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SOCIEDADE CULTURAL EDUCACIONAL DE ITAPEVA FACULDADE DE CINCIAS SOCIAIS E AGRRIAS DE ITAPEVA
O PROCESSO DE ALFABETIZAO: LEITURA E ESCRITA NOS ANOS INICIAIS
Lourdes Aparecida de Oliveira
Itapeva So Paulo Brasil 2014
SOCIEDADE CULTURAL E EDUCACIONAL DE ITAPEVA FACULDADE DE CINCIAS SOCIAIS E AGRRIAS DE ITAPEVA
O PROCESSO DE ALFABETIZAO: LEITURA E ESCRITA NOS ANOS INICIAIS
Lourdes Aparecida de Oliveira Profa. Delci Lacerda
Trabalho apresentado Faculdade de Cincias Sociais e Agrrias de Itapeva como parte das obrigaes para obteno do ttulo de Bacharel em Pedagogia.
Novembro / 2014 Itapeva - SP
AGRADECIMENTOS
Deus por proporcionar o milagre da existncia e iluminar o meu caminho, dando
foras para superar todos os obstculos.
Aos meus pais Aparecido Oliveira (in memoriam) e Celina Oliveira por me mostrarem
a importncia do respeito ao prximo, por me darem o incentivo e perseverana em
superar todos os momentos difceis.
Ao meu esposo Nilto Jos, pela dedicao, pacincia e compreenso a mim
dedicadas.
Ao meu filho Ederson Alex que a razo da minha vida.
minha orientadora Professora Delci Lacerda por no medir esforos durante a
realizao desse trabalho, pela confiana, amizade, incentivo, compreenso,
esclarecimentos e grandiosos ensinamentos.
A FAIT, por me proporcionar grandes conhecimentos.
O PROCESSO DE ALFABETIZAO: LEITURA E ESCRITA NOS ANOS INICIAIS
RESUMO- O presente trabalho tem por tema central O processo de alfabetizao. A alfabetizao envolve um conjunto muito complexo de fatores e exige habilidades e competncias necessrias para lidar com estes desafios e requer um conhecimento considervel concernente s teorias e mtodos. A origem do termo alfabetizar deve-se ao ensino do alfabeto e ao primeiro mtodo de ensino, que conhecemos pelo nome de alfabtico. O processo de alfabetizao amplo e complexo e implica no s a capacidade intelectual, mas tambm diferentes fatores de ordem social, emocional, fsico e psicolgico da criana e requer dos educadores interao com todas as reas para que o aluno possa desenvolver suas potencialidades Sendo de suma importncia para que o educador que trabalha nos anos iniciais possa dominar o conceito de alfabetizao e entender como a alfabetizao e letramento acontecem nas atividades em sala de aula com seus educandos na medida em que eles se alfabetizam, uma vez que o resultado da ao de ensinar ou de aprender a ler e escrever leva o aluno ao exerccio das prticas sociais de leitura e escrita, cuja a finalidade da educao. O objetivo do trabalho foi compilar informaes sobre a interveno do professor no processo de alfabetizao nos anos iniciais. Onde alfabetizar dar condies a criana de ser capaz de ler e escrever fazendo o uso correto da lngua escrita significa enfim, orientar a criana para o domnio da tecnologia da escrita. Foi realizado atravs de levantamento bibliogrfico de carter qualitativo. Conclui-se que alfabetizao e letramento so processos distintos, cada especificidade, mas complementares e inseparveis, ambos indispensveis para a aquisio da leitura e da escrita pelos alunos.
Palavras-chave: alfabetizar, dificuldade de aprendizagem, letramento
THE PROCESS OF LITERACY: READING AND WRITING IN THE INITIAL YEARS
SUMMARY- The present study has as its central theme the literacy process. Literacy involves a very complex set of factors and requires skills and skills required to deal with these challenges and requires considerable knowledge regarding to the theories and methods. The origin of the word alphabetize is teaching the alphabet and "when first teaching method, we know by the name of alphabetical". The literacy process is broad and complex, and involves not only intellectual capacity, but also different social factors, emotional, physical and psychological child requires educators interaction with all areas so that the student can develop their potential Being of paramount importance for the educator who works in the initial years can overpower the concept of literacy and understand how literacy and literacy activities happen in the classroom with their educand. Where literacy is to give the child conditions to be able to read and write by making correct use of written language means anyway, guide the child into the field of technology of writing. Was accomplished through bibliographical survey of qualitative character. It is concluded that literacy and literacy are distinct processes, each specific but complementary and inseparable, both indispensable for the acquisition of reading and writing by students.
Keywords: literacy, learning disability, literacy
SUMRIO
Pgina
1 INTRODUO..................................................................................................... 6
2 REVISO DE LITERATURA................................................................................ 8
2.1 Breve histrico de alfabetizao.................................................................... 8
2.1.1 Processo de alfabetizao....................................................................... 10
2.2 Alfabetizao e letramento............................................................................. 12
2.3 Perspectiva histrica da leitura e escrita......................................................... 14
2.4 A leitura e a escrita na alfabetizao.............................................................. 19
2.5 Dificuldade em ler e escrever......................................................................... 21
2.6 Distrbio de aprendizagem da leitura e da escrita.......................................... 24
2.7 O papel do professor junto aos alunos com dificuldade de aprendizagem... 25
3 MATERIAIS E MTODO....................................................................................... 28
4 RESULTADO E DISCUSSO............................................................................... 29
5 CONCLUSO...................................................................................................... 30
6 REFERNCIAS................................................................................................... 32
6
1. INTRODUO
Nas ltimas dcadas, a demanda pela leitura e pelo domnio da escrita em
nossa sociedade cada vez maior. A leitura exigida para que se possa ter acesso
a informaes ligadas das mais diferentes formas, seja na escola, no trabalho ou
para ser inserido na sociedade.
A alfabetizao abarca um conjunto complicado de fatores e demanda
capacidades imprescindveis para lidar com estes desafios e solicita um
conhecimento considervel referente s teorias e mtodos.
O processo de alfabetizao extenso e difcil e sugere no s a capacidade
intelectual, mas tambm diversos fatores de ordem social, emocional, fsico e
psicolgico da criana e requer dos educadores influncia com todas as reas para
que o aluno possa desenvolver seu potencial (PEREIRA; FERREIRA, s.d).
Ao longo do tempo o conceito de alfabetizao mudou para responder as necessidades da sociedade, muitos mtodos e processos de alfabetizao foram criados, modificados e adaptados tentando aperfeioar ao mximo o processo de ensino da escrita e leitura. Enquanto necessidade a alfabetizao um ponto indiscutvel, porm, a utilizao do mtodo e da cartilha no processo um tema que gera polmica por parte dos professores alfabetizadores (CESCA, 2004).
A alfabetizao tem constitui um tema bastante discutido pelos que se
preocupam com a educao, j que h muitas dcadas se notam as problemas de
aprendizagem, as inmeras reprovaes e a evaso escolar.
