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O que é Analfabetismo Emocional · O que eu vejo de resultados em meus alunos nesses treinamentos é maravilhoso. Através dos depoimentos vejo como o cérebro é incrivelmente flexível,

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O que é Analfabetismo Emocional ?

“... nossa tendência tem sido a de cuidar da mente e do intelecto, como se as questões mais importantes da vida dependessem da educação que recebemos.”

Bruce Thompson

analfabetismo emocional faz refe-rência à incapacidade que temos de manejar nossas próprias emoções e, portanto, compreender e aceitar as

emoções dos outros. Algumas pessoas afirmam que a alfabetização emocional pode vir a ser uma segunda revolução no ensino básico.

É curioso como na sociedade ocidental todos desejam mudar o mundo, mas a maioria não quer mudar a si mesmo, muitos

não querem conhecer melhor a si mesmo, tornar-se um ser humano melhor, um melhor filho, um funcionário melhor, etc. Incrível como a maioria das pessoas, principalmente os mais jovens, não se interessam em ser diligentes no que fazem, não se interessam em realizar coisas simples e cotidianas como: ajudar a mãe a lavar a louça, cuidar do irmão mais novo ou carregar as compras. Por isso, o primeiro grande passo para deixar de ser analfabeto emocional é ter um verdadeiro autoconhecimento. Um conhecimento de si mesmo que nos permita determinar quais são nossas fortalezas, mas também quais são as nossas debilidades. Para isso, é necessário primeiramente eliminar o medo de descobrir que não somos perfeitos, olhar nossa alma desnuda e, dessa forma, tomar a iniciativa de entrar no casulo interior e passar pelo processo da metamorfose. Esse processo só pode se dar pela iniciativa

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daquele que deseja crescer, progredir, ser um melhor cidadão, filho, pai, esposo, profissional e um líder religioso.

Muitas pessoas afirmam que os analfabetos emocionais são uma consequência do estilo de vida ocidental e da sociedade moderna altamente tecnológica. Pode ser que a necessidade de condensar o saber adquirido pela cultura através dos séculos tenha feito com que as escolas se centrem exclusivamente em transmitir informações. A sobrecarga de papéis, a escassez de tempo e o desenvolvimento da tecnologia fazem com que optemos por formas de comunicação mais velozes.

Um dos problemas da sociedade moderna, que contribui para que exista um número maior de analfabetos emocionais é a urgência. O tempo é uma de nossas posses mais preciosas. Como o ritmo de vida atual é muito agitado, damos um grande valor à urgência e tudo aquilo que não proporcione uma satisfação rápida é considerado negativo.

Assim, a própria sociedade e seu estilo de vida impulsionam o desenvolvimento de adultos que se comportam como “crianças pequenas”, que desejam satisfazer suas múltiplas necessidades “aqui e agora”, do tipo “eu quero e eu quero porque quero”. Quando as necessidades não são satisfeitas em um tempo relativamente prudencial, a pessoa acaba optando por medidas extremas, simplesmente por não ter as ferramentas para enfrentar sua nova realidade. O imediatismo nos torna pessoas mais egoístas, desejando que nossas necessidades sejam prioritárias sobre as demais. A urgência dá-nos pouco tempo para refletirmos, para repensarmos e aprendermos a nos conhecer.

Desta forma, terminamos por estabelecer relações superficiais com as outras pessoas e conosco. A emotividade restringe-se à expressão das emoções mais negativas como a ira ou o desprezo. Provavelmente ninguém encerrou melhor e de maneira mais concisa o que acontece na relação entre emoções e razão do que Gibran Khalil:

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“Quando chegar ao final daquilo que deve saber estará no princípio do que deve sentir”. O que você faz quando é contrariado? Ou quando aquilo que você tanto sonhou foi frustrado? O mal-estar emocional e o analfabetismo emocional se manifestam através do descontrole das emoções.

O mal-estar emocional e o analfabetismo emocional se

manifestam através do descontrole das emoções.

A falta de soluções pacíficas para os desentendimentos gera uma má convivência entre as pessoas. Podemos notar o analfabetismo emocional nos freqüentes casos de violência entre adolescentes nas escolas e na violência doméstica, que infelizmente tem maculado a alma de muitas crianças e mulheres, por serem mais vulneráveis fisicamente, e as tem levado, por vezes, ao óbito. A deficiência também é notada no aumento exagerado de gravidezes na adolescência. Nas mulheres é constatado que a violência manifesta-se de outra forma,

ao invés de se tornarem delinqüentes, como é o caso do gênero masculino, meninas menores de 14 anos estão engravidando. A multiplicação de prisões de jovens que praticam crimes violentos como estupros, assassinatos, suicídios, o aumento do consumo de drogas, de doenças venéreas e do percentual de divórcios é alarmante e nos desperta a refletir sobre a saúde emocional de nossas famílias.

