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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO RELATÓRIO TÉCNICO 1 O PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA NA DEFINIÇÃO DOS OBJETOS DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS André Moreira de Araujo [email protected] UFF/ICHS Resumo Os contratos administrativos são ferramentas necessárias para a Administração Pública desenvolver suas atividades, através da regulação de suas contrações. Para tanto, precisam atender ao princípio constitucional da eficiência. Através da análise de um contrato administrativo que apresentou erro na definição do seu objeto e assim desencadeou diversos problemas que impediram a entidade estudada de ser eficiente em sua contratação, foi possível identificar as causas e traçar um plano de ação para evitar que os mesmos erros sejam repetidos e até outros possam ser evitados, alcançando assim não só o sucesso na contratação pretendida, como também o alcance do objetivo em atender ao principio da eficiência. Palavras-chave: Objeto do contrato administrativo; Eficiência; Administração Pública. 1 Introdução A Administração Pública, no desempenho de suas atividades, necessita formalizar suas relações contratuais, tais como: compra e venda, prestação de serviços, locação, concessão, etc., através de contratos administrativos. Quando da caracterização do objeto que será atendido pelo contrato, a Administração Pública muitas vezes identifica uma necessidade de locação de um bem como uma prestação de serviço ou define como compra e venda uma concessão de área, além de outras confusões com o objeto contratual que acabam por alterar sua natureza jurídica. Os erros nos objetos dos contratos administrativos alcançam não só a questão tributária, mas também a eficiência e a moralidade administrativa, sendo necessária uma atenção especial no momento em que se está formalizando uma nova contratação. Este tipo de situação pode gerar prejuízos no orçamento público e na imagem da instituição, além de uma significativa perda de sua eficiência, por conta dos trabalhos que precisam ser realizados novamente e as possíveis ações judiciais que pode ter que enfrentar. Diante deste quadro, verifica-se que há grande possibilidade de erros serem cometidos quando da definição dos objetos dos contratos administrativos. Erros que podem interferir na tributação dos objetos ou até mesmo na execução dos contratos. Assim, o objetivo deste relatório é apresentar uma análise de um contrato administrativo de uma estatal federal onde se verifica que uma errônea definição do objeto apresenta prejuízos diretos e indiretos à eficiência administrativa. Ao final, será possível identificar que ferramentas da administração podem, e devem ser utilizadas para identificar problemas e apresentar soluções.

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO

1

O PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA NA DEFINIÇÃO DOS OBJETOS DOS

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

André Moreira de Araujo – [email protected] – UFF/ICHS

Resumo

Os contratos administrativos são ferramentas necessárias para a Administração Pública

desenvolver suas atividades, através da regulação de suas contrações. Para tanto, precisam

atender ao princípio constitucional da eficiência. Através da análise de um contrato

administrativo que apresentou erro na definição do seu objeto e assim desencadeou diversos

problemas que impediram a entidade estudada de ser eficiente em sua contratação, foi

possível identificar as causas e traçar um plano de ação para evitar que os mesmos erros sejam

repetidos e até outros possam ser evitados, alcançando assim não só o sucesso na contratação

pretendida, como também o alcance do objetivo em atender ao principio da eficiência.

Palavras-chave: Objeto do contrato administrativo; Eficiência; Administração Pública.

1 – Introdução

A Administração Pública, no desempenho de suas atividades, necessita formalizar suas

relações contratuais, tais como: compra e venda, prestação de serviços, locação, concessão,

etc., através de contratos administrativos.

Quando da caracterização do objeto que será atendido pelo contrato, a Administração

Pública muitas vezes identifica uma necessidade de locação de um bem como uma prestação

de serviço ou define como compra e venda uma concessão de área, além de outras confusões

com o objeto contratual que acabam por alterar sua natureza jurídica.

Os erros nos objetos dos contratos administrativos alcançam não só a questão

tributária, mas também a eficiência e a moralidade administrativa, sendo necessária uma

atenção especial no momento em que se está formalizando uma nova contratação. Este tipo de

situação pode gerar prejuízos no orçamento público e na imagem da instituição, além de uma

significativa perda de sua eficiência, por conta dos trabalhos que precisam ser realizados

novamente e as possíveis ações judiciais que pode ter que enfrentar.