Ultimamente, vive-se em uma sociedade, em que as crianas chegam
Unidade Escolar com vrios tipos de conhecimentos em relao cultura letrada
(ALMEIDA; FARAGO, 2014).
Diante desse pressuposto percebe-se a necessidade que se coloca para a
escola: a de possibilitar ao aluno uma formao que lhe consinta compreender
criticamente os fatos sociais e nele interagir. Para isso o aluno necessita apropriar-
se do conhecimento, dos meios de produo e de exposio desse conhecimento,
que esto estritamente vinculados linguagem, especialmente no que se refere
7
leitura e a escrita. Dessa forma objetiva-se o presente trabalho compilar informaes
sobre a interveno do professor no processo de alfabetizao nos anos iniciais.
O referido trabalho de fundamental importncia para que o educador
alfabetizador possa intervir no processo de aprendizagem de seus alunos de
maneira mais ativa e melhor embasada no que diz respeito ao processo de obteno
de leitura e da escrita.
8
2 REVISO DE LITERATURA
2.1. Breve histrico de alfabetizao
Segundo Arajo (1996), a histria da alfabetizao pode ser analisada em
trs perodos: o primeiro abarca a Antiguidade e a Idade Mdia, quando
preponderou o mtodo da soletrao: o segundo se distinguiu pelas reaes ao
processo da soletrao e concepo de novos mtodos sintticos e analticos,
compreende os sculo XVI a XVIII, e que se alargou at a dcada de 60; e o terceiro
perodo, o contemporneo caracterizado pelo questionamento da necessidade de
agregar os sinais grficos da escrita aos sons da fala para aprender a ler.
Na antiguidade foi institudo o alfabeto e o primeiro mtodo de ensino: a
soletrao, tambm chamado alfabtico ou abc. Conforme Marrou (1969), a
alfabetizao acontecia por um processo lento e complicado, comeava pela
aprendizagem de 24 letras do alfabeto e as crianas tinham que decorar os nomes
das letras, primeiro na ordem, depois em sentido inverso. Apenas depois de decorar
era exibida a forma grfica. A tarefa seguinte era integrar o valor sonoro respectiva
representao grfica. As primeiras letras exibidas eram as maisculas, distribudas
em colunas, depois vinham as minsculas, quando os aprendizes haviam
memorizado a associao das letras s formas, processos semelhantes eram feito
com as famlias silbicas. Assim, muitos estudiosos designaram a soletrao como a
maior tortura do esprito.
Conforme Arajo (1996), muitos eram os estratagemas empregados na Idade
Mdia para promover o alcance da leitura pelas crianas. Examinando peas de
museus, foi possvel descobrir suportes de textos usados na poca, como alfabetos
de couro, tecido e at mesmo em ouro. Porm, acredita-se que as crianas das
famlias de baixo poder aquisitivo tambm tinham acesso aprendizagem da leitura
e da escrita.
Havia ainda outras estratgias usadas na alfabetizao. Na Itlia era como
servir bolos e doces com formatos de letras. Aps apresentarem o alimento com
9
formato de letra, ensinavam o seu nome e as crianas comiam. Eis a origem das
atuais sopas de letrinhas.
A partir do sculo XVI, pensadores comearam a manifestar-se contra o
mtodo da soletrao, em funo da sua dificuldade. Na Alemanha, apresentado
um mtodo com base no som das letras de palavras conhecidas pelos alunos. Na
Frana reinventado o mtodo da soletrao: em lugar de ensinar o nome das
letras ensinava o som, na tentativa de facilitar a soletrao. Em 1719, Vallange apud
Arajo (1996) cria o denominado mtodo fnico com o material chamado figuras
simblicas, cujo objetivo era mostrar palavras acentuando o som que queria
representar. O excesso na pronncia do som das consoantes isoladas levou tal
mtodo ao ridculo e fracasso. Ter em vista superao das dificuldades do mtodo
tnico, na Frana foi criado o mtodo silbico: estratgia de juntar consoante e vogal
constituindo slaba e unir as slabas para compor as palavras.
No mtodo silbico, ensina-se o nome das vogais, depois de uma consoante,
e, em seguida, so expostas as famlias por elas compostas. Ao contrrio do fnico,
no mtodo da silabao, a slaba exibida pronta, sem se esclarecer a articulao
das consoantes com as vogais. Em seguida, ensinam-se as palavras compostas por
slabas e outras j aprendidas.
Segundo Arajo (1996) os mtodos da soletrao, o fnico e o silbico so de
origem sinttica, pois parte da unidade menor rumo maior, isto , apresentam a
letra, depois unindo letras se obtm a slaba, unindo as slabas compem-se
palavras, unindo palavras formam-se sentenas e juntando-se sentenas formam-se
textos. H um percurso que caminha da menor unidade (letra) para a maior (texto).
Os mtodos da palavrao, sentenciao ou os textos atuais so de origem
analtica, pois partem de uma unidade que possui significado, fazem sua anlise
(segmentao) em unidades menores.
Neste breve histrico encontra-se tambm a cartilha, brotada da necessidade
de material para ensinar crianas a ler e escrever. At ento, elas instruiam-se em
livros que eram trazidos de casa, quando havia algum livro em casa. No sculo XIX,
aparece o silabrio, a primeira verso do que seria a cartilha. As cartilhas brasileiras
tiveram procedncia em Portugal.
A partir de 1930 acendeu espantosamente o nmero de cartilhas publicadas,
pois isso incidiu a ser um grande negcio. Por volta de 1944, abrolha o Manual do
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Professor, cuja funo era orientar o professor quanto ao apropriado uso do
material. E o mercado das cartilhas continuou a crescer.
Em pesquisas realizadas nos anos 1960 e 1980, as principais cartilhas
adotadas no Estado de So Paulo eram: Caminho Suave, Quem sou Eu? e Cartilha
Sodr (anos 1960); e No Reino da Alegria, Mundo Mgico e Cartilha Pipoca (anos
1980).
A cartilha est h muito tempo na escola. Muitos creem que ela tem um
mtodo competente de alfabetizao, partindo do pressuposto de que se foi eficiente
para alfabetiz-la servir tambm para outras. Entretanto, as cartilhas exibem fatias
que permanecem sendo copiadas por professores na sala, discretamente ou no.
Mesmo o critrio mais severo por parte do Ministrio da Educao para a
publicao de livros didticos, no evita a uso precrio ou mesmo o uso de recursos
imprecisos das velhas cartilhas.
O mtodo global apareceu com o intuito de partir de um contexto e de algo
mais prximo da realidade da criana. Sabe-se que a letra ou a slaba, isolada de
um assunto, impedem a percepo, pois so elementos abstratos para a criana.
Acreditava-se que partindo da realidade da criana o processo de alfabetizao
auferiria significao deixando de ser to difcil e absorto. Ele parte da lgica de que
se a criana aprende a falar enunciando palavras inteiras e no pedaos delas,
tambm aprendero a ler e a escrever facilmente palavras com significado. Insistia-
se que o professor deveria ficar o maior tempo possvel na fase de explorao global
das palavras, para s depois fazer a anlise da palavra em slabas.
