o que saber sobre o exame neurológico

Embed Size (px)

Citation preview

O que se deve saber sobre o exame neurolgico

PAULO ROBERTO SILVEIRA

Mdico da Assessoria de Doenas Crnicas e Degenerativas Secretaria de Estado de Sade RJ Coordenador do Programa de Epilepsia da Secretaria Estadual de Sade do Rio de Janeiro. Perito Legista Neurologista Forense do Instituto Mdico Legal Afrnio Peixoto, Secretaria de Estado de Segurana Pblica do Rio de Janeiro.

______________________________________________________________________ Introduo Semiologia a parte da Medicina que estuda os sinais e sintomas das doenas. O propsito deste nosso estudo ampliar nossos conhecimentos sobre a semiologia do sistema nervoso, visando possibilitar um diagnstico correto, a partir dos conhecimentos de anatomia e das patologias j estudadas. Podemos, assim, dizer que a semiologia possui uma parte terica (conhecimento das diversas sndromes neurolgicas) e uma parte prtica, de pesquisa com o paciente. Ressaltamos a importncia do exame neurolgico bem feito com as tcnicas corretas de pesquisa, de modo que os exames complementares sejam, como o prprio nome diz, subsdios ao nosso diagnstico, e no condio primeira. Trataremos aqui basicamente do exame neurolgico do paciente adulto, sendo a semiologia da criana um captulo parte no enfoque atual do estudo na Neurologia. Dividiremos nosso estudos em trs partes: anamnese, exame fsico e exame neurolgico, dando maior ateno ao que julgamos importante ressaltar.

1. Como feita a anamnese e o exame fsico na semiologia do sistema nervoso? Anamnese Idade, cor, sexo, naturalidade, profisso. Queixa Principal: usar as palavras do paciente Histria da doena atual: incio e modo de instalao. Dirigir a histria quanto evoluo (lenta em doenas musculares progressivas, progressiva em tumores e doenas degenerativas, surtos em esclerose mltipla, paroxstica em epilepsia, enxaqueca e histeria); sono, perdas de conscincia, etc. Histria fsica : gestao, parto e desenvolvimento psicomotor. Histria da patologia pregressa: ...perguntar sobre acidentes e traumatismos, cirurgias, parasitoses, alergias, doenas venreas, etc. Histria pessoal: habitao e alimentao (avitaminoses, neuropatias carenciais) vcios, trabalho e condies emocionais (histeria e simulao). Antecedentes familiares: lembrar patologias hereditrias como esclerose tuberosa, Degenerao Muscular progessiva, Hundington, doena de Wilson, corino de Andrade, etc.

Exame fsico

2

Faz parte da semiologia neurolgica um exame fsico cuidadoso, visto no ser o sistema nervoso uma entidade isolada e fazer parte de um todo, o corpo humano, sendo vrias de suas patologias causadas por alteraes de outros rgos. Citaremos aqui alguns exemplos ilustrativos, principalmente em relao ao aparelho cardiovascular, enfatizando a necessidade de um exame atento e palpao dos pulsos perifricos. AVC isqumico: baixa presso arterial baixo fluxo sangneo cerebral. Choque: insuficincia ventricular; uso de drogas anti-hipertensivas e diurticos. Embolia: fibrilao auricular; leses orovalvulares, doena de Chagas. Trombose: arteriosclerose, Lues. Hemorragias: arteriosclerose, toxiinfeces. Neoplasias: metstases da mama, prstata, melanonas. Meningites e abscessos: otites, tromboflebites, sinusites. 2. Como feito o exame neurolgico? Cada item do exame neurolgico importante na elaborao do diagnstico do paciente. Relacionamos abaixo, de forma didtica, as diversas etapas deste exame e, a seguir, alguns detalhes que julgamos importantes com relao a cada item. A .Inspeo B. Crnio e coluna C. Esttica D. Amplitude dos movimentos E. Marcha F. Fora muscular G. Tnus muscular H. Coordenao I. Reflexos superficiais e profundos J. Sensibilidade superficial e profunda

3

L. Nervos cranianos M. Palavra e linguagem N. Sistema Nervoso autnomo (esfncteres) O . Estado mental 3. Como feito o exame de inspeo? Atitude (de p, sentado ou no leito). Posies que favoream a diminuio da dor. Doena de Parkinson: hemiplegias piramidais; paraplegias (d. Little). Leso de nervo perifrico: mo cada ou em gota nervo radial, mo simiesca nervo mediano, p eqino nervo fibular. Sndromes hipercinticas. Posio de gatilho meningite. Trisma e oposttono ttano. Histeria e simulao. Expresso facial Inexpressiva, congelada, seborrica Parkinson. Parada, porm com riso e choro imotivado P. pseudobulbar. Hipertelorismo, micro e macrognatias. Leonina hanseniase, cushingide, exoftalmo hipertiroidismo.

4

Pele e msculos Manchas neurofibromatose, esclerose tuberosa. Tumores neurofibromatose Hemangiomas Sturge Weber Leses bolhosas herpes, sfilis. Ictiose Sjrogen Larson Cicatrizes traumticas e cirrgicas Amiotrofias, hipertrofias, miofasciculaes. Alteraes trficas, perda de plo, mudanas de cor e temperatura. Movimentos involuntrios Acentuam-se com movimento e ateno, diminuem com o repouso e desaparecem como sono tremor, coria, balismo e atetose. Tremor: movimento involuntrio, oscilatrio em torno de um eixo fixo (mono, hemi ou generalizado). Tremor do parkinsonismo: de repouso, lento e regular, que desaparece com o movimento e volta aps um perodo de latncia. Tremor intencional: cerebelar, de movimento e/ou atitude, inicia ao desencadear um movimento ou pensar em faz-lo. Geralmente acomete todo um membro e no somente os dedos ou a mo.

5

Tremor essencial: senil, familiar. Asterxis: leso heptica Pesquisa: manter determinada posio, colocar um papel sobre uma das mos, acender cigarro, enfiar agulha, etc. Coricos: leso dos ncleos estriado e caudado. Movimento abrupto, sem finalidade e ritmo, de mdia e grande amplitude (mono, hemi ou generalizada). Balismo: leso do ncleo subtalmico de Luys, sendo o hemibalismo a forma mais comum. uma coria de grande amplitude, provocando o desequilbrio do paciente e, s vezes, at queda. Atetose: movimento de extremidades distais, onde cada dedo ocupa uma posio no espao a cada momento. Mioclonia: contrao brusca e involuntria de um ou mais msculos, sem deslocamento do segmento, dependendo do msculo e segmento envolvido. So movimentos clnicos, arrtmicos e paroxsticos. A mioclonia atribuda leso do ncleo denteado do cerebelo, ncleo rubro e oliva bulbar. 4. Como feito o exame de crnio e coluna? Crnio Forma: alm das variaes morfolgicas sem significado clnico, como a dolicocefalia e outras, temos as causadas por craniostenose. Dependendo da sutura acometida neste processo de fechamento precoce, podemos ter: turricefalia (frontoparietal e parietoccipital), escafocefalia (sagital), etc.

