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O que é o livre arbítrio? Livre -Ausência de -Constrangimentos -Determinações que obriguem Arbítrio -Capacidade de: - Arbitrar - Decidir -Escolher -Optar entre alternativas Libero arbitrium O problema do livre arbítrio Livre arbítrio ≠ liberdade política Também chamado Liberdade metafísica (questão descritiva: somos livres?) (questão normativa: devemos ser livres) Se não tivermos livre arbítrio porque tudo está determinado a acontecer, então não seríamos livres, mesmo se tivéssemos liberdade política (por exemplo, de criticar o governo), porque a própria decisão de criticar ou não o governo estaria determinada e não resultaria da nossa escolha livre

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O que é o livre arbítrio?

Livre

-Ausência de

- Constrangimentos

-Determinações que obriguem

Arbítrio

-Capacidade de:

- Arbitrar

- Decidir

-Escolher

-Optar entre alternativas

Libero arbitrium

O problema do livre arbítrio

Livre arbítrio ≠ liberdade política

Também chamado Liberdade metafísica

(questão descritiva: somos livres?)

(questão normativa: devemos ser livres)

Se não tivermos livre arbítrio porque tudo está determinado a acontecer, então não seríamos

livres, mesmo se tivéssemos liberdade política (por exemplo, de criticar o governo), porque a

própria decisão de criticar ou não o governo estaria determinada e não resultaria da nossa

escolha livre

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O que é o determinismo?

Teoria que defende que todos osacontecimentos estão causalmentedeterminados

Por acontecimentos

anteriores

Mundo

é um

conjunto

de

Cadeias causais

Segundo as leis da Natureza

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Cadeia causal

Sequência

de

causas e efeitos

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Não dispomos liberdade absoluta

(página 70, último parágrafo)

Tudo o que acontece,acontece por causa deoutras coisas queaconteceram antes e deleis naturais, masnenhuma tinha mesmode acontecer

Em certas circunstânciasacontecem certas coisas

Noutras circunstânciasacontecem outras coisasdiferentes

Determinismo

Tudo está destinado aacontecer, acontecerá dequalquer maneira

Independentementedas circunstânciasacontece o que tinhade acontecer

Fatalismo

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Condicionante o que é?

(página 71, último parágrafo)

É uma condição: porque permite certas coisas

Exemplo: os pulmões permitem-nos respirar

É uma limitação: porque impede outras coisas.

Exemplo: pulmões não permitem respirar debaixo de água

(ler Páginas 72/73)

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Condicionantes ≠ Determinantes

(razões) (causas)

Influenciam a decisão Obrigam/causam a decisão

Apesar delas a nossa vontade é livre Por causa delas a nossa

vontade não é livre

Desejo comer um bolo Não posso não respirar

posso decidir não o fazer

Problema do livre arbítrio\John Searle - What is Free Will_.mp4

O que é o problema do livre-arbítrio?

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Probema do livre-arbítrio

Saber de que modo os fatores anteriores interferem

nas nossas escolhas?

Determinam causalmente

( não poderíamos ter escolhido/agido de outro modo)

Não somos livres: as

causas anteriores determinam-nos

Influenciam ou condicionam

(poderíamos ter escolhido/agido de outro modo)

Somos livres

autodeterminamo-nos

(página 74, início)

A questão é:

Se o faço influenciado por fatores anteriores ou não?

Se o faço em função de fatores anteriores ainda sou livre,

isto é, poderia ter escolhido de outro modo?

Exemplo:

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Problema do livre-arbítrio

Como compatibilizar

crenças opostas

Libertista

Senso comumDeterminista

Religiosa Científica

Tenho vontade de comer um chocolate, mas sou diabético,

tenho de optar por comê-lo ou não. Optando por uma ou outra

alternativa,

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Perspetiva do senso comum

Vemo-nos como agentes capazes de escolher e agir de acordo com o que escolhemos. Em todas as nossas ações vai pressuposta a nossa liberdade Agir é optar

Perspetiva Religiosa

(página 74 2º parágrafo)

“Se Deus Vê e não pode ser enganado, o que quer que veja do futuro deve, inevitavelmente, acontecer "

Anício Mânlio Torquato Severino Boécio

(Roma, ca. 480 — Pavia, 524 ou 525) Filósofo, estadista e teólogo romano

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Perspetiva científica

(página 75, penúltimo parágrafo)

“Nós podemos tomar o estado presente do

universo como o efeito do seu passado e a

causa do seu futuro. Um intelecto que, em

dado momento, conhecesse todas as forças

que dirigem a natureza e todas as posições

de todos os itens dos quais a natureza é

composta […] para tal intelecto nada seria

incerto e o futuro, assim como o passado,

seria presente perante seus olhos”

Pierre Simon Marquis de Laplace (Beaumont-en-Auge, 23 de março de 1749 — Paris, 5 de março de

1827).Matemático, astrônomo e físico francês.