Aps a criao do mtodo da palavrao, que partia da unidade - palavra foi
instituda os mtodos da sentenciao e aqueles que partiam de contos ou do
conhecimento infantil.
2.1.1 Processo de alfabetizao
O estudo cientfico da palavra alfabetizao atrai para o entendimento da
alfabetizao como o processo de aquisio do alfabeto ou de aprender o cdigo da
lngua escrita, ensinar habilidades de ler e escrever (SOARES, 1985).
Em funo do processo de alfabetizao indispensvel analisar as
realidades sociais, econmicas, culturais e polticas que a definem na construo
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dos mtodos e materiais didticos para esse processo, assim como a concepo do
professor alfabetizador.
Destaca-se neste trabalho o ponto de vista de alguns autores cujas ideias so
consideradas importantes e esclarecedoras sobre o processo de alfabetizao.
Soares (1985) avalia que no seria apropriado impor um significado muito
vasto alfabetizao, pois isso impediria sua especificidade, alm de tornar
irrealizvel a configurao de habilidades bsicas de leitura e escrita no momento de
se determinar a competncia em alfabetizar e em definir as condies tcnicas em
que ela acontece. Afirma ainda que a lngua escrita no se institui numa
representao da lngua oral porque no existe perfeita correspondncia entre as
formas de linguagem e a escrita: ns no escrevemos como falamos e no falamos
como escrevemos.
Franchi (1985) pondera que no processo de alfabetizao, a funo do
professor extraordinria na organizao de que as crianas carecem,
principalmente porque necessrio criar situaes reais para que elas se exercitem
e desenvolvam a sua formao intelectiva. Assim, destaca-se a acuidade do
professor em acolher a linguagem da criana como ponto de partida uma reviso e
introduo das normas cultas da linguagem padro. Tudo isto, acatando as formas
usadas pela criana, que so o seu referencial bsico e necessitar ser superado
pela tcnica da apreenso do cdigo escrito.
A este respeito, semelhante a opinio de Rodrigues (1985), que cita a
escrita como significativa e contextualizada: social, cultural e politicamente,
tornando-se possvel a elucidao dos usos e funes da escrita na tentativa de
abolir a artificialidade dos textos das cartilhas e manuais de alfabetizao, ou seja,
partir do que natural e prprio do mundo da criana.
Entre o processo de alfabetizao h uma grande brecha no quadro terico
que elucida a aprendizagem da leitura e escrita. Sendo necessria uma construo
terica para compor resultados e analis-los de forma agregada e estruturada nos
diversos aspectos que abrangem esse processo.
Diante da produo que a criana prepara o professor precisa deix-la
escrever livre e espontaneamente, no para que ela invente seu prprio sistema,
mas para que produza tais escritas baseadas em suas prprias hipteses, as quais
mesmo no retribuindo forma estudada na escola possam constituir-se num
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progresso e num instrumento extraordinrio que transportar s formas preparadas
de representao grfica do sistema alfabtico.
Com isso ela alcanar a possibilidade de ser entendida e de entender as
produes de outras pessoas.
2.2 Alfabetizao e letramento
Lagoa (1990) apresenta a concepo que o alfabetizado uma pessoa
capaz de ler e escrever, com uma compreenso, uma breve e simples exposio de
fatos relativos vida cotidiana. A presente concepo nos faz perceber que para
algum ser considerado alfabetizado bastava saber codificar e decodificar sinais
grficos, com compreenso de pequenos textos como um bilhete, uma lista de
compras, receita culinria e saber anotar um recado, preencher um cheque,
concretizar pequenas tarefas que abrangessem a leitura e a escrita.
Porm, com o passar do tempo tal significao deixou de corresponder ou
acolher as necessidades da sociedade, e segundo o autor:
Houve um tempo que era apenas passar os rudimentos da lngua para outra pessoa. Aquele que conhecia esses cdigos era considerado alfabetizado. Hoje podemos dizer que o indivduo que possui o domnio do cdigo e realiza a tarefa de codificar/decodificar considerado como alfabetizado (LAGOA, 1990, p. 34).
Assim, diante do surgimento de novas situaes e exigncias apareceu uma
nova concepo de alfabetizao, segundo a qual no basta que o aluno tenha o
domnio do cdigo, mas necessrio aprender a escrever textos eficientes, o que
abrange muito mais conhecimentos e habilidades do que unicamente codificar e
decodificar palavras ou escrever frases. necessrio desenvolver textos
apropriados a determinadas situaes, pois em funo de mudanas sociais, a
alfabetizao adquiriu propores mais vastas e passou a ser abarcada como um
processo de compreenso do sistema de escrita introduzido em outro maior, que
envolve a aprendizagem da linguagem escrita e de seus usos possveis.
Entretanto, segundo a autora, tal mudana:
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(...) ganha visibilidade depois que minimamente penando e resolvido o problema do analfabetismo e que o desenvolvimento social, cultural, econmico e poltico traz novas, intensas e variadas prticas de leitura e escrita, fazendo emergirem novas necessidades, alm de novas alternativas de lazer. Aflorando o novo fenmeno, foi preciso dar um nome a ele: quando uma nova palavra surge na lngua, que um novo fenmeno surgiu e tem de ser nomeado. Por isso, e para nomear esse novo fenmeno, surgiu a palavra letramento (SOARES, 2002, p. 46).
Segundo a autora acima descrita, o letramento passou ento a ser
compreendido como estado ou condio de quem no apenas sabe ler e escrever,
mas cultiva e exerce as prticas sociais da escrita.
Deste modo, o letramento, torna-se uma alfabetizao em sentido vasto onde
o aluno, alm de dominar o cdigo oral e escrito carece dominar outros conceitos
formais de preparao dos mais diferentes tipos de textos, reconhecer seus usos,
caractersticas e formas.
Nesse sentido, afirma autora ainda que:
As pessoas se alfabetizam, aprendem a ler e a escrever, mas no necessariamente incorporam a prtica da leitura e da escrita, no necessariamente adquirem competncia para usar a leitura e a escrita, para envolver-se com as prticas sociais de escrita: no leem livros, jornais e revistas, no sabem redigir um ofcio, um requerimento ou uma declarao, no sabem preencher um formulrio, sentem dificuldade para escrever um simples telegrama ou carta, no conseguem encontrar informaes num catlogo telefnico, num contrato de trabalho, numa conta de luz, ou numa bula de remdio... (SOARES, 1988, p. 45-46).
A partir desta citao pode-se assegurar que qualquer pessoa, diante uma
determinada exigncia social que no consiga atend-la em razo da falta de
conhecimento sobre a escrita ou de aspectos formais de um algum texto, como um
documento, um requerimento, um oficio, etc., estar sujeito a ser avaliado um
analfabeto funcional ou um iletrado.
Assim, percebe-se a necessidade de permanente de atualizao,
aperfeioamento, para que enquanto docentes tenha-se condies de acolher s
cobranas com as quais os nossos alunos se deparam no cotidiano.
