) passou a ter acrscimos substanciais com dados de levantamentos adquiridos por diversas companhias ligadas indstria de petrleo e tambm por instituies de pesquisa. Basicamente, foi ao longo da plataforma continental, desde que o Brasil comeou a se separar da frica, que evoluram as bacias sedimentares, formando um conjunto de bacias que se estende desde o limite com a Guiana at o limite com as guas territoriais do Uruguai (Figura 12).

Figura 12 - Mapa geomorfolgico do Oceano Atlntico, ilustrando a separao entre Brasil e frica (Fonte: L. A. BIZZI, C.

SCHOBBENHAUS, R . M. VIDOTTI e J. H . GONALVES (eds.) CPRM, Braslia, 2003)

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Na Figura 13 observam-se as bacias sedimentares da margem nordeste, leste e sul-sudeste do Brasil.

Figura 13 - Bacias sedimentares da margem nordeste, leste e sudestesul do Brasil (Fonte: MILANI e THOMAZ FILHO, 2000)

O assoalho marinho na rea ao sul de Cabo Frio formado principalmente por lamas e, a partir da profundidade de 100m, em algumas reas, existem pontos com faixas de areia grossa e mdia. As areias f inas e muito f inas esto localizadas na plataforma mdia e interna e predominam ao sul da cidade do Rio de Janeiro. Ao norte do Rio de Janeiro e ao sul da cidade de Rio Grande os sedimentos variam entres areias grossas e cascalhos (Figura 14).

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Figura 14 -Distribuio dos tipos de sedimentos na costa Sul-Sudeste do Brasil. (Fonte: REVIZEE: Score Sul, 2004)

Geomorfologia As bacias sedimentares do Esprito Santo, Campos, Santos e Pelotas esto inseridas na poro sul-sudeste da margem continental brasileira. A Bacia do Espr ito Santo ocupa uma rea explorvel de 18.000 km2 em sua parte terrestre, ao longo do litoral sul do Estado da Bahia (onde se denomina Bacia de Mucuri, geologicamente consideradas uma nica bacia sedimentar) e centro-norte do Estado do Esprito Santo. Estende-se, ainda, para a margem continental, onde cerca de 200.000 km2 encontram-se sob lmina dgua de at 3.000 metros. O limite norte da Bacia do Esprito Santo com a Bacia de Cumuruxatiba corresponde ao limite norte do Complexo Vulcnico de Abrolhos. O limite sul da Bacia do Esprito Santo com a Bacia de Campos a feio geolgica conhecida como Alto de Vitria (Arco de Vitria). A Bacia de Campos est situada no litoral Sudeste do Brasil, na costa do Estado do Rio de Janeiro. Ocupa a rea de cerca de 120.000 km2 at a profundidade (cota batimtrica) de 3.500 metros e, deste total, apenas 500 km2 localizam-se na parte terrestre. A Bacia de Campos ao sul limita-se com a Bacia de Santos pelo Alto de Cabo Frio (Arco de Cabo Frio).

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A Bacia de Santos est localizada na poro sudeste da margem brasileira, em frente ao litoral sul do Rio de Janeiro e litoral dos Estados de So Paulo, Paran e norte de Santa Catarina. Recobre a rea de cerca de 350.000 km2, dos quais 200.000 km2 encontram-se em lminas dgua de at 400 metros e 150.000 km2 entre 400 e 3.000 metros. A Bacia de Santos limitada ao sul com a Bacia de Pelotas pela Plataforma ou Alto de Florianpolis (Plataforma de Florianpolis). A Bacia de Pelotas situa-se no extremo sul da margem continental brasileira. A rea da bacia compreende cerca de 250.000 km2 (at a lmina dgua de 3.000m). A Bacia de Pelotas limita-se ao sul com as bacias da Margem Continental do Uruguai. Nas Figuras 15 e 16 possvel visualizar as principais feies geomorfolgicas presentes na rea central e na regio sul-sudeste da margem continental brasileira. Sendo elas: as Ilhas de Trindade e So Martins; os Bancos Submarinos (B.S.) Davis, Jaseur, Almirante Saldanha, Vitria, Abrolhos, Hot Spur, Minerva, Royal Charlotte; os Cnions Belmonte, Salvador; os Montes Submarinos da Bahia; o Cone do Rio Grande; os Vales de Porto Alegre, que se estendem at Torres; o Terrao do Rio Grande; os Vales de Santa Marta; o Cnion de So Paulo; os Vales do Rio de Janeiro; e, nas plancies abissais, a Cadeia de So Paulo e o Cnion Rio Grande.

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Figura 15 Mapas batimtrico mostrando as principais feies geomorfolgicas das regies central, sudeste e sul da

margem continental brasileira com ngulo de viso a partir de sul (acima) e nordeste (abaixo). (fonte: REVIZEE: Score Sul, 2005)

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Oceanografia Temperatura e Salinidade As temperaturas na costa sul-sudeste decrescem do norte para o sul e apresentam variaes conforme as estaes do ano, decrescendo do vero para o inverno principalmente nas profundidades de at 50m. A distribuio dos campos de temperatura na superfcie e a 50m de profundidade so similares (mxima de 27C e mnima de 21C) para quase toda a rea. Na profundidade de 100m, h um decrscimo acentuado da temperatura no vero, evidenciando que a camada de mistura se situa no intervalo de 50 a 100m. Nas demais estaes as distribuies de temperatura nas profundidades de 50m e 100m so similares. J na camada de 200m a temperatura menor em todas as estaes do ano, com pouca variao sazonal. A seguir, a Figura 16 apresenta imagem de satlite mostrando a distribuio da temperatura superficial no Atlntico Sul para os meses de janeiro e julho e a variao do limite sul da Corrente do Brasil.

Figura 16 - Distribuio da temperatura da superfcie da gua do Atlntico Sul para os meses de janeiro (esquerda) e julho (direita) e

variao do limite sul da Corrente do Brasil (Fonte: PETROBRAS, 2000)

Na poro norte da Bacia de Campos acontece o fenmeno da ressurgncia, ocasionado pela topografia do fundo ocenico, que resulta no chamado Vortex de Vitria. O que caracteriza a presena de fortes ncleos de ressurgncia, evidenciados por anomalias negativas de temperatura da superfcie do mar (reduo da temperatura), tambm so encontrados em Cabo Frio (RJ) e Cabo de So Tom (RJ). Variaes ao longo da costa no processo de ressurgncia geralmente esto associadas com a topografia do fundo e geometria da costa. Nessas regies, a salinidade e a concentrao de nutrientes tambm acompanham de forma inversamente proporcional queda da temperatura da gua do mar, ou seja, quanto maior a salinidade e a concentrao de nutrientes menor a temperatura. (fonte: RODRIGUES, 1997) Ressurgncia um fenmeno oceanogrfico que consiste na subida de guas profundas, frias e ricas em nutrientes, para regies menos profundas do oceano. Topografia Forma, declividade, tamanho e altitude do relevo de uma determinada rea.

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Correntes Marinhas A circulao ocenica na rea de estudo caracterizada pela Corrente do Brasil (CB), que se origina da Corrente Sul Equatorial (CSE). A Corrente Sul Equatorial se desloca atravs do Atlntico de leste a oeste e forma trs ramos nas proximidades da costa brasileira entre 7 e 17S. Uma pequena poro de gua transportada para oeste pelo ramo sul da Corrente Sul Equatorial desloca-se rumo ao sul nas proximidades de 10S, originando a Corrente do Brasil (fonte: CASTRO FILHO & MIRA NDA, 1998). A Corrente do Brasil se desloca na direo sul at prximo ao Banco de Abrolhos onde se encontra com as guas subantrticas da Corrente das Malvinas e desvia para sudoeste, aproximando-se da plataforma continental em Vitria (ES). A corrente alcana 200 metros de profundidade, carregando a massa de gua denominada gua Tropical (AT). A Figura 17 apresenta a representao esquemtica da circulao de larga escala no Atlntico Sul, bem como identif ica as principais correntes ocenicas de superfcie entre Brasil e frica.