Tamanho: no adulto, acima de 62 cm, macrocefalia; abaixo de 51 cm, microcefalia.

6

Simetria: Proporo craniofacial

Pesquisa: palpao; salincias ou depresses fontanelas; percusso; sinal do pote rachado em crianas; ausculta; sopro em fstulas arteriovenosas e hemangiomas. Coluna Cifose, lordose, escoliose. Memingocele e mielomeningocele. Spina bfida presena de hipertricose ou depresso localizada, geralmente em regio lombar. Contraturas localizadas. Dor apalpao ou percusso. Pesquisa: palpao; percusso. 5. Como feito o exame de esttica? O mecanismo responsvel por nos mantermos de p funciona atravs do sistema proprioceptivo (cordo posterior) viso sistema vestibular e cerebelar, alm da integridade do sistema osteoarticular e muscular. Modo de pesquisar: ficar de p, os ps juntos e as mos coladas coxa, olhos abertos e depois fechados Significado leso em:

7

cordo posterior sinal de Romberg. Ao fechar os olhos o paciente oscila e cai sem direo; cerebelo o paciente balana e cai para o lado da leso. Leso de vermis: instabilidade de tronco; vestibular queda para o lado da leso aps perodo de latncia, relativa lentido e constncia da direo do desvio, se no houver alterao na posio da cabea. Outras respostas: histeria atitudes bizarras queda para trs pacientes idosos com leso vertebrobasilar.

Manobras de sensibilizao: um p um na frente do outro; ficar em um s p; sentado, braos estendidos - desvio dos membros superiores paralelos e para o mesmo lado indica leso vestibular. Desvio de s um brao, leso cerebelar.

Obs.: astasia impossibilidade de manter-se em p; abasia impossibilidade de andar. 6. Como feito o exame de amplitude de movimentos? Pesquisa passiva e ativa. Serve para verificar deficincias do sistema osteoarticular e/ou dor movimentao.

8

7. Como feito o exame de marcha? Modo de pesquisar: marcha comum. Manobras de sensibilizao: P ante p, primeiramente em marcha normal, depois nas pontas dos ps, e enfim nos calcanhares, andar rapidamente, voltar rapidamente, ir para frente e para trs. Obs.: Esta ltima manobra deve ser usada em suspeita de leso vestibular, havendo formao da estrela de Babinski. Disbasias importantes: helicopode - ceifante ou hemiplgica; pequenos passos idosos, arterioesclerose; petit-pas parkinsoniana parapartica (se espstica, em tesoura); doena de Little; escarvante uni e bilateral; neuropatia perifrica; atxica ebriosa (cerebelar) talonante (cordo posterior); anserina - ou mioptica; mistas ataxo-espasmdica; sensitivo-cerebelar. 8. Como feito o exame de fora muscular? Observar atrofias, hipertrofias e miofasciculaes. Modo de pesquisar: estudo comparativo.

9

Membros superiores: preenso, flexo e extenso das mos, flexo e extenso dos antebraos, abduo dos membros superiores. Membros inferiores: flexo das coxas sobre a bacia, extenso e flexo das pernas, flexo e extenso dos ps. Respostas: fora muscular conservada; paresia ou plegia (paralisia). Pode ser conceituada em 100%; 75% se resiste moderadamente ao examinador; 50% se vence a gravidade mas no resiste ao examinador; 25% se no vence a gravidade, e paralisia completa se no h a mnima contrao muscular. Manobras deficitrias: Mingazzini membros superiores: braos estendidos e separados, dedos abertos, olhos fechados observar a queda das mos e dos braos, bem como oscilaes. Mingazzini membros inferiores: paciente em decbito dorsal, flexo das coxas. Respostas: 1 oscilao e queda progressiva da perna; insuficincia da quadrceps (extensor da perna); 2 queda isolada da coxa; insuficincia do psoas (flexor da coxa); 3 queda simultnea da perna e da coxa. Barr: decbito ventral, pernas fletidas sobre as coxas. Oscilao e queda indicam insuficincia dos flexores da perna. Pedalar de Pitres: abaixar e levantar o p, repetida e rapidamente. Avaliar flexo do p (citico popliteo externo). 9. Como feito o exame de tnus muscular? Tnus o estado de semicontrao do msculo. A regulao perifrica feita atravs dos fusos musculares e rgos neurotendinosos; a central atravs do cerebelo (paleocerebelo) e sistema extrapiramidal (corpo estriado). Avaliamos a consistncia, extensibilidade e passividade, atravs da apalpao, rolamento, balano e movimentao passiva.

10

Usamos a apalpao para avaliar a consistncia muscular, que pode estar aumentada (contratura, rigidez e fibrose) ou diminuda (neuropatias perifricas, tabes, etc) Extensibilidade o grau de alongamento mecnico em um msculo ao se afastar ao mximo de seus pontos de insero. Passividade o grau de resistncia ao seu alongamento. Principais alteraes do tnus muscular: Hipotonia: pode ser congnita ou constitucional, ou desenvolver-se por meio de exerccios (bailarinos e acrobatas). Patolgica: neuropatias perifricas; leso cordonal posterior; mielopatias transversas (fase inicial); leses cereberales; coria (sndrome neostriada); degenerao muscular progressiva; fase flcida dos AVCs, etc. Lembrar que na leso de cordo posterior a hipotonia global: flacidez, hiperpassividade e hiperextensibilidade. Na cerebelar, predomina a hiperpassividade e na piramial (fase inicial) a hiperextensibilidade. Hipertonia: pode manifestar-se em vrias afeces rigidez de descerebrao, arteriosclerose e estados lacunares, ttano, hidrofobia, intoxicaes, meningites, etc mas os dois principais tipos so: piramidal e extrapiramidal. A piramidal (espasticidade) tem como caractersticas principais: eletiva: maior em certos grupamentos musculares (flexores em membros superiores extensores e adutores em membros inferiores); elstica: o membro volta posio inicial; ele cede fora do examinador (sinal do canivete); acompanha-se de hiper-reflexia profunda; A extrapiramidal (rigidez), indica leso do sistema nigro-palidal e tem as seguintes caractersticas:

