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C NT ESPECIALISTA MÁRCIO COELHO BARBOSA FALA DO TRANSPORTE NAS CIDADES EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT ANO XIX NÚMERO 221 FEVEREIRO 2014 TRANSPORTE ATUAL O QUE FALTA AO BRASIL Estudos da CNT apontam carências na infraestrutura de transporte do país. Leia entrevista com o ministro dos Transportes, César Borges

O que falta ao Brasil

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Estudos da CNT apontam carências na infraestrutura de transporte do país. Leia entrevista com o ministro dos Transportes, César Borges

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Page 1: O que falta ao Brasil

CNT

ESPECIALISTA MÁRCIO COELHO BARBOSA FALA DO TRANSPORTE NAS CIDADES

EDIÇÃO INFORMATIVADA CNT

ANO XIX NÚMERO 221FEVEREIRO 2014

T R A N S P O R T E A T U A L

O QUE FALTA AO BRASILEstudos da CNT apontam carências na infraestrutura de transporte do país. Leia entrevista com o ministro dos Transportes, César Borges

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CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 20144

REPORTAGEM DE CAPA

ANO XIX | NÚMERO 221 | FEVEREIRO 2014

CNTT R A N S P O R T E A T U A L

CAPA RODRIGO GUILHERME/CNT

Márcio CoelhoBarbosa fala sobretransporte urbano

PÁGINA 8

ENTREVISTA

Uso de areeirosreduz o tempo deparada dos trens

PÁGINA 44

FERROVIAS

Freios ABS eairbag agora sãoitens de série

PÁGINA 48

SEGURANÇA

Tecnologia 3Dganha espaço naindústria naval

PÁGINA 38

AQUAVIÁRIO

AVIAÇÃO • Companhias aéreas ampliam oscanais de autoatendimento e registram aumento na adesão dos clientes

PÁGINA 32

Estudos técnicos divulgados pela CNT, em 2013, apontam anecessidade de soluções urgentes e mais investimentos emtodos os setores da atividade transportadora para que país tenhauma infraestrutura capaz de fomentar o crescimento econômico

Página 20

CONSELHO EDITORIALBernardino Rios PimBruno BatistaEtevaldo Dias Tereza PantojaVirgílio CoelhoWesley Passaglia

EDITORA RESPONSÁVEL

Vanessa Amaral

[[email protected]]

EDITOR-EXECUTIVO

Americo Ventura

[[email protected]]

FALE COM A REDAÇÃO(61) 3315-7000 • [email protected] SAUS, quadra 1 - Bloco J - entradas 10 e 20 Edifício CNT • 10º andar CEP 70070-010 • Brasília (DF)

ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:www.cnt.org.br | www.sestsenat.org.br

ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:[email protected]

Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do

1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053.

Tiragem: 40 mil exemplares

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

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Os cuidados nahora de compraruma carreta

PÁGINA 54

CARGAS

Serviços oferecemmais facilidadespara as empresas

PÁGINA 58

LOGÍSTICA

Medicamentossimples podemoferecer riscos

PÁGINA 60

SAÚDE

As palestras queserão oferecidas em 2014

PÁGINA 64

SEST SENAT

Alexandre Garcia 6

Duke 7

Mais Transporte 12

Boletins 70

Tema do mês 78

Opinião 81

Cartas 82

Seções

PARCERIA • Empresas apoiam o projeto do MuseuBrasileiro do Transporte e assinam cotas de patrocíniopara a sua construção em Campinas (SP)

PÁGINA 52

www.cnt.org.br

BNDES deve desembolsar mais de R$ 10 bi parafinanciar projetos na área de logística em 2014

Os recursos estão previstos nas linhas de financiamento da institui-ção para os modais ferroviário, rodoviário e investimentos em in-fraestrutura no setor de transportes. O crédito também pode con-templar projetos de eficiência energética, aquisição, importação eleasing de bens de capital e planos de investimentos para micro,pequenas e médias empresas. Do montante, R$ 2,4 bilhões irão pa-ra portos, R$ 2,6 bilhões para aeroportos, R$ 1,7 bilhão para ferro-vias e R$ 3,8 bilhões para rodovias.

Curso prepara condutores paratransportar cargas indivisíveis

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rasília (Alô) - O campo, em 2013, maisuma vez segurou o Brasil. A indústria so-freu, o comércio teve desempenho me-díocre e o campo continuou responden-do, mesmo sem ser ouvido. A safra degrãos cresceu 16,2% - oito vezes o cres-

cimento do PIB. Como a área colhida cresceumetade disso - 8% - conclui-se que aumentou,mais uma vez, a produtividade. Planta-se complanejamento e inteligência. Soja, milho e arrozrepresentaram 92% do total colhido. A sojacresceu 24%, e já somos os campeões mundiais,ultrapassando os Estados Unidos em quantida-de, já que faz anos os ultrapassamos em produ-tividade. O milho cresceu 12% e o arroz, 3,2%.

Os heróis do campo colheram 188,2 milhõesde toneladas, segundo os números oficiais, e,neste ano, a colheita de grãos deve ultrapassar200 milhões de toneladas. Conto isso para mos-trar o quanto a terra pode dar, mas também pa-ra mostrar outro milagre: o do transporte dassafras em poucos trens, milhares de caminhõesa superar obstáculos e portos atrapalhados.Uma logística cheia de desafios que, no entanto,ainda ajuda o campo a salvar o PIB e a balançacomercial. Mas será que essa gente - os queproduzem e os que transportam - tem sido bemtratada como merece?

O campo tem sido atormentado sem tréguas.

Não apenas a agricultura, mas também a pecuá-ria. O MST ameaça, a Funai ameaça, os fiscais daPrevidência e do Trabalho rondam com exigên-cias inacreditáveis, o Ibama se junta ao cerco,sem contar com as ONGs estrangeiras que só seinteressam pela Amazônia, onde há pouca gen-te, e não tem interesse pelo Nordeste, onde hátanta gente com baixa qualidade de vida. Pois adespeito de tudo isso, a produção de alimentoresponde com a percepção de que a maior ne-cessidade do planeta sempre será de comida.

O que dizer, então, do escoamento dessa ri-queza? Pedágios ilegais praticados por índios,estradas intransitáveis, pistas malfeitas, peri-gosas, assaltos nas estradas e nos pontos dedescanso dos motoristas, filas intermináveisnos portos e a insaciável sede de tributos porparte de um Estado que não presta bons servi-ços públicos. Se o Estado quer se meter na ati-vidade econômica, que se meta para estimular,não para atrapalhar. Ainda bem que a cabota-gem está acordando de uma longa letargia: ar-roz gaúcho já está indo para o Nordeste emcontêiner, por navio. Neste 2014, enquanto acidade estiver de férias, com Carnaval, Sema-na Santa, feriadões, Copa do Mundo e eleições,o campo vai estar trabalhando 24 horas pordia, como sempre, e o transporte vai estar ro-dando sem parar.

B

“Será que essa gente - os que produzem e os que transportam - tem sido bem tratada como merece?”

Responde sem ser ouvido

ALEXANDRE GARCIA

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CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2014 7

Duke

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ENTREVISTA

Em 2050, a expectativaé que 95% da popula-ção brasileira viveráem grandes centros ur-

banos. Hoje, segundo dados doCenso 2010, divulgados pelo IB-GE (Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística), esse per-centual já é de 84,3%. Os núme-ros fazem acender a luz de aler-ta para diversas necessidadesbásicas e aspectos sociais eque precisam ser oferecidospara todo esse contingente.

No setor de transporte, o es-gotamento das cidades, em rela-ção à mobilidade das pessoas, é aprincipal preocupação. Para Már-cio Coelho Barbosa, especialistaem transportes públicos pelo Ins-tituto de Ciências dos Transpor-tes da Universidade de Colônia,da Alemanha, dar prioridade aotransporte urbano coletivo é fun-

damental para que as cidadesnão cheguem ao caos.

Na visão dele, a criação de pe-dágios urbanos pode ser uma so-lução viável para restringir o usodo automóvel no Brasil. “É aquelavelha história, a parte mais sensí-vel do homem é o bolso. Mas nãoé só cobrar. É preciso mostrarque existem outras coisas em jo-go com a restrição do uso do car-ro, como é o caso da melhoria daqualidade do ar, da saúde e daqualidade de vida da população, edo futuro de todos nós.”

Barbosa é mestre em enge-nharia de produção pela UFF(Universidade Federal Fluminen-se). Atualmente é superinten-dente do Setrerj (Sindicato dasEmpresas de Transportes Rodo-viários do Estado do Rio de Ja-neiro), professor de Logística deTransporte e Turismo Rodoviário

do Observatório de Inovação doTurismo da FGV (Fundação Getú-lio Vargas) e membro do Conse-lho Consultivo da UCT (Universi-dade Corporativa do Transpor-te), instituição vinculada a Fe-transpor (Federação das Empre-sas de Transportes de Passagei-ros do Estado do Rio de Janeiro).

Nesta entrevista concedida àCNT Transporte Atual, ele fazuma análise da mobilidade nas ci-dades brasileiras e ressalta a im-portância da integração entre osdiversos modais.

Que análise pode ser feitado transporte público nas cida-des brasileiras?

Não diria que é uma análiseruim quando avaliamos do pontode vista do início de um novo li-near. Felizmente, as administra-ções públicas perceberam que a

mobilidade da população urbanaestá muito comprometida e quealgo precisa ser feito a favor dela.Hoje, já temos administradorespúblicos que não mais imaginamque investir em transporte é ape-nas construir uma ponte ou alar-gar uma rua. Eles já estão perce-bendo que esse tipo de investi-mento só favorece o automóvelparticular. Quando olhamos paraa evolução, para a história donosso transporte, percebemosque ele está intimamente ligado àgestão municipal, e isso, lamenta-velmente, passa ou passava porum processo no qual as obraseram tidas como eleitoreiras eem sua grande maioria eram rea-lizadas para obtenção de votos.Ninguém investia em transportecoletivo de massa porque o retor-no é mais demorado e ele só viriaem uma próxima administração.

“O colapso das nossas cidades é iminente. Temos um volume demas faltam projetos. É preciso, talvez, ensinar as cidades a caminhar,

Prioridade aoPOR LIVIA CEREZOLI

MÁRCIO COELHO BARBOSA - ESPECIALISTA EM TRANS

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recursos bastante significativo, a elaborar bons projetos”

Isso fez com que muitos gestoresmunicipais, em um passado bas-tante recente, priorizassem a am-pliação de ruas e de pontes por-que isso dá mais voto. O tempo dematuração de uma obra dessas émais rápido, então o prefeitomesmo anuncia, faz e inaugura.

Falando dessa necessidadede priorizar o transporte cole-tivo, a nova Política Nacional deMobilidade Urbana já prevê me-didas de restrição ao uso doautomóvel individual. Como es-se tipo de medida pode ser im-plantado no Brasil?

Quando falamos desse assunto,é preciso deixar bem claro que, emnenhum momento, queremos pu-nir as pessoas que têm automó-veis. Não é dizer para elas quenunca mais poderão ter um carroparticular. É claro que elas podem

ter, mas precisamos conscientizaras pessoas que esse automóveldeve ser usado para os desloca-mentos que não são pendulares.Aquele deslocamento que vocêfaz todo dia para o trabalho, de idae volta apenas, não faz sentido eleser realizado por veículo particu-lar. Nas cidades, não podemos pri-vilegiar estacionamentos públicose vias para esses carros. Quem sedispuser a utilizar o automóvel,precisar estar ciente e ter condi-ções de bancar o custo disso.

O senhor acredita que oBrasil está se preparando paraesse tipo de ação?

Surpreendentemente, acredi-to que estamos sim. É claro queesse é um processo, que precisa-mos ir além para realmente co-meçar. Infelizmente, nossos pre-feitos ainda têm muito medo so-

bre a aplicação de normas puniti-vas que priorizem o coletivo. Masisso já está mudando. A própriapopulação já está percebendoque não é mais viável levar trêshoras para se chegar ao trabalho.Todo mundo hoje tem uma refle-xão mais apurada do que real-mente é investimento.

Mas muitas pessoas criti-cam, por exemplo, as faixas ex-clusivas em algumas cidades. Onosso problema é cultural?

Eu não posso ousar em convi-dar você a deixar seu carro em ca-sa se eu não te ofereço um trans-porte público de qualidade. Então,a primeira coisa a ser feita é inves-tir em um grande projeto de trans-

porte urbano para que as pessoastenham vantagens nesse sistema.Quando o conforto for próximo da-quele que o carro oferece, quandoo tempo for mais rápido, as pes-soas vão optar pelo transporte pú-blico. Pode ser que a rádio que to-ca no ônibus não seja a sua prefe-rida, mas você vai ter mais tempono seu dia porque esse sistema detransporte tem prioridade na via. Apartir disso, você começa a restrin-gir o uso do automóvel e somentequem tem realmente disposiçãopara pagar um estacionamentoparticular ou um pedágio urbanovai utilizar o carro particular.

É possível pontuar que mo-delo de transporte público de-

ARQUIVO PESSOAL

coletivoPORTE PÚBLICO

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veria ser priorizado no Brasilpara resolver esse impasse damobilidade?

O modelo tem que seraquele em que é possível per-ceber que a maioria da popu-lação está servida por umtransporte coletivo. A nossahistória mostra que temosuma tradição de utilizar otransporte rodoviário emmaior quantidade. Um exem-plo claro disso é a demora emobras de metrô. No Rio de Ja-neiro, por exemplo, ele levou40 anos para chegar até Ipa-nema. Isso não é eficaz. Seexistem soluções de transpor-te coletivo de menor custo ede tempo de maturação maisrápidos, eu particularmenteprefiro investir neles. O quequero dizer com isso é que so-luções de BRTs são bastanteviáveis. Citando o Rio de Ja-neiro novamente, na cidade foifeita uma faixa seletiva na ruaque já existe, sem redução decalçada. Também foi implanta-da uma grande sinalizaçãovertical e horizontal, as para-das foram selecionadas de for-ma que nem todas as linhasparem nos mesmos pontos. Noinício, houve certa reclamaçãoda população até a adaptaçãototal, mas a aceitação hoje éabsoluta. A vantagem dessemodelo é o baixo investimen-to. Quando a gente se refere aque modelo adotar, eu acredi-to que há diversas graduaçõesque os próprios gestores pre-cisam analisar. Na minha ava-

liação, o que precisamos é darprioridade ao coletivo.

Como definir qual sistemade transporte público é melhorpara determinada cidade?

Isso se dá em função da ca-pacidade de transporte, do in-vestimento que precisa serfeito e do prazo de matura-ção. Quando se tem um siste-ma que a simples colocaçãode uma faixa seletiva daráuma velocidade comercial sa-tisfatória, pode ser uma solu-ção. Quando isso já está satu-rado, pode-se passar para oBRT, porque o veículo tem ca-pacidade maior. Agora, noscentros urbanos muito con-gestionados e quando se temrecursos, não tenho a menordúvida que a solução é o sis-tema metroferroviário.

Quando comparadas comoutras metrópoles, as gran-des cidades brasileiras têm asmenores extensões de metrô.O que dificulta a implantaçãodesse sistema de transportepor aqui?

O metrô é um sistema detransporte absolutamente ca-ro. Ele é viável para centrosurbanos altamente densos,que tenham recursos para in-vestir. Os sistemas de trans-portes precisam ser pensa-dos em níveis. Eu ainda achoque, antes de se implantarmetrô, é preciso esgotar to-das as possibilidades, como oBRT, por exemplo.

Mas o ideal não é o plane-jamento em longo prazo, comprevisão de crescimento dedemanda?

Esse eu chamaria de mundoideal, em que eu não preciso hojede metrô, mas eu já o construoprevendo a necessidade para da-qui a 20 ou 30 anos. Mas a realida-de orçamentária atual não tempermitido isso. Quem vai pagar emanter um metrô em uma cidadeonde ele, teoricamente, ainda nãoé necessário? Não podemos es-quecer esse lado. O ideal seriaque a gente pudesse, efetivamen-te, abrir várias linhas de metrô,como Londres e Paris têm. Mas anossa realidade inviabiliza isso.

Independente da implanta-ção de BRTs, VLTs ou metrô, co-

“Quando oconforto forpróximo doque o carro oferece, efor mais

rápido, aspessoas vãooptar pelo transportepúblico”

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as pessoas a esperar por horaspela segunda condução. E, por úl-timo, a tarifária. Você precisa daralgum benefício para aqueleusuário que sai imediatamentedo metrô e precisar pegar umônibus. Ele não pode, de jeito ne-nhum, pagar a tarifa cheia do me-trô e depois do ônibus. Isso já nãoé permitido mais. Precisamos ofe-recer benefícios para que o usuá-rio faça a integração.

As obras que estão sendorealizadas no setor de trans-porte público no Brasil, comoforma de preparação para osgrandes eventos, como a Copado Mundo e a Olimpíada, sãosuficientes para a demandaque se projeta?

Eu não tenho muita preocu-

pação com os eventos. A minhapreocupação é com a populaçãoque fica, que paga por isso e queprecisa urgente de um sistemade transporte de qualidade. Fa-la-se muito em legado, eu nemsei se é esse o nome que deveser usado. Depois que acabar aCopa, a Olimpíada, como nós,que moramos aqui, ficaremos? Épreciso pensar nos benefíciosque nós teremos. É claro que euquero que os eventos sejam umsucesso, que os visitantes utili-zem os sistemas de transportede forma racional, mas eles fi-cam aqui 15, 20 dias, no máximoum mês. A minha preocupaçãoreal é com os moradores das ci-dades que vivem aqui e preci-sam diariamente de um sistemade transporte que permita a eles

um deslocamento eficiente e se-guro. Eu acho que ainda temosum problema sério de gestãoque não nos permite ter a visãodo todo, da integração.

Diante da obras que estãosendo feitas nas grandes ci-dades, quais o senhor cita-ria como exemplos de mobi-lidade urbana?

São Paulo está com um grandeprojeto. É interessante perceberque as pessoas já entenderamque as cidades vão parar se agente não olhar para a mobilida-de urbana. O Rio de Janeiro tam-bém já tem grandes corredores.De maneira geral, percebo que osgrandes centros têm se voltadomais para essa questão e já estãopensando de forma coletiva namobilidade urbana.

Que previsão pode ser feitaem médio e longo prazo sobre amobilidade urbana nas cidadesbrasileiras?

Em médio prazo, eu fico muitopreocupado. Está todo mundoagora falando em mobilidade, sóque precisamos perceber medidaspráticas e efetivas em favor dessamobilidade. Lá na frente, eu acre-dito que ela virá porque não temoutro jeito. O colapso das nossascidades é iminente. O que tambémme preocupa é a forma como osprojetos estão sendo apresenta-dos. Temos um volume de recur-sos bastante significativo, mas fal-tam projetos. É preciso, talvez, en-sinar as cidades a caminhar, a ela-borar bons projetos. l

SOLUÇÃO Transporte coletivo impede que cidades cheguem ao caos

CPTM/DIVULGAÇÃO

mo promover a integração en-tre os diferentes sistemas detransportes no Brasil?

Integração é a palavra-chavede tudo isso. Não adianta em na-da eu ter um metrô eficiente queliga o ponto A ao ponto B, sequando as pessoas saltam dele,elas têm que caminhar longasdistâncias ou até mesmo esperarpor um sistema de transporte quenão está alinhado com o metrô. Aintegração tem que ser completa:física, operacional e tarifária. Físi-ca é quando a pessoa sai do me-trô subterrâneo, por exemplo, ena superfície existe um trem ouum ônibus que permite a conti-nuidade do deslocamento. A inte-gração operacional é aquela naqual os quadros de horários dosdiversos sistemas não obriguem

“Eu acho queainda temosum problema

sério degestão que

não nos permite ter a visão dotodo, da

integração”

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MAIS TRANSPORTE

FORD/DIVULGAÇÃO

AUTONOMIA Projeto da Ford aproveita a energia do sol

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) autorizoutodas as solicitações de slots(horários de chegadas e partidas), feitas pelascompanhias aéreas, para voosregulares, no período de 6 dejunho a 20 de julho, por causada Copa de 2014. Foram

solicitados mais de 160 milslots, o que representa, aproximadamente, 80 mil voos,incluídos ou alterados, para operíodo. Dentro desse númeroincluem-se 1.973 novos voos.Conforme a Anac, os pedidos foram atendidos considerando-se o número de

alterações apresentadas porcada companhia, além da capacidade de pista, de pátio ede terminal dos 25 aeroportoscoordenados pela agênciadurante o Mundial. As rotasmais solicitadas foramGaleão/Ezeiza (Argentina);Brasília/Guarulhos;

Fortaleza/Guarulhos; Santos Dumont/Viracopos eGaleão/Aeroparque (Argentina).A redefinição da malha de voos regulares noperíodo do Mundial foi necessária para atender à demanda específica para o evento.

Novos slots para a Copa-2014

A Ford apresentou o veículo conceito C-MAX Solar EnergiConcept movido a energia solar.O modelo, desenvolvido pela Ford,em parceria com a SunPower e o Instituto de Tecnologia da

Georgia (EUA), oferece um híbridoplug-in, sem depender da redeelétrica ou combustível pararecarregar a bateria. O projetoaproveita a energia do sol usandoum concentrador especial que

atua como uma lente de aumento,direcionando os raios para os painéis solares no teto do veículo.Segundo a Ford, com uma cargacompleta (um dia inteiro de sol),o Ford C-MAX Solar deve oferecer

a mesma autonomia total do C-MAX Energi convencional, deaté 1.000 km, incluindo 33,8 kmsomente no modo elétrico. O veículoconta com cabo de conexão pararecarga em estação elétrica.

Sustentabilidade em quatro rodas

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CONTRATO Complexo construirá quatro embarcações

WILSON SONS/DIVULGAÇÃO

A Wilson Sons Estaleirosfechou um novo contratopara a construção de quatro OSRVs (Oil SpillRecovery Vessels), embarcações de apoio offshore especializadas no combate aoderramamento de óleo. As OSRVs serão operadas pela OceanpactServiços Marítimos. Cada embarcação tem 67 metros de

comprimento, 14 metros de largura e capacidade de armazenagem de 1.050 metros cúbicos de óleo derramado. O valor do contrato é de, aproximadamente, R$ 330 milhões. As OSRVsserão construídas no complexo de estaleiros daWilson Sons, em Guarujá (SP).A previsão de entrega dasquatro embarcações àOceanpact é até 2016.

Apoio offshore

RECONHECIMENTO

ACepimar (Federação dasEmpresas de Transpor-tes Rodoviários dos Es-

tados do Ceará, Piauí e Mara-nhão), por meio do Despoluir -Programa Ambiental do Trans-porte –, entregou o troféu Prê-mio Técnico Modelo 2013 aotécnico do programa em Forta-leza (CE), André Soares, comoreconhecimento ao bom de-sempenho desenvolvido noano de 2013.

“É uma honra receber talreconhecimento por parte daminha equipe. Ter sido o me-lhor técnico entre tantos co-legas competentes é real-mente um orgulho. Agradeçoa todos os profissionais en-volvidos no processo de reali-zação das aferições, em es-pecial ao coordenador doprograma, Marcelo Brasil, eao técnico Marcelo Oliveirapor tornarem possível essaconquista”, declarou Soares.

A solenidade aconteceu no

dia 24 de janeiro na sede dafederação. Para conseguir aindicação de referência, ostécnicos da Cepimar são ava-liados com relação à médiaanual de aferições veiculares,de acordo com a meta estipu-lada pela Cepimar, assim co-

mo pela atuação em quesitoscomo disciplina, iniciativa, re-lacionamento com a coorde-nação e comunicação.

Além desses quesitos, ostécnicos deverão ter conheci-mento e repassar informa-ções aos transportadores so-

bre meio ambiente, manuten-ção e condução econômica. OPrêmio Técnico Modelo foicriado com o objetivo de re-conhecer e gratificar o pro-fissional da área que conse-gue se destacar no exercíciode sua função.