Figura 17 - Representao esquemtica do Giro Subtropical do Atlntico Sul.

(fonte: PETERSON e STRAMMA (1991))

A Figura 17 apresenta a representao esquemtica da circulao de larga escala no Atlntico Sul, bem como identif ica as principais correntes ocenicas de superfcie entre Brasil e frica. A Corrente do Brasil se divide em vrios braos. O brao principal f lui na regio central da plataforma continental, a cerca de 140km da costa, em direo sudeste. As direes predominantes das correntes superficiais so de sul a sudoeste para toda a rea e em todas as estaes do ano. Isto registra claramente a presena da corrente do Brasil.

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Ondas Na rea da atividade de pesquisa ssmica, os dados de regime de ondas seguem um padro durante os meses do ano e entre as estaes do ano, como quase em toda a costa brasileira, com diferenas apenas em eventos de passagem de sistemas frontais (encontros de frentes frias com frentes quentes). Esses fenmenos so comuns em toda a costa sul-sudeste da margem continental brasileira. Na Figura 18 pode-se observar as variaes na direo e altura de ondas no Atlntico Sul, com nfase na costa sul-sudeste do Brasil.

Figura 18 - Variao entre as estaes do ano da altura significativa e direo predominante de onda para a regio sul-sudeste da

margem continental brasileira. (fonte: CPTEC/INPE)

Na Bacia do Esprito Santo a altura signif icativa das ondas varia entre 0,3m e 2,7m com o valor mais freqente de 1m. Os per odos mdios variam entre 3,5s e 11,5s, com valor mais freqente de 6,5s. A altura mxima pode chegar a 5,5m por ocasio da passagem do sistema frontal nos meses de julho a agosto. As direes tpicas so: leste-nordeste (ENE), leste (E), leste-sudeste (ESE), sul-sudeste (SSE) e sul (S). Na Bacia de Campos a altura mdia anual est entre 0,9m e 1,9m com valor mximo de pico registrado de 15m (sistemas frontais no inverno). Os perodos mdios variam entre 5,4s e 10s, ao longo do ano. As direes mais freqentes de ondas so: nordeste (NE), leste-nordeste (ENE), leste (E), leste-sudeste (ESE), sudeste (SE), sul-sudeste (SSE), sul (S), sul-sudoeste (SSW) e sudoeste (SW). Os dados de altura de ondas da Bacia de Campos so valores mdios regionais representativos para toda a Bacia. Estes dados so apresentados separadamente por oito setores de direo, cada um com 45 de ngulo, como pode ser observado na Tabela 1.

metros (m) metros (m)

Vero Outono

Inverno Primavera

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Tabela 1 - Altura Mdia e Perodo Associado de Ondas Medidas na Bacia de Campos, para cada um dos Oito Setores de Direo

DIREO N NE E SE S SW W NW

mdia de altura significativa (m) 1,34 1,29 1,25 1,24 1,34 1,89 1,14 0,92

perodo relativo altura significativa (s) 5,4 6,2 7,4 8,9 10,0 9,6 6,0 6,0

altura mxima de onda (m) 11,7 10,1 8,7 12,4 13,0 14,6 9,0 9,0

nmero de ondas medidas 1161 3554 2263 2119 3368 1284 177 55

Na Bacia de Santos a altura mdia anual est entre 0,9 e 2m (podendo apresentar valores superiores a 5m associados aos sistemas frontais do inverno). Os perodos mdios oscilam entre 5,4s e 10s, ao longo do ano. As direes mais freqentes de ondas so: nordeste (NE), leste-nordeste (ENE), leste (E), leste-sudeste (ESE) , sudeste (SE), sul-sudeste (SSE), sul (S), sul-sudoeste (SSW) e sudoeste (SW). O regime de ondas da Bacia de Pelotas caracterizado pela ocorrncia de uma ondulao de longo perodo proveniente do sudeste (SE) e por ondas menores e costeiras provenientes principalmente do leste nordeste (E-NE). A altura mdia signif icativa das ondas, medida a uma profundidade de 15-20 metros, de 1,5 metros. Especialmente durante os meses de outono e inverno, o regime normal de ondas alterado pela ocorrncia de ondas de tempestade associadas passagem de frentes frias provenientes do sul. Mars A mar tpica da rea da atividade do t ipo semidiurna, ou seja, existem duas preamares e duas baixa-mares por dia, com ligeiras desigualdades diurnas entre duas preamares e duas baixa-mares sucessivas. As amplitudes mximas das mars ocorrem durante a Lua Cheia e Nova, conhecida como mar de sizgia. Em contrapartida, as menores amplitudes de mars ocorrem na Lua Crescente e Minguante, chamada de mar de quadratura. As alturas mdias e variaes das mars previstas para a costa sudeste (Bacias do Esprito Santo, Campos e parte da Bacia de Santos) do Brasil encontram-se dispostas na Tabela 2 a seguir.

Tabela 2 - Alturas Mdias e Variaes de Mars Previstas Costa Sudeste DDDEEESSSCCCRRRIIIOOO NNNVVVEEELLL ((( mmmeee ttt rrr ooosss )))

Nvel mdio da mar 1,5 Mar astronmica maxima 1,3

Nvel mdio do mar 0,5 Mar alta mdia 0,9

Mar baixa mdia 0,2 Nvel mnimo de mar -0,4

Mar astronmica mnima -0,2

Extenso de variao mxima 1,9 Extenso de variao mdia 0,7

(Fonte: DHN)

Na Bacia de Pelotas, na costa do estado do Rio Grande do Sul, se registra um regime de micromars controlado por uma mar astronmica (sizgia) cuja amplitude mdia situa-se em torno de 0,5m.

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Meio Biolgico - Descrio dos Animais Marinhos Sensveis a Atividade de Pesquisa

Ssmica que ocorrem na Bacia de Campos A Coordenao Geral de Petrleo e Gs do Instituto Brasileiro de Meio A mbiente e dos Recursos Naturais Renovveis (CGPEG/IBAMA) disponibilizou no site http://www.ibama.gov.br/licenciamento, as diretrizes ambientais Guia para o Licenciamento Ambiental das Atividades de Explorao de Petrleo Ssmica e Perfurao, produzido para a Rodada de Licitaes da Agncia Nacional do Petrleo (ANP). A base de dados fundamental utilizada no Guia foi o documento publicado pelo Ministrio do Meio Ambiente (MMA, 2002) resultante do trabalho de 180 especialistas em ecossistemas marinhos e costeiros do Brasil (BDT, 1999). A atualizao das reas e Aes Prioritrias para Conservao, Utilizao Sustentvel e Repartio de Benefcios da Biodiversidade, em funo da disponibilidade de novas informaes e instrumentos, foi publicada do MMA (MMA, 2007). Nesta atualizao foi possvel identif icar as reas prioritrias para conservao da biodiversidade, avaliar os condicionantes socioeconmicos e as tendncias atuais da ocupao humana do territrio brasileiro bem como, formular as aes mais importantes para conservao dos recursos naturais. Foi possvel realizar uma ampla consulta para a definio de reas prioritrias para conservao na Amaznia, Caatinga, Cerrado e Pantanal, Mata Atlntica, Campos Sulinos e Zona Costeira e Marinha. Neste trabalho do MMA foram produzidos diagnsticos ambientais e mapas indicativos das reas prioritrias para a conservao da biodiversidade das zonas costeira e marinha. Estes mapas classif icam as reas de ocorrncia dos recursos em 4 (quatro) classes indicadas no mapa por cor: rea de Importncia Biolgica Extrema; rea de Importncia Biolgica Muito Alta; rea de Importncia Biolgica Alta; e rea Insuficientemente Conhecida, mas de provvel importncia biolgica. Recifes de Coral e sua Fauna Associada A rea de influncia da atividade encontra-se inserida em uma regio que se caracteriza pelo desaparecimento de Recifes de Coral, denominada por CASTRO (1999) como Zona de Desaparecimento Meridional. Segundo diagnstico ambiental e mapas temticos das reas prioritrias para a conservao da biodiversidade das zonas costeira e marinha (BDT CASTRO, 1999; MMA, 2002), a rea de pesquisa ssmica do Programa Costa Sul-Sudeste no se insere nas reas prioritrias para a conservao da biodiversidade de Recifes de Coral. Existem trs grandes desembocaduras de rios, prximas uma das outras, localizadas ao sul de Abrolhos, no Estado do Esprito Santo (Mucuri, So Mateus e Doce), que em conjunto representam uma barreira biogeogrfica (diferenas ambientais que impedem o f luxo de organismos entre diferentes regies) para a formao de recifes. No norte do Estado do Rio de Janeiro h outras importantes desembocaduras f luviais que se concentram na regio, tais como os rios: Itabapoana, Paraba do Sul, Maca e So Joo. Esta regio apresenta somente algas calcrias isoladas e Bryozoa at a regio de Cabo Frio (Castro, 1999). A regio de Cabo Frio apresenta condies oceanogrficas diferenciadas, com uma forte ressurgncia que aflora guas muito mais frias com flora e fauna de afinidades tropicais e temperadas.