11

global generalizada ou universal; plstica: o membro se mantm na posio deixada: cede aos poucos fora do examinador (sinal da roda denteada de Negro); exagero do tnus postural (atitude de esttua). Englobamos neste item algumas outras pesquisas, como sinais de irritao menngea. rigidez da nuca indica comprometimento meningorradicular. Resistncia flexo passiva da cabea e at retrao por hipertonia dos msculos cervicais posteriores; Sinal de Kerning paciente em decbito dorsal, flexo da coxa sobre a bacia, em ngulo reto, e extenso da perna sobre a coxa. Observar resistncia, limitao e dor manobra; Sinal da nuca de Brudzinzki flexo da nuca determina flexo involuntria das pernas e coxas; Sinal contralateral da perna de Brudzinzki a flexo passiva e no grau mximo da coxa sobre a bacia e a perna sobre a coxa leva a movimento similar de flexo do lado oposto (resposta idntica) ou movimento em extenso (resposta recproca); Sinal de Lasgue decbito dorsal, perna em completa extenso, faz-se a flexo da coxa sobre a bacia. A partir de um certo grau, dor no trajeto do citico. Pode-se fazer tambm a dorsiflexo do p e do hlux, com a mesma resposta. A presena do sinal indica processos radiculares lombossacros, hrnia discal L5 e S1, neuralgia citica, bem como pode aparecer nas leptomeningites, significando comprometimento menngeo; Sinal de Lhermitte: a flexo brusca do pescoo determina dor em descarga eltrica ao longo da coluna, chegando at as extremidades inferiores. Aparece em leses em nvel cervical hrnias, tumores, aderncias menngeas bem como em afeces desmielinizanates (esclerose mltipla);

12

Sinal de Patrick: indicado para diagnstico diferencial com processos articulares de bacia. Faz a flexo da coxa do lado afetado e coloca-se o calcanhar sobre o joelho oposto, pressionando-se para baixo e para fora. No caso de artrite coxo-femural, h limitao e dor manobra. 10. Como feito o exame de coordenao? O sistema responsvel pela coordenao motora constitudo pela sensibilidade profunda (sensibilidade postural), e pelo cerebelo, que preside a sinergia dos grupos musculares, e pelo sistema vestibular, que tem a funo de equilbrio. Pesquisa: comea com a observao do paciente ao sentar-se, acender cigarro, despir-se, etc. Membros superiores: dedo-nariz e dedo-orelha (olhos abertos e fechados), dedo-dedo, dedo-nariz-dedo do examinador, enfiar agulha, abotoar-se, realizar movimentos de pina, etc. Membros inferiores: calcanhar-joelho (simples e sensibilizado), hlux-dedo ou objeto. Respostas e seu significado: incoordenao sensitiva: movimentos mal dirigidos desde o incio, bruscos e desordenados, que aparecem ou pioram com o fechar dos olhos. Notar presena do sinal de Romberg e alteraes da sensibilidade profunda; cerebelo: predomnio do erro na medida do movimento (dismetria), decomposio do movimento e tremor intencional, sem acentuao significativa com o fechar dos olhos. Pesquisar: assinergia de tronco paciente em decbito dorsal e braos cruzados tenta sentar-se e no consegue, fazendo elevao dos ps e flexo das coxas. Paciente de p, inclinar a cabea e tronco fortemente para trs: no realiza flexo dos joelhos e tende a cair. Diadococinesia realizar rapidamente movimentos antagnicos e/ou sucessivos: pronao-supinao das mos; bater palmas, oposio do polegar. A incapacidade de realizar corretamente chama-se disdiadococinesia ou adiadococinesia.

13

Prova do rechao: retardo ou ausncia de contrao dos msculos antagonistas. Prova da indicao de Barany: dedo indicador no dedo indicador do examinador. Se houver desvio nos dois membros superiores: disfuno vestibular; se em s um membro, cerebelar. Sistema vestibular: diferencia-se do cerebelar por no apresentar ataxia dos membros, agravar-se com o fechar dos olhos, e pela presena de outras manifestaes vestibulares, como crises rotatrias. Mistas: p. ex. Friedreich 11. Como feito o exame dos reflexos? Constitui uma parte importante do exame neurolgico, visto ser de tcnica fcil e praticamente no depender da colaborao do paciente. Podemos dividi-los em trs grupos: a. exteroceptivos mucosos e cutneos; b. proprioceptivos miotticos (fsicos e tnicos) e labirntico; c. visceroceptivos sero estudados no decorrer do estudo das sndromes vegetativas. Reflexos exteroceptivos (superficiais) Mucosos: corneano; velopalatino e farngeo. Sero estudados junto com os nervos cranianos. Cutneos: pesquisa atravs de estilete, atritando a pele em certa extenso. So reflexos de integrao segmentar, polissinpticos. Cutneo-abdominal: superiores T6 - T9 mdios - T9 - T11

14

inferiores - T11 - T12

Esto abolidos na sndrome piramidal, porm podem estar abolidos sem significado patolgico em pacientes obesos, com ascite, na velhice, gravidez, em presena de cicatriz cirrgica, etc. Cremastrico: nvel medular - L1 L2

Paciente em decbito dorsal, membros em extenso e abduo; estimular tero superior e medial da coxa. Resposta: contrao do cremaster levando elevao do testculo (ou do grande lbio, no caso das mulheres). Quando exaltado, pode haver elevao dos dois testculos. Cutneo-plantar: nvel medular - L5 - S2 Pesquisa: excitao da regio plantar do p no sentido pstero-anterior. Resposta normal: flexo dos artelhos. A resposta em extenso extenso lenta do hlux, podendo estar acompanhada da abduo e abertura dos outros dedos em leque constitui o clssico sinal de Babinski, que aparece como indicador de leso piramidal. Relacionamos abaixo os sucedneos do sinal de Babinski, cuja resposta e significado so os mesmos do prprio sinal de Babinski: Chaddock - atrito na regio inframaleolar externa; Schaefer - compresso do tendo de Aquiles; Gordon compresso da panturrilha; Austregsilo Esposel compresso da face anterior da coxa; Oppenheim: atrito sobre a crista da tbia.

15

Obs.: a resposta em extenso pode ocorrer sem significado patolgico em crianas de at 12 meses de idade. Pode ocorrer, ainda, em comas, intoxicaes agudas, durante crises convulsivas, etc.