TROFÉU André Soares é agraciado com prêmio da Cepimar

CEPIMAR/DIVULGAÇÃO

Cepimar entrega Prêmio Técnico Modelo 2013

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MAIS TRANSPORTE

Planejamento deTransportes: Conceitos e ModelosA proposta do livro é introduzirprofissionais e estudantes no conhecimento do processo deplanejamento de transportes, apresentando conceitos e modelos que constituem a base para o entendimento desse processo.De: Vânia Barcellos G. Campos,Ed. Interciência, 188 págs., R$ 56

A Vale investiu US$ 80,2 milhões na renovação da frota do trem de passageiros da EFVM (Estrada de FerroVitória a Minas). O trajeto de 664 km, que liga Belo Horizonte (MG) a Vitória (ES), vai operar com 56 novoscarros, sendo 10 executivos (60 passageiros) e 30 econômicos (79 lugares). Os veículos vieram da Romênia.

Novidade nos trilhos da Vitória a Minas

VALE/DIVULGAÇÃO

Gestão de Logística eCadeia de SuprimentosLivro traz os principais temas da área, discutindo tópicos, como a logística de atendimento ao cliente, satisfação e relacionamentos, operações egestão de materiais, tecnologia de logística e tecnologia da informação. De: David Grant, Ed. Saraiva, 376 págs., R$ 69

Os serviços prestados nos 15maiores aeroportos do Brasil receberam nota média de 3,79. Apesquisa foi feita pela Secretariade Aviação Civil e faz parte doRelatório Geral dos Indicadores de Desempenho Operacional emAeroportos, de abril a junho do

ano passado, divulgado em janeirode 2014. Foram ouvidos 19,8 milusuários da aviação civil, que atribuíram notas de 1 a 5 paraitens como preços dos serviços, disponibilidade de carrinhos para bagagem, tempode espera nas filas, limpeza,

informação de voo e restituiçãode bagagem. Com base nos resultados, foi calculada a médiade cada terminal. O aeroportocom melhor resultado foi o deCuritiba (PR), com nota média de 4,21. O pior foi o aeroporto de Cuiabá (MT), com nota 3,43.

Aeroporto de Curitiba se destaca

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CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2014 15

A VLI, empresa de logísticaintegrada de carga geral,aumentou a frota de vagõesda FNS (Ferrovia Norte-Sul)com a aquisição de 306vagões, sendo 208 unidadesdo tipo hopper para o transporte de grãos e 98vagões-tanque para combustíveis. A frota da VLImais que dobrou em doisanos e saltou de 362, em

2011, para 877 unidades. A Ferrovia Norte-Sul estácompreendida no corredorlogístico Centro-Norte da VLIe se conecta à EFC (Estradade Ferro Carajás). Essa rotagarante o escoamento de produtos pelo porto do Itaqui, ligando os Estados do Maranhão eTocantins aos mercados consumidores externos.

Novos vagões na Norte-Sul

OUp!, novo modelo daVolkswagen a ser fabri-cado no Brasil, recebeu

qualificação máxima em segu-rança para o passageiro adultoe a maior qualificação já outor-gada para o passageiro criança.A avaliação foi realizada peloLatin NCAP (Programa de Ava-

liação de Carros Novos para aAmérica Latina), lançado em2010. O Latin NCAP concedeu aqualificação de cinco estrelasao Up! depois de o veículo seraprovado em dois testes de co-lisão: impacto frontal a 64 qui-lômetros por hora e impacto la-teral a 50 quilômetros por hora.

A utilização das ancoragenssuperiores para sistemas de re-tenção infantil Isofix (sigla eminglês para “International Stan-dards Organisation FIX”, normapara a instalação de cadeiri-nhas infantis) contribuiu para obom desempenho do carro naproteção do passageiro crian-

ça. Ambas as qualificações 5 e4 estrelas para passageirosadultos e crianças obtidas peloUp! representam, em conjunto,a melhor combinação de resul-tados já outorgados pelo LatinNCAP. A previsão é de que o Up!seja lançado no mercado nacio-nal em março.

AVALIAÇÃO

LANÇAMENTO O Latin NCAP concedeu a qualificação 5 estrelas ao Up! após o veículo ser aprovado em testes de colisão

Segurança em alta no Up!

VOLKSWAGEN/DIVULGAÇÃO

O porto de Santos registrouresultado recorde na movimentação de cargas em2013: 114 milhões de toneladas, o que representa uma alta de9% se comparado ao anoanterior. As exportações cresceram 10,5%, com destaque para os embarquesde açúcar (19 milhões de toneladas, 15% a maisque em 2012), soja

(15,8 milhões de toneladas,alta de 16%) e gasolina(25,6% superior ao ano anterior). As importaçõescresceram 6,2%, com asmaiores altas nas compras de gás liquefeito de petróleo(31,5%) e de trigo (23,9%). A previsão é que, em 2014, a movimentação em Santoschegue a 122 milhões de toneladas.

Santos tem resultado recorde

Page 16: O que falta ao Brasil

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201416

MAIS TRANSPORTE

A Golden Cargo desenvolveu umasolução logística para atender àsoperações da FMC Química doBrasil (fabricante de defensivosagrícolas) na região conhecidacomo Mapitoba, que abrange osEstados do Maranhão, Piauí,Tocantins e Pará. O projeto consiste na utilização do CD(Centro de Distribuição) daGolden Cargo em Balsas (MA)para atender ao grande crescimento do agronegócioregional. A partir da nova baseoperacional, a empresa delineoutoda a malha de atendimento da

FMC, tornando o Centro deDistribuição um ponto estratégicopara a região com a tecnologiade armazenagem adequada àsoperações da FMC. SegundoRicardo Melchiori, diretor de operações da Golden Cargo, aoutilizar a estrutura do CD, a FMCreduziu em 50% o tempo deatendimento a seus clientes,diminuindo o prazo de entregapela metade. Outra expectativa daparceria é a redução dos custos defrete em 4%, considerando transferência, distribuição earmazenagem.

Foco no agronegócio GOLDEN CARGO/DIVULGAÇÃO

LOGÍSTICA Centro de Distribuição em Balsas (MA)

PEDRO VILELA/AGÊNCIA I7/DIVULGAÇÃO

A FedEx Express, subsidiária da FedExCorporation, empresa de transporteexpresso, abriu sua primeira estação eloja em Belo Horizonte (MG). Seguindoo plano de expansão da companhia no

Brasil, foi aberta também a segundaloja no Rio de Janeiro (RJ). Conforme aAssessoria de Comunicação, as novasunidades estão inseridas em mercadosestratégicos e vão oferecer mais

conveniência e facilidade de acessoaos serviços disponibilizados pelaempresa. As novas unidades estãoaptas para enviar e receber encomendaspara mais de 220 países e territórios.

FedEx expande operações

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A piloto Marta Pérez-Aranda se tornou a primeira mulhercomandante de voos transoceânicos da companhia aérea espanhola Iberia. Marta se tornou comandante em janeiro deste ano. Sete dias depois do título, ela operou seu primeiro

voo em um Airbus A-340-300,partindo de Mardri com destino a São Paulo (SP). Ela iniciou sua carreira como piloto na companhia em 1988. Em 2010, passou a comandar a frota de Airbus da empresa. A Iberia conta com 57 pilotos mulheres em seu quadro.

Charme na cabine IBERIA/DIVULGAÇÃO

COMANDANTE Piloto Marta Pérez-Aranda, da Iberia

APetrobras lançou novasgasolinas comum e pre-mium de ultrabaixo teor

de enxofre. Segundo a compa-nhia, o combustível está sendodistribuído desde 1º de janeiro,substituindo integralmente, emtodo o Brasil, as gasolinas ante-

riores. Os novos tipos são S-50,pois possuem teor máximo deenxofre de 50 mg/kg ou ppm(partes por milhão), o que re-presenta uma redução de 94%em relação ao teor de enxofredas gasolinas anteriormentecomercializadas.

Tais características possibili-tam a introdução de veículos do-tados de modernas tecnologiaspara o tratamento de emissões,além da redução de 35 mil tone-ladas por ano das emissões deSOx (óxidos de enxofre). Segun-do a Petrobras, as novas gasoli-

nas vão reduzir as emissões degases poluentes no escapamen-to de motores fabricados a par-tir de 2009 em até 60% de NOx(óxidos de nitrogênio), em até45% de CO (monóxido de carbo-no) e em até 55% de HC (hidro-carbonetos).

GASOLINA

EMISSÕES Os novos tipos de gasolina permitem uma redução de 94% do teor de enxofre

Combustível com menor teor de enxofre

AGÊNCIA PETROBRAS/DIVULGAÇÃO

Page 18: O que falta ao Brasil

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201418

MAIS TRANSPORTE

MERCADO

AFenabrave (FederaçãoNacional de Distribuiçãode Veículos Automoto-

res) divulgou os números dosetor em 2013. A federaçãoconsiderou o resultado geralrazoável. De acordo com a enti-dade, 2013 encerrou dentro dasexpectativas, considerando odesempenho apresentado pelaeconomia brasileira. As vendasde todos os segmentos soma-dos (automóveis, comerciaisleves, caminhões, ônibus, mo-tocicletas, implementos rodo-viários e outros, como carreti-nhas para transporte) apresen-taram queda de 2,29% em 2013,no comparativo com 2012.

Ao todo, foram emplacadas5.458.671 unidades em 2013, an-te as 5.586.525 registradas noano anterior. Na opinião dopresidente-executivo da Fena-brave, Alarico Assumpção Jú-nior, o alto nível de endivida-mento da população, que ficouem 65% no ano, provocou cer-ta limitação de crédito para avenda de automóveis.

Para caminhões, ônibus, im-plementos, tratores e máquinasagrícolas, o desempenho foi posi-tivo, em função da atividade agrí-cola e do PSI, programa de finan-ciamento oferecido pelo BNDES(Banco Nacional de Desenvolvi-mento Econômico e Social) comtaxas deflacionadas. Segundo le-

vantamento da Fenabrave, em2013, houve queda da inadimplên-cia, que chegou a 6,8% para pen-dências acima de 90 dias.

O mercado de caminhõesregistrou alta de 13,02% nacomparação dos acumuladosde 2013 e 2012. Foram emplaca-dos 155.691 caminhões no anopassado, ante 137.752 unidadesno mesmo período de 2012. Osetor de ônibus cresceu20,58% no comparativo entre

os acumulados de 2012 e 2013,passando de 29.546 unidadesemplacadas para 35.628.

Conforme a Fenabrave, na so-ma dos segmentos de caminhõese ônibus, o desempenho do anofoi positivo no acumulado, e tam-bém na comparação entre no-vembro e dezembro do ano pas-sado. Ao todo, foram emplacadas191.319 unidades em 2013, contra167.298 no ano anterior. O volumerepresenta uma alta de 14,36%.

No último mês de 2013, 17.915 uni-dades foram emplacadas no Bra-sil. Esse volume é 21,58% maiorque as 14.735 unidades registra-das em novembro.

O ano foi o melhor da histó-ria para os segmentos de co-merciais leves e ônibus. Paracaminhões, foi o terceiro me-lhor ano da história do seg-mento, atrás apenas dos resul-tados obtidos em 2010 e 2011,respectivamente.

EM ALTA Venda de caminhões registra alta de 13,02%

Estabilidade no setor automotivo LIBRELATO DIVULGAÇÃO

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Page 20: O que falta ao Brasil

REPORTAGEM DE CAPA

O que esperBR-158 – ParáBR-158 – Pará

Page 21: O que falta ao Brasil

ar de 2014?

PESQUISA CNT DE RODOVIAS

A expectativa é de alta nos investimentos e de continuidade no

programa de concessões, mas estudosda CNT ainda indicam deficiências em

todos os setores do transporte

Page 22: O que falta ao Brasil

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201422

Contratos de concessõesde aeroportos e de ro-dovias a serem assina-dos. Novos trechos ro-

doviários, portos e ferrovias paraserem leiloados. Obras de mobili-dade urbana para serem entre-gues. E no meio disso tudo, umaCopa do Mundo e um processoeleitoral para acontecer.

Apesar de um cenário bastan-te movimentado para 2014, osgargalos estruturais e regulató-rios ainda insistem em travar odesenvolvimento do transporteno Brasil. Os estudos técnicos di-vulgados pela CNT em 2013 apon-tam para a necessidade de solu-ções urgentes em todos os seto-res da atividade transportadorapara que o país tenha uma infra-estrutura de transporte compatí-vel com os objetivos de cresci-mento econômico e de desenvol-vimento social a que se propõe.Diante desse cenário, o que sepode esperar para este ano?

Para o doutor em transportese professor da Escola de Enge-nharia da UFRGS (UniversidadeFederal do Rio Grande do Sul),Luiz Afonso Santos Senna, 2014não terá tanta movimentação no

setor de transportes como foi2013. “Nada muito substancial enovo deve acontecer. Estamosem um ano eleitoral e, por contadisso, a aplicação de dinheiro pú-blico é mais restrita.”

Na visão de Senna, o períodoque se inicia neste ano, apesardo atraso nos cronogramas, seráde maturação e de continuidadedos programas lançados ante-riormente. De acordo com ele,melhorias já poderão ser vistas.Algumas obras rodoviárias já es-tão sendo iniciadas. Porém, tam-bém existe um sério risco de lici-tações serem adiadas novamen-te, como é o caso das ferrovias e

dos portos. “Infelizmente, aindacontinuaremos a conviver comas deficiências no nosso setor detransporte por um tempo. O con-junto da nossa infraestruturaainda não é compatível com asaspirações econômicas do nossopaís”, afirma o professor.

RodoviasEntre os transportadores ro-

doviários de cargas, mesmo queas condições das rodovias não se-jam satisfatórias, a Pesquisa CNTde Rodovias 2013 mostrou que63,8% da extensão total avaliadaapresenta algum tipo de deficiên-cia, o clima é de otimismo. Segun-

do José Hélio Fernandes, presi-dente da NTC&Logística (Associa-ção Nacional do Transporte deCargas e Logística), a participa-ção da iniciativa privada na dupli-cação e na operação de algunstrechos deve trazer melhorias. “Otransportador prefere pagar opreço do pedágio, desde que eleseja justo, a trafegar em uma ro-dovia em péssimas condições.”

Até dezembro de 2013, o go-verno federal licitou cinco dosnove trechos rodoviários quecompõem o PIL-Rodovias (Pro-grama de Investimento e Logís-tica). A BR-262 (MG/ES) que foi aleilão em setembro do ano pas-

EXPECTATIVA Setor aguarda o lançamento do leilão de novos

POR LIVIA CEREZOLI

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CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2014 23

sado, mas não despertou inte-resse de nenhum grupo de in-vestidores, permanece em lici-tação segundo informações daEPL (Empresa de Planejamentode Logística). Outros três tre-chos – BR-116 (MG), BR-101 (BA) eBR-153 (GO/TO) e TO-080 (TO) –ainda não tiveram os cronogra-mas definidos.

“O que não pode ocorrer é omesmo erro da BR-262. Atrasaras concessões traz prejuízos pa-ra o setor. As obras levam tempopara serem realizadas e quemperde é a sociedade de uma for-ma geral. Este já é um ano atípi-co devido à Copa e às eleições.

VALEC/DIVULGAÇÃO

trechos de ferrovias anunciado em 2012

AVALIAÇÃO DA INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTEAcompanhe as principais conclusões dos estudos da CNT sobre os modais

PORTOS MARÍTIMOS• A Pesquisa CNT do TransporteMarítimo constatou que os portos brasileiros estão sobrecarregados e que a falta de uniformização dos procedimentos administrativos afetam o desempenho do setor

• Entre os principais problemas dos portos estão as limitações deespaço nos terminais e nasretroáreas, os acessos rodoviários eferroviários insuficientes

• Também são gargalos que precisam ser solucionados o elevado número de órgãos que atuam nos portos de forma desconexa, a pesada carga tributária e a falta de mão de obra qualificada

CABOTAGEM• Na Pesquisa CNT do TransporteAquaviário – Cabotagem 2013 foram identificados os principaisentraves para o desenvolvimento da atividade no Brasil

• A carência de infraestrutura portuária adequada, a elevada idade da frota de embarcações, o excesso de burocracia, a alta tributação e a escassez de mão de obra estão entre os principais problemas do setor

• A maior utilização da cabotagemcontribui para o descongestiona-mento do sistema rodoviário

TRANSPORTE HIDROVIÁRIO• A Pesquisa CNT da NavegaçãoInterior 2013 concluiu que apenas50% das vias navegáveis são utilizadas economicamente

• A falta de investimentos e de melhorias no setor é um dos principais entraves para o desenvolvimento da atividade. Para59,6% dos armadores entrevistadosna pesquisa, a ausência demanutenção nas vias navegáveis éum problema muito grave. Nasequência, a falta de investimentosdo governo foi citada por 55,3%

• Os principais problemas dainfraestrutura são a falta de berços para atração nos terminais, a insuficiência e a inadequação dos acessos terrestres, a não regularidade nas operações de dragagem e a ausência de sinalização e balizamento nas vias, o que reduz a segurança na navegação

• A Pesquisa CNT de Rodovias 2013revelou que aumentou o número de trechos em condições ruins. Daextensão total avaliada, 63,8% apresentam alguma deficiência nopavimento, na sinalização ou na

geometria. O levantamento avaliou 96.714 km de rodovias federais pavimentadas e os principais trechos das estaduais pavimentadas

• Ao todo, foram identificados 250pontos críticos que trazem riscos à segurança dos usuários, como erosões na pista, buracosgrandes, quedas de barreiras oupontes caídas

Fonte: CNT

AQUAVIÁRIO

RODOVIÁRIO

• O estudo Transporte e Economia – O Sistema Ferroviário Brasileiroidentificou os gargalos físicos, financeiros e institucionais queainda impedem um melhor desempenho e uma maior eficiência do transporte de cargas realizado pelas ferrovias nacionais

• Entre os problemas estruturais estão as invasões das faixas de domínio e os cruzamentos rodoferroviários que obrigam as composições areduzirem a velocidade de maneira significativa

• O trabalho apresentado pela CNTainda avalia o novo modelo de concessão proposto pelo governofederal em 2012. A maior complexidade do modelo e a maior regulamentação podem dificultar o funcionamento do sistema e do mercado de transporte ferroviário de cargas

FERROVIÁRIO

Page 24: O que falta ao Brasil

grupos de investidores interes-sados”, afirma ele.

No novo modelo, a iniciativaprivada participará tanto da ofer-ta de infraestrutura quanto doserviço de transporte, mas emambas as situações haverá parti-cipação direta do governo. Serãorealizadas PPPs (Parcerias Públi-co-Privadas) para financiar os in-vestimentos e dar celeridade àexecução das obras. Para garantiro retorno das PPPs e a concorrên-cia no serviço de transporte, a Va-lec (empresa pública, vinculada aoMinistério dos Transportes e res-

ça, presidente-executivo da ANTF(Associação Nacional dos Trans-portadores Ferroviários).

De acordo com ele, existe aexpectativa de que o governoleiloe pelo menos um dos deztrechos que compõem o pro-grama, mas para isso será pre-ciso rever alguns pontos domodelo apresentado. “O planode expansão é correto. A malhaprecisa ser interiorizada, masquestões políticas estão preva-lecendo sobre questões técni-cas. Nesse modelo de conces-são, acredito que não haverá

Não podemos adiar novamente oprograma de concessão iniciadoem 2013”, diz Fernandes.

FerroviasNo modal ferroviário, duas

realidades bastante diferentes.Enquanto o setor de passageirostem perspectivas promissorascom as obras de mobilidade ur-bana que estão sendo realizadasem algumas cidades, o de cargasnão tem o mesmo otimismo (leiasobre as obras de mobilidade ur-bana na página 28). A construçãode 11 mil quilômetros novos deferrovias anunciada pelo gover-no federal em 2012 sequer saiudo papel. Pelo cronograma ini-cial, a assinatura dos contratosde concessão dos novos trechosestava prevista para acontecerentre maio e setembro de 2013,mas até o fechamento desta edi-ção nenhum edital havia sido pu-blicado pelo governo federal.

“Infelizmente, vejo que estenão será um bom ano para o nos-so setor. Devemos, na verdade, jápensar em 2015. Não estamos fa-lando apenas do atraso de umano do PIL-Ferrovias, mas de pelomenos 11 anos, desde o lança-mento do Plano de Revitalizaçãode Ferrovias em 2003. Nada foifeito desde então. Se parte damalha não tivesse sido concedi-da em 1997, arrisco dizer que pra-ticamente não teríamos ferroviano Brasil hoje”, diz Rodrigo Vila-

GARGALO Programa de agendamento deve evitar formação de

“Ainda vamosconviver com

as deficiênciasno setor de

transporte porum tempo”

LUIZ AFONSO SENNA, PROFESSOR DA UFRGS

Page 25: O que falta ao Brasil

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2014 25

tem duração de 30 anos, pror-rogáveis por mais 30 - pode ini-bir os investimentos da iniciati-va privada por causa da insegu-rança institucional.

AeroportosNo setor aéreo, 2014 deve

ser um ano de consolidação,mas existe preocupação com otérmino das obras, principal-mente nos aeroportos das ci-dades que receberão os jogosda Copa do Mundo. Segundo aAbear (Associação Brasileiradas Empresas Aéreas), as com-

ponsável pela construção e explo-ração de infraestrutura ferroviáriano país) comprará a capacidadeintegral de transporte e, por meiode oferta pública, venderá o direi-to de passagem às empresas.

O professor Senna, da UFRGS,acredita ser pouco provável arealização de algum leilão de fer-rovia ainda em 2014 se nada foralterado no modelo proposto. Deacordo com ele, a participação daValec inibe o investidor e, em anoeleitoral, o governo não deve cor-rer o risco de uma licitação vazia,como aconteceu com a BR-262.

O estudo Transporte e Eco-nomia – O Sistema FerroviárioBrasileiro, divulgado pela CNTno ano passado, avalia que amaior complexidade do modeloe a maior regulamentação po-dem dificultar o funcionamentodo sistema ferroviário de car-gas. O estudo destaca a possibi-lidade de endividamento do Es-tado em caso de demanda insu-ficiente, repetindo a situação jáocorrida com a extinta RFFSA(Rede Ferroviária Federal S.A.).Além disso, a existência de doismarcos regulatórios - o vigente

LUCI

ANO

BERG

AMAS

CHI/F

UTUR

A PR

ESS

filas no porto de Santos, como em 2013

Medidas são adotadas para evitar filasALTERNATIVA

O governo federal anun-ciou, em dezembro do anopassado, algumas medidasvoltadas para a melhoria doescoamento da safra degrãos, que começa em feve-reiro e tem seu pico entre osmeses de março, abril e maio.

De acordo com a SEP (Secre-taria de Portos), o governocriou um sistema para sincroni-zar a chegada de caminhões noporto de Santos. O objetivo éevitar as enormes filas nas ro-dovias que se formaram na che-gada ao porto no início de 2013.O sistema visa promover a sin-cronização entre a chegada donavio e o embarque da carga.Segundo a secretaria, o cami-nhão só poderá entrar no Portode Santos quando a embarca-ção que receberá a carga já es-tiver lá. Todo o agendamentoserá operado pela SEP.

A medida faz parte dastarefas realizadas pelogrupo de trabalho criado,em abril de 2013, para dis-cutir soluções para a me-lhoria da logística de es-coamento da produçãoagrícola nacional. O grupoé coordenado pelo Ministé-rio da Agricultura, Pecuáriae Abastecimento e tem aparticipação e o envolvi-mento da CNT, do Ministé-rio dos Transportes, da SEP,da ANTT (Agência Nacionalde Transportes Terrestres),da Antaq (Agência Nacionalde Transportes Aquaviá-rios), da EPL (Empresa dePlanejamento e Logística),da Conab (Companhia Na-cional de Abastecimento),da Codesp (Companhia Do-cas do Estado de São Pau-lo) e da CNA (Confederação

da Agricultura e Pecuáriado Brasil).