Diante deste quadro, verifica-se que há grande possibilidade de erros serem cometidos

quando da definição dos objetos dos contratos administrativos. Erros que podem interferir na

tributação dos objetos ou até mesmo na execução dos contratos.

Assim, o objetivo deste relatório é apresentar uma análise de um contrato

administrativo de uma estatal federal onde se verifica que uma errônea definição do objeto

apresenta prejuízos diretos e indiretos à eficiência administrativa. Ao final, será possível

identificar que ferramentas da administração podem, e devem ser utilizadas para identificar

problemas e apresentar soluções.

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2 – Apresentação do Caso

A estatal analisada é uma empresa de economia mista vinculada ao Ministério de

Minas e Energia, dedicada a geração e transmissão de energia elétrica. Como uma empresa

pertencente à Administração Indireta da União, está submetida aos ditames da legislação

pertinente a contratação pública como licitações e contratos administrativos, além de obedecer

aos princípios norteadores da Administração Pública. No desenvolvimento de suas atividades

a entidade necessita efetuar diversas contratações e administrar contratos oriundos dessas

contratações.

Quando da caracterização do objeto que será atendido pelo contrato, a Estatal muitas

vezes identifica uma necessidade de locação de um bem como uma prestação de serviço ou

define como compra e venda uma concessão de área, além de outras confusões com o objeto

contratual que acabam por alterar sua natureza jurídica.

Os erros nos objetos dos contratos administrativos alcançam não só a questão

tributária, mas também a eficiência e a moralidade administrativa, sendo necessária uma

atenção especial no momento em que se está formalizando uma nova contratação. Este tipo de

situação pode gerar prejuízos no orçamento público e na imagem da instituição, além de uma

significativa perda de sua eficiência, por conta dos trabalhos que precisam ser realizados

novamente e as possíveis ações judiciais que pode ter que enfrentar.

Este relatório analisou o contrato formalizado para contratação de empresa que

efetuasse a locação de equipamentos reprográficos que seriam utilizados em diversas unidades

da estatal. De início, verifica-se que o objeto do contrato já fora definido de forma errônea ao

ser escrito como “prestação de serviços de reprografia”, o que também levou ao

enquadramento errado da contratação no sistema de gestão empresarial – ERP (Enterprise

resource planning – ERP, é um tipo de software de informática que significa: planejamento de

recursos empresariais.) utilizado pela empresa.

Embora pareça ser apenas um erro gramatical, tal equívoco trouxe diversos

inconvenientes para a Administração, ao definir uma contratação com a natureza diferente da

qual realmente se destina. Isto porque diversos foram os problemas causados, entre erros na

forma de tributar a contratação, erros na forma de escolher o licitante vencedor e erros na hora

de realizar os pagamentos ao contratado.

A forma como fora pensada a execução do objeto para atender a necessidade da

Administração era a seguinte: a empresa a ser contratada iria disponibilizar os equipamentos

reprográficos conforme as características e locais definidos, entregando as máquinas,

conforme combinado e apenas recolhendo ao final do contrato. Caso algum equipamento

apresentasse defeito, teria um prazo para apresentar um substituto com as mesmas

características. Diante disto, não se identificou nenhuma prestação de serviço pela contratada.

A única obrigação que esta possuía era entregar o bem estipulado e garantir que reposição

sempre que necessário, não havendo nenhum serviço efetivamente prestado, somente a

disponibilização de equipamentos conforme características definidas. A contratante apenas se

comprometia a devolver os equipamentos na data estipulada e sem nenhuma avaria por mau

uso. Um caso típico de locação e não uma prestação de serviços, já que não ocorria nenhuma

contrapartida direta.

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Uma das maiores diferenças entre a prestação de serviços e a locação de bens móveis e

a forma de tributação. Enquanto uma sofre incidência de imposto com alíquotas que variam

de 2 a 5%, a outra não é fato gerador do mesmo tributo, o que leva a custos diferenciados e

consequentemente a valores finais igualmente diferentes.