Palmo-mentoniano constitui uma exceo, por no ser um reflexo segmentar. Pesquisa: excitao cutnea da regio palmar, levando contrao dos msculos do queixo enrugamento da pele e elevao do lbio ipsolateral. Esta resposta pode ocorrer sem significado em pacientes idosos. Porm, quando este reflexo est exaltado, pensamos em leses piramidais e/ou processos enceflicos difusos, suprapontinos. Reflexos. proprioceptivos miotticos (profundos) So reflexos monossinpticos. Sua pesquisa feita com o martelo percutindo o tendo muscular; deve ser feita de forma metdica e comparativa, com o paciente relaxado; necessita conhecimento das posies adequadas pesquisa, de modo a obter a tenso muscular ideal para o estiramento das fibras, bem como das reas de pesquisa. Algumas manobras de facilitao podem ser utilizadas com o fim de relaxar o paciente: conversar durante o exame, mandar o paciente olhar para o teto, realizar clculos, etc. Outras manobras sero dadas em relao a algumas pesquisas em particular. Citemos os principais reflexos a serem pesquisados. Reflexos axiais da face Orbicular das plpebras (glabela ou nasopalpebral). Centro reflexo: ponte; via aferente, V; via eferente, VII. Percusso da glabela leva contrao bilateral do orbicular: ocluso da rima palpebral. Orbicular dos lbios. Ponte; V VII. Percusso do lbio superior leva projeo dos lbios para a frente. Mandibular (massetrico). Ponte; V V.

16

Percusso do mento ou da arcada dentria inferior (usar esptula) leva contrao do masseter com elevao da mandbula. Respostas: tais reflexos podem ser discretos ou estar abolidos em condies normais. Estaro vivos ou exaltados em processos cerebrais difusos supranucleares (arteriosclerose, Parkinson, sfilis, sndrome pseudobulbar, etc). Obs.: os reflexos relativos aos membros sero apenas citados, visto serem por demais conhecidos.

- Membros superiores Bicipital: nervo msculo-cutneo, centro reflexo C5 C6. Tricipital: nervo radial, C6 C8. Estilo-radial (branquiorradial): nervo radial. C6-C6 (brnquio-radial), C7 C8 T1 (flexores dos dedos). Lembrar a importncia da dissociao deste reflexo ausncia da flexo do brao e presena da flexo dos dedos que indica leso segmentar em nvel C5 C6. Pronadores da mo: nervo mediano, ulnar e radial, C6 C7. Flexores de dedos: nervo mediano e ulnar, C7 C8 T1. Tcnica de Wartenberg o examinador coloca dois dedos sobre os dedos semiflexionados do paciente e percute. Tcnica ou sinal de Hoffman pinamento da falange distal do dedo mdio, exercendo presso sobre a unha. Normalmente a resposta fraca ou ausente; sua exaltao pode indicar leso piramidal. - Membros inferiores Adutores da coxa: nervo obturatrio, L2 L4. Patelar (quadrceps): nervo femural, L2 L4.

17

Manobras de sensibilizao: Jendrassik entrelaar os dedos da mo e tracionlos; Hoffman ocasionar uma ligeira contrao ativa atravs de uma pequena extenso da perna contra a mo do examinador. Aquileu (trceps sural): nervo tibial, L5 S2. Manobra de sensibilizao: exercer sobre o p do paciente uma ligeira flexo; coloc-lo ajoelhado sobre uma cadeira ou na mesa de exame; deitado, colocar o p sobre a outra perna e exercer uma flexo do p, etc. Significado das alteraes dos reflexos profundos: hiper-reflexia: reflexos vivos ou exaltados, com diminuio do perodo de latncia e aumento de amplitude, constituindo junto com a presena da hipertonia, do clonus, do automatismo medular, das sincinesias e sinreflexivas a sndrome de liberao piramidal. A hiper-reflexia pode aparecer tambm no ttano e hidrofobia, nas intoxicaes por estrionina e atropina, em distrbios metablicos, como heptico e uremia e at em distrbios psicognicos; clnus: provocar passivamente a distenso brusca de um tendo, desencadeando uma srie de contraes clnicas e rtmicas, involuntrias, de durao subordinada ao tempo que se mantm a distenso (clnus inesgotvel). Pesquisa: p, rtula, mo e mandbula; hiporreflexia: observada em neurites; polirradiculoneurites, afeces do cordo posterior, poliomiosites e degenerao muscular progressiva, crises de paralisia peridica e miastenia, traumatismo raquimedular (fase de choque espinhal), hipertenso intracraniana grave, coma, etc. Reflexos tnicos Reflexo tnico cervical de Magnus-Kleijn (reflexo do espadachim): observado em leso do tronco cerebral superior, processos enceflicos difusos, paralisia cerebral. Reflexo de fixao: apresentam-se exagerados em afeces do sistema extrapiramidal e abolidos em leses da via piramidal, na tabes e afeces cerebelares.

18

Obs.: contrao ou reflexo ideomuscular percusso direta sobre o msculo; contrao resulta das funes especificamente musculares (contratilidade e excitabilidade). Abolidos nas miopatias, est presente ou exaltado em determinados tipos de neuropatias e nas tabes, onde os reflexos profundos esto abolidos. Na miotonia a percusso do deltide, eminncia tenar e hipotenar e lngua, determina uma contrao muscular do tipo tnico, acompanhada de uma descontrao lenta que persiste por vrios segundos. 12. Como feito o exame de sensibilidade superficial e profunda? Uma das etapas mais difceis do exame neurolgico, por depender de informaes do paciente, requer habilidade e pacincia, muitas vezes necessitando de repeties do exame. A investigao deve ser metdica e comparativa, iniciando-se no lado no lesado e usando-se o grfico da sensibilidade. Sensibilidade superficial (exteroceptiva) Ttil: pesquisa com algodo ou pincel Dolorosa: pesquisa com agulha. Trmica: pesquisa com tubos de gua quente (40 C) e gua gelada. Sensibilidade profunda (proprioceptiva) Noo de posio segmentar (cintico postural): pesquisa-se colocando-se passivamente o membro (mo, p ou dedos) em determinada posio e mandando que o paciente diga a posio do membro ou que coloque outro membro na mesma posio. Esta manobra, logicamente, s deve ser realizada com os olhos fechados. Sensao vibratria ou palestsica: pesquisa com o diapaso (128 ou 256 ciclos por segundo), colocado nas salincias sseas. A diminuio da sensibilidade vibratria chama-se hipopalestesia e aparece em formas incipientes de leso do cordo posterior, assim como a nica alterao em polirradiculoneurites e leses do lobo parietal. Pode aparecer em diabticos e em velhos.