Segundo Meton Soares,vice-presidente da CNT, oagendamento é uma soluçãopaliativa e não vai resolveros problemas do porto. “Es-sa medida é emergencial.Para que Santos e outrosportos não tenham proble-mas de congestionamentode caminhões, precisamosmelhorar os acessos terres-tres e ampliar as áreas deatracação para que as ope-rações sejam mais rápidas.”

De acordo com o levanta-mento da safra 2013/2014 daConab, o Brasil deverá regis-trar uma produção de grãosde 196,7 milhões de tonela-das. O volume apresenta umaumento de 5,2% em rela-ção à safra passada, de 186,9milhões de toneladas.

“Não podemosadiar

novamente o programa

de concessãoiniciado

em 2013”JOSÉ HÉLIO FERNANDES,

PRESIDENTE DA NTC&LOGÍSTICA

Page 26: O que falta ao Brasil

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201426

CONCLUSÃO Nem todas as obras dos aeroportos devem ficar prontas a tempo da Copa do Mundo

ALEXANDRE MOTTA/NITRO/DIVULGAÇÃO

panhias não deverão ter novasrotas de voo e trabalham paramelhorar a eficiência da malhaexistente. O consultor-técnicoda associação, Adalberto Fe-beliano, afirma que já é possí-vel observar melhorias em al-guns terminais, mas ainda épreciso aguardar a entregadas obras para ser feita umaavaliação definitiva.

O professor Senna, daUFRGS, mostra-se pessimista.Ele acredita que muita coisanão ficará pronta para a Copa,apesar de algumas melhoriasjá serem visíveis nos três ter-minais concedidos em 2012 –Guarulhos, Brasília e Viraco-pos. “Nessa área, me colocomuito mais como torcedor doque avaliador técnico. Torçomuito para que as obras fi-quem prontas, mas acho difícilisso acontecer”, destaca ele.

A Infraero (estatal que ad-ministra 63 aeroportos) ga-rante que os terminais das ci-dades-sede da Copa que estãosob sua responsabilidade – in-cluindo Galeão e Confins, quejá foram leiloados, mas cujoscontratos devem ser assina-dos em março – terão condi-ções de atender a demandade passageiros do evento,mesmo que nem todas asobras sejam entregues. Ostrês já concedidos (Viracopos,Brasília e Guarulhos) têm pre-visão de conclusão até maio,

segundo as empresas que osadministram.

PortosO transporte aquaviário tam-

bém tem desafios burocráticos eestruturais para serem enfrenta-dos em 2014 e, pelo que indica oatraso no cronograma de licita-ção dos portos públicos anuncia-do pelo governo federal, muitacoisa talvez ainda se arraste. Oprojeto do primeiro bloco de ar-rendamentos, que inclui o portode Santos e os portos do Pará,recebeu questionamentos do

“Nesse modelo deconcessão não haverágrupo de

investidoresinteressados”

RODRIGO VILAÇA, PRESIDENTE-EXECUTIVO DA ANTF

TCU (Tribunal de Contas daUnião), e o leilão previsto paranovembro de 2013 ainda não temdata para acontecer, assim comoos outros três blocos de portos.

Os estudos técnicos divulga-dos pela CNT mostram que no se-tor portuário os terminais brasi-leiros estão sobrecarregados eque a falta de uniformização dosprocedimentos administrativosafetam o desempenho do setor.Além disso, existem limitações deespaço nos terminais e nas retro-áreas, e os acessos rodoviários eferroviários são insuficientes.

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PROGRAMA DE INVESTIMENTOS EM LOGÍSTICAAcompanhe o andamento dos projetos*

Fontes: EPL e SEP* Informações atualizadas até 30 de janeiro

CONCESSÕES RODOVIÁRIAS

CONCESSÕES FERROVIÁRIAS

CONCESSÕES DE AEROPORTOS

CONCESSÕES DE PORTOS

DADOS GERAISLotes: 9Extensão total: 7.000 kmInvestimento estimado: R$ 46 bilhões

ANDAMENTO DAS CONCESSÕESLeilões já realizadosBR-050 (GO/MG)• Extensão total: 436,6 km• Prazo de concessão: 30 anos• Consórcio vencedor: Consórcio Planalto

BR-060 (DF/GO), BR-153 (GO/MG) e BR-262 (MG)• Extensão total: 1.176,5 km• Prazo de concessão: 30 anos• Consórcio vencedor: Triunfo

Participações e Investimentos

BR-163 (MT)• Extensão total: 850,9 km• Prazo de concessão: 30 anos• Consórcio vencedor: Odebrecht

BR-163 (MS)• Extensão total: 847,2 km• Prazo de concessão: 30 anos• Consórcio vencedor: CCR (Companhia

de Participações em Concessões)

BR-040 (MG/GO/DF)• Extensão total: 936,8 km• Prazo de concessão: 30 anos• Consórcio vencedor: Invepar

Em licitaçãoBR-262 (ES/MG) • Extensão total: 375,6 km• Prazo de concessão: 30 anos• A rodovia foi a leilão em 2013, mas não houve interessados

Aguardando definição de cronogramaBR-101 (BA)• Extensão total: 772,3 km• Prazo de concessão: 30 anos

BR-153 (GO/TO), TO-080 (TO)• Extensão total: 814 km• Prazo de concessão: 30 anos

BR-116 (MG)• Extensão total: 816,7 km• Prazo de concessão: 30 anos

DADOS GERAISExtensão total: 11 mil kmInvestimento estimado: R$ 99,6 bilhões

ANDAMENTO DAS CONCESSÕES• O programa foi anunciado em

agosto de 2012. Pelo cronograma inicial, as licitações deveriam ter acontecido entre abril e

junho de 2013, mas nenhum edital foi lançado até o momento

TRECHOS A SEREM CONCEDIDOS• Ferrovia Açailândia – Porto de Vila do

Conde (Barcarena)• Ferrovia Anápolis -

Estrela d’Oeste - Panorama - Dourados

• Ferrovia Lucas do Rio Verde - Campinorte - Palmas - Anápolis

• Ferrovia Rio de Janeiro - Campos - Vitória• Ferrovia Salvador - Recife• Ferrovia Uruaçu - Corinto - Campos• Ferrovia São Paulo - Rio Grande• Ferrovia Belo Horizonte - Salvador• Ferrovia Maracaju - Eng Bley - Paranaguá• Ferroanel de São Paulo

DADOS GERAISTerminais de grande porte: 2Investimento estimado: R$ 9,2 bilhõesAeroportos regionais: 270Investimento estimado: R$ 7,3 bilhões

ANDAMENTO DAS CONCESSÕESLeilões já realizadosAEROPORTO DE CONFINS (MG)• Prazo de concessão: 30 anos,

prorrogável uma vez por até 5 anos• Demanda projetada de passageiros

para 2043: 43,3 milhões• Consórcio vencedor: Aerobrasil

• Investimento: R$ 3,5 bilhões• Cronograma de obras: - Até 30 de abril de 2016: construção

de novo terminal de passageiros com, no mínimo, 14 pontes de embarque, novo pátio de aeronaves e novo estacionamento de veículos com vias terrestres associadas

- Até 2020: construção de segunda pista independente

AEROPORTO DO GALEÃO (RJ)• Prazo de concessão: 25 anos,

prorrogável uma vez por até 5 anos

• Demanda projetada de passageiros para 2038: 60,4 milhões

• Consórcio vencedor: Aeroportos do Futuro• Investimento: R$ 7,5 bilhões• Cronograma de obras: - Até 31 de dezembro de 2015: construção de

estacionamento com capacidade mínima para 1.850 veículos

- Até 30 de abril de 2016: ampliação do novo terminalde passageiros com, no mínimo, 26 pontes deembarque; construção de novo terminal de cargas enovo pátio de estacionamento de aeronaves

- Até 2021: construção de novo sistema de pistasindependentes

DADOS GERAIS• Serão arrendados terminais em portos públicos.

E será aberta a licitação para a construção de novos TUPs (Terminais de Uso Privativo)

• Investimento estimado: R$ 54,6 bilhões

ANDAMENTO DAS CONCESSÕESARRENDAMENTO DE TERMINAIS EM PORTOS PÚBLICOS• Prazo de 25 anos, renovável uma única vez• Licitações padronizadas e realizadas por

leilão pela Antaq

• Pelo cronograma inicial, as licitações deveriam acontecer entre novembro de 2013 e fevereiro de 2014, mas o TCU fez recomendações aos projetos do Bloco 1 e as licitações ainda não foram iniciadas

Divisão das concessões• Bloco 1: porto de Santos e portos do Pará• Bloco 2: portos de Paranaguá, São Sebastião,

Salvador e Aratu• Bloco 3: portos de Suape, Recife, Cabedelo,

Fortaleza, Maceió, Itaqui e Macapá

• Bloco 4: portos de Manaus, Imbituba, Itaguaí, Itajaí, Niterói, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Rio Grande, São Francisco do Sul e Vitória

TUPs (TERMINAIS DE USO PRIVATIVO)• Prazo de 25 anos, renovável sucessivamente• Autorização precedida de chamada

pública – Antaq• Já foram autorizadas 17 novas instalações

portuárias privadas

Page 28: O que falta ao Brasil

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201428

MOBILIDADE Intervenções urbanas, como o Expresso Tiradentes (SP), devem re

Um ano de conclusões PASSAGEIROS

Com a proximidade da Co-pa do Mundo, a expectativapara 2014 no setor de trans-porte de passageiros é aconclusão das obras de mo-bilidade urbana que estãosendo realizadas em diver-sas cidades do país. Muitasnão ficarão prontas antes dea bola começar a rolar, masmesmo assim movimentam aatividade neste ano.

“O ano de 2014 é bastantepromissor para a mobilidadeurbana no Brasil. Temos mui-tas obras expressivas de cor-redores de ônibus para seremconcluídas. A nossa expecta-tiva é grande”, afirma o presi-dente da NTU (Associação Na-cional das Empresas deTransportes Urbanos), OtávioVieira da Cunha Filho.

As atenções maiores estãovoltadas para a conclusão dosBRTs (corredores exclusivos,com embarque fora do ônibus)e dos BRSs (faixas exclusivas,com sistema de informaçãonos pontos e controle por câ-meras) nas cidades de BeloHorizonte (MG), Cuiabá (MT),Curitiba (PR), Fortaleza (CE),Recife (PE) e Rio de Janeiro(RJ), totalizando uma extensãode 148 km de corredores. Oprograma do governo federalprevê a aplicação de R$ 12,5 bi-lhões na construção de 742 kmde BRTs e 531 km de BRSs.

“Nem todos os projetos ficarãoprontos neste ano, como seprevia anteriormente, masacreditamos que as obras queserão entregues já são bastan-te expressivas. Nossa estimati-va é que essa meta de mais de1.200 km de corredores de ôni-bus seja cumprida até 2016”,destaca Cunha Filho.

No setor metroferroviário,os VLTs (Veículos Leves sobreTrilhos) de Goiânia e o Cario-ca, no Rio de Janeiro, já lici-tados, criam grandes expec-tativas para este ano. Alémdeles, a entrega da nova li-nha do metrô de Salvador(BA) e o início da licitação daLinha Verde do metrô de SãoPaulo também são esperadoscom entusiasmo.

De acordo com RobertaMarchesi, superintendente daANPTrilhos (Associação Nacio-nal dos Transportadores dePassageiros sobre Trilhos), aexpectativa para 2014 é de umano de maturação e de conti-nuidade dos investimentosiniciados há algum tempo. “Opaís tem retomado o trans-porte sobre trilhos tambémcomo solução de mobilidadeurbana. E isso é muito positi-vo. Em 2013, muitos ajustesprecisaram ser feitos nos pro-jetos. Esperamos agora queeles sejam consolidados e, de-finitivamente, concluídos.”

“O ano de2014 é

bastantepromissor paraa mobilidade

urbana no Brasil”

OTÁVIO CUNHA FILHO, PRESIDENTE DA NTU

“Essa iniciativa da licitaçãodos portos é uma tentativa dogoverno de garantir mais eficiên-cia ao setor, mas não vejo que asolução dos problemas estejanesses grandes leilões. O queprecisamos é realmente garantircompetitividade aos nossos por-tos. Fazer com que eles sejam ca-pazes de receber grandes navios,nos moldes do que acontece norestante do mundo”, diz MetonSoares, vice-presidente da CNT.

A SEP (Secretaria de Portos)garante que serão feitas as mes-mas complementações já sinali-

Page 29: O que falta ao Brasil

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2014 29

zadas pelo TCU para o Bloco 1 nosdemais grupos de portos a seremleiloados para que os editais delicitação sejam publicados omais rápido possível, “mas deforma responsável e em conso-nância às diretrizes e orienta-ções dos órgãos de controle”.

HidroviasA carência de infraestrutura

adequada também é um dos fa-tores que impedem o desenvolvi-mento do transporte hidroviáriono Brasil. A Pesquisa CNT da Na-vegação Interior 2013 concluiu

que apenas 50% das vias nave-gáveis brasileiras são utilizadaseconomicamente. Faltam berçospara atração nos terminais, sina-lização e balizamento nas vias,os acessos terrestres são insufi-cientes e inadequados e nãoexiste regularidade nas opera-ções de dragagem. “Não pode-mos dizer que existem hidroviasno Brasil. O que temos são ape-nas vias com condições de nave-gação”, destaca Soares.

Na visão do professor Sen-na, mesmo que os investimen-tos no setor tenham crescido

nos últimos anos, ainda falta aopaís entender que o transportedeve ser pensado como uma re-de, e não adianta ter boas con-dições em uma rodovia, se nasequência dela a viagem é in-terrompida por falta de estru-tura ou de integração. “Come-çamos um grande movimentono transporte, mas ainda é pre-ciso mais. Este pode ser um anode avanços se essa atenção aosetor permanecer. Não fazer éo custo mais alto que pagamos.É isso que limita o nosso cresci-mento econômico.”

NTU/DIVULGAÇÃO

duzir os problemas do trânsito nas cidades

CNT/DIVULGAÇÃO

ATRASO No setor portuário, parecer do TCU impediu o lançamento do edital do primeiro bloco de concessões

“Não existemhidrovias no Brasil.

O que temossão vias denavegação”

METON SOARES, VICE-PRESIDENTE DA CNT

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CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201430

Planos do governo federalENTREVISTA – CÉSAR BORGES, MINISTRO DOS TRANSPORTES

Com um orçamento aprova-do de R$ 15 bilhões, o Ministériodos Transportes projeta paraeste ano uma continuidade nasobras de infraestrutura detransporte. De acordo com o mi-nistro César Borges, o fato de2014 ser um ano eleitoral nãodeve interferir na aplicação dosrecursos destinados ao setor.“Não se trabalha com prazoseleitorais, e sim com realizaçõesde projetos para que o país te-nha a logística de transportesdimensionada ao desenvolvi-mento econômico”, garante ele.

Nos planos do ministério es-tão a realização do leilão de pelomenos dois trechos ferroviáriosanunciados em 2012 e a conclu-são do programa de concessãode rodovias, todos ainda sem da-ta marcada. Paralelamente a isso,o ministro afirma que o governoplaneja incluir mais rodovias noprograma de concessões quepossam atrair a iniciativa privada.

Acompanhe a seguir a entre-vista concedida pelo ministro pore-mail à CNT Transporte Atual.

O que se pode esperar da in-fraestrutura de transporteneste ano?

O ano começa com expectati-vas de investimentos relevantespara a infraestrutura brasileira. OPAC (Programa de Aceleração doCrescimento) continua a propor-cionar a realização de obras

aguardadas pela população. Des-de 2007 até agora, o programapermitiu uma linha ascendente deinvestimentos, o que representa aretomada do ritmo de obras. Para2014, também teremos a continui-dade do PIL (Programa de Investi-mentos em Logística), que apre-sentou um quadro extraordinárioem 2013, com a realização de cin-co leilões de rodovias e deságiosentre 43% e 61% nas tarifas depedágio. Ou seja, atingimos a me-ta de obter modicidade tarifária evamos entregar aos usuários es-tradas mais modernas e seguras.

A falta de planejamento nosetor de transporte sempre foium dos principais gargalos dosetor. O PNLT (Plano Nacionalde Logística e Transportes) es-tá sendo usado efetivamentecomo ferramenta de planeja-mento de longo prazo?

O PNLT é o grande balizadordas obras desenvolvidas pelo mi-nistério com a perspectiva de in-tegrar os modais rodoviário, fer-roviário e hidroviário como for-ma de oferecer melhores condi-ções de trafegabilidade, segu-rança e redução de custos. É oponto de partida para a concep-ção do PNLI (Plano Nacional deLogística Integrada), que estásendo gestado pela EPL (Empre-sa de Planejamento e Logística),vinculada ao ministério. Ao ana-lisar as cadeias produtivas da

economia, a EPL mapeou os prin-cipais corredores logísticos co-mo parte do PNLI. Então, o planotem o objetivo de promover umalogística eficiente no país.

Qual a previsão do crono-grama para a continuidade doprograma de concessão derodovias?

Ainda não há data definidapara o leilão da concessão daBR-153 entre Aliança do Tocan-tins, no Tocantins, e Anápolis, emGoiás, cuja licitação está decidi-da. É mais uma rodovia modernaque será incorporada à malharodoviária brasileira com investi-mentos da iniciativa privada, quese soma aos mais de 4.000 kmarrematados por consórcios eempresas em 2013.

O que mudou no edital daBR-262 depois da falta de inte-ressados no ano passado?

Essa é uma das rodovias emestudo para avaliar qual a melhorforma de concretizar as necessá-rias duplicações e demais melho-rias. Também nessa análise estãoa BR-101, na Bahia, e a BR-116, emMinas Gerais, todas com trechosconstantes no PIL.

Neste ano, teremos novasfilas de caminhões na chegadaao porto de Santos durante oescoamento da safra de grãos?

Esse é um tema que envolve

vários órgãos do governo federale do governo paulista para adotarmedidas que minimizem os con-gestionamentos do transporte ro-doviário dos grãos provenientesprincipalmente da região Centro-Oeste, grande produtora rural, atéSantos, ainda o principal porto deexportações. Providências já fo-ram tomadas para melhorar oacesso ao terminal. Uma das maissignificativas é o funcionamento24 horas no porto, o que já agilizaa tramitação burocrática. Traba-lha-se também para efetivar o

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CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2014 31

agendamento de caminhões paraingresso ao porto, para organizaro fluxo de veículos e, assim, evitarque o tráfego seja maximizado.Outras medidas foram a amplia-ção da capacidade de transportedas linhas férreas de acesso aoporto e obras do PAC para a cons-trução de viadutos e outras me-lhorias na área viária de Santos eentorno. A situação é decorrenteda alta demanda do porto de San-tos, que deverá ser aliviada quan-do forem concretizadas as obrasdo arco norte do país em portos e

rodovias. Esses investimentosvão direcionar o escoamento degrãos do Centro-Oeste para osportos da região Norte, abrindoum forte corredor logístico paraexportações, com redução no tra-jeto de navios, que hoje estãoconcentrados em Santos e nosdemais portos do Sul.

Por que o PIL-Ferrovias ain-da não saiu do papel?

Porque o modelo traçadopara as concessões de ferro-vias é novo e, por isso, demo-

rou um pouco a ser analisadopelo Tribunal de Contas daUnião. O governo dialogou como TCU ao longo do ano passadopara que todas as dúvidasacerca do processo fossem sa-nadas e todas as exigênciasfossem cumpridas. Para esteano, estamos planejando osleilões de dois trechos de fer-rovias: Lucas do Rio Verde(MT)–Campinorte (GO) e Açai-lândia (MA)–Barcarena (PA).

Alguns programas de con-cessões, como o de portos,estão com seus cronogramasatrasados devido às reco-mendações do TCU. Como osenhor avalia a intervençãodo tribunal em relação àsobras de infraestrutura detransporte no país?

O Ministério dos Transportestrabalha em sintonia com o Tri-bunal de Contas da União, es-clarecendo dúvidas e adaptan-do projetos às exigências técni-cas. Reconhecemos o papel doTCU como órgão fiscalizadordas obras públicas que irão be-neficiar a sociedade brasileira.

Especialistas criticam o no-vo modelo proposto para a con-cessão da nova malha ferroviá-ria. O governo avalia a possibi-lidade de alguma mudança?

Uma das inovações que es-tamos estudando é a PMI (Pro-

posta de Manifestação de Inte-resse), que consiste na análisedas empresas sobre cada pro-jeto. É uma oportunidade dasempresas em colaborar com ogoverno no aprimoramento domodelo e ajustar às necessida-des do mercado. Estamos con-versando com o empresariadopara abrir todas as possibilida-des de diálogo.

O potencial hidroviário na-cional é muito pouco utiliza-do. Quais as estratégias doministério para viabilizar oPHE (Plano Hidroviário Estra-tégico), lançado em 2013?

O PHE pretende aumentarem cinco vezes a capacidadede carga transportada por viashidroviárias, dos atuais 25 mi-lhões de toneladas de carga pa-ra 120 milhões de toneladas até2031. O plano concluiu que oitobacias hidrográficas têm viabi-lidade econômica, o que é ani-mador. A estruturação das hi-drovias interessa ao governobrasileiro, uma vez que são deimportância estratégica paraque o desenvolvimento do paísvenha a ocorrer de forma am-biental e economicamentemais sustentável. E, principal-mente, complementar a interli-gação dos modais de transpor-tes com o objetivo de agilizar oescoamento da produção e re-duzir os custos. l

EDSOM LEITE/MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES/DIVULGAÇÃO

Page 32: O que falta ao Brasil

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201432

Em uma sociedade cadavez mais digital, emque o acesso a diver-sos serviços pode ser

executado com apenas algunstoques, os canais de self check-in oferecidos pelas companhiasaéreas comprovam que a ten-dência em ampliar a autonomia

para o passageiro é real. Ganhode tempo para o cliente e dimi-nuição de custos para as em-presas compõem essa equaçãoque registra crescimento deadeptos ano após ano.

A TAM é um exemplo de queos serviços de self check-in es-tão conquistando os passagei-

ros. Em 2013, a companhia regis-trou aumento de 11% na utiliza-ção dos canais de autoatendi-mento disponíveis, em compara-ção com o ano anterior.

A expansão se repete tam-bém nos embarques interna-cionais. Conforme a assessoriade imprensa da TAM, no ano

Asas àautonomia

POR LETICIA SIMÕES

AVIAÇÃO

Companhias aéreas ampliam os canais de autoatendimento e registram

aumento na adesão dos clientes

Page 33: O que falta ao Brasil

passado, a abertura de novoscanais de self check-in para ro-tas estrangeiras permitiu que aempresa registrasse um cresci-mento de 16% quando compa-rado a 2012. Os canais de selfcheck-in da companhia estãodisponíveis para mais de 10 ro-tas internacionais.

Segundo a empresa, o in-cremento foi resultado daabertura de canais de selfcheck-in para novas rotas e deações focadas nos aeroportospara estimular o serviço.

A companhia afirma que temincentivado os clientes a usaremos canais. Durante o ano passa-do, a TAM realizou algumasações no Aeroporto Internacio-nal de Guarulhos, em São Paulo,orientando e estimulando o pas-sageiro a fazer do check-in ante-cipado um hábito.

No fim de 2013, durante a altatemporada, a TAM registrou au-mento de 10% na utilização doscanais de self check-in (internet,celular e totens de autoatendi-mento dos aeroportos), na com-paração com o volume de aten-dimentos realizados por meio

GOL/

DIVU

LGAÇ

ÃO

Page 34: O que falta ao Brasil

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201434

que a possibilidade de escolheros assentos com antecedênciatambém é um grande benefício.

Ana, que viaja frequentemen-te a trabalho, prefere realizar ocheck-in via celular. “É rápido,sem impressão de cartão de em-barque e sem fila. Não vejo des-vantagens com esse canal.” Ocheck-in pela internet e pormeio dos aplicativos do celularpode ser feito com 72 horas deantecedência ao embarque.

foram determinantes para ocrescimento da utilização doscanais de self check-in. “Todoesse processo contribui para amelhoria dos fluxos de circula-ção e acessibilidade para as ad-ministrações aeroportuáriasem seus terminais.”