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O analfabetismo emocional não está ligado à renda. O problema é universal e ocorre em todos os grupos sociais. A delinquência não está ligada diretamente ao QI mais baixo e sim à impulsividade no controle emocional. Uma das doenças mais avassaladoras dessa geração chama-se depressão. Nunca a indústria farmacêutica ganhou tanto dinheiro com medicamentos para combater a depressão. Podemos observar a dificuldade das crianças e dos adolescentes de conviver em grupo, de manifestar seus sentimentos e os definir. O aumento das taxas de divórcios, a indiferença dos pais pelas necessidades dos filhos tornam a depressão um problema premente na juventude e na infância. As crianças que desenvolvem uma perspectiva pessimista tornam-se presas fáceis e utilizam a depressão como forma de reação. O tratamento da depressão para as crianças, diferente do que é utilizado para adultos, não é feito através de medicamentos antidepressivos. É feito através de terapias em que as crianças aprendem algumas aptidões emocionais básicas. Crianças e adultos necessitam urgentemente aprender sobre si mesmas.

Crianças e adultos necessitam urgentemente aprender

sobre si mesmas.

Ser especial por dentro mesmo que simples por fora

“Sabemos muito pouco o que nós somos e menos ainda o que podemos ser”

Hoje, na era da Pós-Modernidade, dentro das mais diversas áreas da ciência, geraram-se questionamentos sobre o homem e seus relacionamentos com o mundo. Faço o uso do termo Pós-modernidade para designar o conjunto de características da época atual. “A sociedade produtivista e consumista que, como vimos, leva inevitavelmente as coisas a valerem cada vez mais e as pessoas, cada vez menos.”

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O homem só poderá contemplar sua existência através de relações com o outro. No entanto, a sociedade Pós-Moderna caracteriza-se pelo individualismo, pelo narcisismo e pela possibilidade de se descartar qualquer coisa, inclusive a pessoa com quem se mantém um relacionamento íntimo, pois para eles não há tempo para se apegar. O lema hoje é “seja você mesmo”, “siga seus sonhos e realize seus desejos”, o que dificulta ainda mais o relacionamento do homem. Esse individualismo gerou o desaparecimento da consciência de classe e gerou a ética do consumo, inclusive o consumo das próprias pessoas. Infelizmente, a individualidade instalou-se em muitos lares, o que vemos é cada membro da família com uma TV gigante em seu quarto, com seu som e notebook, entregando-se a horas de relacionamentos puramente virtuais. Não é possuir esses bens que está errado, é a forma de relação parental que está em questão. Seja qual for o meio que retira as pontes do relacionamento, esses meios devem ser eliminados para o bem da família. Todos dividindo a mesma casa, mas não convivendo, uma família sem partilha, sem relação interpessoal, cada um no seu espaço, no seu mundo particular. Pergunto-me ao ver tal cenário: “O que está acontecendo com as famílias?” Nunca se viu tantas crises conjugais, inversão de papéis, omissão, intolerância e desrespeito. Um consumismo desenfreado, a valorização do ter e não do ser. Famílias estão enclausuradas e não o percebem.

Como fomos parar nessa situação?

Por muitas vezes me faço essa pergunta. Imagino se algo não acontecer para trazer uma mudança de mente, como serão as próximas gerações. A maioria dos jovens não fala mais de ideais, não tem pelo que lutar, aceitam tudo sem questionar para não esquentar a cabeça. Tudo beleza, tudo certo. A gravidez precoce, famílias desestruturadas, falta de educação, valores éticos, morais e religiosos são alguns dos fatores desencadeantes dessa trágica realidade. Quando eu era criança, passei por muitas dificuldades e sofrimentos, mas por alguns mecanismos próprios, aprendi a filtrar os estímulos estressantes do ambiente. Dessa forma, mesmo tendo muitas cicatrizes em minha alma, tornei-me uma

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”“pessoa alegre e segura. Por outro lado, muitos colegas da minha idade do período escolar destruíram suas vidas nas drogas, foram mães solteiras e grande parte nem chegou a concluir seus estudos.

Mesmo tendo muitas cicatrizes em minha alma, tornei-me uma pessoa alegre e segura.

O descaso com a vida emocional hoje nos traz graves

consequências que não ficam restritas ao ambiente famíliar, mas, nas escolas o caos está instalado. Não é raro vermos os desatinos de alunos por falta de educação emocional. Por outro lado os profissionais sem inteligência emocional para lidar com tudo isso e esgotados. Os pais perdidos sem saber o que fazer, estamos em um tempo onde a maior epidemia está na saúde mental. Sem projetos, sem recursos públicos para atender a tamanha demanda, uma sociedade grita pedindo ajuda. Por onde então começar? Pelo nosso mundo interno, cuidando do nosso jardim interior, dando o devido cuidado e olhar a nossa criança interior. Entendendo que o equilíbrio começa dentro de mim.