Desde o início, quando da definição da necessidade da Administração, fora cometido o

erro na elaboração do objeto a ser contratado. Quando os responsáveis pelo início do processo

identificaram o objeto a ser contratado, entenderam tratar-se de uma prestação de serviços,

pois acreditavam que a empresa a ser contratada seria uma prestadora de serviços

reprográficos. Desta forma, definida como uma prestação de serviços, iniciaram os

procedimentos com a elaboração de orçamento balizador para a licitação e também a inclusão

da requisição de contratação no sistema ERP.

Neste momento, a errônea definição da natureza contratual influi diretamente no valor

a ser orçado para o certame. Pois, a Administração precisa de um parâmetro quando realiza

uma licitação, visando obter valores balizadores para a aceitação de propostas de acordo com

valores de mercado. Assim, uma vez que a prestação de serviços é tributada pelo ISS na

alíquota de 5% do valor de faturamento, a locação de bens móveis não sofre incidência desse

imposto. Com isto, pode-se dizer que o valor orçado para esta contratação estava acima do

realmente necessário para a realização do serviço.

Outro erro identificado nesta contratação foi a consequente escolha de item referente a

prestação de serviços, no lugar de locação de bem, no sistema ERP, onde fora elaborada uma

requisição de compra, lançado o valor orçado e efetuada a reserva orçamentária necessária ao

andamento do processo. Aqui se identifica que o a escolha errônea de itens interferiu na

classificação orçamentária do orçamento e, quando do pagamento ao contratado, também

acarretou em tributação divergente da realidade contratada e executada.

Além disso, quando da publicação do edital do certame, os interessados em prestar

este serviço para a Administração Pública, se deparam com um orçamento que estava levando

em consideração o a cobrança do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS sobre

os valores a serem faturados. Aqui, pode ser identificado que caso o licitante entendesse que o

objeto a ser contratado tratava-se de uma locação de bens sem a incidência de ISS, poderia

decidir por adotar dois caminhos, tanto poderia apresentar o valor de sua proposta abaixo do

estimado pela estatal, como também poderia optar por aumentar o percentual do seu lucro,

uma vez que na rubrica ISS não apresentaria nenhum custo. Neste último exemplo, caso a

Administração contratasse este licitante nestas condições, estaria pagando um preço maior

que o realmente necessário, uma vez que apresentou um orçamento superestimado por conta

de levar em consideração o valor do ISS.

Acontece que, no caso em análise, o licitante também se equivocou ao apresentar sua

proposta, pois levou em consideração o ISS na formação dos seus custos, já que, igualmente a

empresa analisada, também acreditava tratar-se de uma prestação de serviços. Desta forma, o

contrato fora assinado como se prestação de serviços fosse e assim fora durante toda a sua

execução.

Isto posto, verifica-se que a estatal acabou pagando pela contratação um valor 5%

acima do que realmente era necessário pagar, a título de um imposto que não incidiria se o

objeto fosse corretamente definido desde o início. Tal informação vai de encontro aos

princípios da contratação pública como “busca pela proposta mais vantajosa” e “eficiência”.

Não obstante tratar-se de um caso isolado, cabe ressaltar que outas contratações também

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apresentaram erro de enquadramento do objeto o que gerou transtornos para a Administração

no desempenho de suas atividades implicando na busca pela eficiência de sua atuação no

mercado, principalmente como uma empresa que atua num mercado concorrencial.

Visando facilitar o entendimento da questão, o quadro abaixo demonstra a diferença

constante entre um orçamento com incidência de ISS e outro sem este tributo:

Quadro 1 – Exemplo de como se dá a formação de custos com e sem a incidência do ISS

CUSTO COM

INCIDÊNCIA DO ISS

CUSTO SEM A

INCIDÊNCIA DO ISS

Depreciação do equipamento R$ 2.253,62 R$ 2.253,62

Frete R$ 152,00 R$ 152,00

Mão de obra utilizada R$ 100,00 R$ 100,00

Manutenção do escritório R$ 5.248,53 R$ 5.248,53

Royalties fabricante R$ 1.256,33 R$ 1.256,33

Materiais de escritório R$ 300,00 R$ 300,00

ISS R$ 465,52 R$ -

PIS R$ 60,52 R$ 60,52

COFINS R$ 279,31 R$ 279,31

Valor mensal para 1 equipamento R$ 10.115,84 R$ 9.650,31

Valor mensal para 56 equipamentos R$ 566.486,85 R$ 540.417,50

Valor global para 12 meses R$ 6.797.842,14 R$ 6.485.010,01

Fonte: Elaborado pelo autor

Verifica-se, assim, que caso a estatal enquadrasse corretamente o objeto que pretendia

contratar, não haveria a incidência de ISS no valor a ser faturado pela contratada e com isto a

economia em um ano seria de R$ 312.832,13. Isto, tomando como base apenas um contrato.