O ganho de tempo é aponta-do pelos passageiros como aprincipal vantagem do serviço. Aengenheira de controle e auto-mação Ana Luiza Guimarães diz

dessas ferramentas em dezem-bro de 2012.

Para este ano, a companhiaprevê uma maior aderência dospassageiros a esses canais, umavez que, além dos serviços jádisponíveis, a empresa contatambém com o novo canal “Au-tomatic Check-In” disponível pa-ra os passageiros desde dezem-bro do ano passado.

A ferramenta, que a princí-pio está liberada apenas paravoos domésticos, é disponibili-zada na última tela de confir-mação das compras de passa-gem realizadas no site da em-presa. O cliente que optar poresse check-in deve informarseus dados pessoais ao fim dacompra on-line para receber ocartão de embarque, via SMS oue-mail, no prazo de até 72 horasde antecedência do voo.

De acordo com a companhia,o passageiro que realiza ocheck-in antecipado, mesmoque ainda vá despachar a suabagagem, reduz em até 50% otempo gasto no aeroporto.

Pedro Azambuja, presidentedo Sineaa (Sindicato Nacionaldas Empresas de AdministraçãoAeroportuária), afirma que anecessidade de as empresasaéreas darem maior celeridadeao atendimento operacional deseus voos e oferecer maiorconforto para os passageiros

DEMANDA Em 2013, a TAM registrou aumento de 11% na utilização

“Todo esseprocesso

contribui paraa melhoria

dos fluxos de circulação”

PEDRO AZAMBUJA, PRESIDENTE DO SINEAA

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CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2014 35

da não estão familiarizadascom o serviço, então a rapidezvai para o espaço. Nesses mo-mentos, os funcionários dacompanhia precisam ajudar ospassageiros. Há também o con-tratempo de o sistema não lo-calizar sua reserva em algumasoportunidades. Quando aconte-ce, o passageiro é obrigado a sedirigir ao balcão.”

Raul Francé, coordenador dagraduação em Ciências Aero-

náuticas da PUC- Goiás (Pontifí-cia Universidade Católica deGoiás), afirma que os serviçosde self check-in são uma ten-dência mundial.

“O serviço veio para ficar. Es-sa necessidade de otimizar otempo é uma necessidade de to-da a sociedade e facilita o rela-cionamento entre companhias epassageiros. Os totens instala-dos nos aeroportos acumulamfilas, mas elas não se comparam

A pedagoga Daniela Alvesrecorre aos totens para fazer ocheck-in. “Utilizo o serviço aé-reo praticamente toda semana.Raramente me lembro de fazero check-in antecipado pela in-ternet. Por isso, os totens meatendem melhor.”

Apesar de considerar a op-ção uma boa alternativa paraacelerar o embarque, ela dizque nem sempre o objetivo é al-cançado. “Algumas pessoas ain-

às que são formadas nos bal-cões de embarque.”

A Azul, assim como a TAM,disponibiliza os canais de selfcheck-in via web e em totensnos aeroportos. A assessoriade comunicação da compa-nhia confirma que terminaiscom estrutura e demandamaior contam com mais to-tens para o apoio nas opera-ções de embarque.

A empresa afirma que os bra-sileiros estão mais interativoscom sistemas que facilitem o diaa dia e, por isso, realizar ocheck-in on-line, no celular ounos totens, faz parte desse novocomportamento.

Segundo a Azul, o ganho comutilização do serviço é geral. Aempresa diz que, além da dimi-nuição de tempo para o passa-geiro no aeroporto, as compa-nhias aéreas também conse-guem acelerar o processo depré-embarque.

Para a passageira Daniela, aferramenta facilita a rotina.“Além do tempo economizado eda pontuação de clubes de van-tagens oferecidos, existe o ga-nho ambiental. Em algumas aé-reas já não há necessidade deimpressão. O bilhete do voo ficadisponível na tela do celular.Considero um grande avanço.”

A Gol disponibiliza o serviçode self check-in nos mesmos ca-

dos canais de autoatendimento disponíveis, em comparação com o ano anterior

TAM DIVULGAÇÃO

“É rápido, sem impressãode cartão deembarque e

sem fila. Não vejo

desvantagenscom esse canal (via celular)”

ANA LUIZA GUIMARÃES, ENGENHEIRA

Page 36: O que falta ao Brasil

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201436

mercados mundiais no uso dedispositivos móveis para comprade passagens, check-in, despa-cho de bagagem e embarque.

Para Azambuja, do Sineaa, oaumento da demanda de pas-sageiros justifica a perspecti-va da entidade. “Atualmente, omodal aéreo concorre com ou-tros modos do transporte. Emcontrapartida, as companhiasvêm investindo em novas tec-nologias para atender ao cres-cente mercado.”

A Azul corrobora com a pre-visão da Iata com relação à ex-pansão do uso dos canais deself check-in. A assessoria afir-ma que, a cada dia, um númeromaior de pessoas, de todas asesferas sociais, descobre as fa-cilidades da web e incorporamas novidades em seu cotidiano.Segundo a empresa, com osclientes do transporte aéreonão é diferente.

De acordo com a compa-nhia, os passageiros exigemfacilidades nos serviços ofer-tados desde a compra aoacompanhamento do status dovoo até o check-in. Esse perfil,ratifica a empresa, impulsionaas companhias a investir noscanais de autoatendimento.

A passageira Ana Luiza afir-ma que todo serviço que agre-ga valor começa a ser forte-mente utilizado em maior esca-la. “As empresas precisam me-

lhorar os atendimentos, princi-palmente o despacho de baga-gem. Assim, realmente o em-barque terá celeridade.”

Bruno Ribeiro utiliza os servi-ços aéreos mensalmente. O en-genheiro químico também dese-ja que o despacho de bagagensseja revisto pelas aéreas. “Quemprecisa despachar malas acabaenfrentando duas filas, quandoopta pelo totem.”

Jorge Eduardo Leal de Me-deiros, engenheiro aeronáutico

nais da TAM e da Azul. A compa-nhia vem investindo em novastecnologias e ações dentro doprojeto Fast Travel. Um dos dis-positivos permite ao cliente rea-lizar o check-in pelo celular, ge-rando um cartão de embarqueeletrônico que o leva direto paraa sala de embarque, quando nãohá bagagens para despachar.

“Os clientes que mais utilizamesse canal são aqueles já acostu-mados a voar e que, normalmen-te, estão na ponte aérea. Dospassageiros que realizam check-in pelo celular, mais de 80% sedizem satisfeitos com o Fast Tra-vel”, afirma o diretor de Aeropor-tos da empresa, André Lima.

Ele destaca que não há umcusto adicional pelo serviço eque o cliente não paga preço di-ferenciado pela utilização. “Ho-je, 54% dos clientes realizamcheck-in nos canais de autoa-tendimento. Em aeroportos demaior concentração de passa-geiros que viajam a negócios, opercentual ultrapassa 70%”, diz.

Segundo o diretor, desde2012, a Gol dobrou o númerode totens em aeroportos. “Ho-je, são 205 máquinas que in-centivam a utilização dos ca-nais de autoatendimento nosterminais.”

A Iata (Associação Internacio-nal do Transporte Aéreo) prevêque, dentro de três anos, o Brasilse torne um dos seis maiores AGILIDADE Segundo a Azul, além da

“Raramenteme lembro de fazer o check-in

antecipadopela internet.Por isso, ostotens meatendem melhor”

DANIELA ALVES, PEDAGOGA

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CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2014 37

e professor do Departamentode Engenharia de Transportesda Poli-USP (Escola Politécnicada Universidade de São Paulo),ressalta que o crescimento pe-los serviços de self check-in noBrasil está ligado à adesãomassiva que o brasileiro dedi-cou às ferramentas digitais.“Baseado nessa vocação, ascompanhias podem melhorar eampliar as modalidades de au-toatendimento.”

Hoje, no Brasil, o passageiro

com bagagens não consegueembarcar sem passar pelosbalcões das companhias aé-reas. Medeiros afirma que, emalguns aeroportos dos EstadosUnidos, as malas já são despa-chadas pelo próprio passagei-ro. “Existe um equipamentoque faz o serviço. A Europa es-tá começando a implementare, por aqui, o mercado conside-ra fazer alguns testes no aero-porto de Guarulhos.”

O professor estima que a di-ficuldade enfrentada com o ex-cesso de bagagem pode contri-buir para a implantação do sis-tema no Brasil. “Acredito queessa alternativa ainda demorea vingar por aqui. O brasileiro,apesar de acessar os meios di-gitais habitualmente, aindatem receio de lidar com a tec-nologia que não conhece. Nãoquer correr o risco de despa-char sua bagagem de forma er-rada. É uma questão de culturae tende a mudar.”

A Azul, apesar de não revelardetalhes, confirma que outrosinvestimentos estão sendo apli-cados para a ampliação dos ser-viços de self check-in.

André Ribeiro, da Gol, decla-ra que a empresa estuda açõespara aumentar as possibilida-des de autoatendimento com oobjetivo de permitir que o pas-sageiro se dirija diretamentepara o embarque. ldiminuição de tempo para o passageiro, o processo de pré-embarque é acelerado

AZUL/DIVULGAÇÃO

“Os totensinstalados nos

aeroportosacumulamfilas, mas

elas não se comparam às que são

formadas nosbalcões deembarque”

RAUL FRANCÉ, PUC-GOIÁS

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CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201438

Acompetitividade na in-dústria naval tem ala-vancado o desenvolvi-mento de diferentes

alternativas para que as empre-sas se destaquem. Um dos re-cursos que vêm ganhando espa-ço é a tecnologia 3D. A complexi-dade dos projetos navais e domercado offshore (prospecção,perfuração e exploração petrolí-fera) tem motivado os investi-mentos na adoção do 3D pelascompanhias que atuam no setor.

A tecnologia 3D permite, en-tre outras vantagens, a pré-vi-

sualização dos processos, a si-mulação de operações e testesde equipamentos antes mesmoda construção, antecipando pos-síveis falhas e minimizando ris-cos e custos durante a fase deconstrução dos navios.

A Aveva do Brasil, por meiode seu Departamento de Es-tratégia de Negócios, afirmaque a retomada da indústrianaval brasileira, influenciadaprincipalmente pelo pré-sal,barrou a resistência de outro-ra ao uso de tecnologias deautomação no setor.

Conforme a empresa, a mu-dança estratégica adotada pe-los fabricantes navais e pelascompanhias offshore está ba-seada na experiência de em-presas internacionais queatuam no “estado da arte” daindústria naval e que há muitotempo utilizam maquetes em3D em seus projetos.

A empresa inglesa atua noBrasil há mais de 15 anos. Em2008, a Aveva iniciou suas ope-rações com escritório e equipepróprios no país, atendendo àsindústrias de petróleo e gás, na-

val, mineração, energia, papel ecelulose, entre outros mercados.

Entre os sistemas 3D mais co-mercializados pela Aveva doBrasil, destacam-se o Aveva Ma-rine, que reúne um conjunto deaplicativos integrados, criadosespecificamente para atuar nogerenciamento e na geração deinformações precisas em pro-cessos de engenharia de estru-turas navais e offshore. Segundoa empresa, os recursos reduzemo tempo total de produção.

De acordo com a companhia,a solução já é utilizada com su-

Alternativa emalta definição

POR LETICIA SIMÕES

AQUAVIÁRIO

Tecnologia 3D ganha espaço na indústria naval e se tornainstrumento eficaz para o desenvolvimento de projetos

MUDANÇA A Aveva do Brasil

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CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2014 39

cesso em importantes projetosbrasileiros. Entre os clientes es-tão a Ghenova Brasil Projetos, fi-lial da espanhola Ghenova Inge-niería, com sede no Rio de Ja-neiro, e o EEP (Estaleiro Enseadado Paraguaçu), na Bahia.

A Ghenova Brasil, além deatuar no setor naval e offshorecom projetos voltados ao Pro-mef (Programa de Modernizaçãoe Expansão da Frota), tambémdesenvolve produtos para o mo-dal aeroviário, para as engenha-rias civil e industrial e para o se-tor de energia.

O EEP está sendo construídono município de Maragogipe, a42 km de Salvador. A unidade vaiproduzir seis navios-sonda deperfuração offshore para a SeteBrasil. A previsão é de que o EPPseja concluído em 2014.

O empreendimento operaainda o Estaleiro Inhaúma, nacapital fluminense. O estaleirorealiza para a Petrobras a con-versão de quatro navios pe-troleiros nos cascos de futu-ras plataformas da multina-cional, que serão destinadasàs operações do pré-sal nas

áreas de Cessão Onerosa daBacia de Santos.

A Aveva oferece outras ferra-mentas que atuam em todo o ci-clo de vida do projeto naval.Uma delas, o Aveva Bocad, é vol-tado para a confecção e a mon-tagem de estruturas metálicas.A empresa incorporou recente-mente melhorias ao programapara integrar as ferramentas 3Djá desenvolvidas em outros sis-temas disponíveis.

Outra solução é o ERM (En-terprise Resource Manage-ment), que reúne um mix de

aplicativos que suportam deforma mais eficiente o planeja-mento dos projetos e a suaexecução nos estaleiros.

A ProjNet, com sede em SãoPaulo, representa a finlandesaCadmatic para os setores navale offshore no Brasil. Uma dasnovidades em sistemas 3D dacompanhia é o módulo eShare.

Trata-se de uma solução pa-ra o compartilhamento de in-formações que se aplica desdea fase de projeto até a utiliza-ção a bordo durante toda a vi-da útil da embarcação.

“O eShare independe da solu-ção de engenharia adotada. Issosignifica que o módulo serve pa-ra integrar qualquer aplicativoincorporado ao projeto, e nãoapenas aqueles desenvolvidospela Cadmatic”, afirma o enge-nheiro químico e administradorLuiz Barbante Tavares, diretor-presidente da ProjNet.

A também finlandesa Nestixé igualmente representada pelaProjNet. A companhia oferecesoluções para o processo de fa-bricação de navios, desde o pro-jeto do casco até as estruturas.

De acordo com Tavares, to-dos os sistemas do softwareNupas-Cadmatic (solução cria-

AVEVA/DIVULGAÇÃO

afirma que a retomada da indústria naval brasileira barrou a resistência ao uso de tecnologias de automação no setor

Page 40: O que falta ao Brasil

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201440

UTILIZAÇÃO Sistema 3D Foran, desenvolvido pela

vantagens da tecnologia, comoa redução de tempo na execu-ção dos projetos. “Todos os tra-balhos de rotina são feitos pelosistema, o que deixa os projetis-tas mais livres e disponíveis pa-ra a criação e para o atendimen-to dos requisitos do cliente.”

Ele destaca que a tecnologia3D já é bastante empregada nanova geração da indústria na-val brasileira. “O desafio agoraé a integração dos sistemas.Ela vai permitir que a produti-vidade da indústria nacionalseja melhorada. Assim, o setor

da exclusivamente para o mer-cado naval) e das tecnologiasda Nestix são em 3D.

O Nupas-Cadmatic é divididoem dois grandes módulos: Hull eOutfitting, ambos em 3D. O mó-dulo “Hull” é composto por sub-sistemas que atendem o projetodesde a linha de contorno até alista de materiais do casco e es-truturas. Inclui também o proje-to dos painéis, submontagens,desenvolvimento de chapa, en-tre outros quesitos.

O módulo Outfitting trata dosdemais componentes que não

estão relacionados diretamenteao casco e à estrutura, comoequipamentos, propulsão, tubu-lações, parte elétrica, instru-mentos e acomodações.

Segundo Tavares, a tecnolo-gia 3D está dominando o merca-do naval. “Desenhos 2D podemser extraídos, mas cada vez hámenos espaço para o projetorealizado com esse recurso. O 3Doferece um banco de dados quepermite o acesso à lista e às es-pecificações de todos os mate-riais utilizados.”

O executivo enumera outras

terá mais condições de compe-tir no mercado internacionalem que a integração de siste-mas já está bem avançada.”

A espanhola Sener está noBrasil desde 2010. O sistemaCAD/CAM Foran, desenvolvidopela empresa, é voltado para odesign e para a construção deartefatos navais.

A solução, que é uma dasmais reconhecidas do merca-do, está disponível há mais de40 anos e, ao longo do tempo,incorporou a tecnologia 3D aseus recursos. “Trata-se de um

EM TRÊS DIMENSÕESUso da tecnologia na indústria naval

Maquete

• A maquete 3D gera uma cópia fiel ao que será construído na área de produção

• Reproduz todo o esquema de montagem, antecipa eventuais problemas,

automatiza a geração de informação para produção, facilita o planejamento e

o controle da produção

Outros usos de aplicativos 3D

• Confecção e montagem de estruturas metálicas

• Compartilhamento de informações desde a fase de projeto até a

utilização a bordo

• Apresentação da lista com as respectivas especificações de todos os

materiais e equipamentos necessários para a construção do navio

• Informações completas de todos os demais componentes do projeto,

como equipamentos, propulsão, tubulações, parte elétrica, instrumentos

e acomodações

• Integração entre todos os setores de um estaleiro a partir da

visualização de todos os processos da construção

Page 41: O que falta ao Brasil

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2014 41

espanhola Sener, é voltado para o design e para a construção de artefatos navais

to e progressos importantes emsistemas de realidade virtual.”

O Foran é aplicável a qual-quer tipo de navio, em todas asetapas do projeto, desde a enge-nharia conceitual até a produ-ção. “O sistema gera automati-camente toda a produção e asinformações de montagem.”

De acordo com Góngora, obenefício obtido com o uso desistemas 3D em projetos na-vais é triplo. “O recurso reduzo tempo de execução, desde afabricação à montagem do na-vio. Além disso, a tecnologia

produto único, global e integra-do. A companhia atua conti-nuadamente em melhorias eem novos desenvolvimentostecnológicos para acompanharas tendências da construçãonaval”, afirma Rafael Góngora,diretor-geral da unidade de ne-gócios navais da Sener.

Segundo ele, a versão maisrecente do Foran, apresentadaao mercado brasileiro em 2013,inclui mais melhorias. “Entre ou-tros avanços, podem ser men-cionados a conexão com os prin-cipais sistemas de gerenciamen-

otimiza a relação de materialnecessário para a construção.A entrega do navio tem aindamais qualidade.”

Segundo o executivo, quasetodos os estaleiros do mundousam a tecnologia 3D na con-cepção de navios, principalmen-te na fase de engenharia deta-lhada. “É a tendência atual em-pregar a mesma tecnologia tan-to nas fases iniciais do projetoquanto nas etapas conceituais.”

O ERM (Estaleiro Rio Magua-ri), instalado em Belém (PA), fazuso do software Foran desde2011, em 100% dos projetos na-vais. “Anteriormente a empresautilizava o software canadenseAutoship, que já possuía interfa-ce 3D de menor complexidade”,afirma Fábio Vasconcellos, dire-tor comercial do ERM.

O ERM está em operação des-de 1999 e atende, principalmen-te, o mercado de embarcaçõesfluviais e rebocadores portuá-rios. O estaleiro também atua nomercado de estruturas metáli-cas pesadas e barcaças paraapoio offshore.

Conforme Vasconcellos, paraestaleiros de médio e grandeporte, o uso da tecnologia 3D éindispensável para se obter pro-dutividade. Segundo ele, a tec-nologia no mercado naval brasi-leiro cresceu significativamentenos últimos dez anos com a re-tomada da indústria.

De acordo com o diretor, ocusto para aquisição dos recur-sos 3D disponíveis ainda é ele-vado. “É uma tecnologia cujaaplicação é muito específica.Os mercados naval e offshoresão pequenos em termos glo-bais, quando comparados a ou-tras engenharias como civil emecânica. Os softwares maisavançados chegam a cobrar 15mil euros por uma única licen-ça de operação.”

Para o executivo, apesar doalto investimento, as vantagensdo 3D são imensas. “Além do ga-nho de tempo e do detalhamen-to total do projeto, a alternativapermite a integração de todosos setores do estaleiro. Isso ge-ra aumento de produtividade epropicia planejamentos maisapurados, como identificaçãoprecoce de interferências entresistemas, minimização de retra-balhos, entre outros.”

Tavares, da ProjNet, destacaque a tecnologia 3D tem espe-cial vocação para a indústrianaval. “Esse mercado requermuitos detalhes para a fabrica-ção de seus produtos. A utiliza-ção das informações de proje-to para a fabricação é umavantagem muito importante.Quanto mais competitividade oestaleiro buscar, em qualquersegmento que pretenda aten-der, torna-se fundamental ouso da tecnologia 3D.” l

ASM

AR D

IVUL

GACAO

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FERROVIAS

Um mecanismo simples que per-mite mais rapidez ao sistemade transporte sobre trilhos. Autilização de areeiros para

abastecer os reservatórios de areia daslocomotivas pode reduzir em até quatrovezes o tempo de parada dos trens.

Antes realizado de maneira manual,o abastecimento agora utiliza um sis-tema de roldanas ou correias no quala areia é levada até um tanque locali-zado em uma altura superior a da lo-comotiva. Quando a mesma é estacio-nada embaixo da plataforma, man-

gueiras conduzem o material até osreservatórios dos trens.

A areia é utilizada pelas locomotivastanto de cargas como de passageiros pa-ra garantir mais eficiência e mais segu-rança ao transporte. O produto é lançadonos trilhos sempre que é preciso aumen-tar o atrito e manter a tração das máqui-nas na subida de rampas ou em situa-ções de chuva. A medida evita que os ro-deiros (elemento mecânico que suportaa carga vertical dos veículos metroferro-viários e tem a função de direcionar au-tomaticamente o veículo nas curvas)

POR LIVIA CEREZOLI

Tempo e custoreduzidos

Sistema automático utilizado pelas concessionárias para abastecer os reservatórios de areia das

locomotivas garante mais agilidade ao transporte

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CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2014 45

FERROESTE/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201446

ção, a ferrovia ainda não haviadivulgado o balanço do anopassado). Em 2012, foram trans-portadas 715 mil toneladas.

Na ALL (América Latina Logís-tica), o sistema é utilizado desdeo início da concessão da malha,em 1997. A concessionária é res-ponsável por 12,9 mil quilômetrosde ferrovias no país. Em toda aextensão ferroviária operada pe-la empresa, existem 13 pontos deabastecimento com areeiros.

De acordo com Alexandre

percorridos entre Guarapuavae Cascavel. O deslocamento deaproximadamente 250 km en-tre os dois terminais dura cer-ca de 25 horas.

Grãos (milho, trigo e soja),fertilizantes, cimento, inflamá-veis (diesel e gasolina) e con-têineres estão entre as princi-pais cargas transportadas pelaFerroeste. A expectativa da em-presa era fechar 2013 com 650mil toneladas movimentadas(até o fechamento desta edi-

Cada locomotiva da Ferroes-te tem quatro tanques de areia(dois instalados na frente e doisatrás), com capacidade de 140kg cada. Sem o sistema auto-matizado, o abastecimento detodos os reservatórios demora-va, em média, 25 minutos. Ago-ra, o procedimento não ultra-passa 15 minutos.

De acordo com Oliveira, ovolume total de areia dos tan-ques das locomotivas da ferro-via é suficiente para os trechos

RAPIDEZ

deslizem sobre os trilhos, for-çando os motores de tração.

A liberação da areia nos rodei-ros pode ser realizada de maneiraautomática ou manual. As locomo-tivas mais modernas possuem umdispositivo automático que abre oreservatório de areia quando exis-te algum sinal de patinagem nostrilhos. Um dispositivo auxiliar, depedal, também pode ser acionadopelo maquinista quando existe anecessidade de uma quantidadeadicional de areia.

A Ferroeste (Estrada de FerroParaná Oeste) colocou em ope-ração, em dezembro do ano pas-sado, o seu primeiro areeiro, lo-calizado no terminal de Guara-puava (PR). O equipamento foiconstruído com mão de obraprópria e, mesmo com poucotempo de utilização, já traz be-nefícios para o sistema.