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As espcies de corais recifais tm seu limite sul de distribuio em vrias localidades entre Abrolhos e Santa Catarina. Entretanto, grandes comunidades coralneas podem ocorrer at as costas rochosas de baas de Cabo Frio. Cabo Frio/RJ pode ser considerado como um limite da fauna de peixes recifais na costa brasileira, embora populaes menores possam ocorrer at Santa Catarina e, em algumas espcies, podendo alcanar at mesmo o Rio Grande do Sul. As comunidades coralinas da regio de Arraial do Cabo e Cabo Fr io (RJ) e da Ilha de Santa Catarina (SC) abrigam uma alta diversidade de espcies, como peixes recifais (peixe-sargento, peixe-rei e outros) e invertebrados (caranguejo-aranha, ourio-do-mar, estrela-do-mar, esponja), conforme as fotos a seguir apresentadas (Figuras 19 e 20).

Figura 19 - Corais que ocorrem no litoral de Arraial do Cabo (Foto: Bilogo PhD Carlos Eduardo Leite Ferreira Instituto de

Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira Departamento de Oceanografia)

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Figura 20 - Peixes e invertebrados que ocorrem nas comunidades coralinas na Ilha de Santa Catarina (Foto: Oceangrafo

Athila Bertoncini)

Ambientes recifais so reconhecidos como ambientes de grande produtividade. As algas calcrias so um dos principais construtores da massa recifal, formando blocos macios muito duros. Outros organismos presentes em reas recifais so esponjas, minhoca-do-mar (poliquetas), mexilho e ostras (moluscos), camares, lagostas e caranguejos (crustceos) e estrela-do-mar e ourio-do-mar (equinodermos). Os crustceos so possivelmente o grupo animal com maior nmero de espcies nos recifes de coral. Esto presentes desde formas microscpicas at s grandes lagostas e caranguejos. Sua abundncia no notada, pelo pequeno tamanho da maioria, por serem transparentes ou possurem colorao que os disfara no ambiente e por viverem escondidos em tocas, reentrncias, em meio a algas e esponjas. Os peixes so muito importantes nos ambientes recifais e a maioria deles possuem hbitos territorialistas, geralmente vivendo em reas relativamente prximas aos recifes. Ictiofauna Tubares, Raias e Peixes Segundo diagnstico ambiental e mapas temticos das reas prioritrias para a conservao da biodiversidade das zonas costeira e marinha (BDT, 1999; MMA, 2002), a regio Sul-Sudeste possui oito reas prioritrias para a conservao da biodiversidade de elasmobrnquios, a saber:

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- A Plataforma Continental, do Oiapoque (AP) at Maca (RJ), desde a linha de costa at a isbata de

200 metros - rea Insuficientemente Conhecida - Ilhas de Trindade e Martin Vaz - rea de Importncia Biolgica Extrema - Cabo Frio, RJ - Entre Araruama e Maca, desde a zona costeira at a isbata de 200 metros - rea

de Importncia Biolgica Extrema - Cabo Frio, RJ at Laguna, SC - rea de Importncia Biolgica Alta - Litoral Norte de So Paulo, SP - rea de Importncia Biolgica Extrema - Ilha do Arvoredo, SC - rea de Importncia Biolgica Extrema - Laguna, SC at o Chu, RS - rea de Importncia Biolgica Muito Alta - Solido, RS - rea de Importncia Biolgica Extrema Na regio Sul-Sudeste ocorrem diversas espcies de tubares, caes e raias (tubaro-martelo, cabea-chata, tubaro-lixa, tintureiro). Destaca-se a presena do tubaro-baleia (Rhincodon typus), uma espcie considerada ameaada de extino (Figura 21).

Figura 21 - Fotos ilustrativas de um tubaro-martelo a esquerda (Sphyrna lewini) e um tubaro-baleia a direita (Rhincodon typus) (Fotos: www.fishbase.org)

Segundo diagnstico ambiental e mapas temticos das reas prioritrias para a conservao da biodiversidade das zonas costeira e marinha (BDT, 1999, MMA, 2002), a regio Sul-Sudeste possui 11 reas prioritrias para a conservao da biodiversidade de telesteos demersais e pequenos pelgicos, a saber: - Trindade, Martin Vaz e Cadeia Norte de Abrolhos - Bancos recifais, com algumas espcies

endmicas - rea de Importncia Biolgica Insuficientemente Conhecida - Cabo Frio, RJ - Zona de ressurgncia, ilhas costeiras e costes rochosos - rea de Importncia

Biolgica Muito Alta - Baa de Guanabara, RJ - Fundos lamosos e arenosos - rea de Importncia Biolgica Muito Alta - Baa da Ilha Grande, RJ - Fundos lamosos e arenosos, costes rochosos e manguezais - rea de

Importncia Biolgica Muito Alta - Baa de Santos, SP - Regio da Ponta do Itaipu Ilha da Moela, at 10 metros de profundidade.

rea de esturios e manguezais - rea de Importncia Biolgica Muito Alta - Ilhas Costeiras de So Paulo, SP - Regio da Ilha de Queimada Grande at Bzios, entre 10 e 30

metros de profundidade. Alta diversidade biolgica - rea de Importncia Biolgica Extrema - Guaratuba - Complexo Paranagu - Canania - Iguape, PR e SP - rea de criao, crescimento e

desova de diversas espcies - rea de Importncia Biolgica Muito Alta - Santa Marta, SC e RS - Regio compreendida entre 28 e 29S, entre a costa at a isbata de 500

metros. Regio de ressurgncia e alta produtividade - rea de Importncia Biolgica Muito Alta - Talude do Rio Grande do Sul e Santa Catarina - Regio do Chu at o Cabo Santa Marta, entre 150 e

500 metros de profundidade. Fundos lamosos e rochosos - rea de Importncia Biolgica Muito Alta

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- Lagoa dos Patos, RS - Regio da desembocadura da Lagoa dos Patos at 60 Km ao norte, e m

direo ao interior da lagoa e regio costeira adjacente at a profundidade de 10 metros. rea de criao, crescimento e desova de diversas espcies - rea de Importncia Biolgica Extrema

Dentre as espcies de grandes peixes ocenicos (pelgicos) de maior valor comercial que ocorrem na regio Sul-Sudeste, destacam-se: Dourado (Coryphaena hippurus); albacora-lage (Thunnus albacares), albacora-branca (Thunnus alalunga), albacora-bandolim (Thunnus obesus), albacora-azul (Thunnus thynnus), albacorinha (Thunnus atlanticus), Bonito-listrado (Katsuwonus pelamis), Cavala-verdadeira (Scomberomorus avalla), Cavala (Scomberomorus regalis, Scomberomorus brasiliensis); espadarte (Xiphias gladius); agulho-branco (etrapturus albidus), agulho-vela (Istiophorus albicans), agulho-negro (Makaira nigricans). As Figuras 22 e 23 ilustram exemplares de dourado, albacora, cavala e agulho-vela.