Quanto a Administração Pública não poderá estar pagando de forma indevida? Como e o que

precisa ser feito para evitar esta situação na entidade analisada é o objetivo deste relatório.

Respaldado no Referencial Teórico a ser apresentado, será possível verificar que a

instituição da eficiência, como princípio constitucional, demonstra a preocupação do Estado

brasileiro com os resultados, através de uma atuação da máquina administrativa mais

profissional e voltada para a eficácia e eficiência de suas ações.

Além disso, com a adoção de ferramentas de administração gerencial, a nova forma de

governar pressupõe que a Administração e seus agentes deverão ser eficientes, não sendo

admitidas falhas por falta de conhecimento de algum assunto atrelado às tarefas executadas.

Desta forma, a definição dos objetos dos contratos administrativos e a correta forma de

tributar as contratações realizadas devem ser perseguidas pela Administração Pública, por

respeito ao princípio da eficiência, devendo atuar da melhor forma possível, buscando seu

aprimoramento contínuo, garantindo aos administrados não só seus direitos, mas também a

garantia das suas necessidades.

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3 – Referencial Teórico

A correta tributação dos contratos administrativos não costuma ser um tema tratado

pela doutrina tanto do Direito Administrativo, quanto do Direito Tributário, tampouco pelos

autores do tema Administração Pública, talvez pelo fato de ainda não terem percebido a

importância do assunto e suas implicações diretas.

Entretanto, basta uma simples pesquisa pela internet nos editas das diversas entidades

da Administração Pública que fica evidente, por exemplo, a confusão da Administração

licitante quanto à correta definição de um objeto a ser contratado, pois classifica como serviço

a locação de veículos e a disponibilização de operador. Após uma análise da descrição do

objeto a ser contratado e utilização das normativas que regulam os assuntos envolvidos

(Administração Pública, Contratos Administrativos e Tributação) fica evidente a distinção

entre locação e serviço e o equívoco dos termos do edital e a consequente tributação

diferenciada destes dois tipos de operação, permitindo-se verificar que esta confusão pode

onerar os preços dos contratos, causando prejuízo à Administração, por desconhecimento ou

ineficiência, ou até mesmo prejudicar o futuro contratado, imputando-lhe uma tributação

indevida.

3.1 - Administração Pública – conceitos básicos

Administração pública trata-se de um conjunto de órgãos e agentes que atuam em

nome do Estado, executando tarefas estabelecidas em leis e normativas, visando o

funcionamento da máquina pública, ou seja, é a administração ou gestão da coisa pública. O

objetivo sempre deve ser o interesse público, proporcionando o bem estar social e se

sujeitando a prestação de contas sobre os recursos utilizados e as decisões tomadas.

Desta forma, o administrador público precisa atuar dentro dos princípios que regem a

Administração Pública, como o da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da

publicidade e da eficiência, previstos no art. 37 da Constituição Federal. Assim, seu

desempenho deverá obedecer às leis e normativas impostas pelo Estado, deverá agir de forma

imparcial para com os administrados, na ausência de normativa específica deverá se basear na

moralidade administrativa, seus atos deverão ser públicos e toda sua atuação deverá ser

eficiente, buscando o melhor resultado com o menor custo possível, já que é responsável pelo

gasto público.

Para o tema deste trabalho, o princípio da eficiência é o mais importante, pois a busca

pela correta definição dos objetos dos contratos administrativos depende da atuação do

servidor público, que deve sempre pautar a execução de suas tarefas obedecendo todos os

princípios administrativos, mas a eficiência vem a ser a base para uma Administração de bons

resultados na prestação do serviço público.