Inteligência Emocional

“ .... é a inteligência emocional que contribui com um número maior das qualidades que nos tornam mais plenamente humanos”.

Daniel Goleman

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A grande parte das pessoas tende a confundir a inteligência intelectual QI e a inteligência emocional QE. Elas na verdade não se opõem como alguns pensam, elas têm uma ligação relativamente pequena entre elas porém, são independentes. Ela determina segundo Daniel G. nosso potencial para aprender os fundamentos do autodomínio e afins, nossa competência emocional mostra o quanto desse potencial dominamos de maneira que ele se traduza em capacidades profissionais. Ele propôs uma estrutura que reflete como os aspectos fundamentais do QE (quoeficiente emocional) autoconsciência, autocontrole, consciência social e a habilidade de gerenciar relacionamentos, se traduzem em sucesso profissional. Em meus treinamentos de Inteligência emocional tenho trabalhado a expansão das aptidões necessárias através de cinco domínios: autoconsciência, lidar com sentimentos, automotivação, empatia e a arte de se relacionar. O que eu vejo de resultados em meus alunos nesses treinamentos é maravilhoso. Através dos depoimentos vejo como o cérebro é incrivelmente flexível, pronto a aprender, ouço um discurso agora de pessoas dispostas a uma nova maneira de interagir no mundo. Podemos aprender o tempo todo.

Emoções Primárias

“.... quando são as emoções que dominam, o intelecto não pode nos conduzir a lugar nenhum”. Daniel Goleman

Cada emoção tem uma função específica e ao vivenciarmos cada uma delas é acionado em nós uma ação de imediato. Outra coisa, não há uma emoção que seja somente negativa em si. Todas têm sua importância, reconhecê-las e saber como vivencia-las é o grande xeque- mate da saúde emocional. As emoções são natas e não nascemos sabendo como lidar com elas, no entanto em qualquer idade é possível nos alfabetizarmos. Conhecer e identificar quais delas sempre está mais presente em nosso cotidiano é como tem nos afetado, é de suma importância para podemos dominar nossos impulsos, aprender a reagir

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de maneira diferente e não deixar mais a mesma reação nos prejudicar. Muitos por não dominar as emoções estão perdendo muita coisa e muitas pessoas. Pessoas com uma mente brilhante tendo um surto de raiva pelas mínimas coisas. É triste ver um casal que se ama em idas e voltas as vezes se separar devido ao descontrole emocional. Me entristece também ver nossos jovens sem nenhuma resistência a tristeza e a frustração se automutilando e outros até tirando a própria vida. Tudo pode ser diferente se fizermos um esforço para entender o que está por trás de nossas atitudes geradoras de infelicidade, qual a raiz de tanta raiva, compreender é a única arma de temos para dominar e sermos livre e não mais fantoches de emoções tóxicas. Vejamos quais são as emoções primárias:

Raiva - O fígado é o órgão mais atingido. Muitas vezes se sente essa emoção por não ser compreendido, por não aceitar muita das vezes sermos contrariado. É uma emoção de maior excitação no corpo, recebe uma alta taxa de adrenalina e outros hormônios. Causa um

desgaste físico e mental. O nível de estresse em pessoas que tem constantemente essa emoção é altíssimo. Existem pessoas que estão viciadas nessa química toxica e já amanhecem às vezes com raiva e tumultuando os relacionamentos. Atendi um paciente que tinha tanta raiva, que já amanhecia maltratando um pobre cachorro de estimação. Ele chorava me contando o que fazia com o animal. Uma violência gratuita, uma raiva que precisa descontar em alguém ou algo. Gosto muito dessa frase de Shakespeare “Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel”. Baixos níveis de serotonina também podem favorecer aos ataques de fúria. Essa emoção se trabalhada positivamente pode levar você a sair de uma zona de conforto, por exemplo, e ir à luta. Atletas fazem muito bem o uso dessa emoção, no ringue pensam em situações que acionam essa emoção e vão com muita adrenalina para cima do adversário.

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Medo - Os órgãos mais afetados são os rins e o estômago. Por causa dessa emoção pessoas tem se enclausurado. Perdem momentos de lazer entre amigos, oportunidades de emprego etc. Porque o medo libera químicas no corpo

que paralisam. Ele pode ser um gatilho para os transtornos de ansiedade. O medo pode servir para nós como proteção, para sermos cautelosos, para dirigirmos com mais cuidado etc. Personalidades como Mandela precisaram em momentos difíceis de suas vidas a lidar diariamente com essa emoção. Eis uma de suas frases: “Eu aprendi que a coragem não é a ausência de medo, mas o triunfo sobre ele”.