19

Compresso muscular (barestsica): pesquisa pela compresso de massa muscular, observar se o paciente sente a presso e comparar um lado com o outro. Est diminuda ou abolida em processos radiculares e tabes. Tato epicrtico: pesquisa pela capacidade de localizar um estmulo cutneo (topognosia) e pela discriminao de dois pontos; pela capacidade de reconhecer nmeros ou letras escritas na pele com objetos rombos [grafestesia]. Obs.: em alguns casos de leso do lobo parietal, faz-se o teste da estimulao simultnea. Um estmulo aplicado isoladamente sentido e localizado, porm se forem aplicados dois estmulos ao mesmo tempo, em partes simtricas, o paciente s acusa o lado normal. Chama-se a isso fenmeno da extino ou eclipse sensitiva. Obs.: em alguns casos de leso do lobo parietal, faz-se o teste da estimulao simultnea: um estmulo aplicado isoladamente sentido e localizado, porm, se forem aplicados dois estmulos ao mesmo tempo, em partes simtricas, o paciente s acusa o lado normal. Chama-se a isso fenmeno da extino ou eclipse sensitiva. Sensibilidade estereognstica: capacidade de reconhecer objetos pela palpao. Denomina-se astereoagnosia a perda desta capacidade e indica leso no lobo parietal. importante lembrar que este sinal s tem valor quando h integridade das sensibilidades ttil, trmica e dolorosa. Se no houver, denomina-se estereoanestesia. Alteraes da sensibilidade Subjetivas: dores, disestesias sensaes anormais no dolorosas, como formigamento, ferroada, sensao de eletricidade, umidade ou calor, encontradas nas neuropatias perifricas e alteraes da sensibilidade visceral crises gastrointestinais nas tabes e paramiloidose. Objetivas: anestesia, hipoestesia e hiperestesia. Anestesia: perda de uma ou mais modalidade da sensibilidade. O termo anestesia mais usado para a sensibilidade ttil, sendo o termo analgesia usado para a sensibilidade dolorosa.

20

Hipoestesia: diminuio da sensibilidade. Hiperestesia: aumento da sensibilidade, encontrado em neuropatias e afeces radiculares. Obs.: as alteraes da sensibilidade devem ser estudadas quanto extenso, distribuio anatmica e forma de sensibilidade comprometida. Lembrar algumas sndromes importantes em relao sensibilidade: Sndrome tbida: perda da sensibilidade profunda noo de posio segmentar, tato epicrtico, sensibilidade vibratria e estereognosia; Siringomielia: formao de uma cavidade no canal central da medula, interrompendo as fibras que formam os tractos espino-talmicos laterais quando cruzam o canal central da medula. Ocorre, assim, perda da sensibilidade trmica e dolorosa de ambos os lados na rea correspondente aos dermatomos da leso, com preservao da sensibilidade profunda e, principalmente, da sensibilidade ttil (dissociao); Sndrome talmica: crises de dor espontnea e, geralmente, pouco localizada, podendo se irradiar por toda a metade do corpo. Este tipo de dor hiperpatia ocorre devido ao aumento do limiar da excitabilidade aos estmulos tteis e trmicos, levando o paciente a proteger o membro com as roupas ou panos. H casos em que at estmulos auditivos se tornam desagradveis. Sndrome de Brown-Squard: com a hemisseco da medula, temos uma srie de manifestaes referentes interrupo dos tractos que se cruzam a nvel medular e, conseqentemente, as seguintes manifestaes: do mesmo lado da leso (tractos no cruzados), paralisia espstica com sinal de Babinski tracto crtico-espinal lateral; perda da propriocepo consciente e do tato epicrtico fascculos grcil e cuneiforme;

21

-

do lado oposto leso (tractos cruzados), paralisia da sensibilidade trmica e dolorosa um a dois dermtomos abaixo do nvel da leso tracto espino-talmico lateral; diminuio do tato protoptico e presso tracto espino-talmico anterior.

13. Como feito o exame dos nervos cranianos? I Nervo olfatrio O nervo olfatrio formato por cerca de 20 filetes nervosos que atravessam a lmina crivosa do etmide. Estes filetes so os axnios das clulas olfatrias localizadas na mucosa olfatria parte mais alta das fossas nasais e terminam no bulbo olfatrio. Fazem sinapse com as clulas mitrais e seguem para o rinencfalo, que faz parte do sistema lmbico. um nervo essencialmente sensitivo. Geralmente a queixa do paciente diz respeito a sensaes gustativas, mas se bem interrogado, nota-se que o paciente sente gosto salgado, cido, amargo sendo que sua sensao diz respeito s apreciaes mais finas, ligadas olfao. Pesquisa: testar a capacidade olfativa do paciente, uma narina de cada vez, usando substncias bem conhecidas como caf, fumo, perfumes. No usar produtos irritantes como amonaco, que estimulariam o trigmeo, gerando um reflexo nasolacrimal. Alteraes da olfao Anosmia: perda da sensibilidade olfatria. Hiposmia: diminuio da sensibilidade olfatria. Perturbaes qualitativas: parosmia e cascomia (lobo temporal). Alucinaes olfativas: aparecem nas crises uncinadas (epilepsia-temporal). Anosmia histrica: o paciente no se queixa de alteraes na gustao.

22

As causas mais comuns dessas alteraes so: resfriados (hiposmia), tumores nas fossas nasais, fraturas de crnio, tumores cerebrais meningiomas, craniofaringiomas, diabetes, tabes, etc. II Nervo ptico O nervo ptico se origina na retina a partir das clulas sensitivas; emerge prximo ao plo posterior do bulbo ocular, sendo este ponto denominado papila. Neste ponto, faltam todas as camadas retinianas, com exceo das internas, no sendo ele, portanto, sensvel luz, e correspondendo ao ponto cego do campo visual. Penetra no crnio atravs do canal ptico, unindo-se ao nervo ptico do outro lado, formando assim o quiasma ptico em cima da sela trcica. A ocorre o cruzamento de parte de suas fibras as que se originam na metade nasal da retina; as de metade temporal continuam at o tracto ptico sem se cruzarem com as do lado oposto. Os tractos pticos se dirigem ao corpo geniculado lateral. Os axnios dos neurnios do corpo geniculado lateral constituem a radiao ptica tracto geniculocalcarino, e terminam na rea visual, rea 17, no sulco calcarino do lobo occipital, relacionando-se ainda com as reas 18 e 19. Importante lembrar que as fibras ventrais da radiao ptica formam uma ala ala temporal ou de Meyer em relao ao lobo temporal. Tumores no lobo temporal, situados adiante do nvel em que se localizam os corpos geniculados laterais podem comprimir e lesar a radiao ptica. Campo visual o limite da viso perifrica. O campo temporal se projeta sobre a retina nasal e o campo nasal sobre a retina temporal. Pesquisa: Acuidade visual uso de cartazes padro. Alteraes da acuidade visual: ambliopia - diminuio da acuidade visual erros de refrao, catarata, etc;

23

-

amaurose perda total da viso por leso do nervo ptico; cegueira perda total da viso por leso em qualquer parte do aparelho visual, desde a crnea at o crtex cerebral; cegueira cortical anosognosia visual.