Para o respeitado administrativista Hely Lopes Meirelles, a eficiência é um dos

deveres da Administração Pública:

O dever de eficiência é o que se impõe a todo agente público de realizar suas

atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da

função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade,

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exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das

necessidades da comunidade e de seus membros (MEIRELLES, 1997, p. 90).

3.2 - Contratos Administrativos

Contrato administrativo é um instrumento onde estão estipuladas todas as obrigações e

também direitos do administrado e da Administração contratante, além da definição do objeto

a ser contratado. São regidos pela Lei nº 8666/93, que define em seu art.1º o seguinte:

Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos

administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade,

compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da

administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações

públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais

entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito

Federal e Municípios (BRASIL, 1993).

Para Meirelles (2012), ao tratar dos contratos administrativos, existem as seguintes

espécies: contrato de obra pública, contrato de serviço, contrato de fornecimento, contrato de

concessão, contrato de gerenciamento, contrato de gestão, contrato de programa, termo de

parceria, contrato de parceria-público-privado/PPP, contrato de franquia postal e contrato de

consórcio público.

Alexandre Mazza (2012) define como os mais importantes tipos de contratos

administrativos os tipos: contrato de obra pública, contrato de fornecimento, contrato de

prestação de serviço, concessão de serviço público, permissão de serviço público, concessão

de serviço público precedida de obra, concessão de uso de bem público, contrato de

gerenciamento, contrato de gestão, termo de parceria, parceria público-privada, consórcio

público, contrato de convênio e contrato de credenciamento.

Já Di Pietro (2009), que trata das modalidades de contratos administrativos em sua

obra, relaciona como sendo os mais utilizados pela Administração Pública: concessão,

contratos de obra pública e de prestação de serviços, contrato de fornecimento, contrato de

gestão.

E, ainda, tem-se a relação de Alexandrino (2008), que em seu livro Direito

Administrativo Descomplicado, trabalha somente com quatro contratos administrativos, que

menciona ser os principais: contrato de obra pública, contratos de serviços, contrato de

fornecimento e contrato de concessão.

Prosseguindo, verifica-se que no art. 54 da já citada lei de licitações, o que os

contratos administrativos devem estabelecer para que atendam aos princípios da

administração pública listados no art. 37 da Carta Magna:

Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas

suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes,

supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições

de direito privado.

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§ 1o Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições

para sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos,

obrigações e responsabilidades das partes, em conformidade com os termos

da licitação e da proposta a que se vinculam (BRASIL, 1993).

Com isso, resta claro que os contratos administrativos devem ser claros e precisos nos

seus termos, não devendo a administração permitir ou contribuir para que haja falhas que

viciem o instrumento e prejudiquem não só o erário público, como também o administrado.

Demonstrando assim, a necessidade de atendimento ao princípio da eficiência, através da

elaboração de contratos que não contenham falhas capazes de invalidar todos os atos

realizados pela administração para a construção de uma contratação.

3.3 Tributação

A Constituição Federal de 1988 trouxe a previsão de competência para instituição de

tributos pelos seus entes federativos, tratado no Artigo 145. Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão

instituir os seguintes tributos:

I - impostos;

II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização,

efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados

ao contribuinte ou postos a sua disposição;

III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. (BRASIL,

1988).

Não resta dúvida, que há mais de um tipo de tributo e que as competências para sua

cobrança são dividas entre os estados, municípios e a União. Além disso, verifica-se na

legislação tributária uma grande quantidade de tributos, entre impostos, contribuições e taxas,

o que gera grande complexidade entre os contribuintes e até mesmo, pelo desconhecimento do

fato gerador em si e de sua interpretação e aplicabilidade, entre os entes responsáveis por sua

cobrança e fiscalização.

3.4 Eficiência Administrativa

O princípio da eficiência foi o mais recente a ser incluído no artigo 37 da Constituição

Federal, através da Emenda Constitucional nº 19: Art. 37. A administração pública direta e

indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios

obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência

e, também, ao seguinte: (BRASIL, 1988).

Esta inclusão teve como objetivo “[...] conferir direitos aos usuários dos diversos

serviços prestados pela Administração ou por seus delegados e estabelecer obrigações efetivas

aos prestadores [...]”. Assim, a inserção desse princípio revela a insatisfação da sociedade

frente às dificuldades por ela enfrentadas ao lutar “[...] contra a deficiente prestação de tantos

serviços públicos [...]” (JUSTEN FILHO, 2006. p. 21).