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Desta forma, a ttica para a aquisio do letramento est na prtica da leitura
e da escrita. As pessoas que adquirem e cultivam o costume de ler tero mais
facilidade de se expressar graficamente, pois, medida que leem com frequncia,
vo ajuntando, assimilando aspectos formais de diferentes tipos de texto, esta
prtica influenciar na construo de capacidades e competncias que derivaro no
bom desempenho do futuro escritor.
2.3 Perspectiva histrica da leitura e escrita
De acordo com Barbosa (1994) a leitura e escrita foram aparecendo
historicamente a partir do momento em que o homem aprendeu a transmitir seus
pensamentos e sentimentos. Da houve a necessidade em informar as ideias sobre
como labora o sistema de comunicao.
Esse processo de registro teve comeo de maneira prtica
...com a pintura nas cavernas do perodo paleoltico; transformou-se na pictografia (registro de ideias por desenhos copiados da natureza com relativo realismo); aperfeioou-se com a simplificao desses desenhos, transformando-os em ideogramas (sinais simplificados de desenhos, j sem a preocupao de faze-los cpias fiis da natureza) e resultou na criao dos fonogramas (sinais que representam os sons da lngua falada), inveno essa atribuda ao povo semita, que habitava a sia Menor (RIZZO, 2005, p.13).
A escrita que se tem atualmente, o alfabeto com o qual (re) construmos
graficamente nosso olhar, com o qual se pode dizer das coisas e dos outros,
resultante de longos anos de histria da escrita e decorrente de sua necessidade de
registrar fatos, ideias e pensamentos (RIZZO, 2005, p.13).
Nota-se na realidade que o desenvolvimento da escrita avanou devido s
observaes nas mudanas de governo, nos fatores geogrficos, sociais, culturais e
econmicos, assim sendo os registros histricos se fizeram imprescindveis, para
garantir s geraes futuras os conhecimentos dos fatos passados.
15
Ao criar-se cdigo de sinais para fixao do conhecimento, careceu de
compreenso para domin-lo, isso para que os que almejassem ter ingresso
informao escrita.
Em muitas culturas histricas, a linguagem escrita era debelada por uma
casta de funcionrios ou sacerdotes, o que garantia o poder atravs do controle da
referente linguagem. Os escribas, sacerdotes do antigo Egito ou Eclesisticos da
Idade Mdia europeia desfrutavam desse privilgio.
Na Antiguidade, na Grcia e Roma Antiga, o ensino da leitura e da escrita,
...enfatizava de tal forma o domnio do alfabeto (ensino do nome e das formas das letras), a ponto de o processo iniciar-se pela caligrafia e pelo reconhecimento oral do nome de cada sinal (letra). Esse procedimento era bastante repetitivo e demorado e transformava-se, numa fase posterior, na conjugao de dois, depois trs sinais para serem lidos juntos, formando assim novos sons, sem qualquer preocupao de ligao destes a significados (RIZZO,2005, p.1 4).
A respeito do processo de ensino da leitura e da escrita, Rizzo (2005, p.14),
comeava com exerccios de domnio de todas as possveis combinaes de letras e
sons, assim passavam para a etapa posterior, na qual apenas depois de os alunos
j estarem manobrando bem penas e tintas na caligrafia das letras, estes eram,
ento, levados a formarem palavras, que, depois, reunidas, formavam frases e,
finalmente, textos.
A procedncia do termo alfabetizar, deve-se ao ensino do alfabeto e ao
primeiro mtodo de ensino, que conhecemos pelo nome de alfabtico ( RIZZO,
2005, p. l5).
Como j foi destacado, saber ler e escrever era sinal de status, e apenas as
classes da elite tinham acesso, o que seguiu at muito recentemente.
O ensino na Grcia
...era sempre individual e cabia aos escravos (pessoas cultas retidas como prisioneiras de guerra) faz-lo. Em Roma, em poca posterior, os filhos dos ricos j iam escola. Os professores eram, geralmente, gregos, na sua maioria, escravos dos romanos. Ensinavam a poucos alunos, em cada classe, que podia ser de meninos ou de meninas, separadamente. As aulas eram sempre na parte da manh ( RIZZO, 2005, p.l5).
16
Com o passar dos anos, na Antiguidade, o mtodo alfabtico sobreveio a ser
discutido pelos pedagogos frente s dificuldades dos alunos em pronunciar sons
resultantes de combinaes de consoantes com vogais, tendo aquelas nomes
diferentes dos sons que necessitariam evocar (RIZZO, 2005, p. 15).
Devido a esse fracasso, trocaram por uma simplificao, que era parecido
em tudo ao primeiro, entretanto no ensinava mais o nome das letras e sim o seu
relativo som. Assim foi institudo o mtodo fnico ou fontico.
Por volta do sc. XV foi idealizada a imprensa mvel que veio ao mundo
europeu romper com os modos antigos, porm designados a poucos. A partir do
Renascimento a quantidade de indivduos que dominavam a leitura e escrita veio a
somar. A Reforma Protestante insistiu em que os fiis lessem a Bblia, o que causou
o aumento do interesse pelo domnio do alfabeto.
Mais tarde com o iluminismo, novo desenvolvimento da alfabetizao,
sentindo-se preciso em alfabetizar a sociedade para contar com um povo
alfabetizado no seu conjunto. No inicio do sc. XIX os estados liberais europeus
ministraram planejamentos de alfabetizao para escolarizao de crianas
obrigatoriamente (CENED, 2002).
No Brasil os portugueses descobriram povos primitivos quando chegaram s
costas da Bahia no ano de 1.500. Dividiam-se em tribos mediante tradio oral,
passaram as consecutivas geraes os valores de seus antepassados. Estes povos
eram muitas tribos indgenas existentes no Brasil acolheram os europeus, em anos
seguintes foram submetidos catequese crist por diversas ordens religiosas. Os
Jesutas, com a inteno catequtica, inseriram a primeira escola no Brasil, assim a
educao jesutica, nos chamados tempos heroicos (primeiros 21 anos - 1549-
1570), comandados pelo Padre Manuel da Nbrega, era organizada em
recolhimentos onde eram educados mamelucos, os rfos, os indgenas
(especialmente os filhos dos caciques) e os filhos dos colonos brancos dos
povoados.
A partir de 1556, Anchieta recolheu a lngua falada no Brasil, na regio sul e
elaborou uma Gramtica da Lngua-Guarani, e as primeiras peas educacionais
compostas a partir da matriz europeia.
Quando as tropas napolenicas se aproximaram de Lisboa, a famlia real veio
para o Brasil, ensinou-se uma nova Educao brasileira no Reinado de D. Joo VI
com novos e ordenaram novas posturas da antiga e pobre colnia nos aspectos
17
cultural e industrial. Alguns que j haviam estudado tiveram acesso ao ensino
superior, e a comunidade permaneceu analfabeta.