-

Campo visual este exame permite uma localizao bastante precisa da leso na via ptica. O exame mais fiel a campinetria, porm podemos, com a colaborao do paciente, obter um bom grau de exatido. A pesquisa deve ser feita em um olho de cada vez, face a face com o examinador, devendo este tapar seu olho esquerdo ao examinar o olho direito do paciente, a fim de ter um parmetro de normalidade. Aproxima-se aos poucos um objeto ou mo, ou dedo, da periferia para o centro e anota-se as alteraes. Repetir a operao no setor superior, inferior, externo e interno. Alteraes do campo visual Escotomas: so manchas escuras e cegas que se projetam em negro sobre os objetos fixados. Podem ser paraxsticos (enxaquecas, auras epilpticas) e permanentes. Aparecem no edema de papila. Hemianopsia: a perda de viso suprimindo a metade do campo visual de cada olho. Podem ser homnimas e heternimas; a. hemianopsias heternimas causadas por leses no quiasma ptico com interrupo das fibras cruzadas provenientes da metade nasal da retina, causando o aparecimento de uma hemianopsia bitemporal ou das fibras diretas (metade temporal da retina), causando hemianopsia binasal, muito rara.

24

b. hemianopsias homnimas causadas por leso nas vias pticas retroquiasmticas, interrompendo fibras na metade temporal da retina ipsolateral e metade nasal da retina contralateral, levando cegueira no campo nasal de um olho e temporal do outro. Lembrar que so congruentes leso em qualquer ponto das vias retroquiasmticas quiasma at cissura calcarina; incongruentes leso no tracto ptico quiasma at o corpo geniculado lateral, tendo, portanto, valor de localizao. importante por apresentar-se assimtrica, sendo o defeito mais extenso do lado lesado.

-

Obs.: nas leses do corpo geniculado lateral, ou acima dele, h conservao do reflexo fotomotor. Quadrantanopsias: supresso de um quadrante do campo visual; a. homnima do quadrante superior leses do lobo temporal envolvendo as radiaes pticas perto do ventrculo temporal; b. homnima do quadrante inferior leses das radiaes pticas superiores ou da rea calcarina. Fundo de olho: pesquisa feita com o oftalmoscpio. Visualizar a papila, onde saem fibras do nervo ptico e entram os vasos. As veias apresentam calibre maior do que as artrias e trajeto mais sinuoso. Visualizar os bordos da papila, que devem ser ntidos, sendo o temporal normalmente mais plido que o nasal. Observar na retina: vaso, pigmentao, presena ou no de hemorragias e exsudatos. Principais alteraes do fundo do olho: atrofia tica primria: papila branca com bordos ntidos. Por exemplo, na esclerose mltipla e sfilis; atrofia tica secundria: ps-edema, papila com contorno irregular, vasos aumentados de calibre;

-

25

-

neurite retrobulbar: nem o paciente nem o mdico enxergam. O paciente apresenta perda de viso, porm no se visualizam alteraes no fundo do olho; Sndrome de Foster-Kennedy: atrofia ptica primria de um lado e papiledema do outro. Por exemplo, tumores, meningiomias da fossa anterior

-

III Nervo oculomotor IV Nervo troclear VI Nervo abducente So estudados juntos, de forma didtica, por serem responsveis pela motilidade intrnseca e extrnseca do globo ocular. O III inerva os msculos elevador da plpebra, reto superior, reto inferior, reto medial e oblquo inferior, alm do msculo ciliar e esfncter da pupila. O IV inerva o msculo oblquo superior. O VI inerva o msculo reto lateral. Motilidade ocular intrnseca A pupila tem inervao parassimptica-constritora, a partir do III nervo (ncleo de Edinger-Westphall), e simptica-dilatadora. Pesquisa: observar a forma da pupila, presena de discorias. O tamanho da pupila se diminudo, miose; se aumentado, midrase bem como anisocoria-assimetria entre os dimetros pupilares. Importante lembrar que a miose ocorre por leso ou bloqueio simptico, e a midrase , por leso do III nervo.

26

Contrao pupilar: pesquisa feita atravs de incidncia de um feixe brilhante de luz em posio ligeiramente lateral a um olho a incidncia frontal da luz pode produzir reao de convergncia. Como resposta, teremos a contrao pupilar rpida. Repetir a manobra no outro olho e comparar as reaes. Esta a pesquisa do reflexo fotomotor direto. Para obter-se o reflexo consensual, projeta-se o feixe luminoso em um dos olhos e verifica-se se tambm houver reao no olho contrateral. Lembrar que a via aferente do fotomotor e consensual o II nervo (tico). O reflexo de acomodao e convergncia obtido quando o paciente fixa o olhar em um objeto prximo, apresentando contrao pupilar, convergncia dos olhos e acomodao. Principais alteraes da motilidade intrnseca: paralisia pupilar amaurtica, com preservao do reflexo consensual; ausncia do reflexo consensual, que ocorre em leses do III nervo; sinal de Argyll-Robertson; miose, abolio do reflexo fotomotor com a presena de acomodao e convergncia, sendo o fenmeno bilateral. tido como patognomnico da neurolues, porm verifica-se em outra enfermidade como diabetes, pinealomas, etc; Claude Bernard-Horner; miose, com reflexos pupilares normais, ptose parcial da plpebra superior e enoftalmia. Causado por leso nas fibras simpticas, pode surgir em leses C8-T3 e leses centrais.

-

-

-

Motilidade ocular extrnseca Observar rima palpebral, enoftalmia e exoftalmia, bem como a presena de ptose palpebral. Facies de Huntington: o paciente faz elevao do superclio homolateral ptose palpebral.