Figura 22 - Fotos ilustrativas de um Dourado a esquerda (Coryphaena hippurus) e um albacora-azul a direita (Thunnus thynnus)

(Fotos: www.fishbase.org)

Figura 23 - Fotos ilustrativas de um Cavala a esquerda (Scomberomorus regalis) e um agulho-vela a direita (Istiophorus

albicans) (Fotos: www.fishbase.org)

Alguns peixes classif icados como pequenos pelgicos podem ocorrer na regio Sul-Sudeste, tais como: palombeta (Chloroscombrus chrysurus), enchova (Pomatomus saltator), pampo (Trachinotus sp.), olhete (Seriola sp.), xaru (Caranx latus), manjuba (Anchova sp. e Anchoviella sp.), sardinhas (Sardinella brasiliensis) e peixes-voadores (Exocoetus volitans). As Figuras 24 e 25 ilustram exemplares de enxova, palombeta, xaru e peixe-voador.

Figura 24 - Fotos ilustrativas de um enxova a esquerda (Pomatomus saltator) e um palombeta a direita (Chloroscombrus chrysurus)

(Fotos: www.fishbase.org)

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Figura 25- Fotos ilustrativas de um xaru esquerda (Caranx latus) e um peixe-voador direita (Exocoetus volitans) (Fotos: www.fishbase.org)

As espcies de peixes demersais vivem associadas a recifes de coral e/ou fundos rochosos e/ou fundos de lama. Na regio Sul-Sudeste ocorrem peixes demersais associados a fundos de lama, principalmente prximos a costa e das regies estuarinas, como: corvinas, pescadinhas, badejos, bagres, linguado e outros. Na regio costeira da regio Sul-Sudeste ocorrem peixes demersais associados aos costes rochosos, como: mero, garoupa, badejo, cirurgio, sargentinho, entre outros. A principal espcie de peixe demersal que se encontra ameaada de extino o mero (Epinephelus itajara). A Figura 26 ilustra exemplares de badejo e mero.

Figura 26 - Fotos ilustrativas de um badejo esquerda (Mycteroperca microlepis) e um mero direita (Epinephelus

itajara) (Fotos: www.flmnh.ufl.edu e www.fishbase.org)

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Tartarugas-Marinhas O per odo de desova das tartarugas-marinhas est compreendido entre setembro e maro. Todas as cinco espcies de tartarugas marinhas registradas em guas brasileiras ocorrem na regio Sul-Sudeste, a saber: tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-cabeuda (Caretta caretta) (Figura 27) e tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) (Figura 28) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) (Figura 29).

Figura 27 - Fotos ilustrativas de uma tartaruga-verde (Chelonia mydas) a esquerda e tartaruga-cabeuda

(Caretta caretta) a direita (Fotos: www.nhf.dk e www.almediam.org)

Figura 28 - Fotos ilustrativas de uma tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) esquerda e tartaruga-oliva

(Lepidochelys olivacea) direita (Fotos: www.sosterravida.hpg.ig e www.tortugamania.cl)

Figura 29 - Foto ilustrativa de uma tartaruga-de-couro

(Dermochelys coriacea) (foto: www.tamar.com.br)

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O Projeto TAMAR, programa brasileiro para conservao das tartarugas marinhas, possui bases de pesquisa e proteo instaladas ao longo da costa brasileira, concentrando-se nos principais st ios de desova e nas reas de alimentao conhecidas. O TA MAR possui na regio Sul-Sudeste dez reas de reproduo e alimentao: Itanas/ES, Guriri/ES, Pontal do Ipiranga/ES, Povoao/ES, Regncia/ES, Trindade/ES, Anchieta/ES, Bacia de Campos/RJ, Ubatuba/SP e Florianpolis/SC. Segundo diagnstico ambiental e mapas temticos das reas prioritrias para a conservao da biodiversidade das zonas costeira e marinha (BDT, 1999; MMA, 2002), a regio Sul-Sudeste possui 10 reas prioritrias para a conservao da biodiversidade de quelnios (tartarugas marinhas), a saber: - Rio Doce a Nova Viosa, ES e BA - Local de alimentao e rota migratria principalmente de

Caretta caretta, Dermochelys coriacea, Chelonia mydas juvenis e adultos, Lepidochelys olivacea e, em menor escala, Eretmochelys imbricata - rea de Importncia Biolgica Muito Alta

- Plancie Costeira do Rio Doce, ES e BA - Munic pios de Aracruz, Linhares, So Mateus, Conceio da Barra, Mucuri e Nova Viosa. Extensas praias de restingas e lagoas costeiras. Corresponde segunda rea em importncia de concentrao de Caretta caretta do Brasil e na nica rea de concentrao de desova de Dermochelys coriacea - rea de Importncia Biolgica Extrema

- Ilha da Trindade, ES - Pr incipal rea de desovas de Chelonia mydas e rea de alimentao de juvenis de Eretmochelys imbricata - rea de Importncia Biolgica Muito Alta

- Praia dos Castelhanos - Trindade, ES - Importante rea de desovas de Caretta caretta, localizada e m regio mais fria e, conseqentemente, com maior produo de machos - rea de Importncia Biolgica Muito Alta

- Litoral Sul do Espr ito Santo, ES - Municpios de Itapemirim a Vitria. Local de alimentao e rota migratria principalmente de Chelonia mydas e Eretmochelys imbricata. Alto ndice de captura de tartarugas pela frota lagosteira - rea de Importncia Biolgica Muito Alta

- Campos, RJ - Compreende as praias localizadas ao norte e ao sul do Farol de So Tom. A regio se constitui no extremo sul da rea de desova de tartarugas marinhas da costa brasileira (Extrema

- Paraba do Sul a Maca, RJ - Local de alimentao e rota migratria pr incipalmente de Caretta caretta e Chelonia mydas juvenis e adultos - rea de Importncia Biolgica Muito Alta

- Litoral de So Paulo, SP - Ao norte, regio de Ubatuba, da Ponta de Tr indade Ilha Bela; ao sul, da Ilha do Cardoso a Juria. Grande rea de alimentao e rota migratria de Chelonia mydas e tambm de ocorrncia da maioria das espcies de tartarugas marinhas - rea de Importncia Biolgica Extrema

- Canania - Iguape, SP - Importante concentrao de Chelonia mydas e Caretta caretta - rea de Importncia Biolgica Alta

- Litoral Extremo Sul, SP, PR, SC e RS - Grande rea de alimentao e rota migratria da maioria das espcies de tartarugas marinhas. Alta incidncia de mortalidade de tartarugas, por provvel interao com a pesca comercial - rea de Importncia Biolgica Extrema

rea de Restrio Temporria para Pesquisa Ssmica: Per odo de reproduo de tartarugas marinhas - 1 de outubro ao lt imo dia de fevereiro na rea at 15 milhas da costa (28 Km), entre Barra do Riacho (ES) e Barra do Una (BA) e entre Maca (RJ) e Barra do Itabapoana (divisa entre RJ/ES).

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Mamferos Marinhos - Baleias e Golfinhos Os mamferos mar inhos que ocorrem na regio Sul-Sudeste se dividem em Cetacea - Mysticeti (baleias verdadeiras), Cetacea - Odontoceti (toninhas, botos, golf inhos e baleias dentadas) e Pinnipedia (lobos-marinhos, lees marinhos, focas e elefantes marinhos). As baleias verdadeiras que ocorrem na regio Sul-Sudeste so: baleia- jubarte (Megaptera novaeangliae), baleia-minke-an (Balaenoptera acutorostrata), baleia-minke-Antrtica (B. bonaerensis), baleia-de-Bryde (Balaenoptera edeni), baleia-sei (B. borealis), baleia-f in (B. physalus), baleia-azul (B. musculus) e baleia-franca (Eubalaena australis). As baleias verdadeiras realizam migraes desde guas Antrticas (reas de alimentao) at o nordeste do Brasil (14S at 05S) (reas de reproduo) durante o inverno e primavera (junho a dezembro). A baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae) (Figura 30) realiza migrao para a regio dos bancos de Abrolhos, sua principal rea de acasalamento e cria de f ilhotes, podendo ser encontrada freqentemente na regio Sul-Sudeste durante o per odo migratrio.