Segundo Rodrigo César deOliveira, diretor de produção daFerroeste, antes do areeiro, ossacos de areia que pesam, emmédia, 35 kg, eram carregadospelos colaboradores para abas-tecimento dos tanques. Comoum trem pode ter várias loco-motivas e cada uma delas váriosreservatórios, a operação decarregamento braçal se tornavalenta e cansativa. “A instalaçãodo areeiro agiliza o processo deabastecimento, reduz o ciclo daslocomotivas e melhora a produ-ção da ferrovia”, destaca ele.

“O areeiroreduz o ciclo das

locomotivas e melhora aprodução da

ferrovia”

RODRIGO CÉSAR DE OLIVEIRA,DIRETOR DA FERROESTE

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Fernandes Júnior, coordenadorde mecânica da ALL, o sistemapermite reduzir em até quatrovezes o tempo de parada das lo-comotivas. “Antes, quando erarealizado da forma manual, oabastecimento dos reservató-rios levava até 40 minutos e otrabalho era feito por quatrofuncionários. Hoje, o processotodo dura entre 8 e 10 minutos.Apenas um profissional é res-ponsável pelo acionamento dosistema”, conta ele.

Cada locomotiva da ALL temdois reservatórios de areia comcapacidade para 650 kg cada.Em média, eles precisam serreabastecidos a cada 600 km.“Esse volume pode variar devidoàs condições que se encontra nocaminho. Em um dia de chuva ouem uma rampa mais inclinada,usa-se mais areia do que emcondições normais”, explica Fer-nandes Júnior.

Desde 2008, a MRS tambémutiliza o sistema de carrega-

mento automatizado dos tan-ques de areia de suas locomoti-vas. A areia é descarregada emum silo principal e enviada pormeio de uma correia transpor-tadora para um silo secundário,fixado em uma ponte rolante,que traz mobilidade e agilidadepara o atendimento de todas aslocomotivas que se encontrampara abastecimento.

Os areeiros da concessioná-ria estão localizados em cincopontos estratégicos da malha:

São Brás do Suaçuí (MG), Ita-guaí e Barra do Piraí, no Rio deJaneiro, e Jundiaí e Cubatão,em São Paulo.

Segundo a assessoria de co-municação da empresa, o siste-ma reduz em, aproximadamen-te, 20 minutos cada abasteci-mento, aumentando a produtivi-dade. “Os areeiros permitemque a atividade de abastecimen-to seja realizada de maneira efi-caz e segura, proporcionandotambém melhores condições aotrabalhador.”

Normalmente, a areia é uti-lizada nos trens carregados. Acada ciclo, incluindo os proce-dimentos de carregamento, dedeslocamento, de descarga ede retorno a origem, são utili-zados de 35% a 45% de umtanque de areia, dependendodas condições operacionais. Otamanho dos tanques varia deacordo com o modelo da loco-motiva. Na MRS, cada máquinapossui dois tanques.

A concessionária opera 1.643km de extensão de ferrovias, oque corresponde a 6% de toda amalha existente no país. Em2012, foram transportadas 155,4milhões de toneladas (o volumede 2013 ainda não foi divulgado).Entre os principais produtostransportados pela MRS estãominério de ferro, produtos side-rúrgicos, carvão mineral, cimen-to e carga agrícola. l

Tempo de abastecimento do reservatório passou de 40 para 10 minutos

ALL/DIVULGAÇÃO

“O sistemaproporciona

tambémmelhores

condições aotrabalhador”

ALEXANDRE FERNANDES JÚNIOR,COORDENADOR DA ALL

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Com alguns anos deatraso em relaçãoao que existe emoutros países, desde

o início de 2014 todos os veí-culos que saem de fábrica noBrasil são obrigados a ofere-cer como itens de série os

freios ABS e o airbag duplo. Amedida, prevista em duas re-soluções do Contran (Conse-lho Nacional de Trânsito), de2009, vinha sendo implanta-da gradativamente e deve,agora, proporcionar maiorsegurança a motoristas e

passageiros com 100% daprodução oferecendo essesequipamentos.

A Anfavea (AssociaçãoNacional dos Fabricantes deVeículos Automotores) infor-ma que a decisão sobre umpossível aumento no preço

dos veículos é de cada mon-tadora. Mas, de acordo como presidente da entidade,Luiz Moan, o que a indústriaapontou claramente é quehá um aumento de custosentre R$ 1.000 e R$ 1.500.“Os nossos veículos são pro-duzidos no Brasil com um ní-vel de segurança internacio-nal”, diz Moan.

O presidente da Anfaveadá um alerta para os moto-ristas que forem adquirir umveículo novo e que nunca te-nham experimentado o usodesses equipamentos. O ABS,que é um sistema de antitra-vamento das rodas durante afrenagem, traz uma sensaçãodiferente na condução. “Omotorista não deve se assus-tar com certa trepidação nopedal de freio, que faz partedo sistema ABS. Essa trepida-ção evita justamente que asrodas se travem na frena-gem. Então, é natural queocorra um certo estranha-mento na hora de dirigir.”

Menor impactoe menos risco

POR CYNTHIA CASTRO

AIRBAG E ABS

Veículos saem de fábrica com equipamentos quereduzem riscos e protegem motoristas e passageiros;

entidade diz que medida chega atrasada

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Em relação ao airbag,Moan enfatiza que tanto con-dutores como passageirosnão devem deixar de utilizaro cinto. A segurança desseequipamento se dá exata-mente com o uso simultâneoao cinto. Crianças devem ser

transportadas na cadeirinha,conforme as indicações paracada idade.

O médico Dirceu Rodri-gues Alves Júnior, chefe doDepartamento de Medicinade Tráfego Ocupacional daAbramet (Associação Brasi-

leira de Medicina de Tráfego),considera que a obrigatorie-dade dos freios ABS e do air-bag duplo é “importantíssi-ma” para oferecer mais segu-rança às pessoas que estãodiariamente no trânsito. Maso médico faz questão de res-

ISTOCKPHOTO

saltar que essa é uma medidaque chega tarde ao Brasil.

“Esses equipamentos sãoprotetores do indivíduo den-tro dos veículos. Deviam es-tar instalados nos veículosque saem de fábrica há mui-tos anos, pois contribuem

IMPACTO Uso de airbag protege principalmente a face, a cabeça e o tronco

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Com novas regras, modelos param de ser fabricados

MUDANÇA

Com a obrigatoriedade doairbag e do ABS como itensde série, alguns veículos pro-duzidos no Brasil tiveramque sair de linha no iníciodeste ano. Entre eles, a Kom-bi, produzida pela Volkswa-gen, e o Uno Mille, da Fiat. Opresidente da Anfavea, LuizMoan, comenta que soluçãotécnica sempre existe, maseconomicamente não seriaviável a instalação do ABS edo airbag nesses veículoscomo itens de série.

Primeiro modelo da Volks-wagen feito no Brasil, a Kom-bi deixou de ser fabricadadepois de mais de 50 anosininterruptos de fabricação.Produzida em São Bernardodo Campo desde 2 de setem-bro de 1957, o utilitário acu-mulou ao longo de sua histó-ria cerca de 1,56 milhão deunidades fabricadas.

O gerente executivo devendas e marketing de comer-ciais leves da Volkswagen doBrasil, Marcelo Olival, afirmaque “nenhum outro veículo,pelo preço da Kombi, fazia oque ela faz. Não havia maneiramais barata e eficiente de setransportar 1 tonelada de car-ga coberta”, diz o gerente.

A Kombi foi idealizada peloholandês Ben Pon na décadade 1940, que projetou a combi-nação do conjunto mecânicodo Volkswagen Sedan em umveículo de carga leve. Lançadona Alemanha em 1950, o mode-lo se destacou pela versatilida-de, sendo adotado tanto para otransporte urbano de carga co-mo para levar passageiros.

Para marcar o fim da pro-dução do utilitário, a Volkswa-

gen lançou, em outubro doano passado, a Kombi Last Edi-tion, série especial do modeloque, inicialmente, tinha produ-ção limitada a 600 unidades,mas teve seu volume duplica-do. A edição traz itens exclusi-vos, como pintura tipo “saia eblusa”, acabamento internode luxo e elementos de design

que remetem às inúmeras ver-sões do veículo fabricadas nopaís desde 1957.

O Mille é uma versão domodelo Uno, que foi concebi-do para ser o primeiro carromundial da Fiat. Foi apresen-tado à imprensa em janeiro de1983, nos Estados Unidos. Omodelo foi lançado no Brasil

em 1984, e a produção supe-rou 9 milhões de unidadesvendidas em todo o mundo.

Nesse momento em que oveículo sai de série, a Fiatlançou no fim de dezembroa última edição do Mille: asérie especial Grazie Mille,com tiragem limitada a2.000 carros.

MILLE Modelo produzido pela Fiat foi lançado no Brasil em 1984

FIAT/DIVULGAÇÃO

ESPECIAL Kombi Last Edition, modelo comemorativo lançado pela Volkswagen

VOLKSWAGEN/DIVULGAÇÃO

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Já os freios ABS agem re-duzindo a possibilidade deacidentes. Ao permitirem quenão ocorra o travamento dasrodas, ajudam o condutor adesviar de obstáculos comooutro veículo, árvore, pedes-tre etc, conforme lembra omédico. “Em uma superfícieescorregadia, mesmo queocorra a derrapagem, é pos-sível controlar o veículo.”

De acordo com Dirceu Al-ves, os números de acidentesno Brasil indicam a necessi-dade de se dar a devida im-portância aos equipamentosde segurança veicular. “Em

2012, 60 mil famílias recebe-ram indenização por mortede parentes no trânsito. Fo-ram mais de 300 mil incapa-citados definitivamente. Es-ses equipamentos são essen-ciais. Quando ocorre a lesão,elas são minimizadas.”

No fim do ano passado, oministro das Cidades, Agui-naldo Ribeiro, afirmou que adecisão do Contran de man-ter a obrigatoriedade do air-bag e dos freios ABS para osnovos veículos que saem defábrica neste ano elevará opadrão de segurança dos veí-culos. "Já perdemos muitas

vidas no trânsito. Esses equi-pamentos, efetivamente, têmcontribuído para diminuir asvítimas de acidentes."

Sobre a demora do Brasilem implantar a obrigatorieda-de para o airbag e para o ABS,o Denatran (DepartamentoNacional de Trânsito) infor-mou, por meio de sua asses-soria de comunicação, que en-tende que essa medida serianecessária há mais tempo. En-tretanto, conforme o Dena-tran, “era preciso um prazopara que as montadoras seadequassem a essa nova rea-lidade nacional”. l

muito para reduzir o númerode mortos e sequelados emconsequência de acidentesno trânsito”, diz o médico.

Segundo Alves Júnior, oairbag contribui para reduziras lesões de cabeça, tronco,abdômen. Ele comenta que,em uma colisão frontal, de-pendendo da energia do im-pacto, o acionamento do air-bag pode aumentar a prote-ção da pessoa em torno de50% a 60% em relação às le-sões na face, cabeça e tron-co. Se associar ao uso do cin-to de segurança, a proteção éainda maior.

SEGURANÇA Ao evitar o travamento das rodas, freios ABS ajudam o condutor a desviar de obstáculos

ISTOCKPHOTO

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CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201452

são de responsabilidade da FuM-Tran (Fundação Memória do Trans-porte), uma organização da socie-dade civil de interesse público li-gada à CNT (Confederação Nacio-nal do Transporte).

O Museu Brasileiro do Trans-porte deve ser construído às mar-gens da rodovia Dom Pedro 1º, emCampinas (SP), a 100 km de SãoPaulo. A previsão é de que a pri-meira fase da obra esteja concluí-da em maio de 2015. O projeto ar-quitetônico do museu é assinadopelo escritório Athiè/Wohnrath ea museologia, pelo Arte 3, escritó-

OMuseu Brasileiro doTransporte conquistouseus primeiros apoiado-res. Quatros empresas

do setor de transporte – PatrusTransportes, Scania, EmpresasRandon e PPW Brasil - já assina-ram cotas de patrocínio para aconstrução do espaço.

O museu tem como principalobjetivo ser um instrumento deeducação não formal para as no-vas gerações e de valorização pa-ra quem, há anos, está envolvidonessa atividade. A criação e a im-plantação do empreendimento

rio responsável também pelo Mu-seu da Língua Portuguesa, emSão Paulo, e pelo projeto do Mu-seu do Açúcar, em Piracicaba (SP).

Pensado para ser um espaçonobre, comprometido em contar ahistória do transporte, o empreen-dimento considera todos os mo-dais - aéreo, ferroviário, rodoviárioe aquaviário - bem como seus im-pactos e benefícios na vida social eeconômica do país. “O público teráà sua disposição um ambiente inte-ligente, dinâmico e integrador quecontará com os mais modernos re-cursos da interatividade. Um proje-

to ímpar que está aos cuidados dosmaiores talentos em museologia,cenografia, história, arquitetura,marketing e gestão do mercadonacional”, diz Elza Lúcia Panzan,presidente da FuMtran.

A primeira patrocinadora é aPatrus Transportes, uma das maistradicionais empresas do setor detransporte de cargas do país. Elaatua, há 40 anos, no mercado decargas fracionadas, tem sede emContagem (MG) e 69 filiais localiza-das em dez Estados. “O Museu Bra-sileiro do Transporte é um em-preendimento inovador que vai

Empresas apoiam o projeto de criação do MuseuBrasileiro do Transporte e assinam cotas de patrocínio

para a construção do espaço em Campinas

DA REDAÇÃO

Parceriade sucesso

INICIATIVA

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CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2014 53

apresentar um pouco da históriado segmento. Conhecer o nossopassado é fundamental para de-senvolvermos estratégias no nossonegócio, saber o que deu e o quenão deu certo. Dessa forma, adqui-rimos experiência e podemos apri-morar as boas ideias de quem jáfez parte dessa história. Por acredi-tar nisso, a Patrus Transportes in-vestiu no projeto”, afirma MarcoAntônio Patrus, diretor financeiroda empresa.

Para Roberto Leoncini, diretor-geral da Scania do Brasil, contribuirpara a construção do espaço é uma

forma de também contribuir comas pessoas, foco principal dentrodos valores globais da montadora.“Para a Scania, é importantíssimoapoiar iniciativas e espaços como oMuseu Brasileiro do Transporte. Ahistória da indústria brasileira deveículos comerciais, uma dasmais importantes do mundo, me-rece um espaço alusivo à suagrandeza.” A Scania é uma dasprincipais fabricantes mundiaisde caminhões e ônibus paratransporte pesado e de motoresindustriais, marítimos e para gru-pos geradores de energia. A em-

presa é a atual líder do mercadode caminhões pesados no Brasil.

O museu também conta com oapoio das Empresas Randon, grupoformado por 11 empresas queatuam nos segmentos de veículospara o transporte de cargas, ferro-viário e fora de estrada, bem comoem sistemas automotivos, autope-ças e serviços. Segundo o presi-dente da organização, David Abra-mo Randon, é legítima a iniciativada criação de um museu que pre-tende remontar, passo a passo, atrajetória do transporte que retra-ta o próprio crescimento do Brasil

por meio da movimentação da ri-queza nacional. “A rica história dotransporte carecia ser contada e,mais do que isso, documentada pa-ra as próximas gerações. Trata-sede um legado que a atual e as pró-ximas gerações vão saber bemaproveitar”, diz ele.

A PPW, empresa líder de vendasem portas roll-up no mercado na-cional, fecha o grupo dos primeirospatrocinadores do Museu Brasileirodo Transporte. De acordo com Ana-célia Panzan, diretora-geral da em-presa, o projeto reunirá os valoresdo transporte nacional, resgatandoe valorizando esse setor econômi-co. “A PPW não poderia deixar deprestigiar essa iniciativa”.

O projeto do museu foi aprovadonos moldes da Lei Rouanet, uma leifederal de incentivo à cultura, sob agestão do Ministério da Cultura.Com o incentivo fiscal, pessoas jurí-dicas podem direcionar até 4% deseu IR (Imposto de Renda) em prolda cultura, e pessoas físicas, até6%. Os interessados em tambémpatrocinar o Museu Brasileiro doTransporte podem entrar em contatocom a FuMTran pelo telefone (19) 3281-1928 ou pelo endereço eletrô[email protected]. Mais in-formações sobre o projeto po-dem ser encontradas na Internet(www.mbt.org.br). l

(Com informações da DifattoComunicação Integrada)

FUMTRAN/DIVULGAÇÃO

PROJETO Museu terá espaços interativos para contar a história de todos os modais do transporte

Page 54: O que falta ao Brasil

CARGAS

AquisiçãA escolha certa pela carreta é tão importante

Adquirir um caminhãoé apenas uma das di-versas iniciativas pa-ra quem vai começar

a trabalhar como motorista au-tônomo. Tão importante quan-to a escolha do veículo estátambém a opção correta pelacarreta a ser utilizada. Segun-do entidades e especialistas li-gados ao transporte de carga,é fundamental estudar o seg-mento em que se vai trabalharpara identificar o melhor mo-delo na hora da compra.

Nas carretas, a força mo-triz, as rodas de tração e o mo-tor ficam em uma parte, en-quanto a carga é armazenadaem outra. O local onde se en-contra a cabine recebe o nomede cavalo mecânico. Já o com-partimento das cargas é co-nhecido como semirreboque.

O engenheiro Rubem Pen-teado de Melo, especialista emveículos para o transporte decargas, afirma que, não raro, aanálise do tipo de carga a sertransportada não é levada em

portante lembrar que carreta éum veículo comercial. Ela é umequipamento de transporte esua produtividade será decisi-va para o melhor resultadopossível da atividade.”

A escolha ideal requer a ava-liação de diversos aspectos.

consideração pelo autônomoque vai adquirir uma carreta.

“Trata-se de uma compratécnica. Além dos aspectos co-merciais normais de todo veí-culo, como análise de preço, dovalor de revenda, da garantia eda assistência técnica, é im-

“Analisar o tipo de carga, ostrajetos, as condições das rodo-vias (se serão sempre asfalta-das ou, vez ou outra, estradasrurais), como a carga será car-regada (com empilhadeira oumanualmente), se o carrega-mento será feito pela traseira

POR LETICIA SIMÕES

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o corretaquanto a definição do veículo a ser adquirido

ou pelas laterais da carreta, tu-do isso é importante para a es-colha do veículo”, afirma Melo.

De acordo com ele, o mes-mo estudo deve ser feito paraas condições do local de en-trega da carga. “Com essesdados, pode-se consultar os

fabricantes de preferênciapara identificar o produtomais adequado às necessida-des e recursos.”

Claudinei Pelegrini, presi-dente da Abcam (AssociaçãoBrasileira dos Caminhonei-ros), diz que o mercado ofere-

ce tipos diversificados de car-reta. “As mais comuns no Bra-sil são as linhas graneleira,basculante e furgão.” Um mo-delo convencional chega acustar, em média, R$ 75 mil,conforme o dirigente.

Segundo Pelegrini, apesar

de a análise para a aquisiçãodo melhor tipo de carreta serextensa e minuciosa, o cami-nhoneiro tem à disposiçãomodelos que atendem à maiorparte das exigências de cadasegmento. “A opção do tipode veículo depende da regiãoem que o profissional vai ope-rar. O modelo mais utilizadopara diversos tipos de cargasé o semirreboque graneleiro.”

Melo confirma que o mer-cado brasileiro oferece umainfinidade de modelos de car-retas. Mas, conforme o espe-cialista, as chamadas multiu-so, como graneleiras e de car-ga-seca, ainda têm a prefe-rência da categoria.

“É óbvio que carretas mul-tiuso facilitam o frete de re-torno com outro tipo de cargae, assim, ajudam no resultadodo transporte rodoviário. Po-rém, carretas com pouca es-pecialização baixam a produ-tividade do setor. Isso geracusto para o embarcador epara o transportador. É possí-vel ter veículos com algumamultiplicidade de uso, desde

LIBR

ELAT

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VULG

AÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201456

que tenham acessórios espe-cializados por segmento”, diz.

Segundo ele, para a produti-vidade máxima na operação, ne-nhum modelo de carreta multiu-so é recomendado. “Para se terboa produtividade, a especiali-zação do veículo é imprescindí-vel. Dos modelos atuais, o quemelhor se adapta a muitos tiposde carga ainda é a graneleira.”

Melo afirma que a configura-ção da carreta também precisa

FATORES O desgaste natural do equipamento

Vida útil do equipamento variaRENOVAÇÃO

Como todo veículo, as car-retas também necessitam detroca depois de certo período,seja pelo desgaste natural doequipamento ou pelo tempode uso. O segmento de atua-ção também interfere nas con-dições da carreta, sendo que otransporte de alguns tipos decarga pode acelerar o momen-to da renovação.

Para o engenheiro RubemPenteado de Melo, especia-lista em veículos para otransporte de cargas, ascondições das rodovias poronde a carreta trafega tam-bém é fator relevante para adurabilidade do veículo. “Seo transporte for de minériode ferro, por exemplo, o mo-mento da troca vai aconte-cer mais rapidamente. Casoo segmento seja de carga le-ve, em estradas com boascondições, a vida útil da car-reta será bem mais longa.”

De acordo com ele, o mo-mento ideal para a renovaçãose dá quando a manutençãocomeça a aumentar e a afetaro custo do transporte.

Claudinei Pelegrini, presi-dente da Abcam, afirma que oaumento dos gastos com amanutenção do veículo é um

sinal de que o momento datroca chegou. “É comum o ca-minhoneiro exceder a tara in-dicada. Isso diminui a durabili-dade da carreta.”

Segundo o dirigente, a ida-de do caminhão não acompa-nha a vida útil da carreta.“Uma carreta de qualidade po-de ter maior durabilidade doque um caminhão”, afirma.

O presidente da ABTC, New-ton Gibson, destaca que, noBrasil, a vida útil de uma carre-ta varia entre 10 e 15 anos, de-pendendo do modelo. Já a deum caminhão chega a 13 anos.

O dirigente diz que os mo-toristas precisam observar di-versos itens para se certificardo momento de renovação dacarreta. “Suspensão, tração,pneus e o tipo de aplicação in-terferem na vida útil de qual-quer veículo. É importante quea manutenção da carreta sejaperiódica. Essa é a única for-ma de prolongar sua vida útil.”

Segundo Luiz Carlos Ne-ves, presidente da Fenacat, oideal seria que a renovaçãodas carretas acontecesse acada cinco anos. “Essa troca,no entanto, vai dependertambém da disponibilidadefinanceira do autônomo.”

ser estudada. “A capacidade decarga, o tipo de suspensão (ei-xos juntos ou afastados), sus-pensão mecânica ou pneumáti-ca são itens que influenciamnos custos do transporte.”

O presidente da seção deTransportadores Autônomos daCNT, José da Fonseca Lopes,lembra que a escolha da carro-ceria está diretamente ligada àescolha do cavalo mecânico.“Cada motor tem uma funcio-

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CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2014 57

seio diferente e a forma comoele é realizado influencia nasegurança do veículo e naqualidade da carga que estásendo transportada.

Newton Gibson, presidente daABTC (Associação Brasileira deLogística e Transporte de Carga),afirma que o ideal é o autônomoprocurar um fabricante creden-ciado e com vasta experiência nosetor. “É preciso enfatizar a con-fiança no fabricante, pois um aci-

nalidade e, por isso, o caminho-neiro deve observar qual o usoda carreta. Para puxar umacomposição dupla de sete ounove eixos, por exemplo, o veí-culo precisa ser traçado (tra-ção 6x4)”, explica.

Lopes também destaca queo conhecimento do motoristasobre a funcionalidade da car-reta facilita o seu uso. Deacordo com ele, cada tipo decarroceria requer um manu-

a carreta necessita de emplaca-mento. “Além disso, é precisotomar cuidado com a instalaçãodos engates do reboque, quedeve ser executada por um pro-fissional confiável e que tenhaexperiência no ramo para colo-cação da placa com os númerosde capacidade de tração.”

A Librelato, cuja matriz estáinstalada em Orleans (SC), fabricaimplementos rodoviários para aslinhas pesada e leve. O diretor devendas, Pedro Mazzuco, recomen-da que o caminhoneiro estudeantecipadamente os financia-mentos disponíveis.