Mesmo sendo recente, o princípio da eficiência possui sua importância por ser uma

exigência constitucional que fora imposta à administração pública e àqueles que recebem

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recursos públicos vinculados às atividades administrativas para a realização das finalidades

públicas que lhes forem confiadas por normativas de direito público.

Segundo Mello (2004), o princípio em comento é capaz de proporcionar aos cidadãos

maior capacidade de exercer a cidadania, já que se torna um dever constitucional da

administração e, caso seja desrespeitado, devem ser responsabilizados os agentes que derem

causa à sua violação.

Já para Batista Júnior (2004) o princípio da eficiência, é uma norma dotada de

imperatividade material e traduz um mandamento de otimização no Estado Social que

impulsiona a administração a satisfazer as necessidades e os interesses sociais, econômicos e

culturais da sociedade. Assim, pode-se concluir que tal princípio “[...] entremeia o sistema

jurídico com o valor da igualdade material, judicizando, para a Administração Pública, a

necessidade de otimização da aplicação dos meios e recursos para o melhor alcance e

satisfação possível do bem comum” (BATISTA JÚNIOR, 2004, p. 109).

4 – Plano de Ação

Identificados os problemas e as causas do assunto em tela, pode-se trabalhar em plano

de ação no formato 5W2H.

Esta ferramenta segundo DEOLINDO (2011, p. 109), “tem o objetivo de mostrar

claramente todos os aspectos que devem ser definidos em um plano de ação” e consiste em

responder as sete perguntas visando buscar soluções, através da compreensão de determinada

situação por meio de suas causas. As perguntas, com seus respectivos significados, podem ser

observadas na tabela 2, a seguir:

Tabela 2: Perguntas básicas e seus significados

Perguntas Básicas

(termo em português)

Perguntas Básicas

(termo original em

inglês)

Significados

O que? What? O que será feito.

Quando? When? Quando será feito.

Quem? Who? Quem irá fazer.

Onde? Where? Onde será feito.

Por quê? Why? Por que será feito.

Como? How? Como será feito.

Quanto? How Much? Quanto custará o que será feito.

Fonte: Elaborado pelo autor

Entretanto, visando obter melhores resultados no Plano de Ação a ser adotado, mister

se faz utilizar outras ferramentas administrativas para aprofundar a identificação do problema

quanto a definição dos objetos nos contratos administrativos da entidade ora em análise. Para

tanto, a seguinte sequência fora utilizada:

Figura 3: Sequência de ferramentas administrativas aplicadas no estudo

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Fonte

Fonte: Elaborado pelo autor

Através desta sequência, o problema na definição do objeto do contrato administrativo

em análise pode ser identificado, pois com o Brainstorming foi possível identificar as causas

do problema através da análise de como se deu o processo de elaboração do instrumento

contratual.

Em seguida, com o diagrama de Ishikawa foi possível organizar visualmente os dados

obtidos no processo anterior, o que facilitou o entendimento das causas e efeitos, além dos

possíveis focos das causas que geravam o problema.

Prosseguindo, com a Matriz GUT (Gravidade Urgência Tendência) fora possível

priorizar as causas, através de um ranqueamento das tarefas por ordem de prioridade.

Com isto, foi possível obter os dados para a elaboração da ferramenta 5W2H que

consiste num plano de ação para atividades pré-estabelecidas que precisem ser desenvolvidas

com a maior clareza possível, além de funcionar como um mapeamento dessas atividades,

através da resposta às sete questões e organização das respostas de forma a traçar o plano de

ação para solucionar o problema a partir do tratamento de suas causas já priorizadas pela

Matriz GUT.