Com a proclamao da Independncia do Brasil, continuou a mesma linha de
pensamento do tempo de D. Joo VI, implantaram curso de direito em Pernambuco
e So Paulo. A alfabetizao permaneceu esquecida, nessa poca o acesso
alfabetizao era restrito aos padres, freiras e aos descendestes das famlias que
tinham condies financeiras, pagavam o ensino particular, o catolicismo arcava
com os estudos para aqueles que optavam por ser padre ou freira.
Segundo o autor:
O Decreto Imperial de 15 de outubro de 1827foi a primeira lei de instruo elementar, no Brasil, durante o Imprio e nica at 1946. Por esses dados j se pode ter uma ideia do descaso com que foi tratada a educao elementar. A tradio das camadas privilegiadas de tratar a instruo elementar como tarefa da famlia, por meio de preceptores, dispensava a reivindicao de escolas. Quando o faziam era apenas para confirmar o discurso demaggico que permeou todas as aes da elite ante as necessidades da populao (ZOTTI, 2004. p.39).
O segundo imperador do Brasil. D. Pedro II, no implantou sequer um curso
superior e no se atentou com a questo do analfabetismo, ainda porque toda a
produo agrcola era aguentada pela mo-de-obra escrava.
Ainda no decorrer do Segundo Imprio comearam a aparecer, por todo o
Brasil, escolas originadas pelos trabalhos de pregao de missionrios evanglicos
presbiterianos vindos dos Estados Unidos da Amrica. Os presbiterianos fundaram
escola fundamental que limitava apenas aos protestantes e maons circunstncia
que a comunidade permanecia sem estudar.
Durante a Repblica velha, copiaram-se a constituio dos Estados Unidos,
deram sequncias ao ensino particular e proibiram o ensino pblico. No Estado
Novo impediram o processo educativo pelos estrangeiros existentes no Brasil, em
virtude imigrao europeia e asiticas, que comearam a ignorar a Lngua
Portuguesa. Foi barrada pelo o governo que ignorou tambm o Ensino pblico e
bsico.
Durante Repblica, o perodo da Primeira Repblica, produziu uma farta legislao sobre o ensino superior em todo o pas e os ensinos
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secundrios e primrio que se tornaram inoperantes com a Constituio de 1891 e a vitria do federalismo, que deferiu aos estados a atribuio do ensino primrio, dando-lhes o direito de organizar os seus sistemas escolares, sem fixar as diretrizes de uma poltica de educao nacional (ZOTTI, 2004. p.68).
Na dcada de 70 comeou aes do movimento brasileiro de alfabetizao
(MOBRAL), que atingiu 30 milhes de jovens e adultos nos 3.953 municpios em que
adentrou. Extinto em 25.11.1985 deu origem a Fundao Educar.
O MOBRAL, no Brasil, emergiu enquanto luta pela educao popular e assim como:
...nos pases dependentes, pode ser analisada sob dois ngulos: a) poltica externa, b) poltica interna. No Brasil o primeiro nos conduz ao MOBRAL que tem como objetivo a adaptao, a preparao da mo-de- obra para o mercado de trabalho. Para isso o indivduo deve ser alfabetizado a fim de receber duma forma mais fcil as informaes e o treinamento que lhe permitiro desenvolver o trabalho que lhe est reservado no desenvolvimento do pas, ou seja: o indivduo condicionado e instrumentalizado (BARBOSA, 1984, p. 22)
Tambm no inicio dos anos 80, com o objetivo fundamental de gerar a
participao comunitria, entraram em ao o Programa Nacional de Aes Scio -
Educativo para o Meio Rural (PRONASEC) e o Programa de Aes Scio- Educativo
e Cultural (PRODASEC), centrado nas zonas urbanizadas.
No entanto, essas iniciativas no resolveram o problema de ampliar
efetivamente a alfabetizao. No Brasil hoje, os atuais governantes brasileiros tm
despendido grandes esforos para afastar o analfabetismo e para proporcionar
educao em todos os nveis sociedade.
Atualmente a principal motivao, de vrios autores que pesquisam sobre o
processo de construo da escrita, na perspectiva da teoria desenvolvida por Emlia
Ferreiro, deve-se ao fato dessa abordagem enfocar a origem e a evoluo das
funes a psicognese da escrita da criana em relao alfabetizao.
Para a autora:
O desenvolvimento da alfabetizao ocorre, sem dvida, em um ambiente social. Mas as prticas sociais, assim como as informaes sociais, no so recebidas passivamente pelas crianas. Quando
19
tentam compreender, elas necessariamente transformam o contedo recebido. Alm do mais, a fim de registrarem a informao, elas a transformam. Este o significado profundo da noo de assimilao que Piaget coloca no mago de sua teoria (FERREIRO, 1999, p. 24).
Em decorrncia das concluses obtidas por Ferreiro, as estudiosas nessa
abordagem sentem a preciso de uma reestruturao nos conceitos, nas prticas e
nas posturas didticas, repensando a funo do professor alfabetizador e,
principalmente, analisando a criana como o sujeito que est se desenvolvendo num
ambiente social cuja alfabetizao se realiza num processo de construo de
conhecimento referente ao sistema alfabtico da escrita.
Neste sentido, a criana no est sendo alfabetizada por algum, mas sim
est alfabetizando-se ao interagir com o meio e com as pessoas que a rodeiam.
2.4 A leitura e a escrita na alfabetizao
No processo de alfabetizao, num certo momento a criana d um grande
salto, que muitas vezes chamado como estalo da alfabetizao.
Supe-se que este estalo acontece quando o aprendiz compreende que no
sistema alfabtico, os segmentos grficos concebem segmentos de som.
No incio tudo muito simples, mas com o passar do tempo o alfabetizando
compreende que as coisas so um pouco mais complicadas do que parecem. Ento
imperioso, cada vez mais, desafiar esta criana, para que possa fazer novos
descobrimentos sobre a leitura e escrita.
O educando precisa achar que nem sempre o casamento do som e das letras
monogmico, como o modelo ideal do sistema alfabtico, que cada letra
corresponde a um som e cada som corresponde somente a uma letra, tendo uma
correspondncia biunvoca entre sons da fala e letras do alfabeto.
No portugus acontecem poucos casos de correspondncia biunvoca.
20
O som da vogal i um bom exemplo para perceber este caso. Se a vogal i
est em posio de slaba acentuada, ela ser representada pela letra i, como nas
palavras vida e saci. Mas se a vogal i estiver numa slaba tona final, corresponde a
letra e, como no caso de vale e morte.
Existe tambm um caso onde ocorre ditongao de todas as vogais tnicas
localizadas na ltima slaba quando uma consoante vem depois, como na pronuncia
da palavra rapaz (rapaiz), de ps (peis) e de luz (luis).
importante que o alfabetizador esteja apto a explicar esta relao de letras
e som. Um outro tipo de relao, mais difcil, que ocorre entre letras e sons a
concorrncia entre duas letras, que podem representar o mesmo som, no mesmo
lugar. Sendo o caso das letras s e z, que nas palavras mesa e reza, ocupam o
mesmo espao, ficando entre duas vogais. Entre outras, com c, e ss; ch e x; g e j.