“Com essa avaliação, o profis-sional tem a certeza de qual seráo valor mensal de sua aquisição.”Mazzuco afirma que a preferênciada categoria é pela menor taxade juros e pelo maior valor possí-vel a ser financiado.

Pelegrini, da Abcam, diz que ocaminhoneiro autônomo tem pre-ferência pela linha de financia-mento conhecida como PSI-Pro-caminhoneiro (Programa de Sus-tentação do Investimento), ofere-cida pelo BNDES (Banco Nacionalde Desenvolvimento Econômico eSocial), por meio das instituiçõesfinanceiras habilitadas. SegundoPelegrini, para 2014, o programavai oferecer taxa anual de 6% pa-ra a aquisição de carretas. l

e o segmento de atuação interferem no tempo de utilização da carreta

MAGRÃO SCALCO/DIVULGAÇÃO

dente com carreta costuma sermuito grave.”

De acordo com Gibson, aclassificação do Contran (Con-selho Nacional de Trânsito) es-tabelece um peso máximo poreixo para cada tipo de carreta.“A escolha adequada evita, porexemplo, a deterioração pre-matura do asfalto.”

A documentação é outroitem importante. Segundo o di-rigente, como qualquer veículo,

ATENÇÃODicas para quem vai comprar uma carreta

• Saber qual carga serátransportada (qual osegmento de atuação)

• Modo como a carreta será carregada (manualmente oupor empilhadeira)

• Quais serão os trajetos maisusuais (estradas asfaltadas ou rurais)

• Verificar a capacidade decarga e o tipo de suspensãodo veículo

• Avaliar a experiência e aidoneidade dos fabricantes

• Pesquisar preços

• Estudar os tipos de financiamentos disponíveis

• Conhecer as garantias e ascondições de assistência técnica para o veículo

Page 58: O que falta ao Brasil

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201458

permite a gestão completadas operações de frete. O sis-tema substitui todas as eta-pas que antes eram realizadasmanualmente pela carta-frete,extinta pela ANTT (AgênciaNacional de Transportes Ter-restres), em 2011.

De acordo com Luciano Pe-nha, vice-presidente da Policard,o cartão profissionaliza o setor,evitando fraudes e reduzindo otrâmite de documentos físicosno pagamento do frete. O cartãoé fornecido ao caminhoneiro au-tônomo com o valor do frete queserá pago por aquele transpor-

Com o crescimento daatividade transporta-dora nos últimos anos,a implantação de siste-

mas informatizados de gestãode frota, de rastreamento deveículos, de abastecimento e depagamento de fretes é uma rea-lidade que cresce a cada dia nasempresas do setor. No mercado,já existem diversas soluções lo-gísticas criadas para melhorar odesempenho, oferecer mais se-gurança e reduzir os custosdessas empresas.

Desde 2012, a Policard dis-ponibiliza o Cartão Frete, que

te. Com ele, o profissional podepagar o combustível e os demaisgastos gerados durante a via-gem. “O Cartão Frete está vincu-lado a uma conta-cartão em no-me do caminhoneiro. Ele podeutilizar o cartão para efetuar ospagamentos, pedir a transferên-cia do valor do frete para umaconta pessoal ou ainda sacar odinheiro em um dos locais cre-denciados”, explica ele.

Em todo o Brasil, 90 mil esta-belecimentos aceitam o cartãopara compras. O saque deve serefetuado em uma rede específica,composta por 250 locais. Segun-

do Penha, em breve, o cartão vaiestar integrado ao pagamento dovale pedágio e permitirá realizarsaques nos terminais eletrônicosda rede Banco 24 horas. Desde olançamento, o Cartão Frete já foiadquirido por 300 empresas e 18mil caminhoneiros autônomos ti-veram acesso ao benefício.

O Cartão Frete está integra-do aos sistemas de gestão defrotas e rastreamento e tele-metria, também oferecidos pe-la empresa. O primeiro permiteàs transportadoras construiruma parametrização de con-trole dos veículos que com-

Serviços de cartão-frete, gestão de frotase rastreamento oferecem mais facilidades

para o dia a dia das empresas de transporteDA REDAÇÃO

Soluçõeslogísticas

MERCADO

Page 59: O que falta ao Brasil

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2014 59

põem a frota, controlando oconsumo de combustível e amanutenção dos veículos.

De acordo com o vice-presi-dente, é possível definir o volu-me dos tanques, os valores, oshorários e os locais onde oabastecimento será realizado.“O gestor da empresa tem apossibilidade de acompanhar ohistórico de consumo de cadaum dos seus veículos e, com is-so, garantir um bom desempe-nho dos mesmos”, destaca ele.

Além disso, o programa degestão de frota também facilitao gerenciamento da manuten-

ção e da substituição de peças.Cálculos da Policard mostramque o sistema gera uma econo-mia de 15% a 20% nos gastosmensais das empresas.

O sistema de rastreamento e te-lemetria permite medir a velocida-de, saber a localização exata e de-finir as rotas que serão utilizadaspelos veículos. Os rastreadores(uma espécie de GPS) podem viracompanhados de sensores nosbancos traseiros ou na parte poste-rior dos veículos. “Dessa maneira, épossível ter uma visão geral do queestá acontecendo com a frota. On-de está o veículo e se ele está sen-

do operado de maneira correta.”Todo o acompanhamento pode serfeito em tempo real ou por meio derelatórios mensais.

Completando o portfólio de so-luções logísticas, a Policard aindaoferece o Cartão Combustível, quepermite controlar o consumo e osgastos de abastecimento da frota.O cartão é dado para o funcionário,que deve realizar o abastecimentoem um dos postos da rede creden-ciada. “Esse é um serviço que podeser utilizado por empresas que têmfrotas próprias ou trabalham comveículos terceirizados. Essa é umamaneira de controlar de forma efi-

caz o consumo do que está sendogasto”, explica Penha.

De acordo com o vice-presi-dente da empresa, os três siste-mas são adaptados para qual-quer tipo e tamanho de frota.“Atendemos de pequenas agrandes transportadoras, alémde empresas de outros segmen-tos econômicos que tambématuam com frota própria de veí-culos”, explica ele. Da carteirade clientes que utilizam os ser-viços, 40% são de frotas de veí-culos pesados.

A Policard também atua naadministração de convênios pa-ra funcionários de empresas ouórgãos públicos (cartão alimen-tação, cartão refeição), além deprestar serviços para o mercadofinanceiro, atuando como cor-respondente bancário em 5.000pontos em todo o país. Criadaem 1995, a empresa com sedeem Uberlândia (MG) está presen-te em 4.000 municípios. Com 10mil clientes e 3,5 milhões de car-tões já emitidos, a Policard re-gistrou 40% de crescimentoanual nos últimos cinco anos.Para este ano, a expectativa é demanutenção desse desempenhopositivo, com destaque para aalta nas vendas do Cartão Frete.

A Policard atende peloscontatos [email protected] 08009402933 (atendimento24hs). Mais informações na pá-gina da empresa na Internet(www.polifrete.com.br). l

POLICARD/DIVULGAÇÃO

Page 60: O que falta ao Brasil

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201460

No Brasil, não existem dadossobre a quantidade de aciden-tes de trânsito que são causa-dos pelo uso de medicamentospelos motoristas, mas umapesquisa da Fundação OswaldoCruz revela que o país está en-tre os maiores consumidoresde remédios do mundo.

De acordo com o pós-doutorem neurofarmacologia EduardoCarvalho-Netto, alguns princí-

Agrande maioria dosmotoristas encara oato de dirigir comouma atividade auto-

mática, realizada quase por im-pulso. Mas por trás de açõesaparentemente simples, como li-gar o veículo, acelerar, engatarmarcha e frear, existe toda umacomplexidade que exige boascondições físicas e mentais dequem está no comando.

Conduzir uma moto, um car-ro, um ônibus ou um caminhãorequer concentração, atenção,rapidez nos reflexos, coordena-ção motora, equilíbrio, boascondições de visão e audição ediscernimento para avaliar ris-cos. Por esse motivo, é precisoter cuidado na hora de ingerirqualquer tipo de medicamento.Remédios aparentemente sim-ples, como antigripais e anal-gésicos, podem interferir nes-sas habilidades e trazer conse-quências graves, como o envol-vimento em acidentes, muitasvezes fatais.

pios ativos atuam no sistemanervoso central e, por isso, dimi-nuem os reflexos e causam so-nolência. “É aí que está o perigoquando usados por motoristasque estão em atividade. Algunsmedicamentos podem causarproblemas sensoriais.”

O especialista explica que osremédios controlados, como osantidepressivos e ansiolíticos(usados para diminuir a ansieda-

de e a tensão), já têm explicita-dos em suas bulas as reaçõesadversas que podem causar,mas o risco está nos medica-mentos de venda livre, como é ocaso dos analgésicos, antialérgi-cos e antigripais.

“O princípio ativo de algunsdesses remédios tem anti-hista-mínico, que causa sonolência,tonturas e até confusão mental.O grande problema é que a ven-

Uso de medicamentos simples pode provocar alterações no corpo e oferecer

riscos para quem está ao volantePOR LIVIA CEREZOLI

Reaçõesadversas

SAÚDE

Page 61: O que falta ao Brasil

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2014 61

da deles é livre nas farmácias”,afirma Carvalho-Netto. A orien-tação é que, ao fazer uso dessetipo de medicamento, motoris-tas, profissionais ou não, procu-rem orientação com o farma-cêutico para saber sobre os efei-tos colaterais e as reações que omesmo pode causar. “Em algunscasos, as reações vêm explicita-das nas bulas, em outros, issonão é tão claro.”

O taxista Wanderson Batistados Santos, de Brasília, toma re-médio controlado para pressãoarterial, mas afirma que nuncarecebeu nenhuma orientaçãomédica sobre os riscos que omedicamento pode causar aovolante. “O médico sempre meorienta de todas as reações doremédio, mas nunca falou se te-ria algum problema em dirigir.”

Além do remédio controlado,Santos confessa que toma ou-tros por conta própria, comoanalgésicos e antialérgicos.Mesmo percebendo algumasreações diferentes em seu orga-nismo, o taxista nunca se preo-cupou com os riscos que o usodos medicamentos pode causar.“Não existe nenhum alerta so-bre isso, então, sempre penseique não existia problema. Mas agente percebe que o corpo fica

ISTOCKPHOTO

Page 62: O que falta ao Brasil

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201462

gens”, lembra o chefe do Departa-mento de Medicina de TráfegoOcupacional da associação.

A Anvisa (Agência Nacionalde Vigilância Sanitária) afirmaque todas as informações re-lativas aos riscos de determi-nados medicamentos estãoprevistas na bula, mas não háuma lista fechada de medica-mentos que são incompatíveiscom o ato de dirigir, pois issovaria caso a caso. A agênciaabriu, em 2009, uma consultapública sobre a proposta da

PREVENÇÃO Motoristas devem ficar atentos às reações do

acaba usando o remédio semter esse cuidado”, diz ele.

Como forma de alertar sobreos riscos que o uso de medica-mentos pode causar durante acondução dos veículos, em 2009,a Abramet desenvolveu uma pro-posta de projeto de lei que obri-garia as indústrias farmacêuticasa inserirem na caixa dos remé-dios o símbolo de proibido dirigir.“Conseguimos mobilizar algumasentidades, mas, infelizmente, atéhoje, não existe a obrigatoriedadedo uso desse sinal nas embala-

diferente quando toma algumremédio. O antialérgico me dámuito sono”, conta ele.

Para Dirceu Rodrigues AlvesJúnior, médico e chefe do Depar-tamento de Medicina de TráfegoOcupacional da Abramet (Asso-ciação Brasileira de Medicina deTráfego), é preciso ampliar asorientações sobre os riscos que ouso de alguns medicamentos,considerados simples, pode cau-sar. “Qualquer paciente deve serinformado sobre as reações dosremédios que estão sendo recei-tados. Mas, muitas vezes, issonão é explicado nas consultas.”

De acordo com o médico,esse cuidado deve partir tantodo profissional de saúde quan-to do paciente que precisa in-formar sobre a atividade queexerce. “O médico precisa tero cuidado em informar, mas omotorista também deve anali-sar a sua situação antes de pe-gar o carro e dirigir.”

Contrário à automedicação,o motorista do transporte rodo-viário de passageiros LenoirMendes Pinheiro também acre-dita que falta orientação nomomento da prescrição dosmedicamentos. “Na bula dos re-médios, sempre estão indica-dos os efeitos e as reações quepodem ocorrer, mas não existeum alerta específico sobre orisco de dirigir depois. A gente

“Algunsmedicamentospodem causar

problemassensoriais”

EDUARDO CARVALHO-NETTO,NEUROFARMACOLOGISTA

Page 63: O que falta ao Brasil

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2014 63

Abramet, mas o projeto nãofoi levado adiante. De acordocom a Anvisa, não há, no mo-mento, qualquer estudo ouproposta de voltar ao tema,no sentido de normatizar essaobrigatoriedade.

Há dez anos dirigindo umcaminhão, Amilton Santos Pom-poneu conhece bem as reaçõesdo próprio organismo e não uti-liza analgésicos ou relaxantesmusculares durante a jornadade trabalho. “Sinto muito sonodepois de tomar esses remé-

dios, e não tenho condições dedirigir. Prefiro parar um poucoe descansar ou então esperar ofim do expediente para usar omedicamento.”

Segundo Alves Júnior, os medi-camentos são difíceis de serem de-tectados no organismo com a reali-zação de testes rápidos, como o dobafômetro, o que dificulta aindamais o levantamento de dados so-bre a relação direta deles com osacidentes de trânsito. “A metaboli-zação é rápida e somente examesde sangue mais completos é que de-

tectarão a presença da substânciano organismo”, explica o médico.

Além disso, não é possível de-terminar um tempo exato de rea-ção dos remédios no organismopor causa das diversas fórmulas ecomposições existentes e das rea-ções individuais de cada pessoa.

O neurofarmacologista Car-valho-Netto explica que, emmédia, o efeito dos medica-mentos é maior nas três pri-meiras horas após a ingestão,mas é preciso avaliar as rea-ções de cada organismo. “Otempo de reação vai dependerde cada pessoa. Os efeitos sãodiferentes de indivíduo paraindivíduo”, explica ele.

Como regra geral, os especia-listas alertam que, ao perceberqualquer sintoma, o motorista de-ve, imediatamente, parar o veícu-lo para repousar e ingerir bastan-te líquido, aumentando assim oprocesso de eliminação da subs-tância do organismo. “O motoris-ta não deve voltar a dirigir atéque todos os sintomas tenhampassado”, alerta Alves Júnior.

No Código de Trânsito Bra-sileiro não existe nenhumarestrição específica sobre ouso de medicamentos de ven-da livre relacionados à direçãode veículos. Como eles nãocausam dependência, não po-dem ser proibidos, como asdrogas e o álcool. l

corpo depois de ingerir medicamentos

“Qualquerpaciente deveser informado

sobre asreações dosremédios”

DIRCEU RODRIGUES ALVES JÚNIOR, ABRAMET

EFEITOS COLATERAISVeja as reações provocadas por alguns medicamentos

• Antidepressivos (para depressão e transtornos de ansiedade): perda de atenção, de concentração, de vigília e dificuldade de visão

• Analgésicos (usados contra dores): sonolência

• Ansiolíticos e tranquilizantes (usados para controlar a ansiedade): sonolência, redução dos reflexos e demora no tempo de reação

• Antiepilépticos (usados em epilepsia e transtorno de déficit de atenção):sonolência e confusão mental

• Hipnóticos (usados para combater insônia e induzir anestesia): sonolência

• Relaxantes musculares (para cólicas e dores musculares): sonolência ereações lentas

• Estimulantes (também presentes em medicamentos para emagrecer): irritabilidade e sono

• Broncodilatadores (para desobstruir as vias aéreas): taquicardia, tremores e convulsão

• Antieméticos (para enjoos): sonolência

• Hipoglicemiantes, insulina (usados no tratamento de diabetes): tremores e convulsão

• Neurolépticos (para o tratamento de psicoses): redução dos reflexos, demora no tempo de reação, sedação e sonolência

Fonte: Abramet

VOLVO/DIVULGAÇÃO

Page 64: O que falta ao Brasil

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201464

Mais de 2 milhões depessoas, em todoBrasil, já participa-ram das palestras

voltadas para educação e saúderealizadas pelo Sest Senat (Ser-viço Social do Transporte e Ser-viço Nacional de Aprendizagemdo Transporte). Criado em 2007,o projeto de palestras tem comoobjetivo oferecer ainda mais co-nhecimento aos profissionais dotransporte, seus dependentes e

a sociedade em geral sobre aimportância de questões so-ciais, como a cidadania e a qua-lificação profissional, e, ainda,dos cuidados com a saúde.

Todos os anos, oito novos te-mas são abordados, quatro rela-cionados à saúde (Sest) e quatrovoltados para a educação profis-sional (Senat). As palestras sãoministradas nas unidades doSest Senat em todo o Brasil.

Excepcionalmente neste ano,

serão debatidos dez temas, en-tre eles, Medos e Fobias, Em-preendedorismo no Setor doTransporte, Os Perigos da Inter-net e Cuidados para o Motofre-tista (veja a lista completa noquadro na página 67).

Todos os temas já oferecidosem anos anteriores continuamdisponíveis e podem ser apre-sentados, durante todo o ano,sempre que houver demanda.Desse modo, a apresentação das

palestras não fica restrita ape-nas aos temas selecionados pa-ra o ano vigente. Essa ação pro-porciona maior disponibilidadede assuntos a serem abordados.

“A palestra ministrada peloinstrutor Marcelo Gama, do SestSenat de São Vicente (SP), queassisti, não foi apenas uma apre-sentação maçante e cansativa,mas um momento de debate ereflexão sobre o tema Mobilida-de Urbana. E esse é o grande di-

Palestras promovem qualificação profissional e melhorqualidade de vida para o trabalhador em transporte

POR KATIANE RIBEIRO

SEST SENAT

Ampliando oconhecimento

Page 65: O que falta ao Brasil

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2014 65

ferencial. Há três anos, participodas palestras e quero continuarassistindo às próximas”, afirmao assistente administrativo Ale-xandre Antonio dos Santos.

Os assuntos são escolhidospor meio de pesquisas realiza-das com as unidades do Sest Se-nat e baseados na realidade domercado de trabalho e em ques-tões importantes relacionadas àsaúde, ao relacionamento hu-mano e à cidadania.

Responsabilidade Civil e Pe-nal nos Acidentes de Trânsito é apalestra mais procurada no SestSenat de Goiânia (GO), aponta acoordenadora de Desenvolvi-mento Profissional da unidade,Divina Rosa de Andrade. “O temaé extremamente relevante paraquem está no trânsito e, pordesconhecerem o assunto, inte-ressa tanto ao empregado quan-to aos empregadores”, afirma.

Entre os mais de 50 temas já

apresentados estão Planeja-mento e Orçamento Familiar,Prevenção ao Roubo de Cargas,Noções Básicas de EducaçãoFinanceira, Primeiros Socorrose Prevenção a Incêndios e Im-portância da Atividade Físicapara a Saúde.

As palestras do Sest Senat vi-sam possibilitar aos trabalhado-res do transporte a aquisição deconhecimentos, habilidades eatitudes para o exercício de uma

SEST SENAT

ocupação. Contribui, assim, parasua profissionalização, integra-ção na sociedade e pleno exercí-cio da cidadania.

O projeto propõe ainda o de-senvolvimento de aptidõespessoais e sociais do trabalha-dor e de sua família, com o ob-jetivo de melhorar sua saúde equalidade de vida.

Segundo a coordenadora dePromoção Social do Sest Senatde Recife (PE), Erlene Cabral, “o

PARTICIPAÇÃO Palestra “Fidelização de clientes” apresentada na unidade de Juiz de Fora (MG)

Page 66: O que falta ao Brasil

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201466

procurar a unidade do Sest Se-nat mais próxima para agendara palestra. Informações pelo te-lefone 0800 728 2891 ou pelo si-te www.sestsenat.org.br.

“O projeto dá resultado princi-palmente porque traz temas bemdiversificados, e não apenas naárea de transporte”, diz o instru-tor da unidade de São Vicente,em São Paulo, Marcelo Gama. Ins-trutor desde 2009, Gama afirmaque há um interesse grande dosprofissionais de adquirirem mais

VARIEDADE Programa possui mais de 50 cartilhas com temas diferentes

projeto nos permite levar aotrabalhador e à comunidadevários assuntos sobre educa-ção, valorizando os cuidadoscom o corpo e a mente”.

Os assuntos são apresenta-dos por instrutores do Sest Se-nat e especialistas nos temascom o auxílio de recursos au-diovisuais, como vídeos e sli-des, além de apresentações deexperiências em situações es-pecíficas e cartilhas sobre o te-ma. O tempo de duração de ca-da palestra é de aproximada-mente duas horas.

No fim de cada apresenta-ção, são distribuídas cartilhascom as principais informaçõessobre o tema abordado. Com adistribuição dos materiais, oSest Senat pretende que o con-teúdo seja disseminado pelosparticipantes aos seus familia-res e outras pessoas que nãotiveram a oportunidade de as-sistirem a apresentação.

Para a coordenadora de De-senvolvimento Profissional daunidade de Juiz de Fora (MG),Gisele de Castro Franco, as pa-lestras ministradas pelo SestSenat têm o intuito de influen-ciar atitudes. Por isso, elas setornam importantes para aspessoas. “Em outubro de 2013,fomos procurados por uma em-presa que faz distribuição dealimentos na cidade de Juiz deFora e região para apresentar

uma palestra de cunho motiva-cional aos funcionários. Após apalestra, tivemos um retornoimediato da empresa alegandoter percebido melhora conside-rável no trabalho dos colabora-dores”, afirma.

As palestras serão ministra-das durante todo o ano e em to-das as unidades do país, confor-me o interesse dos trabalhado-res e da comunidade. Empresasde transporte interessadas emparticipar do projeto podem

“Há três anos, participodas palestras

e quero assistir àspróximas”

ALEXANDRE ANTONIO DOS SANTOS, ASSISTENTE ADMINISTRATIVO

THIAGO DOUGLAS

Page 67: O que falta ao Brasil

SAIBA MAIS SOBRE AS PALESTRAS

Projeto em números (participantes)

2.500.000

2.000.000

1.500.000

1.000.000

500.000

2007

135.370 205.415 226.736 312.033 345.612444.820 503.022

2.173.008

2008 2009 2010 2011 2012 2013 Total0

TEMAS JÁ ABORDADOS

SEST

• Depressão

• Distúrbio do Sono

• Neurotrauma

• Planejamento e Orçamento Familiar

• Alimentação Saudável e Obesidade

• Etiqueta Profissional

• Educação dos Filhos

• Saúde e Segurança no Trabalho

• Câncer de Pele

• Responsabilidade Social Empresarial

• Álcool e Drogas

• Doação de Órgãos

• Saúde da Mulher

• Saúde do Homem

• Saúde Mental

• Viva a Melhor Idade

• Gestão do Estresse

• Adolescência

• Saúde Bucal

• Saúde da Coluna

• A Importância da Atividade Física

para a Saúde

• Acidentes Domésticos, como Evitá-los

• Entendendo as Doenças Sexualmente

Transmissíveis

• Saúde Ocular

• A Combinação Álcool, Drogas

e o Trânsito

• Doenças Endêmicas

• Noções Básicas de Educação Financeira

• Violência Doméstica

SENAT

• Condução Econômica

• Arrumação no Transporte

de Cargas

• Logística

• Motociclista

• Direção Preventiva

• Qualidade no Transporte Urbano

• Educação no Trânsito

• Novas Tecnologias

• Empregabilidade

• Responsabilidade Civil e Penal

nos Acidentes de Trânsito

• Gestão do Tempo

• Prevenção ao Roubo de Cargas

• Cálculo do Frete

• Cidadania no Transporte

de Passageiros

• Manutenção Básica nos

Veículos Pesados

• Primeiros Socorros e Prevenção

a Incêndios

• Legislação de Cargas

• Financiamento de Veículos Pesados

• Meio Ambiente

• Relacionamento Interpessoal

• Programa 5S

• Motivação no Trabalho

• Qualidade no Atendimento ao Turista

• Utilização e Análise do Tacógrafo

• Direção Defensiva

• Fidelização de Clientes

• Mobilidade Urbana

• Noções de SMS – Segurança,

Meio Ambiente e Saúde

TEMAS DE 2014

SESTMedos e FobiasAborda a diferença entre medos e fobias, as principais características e quando e como buscar ajuda profissional

Direitos Humanos nas EstradasTrata de conceitos básicos, legislação e orientação de como agir em situações cotidianas relacionadas ao tema

Os Perigos da InternetEnsina a proteger e a tirar o máximo de proveito do mundo virtual

Bem-Estar SocialOferece importantes informações e reflexões sobre os direitos e deveres dos cidadãos brasileiros

Guia de Atendimento a Pessoas com Restrição de MobilidadeMostra como prestar um atendimento de qualidade às pessoas que possuem algum tipo de restrição de sua mobilidade

SENATNovas Tecnologias para o Setor de TransporteTem o propósito de auxiliar os condutores de ônibus e de caminhão na familiarização dos termos e conceitos utilizados no universo da tecnologia embarcada

Empreendedorismo no Setor do TransporteOferece orientação sobre todas as etapas de planejamento e criação deum plano de negócio voltado para o transporte de cargas e passageiros

Manutenção Preventiva e Gestão de PneusTraz informações sobre manutenção e conservação preventiva dos pneus do veículo, segurança do motorista e redução de custos para o setor

Cuidados para o MotofretistaOrienta sobre a profissão, apresentando os direitos e deveres, dicas decomportamento e segurança para um melhor desempenho profissional

Guia de Atendimento ao TuristaAborda o conceito turismo sustentável e fornece orientações, dicas e sugestões práticas para que o turista seja bem atendido

Fonte: Sest Senat

Page 68: O que falta ao Brasil

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201468

trar a importância de se conhe-cer os conceitos básicos, umpouco sobre a legislação e pro-por uma reflexão sobre situa-ções cotidianas.