Figura 30 - Fotos ilustrativas de baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae) (Fotos: arquivo Everest)

Dentre as espcies t ipicamente costeiras encontram-se o boto-cinza (Sotalia guianensis) e a toninha (Pontoporia blainvillei). Esta espcie t ipicamente costeira, ocorrendo ao longo do ano inteiro nas regies estuarinas, utilizando estas reas para alimentao e repouso. Outros golf inhos tambm ocorrem na regio Sul-Sudeste, tanto em ambientes costeiros como ocenicos: o golf inho-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus), golf inho-de-dentes-rugosos (Steno bredanensis), golf inho-pintado-do-Atlntico (Stenella frontalis), golf inho-pintado pantropical (Stenella attenuata), golf inho-rotador (Stenella longirostris), golf inho-de-clymene (S. clymene), golf inho-listrado (Stenella coeruleoalba), golf inho-comum (Delphinus spp), golf inho-de-Fraser (Lagenodelphis hosei), golf inho-liso-austral (Lissodelphis peronii) e golf inho-de-Risso (Grampus griseus) (Figura 31).

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Figura 31 - Fotos ilustrativas de golfinho-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus) esquerda e golfinho-pintado-Pantropical

(Stenella attenuata) direita (Fotos: arquivo Everest)

As baleias dentadas que ocorrem em guas ocenicas e profundas da regio Sul-Sudeste so: cachalote (Physeter macrocephalus), cachalote-pigmeu (Kogia breviceps), cachalote-ano (Kogia simus), golf inho-cabea-de-melo (Peponocepha electra), orca-pigmia (Feresa attenuata), falsa-orca (Pseudorca crassidens), orca (Orcinus orca), baleia-piloto-de-peitorais-longas (Globicephala melas), baleia-piloto-de-peitorais-curtas (Globicephala macrorhynchus) e as baleias-bicudas (Mesoplodon sp.) (Figura 32).

Figura 32 - Fotos ilustrativas de falsa-orca (Pseudorca crassidens) e cachalote (Physeter macrocephalus)

(Fotos: arquivo Everest)

As sete espcies de pinpedes ocorrem na regio Sul-Sudeste so: lobo-marinho-antrtico (Arctocephalus gazella), lobo-marinho-subantrtico (A. tropicalis), lobo-marinho-de-dois-plos (A. australis), leo-marinho (Otaria flavescens), elefante-marinho-do-sul (Mirounga leonina), foca-caranguejeira (Lobodon carcinophagus) e foca-leopardo (Hydrurga leptonyx).

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Segundo diagnstico ambiental e mapas temticos das reas prioritrias para a conservao da biodiversidade das zonas costeira e marinha (BDT, 1999, MMA, 2002), a regio Sul-Sudeste possui 13 reas prioritrias para a conservao da biodiversidade de mamferos marinhos (cetceos - baleias e golf inhos e pinpedes - focas e lees marinhos), a saber: - Regio de Abrolhos, ES e BA - Inclui o esturio do Rio Doce e bancos coralinos da regio de

Abrolhos, estendendo-se at a isbata de 200 metros. rea de procriao de jubarte (Megaptera novaeangliae) e baleia franca (Eubalaena australis) - rea de Importncia Biolgica Extrema

- Costa Norte do Rio de Janeiro, RJ - Zona ocenica que se estende at a isbata de 1.800 metros. Presena de 2/3 das espcies de cetceos (golf inhos e baleias) registrados para a costa brasileira. Altos nveis de captura acidental de Pontoporia blainvillei em atividades pesqueiras - rea de Importncia Biolgica Extrema

- Baa de Guanabara, RJ - Existncia de uma populao de Sotalia guianensis com alto grau de residncia, em declnio - rea de Importncia Biolgica Muito Alta

- Baa de Sepetiba, RJ - rea de ocorrncia dos maiores grupos de Sotalia guianensis (mais de 200 indiv duos) na costa brasileira - rea de Importncia Biolgica Muito Alta

- Baa da Ilha Grande. RJ - Alta diversidade de espcies de mamferos marinhos, incluindo pequenos cetceos e grandes baleias - rea de Importncia Biolgica Muito Alta

- Canania - Iguape, SP - Sistema estuarino e manguezais. Alta densidade populacional de guianensis em uma rea relativamente bem conservada - rea de Importncia Biolgica Muito Alta

- Babitonga, SC - Baa costeira relativamente fechada. Ocorrncia regular de Pontoporia blainvillei - rea de Importncia Biolgica Alta

- Anhatomir im, SC - Enseada da Baa Norte de Florianpolis. Limite sul da distribuio geogrfica da espcie Sotalia guianensis; ocorrncia de espcies ameaadas como Pontoporia blainvillei - rea de Importncia Biolgica Alta

- Litoral Centro-sul de Santa Catarina, SC - Regio de baas e enseadas, estendendo-se at a isbata de 50 metros. rea mais importante de reproduo e nascimento de Eubalaena australis na costa brasileira - rea de Importncia Biolgica Extrema

- lha dos Lobos, RS - Ilha rochosa costeira e guas circundantes at 500 metros. O mais importante ponto de concentrao de Otaria flavescens e Arctocephalus australis no litoral brasileiro - rea de Importncia Biolgica Extrema

- Tramanda, RS e Laguna, SC - Regio estuarina, incluindo desembocaduras de rios e lagoas do sul do Brasil. rea apresentando o fenmeno nico de interao entre a pesca artesanal com tarrafas e populaes de Tursiops truncatus - rea de Importncia Biolgica Muito Alta

- Santa Marta - Chu, SC e RS - Regio costeira aberta, estendendo-se at a isbata de 35 metros, do Chu ao farol de Santa Marta. rea de altas taxas de mortalidade acidental em redes de pesca de Pontoporia blainvillei, espcie de distribuio extremamente restrita e ameaada de extino - rea de Importncia Biolgica Extrema

- Molhe Leste, RS - Municpio de So Jos do Norte. Molhe artif icial localizado na entrada da Lagoa dos Patos. Um dos nicos locais de reproduo de Otaria flavescens no litoral brasileiro - rea de Importncia Biolgica Alta

rea de Restrio Temporria para Pesquisa Ssmica: Per odo de reproduo de baleia-jubarte - entre 01 de julho e 30 de novembro, em profundidades inferiores a 500m, nos Estados de Sergipe, Bahia e Esprito Santo. Per odo de reproduo de baleia-franca - entre 01 de junho e 15 de dezembro, da Regio costeira do municpio de Tijucas/SC at o Balnerio de Quinto, municpio de Palmares do Sul/RS, incluindo a Ilha de Santa Catarina at 10 milhas nuticas da costa e da Ilha de Santa Catar ina.

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MEIO SOCIOECONMICO - Descrio das Principais Atividades Econmicas, Pesca,

Petrleo e Turismo O Programa Costa Sul-sudeste est inserido em parte da Bacia Sedimentar do Esprito Santo, em toda a Bacia de Campos, toda Bacia de Santos e Bacia de Pelotas. Desta forma, os Municpios costeiros dos Estados do Esprito Santo (de Vitria a Presidente Kennedy), Rio de Janeiro, So Paulo, Paran, Santa Catarina e Rio Grande do Sul so considerados como inseridos na rea de influncia da atividade de pesquisa ssmica. Somando todos os municpios que esto na rea de influncia, obtm-se uma extenso de 38.231 km2 e uma populao de 12.271.937 habitantes distribudos conforme apresentado na Tabela 3, a seguir.