Tipos de determinismo:

Determinismo Behaviorista: o meio ambiente é que nos faz ser o que

somos 2 Teoria do Behaviorismo de John Watson.mpg

Determinismo genético: nós somos o que os nossos genes nos fazem

ser

Determinismo metafísico: como parte de um universo comandado

por relações causais de uma necessidade absoluta só podemos ser/fazer o que

somos/fazemos

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RESPOSTAS AO PROBLEMA DO LIVRE ARBÍTRIO

Determinismo radical

Ser livre pressupõe 3 condições essenciais:

As nossas deliberações e ações não são determinadas por acontecimentos anteriores.

As nossas escolhas e ações resultam apenas das nossas deliberações racionais.

As nossas deliberações e ações iniciam uma nova cadeia causal.

3 ideias chave

O determinismo é incompatível com

o livre-arbítrio

O determinismo é verdadeiro

O livre-arbítrio é uma ilusão

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Argumento base (página 77 do manual)

(premissa 1) Se tudo está determinado, não há livre-arbítrio (premissa 2) Tudo está determinado ________________________________________ (conclusão) Não há livre-arbítrio

Defesa da 1ª premissa (o determinismo e o livre-

arbítrio não são compatíveis)

Dada uma certa cadeia causal, os seus efeitos não podem ser diferentes do que são. Ter livre-arbítrio implicaria poder agir de modo diferente apesar de um conjunto de cadeias causais ser o mesmo = equivaleria a poder iniciar uma nova cadeia causal Mas isso é a negação do determinismo Se o determinismo é verdadeiro, não pode haver o livre-arbítrio (páginas 74- 4º parágrafo-; 75-úlimo parágrafo,-76- 3º,4º,5º parágrafos; 76- penúltimo parágrafo-)

Defesa da 2ª premissa (o determinismo é verdadeiro)

A nossa compreensão e ação no mundo pressupõem o determinismo.

o A ciência, sem a qual não podemos compreender

adequadamente o mundo baseia-se no pressuposto determinista de que tudo obedece a relações causais: (página 75)

o Quando agimos (chutar numa bola, acender um fósforo, etc.) pressupomos o determinismo. Acreditamos que se fizermos certas coisas (causas: chutar, riscar o fósforo na caixa) outras se seguirão (efeitos: bola move-se, o fósforo incendeia-se)

A sensação de liberdade é uma ilusão: é verdade que quando agimos não nos sentimos constrangidos e parece que agimos de acordo com o que desejamos e decidimos. A questão é se as nossas decisões e desejos poderiam ter sido diferentes daquilo que foram dado os nossos antecedentes?

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Objeções

Argumento

da Responsabilidade

(último parágrafo da

página 77. Página 80 3º ao 5º parágrafo)

(premissa) Se não temos livre-arbítrio, então não podemos ser responsáveis pelo que fazemos (premissa) Mas a sociedade considera-nos responsáveis pelo que fazemos

(conclusão) Temos livre-arbítrio

Argumento

da experiência

fenomenológica da liberdade ao agir

(último parágrafo da

página 77. Página 80 3º ao 5º parágrafo)

Quando agimos a experiência da liberdade é muito forte e imediata porque:

Ao escolher de entre alternativas não nos sentimos forçados

Temos a sensação de que poderíamos ter optado não o fazer aquela opção

Argumento do

indeterminismo (página 81, 2º,3º 4º

parágrafo)

(premissa) Se o determinismo fosse verdadeiro, todo o universo seria determinado (premissa) O universo não é todo determinado (a nível subatómico há incerteza) _________________________________________________________ (conclusão) O determinismo é falso

Problema principal do Determinismo radical

Mesmo que a sensação da liberdade seja uma ilusão, não conseguimos viver sem esse pressuposto. Agir é manifestar a crença no livre arbítrio.

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Libertismo

Ser livre pressupõe 3 condições essenciais:

As nossas deliberações e ações não são determinadas por acontecimentos anteriores

As nossas escolhas e ações resultam apenas das nossas deliberações racionais

As nossas deliberações e ações iniciam uma nova cadeia causal.