Por isso importante seguir as etapas naturais do aprendiz. Deixa-lo explorar
bastante a hiptese da monogamia, para comear fornecer-lhe material que entre
em contradio com sua hiptese j construda. Depois, aos poucos, devem-se
introduzir letras para que comece a construir novas hipteses.
Quando uma criana no consegue passar de uma hiptese para outra, ela
comea a cometer falhas na leitura e escrita. A leitura fica lenta, com soletrao a
casa slaba, e a escrita com repetio de letras, omisso de letras, trocas na ordem
de letras, falhas decorrentes da insegurana entre os formatos das letras entre
outros.
A partir do momento que o aprendente no comete mais erros como nas
escritas das palavras patu (pato); devi (deve); tonbo (tombo); treis (trs), a transio
entre a primeira e a segunda etapa est completa.
Mas a prxima etapa durar por toda a vida do indivduo, pois haver sempre
um momento de insegurana sobre a ortografia correta de algumas palavras, em
que duas ou mais letras possam causar o mesmo som em uma mesma posio
numa palavra como as letras s;z;c;x;h; j;g, etc.
Quando necessrio, tambm interessante contar a criana um pouco sobre
a histria de nossa lngua, que vem do latim o que influencia muito at hoje, para
que entendam por que tantas letras podem causar um mesmo som.
O professor deve estar prevenido tambm com o linguajar, uma das causas
que podem ocasionar alguns problemas na aprendizagem, pois a criana a principio
21
escreve da mesma maneira que fala, mas sempre tendo o cuidado para nunca
desrespeitar a modo pela qual falam.
Com um bom trabalho nessa etapa, as crianas no tero problemas ao
saber que letras so imperiosas para representar determinados sons e onde pode
ocorrer a concorrncia entre as letras.
Um outro passo em que o professor deve trabalhar bastante a etapa dos
suflixos, fazendo com que o alfabetizando compreenda a regularidade da morfologia.
Se o indivduo conseguir entender que apesar da letra s provocar o mesmo som que
a letra z na palavra riqueza ela no poder ser escrita de outra forma, pois riqueza
corresponde ao nome de uma qualidade, que proveniente de um adjetivo que mais
o pedacinho eza, alterar-se em substantivo, sempre que ele for escrever qualquer
palavra que se adapte nessa regra no encontrar dificuldades para escrev-la.
Com o estudo dos sufixos a criana poder distingui-los nas palavras facilitando-a
na escrita.
Distinto exemplo da relevncia do trabalho com sufixo so as palavras que
terminam com agem, se a criana compreender que toda palavra acabada com este
pedacinho escreve-se com g e no com j, guardar na sua memria e prestar mais
ateno em outras coisas.
Existe tambm, o caso dos prefixos que auxilia a fixar a grafia correta das
palavras, como por exemplo, o prefixo ex- de expulsar e excomungar.
Enfim, depois de diverso descobrimento o educando conter mais segurana
em eleger a letra correta para simular um determinado som.
2.5. Dificuldades em ler e escrever
O campo da educao nem sempre rodeada apenas por sucessos e
aprovaes. Muitas vezes, no transcorrer do ensino, se encontra com problemas
que deixam os alunos paralisados ante do processo de aprendizagem, assim so
considerados pela prpria famlia, professores e colegas. importante que todos os
envolvidos no processo educativo estejam precavidos a essas dificuldades, notando
se so momentneas ou se prosseguem h algum tempo (BARROS, s.d).
22
As dificuldades podem ocorrer de fatores orgnicos ou mesmo emocionais e
importante que sejam descobertas a fim de auxiliar o desenvolvimento do processo
educativo, compreendendo se esto agregadas preguia, cansao, sono, tristeza,
agitao, desordem, dentre outros, analisados fatores que tambm desmotivam o
aprendizado (ANTUNES, 2008).
A ocorrncia de existirem crianas que no conseguem obter sucesso na
aprendizagem escolar sempre chateou estudiosos das vrias reas do saber. Muitos
deles, segundo Campos (1997) ponderando os problemas de aprendizagem
chegaram a diversos termos e definies, sem, contudo, estabelecerem um conceito
sobre eles.
Para a referida autora, dificuldade de aprendizagem faz referncia a alguma
desordem na aprendizagem geral da criana, derivado de fatores reversveis onde
normalmente no possui causas orgnicas.
J para Jacob, Loureiro (1996) e Weiss (1997) a dificuldade de aprender
pode, contudo, estar pautada a determinantes sociais, da escola e do prprio aluno.
Pelegrini e Golfeto (1998) revelam em seus estudos apreenso com as
dificuldades de aprendizagem das crianas e salientam que, dentro da estrutura
escolar, as crianas de acordo com a sua idade e com seu nvel de desenvolvimento
intelectual podem exibir diversas realizaes, mas que nem sempre obtm sucesso
nesta empreitada.
Discorrendo na aprendizagem direcionada a leitura e a escrita, muito se fala
quando estas no ocorrem com naturalidade. Entretanto alguns professores ainda
tem a viso de que o aluno no aprende por falta de vontade prpria, ou mesmo por
abnegao escola.
Em meio a tantas provocaes, a escola ainda precisa se responsabilizar
dentre a deteco de tais dificuldades a qual o aluno exibe, e perceber quais suas
origens e a melhor interveno que o leve a aprendizagem, acatando seus limites e
especificidades.
Referindo-se a tipos de dificuldades, podem-se citar vrias, pois nas salas de
aulas depara-se com alunos com distintas capacidades de conhecimentos, de
cultura e de condies de aprendizagem. Alunos que expem algum transtorno de
aprendizagem precisam de atividades diversificadas e mais tempo para construir seu
conhecimento.
23
Quando compreendida a presena de um dficit no desenvolvimento do
reconhecimento e compreenso dos textos escritos, visto que esta desordem no
por causa de deficincia intelectual, e nem a inadequada escolarizao, ou ento a
problemas neurolgicos, visuais ou auditivos, ento se pode designar este
transtorno como dislexia ou transtorno do desenvolvimento da leitura (STANOVICH,
1992).
A palavra dislexia de acordo com a ABD, Associao Brasileira de
Dislexia vem do latim: dis, de distrbio, e do grego lexia, significa linguagem. Ou
seja, dislexia uma disfuno neurolgica que mostra-se como consequncia a
dificuldades na leitura e escrita sendo de carter hereditrio.
Identificada pela primeira vez por Berklan em 1881, o termo dislexia foi
determinado em 1887 por Rudolf Berlin, um oftalmologista de Stuttgart, Alemanha.
Ele usou o termo para se referir a um jovem que apresentava grande dificuldade no
aprendizado da leitura e escrita ao mesmo tempo em que apresentava habilidades
intelectuais normais em todos os outros aspectos.