Tabela 3 - Populao Estimada, rea e Densidade Demogrfica dos Municpios da rea de Influncia da Atividade de Pesquisa Ssmica - (Fonte IBGE, 2007)

EESSTTAADDOO MUNICIPIO POPULAO REA (Km2)

DENSIDADE DEMOGRFICA (Habitantes/km2)

EEsspprr iittoo SSaannttoo

Vitria 314.042 93 3377

Vila Velha 398.068 209 1905

Guarapari 98.073 592 166

Anchieta 19.459 405 48

Pima 16.249 74 220

Itapemirim 30.833 557 55

Maratazes 31.221 135 231

Presidente Kennedy 10.307 586 18

SSuubbttoottaall 918.252 2.651 346

RRiioo ddee JJaanneeiirr oo

So Francisco de Itabapoana 46.024 1.111 41

So Joo da Barra 28.609 459 62

Campos dos Goytacazes 426.212 4.032 106

Maca 156.410 1.216 129

Rio das Ostras 47.819 231 207

Armao dos Bzios 23.011 69 333

Arraial do Cabo 26.390 152 174

Cabo Frio 159.685 401 398

Saquarema 61.591 355 173

Maric 95.653 362 264

Niteri 474.002 129 3674

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EESSTTAADDOO MUNICIPIO POPULAO REA (Km2)

DENSIDADE DEMOGRFICA (Habitantes/km2)

RRiioo ddee JJaanneeiirr oo

Rio de Janeiro 6.093.472 1.182 5155

Mangaratiba 29.253 352 83

Angra dos Reis 148.476 800 186

Paraty 32.838 928 35

SSuubbttoottaall 7.849.445 11.779 666

SSoo PPaauulloo

Ubatuba 75.008 712 105

Caraguata tuba 88.815 484 184

So Sebastio 67.348 403 167

Ilhabela 23.886 348 69

Bertioga 39.091 492 79

Guaruj 296.150 143 2071

Santos 418.288 280 1494

So Vicente 323.599 148 2186

Praia Grande 233.806 149 1569

Mongagu 40.423 143 283

Itanham 80.778 599 135

Perube 54.457 326 167

Iguape 28.977 1.981 15

Canania 12.039 1.242 10

Ilha Comprida 8.875 189 47

SSuubbttoottaall 1.791.540 7.639 235

PPaarr aann

Guaraqueaba 7.732 2.019 4

Paranagu 133.559 827 161

Pontal do Paran 16.625 201 83

Matinhos 23.357 117 200

Guaratuba 30.793 1.326 23

SSuubbttoottaall 212.066 4.490 47

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EESSTTAADDOO MUNICIPIO POPULAO REA (Km2)

DENSIDADE DEMOGRFICA (Habitantes/km2)

SSaannttaa CCaattaarr iinnaa

Itapo 10.719 257 42

So Francisco do Sul 37.613 493 76

Balnerio Barra do Sul 7.278 110 66

Barra Velha 18.575 140 133

Piarras 13.760 99 139

Penha 20.868 59 354

Navegantes 52.638 111 474

Itaja 163.218 289 565

Balnerio Cambori 94.344 46 2051

Itapema 33.766 59 572

Porto Belo 13.232 93 142

Bombinhas 12.456 34 366

Tijucas 27.804 277 100

Governador Celso Ramos 12.175 93 131

Florianpolis 396.723 433 916

Garopaba 16.399 115 143

Imbituba 36.231 185 196

Laguna 50.179 441 114

Ararangu 57.119 304 188

Balnerio Arroio do Silva 8.089 94 86

Balnerio Gaivota 7.307 148 49

Passo de Torres 5.313 95 56

SSuubbttoottaall 1.095.806 3.975 276

RRiioo GGrr aannddee ddoo SSuull

Torres 32.358 162 200

Arroio do Sal 6.635 121 55

Capo da Canoa 37.405 97 386

Xangri-l 10.602 61 174

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EESSTTAADDOO MUNICIPIO POPULAO REA (Km2)

DENSIDADE DEMOGRFICA (Habitantes/km2)

RRiioo GGrr aannddee ddoo SSuull

Imb 14.940 40 374

Tramanda 39.891 144 277

Cidreira 10.883 246 44

Balnerio Pinhal 10.517 104 101

Mostardas 11.903 1.983 6

Tavares 5.160 604 9

So Jos do Norte 24.905 1.118 22

Rio Grande 194.351 2.814 69

Chu 5.278 203 26

SSuubbttoottaall 404.828 7.697 53

CCoossttaa SSuull--SSuuddeessttee TToottaall 12.271.937 38.231 321 O Estado do Rio de Janeiro apresenta o maior nmero de habitantes da rea de influncia, enquanto o Estado do Paran apresenta o menor nmero de habitantes e a menor densidade demogrfica da costa sul-sudeste. Considerando o nmero total de habitantes e a soma de todas as reas dos munic pios inseridos na rea de influncia, a densidade demogrfica de toda a regio sul-sudeste de 321 hab/m (habitantes por metro quadrado). Os Estados do Rio de Janeiro, Espr ito Santo, Santa Catarina e So Paulo apresentam os maiores nmeros de habitantes por metro quadrado da regio e, portanto, inf luenciam signif icativamente a densidade demogrfica da rea do levantamento. A ocupao da zona costeira destes Estados intensa, chegando a exceder a capacidade de suporte habitacional em alguns dos munic pios, mesmo desconsiderando-se a populao f lutuante. Na rea onde sero realizadas as pesquisas ssmicas, as principais atividades econmicas desenvolvidas so: - turismo; - explorao e produo de petrleo e gs; - navegao; e, - pesca. As atividades econmicas regionais so condicionadas pelos ecossistemas costeiros e mais especif icamente pelos esturios dos rios. Estes sistemas concentram elevada importncia socioeconmica por diversos fatores, dentre os quais so citados: alta produtividade, posio estratgica para instalaes porturias, industriais e grandes cidades litorneas, alm da beleza paisagstica. Estes componentes esto presentes ao longo da costa e aparentemente no so afetados diretamente pela atividade da pesquisa ssmica.

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O turismo de lazer nutico, muito comum na rea de influncia, possivelmente, sofrer pouco ou nenhum impacto direto das atividades de pesquisa ssmica. Costumeiramente essa atividade de lazer, limita-se s guas bem prximas da linha de costa. Os esturios dos grandes rios, como o Paraba do Sul no Rio de Janeiro e de outros menores, onde se destaca o setor pesqueiro com suas Colnias de Pescadores e reas preferenciais de pesca, encontram-se assinalados no Mapa RIAS 3. TURISMO Regio Sudeste O Estado do Esprito Santo conta com a versatilidade de ter o clima de montanha a menos de duas horas da praia, construes histricas, belezas naturais, construes e at cidades inteiras, fundadas por imigrantes italianos e alemes, completamente preservadas, dentre outras atraes. As cidades mais visitadas so: Vitria, Vila Velha, Serra, Guarapari, Linhares, Iriri, So Mateus, Maratazes, Conceio da Barra, incluindo as dunas e a vila de Itanas (Figura 33). O Estado do Rio de Janeiro internacionalmente conhecido pela beleza de suas praias e morros, alm de ser um grande plo de turismo cultural, pr incipalmente na Capital. No sul do estado, a cidade de Paraty, com sua arquitetura colonial e Angra dos Reis, com suas ilhas e Ilha Grande so os destaques. Ao norte do estado, so muito procuradas as praias da regio dos Lagos, com Bzios, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Rio das Ostras. As cidades mais visitadas do Estado so Rio de Janeiro, Niteri, Paraty, Angra dos Reis, So Gonalo, Cabo Frio, Rio das Ostras e Bzios (Figura 33).

Figura 33 Cidade de Vila Velha (ES) esquerda e a Baa de Guanabara (RJ) Esquerda

A Baixada Santista a principal rota do turismo dentre as trs Regies Metropolitanas (So Paulo, Baixada Santista e Campinas) e 14 Regies Administrativas (Araatuba, Barretos, Bauru, Campinas, Central, Franca, Mar lia, Presidente Prudente, Registro, Ribeiro Preto, So Jos do Rio Preto, So Jos dos Campos, Sorocaba) que o Estado de So Paulo possui. A cidade de Santos possui algumas das praias mais visitadas, juntamente com Ilhabela, Ubatuba e Caraguatatuba (Figura 34). (Fonte: IGC - Instituto Geogrfico e Cartogrfico do Governo do Estado de So Paulo).