27

Os movimentos oculares so conjugados; todo movimento de um olho se acompanha de movimento coordenado ou complementar do outro. Isso necessrio, visto termos uma viso binocular, necessitando que a mesma imagem se forme em cada retina, de modo a possibilitar a integrao das duas imagens em nvel cortical. Um sinal funcional de alterao da motilidade ocular extrnseca a diplopia, ou viso dupla de um nico objeto, devido ruptura da coordenao ocular. Pode-se observar, neste caso, que o paciente fecha o olho comprometido para evitar o aparecimento de diplopia ou, ainda, faz uma inclinao compensadora da cabea no sentido do msculo ou movimento paralisador. Este um sinal precoce de paralisia ocular. A presena de abalos nistagmides indica que o msculo insuficiente para manter determinada posio. Pesquisa: pedir ao paciente que fixe o olhar em um ponto luminoso fino ou ponta de lpis; a seguir, deslocar este ponto para a direita e esquerda, para cima e para baixo e em todas as direes, demorando aproximadamente cinco segundos em cada posio. Observar a simetria dos movimentos oculares e o aparecimento de diplopia ou nistagmo. Alteraes dos movimentos oculares extrnsecos Leso do III nervo: paralisia completa; ptose palpebral, estrabismo externo, impossibilidade de mover o olho para o alto, para baixo e para dentro. Presena de diplopia horizontal. Acompanha-se de pupila midritica, arreflexia luz, acomodao e convergncia; paralisia incompleta; leso no ncleo ou intra-orbitrria. Reto medial: estrabismo divergente, diplopia horizontal. Reto superior: limitao elevao do olho, diplopia vertical. Reto inferior: olho desviado para baixo, diplopia vertical. Oblquo inferior: globo ocular desviado para baixo e para dentro, diplopia vertical.

-

28

Leso do IV nervo: dificuldades de mover o olho para baixo quando em aduo, diplopia vertical. O paciente mantm a cabea virada para o outro lado e um pouco abaixada, como atitude compensatria para evitar a diplopia. Leso do VI nervo: estrabismo convergente. O paciente desvia a cabea para o lado paralisado. Oftalmoplegia internuclear: estrabismo divergente bilateral, acompanhado de nistagmo mirada em abduo. devido a interrupo das vias que unem o ncleo do VI (centro da lateralidade) ao ncleo do III contralateral. A causa mais comum desta leso a esclerose mltipla.

Paralisia de funo: Sndrome de Parinaud; compresso da lmina quadrigmea e ocluso do aqueduto de Sylvius, causando hidrocefalia, edema de papila, paralisia do olhar para cima, paralisia de convergncia e arreflexia pupilar. Paralisia da verticalidade. Sndrome de Foville; causada por leso da poro causal da protuberncia, constitui a paralisia da lateralidade. Caracterizase por hemiparesia contralateral e paralisia conjugada do olhar para o lado da leso, ou seja, os olhos se desviam para o lado oposto leso, olham para a hemiparesia.

-

V Nervo Trigmeo um nervo sensitivo-motor. A raiz sensitiva um prolongamento dos neurnios situados no gnglio trigeminal ou de Gasser, subdividindo-se em trs ramos: oftlmico, maxilar e mandibular. Pesquisa-se sua integridade atravs da sensibilidade superficial da face, mucosa oral e nasal, sensibilidade geral dos 2/3 anteriores da lngua e do reflexo crneo-palpebral cuja via aferente o VII nervo.

29

Obs.: o ngulo da mandbula tem sua sensibilidade superficial mediada pelos segmentos cervicais superiores. A raiz motora constituda de fibras que acompanham o nervo mandibular, inervando os msculos responsveis pela mastigao: masseter, temporal, pterigideo interno e externo. Deve-se observar a simetria das fossas temporais e dos ngulos da mandbula e palpar os msculos, ao mesmo tempo em que o paciente comprime os maxilares. Compara-se ento as contraes musculares. Em seguida, coloca-se a mo em baixo da mandbula e pede-se ao paciente para abrir a boca. Os msculos pterigideos so responsveis pela diduo da mandbula. Em caso de leso, h desvio do queixo para o lado paralisado, em razo da ao do pterigideo externo contralateral boca oblqua ovalada. VII Nervo facial O nervo facial um nervo sensitivo-motor, emergindo do sulco bulbo-pontino atravs de uma raiz motora, o nervo facial propriamente dito, e uma raiz sensitiva e visceral, e o nervo intermdio ou de Wrisberg. Mantm relaes ntimas com o nervo vestbulo-coclear e com estruturas do ouvido mdio e interno, podendo sua leso ocasionar at alteraes do equilbrio e da audio. O nervo intermdio leva estmulos secretores s glndulas lacrimais, via nervo grande petroso superficial, e s glndulas salivares, submandibular e sublingual. Lembrar que apesar do nervo facial passar pela partida, esta inervada pelo IX nervo. A parte sensitiva responsvel pela gustao, sabor doce, salgado, azedo e amargo dos 2/3 anteriores da lngua. A parte motora responsvel pela inervao dos msculos da face-mmica, plastima e estapdio. Pesquisa: observar presena de assimetria facial: as rugas da testa e as pregas nasolabiais; ato de piscar, movimento da boca ao falar, sorrir, presena de lagoftalmo, etc. Observar, ainda, alteraes na gustao. Mandar o paciente mostrar os dentes, abrir a boca, fechar os olhos com fora, assobiar. Para observar o platisma, mandar o paciente abrir a boca e mostrar os dentes ao mesmo tempo.

30

Alteraes da funo motora do nervo facial Basicamente, a paralisia facial, que pode ser de dois tipos, de acordo com o nvel da leso: paralisia facial perifrica; leso do nervo motor inferior ou do prprio nervo, tendo como principais caractersticas ser homolateral leso e acometer toda a metade da face, podendo estar associada leso do VIII nervo. Nela observamos a presena de lagoftalmo dficit do msculo orbicular do olho, ocasionando seu fechamento incompleto, sendo a crnea recoberta pela plpebra superior e ficando parte da esclertica visvel; sinal de Bell, que consiste na rotao do olho para cima e para fora, acompanhado das manifestaes anteriores.

Causas: a mais comum a frigore, idioptica; diabetes, infeces, poliomielite (na criana), tumores do ngulo pontocerebelar, fraturas do rochedo, etc. Paralisia facial central: causada por leses supranucleares. contralateral leso, acomete o andar inferior da face, poupando o superior, j que as fibras crtico-nucleares que vo para os neurnios motores e o ncleo do facial que invervam os msculos da metade superior da face so hetero e homolaterais.