O setor de transporte ofereceinúmeras oportunidades paraquem quer crescer e ter seu pró-prio negócio. Condutores quehoje atuam no setor de cargasou de passageiros poderão, coma palestra Empreendedorismono Transporte, ter condições deavaliarem uma nova perspecti-

deveres dos cidadãos brasilei-ros, além de contemplar dicase orientações para o alcancedo bem-estar pessoal.

Os profissionais de transpor-te que atuam nas estradas, as-sim como os que circulam notrânsito das cidades, são teste-munhas oculares de inúmeroscasos de desrespeito aos direi-tos humanos. Por isso, o assuntoDireitos Humanos nas Estradas étema de uma das palestras doSest Senat, que pretende mos-

conhecimento nas suas áreas deatuação. “Eles saem da sala deaula agradecidos pela oportuni-dade que tiveram.”

Novos temasPara que cada brasileiro co-

nheça os direitos sociais pre-vistos em nossas leis e possamunir forças em benefício de to-da a coletividade, a palestracom o tema Bem-Estar Socialtraz importantes informaçõese reflexões sobre os direitos e

INFORMAÇÃO Apresentação de palestra pela unidade do Sest Senat em Maceió (AL)

va, sejam em suas atuais fun-ções ou até na concepção de umnovo tipo de empreendimento.

Os transtornos psicológicossempre foram motivos de dúvi-das e preconceitos. Por essemotivo, com a palestra Medos eFobias, o trabalhador e toda acomunidade poderão se infor-mar sobre as principais carac-terísticas e quando e como bus-car ajuda profissional.

A palestra Cuidados para o Mo-tofretista traz informações sobre

“Apresentamosuma palestra

de cunho motivacional

em umaempresa. Oretorno foi

imediato, commelhora

considerável notrabalho dos

colaboradores”ERLENE CABRAL,

COORDENADORA DE PROMOÇÃO SOCIAL

Page 69: O que falta ao Brasil

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2014 69

Mundo e a Olimpíada. Para auxi-liar as pessoas que irão prestarserviços nesses eventos, o SestSenat oferece o Guia de Atendi-mento ao Turista. A cartilha trazorientações técnicas, dicas e su-gestões para o correto atendi-mento ao cliente em hotéis, res-taurantes, pontos turísticos e notransporte em geral.

Quase um quarto da popula-ção brasileira declara ter algu-ma dificuldade ou deficiênciaque as limitam em sua mobilida-de. As pessoas que trabalhamem atendimento ao público de-vem estar preparadas para ofe-recer um tratamento digno e dequalidade adaptado àqueles quenecessitam de um atendimentodiferenciado. O Guia de Atendi-mento a Pessoas com Restriçãode Mobilidade foi criado para in-formar os trabalhadores emtransporte como transportar es-sas pessoas com segurança.

O mundo das inovações tecno-lógicas é repleto de novidades quetrazem inúmeros benefícios paratoda a sociedade. A cartilha NovasTecnologias para o Setor de Trans-porte traz para condutores de ôni-bus e de caminhão a oportunidadede conhecer os termos e conceitosutilizados no universo que envolvea tecnologia embarcada. São re-cursos que aumentam a seguran-ça e o conforto dos veículos e con-tribuem para minimizar as agres-sões ao meio ambiente. l

CONSCIENTIZAÇÃO Palestra sobre mobilidade urbana ministrada em Santos (SP)

FOTOS SEST SENAT

a profissão, apresentando os di-reitos e deveres, bem como dicasde comportamento para se tornarum profissional responsável.

A internet traz um mundo deinformações, facilidades e entre-tenimento, porém possui tam-bém perigos e riscos. A palestraOs Perigos da Internet ensina co-mo se prevenir dos perigos que ainternet esconde. E, caso elesocorram, o que a legislação diz arespeito e como denunciar.

A manutenção preventiva e a

conservação dos pneus, a cali-bragem, o alinhamento e o ba-lanceamento do veículo são as-suntos abordados na palestraManutenção Preventiva e Gestãode Pneus, que pretende não ape-nas trazer informações sobre otema, mas segurança e orienta-ção para os motoristas reduzi-rem os custos.

O Brasil se prepara para rece-ber dois grandes eventos espor-tivos que irão atrair visitantesde todo o mundo: a Copa do

“O projetodá resultado

principalmenteporque traztemas bem

diversificados”

MARCELO GAMA, INSTRUTOR

Page 70: O que falta ao Brasil

Estatístico, Econômico, Despoluir e Ambiental

Page 71: O que falta ao Brasil

BOLETIM ESTATÍSTICO

RODOVIÁRIO

MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

TIPO PAVIMENTADA NÃO PAVIMENTADA TOTAL

Federal 65.320 12.662 77.981Estadual 110.842 111.334 222.176Municipal 26.827 1.234.918 1.261.745Rede Planejada - - 129.262Total 202.988 1.358.914 1.691.164

MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA - EXTENSÃO EM KMAdminstrada por concessionárias privadas 14.768Administrada por operadoras estaduais 1.195

FROTA DE VEÍCULOSCaminhão 2.461.762Cavalo mecânico 528.223 Reboque 1.041.704Semi-reboque 771.322Ônibus interestaduais 17.309Ônibus intermunicipais 57.000Ônibus fretamento 23.489Ônibus urbanos 107.000

Nº de Terminais Rodoviários 173

INFRAESTRUTURA - UNIDADES

Terminais de uso privativo misto 122

Portos 37

FROTA MERCANTE - UNIDADES

Embarcações de cabotagem e longo curso 155

HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA

Vias Navegáveis 41.635

Vias economicamente navegadas 20.956

Embarcações próprias 1.864

AQUAVIÁRIO

FERROVIÁRIO

MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

Total Nacional 30.129Total Concedida 28.692Concessionárias 11Malhas concedidas 12

MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KMALL do Brasil S.A. 11.816FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. 8.066MRS Logística S.A. 1.674Outras 7.136Total 28.692

MATERIAL RODANTE - UNIDADESVagões 104.931Locomotivas 3.212Carros (passageiros urbanos) 1.670

PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total 12.289Críticas 2.659

VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONALBrasil 25 km/h EUA 80 km/h

AEROVIÁRIO

AERÓDROMOS - UNIDADESAeroportos Internacionais 29Aeroportos Domésticos 34Outros aeródromos - públicos e privados 2.523

AERONAVES REGISTRADAS NO BRASIL - UNIDADESTransporte regular, doméstico ou internacional 669 Transporte não regular: táxi aéreo 1.579Privado 8.825Outros 8.328Total 19.401

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS

MODAL MILHÕES (TKU) PARTICIPAÇÃO (%)

Rodoviário 485.625 61,1

Ferroviário 164.809 20,7

Aquaviário 108.000 13,6

Dutoviário 33.300 4,2

Aéreo 3.169 0,4

Total 794.903 100

Page 72: O que falta ao Brasil

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201472

BOLETIM ECONÔMICO

Investimentos em Transporte da União(Orçamento Fiscal)

(dados atualizados dezembro/2013)

Orçamento Fiscal da União e Orçamento das Estatais (Infraero e Cia Docas)

* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br

Autorizado Total PagoValores Pagos do ExercícioObs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores

2015

R$

bilh

ões

1050

25

3,81

15,33

8

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES*

Evolução do Investimento Federal em Infraestrutura de Transporte

Observações:

(1) Expectativa de crescimento do PIB para 2013.

(2) Taxa Selic conforme Copom 27/11/2013.

(3) Inflação acumulada no ano e em 12 meses até novembro/2013.

(4) Posição dezembro/2012 e novembro/2013 em US$ bilhões.

(5) Câmbio de fim de período divulgado em 02/01/2014, média entre compra e venda.

Fontes: Receita Federal, SIGA BRASIL - Senado Federal, IBGE e Focus (Relatório de Mercado 10/01/14),Banco Central do Brasil.

Fonte: Orçamento Fiscal da União (SIGA BRASIL - Senado Federal);Orçamento de Investimentos das Empresas Estatais (DEST-MPOG).

Investimentos em transporte da União por Modal (total pago acumulado - até dezembro/2013 (R$10,41 bilhões)

1,91(18,3%)

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - JANEIRO/2014

2012 acumuladoem 2013

últimos12 meses

expectativapara 2013

PIB (% cresc a.a.)1 0,9 2,40 2,26 2,28

Selic (% a.a.)2 7,25 10,00 -

IPCA (%)3 5,84 4,95 5,77 6,00

Balança Comercial 19,43 -0,93 1,74 1,20Reservas Internacionais4 373,14 375,79 -

Câmbio (R$/US$)5 2,04 2,35 2,34

Restos a Pagar Pagos

Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo

Autorizado União 15.332,37Dotação das Estatais (Infraero e Cia Docas) 3.203,93Total de Recursos Disponíveis 18.536,29

Rodoviário 8.196,61Ferroviário 1.909,10Aquaviário (União + Cia Docas) 520,57Aéreo (União + Infraero) 1.309,45

Investimento Total (Total Pago) 11.935,73

Investimento Total

2009

10,6 14,8 15,0 12,7 11,9

Rodoviário 7,8 10,3 11,2 9,4 8,2Ferroviário 1,0 2,5 1,6 1,1 1,9

Aquaviário (União + Cia Docas) 1,3 1,3 1,0 0,8 0,5Aéreo (União + Infraero) 0,5 0,7 1,2 1,4 1,3

2010 2011 2012 2013

Nota sobre a CIDE: Até o boletim econômico de março de 2013, a CNT realizava o acompanhamento daarrecadação e do investimento com recursos da CIDE-combustíveis, Contribuição de Intervenção no DomínioEconômico, criada pela Lei 10.336, de 19/12/2001. Esse acompanhamento deixou de ser realizado, já que a alíquotada CIDE foi reduzida a zero pelo Decreto nº 7.764, de junho de 2012. Os recursos da CIDE eram destinados aosseguintes fins: (a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seusderivados e derivados de petróleo; (b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria dopetróleo e do gás; e (c) ao financiamento de programas de infraestrutura de transportes.

Nota (A) Dados atualizados até 28.12.2013 (SIGA BRASIL). (B) Em 18 de junho de 2013 foram excluídos R$ 6 bilhõesdo valor autorizado para investimento em transporte no Orçamento Fiscal. Esses recursos eram referentes a créditosextraordinários autorizados pela MP nº 598 de 27/12/2012. Findo o prazo para a apresentação do Projeto de DecretoLegislativo para a MP, esta perdeu a validade e os créditos previstos foram devidamente retirados do orçamento.

RECURSOS DISPONÍVEIS EINVESTIMENTO FEDERAL (ATÉ DEZEMBRO DE 2013)

Orçamento Fiscal e Estatais (Infraero e Cia Docas)(R$ milhões correntes)

ORÇAMENTO FISCAL DA UNIÃO E ORÇAMENTODAS ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS)

(valores em R$ bilhões correntes)

10,416,59

8,19(78,7%)

8,06,0

R$ b

ilhõe

s co

rren

tes

4,02,0

0

10,0

16,014,012,0

Rodoviário Ferroviário Aquaviário AéreoInvestimento Total

2009 2010 2011 2012 2013

Fonte: Orçamento Fiscal da União (SIGA BRASIL - Senado Federal) e Orçamento de Investimentos dasEmpresas Estatais (DEST-MPOG).

Recursos Disponíveis

Investimento Realizado

0,15(1,4%)

0,16(1,5%)

Page 73: O que falta ao Brasil

INVESTIMENTO PÚBLICO FEDERAL EM INFRAESTRUTURADE TRANSPORTE POR ESTADOS E REGIÕES

(VALORES EM R$ MILHÕES CORRENTES)1

ORÇAMENTO FISCAL (TOTAL PAGO2 POR MODAL DE TRANSPORTE)Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo Total

Acre 115,55 0,00 0,00 0,00 115,55Alagoas 387,38 0,00 0,00 0,00 387,38Amazonas 120,65 0,00 8,58 0,00 129 ,23Amapá 57,59 0,00 0,00 0,00 57,59Bahia 266,29 803,35 1,35 0,00 1.070,99Ceará 300,19 0,00 2,95 0,00 303,14Distrito Federal 8,98 0,00 0,00 0,00 8,98Espírito Santo 158,37 0,00 12,24 0,00 170,61Goiás 650,62 771,35 0,00 0,00 1.421,97Maranhão 426,44 0,00 16,21 0,00 442,65Minas Gerais 909,51 157,48 0,00 0,00 1.066,99Mato Grosso do Sul 270,10 11,77 0,00 0,00 281,87Mato Grosso 408,07 0,00 0,00 0,00 408,07Pará 544,52 0,00 4,49 0,00 549,01Paraíba 148,50 0,00 0,00 0,00 148,50Pernambuco 186,32 0,00 0,00 0,00 186,32Piauí 145,26 0,00 0,00 0,00 145,26Paraná 291,29 4,60 0,00 0,00 295,89Rio de Janeiro 332,05 28,14 0,20 0,00 360,39Rio Grande do Norte 148,16 0,00 0,00 0,00 148,16Rondônia 383,77 0,00 0,00 0,00 383,77Roraima 35,72 0,00 1,02 0,00 36,74Rio Grande do Sul 1.057,89 0,14 4,99 0,00 1.063,02Santa Catarina 487,73 0,43 0,96 0,00 489,12Sergipe 135,71 0,00 0,00 0,00 135,71São Paulo 39,93 90,03 83,12 0,00 213,08Tocantins 108,34 2,58 0,00 0,00 110,92Centro Oeste 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Nordeste 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Norte 0,00 0,00 9,88 1,32 11,20Sudeste 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Sul 0,00 0,00 0,15 0,00 0,15Nacional 71,68 39,23 13,74 146,04 270,69Total 8.196,61 1.909,10 159,88 147,36 10.412,96

Elaboração: Confederação Nacional do Transporte*Dados atualizados até 28.12.2013 (SIGA BRASIL).

Notas:(1) Foram utilizados os seguintes filtros: função (26), subfunção (781=aéreo, 782=rodoviário, 783=ferroviário, 784=aquaviário), GND (4=investimentos). Para a subfunção781 (aéreo), não foi aplicado nenhum filtro para a função. Fonte: SIGA BRASIL (Execução do Orçamento Fiscal da União).(2) O total pago é igual ao valor pago no exercício acrescido de restos a pagar pagos.(3) O valor investido em cada região não é igual ao somatório do valor gasto nos respectivos estados. As obras classificadas por região são aquelas que atendem a maisde um estado e por isso não foram desagregadas. Algumas obras atendem a mais de uma região, por isso recebem a classificação Nacional.

A partir de janeiro de 2013, a CNT passa a utilizar o SIGA BRASIL como fonte de dados da execução do Orçamento Fiscal da União. Até então, eram utilizados os bancos de dados elaboradospela COFF (Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira) disponibilizados pela Câmara dos Deputados. O SIGA BRASIL é um sistema de informações sobre orçamento público, quepermite acesso amplo e facilitado ao SIAFI e a outras bases de dados sobre planos e orçamentos públicos, por meio de uma única ferramenta de consulta . Por ser atualizadoperiodicamente, o SIGA BRASIL permite uma análise mais dinâmica da execução orçamentária federal. Além disso, o SIGA BRASIL disponibiliza na mesma base de dados os valores pagos noexercício e os restos a pagar pagos. Esta característica confere ao sistema maior precisão e segurança no acompanhamento dos investimentos em infraestrutura de transporte. Os dadosde execução orçamentária para investimento em infraestrutura de transporte são divulgados mensalmente pela Confederação Nacional do Transporte por meio de seu Boletim Econômicodisponível na revista CNT Transporte Atual e no site da instituição (www.cnt.org.br).

Esta

dos

REGI

ÕES3

Para consultar a execução detalhada, acesse o link http://www.cnt.org.br/Paginas/Boletim-economico.aspx

Mudança de fonte de dados de investimentos públicos federaisNota técnica CNT

Page 74: O que falta ao Brasil

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201474

DESPOLUIR

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o Sest Senat lançaram em 2007 o Programa Ambiental do Transporte - DESPOLUIR,com o objetivo de promover o engajamento de empresários, caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

PROJETOS

• Redução da emissão de poluentes pelos veículos

• Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador

• Aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais

de transporte

• Cidadania para o meio ambiente

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES

Para participar do Projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos,entre em contato com a Federação que atende o seu Estado.

NÚMEROS DE AFERIÇÕES ESTRUTURA

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS

820.587JANEIRO

2013 20142007 A 2012 TOTAL

Aprovação no período

212.868 7.617 1.041.072

88,18% 91,10% 92,01% 88,80%

Federações participantes 20

Unidades de atendimento 68

Empresas atendidas 10.413

Caminhoneiros autônomos atendidos 12.461

O governo brasileiro adotou o biodieselna matriz energética nacional, atravésda criação do Programa Nacional de Pro-dução e Uso de Biodiesel e da aprovaçãoda Lei n. 11.097. Atualmente, todo o óleodiesel veicular comercializado ao consu-midor final possui biodiesel. Essa mistu-ra é denominada óleo diesel B e apresen-ta uma série de benefícios ambientais,estratégicos e qualitativos. O objetivodesta publicação é auxiliar na rotinaoperacional dos transportadores, apre-sentando subsídios para a efetiva ado-ção de procedimentos que garantam aqualidade do óleo diesel B, trazendo be-nefícios ao transportador e, sobretudo,ao meio ambiente.

A pesquisa “Caminhoneiros noBrasil - Relatório Síntese de Infor-mações Ambientais” apresenta arealidade e as necessidades de umdos principais agentes do setor detransporte. Informações econômi-cas, financeiras, sociais e ambien-tais, além de dados relacionados àfrota, como distribuição e idademédia; características dos veícu-los e dos deslocamentos; intensi-dade de uso e autonomia (km/l) dafrota permitem aprofundar os co-nhecimentos relativos ao setor detransporte rodoviário.

PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIRConheça abaixo duas das diversas publicações ambientais que estãodisponíveis para download no site do DESPOLUIR:

Carga

FETRANSPORTES

FETRABASE

FETCESP

FETRANCESC

FETRANSPAR

FETRANSUL

FETRACAN

FETCEMG

FENATAC

FETRANSCARGA

FETRAMAZ

FETRANSPORTES

FETRABASE

FETRANSPOR

FETRONOR

FETRAM

FEPASC

CEPIMAR

FETRAMAR

FETRANORTE

FETRASUL

FETERGS

ES

BA e SE

SP

SC

PR

RS

AL, CE, PB, PE, PI, RN e MA

MG

DF, TO, MS, MT e GO

RJ

AC, AM, RR, RO, AP e PA

ES

BA e SE

RJ

RN, PB, PE e AL

MG

SC e PR

CE, MA e PI

MS, MT e RO

AM, AC, PA, RR e AP

DF, GO, SP e TO

RS

27.2125-7643

71.3341-6238

11.2632-1010

48.3248-1104

41.3333-2900

51.3374-8080

81.3441-3614

31.3490-0330

61.3361-5295

21.3869-8073

92.2125-1009

27.2125-7643

71.3341-6238

21.3221-6300

84.3234-2493

31.3274-2727

41.3244-6844

85.3261-7066

65.3027-2978

92.3584-6504

62.3598-2677

51.3228-0622

Passageiros

FEDERAÇÃO UFs ATENDIDAS TELEFONESETOR

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

BOLETIM DO DESPOLUIR

Page 75: O que falta ao Brasil

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2014 75

EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE

SETOR CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Mudança no uso da terra 1.202,13 76,35Industrial* 140,05 8,90Transporte 136,15 8,65Geração de energia 48,45 3,07Outros setores 47,76 3,03Total 1.574,54 100,00

MODAL CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Rodoviário 123,17 90,46Aéreo 7,68 5,65Outros meios 5,29 3,88Total 136,15 100,00

EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL(EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA)

EMISSÕES DE CO2 POR SETOR

*Inclui processos industriais e uso de energia

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - DEZEMBRO 2013

Corante 2,8%

80%70%60%50%40%30%20%

Aspecto 39,0%

Pt. Fulgor 22,9%

Enxofre 8,3%

Teor de Biodiesel 24,3%Outros 2,8%

QUALIDADE DO ÓLEO DIESELTEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL (em ppm de S )*

Japão 10EUA 15Europa 10 a 50

Brasil 10**

CE: Fortaleza, Aquiraz, Horizonte, Caucaia, Itaitinga, Chorozinho, Maracanaú, Euzébio, Maranguape, Pacajus, Guaiúba, Pacatuba, São Gonçalo doAmarante, Pindoretama e Cascavel.PA: Belém, Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara do Pará, Benevides e Santa Isabel do Pará.PE: Recife, Abreu e Lima, Itapissuma, Araçoiaba, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Moreno, Camaragibe, Olinda, Igarassu, Paulista,Ipojuca, Itamaracá e São Lourenço da Mata.Frotas cativas de ônibus dos municípios: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Porto Alegre e São Paulo.RJ: Rio de Janeiro, Belford Roxo, Nilópolis, Duque de Caxias, Niterói, Guapimirim, Nova Iguaçu, Itaboraí, Paracambi, Itaguaí, Queimados, Japeri, São Gonçalo, Magé, São João de Meriti, Mangaratiba, Seropédica, Maricá, Tanguá e Mesquita.SP: São Paulo, Americana, Mairiporã, Artur Nogueira, Mauá, Arujá, Mogi das Cruzes, Barueri, Mongaguá, Bertioga, Monte Mor, Biritibamirim, NovaOdessa, Caçapava, Osasco, Caieiras, Paulínia, Cajamar, Pedreira, Campinas, Peruíbe, Carapicuíba, Pindamonhangaba, Cosmópolis, Pirapora do BomJesus, Cotia, Poá, Cubatão, Praia Grande, Diadema, Ribeirão Pires, Embu, Rio Grande da Serra, Embuguaçu, Salesópolis, Engenheiro Coelho, SantaBárbara d’ Oeste, Ferraz de Vasconcelos, Santa Branca, Francisco Morato, Santa Isabel, Franco da Rocha, Santana de Parnaíba, Guararema, SantoAndré, Guarujá, Santo Antônio da Posse, Guarulhos, Santos, Holambra, São Bernardo do Campo, Hortolândia, São Caetano do Sul, Igaratá, São Josédos Campos, Indaiatuba, São Lourenço da Serra, Itanhaém, São Vicente, Itapecerica da Serra, Sumaré, Itapevi, Suzano, Itaquaquecetuba, Taboão daSerra, Itatiba, Taubaté, Jacareí, Tremembé, Jaguariúna, Valinhos, Jandira, Vargem Grande Paulista, Juquitiba e Vinhedo.