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Figura 34 Praia de Ilhabela (SP) esquerda e Praia de Ubatuba (SP) direita

Regio Sul No Paran, as praias de Caiob, Matinhos, Guaratuba, Pontal do Paran e Praia de Leste so as mais freqentadas do Estado e mais procuradas por turistas ao longo do ano, quando parte da populao vai para o litoral fugindo do frio do planalto. Paranagu se destaca pela beleza da paisagem que formada por mata preservada, quedas-dgua e abismos. De lancha, pela baa de Paranagu, pode-se alcanar a ilha do Mel onde a histria e a natureza se misturam (Figura 35).

Figura 35 Ilha do Mel (PR)

O Estado de Santa Catarina possui um litoral de belas de praias, baas, enseadas e dezenas de ilhas. Florianpolis uma cidade de edif icaes modernas e sofisticadas, marcada pela forte presena dos jovens, dos esportes nuticos e dos campeonatos de surfe. As altas temperaturas do vero, que atraem inmeros visitantes para suas lindas praias, espalhadas por destinos como Balnerio Cambori, Bombinhas e Garopaba (Figura 36).

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Figura 36 Balnerio Cambori (SC)

O Rio Grande do Sul um estado com vastas opes de turismo. As praias do litoral norte na cidade de Capo da Canoa, Tramanda e Torres so as mais conhecidas, esta ltima apresentando falsias. So trs pedras que f icam na beira do mar, sendo que uma delas avana mar a dentro em uma altura de 30 metros (Figura 37).

Figura 37 Praia de Torres (RS)

Ao Norte, o litoral do Estado nasce em uma pequena faixa entre o mar e a serra, onde se encontra o maior cordo de lagos da Amrica Latina. So cerca de 50 lagos que se ligam atravs de rios e canais. No sul, encontra-se o maior complexo lacustre do mundo, constitudo pela Lagoa dos Patos e Lagoa Mirim, as duas maiores do Brasil. Nesse ponto, passa a ser acompanhado por reas de reservas naturais de preservao que vo at o extremo sul do Brasil, na cidade de Chu. A costa retilnea, com cerca de 622 Km de extenso, constituindo uma das mais extensas e contnuas praias arenosas do mundo, na qual o visitante encontra rios, praias de gua doce, mar aberto, dunas mveis e f ixas, com mais de 10 metros de altura, lagos e serra, um complexo nico e de rara beleza.

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EXPLORAO E PRODUO DE PETRLEO E GS Bacia do Esprito Santo Nesta Bacia foi perfurado o primeiro poo offshore (ocenico) do Brasil (1 ESS 1 1968). A primeira descoberta realizada nesta bacia foi no Campo de Cao (1977). Em 1988 e 1997 deu-se a descoberta dos campos de Cango e Pero, respectivamente. Em 1999 a perfurao do primeiro poo em guas profundas. Em 2003 a descoberta do Campo de Golf inho (produo: aproximadamente 60.000 barris/dia). Em 2006, na Bacia do Esprito Santo, foram definidas quatro novas reas no mar e trs na poro terrestre da bacia, todas operadas pela Petrobras. Foram definidos os novos campos de gs de Carap e Camarupim, e mais duas reas de gs natural e leo leve a serem anexadas aos campos de Golf inho e Canap. As estimativas de volumes recuperveis so de cerca de 168 milhes de barris. Bacia de Campos O poo pioneiro da Bacia de Campos foi o 1-RJS-9-A, perfurado em 1976, a uma lmina d'gua de 100 metros, no que viria a ser o Campo de Garoupa. A explorao comercial iniciou em 1977, com o Campo de Enchova, com uma produo de 10 mil barris por dia em uma plataforma flutuante. As primeiras plataformas utilizadas eram do t ipo f ixa, presas no fundo do mar. medida que a explorao alcanou lminas d'gua mais profundas, foram desenvolvidos outros conceitos de unidades de produo f lutuantes, como os FPSOs (plataforma flutuante). Em 2007, a Bacia de Campos completou 30 anos de produo e abriga cerca de 80% das reservas de petrleo j descobertas pela Petrobras no Brasil. Hoje em dia so extrados diariamente cerca de 1,49 milho de barris de leo e 22 milhes de metros cbicos de gs em 55 campos. Operam na regio 45 plataformas mar timas das quais 41 de produo e quatro de processamento de petrleo. As previses para 2010 que a produo aumente para 1,8 milho de barris de leo por dia e 34,6 milhes de metros cbicos de gs. Atualmente responsvel por aproximadamente 84% da produo nacional de petrleo. Bacia de Santos Em 2006, trs reas operadas pela Petrobras no antigo bloco BS-500 foram declaradas comerciais, resultando nos campos de leo e gs natural de Tambuat, Pirapitanga e Carapi, e uma rea no antigo bloco BS-400. As estimativas de volumes recuperveis nessas reas somam cerca de 560 milhes de barris. Bacia de Pelotas At hoje, foram poucas as perfuraes feitas na Bacia de Pelotas e no se constatou a presena de indicadores favorveis para a concentrao de leo no sedimento. As caractersticas da Bacia so semelhantes s encontradas em outros trechos do litoral brasileiro, como nas Bacias de Sergipe/Alagoas, Esprito Santo e Campos, a principal produtora de petrleo brasileira com explorao no oceano e, portanto, a Bacia de Pelotas considerada como uma nova fronteira.

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SETOR PESQUEIRO A pesca no Brasil est entre as quatro maiores fontes de protena animal para o consumo humano no pas, sendo responsvel pela gerao de 800 mil empregos diretos. Alm disso, o parque industrial composto por cerca de 300 empresas relacionadas captura e ao processamento do pescado. A atividade pesqueira mar tima do Brasil, segundo sua f inalidade ou categoria econmica, pode ser classif icada em: pesca amadora, pesca de subsistncia, pesca artesanal ou de pequena escala e pesca empresarial/industrial (fonte: GEOBRASIL 2002, 2006). A Tabela 4 apresenta as caractersticas dos tipos de pesca mar tima encontrados no Brasil.

Tabela 4 - Tipos de Pesca Martima encontradas no Brasil e suas Respectivas Caractersticas

TIPOS DE PESCA CARACTERSTICAS

Pesca Amador a

praticada ao longo de todo o litoral brasileiro, com a finalidade de turismo, lazer ou desporto, e o p roduto da atividade no pode ser comercializado ou industrializado (DIAS-NETO & DORNELLES, 1996 apud GEOBRASIL 2002, 2006).

Pesca de Subsistncia ex ercida com o objetivo de obteno do alimento, no tendo finalidade comercial e praticada com tcnicas rudimentares (DIAS-NETO & DORNELLES, 1996 apud GEOBRASIL 2002, 2006)

Pesca Ar tesanal ou de

Pequena Escala

Contempla tanto as capturas com o objetivo comercial, associado obteno de alimento para as famlias dos participantes, como o da pesca com o objetivo essencialmente comercial. Pode, inclusive, ser alternativa sazonal ao praticante, que se dedica durante parte do ano agricultura - pescador/agricultor (DIAS-NETO & DORNELLES, 1996 apud GEOBRASIL 2002, 2006). A pesca artesanal ou de pequena escala parte de um processo de trabalho baseado na unidade familiar, ou no grupo de vizinhana. Tem como fundamento o fato de que os produtores so proprietrios de seus meios de produo (redes, anzis etc.).

Pesca Empr esar ial Desenvolvida por

Amador es de Pesca

Caracteriza-se pelo fato de os proprietrios das embarcaes e dos pet rechos de pesca os armadores no participarem de modo direto do processo produtivo, funo delegada ao mestre da embarcao. Estas so de maior porte e raio de ao que aquelas utilizadas pela pequena escala e ex igem certa diviso de trabalho entre os tripulantes mestre, cozinheiro, gelador, maquinista, pescador, etc. Alm dos seus motores p ropulsores, dispem ainda de certos equipamentos aux iliares pesca, exigindo algum treinamento formal para dete rminadas funes que, no en tanto, no substituem completamente o saber-fazer dos pescadores e, sobretudo, do mestre, que o emprega da mesma forma que os pescadores de pequena escala, grupo social do qual, em geral, provm. A mo-de-obra, como na pesca de pequena escala, continua a ser remunerada pelo sistema de partes, ainda que para algumas funes possam ex istir formas de assalariamento complementar.