Tristeza - Nesse caso o pulmão é o mais afetado. Não é raro ver pessoas tristes constantemente gripadas devido baixa imunidade. Não devemos confundir tristeza com depressão. No meu livro Depressão como curar a dor da alma, falo com mais detalhes sobre essa emoção e sobre

depressão. Tristeza é inerente ao ser humano. Uma de suas principais funções é nos ajustar depois de uma grande perda ou luto. Entramos em um momento importante de introspecção, o que nos faz refletir e pensar na vida. Podemos nesses momentos tomarmos decisões cruciais e optar por viver plenamente cada momento e com gratidão.

Alegria - Essa emoção é a mais cobiçada por todos. Causa uma das principais alterações biológicas, inibindo sentimentos negativos, faz com que o corpo se recupere rapidamente. Cultivar essa emoção é fundamental para ter uma saúde emocional equilibrada. Exercite sorrir

sempre e ter pensamentos de gratidão pelo que já tem e conquistou. Isso fará com que diariamente você tenha doses de alegria terapêutica.

Exercite sorrir sempre e ter pensamentos de gratidão pelo que já tem e conquistou. Isso fará com que diariamente você tenha

doses de alegria terapêutica.

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O nosso objetivo diário deve ser a busca pelo equilíbrio, pois cada sentimento e emoção têm seu valor e significado. Será entre emoções negativas e positivas que determinaremos a sensação de bem-estar.

Se reprimirmos iremos gerar embotamento emocional e frieza. Se fugirem ao nosso controle nos adoece. É preciso como já diziam os gregos sophrosýne “precaução e inteligência na condução da própria vida; equilíbrio e sabedoria”.

Infantilismo Adulto

Muitos sofrem de “infantilismo adulto”, expressão usada por psicanalistas para descrever um complexo de dependência semelhante ao das crianças. Existe a “esposa criança”, é aquela jovem que foi muito mimada pelos pais e quando se casa, dependendo do marido, é dada continuidade a esse mimo. Na verdade, essa é uma forma que a “esposa criança” achou de permanecer dependente da família e de não crescer. Para crescer e amadurecer é necessário muito esforço, infelizmente muitas jovens estão embriagadas numa preguiça mental. Para mudar esse quadro, a pessoa precisa reconhecer o verdadeiro retrato da sua personalidade. O marido pode cooperar não mimando, apresentando sugestões e ajudando-a a fazer uma autoanálise.

E o que falar do “marido criança”? Geralmente esse rapaz sofre de fixação materna. Muitas mães que são infelizes no casamento transferem o cuidado, o amor ao filho, mimando-o e superprotegendo. Nasce um amor possessivo, que tem terminado com muitos casamentos e relacionamentos. A mãe e o filho procuram uma esposa semelhante à mãe. A mãe, enquanto viva, manda na vida do casal. Quando a sogra falece, a esposa assume o papel da mãe, tratando o marido como um menino mimado, visando muitas vezes só a felicidade do marido.

Nesse caso é importante a esposa deixar seu papel bem definido no relacionamento. Não assumir o que é de responsabilidade do marido. Dessa forma o marido terá que tomar decisões e então se inicia o

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Perguntas para autoanálise:

desenvolvimento de sua função dentro desse matrimonio. Em ambos os casos quando esses papeis são confundidos até a vida sexual do casal pode ser prejudicada. Porque ninguém em plena saúde mental tem desejo pelo pai ou a mãe. E quando um dos cônjuges representa na vida do outro mesmo que inconscientemente esses papeis parentais a libido de um dos pode ficar comprometida. Não é raro na terapia de casal ao pares me relatarem tal dificuldade.

É preciso paciência em ambos os processos e muito amor envolvido para ajudar o outro em suas debilidades. Lembre que fazer pelo outro impede o amadurecimento, é o excesso de cobrança, pressa e críticas podem paralisar o outro. O diálogo franco e tolerante é o meio de melhor ajustar e gerar entendimento entre o casal.

≈ Como você está se sentindo agora?

≈ Que emoção é a mais habitual na sua rotina? Você sabe dizer o motivo pelo qual ela aparece com tanta frequência? Quais reações cada uma delas gera em você?

≈ Como você utiliza as emoções para atingir os objetivos?

≈ O que faz você reconhecer as emoções dos outros, perceber suas necessidades e estabelecer laços nas relações interpessoais?

≈ Se você gerenciar sua vida emocional, que benefícios isso trará para sua saúde?