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Utilitarismo1
1748-1832
Conceitos chave
Bem Supremo
FELICIDADE
Felicidade
PRAZER E AUSÊNCIA DE DOR
Útil = Moral
O QUE PROMOVE A FELICIDADE
O único
Princípio ético (critério segundo o qual se
avaliam as boas/más ações)
PRINCÍPIO DA UTILIDADE ou da MAIOR
FELICIDADE
Devemos fazer aquilo que, previsivelmente,
produza maiores benefícios possíveis para o maior
número daqueles que serão afetados pela ação
1 Jeremy Bentham define “utilidade” como «a propriedade que qualquer objeto tem de produzir bem-estar, vantagens, prazer
ou felicidade».
O princípio utilitarista da maior felicidade assenta em alguns
pressupostos/características
Hedonismo Devemos sempre fazer aquilo que cause
maiores benefícios (prazer) e menores
prejuízos (dor) ao conjunto dos afetados
Com alguma tendência
para o sensualismo (prazer e dor físicos)
Consequencialismo
(Teleológica)
Devemos sempre orientar-nos pelos
resultados futuros previsíveis das ações
Cálculo (aritmética do prazer)
Devemos efetuar um cálculo na base do qual
devemos julgar a bondade das ações.
Este cálculo deve levar em linha de conta o
seguinte
Intensidade do prazer e dor
causados
Duração do prazer e da dor
Número de pessoas afetadas
Imparcialidade Altruísmo
Ao ponderar a soma de felicidade global,
devemos contabilizar o bem-estar de cada
indivíduo como sendo igualmente
importante
Uma das críticas feitas à primeira forma o Utilitarismo (de Jeremy
Bentham) era o de que não distinguia atividades próprias dos seres
humanos e o prazer específico que proporcionavam das dos animais.
Atividade humana Atividade animal
Para Bentham, desde duas ações proporcionassem a mesma
quantidade de prazer eram equivalentes em termos de utilidade ou
morais.
“Sendo a quantidade de
prazer igual, a poesia é tão
válida como espetar alfinetes
(push-pin)”
Parece um bocado absurdo
Havia quem acusasse o utilitarismo de ser uma moral
própria para porcos
Um outro utilitarista posterior sentiu a necessidade de
introduzir uma classificação entre os prazeres que não fosse só
quantitativa (intensidade e duração), mas também qualitativa.
Satisfação Felicidade
Comparação
J. Bentham
J.S. Mill
Visão puramente sensualista
(física) do prazer e dor
Visão puramente quantitativa do
bem-estar e da dor (prazeres e dores
podem ser medidos pela sua intensidade, e
número dos afetados duração)
AÇÃO A
Prazer A intensidade (20) x duração (20) = 400
Dor A intensidade (34) x duração (5) = 170
_____
Saldo 230
230/150 pessoas = 1,53
AÇÃO B
Prazer B intensidade (13) x duração (25) = 325
Dor B intensidade (50) x duração (2) = 100
____
Saldo 225
Visão mais espiritualizada do
prazer e dor (pelo menos de alguns
prazeres e dores)
Visão qualitativa do prazer e das
dores (prazeres e dores avaliam-se também
pela sua qualidade. Os prazeres além do aspeto
quantitativo podem ser diferenciados pelo aspeto
qualitativo)
Prazeres
Inferiores/físicos = comida, bebida, sexo, conforto físico, diversões vulgares. Podem ser fonte de sofrimento se não forem moderados e haver cuidado na sua fruição. São mais individualizados
Superiores/espirituais: conhecimento, criatividade, liberdade, autonomia, amizade, etc. são mais estáveis, controláveis, contínuos, duráveis, sociais
Não são permutáveis (não posso trocar 2 ou 3 inferiores por 1 superior)
Para termos uma melhor vida devemos preferir os superiores Mas serem melhores não significa que devem de ser o únicos que devemos querer
CRÍTICAS AO UTILITARISMO
1-Crítica ao argumento por analogia de Stuart Mill
Argumento por analogia entre o ver/ouvir e o desejar.
Podemos reconstruí-lo da seguinte maneira:
1. Ver uma coisa, prova que ela é visível.
2. Ouvir algo, prova que é audível
3. Desejar uma coisa é como ver/ouvir uma coisa
____________________________________________
Logo, desejar uma coisa prova que ela é desejável
«A única coisa que pode provar que um objeto é visível é o facto de as pessoas o
verem efetivamente. A única prova de que um som é audível é elas ouvirem-no, e as
coisas passam-se do mesmo modo com as outras fontes da nossa experiência.
Similarmente, entendo que a única coisa que pode mostrar que uma coisa é desejável
é o facto de as pessoas efetivamente a desejarem. [...] Não se pode indicar qualquer
razão para mostrar que a felicidade geral é desejável a não ser que cada pessoa,
na medida em que acredita que ela é alcançável, deseja a sua própria felicidade.
Isto, no entanto, sendo um facto, dá-nos não só toda a prova que o caso admite,
mas toda a que é possível exigir, para mostrar que a felicidade é um bem: a
felicidade de cada pessoa é um bem para essa pessoa, e a felicidade geral é, logo,
um bem para o agregado de todas as pessoas.»
J. S. Mill, Utilitarismo, 1861, p. 81
Por que razão a analogia não resulta?
O argumento incorre na falácia (descoberta por David Hume)
Falácia naturalista.
Falácia naturalista
SER DEVER SER
SER
“Poder ser visto”
“Poder ser ouvido”
Conceito
descritivo
factual
SER
“Ser visível”
“Ser audível”
Conceito
descritivo
factual
SER
“Ser desejado”
DEVER SER
“Desejável”
Conceito
descritivo
factual
Conceito
normativo
valorativo
2- Demasiado exigente para o agente comprometendo a
sua felicidade
O princípio utilitarista faz grandes
exigências ao agente pedindo-lhe que em
cada ação pense no bem de todos.
Por exemplo, se alguém tirar prazer de
ouvir música e for comprar cd’s, terá de
perguntar-se se não faria melhor em doar o
dinheiro para instituições que ajudam muitas
pessoas.
Mas isso faria com que se descurasse
projetos pessoais e familiares o que levaria,
a limite, a comprometer a felicidade
individual
Quero comprar
uns cd’s, mas
devo realmente
fazê-lo?
3- Pode levar à aceitação de práticas contrárias aos
princípios morais:
Pode promover práticas injustas
Se uma determinada prática tiver como consequência a felicidade da
maioria, então tal prática seria moralmente aceitável, por exemplo, ter
escravos
Pode promover o não cumprimento de certas
regras morais (não cumprir promessas)
Pode promover o descaso dos direitos
individuais
Argumento do bode expiatório.
Argumento da maioria fanática
4-Conceito de felicidade demasiado abrangente e difícil
de quantificar.
É um conceito demasiado abrangente pois pode designar experiências
tão diferentes como:
Praticar desporto
A contemplação de um quadro de Picasso,
A leitura de um romance,
Tirar um curso.
Assistir a um concerto.
Comer um certo tipo de alimento
Como medir com objetividade estados afetivos que só os próprios
sentem