Pesca Empr esar ial ou

Industr ial

Neste tipo, a empresa proprietria tanto das embarcaes, como dos petrechos de pesca. organizada em diversos setores e, em alguns casos, integra verticalmente a captura, o beneficiamento e a comercializao. As embarcaes dispem de Mecanizao no s para deslocamento, mas tambm para o desenvolvimento das fainas de pesca, como o lanamento e recolhimento de redes e, em alguns casos, beneficiamento do pescado a bordo, o que no acontece com as artesanais. A mo-de-obra, embora recrutada em sua maioria entre pescadores de pequena escala ou nos barcos de armadores, necessita de treinamento especfico para a operao da maquinaria que vem substituir de manei ra mais profunda o saber-fazer adquirido pela t radio. da prtica comum o regime de salrio mensal ou semanal, embora apenas como um piso mnimo, pois ainda predomina o pagamento de partes, que passam a ser calculadas sobre o valor global da produo.

(Fonte: GEOBRASIL 2002, 2006)

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Nmero de Pescadores, Tipos de Embarcaes e Artes e reas de Pesca Costa Sudeste ESPRITO SANTO O Esprito Santo possui 14 munic pios litorneos, ao longo de aproximadamente 470 km. Levando-se em considerao a atividade pesqueira praticada no Estado, observa-se que a mesma ocorre com intensidade em 13 dos 14 munic pios costeiros, onde so encontradas 54 localidades em que ocorrem desembarques de pescado, embora nem todas sejam expressivas. (Figura 38)

Figura 38 - Mapa do Estado do Esprito Santo, com indicao dos principais pontos de desembarque (Fonte: IBAMA, 2006)

A pesca no Esprito Santo uma atividade de grande relevncia para a economia do estado, uma vez que responsvel pela gerao de aproximadamente 14.000 empregos diretos e 5.000 indiretos, sendo a principal fonte de emprego e renda em alguns municpios, como Maratazes, Itapemirim (Distrito de Itaipava), Pima e Conceio da Barra. Entre as espcies capturadas merecem destaque: o dourado, atuns e afins, cioba, realito, badejo, garoupa, caes, pero, cato, pargo, lagosta e o camaro-sete-barbas.

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Alguns munic pios apresentam caractersticas prprias em suas pescarias que os distinguem dos demais, como o caso de: Maratazes, onde se concentra grande parte da pesca da lagosta; Itapemirim, no Distrito de Itaipava, predomina a pesca de atuns; e, Conceio da Barra, onde a quase totalidade da frota opera na pesca do camaro. A frota pesqueira do Esprito Santo constituda de canoas a remo, embarcaes sem convs motor izadas, que variam de 5,0 a 6,5 metros de comprimento e de embarcaes com convs motor izadas, medindo entre 7,0 e 20,0 metros, como pode ser observado na Tabela 5.

Tabela 5 - Distribuio da Frota Pesqueira Artesanal (Marinha e Estuarina) por Municpio no Esprito Santo no Ano de 2005

MMUUNNIICCPPIIOO

BBOOTTEE

SSEEMM

CCAA

BBIINNEE

BBOOTTEE

CCOOMM

CCAA

BBIINNEE

CCAACC

OO

CCAANNOO

AA

BBAALLEE

EEIIRRAA

BBAARRCC

OO DDEE

EEMM

AALLHHEE

BBAARRCC

OO DDEE

AARR

RRAASSTT

OO

BBAAIITT

EEIIRRAA

AATTUUNN

EEIIRROO

EE

EESSPPII

NNHHEELL

PPRRAANN

CCHHAA

TTOOTTAA

LL

%%

Anchieta 23 54 3 5 0 0 0 0 0 0 85 8,59 Guarapari 20 19 1 0 27 1 0 0 0 0 68 6,88 Itapemirim 95 128 1 3 11 0 2 0 0 0 240 24,27 Marataizes 73 106 1 0 43 0 0 0 0 0 223 22,55 Pima 2 157 3 0 0 0 0 0 0 0 162 16,38 Vila Velha 10 32 3 31 5 51 2 13 5 0 152 15,37 Vitria 5 21 0 4 12 1 0 1 0 15 59 5,97 TOTAL 228 517 12 43 98 53 4 14 5 15 989 % 23,05 52,28 1,21 4,35 9,91 5,36 0,40 1,42 0,51 1,52

(Fonte: ESTATPESCA, 2006)

Analisando os dados da frota do Esprito Santo, podemos notar que o munic pio de Itapemirim apresenta a maior frota motorizada do Estado. Esta frota desembarca seu pescado, na maior parte do ano, no Distrito de Itaipava, onde existe uma considervel estrutura e logstica de apoio pesca, com uma associao de pescadores e uma colnia de pescadores. Existem algumas embarcaes dessa comunidade que costumam trabalhar em outros Estados. Segundo o Presidente da Associao de Pescadores e Armadores do Distrito de Itaipava, que conta com 146 embarcaes associadas e que representam 1022 pescadores e armadores, o distrito exporta pescadores e embarcaes para quase todo o Brasil. Existem embarcaes de Itaipava trabalhando at no Estado do Par, mas, quando fora do Esprito Santo, costumeiramente so encontrados desembarcando pescados no Estado do Rio de Janeiro (Cabo Frio e Niteri). Maratazes aparece em segundo, com um total de 233 embarcaes levantadas no Relatrio Final do Projeto de Monitoramento da Atividade Pesqueira no Litoral do Brasil. No Estado, o tipo de embarcao utilizada com maior freqncia o bote com cabine (517), sendo as maiores embarcaes empregadas na pesca no Estado, perdendo em tamanho e/ou arqueao bruta apenas para os atuneiros. Artes de pesca tpicas do Estado (Fonte: NETTO & BENEDITTO, 2007) Arrasto de praia O arrasto de praia composto por um pano de rede retangular com bias na tralha superior e pesos na tralha inferior. Em cada extremidade da rede a tralha superior e inferior se f ixam por um p-de-galinha, que esto ligados aos cabos de arrasto para que sejam utilizadas no seu deslocamento. O comprimento do pano de rede de aproximadamente 300m e a altura de 3m.

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H cerca de 200 bias com 7,5cm de dimetro na tralha superior e 300 chumbadas de 50g na tralha inferior. A malha pode variar entre 6,5 a 10cm, medida esticada entre ns no adjacentes, e a espessura da linha de poliamida de 0,4mm. O ensacador central apresenta malha de 2,5cm, medida esticada entre ns no adjacentes. Em geral, o arrasto de praia direcionado para captura de cardumes que se distribuem prximos costa. A partir da sua localizao pelos pescadores, o cardume cercado com uma das extremidades da rede, e o artefato ento conduzido de volta praia. Ambos os cabos de arrasto so puxados em conjunto pelos pescadores para promover o cerco. Comumente utilizada nos municpios de: Vila Velha, Anchieta, Itapemirim ( Itaipava) e Maratazes. As principais espcies alvo de valor comercial so: Tainha (Mugil liza) e Sardinha (Sardinella brasiliensis).

Figura 39 Sardinha (Sardinella brasiliensis)

Redes, agrupamento dos arrastos rebocados Rede de balo A rede de balo consiste num artefato de formato cnico, subdividido em corpo, asas e ensacador. Bias esto presentes na tralha superior e pesos na tralha inferior. Alm disso, portas de madeira so acopladas s asas laterais, de modo que as asas se mantenham abertas durante o deslocamento da embarcao. Em alguns casos, uma corrente de ferro disposta a um metro de distncia da entrada da boca da rede com o objetivo de revolver o substrato. Atravs das asas se prolongam cabos que mantm a rede presa embarcao durante a realizao do arrasto. O comprimento da rede de 1