A dislexia um tema muito elucidado na educao, pois intervm diretamente
no aprendizado e conhecimento por parte do aluno. Cada vez mais os professores,
estudantes e especialistas da rea da educao focam seus estudos neste
obstculo a fim de achar respostas e solues para uma transformao no quadro
educacional, onde, anseiam que professores e alunos em conjunto trabalhem para
melhorar o resultado alcanado atravs de seus projetos pedaggicos em vista de
que o aluno seja favorecido e aprenda, assim como os outros, de modo satisfatrio e
necessrio vida dele.
Segundo informaes (Revista Comunicar-ano XIII - n. 52-janeiro/maro
2012), a dislexia abrange quase 4% da populao brasileira, ou seja, um nmero
elevado e inquietante ante do problema em diagnostic-la ou de preveni-la.
A terminologia para essa dificuldade em aprendizagem, a dislexia s virou um
ttulo nesta dcada onde muito se discorreu sobre o tema e quando muitos autores
se dedicaram averiguao da mesma.
O diagnstico da dislexia deve ser realizado com muito cuidado e pais e
professores precisam se aprofundar em conhecimento sobre o tema e avaliar
tambm o processo da alfabetizao para que no avaliem suas crianas
erroneamente quando o processo de alfabetizao ainda est ocorrendo.
24
A criana com dislexia difere das outras da mesma idade em vrias maneiras. Estas diferenas no so evidentes em todas as crianas com dislexia, e elas ocorrem em diversas combinaes, assim como no nvel de dificuldades varia muito. Por isto muito importante que os educadores tenham informaes dos sintomas da dislexia. (FILHO TAVARES, 2000, p. 256).
2.6 Distrbios de aprendizagem da leitura e da escrita
As origens dos distrbios de aprendizagem na rea da leitura e da escrita
podem ser orgnicas abrangendo cardiopatias, encelopatias, deficincias sensoriais,
motoras e intelectuais, disfuno cerebral e outras enfermidades duradouras;
psicolgicas vinculadas a desajustes emocionais, ansiedade, insegurana e alta-
estima baixa; pedaggicas relacionadas aos mtodos imprprios de ensino, ao mau
desenvolvimento dos pr-requisitos indispensveis para o processo de
aprendizagem, mtodo do professor, o atendimento nas classes entre outros fatores
influentes ao ensino e aprendizagem; socioculturais que diz respeito a falta de
estimulao, a desnutrio, a privao cultural do meio; ou dislexia que um
distrbio de leitura, que representada por um dficit na competncia de simbolizar
e comumente s percebida na primeira e segunda srie do ensino fundamental.
O atraso na obteno das primeiras palavras; fala inadequada; dificuldades
de aprendizagem e de reteno das palavras; inverso, rotao na escrita, omisses
e substituies na leitura; repetio de erros grficos; problemas de lateralidade e
dominncia cerebral; dificuldades de descobrir palavras para se expressar e escrita
ilegvel e incompreensiva so as determinantes mais relevantes para as dificuldades
especiais de linguagem.
Podem-se localizar umas das caractersticas citadas acima em crianas que
exibem distrbios de leitura, sendo importante destacar que tais caractersticas no
se exibem numa nica criana.
O aluno que apresenta dificuldades na leitura oral exibe dificuldades na
percepo visual ou auditiva, canais indispensveis para perceber informaes que
sero processadas em seu crebro, quando h uma distoro em um desses canais
a criana exibir distrbio na leitura.
25
Nas dificuldades da descriminao visual auditiva descobre-se os problemas
de discriminar os sons, principalmente os sons semelhantes. Por isso as dificuldades
mais comuns so as trocas de consoantes f/v; p/p; ch/j; t/d; s/z;c/g e de vogal oral
por nasal na/a; em/e; in/i; on/o; um/u, pontuao imprpria ou ausente; incapacidade
para ouvir sons iniciais ou finais das palavras entre outras dificuldades.
As dificuldades na abrangncia da leitura so causadas pela velocidade da
leitura, quando o indivduo faz a leitura silabada no consegue reter o texto evitando
uma boa compreenso, por ter uma falha em seu vocabulrio, incapacidade de tirar
concluses.
No obstante no se pode deixar de mencionar a dislexia que uma das
causas dos distrbios de leitura e se apresenta em crianas com dificuldades em
identificao de smbolos grficos; letras e nmeros; no comeo da alfabetizao e
que induz a um fracasso nas reas que defendem a leitura e a escrita.
2.7 O papel do professor junto aos alunos com dificuldade de aprendizagem
Sabe-se da acuidade do papel do professor na aprendizagem das crianas,
pois por meio dele que ocorre a mediao, ou seja, o professor proporcionar um
momento onde suas relaes determinaro resultados significativos para a
aprendizagem, permitindo o ensino mais benfico, estimulante e por que no, de
fcil compreenso.
Para que este processo ocorra, imperioso o olhar vigilante do professor a
todos os alunos, pois por meio de seus gestos, sua fala, as construes coletivas do
conhecimento, considerando que a interao que ele proporciona induzir a
perceber o processo de aprendizagem do aluno ou as dificuldades originadas por
ele. O professor deve ser um amigo, algum que est na sala de aula por inteiro,
entendendo as relaes e nelas interferindo quando necessrio. Para isso, o
professor deve ter conhecimento dos contedos a serem trabalhados com os alunos,
devendo com seriedade e responsabilidade palavra Educador, por fim, que
trabalhe com profissionalismo.
26
Segundo Vygotsky (1991), o educador precisa atuar na zona de
desenvolvimento proximal (ZDP), levando a criana do nvel de conhecimento real
ao nvel de conhecimento potencial
ZDP a distncia entre o nvel de desenvolvimento real, que se costuma determinar atravs da soluo independente de problemas, e o nvel de desenvolvimento potencial, determinado atravs da soluo de problemas sob a orientao de um adulto ou em colaborao com companheiros mais capazes. (OLIVEIRA, 1993, p.60).
A partir desse pensamento pergunta-se se os professores tm cincia da
importncia da sua funo, se eles compreendem a encargo que tm em mos.
A escola, assim como o professor, coopera no processo de construo do
papel do professor quando estabelece o Projeto Poltico Pedaggico. Este
documento no deve ser somente um acumulado de folhas escritas, ele deve ser a
linha chefe da construo do conhecimento e expor as funes de cada profissional
na escola, o que a escola almeja. Isto porque o professor no apenas um mero
transmissor de informaes, mas sim um coparticipante imprescindvel neste
processo de ensino-aprendizagem.
A escola deve olhar o aluno como um mortal em desenvolvimento que precisa
de ateno, carinho, responsabilidade, deve ter finalidades claras que levem o aluno
a um processo de aprendizagem privilegiado. Seguindo esta linha, tem-se o
pensamento de Piaget com relao escola e professor, que diz: ... o adulto deve,
pois, ser um colaborador, e no um mestre, do duplo ponto de vista moral e racional
, "que s concebemos uma disciplina autnoma e interior em uma sala de aula na
medida em que o trabalho admita a maior parte de iniciativa e de atividade
espontnea por parte da criana (CARVALHO, 2001 apud ANTUNES, JUNGBLUT,
2008).