10%0%

Automóveis Comerciais Leves (Otto) GNVMotocicletas CaminhõesPesados

Caminhõesmédios

Comerciais Leves(Diesel)

ÔnibusRodoviários

CaminhõesLeves

ÔnibusUrbanos

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

NOxNMHcCOCH4

CO2

NOxCONMHcMP

CO2

AL AM

% N

C

AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO Brasil

4,1

0,00,03,6

1,7 0,0 1,0 0,4 1,9 2.4 2,6

AC2,7 22 6 1,7 2,8 0 2 0 0,7 4,1 0 4,2 4,9 2,7 3,6 1,7 0,9 2,1 1,2 0 7,9 1 0,4 1,9 2,4 0 2,602,7 20,8 1,8 1,4 0 2,3 0 0,3 4,2 0 3,2 4 2,2 2,7 1,9 0,9 2,1 1,9 0 3,6 1,3 1 5,3 2,3 0 2,60

Trimestre Anterior

Trimestre Atual

0,0 0,7

4,91,7

6,02,7

0,00

12108

22

161820

14

642

2,00,0

Percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. Cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades.

2,8 2,14,2

0,9

ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - DEZEMBRO 201322,0

Diesel 44,76 44,29 49,23 52,26 55,90 54,01

Gasolina 25,17 25,40 29,84 35,49 39,69 37,51

Etanol 13,29 16,47 15,07 10,89 9,85 9,67

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)

CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)*

* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc).** Dados atualizados em 30 de dezembro de 2013.

Rodoviário 38,49 97% 34,46 97% 36,38 97%

Ferroviário 0,83 2% 1,08 3% 1,18 3%

Hidroviário 0,49 1% 0,14 0% 0,14 0%

Total 39,81 100% 35,68 100% 37,7 100%

2009VOLUMEMODAL % VOLUME % VOLUME %

2010 2011

* Em partes por milhão de S - ppm de S** Municípios com venda exclusiva de S10. Para ver a lista dos postos que ofertam o diesel S10, consulte o site do DESPOLUIR: www.cntdespoluir.org.br*** A partir de janeiro de 2014, o diesel interiorano passou a ser S500. Para mais informações, consulte a seção Legislação no Site do DESPOLUIR:

www.cntdespoluir.org.br

Demais estados e cidades 500***

TIPO 2008 2009 2010 2011 2012 2013**

* Inclui veículos movidos a gasolina, etanol e GNVDados de 2009 fornecidos pelo último Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários – MMA,2011.

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO OTTO* EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO DIESEL

2,7

4,1

BOLETIM AMBIEN TAL

(novembro)

22,9%

1,2

24,3%2,8% 2,8% 39,0%

7,9

8,3%

Page 76: O que falta ao Brasil

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE

POLUENTES PRINCIPAIS FONTES CARACTERÍSTICASEFEITOS

SAÚDE HUMANA1 MEIO AMBIENTE

Resultado do processo decombustão de fonte móveis2

e de fontes fixas industriais3.Gás incolor, inodoro e tóxico.

Diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. Aspirado em grandesquantidades pode causar a morte.

Dióxido deCarbono

(CO2)

Resultado do processo decombustão de fonte móveis2

e de fontes fixas industriais3.Gás tóxico, sem cor e sem odor.

Provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.

Metano(CH4)

Resultado do processo decombustão de fontes móveis2

e fixas3, atividades agrícolas e pecuárias, aterros sanitários e processos industriais4.

Gás tóxico, sem cor, sem odor.Quando adicionado a águatorna-se altamente explosivo.

Causa asfixia, parada cardíaca,inconsciência e até mesmo danosno sistema nervoso central, se inalado.

Compostosorgânicosvoláteis(COVs)

Resultado do processo decombustão de fonte móveis2

e processos industriais4.

Composto por uma grandevariedade de moléculas a basede carbono, como aldeídos,cetonas e outroshidrocarbonetos leves.

Causa irritação da membrana mucosa, conjuntivite, danos na pele e nos canaisrespiratórios. Em contato com a pele podedeixar a pele sensível e enrugada e quandoingeridos ou inalados em quantidades elevadas causam lesões no esôfago,traqueia, trato gastro-intestinal, vômitos,perda de consciência e desmaios.

Óxidos denitrogênio

(NOx)

Formado pela reação do óxido denitrogênio e do oxigênio reativopresentes na atmosfera e queima de biomassa e combustíveis fósseis.

O NO é um gás incolor, solúvel.O NO2 é um gás de cor acastanhada ou castanho avermelhada, de cheiro forte eirritante, muito tóxico. O N2O éum gás incolor, conhecidopopularmente como gás do riso.

O NO2 é irritante para os pulmões ediminui a resistência às infecçõesrespiratórias. A exposição continuada oufrequente a níveis elevados pode provocartendência para problemas respiratórios.

Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.Causadores da chuva ácida5.

Ozônio(O3)

Formado pela quebra dasmoléculas dos hidrocarbonetos liberados por alguns poluentes,como combustão de gasolina ediesel. Sua formação éfavorecida pela incidência deluz solar e ausência de vento.

Gás azulado à temperaturaambiente, instável, altamentereativo e oxidante.

Provoca problemas respiratórios,irritação aos olhos, nariz e garganta.

Causa destruição e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a sua naturezacorrosiva. Além de causar o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa.

Dióxido de enxofre(SO2)

Resultado do processo decombustão de fontes móveis2

e processos industriais4.

Gás denso, incolor, não inflamávele altamente tóxico.

Provoca irritação e aumento naprodução de muco, desconforto narespiração e agravamento deproblemas respiratórios ecardiovasculares.

Causa o aquecimento global, porser um gás de efeito estufa.Causador da chuva ácida5, quedeteriora diversos materiais, acidifica corpos d'água e provocadestruição de florestas.

Materialparticulado

(MP)

Resultado da queimaincompleta de combustíveise de seus aditivos, deprocessos industriais e dodesgaste de pneus e freios.

1. Em 12 de junho de 2012, segundo o Comunicado nº 213, o Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (IARC, em inglês), que é uma agência da Organização Mundial da Saúde (OMS), classificou a fumaça do diesel comosubstância cancerígena (grupo 1), mesma categoria que se encontram o amianto, álcool e cigarro.

2. Fontes móveis: motores a gasolina, diesel, álcool ou GNV.3. Fontes fixas: Centrais elétricas e termelétricas, instalações de produção, incineradores, fornos industriais e domésticos, aparelhos de queima e fontes naturais como vulcões, incêndios florestais ou pântanos.4. Processos industriais: procedimentos envolvendo passos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala.5. Chuva ácida: a chuva ácida, também conhecida como deposição ácida, é provocada por emissões de dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx) de usinas de energia, carros e fábricas. Os ácidos nítrico e sulfúrico

resultantes podem cair como deposições secas ou úmidas. A deposição úmida é a precipitação: chuva ácida, neve, granizo ou neblina. A deposição seca cai como particulados ácidos ou gases.

Conjunto de poluentes constituídode poeira, fumaça e todo tipo dematerial sólido e líquido que semantém suspenso. Possuemdiversos tamanhos emsuspensão na atmosfera. Otamanho das partículas estádiretamente associado ao seupotencial para causar problemasà saúde, quanto menores,maiores os efeitos provocados.

Incômodo e irritação no nariz egarganta são causados pelaspartículas mais grossas. Poeirasmais finas causam danos aoaparelho respiratório e carregamoutros poluentes para os alvéolospulmonares, provocando efeitoscrônicos como doençasrespiratórias, cardíacas e câncer.

Altera o pH, os níveis depigmentação e a fotossíntesedas plantas, devido a poeiradepositada nas folhas.

Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.

Monóxido decarbono

(CO)

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consomem um volume de eta-nol hidratado em média 45%superior ao volume de gasolinaC para percorrer um trajetoequivalente. Já houve época,digamos de 1980 a 86, em queos veículos a etanol prioriza-vam eficiência ao invés de de-sempenho e só consumiam25% a mais que os à gasolina C.

Com a produção crescentede motores de ignição por cen-telha com injeção direta na câ-mara, de tamanho reduzido pa-ra baixo consumo e uso de tur-bocompressores para manter odesempenho veicular, reabrem-se as possibilidades para umuso mais competitivo do etanolmesmo em aplicações flex. Aspropriedades diferenciadas deresistência à autoignição e ele-vado calor latente de vaporiza-ção do etanol possibilitam ga-nhos de eficiência, torque e po-tência nos motores que, quandocombinados com câmbios auto-máticos ou automatizados quepriorizem redução de consumoao invés de aumento de desem-penho, poderão trazer a relaçãode consumo etanol/gasolina Cpara as proporções observadasno início do Proálcool.

Para transformar esse poten-

cial tecnológico em realidadeeconômica que possa promovermaior utilização do etanol nopaís são necessários investi-mentos na produção e na utili-zação eficiente, o que pode serconseguido por meio de políti-cas públicas. O Programa Ino-var-Auto, regulamentado em2012 e que praticamente estabe-lece metas mandatórias de con-sumo energético para fabrican-tes de veículos leves, desastra-damente não diferencia com-bustíveis renováveis de fósseis,o que traz risco considerável de,face à facilidade de importaçãode soluções já otimizadas paragasolina de mercados maisavançados, desprezar-se o de-senvolvimento do uso eficientedo etanol. Isso seria um granderevés para a engenharia auto-motiva nacional e poderia sermortal para o etanol hidratado.

Portanto, para que o etanolrecupere a posição de desta-que que merece no contexto docombustível veicular no Brasil,são necessárias políticas go-vernamentais claras dirigidasaos setores, tanto automotivocomo sucroenergético, paraque readquiram a confiança deinvestir no etanol.

TEMA DO MÊS O que ainda impede o etanol de ser utilizado como um com

FRANCISCO NIGROProfessor da Escola Politécnica daUSP, pesquisador aposentado doInstituto de Pesquisas Tecnológicase conselheiro de várias instituiçõesligadas ao setor automotivo

“O Programa Inovar-Auto não diferencia combustíveis renováveis de fósseis, o que traz risco de desprezar-se o desenvolvimento do etanol”

A necessidade de políticasgovernamentais claras

Oetanol de cana – produ-zido eficientemente noBrasil, que conta comabundantes recursos

naturais agrícolas, com logísticaestabelecida e potencial para serconsumido na forma hidratadapor uma frota de mais de 20 mi-lhões de veículos e que satisfazcritérios de sustentabilidade so-cial e ambiental – é tido comocampeão do mundo que valorizaa redução de emissões de GEE(Gases de Efeito Estufa). Todavia,sua sustentabilidade econômicatem sido ameaçada nos últi-mos anos, tanto pela ação fe-deral de administrar o preço dagasolina para controlar a infla-ção como por intempéries eproblemas agrícolas que pro-vocaram quebras de safra.

O futuro tecnológico pelo la-do da produção do etanol estábem encaminhado, haja vista oganho de produtividade alcan-çado nas diversas etapas da ca-deia e que deverá prosseguirpor meio de programas deapoio à pesquisa, como o Bioenda Fapesp, e ao desenvolvimen-to suportados por Finep eBNDES. Quanto à utilização doetanol, não se pode afirmar omesmo. Hoje os veículos flex

FRANCISCO NIGRO

Page 79: O que falta ao Brasil

bustível estratégico no Brasil?

Odesenvolvimento doautomóvel come-çou de forma efeti-va há 130 anos, em

vários países simultanea-mente. Os carros a vapor ti-veram algum sucesso, consi-derando o fácil acesso à águae ao carvão. O gás era utiliza-do em iluminação urbana,mas poucos países eram pro-dutores, bem como os deriva-dos do petróleo, que tambémforam utilizados como fontede energia para iluminaçãona antiguidade. Já o álcoolapresentava um bom rendi-mento energético e podia serobtido de diversas fontes or-gânicas, novamente presenteem inúmeros locais.

Veículos a vapor, gasolina,álcool e elétricos coexistiramdesde o início da indústria au-tomobilística até o fim dosanos 20. Entretanto, a gasoli-na foi consagrada como oprincipal combustível paramotores a explosão devido afatores como relação de pesoe quantidade de calor libera-da durante a queima.

Em 1922, o então presidentedo Brasil, Arthur Bernardes, ini-ciou um programa que previa o

cos, o álcool deixou de ser o fo-co, pelo mesmo motivo, umavez que os usineiros tinham ou-tras opções, como produção deaçúcar e até energia elétrica.Vale ressaltar que o álcool gera30% a menos de calor se com-parado à gasolina, fato que ex-plica a diferença de preço nasbombas de combustível, cercade 30%, atrelada também à po-tencia e ao consumo.

Um motor, quando é proje-tado, é feito em função docombustível, portanto, o apro-veitamento ótimo de calor de-pende dos fluxos, formato decâmara de combustão, taxa decompressão, tamanho de vál-vulas e tantos outros itens, in-cluindo a durabilidade doscomponentes, desde o bocaldo tanque de combustível atéa saída do escapamento. Os fa-tos mencionados evidenciamos motivos pelos quais osatuais motores flex não obtêmos mesmos números de consu-mo do passado – tanto para agasolina quanto para o álcool.

O futuro do álcool não de-pende da engenharia, e sim dedecisões políticas consistentespara os usineiros e, consequen-temente, aos consumidores.

RICARDO BOCKProfessor de Engenharia Mecânicado Centro Universitário da FEI(Faculdade de EngenhariaIndustrial)

A dependência de decisões consistentes

“O álcool gera 30% a menos de calor se comparado à gasolina, fato que explica a diferença de preço nas bombas de combustível”

desenvolvimento de uma alter-nativa genuinamente brasileira,já que considerava a importa-ção de gasolina e derivados dopetróleo um gasto alto demaispara a economia nacional. O ce-nário indicava mudanças nosanos 70 com a 1ª Crise Mundialdo Petróleo, deixando a impres-são que o “Ouro Negro” era fini-to – e que o fim estaria próximo- o que na verdade seria umrealinhamento internacionalde preços, realizado pelos paí-ses produtores. Situação queafetou diretamente o Brasil,provocando insuficiências noabastecimento, além de rea-justes contínuos nos preçospraticados no período.

Cinquenta anos depois dosonho de Arthur Bernardes,surgiu o Proálcool, que contem-plava do plantio de cana-de-açúcar à fabricação de usinas,bem como toda a estruturaçãoda cadeia produtiva e distribui-ção. Rapidamente, a engenha-ria brasileira apresentou solu-ções em tempo recorde, trans-formando o Brasil em uma refe-rência mundial nesse tema.

A agonia dos anos 70 pas-sou, os preços da gasolina ti-nham estabilidade e, aos pou-

RICARDO BOCK

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CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2014 81

CLÉSIO ANDRADEOPINIÃO

pós as festividades de fim de ano e finalizadas as fé-rias, recomeçamos nossas atividades com esperan-ças renovadas de que, em 2014, conseguiremos re-solver as pendências acumuladas no setor de trans-portes, sendo que a mais visível e crônica é, sem dú-vida, a falta de uma infraestrutura adequada ao

crescimento do país. Entra ano, sai ano, a CNT continuaalertando a sociedade brasileira sobre a necessidadede investimentos, especialmente em infraestrutura dosetor de transporte, o que promoveria um novo saltono desenvolvimento econômico do Brasil.

Contudo, sendo otimistas por natureza, os transpor-tadores se mantêm confiantes. Temos muita convicçãode que a Copa do Mundo no Brasil será um evento ines-quecível, pelo bom humor e hospitalidade de nossa gen-te. Teremos, sim, dificuldades, apesar do esforço dos or-ganizadores, especialmente com a mobilidade urbana,que sofrerá ainda a falta de uma infraestrutura adequa-da. Porém, acreditamos também na vitória de nossa se-leção, o que trará muita alegria para nosso querido povo.

Além desse megaevento, teremos as eleições, espe-cialmente a presidencial, que vão causar uma boa efer-vescência em nosso país, tanto do ponto de vista econô-mico quanto social. Desconsiderando os exageros daspaixões que os temas relacionados a futebol e a políticaprovocam, os resultados são sempre positivos, quer se-jam para aperfeiçoamento de nossas práticas democrá-ticas, quer sejam pela apresentação de propostas de so-luções para problemas graves de nosso país, como a mal-fadada falta de infraestrutura.

Apesar de o mundo ainda não ter se recuperado ple-namente da crise econômica de 2008 e de termos senti-do, aqui no Brasil, em 2013, os impactos mais efetivos dodesaquecimento de importantes economias na Europa,no Oriente e ainda nos Estados Unidos, apostamos na re-cuperação desses países e uma retomada do crescimen-to do PIB brasileiro com a atuação mais destacada de se-

tores sensíveis, como a indústria, a agroindústria e a mi-neração. Enfim, acreditamos que os setores que movi-mentam as principais commodities devem voltar a ocu-par destaque no crescimento do país.

Como a atividade transportadora é estratégica e sen-sível ao desempenho de todos os setores econômicos dasociedade, esperamos, em 2014, um ano muito favorável,com novos contratos e com a expansão de empresastransportadoras. Muitas delas devem iniciar a renovaçãode suas frotas e a ampliação de suas instalações.

Obviamente, sabemos do caráter moroso do poderpúblico na execução de seus projetos. O excesso de bu-rocracia e a falta de uma gestão pública eficiente são en-traves que podem e devem ser eliminados se quisermosavançar, prosperar e ver nossa economia dar saltos nãosó quantitativos como qualitativos. Além dos indispensá-veis investimentos em rodovias, são necessários avançosna área portuária, no sistema ferroviário, hidroviário eaeroportuário, em consonância com os projetos divulga-dos pelo governo e constantes no Plano Nacional deTransporte e Logística.

A CNT tem grandes expectativas em relação ao ce-nário econômico para este ano, apesar de o Brasil ain-da estar longe de atingir a sustentabilidade de seucrescimento econômico, que só será obtida a partirde profundas reformas que os setores produtivos, hámuito, vêm demandando, como reforma trabalhista,reforma tributária, reforma política. Reivindicamostambém mais eficiência do poder público na execu-ção de seus projetos.

Os transportadores manterão seu estado permanen-te de alerta, com sua posição crítica em relação à atua-ção dos agentes econômicos afins com nossa atividade,especialmente dos governos. A CNT, a exemplo dos anosanteriores, está atenta aos interesses dos transportado-res e do conjunto da sociedade, na esperança de cons-truirmos um Brasil mais rico e mais feliz para todos.

AEsperanças renovadas

“A CNT está atenta aos interesses dos transportadores, na esperançade construirmos um Brasil mais rico e mais feliz para todos”

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CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201482

DOS LEITORES

Escreva para CNT TRANSPORTE ATUALAs cartas devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

EDIÇÃO DE OUTUBRO

Sou estudante de Logística eTransporte e gosto de acompanhar as atualidades do setor de transporte brasileiroe suas perspectivas, já que a revista aborda todos os modais.Fiquei impressionado com a publicação nº 217, de outubro de 2013, na qual estão presentesvários assuntos que eu estudo. A revista é completa, rica em informações, tem bastante conteúdo e abrange todos os segmentos de transporte.Perfeita para um estudante como eu, que preciso me manter informado sobre a minha respectiva área de atuação. Parabenizo vocês pelo excelente trabalho à frentedessa maravilhosa publicação, jáque nosso sistema de transportetem muito a melhorar. Levandoas informações para todopessoal do meio já é muito bompara mantê-los informados.Agradeço pela atenção.

Flávio Luiz dos Reis SoaresPardinho/SP

60 ANOS DA CNT

Escrevo para parabenizar a CNTpelos seus 60 anos de trabalho ededicação ao setor de transpor-te. Sou caminhoneiro autônomohá 37 anos e, durante esseperíodo, percebi como a nossaatividade melhorou. A criação do Sest Senat trouxe inúmeros

benefícios para a vida dos trabalhadores. Já participei devários cursos e também utilizoos atendimentos de fisioterapiae odontologia das unidades. Espero que essa experiência da CNT nesses anos de trabalho pela melhoria do setornos traga ainda mais benefícios.

Thomas DutraSão José do Rio Preto/SP

EDUCAÇÃO NO TRÂNSITO

A reportagem da edição nº 220da CNT Transporte Atualsobre as iniciativas de empresas para educar as crianças sobre as regras e os cuidados no trânsito é excelente. Tenho três filhos pequenos e é bom saber queexistem pessoas e entidadespreocupadas em preparar as nossas crianças para o futuro. Precisamos melhorar o trânsito nas cidades brasileiras, construindo mais infraestrutura, mas nenhuma obra vai ser suficiente se a gente não mudar também.

Antonio Carlos de VasconcellosManaus/AM

CARTAS PARA ESTA SEÇÃO

SAUS, quadra 1, bloco JEdifício CNT, entradas 10 e 20, 11º andar70070-010 - Brasília (DF)E-mail: [email protected]

Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes

CNTCONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE

PRESIDENTE Clésio Andrade

VICE-PRESIDENTES DA CNTTRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte RodriguesTRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares JúniorTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Jacob Barata FilhoTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti

PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃOTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Marco Antonio Gulin Otávio Vieira da Cunha Filho TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio BenattiPedro José de Oliveira LopesTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca LopesEdgar Ferreira de Sousa

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Glen Gordon Findlay

Paulo Cabral Rebelo

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Rodrigo Vilaça

Júlio Fontana Neto

TRANSPORTE AÉREO

Urubatan Helou

José Afonso Assumpção

CONSELHO FISCAL (TITULARES)

David Lopes de Oliveira

Éder Dal’lago

Luiz Maldonado Marthos

José Hélio Fernandes

CONSELHO FISCAL (SUPLENTES)

Waldemar Araújo

André Luiz Zanin de Oliveira

José Veronez

Eduardo Ferreira Rebuzzi

DIRETORIA

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

Luiz Wagner Chieppe

Alfredo José Bezerra Leite

Lelis Marcos Teixeira

José Augusto Pinheiro

Victorino Aldo Saccol

José Severiano Chaves

Eudo Laranjeiras Costa

Antônio Carlos Melgaço Knitell

Eurico Galhardi

Francisco Saldanha Bezerra

Jerson Antonio Picoli

João Rezende Filho

Mário Martins

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Luiz Anselmo Trombini

Urubatan Helou

Irani Bertolini

Pedro José de Oliveira Lopes

Paulo Sérgio Ribeiro da Silva

Eduardo Ferreira Rebuzzi

Oswaldo Dias de Castro

Daniel Luís Carvalho

Augusto Emílio Dalçóquio

Geraldo Aguiar Brito Viana

Augusto Dalçóquio Neto

Euclides Haiss

Paulo Vicente Caleffi

Francisco Pelúcio

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de Sousa

José Alexandrino Ferreira Neto

José Percides Rodrigues

Luiz Maldonado Marthos

Sandoval Geraldino dos Santos

Éder Dal’ Lago

André Luiz Costa

Diumar Deléo Cunha Bueno

Claudinei Natal Pelegrini

Getúlio Vargas de Moura Bratz

Nilton Noel da Rocha

Neirman Moreira da Silva

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Hernani Goulart Fortuna

Paulo Duarte Alecrim

André Luiz Zanin de Oliveira

Moacyr Bonelli

George Alberto Takahashi

José Carlos Ribeiro Gomes

Roberto Sffair

Luiz Ivan Janaú Barbosa

José Roque

Fernando Ferreira Becker

Raimundo Holanda Cavacante Filho

Jorge Afonso Quagliani Pereira

Alcy Hagge Cavalcante

Eclésio da Silva

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