O Plano de Ação resultado do estudo ficou assim:

Tabela 4 – Plano de Ação para evitar erro nas definições dos objetos dos contratos

administrativos – 5W2H

O QUE

(WHAT)

Necessidade de

atuação (Ação)

PARA QUE

(WHY)

Justificativa /

benefícios

QUEM

(WHO)

Responsável

QUANDO

(WHEN)

Prioridade

ONDE

(WHERE)

Qual área

COMO

(HOW)

Atividades necessárias

p/ implementar

QUANTO CUSTA

(HOW MUCH)

Recursos

financeiros

necessários

Agendar reunião com Padronizar os Gestor do Em até 10 dias Sala de Envio de convite de Sem custo direto

BRAINSTORMING

Identificar a causa do problema

DIAGRAMA DE ISHIKAWA

Organizar as causas

do problema

MATRIZ GUT

Priorizar as causas do problema

5W2H

Traçar plano de ação para tratar as

causas

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todos os órgãos envolvidos no

processo de

contratação

procedimentos para os objetos

mais comumente

trabalhados

contrato reuniões do 28º andar

reunião pelo sistema de correspondência

eletrônica

Submeter as

contratações sem

padronização prévia a todos os órgãos

envolvidos no

processo de contratação

Evitar erros na

definição dos objetos não

padronizados na

ação anterior

Requisitante Sempre que

necessário

Sem local

específico

Solicitando

posicionamento, por

meio de parecer, das áreas envolvidas

Sem custo direto

Participar de

treinamentos sobre formação de custos e

gestão de contratos

Melhorar o

entendimento dos envolvidos no

processo

Requisitante,

comprador e gestor do

contrato

Sempre que

houver treinamentos

disponíveis

Nos locais

definidos pelas

instituições que oferecem

os treinamentos

Buscando treinamentos e se inscrevendo nas

oportunidades oferecidas pelas

entidades do ramo

Média de R$

2.500,00 por participante

Realizar constante

auditoria dos editais antes de sua

publicação

Evitar que o

edital seja

publicado com erros e as

consequências

sejam piores

Gestor da área de compras

Antes da

publicação de

cada edital

Sala de

reuniões do 25º

andar

Criando metodologia

para que o edital seja sempre analisado de

forma crítica

Sem custo direto

Implantar uma nova gerência

Esta gerência

ficaria

responsável pela absorção das

tarefas de

planejar e auditar as contratações

antes de se

publicar o edital

Conselho de Administração

Em até 12 meses

Na Diretoria

de

Administração

Elaborar planejamento

de atuação e estrutura

da gerência, definindo suas competências

dentro do processo de

contratação

Custos a serem

definidos em

conjunto com o planejamento da

estrutura da

gerência

Fonte: Elaborado pelo autor

Após a elaboração do Plano restou claro que as mudanças a serem realizadas não

apresentam grandes custos para a Administração, porém envolvem a participação de diversas

áreas da empresa, desde o nível operacional até o estratégico, que significam a quebra de

alguns paradigmas e intensos treinamentos dos executores das tarefas administrativas.

Além disso, o comprometimento e a frequente vigilância dos envolvidos no processo

de definição dos objetos dos contratos são premissas esperadas para se obter o sucesso da

ação. Somente desta forma pode-se diminuir ou até mesmo eliminar as chances de erros de

enquadramento das contratações, gerando benefícios diretos e indiretos à eficiência da estatal.

5 – Conclusão

Concluindo, verifica-se que a correta definição dos objetos dos contratos

administrativos na estatal proporciona uma melhoria nos processos internos, contribuindo

para eficiência de sua atuação como empresa de geração e transmissão de energia. No caso

em análise foi possível identificar as causas do problema e traçar um plano de ação visando

evitar que outros erros iguais ao analisado fossem cometidos, uma vez que como integrante da

Administração Pública, a entidade precisa buscar sempre alcançar a eficiência na realização

de suas tarefas. Para isto, basta que algumas mudanças de paradigmas sejam implantadas

pelos órgãos envolvidos, demandando um maior comprometimento também dos gestores

destes órgãos que precisarão estar mais envolvidos com a prevenção de erros e até mesmo

cometimento de ilegalidades tributárias, com a consequente economia alcançada após a

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO

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identificação de um possível gasto errôneo com pagamento de contratos tributados de forma

equivocada. Como uma solução em longo prazo, pode-se entender que a criação de uma nova

gerência facilitaria nesta atuação preventiva, através de uma melhor divisão de tarefas e

criação de especialistas nesta fase do processo.

6 – Referências

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