Este pensamento s robustece a importncia do papel do professor, um
profissional atento ao seu grupo, as suas aprendizagens e suas dificuldades. Um
profissional que mediante uma dificuldade preocupa-se em trazer solues, em se
capacitar para interferir da melhor maneira plausvel. Por outro lado, este profissional
deve instigar a autonomia do aluno, para que tenha habilidade de empregar os
conhecimentos escolares tendendo assimilar conhecimentos e procedimentos, bem
27
como ampliar a percepo e a escolha da melhor maneira de resolver e solucionar
seus problemas ou a execuo de novas tarefas.
Se na prtica isso realmente ocorre, o professor estar preparado para ajudar
o aluno a resolver as dificuldades que surgem no processo da aprendizagem.
Assim, Luckesi (2000) assegura que distinguindo a origem e constituio de
um erro, pode-se super-lo, com benefcios expressivos para o crescimento.
Quando este procedimento de reorientao ocorre entre o professor e o aluno
provvel compreender tomando como base um padro cognitivo ou prtico, um
ponto de partida para compreenso do erro, identificando-o e induzindo o aluno a
super-lo.
Luckesi (2000) assegura ainda que o erro a amostra de um conhecimento
no aprendido, mas que precisa de ateno para que possa acontecer o avano na
aprendizagem do aluno e se o professor abarca este desvio, possibilitar a sua
correo e automaticamente uma boa aprendizagem.
Por fim, entende-se que o professor no deve apontar ou punir o aluno por
no ter compreendido o contedo trabalhado, mas deve saber orient-lo da melhor
forma possvel.
28
3 MATERIAIS E MTODOS
Para realizar esta pesquisa de concluso de curso foi realizada uma reviso
bibliogrfica, cuja busca de informaes utilizou as palavras-chave relacionadas ao
tema proposto, sendo realizada entre os meses de janeiro de 2014 a novembro de
2014.
Buscamos por meio do levantamento bibliogrfico um conhecimento
aprofundado em relao ao tema, realizando a pesquisa cientfica por intermdio de
peridicos, livros, artigos teses e dissertaes e acervos da biblioteca das
Faculdades Integradas de Itapeva/SP.
Deste modo a pesquisa fundamentou-se na realidade do profissional e no
enfrentamento as questes que cercam a profisso, permitindo analisar, avaliar e
refletir sobre as questes ligadas a suas funes, ampliando seus conhecimentos e
desenvolvimento profissional.
29
4 RESULTADO E DISCUSSO
Para Santos (s.d) a leitura e escrita no so padres natos do comportamento
humano, isto , no nascem prontamente no indivduo, necessitam ser construdos.
Esta construo sucede em cerca de 80% no mundo da escola, embora de o hbito
da leitura principiar desde o momento em que a criana principia a balbuciar nas
suas primeiras palavras.
Abud (1987) observa que a leitura a embasamento para aquisio de uma
cultura geral; ela , por conseguinte, o fundamento da aprendizagem escolar; a
escrita; depois da fala um dos fundamentais instrumentos do processo de
comunicao e expresso, utilizando-se da linguagem escrita o homem pode
compartilhar suas ideias a algum ou simplesmente externar seus anseios e seus
pensamentos.
J Smolka (2003) e Soares (1999) percebem que, o ensino da lngua deve ser
institudo em prtica discursiva, em torno de textos orais, escrito, em diversos tipos
de gneros, e que tambm subordinado das condies de produo de quem fala
ou escreve, para quem fala ou escreve, quando e onde fala e escreve.
Santos (s.d) enfatiza que aprender a ler e escrever so processos
cumulativos e duram por toda a vida. So partes complementares e imprescindveis
para o processo de desenvolvimento do individuo na sociedade, ficando a escola um
dos espaos nos quais as crianas se encontram com a leitura sistematizada
atravs dos livros e de outros meios.
Conforme Soares (1999, p. 3), o conceito de letramento no concebe a lngua
como processo de comunicao ou instrumento de entendimento, mas a analisa
como um processo de influncia mtua em que o interlocutor vai estabelecendo
sentido e definio ao longo de suas trocas lingusticas, formando significados,
segundo a relao que mantm com a lngua, com o tema sobre o qual fala ou
escreve.
Para Santos (s.d) est mais do que evidenciado de que o sucesso escolar
depende muito da capacidade de ler e escrever que o educando contrai ao longo
dos 5 primeiros anos da Educao Bsica, ou seja, da alfabetizao (1 ano) ao 5
ano. nesta fase que o binmio leitura e escrita deve ser cogitada de forma rica e
30
diferenciada, proporcionando ao educando vrios tipos de leituras que sejam de
acordo com sua faixa etria, interesse individual e coletivo.
31
5 CONCLUSO
Percebe-se que h vrias metodologias para ensinar escrever. Alfabetizar
oferecer condies a criana de ser capaz de ler e escrever fazendo o uso
adequado da lngua escrita significa por fim, orientar a criana para o domnio do
processo da escrita.
Atualmente a educao est peregrinando para alfabetizar letrando. No
processo de alfabetizar e letrar indispensvel que os educadores contenham
claros tais conceitos, pois alfabetizao um processo especifico e imprescindvel
de apropriao do sistema da escrita, a aquisio dos princpios alfabtico e
ortogrfico que permite ao educando ler e escrever com autonomia e letramento, o
processo de incluso e participao na cultura escrita, processo este que tem inicio
quando a criana principia a conviver com as diferentes manifestaes da escrita na
sociedade e se propaga por toda a vida, com a crescente possibilidade de
participao nas prticas sociais que abrangem a lngua escrita.
Ferreiro (2003) esclarece que o conceito de alfabetizao altera de acordo
com as pocas, as culturas, a vinda das tecnologias e demais inovaes, tornando-
se por isso, indispensvel que o professor esteja aberto s mudanas que
acontecem em seu tempo. O acompanhamento das mudanas exige do
alfabetizador novas formas de tornar dinmico e prazeroso o processo de
alfabetizao.
Este trabalho analisa que alfabetizao e letramento so processos distintos,
cada especificidade, mas complementares e inseparveis, ambos indispensveis
para a aquisio da leitura e da escrita pelos educandos. Neste sentido no se trata
de sugerir entre alfabetizar ou letrar, trata-se de harmonizar esses dois processos
certificando aos alunos a apropriao do sistema alfabtico ortogrfico e condies
possibilitadoras do uso da lngua nas prticas sociais de leitura e escrita, percebe-se
que a ao pedaggica mais apropriada e produtiva aquela que considera, de
maneira pronunciada e simultnea, a alfabetizao e o letramento.
preciso alterar o aprender, e isto demanda tempo, que no sucede de uma
hora pra outra, porque demandam foras de muitos segmentos, segmentos estes
que na maioria ultrapassam o ambiente escolar. Como o social, econmico,
32
tecnolgico, poltico e muitos marcham alheios aos objetivos da educao. O desafio
da escola atual est em sua contribuio redefinio dos saberes e dos valores
suscetveis a participar dos processos de construo de novos cenrios, num mundo
ao mesmo tempo pleno e intercultural.
33
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