Argumento base

(premissa 1) Se há livre-arbítrio, o determinismo é falso (premissa 2) Temos livre-arbítrio ________________________________________ (conclusão) O determinismo é falso

O determinismo defende que dada uma certa cadeia causal, o seu efeito não poder ser diferente do que é.

2ª resposta

Libertismo

3 ideias chave

O determinismo é incompatível com o

livre-arbítrio

O determinismo é falso

O livre-arbítrio existe

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Defesa da 1ª premissa (o determinismo e o livre-

arbítrio não são compatíveis)

O libertismo defende que ter livre-arbítrio é não estar determinado a escolher de uma determinada maneira. É poder fazer escolhas genuínas, isto é, perante uma cadeia de causas poder optar por efeitos diferentes Se temos livre-arbítrio o determinismo é falso (página 79 penúltimo parágrafo)

Defesa da 2ª premissa (o livre arbítrio é verdadeiro)

. Os seres humanos são especiais. O comportamento humano não é previsível porque não é determinado, e não é determinado porque, apesar de sermos sistemas físicos, as leis da natureza aplicam-se ao nosso corpo, mas não ao nosso comportamento. Temos uma mente/alma que é a fonte não física da consciência e das nossas escolhas, e que não é controlada pelas leis da Natureza. (PÁGINAS 79-80)

Argumentos

Argumento da

responsabilidade e da

experiência fenomenológica da

liberdade (página 80, 3º-5º

parágrafos)

(premissa) Se não temos livre-arbítrio, então não nos poderíamos sentir livres nem responsáveis pelo que fazemos (premissa) Mas temos a experiência diária da liberdade e a sociedade considera-nos responsáveis pelo que fazemos ___________________________________________________________ (conclusão) Temos livre-arbítrio

Argumento do

indeterminismo (página 81, 2º -4º

parágrafos)

(premissa) Se nem tudo está determinado, há livre-arbítrio (premissa) Nem tudo está determinado (a física quântica prova-o) ______________________________________________________ (conclusão) Há livre-arbítrio Princípio da incerteza\Principio da Incerteza.mp4

Objeções

Argumento da ilusão

da experiência da liberdade

(página do manual)

O facto de sentirmos que somos livres e responsáveis não prova que o sejamos de facto. Como muitas experiências que temos, esta também pode ser ilusória

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(página 80, último parágrafo)

Argumento

Indeterminismo não

é liberdade

O indeterminismo também não garante a liberdade, já que o acaso ou a aleatoriedade não garantem que as ações são minhas, logo não garante a liberdade. (página 81, dois últimos parágrafos)

Argumento

Libertismo não tem uma conceção

positiva de liberdade

O Libertismo acaba por não fornecer explicação uma explicação positiva acerca daquilo que produz as nossas decisões (página 82)

Principal problema do Libertismo

Conceber uma ação genuinamente livre que não seja determinada por acontecimentos anteriores e que não seja aleatória

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3ª resposta

O determinismo é compatível com

o livre-arbítrio

Compatibilismo/determinismo moderado

Ser livre pressupõe duas condições essenciais:

Que a ação resulte causalmente do que queremos.

Que o que queremos não resulte causalmente de uma coação, doença, controlo artificial

Eventos anteriores Crenças, desejos, personalidade do indivíduo Vontade ação

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Argumento principal

Se queremos algo e fazemos o que queremos (sem constrangimentos), então somos livres Algumas vezes fazemos o que queremos sem constrangimentos ___________________________________________________________________________ Algumas vezes somos livres

Objeção

O compatibilismo defende que as nossas ações são sempre determinadas. Porque é que ser determinado por acontecimentos anteriores que não controlamos é ser livre e ser determinado por alguém, por exemplo os nossos pais, já não é ser livre? (página 79, 4º parágrafo)

A única diferença é que no 1º caso não temos consciência de que estamos a ser determinados

Tudo está determinado

(tudo tem uma causa)

As ações também têm causas

(escolhemos e agimos determinados por causas)

Causas apropriadas/não coercivas

(vontade, desejos, crenças, personalidade)

Livres

(ausência de coação)

Causas não propriadas/coecivas

(alheias a nós)

Não livres

(coação)

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Principal problema do

compatibilismo

A sua noção de liberdade é limitada. “Ser livre” significa querer fazer algo e poder fazê-lo, não sendo a isso obrigado ou impedido. Mas a questão é se poderia ter decidido/podido fazer outra coisa?