-

Causas: AVC, neoplasias, doenas desmielinizantes. VIII Nervo vestbulo-coclear um nervo sensitivo, tendo dois componentes: o coclear, responsvel pela audio, e o vestibular, responsvel pelo equilbrio, que se originam em receptores perifricos diferentes e com conexes centrais separadas. Visto possurem funes diferentes, sero estudados de maneira separada. O VIII nervo tem origem no labirinto; a poro coclear recebe os impulsos atravs das clulas ciliadas do rgo de Corti. As vibraes sonoras so transmitidas atravs da

31

membrana timpnica (conduo area) e dos ossculos do ouvido, ou diretamente atravs dos ossos do crnio (conduo ssea), colocando em movimento a endolinfa da cclea e estimulando as clulas ciliadas do gnglio de Corti. A poro vestibular tem origem nas clulas do gnglio de Scarpa no assoalho do meato acstico interno. Ele transmite sensaes dos canais semicirculares, utrculo e sculo. Depois de suas origens nos gnglios de Corti e Scarpa, os axnios se unem, formando o tronco nervoso vestbulo-coclear, que mantm relao com o nervo facial e intermdio no seu trajeto intra e extrapetroso. A partir do meato acstico interno, ele atravessa o ngulo ponto-cerebelar, mantendo relaes a este nvel com o V e VI e nervos cranianos. Na parte lateral do bulbo, eles se separam. Nervo coclear A frao coclear transmite os impulsos sonoros aos ncleos cocleares na ponte, com transmisso bilateral dos lemniscos laterais aos corpos geniculados laterais e giro superior (giro transverso de Heschl) de cada lobo temporal. O fato de haver entrecruzamento parcial de suas fibras previne a ocorrncia de surdez causada por leso cerebral unilateral. A leso deste nervo leva a queixas como: presena de tinidos ou zumbidos, diminuio ou perda de audio e, em caso de leso central, pode haver presena de alucinaes auditivas. A semiologia deste nervo feita, estimativamente, atravs de: exame otoscpico do ouvido externo e membrana timpnica; exame da capacidade auditiva, atravs da voz e com uso do diapaso.

A voz normal pode ser ouvida a cerca de 6 m; com uma surdez discreta a 4m, e com surdez moderada a 1m. Avaliao mais fiel feita atravs da audiometria.

32

O uso do diapaso d informes mais especficos, permitindo a comparao entre a conduo ssea vibrar o diapaso e colocar na mastide ou no vrtice do crnio e a conduo area vibrar o diapaso e colocar prximo ao conduto auditivo externo. Prova de Schwabach: comparao entre o tempo de percepo ssea do paciente e o de uma pessoa normal. Prova de Rinne: comparao entre o tempo de percepo de conduo ssea e area do paciente, sendo a ltima normalmente maior do que a primeira. Prova de Weber: lateralizao das vibraes do diapaso colocado no vrtice do crnio.

Estas provas permitem esclarecer se a surdez ou hipoacusia de conduo leso do ouvido externo ou mdio ou de percepo leso de cclea ou do nervo. Leses corticais que atingem reas puramente perceptivas so raras e tm de ser bilaterais. Surdez de conduo: diminuio ou perda da audio por via area, com conservao ou exaltao da ssea. Prova de Rinne negativa; prova de Weber com lateralizao para o lado lesado. Surdez de Percepo: diminuio ou perda da audio por via area e ssea. Prova de Rinne positiva; prova de Weber com lateralizao para o lado no afetado. Obs.: lembrar que na otosclerose h presena de tinido sem vertigem, podendo haver paracusia o paciente ouve melhor na presena de barulhos altos. Na surdez por leso nervosa, o paciente no consegue ouvir na presena de outros rudos. Outras respostas reflexas podem ser usadas em crianas, pacientes semicomatosos ou em casos de histeria, sendo a mais usada a pesquisa do reflexo ccleo-palpebral. As causas mais importantes de hipoacusia, excluindo-se a otosclerose e as traumticas, so a doena de Menire e o neurinoma do acstico.

33

Nervo vestibular A frao vestibular do VIII nervo craniano tem importantes conexes com a medula espinhal, diversas regies do crtex cerebelar, ncleos dos nervos culo-motores, do vago, glossofarngeo e espinhal. O sistema vestibular responsvel pela manuteno do equilbrio esttico e dinmico, recebendo no labirinto as excitaes determinadas pela movimentao da cabea, especialmente rotao, transmitindo-as ao cerebelo e substncia reticular do tronco cerebral. A leso desta poro vestibular ocasiona vertigens, ataxia e nistagmo. Vertigem a sensao subjetiva de rotao do corpo em torno de si mesmo ou de deslocamento de objetos circunvizinhos. Pode ser avaliada objetivamente, pois acompanha-se de palidez, podendo ocorrer nuseas e vmitos. As leses podem ser do tipo destrutivo, ocasionando desvios corpreos ipsolaterais e presena de nistagmo e vertigens para o lado oposto. J nas leses irritativas, h aumento de excitabilidade do lado lesado, podendo ocorrer preponderncia do lado lesado sobre o lado so. A semiologia deste nervo engloba provas otolgicas, realizadas por otorrinolaringologistas e algumas outras pesquisas: pesquisa do Sinal de Romberg, marcha em estrela, prova dos braos estendidos e da indicao de Barny, j citadas em outros itens; pesquisa de nistagmo espontneo e de posio;

-

O nistagmo espontneo pesquisado com a cabea em posio normal, mandando-se o paciente olhar nas diversas posies. O de posio s ocorre em determinadas posies da cabea; deve-se mudar a posio espacial da cabea do paciente, lenta e sucessivamente. Lembrar que o olhar em posies extremas pode desencadear nistagmo fisiolgico. Lembrar, ainda, que nas leses perifricas o nistagmo esgotvel, e nas centrais, inesgotvel. Geralmente o aparecimento do nistagmo acompanhado de sensao vertiginosa.

34

IX Nervo glossofarngeo X Nervo vago O IX nervo, o glossofarngeo, um nervo misto, com funes motoras, sensitivas e vegetativas. Ele emerge do sulco lateral posterior do bulbo, sob a forma de filamentos radiculares, sendo as fibras motoras originrias do ncleo ambguo. Estes filamentos se unem para formar o nervo glossofarngeo, que sai do crnio pelo forame jugular; apresenta dois gnglios sensitivos, o jugular ou superior, e o petroso ou inferior. A partir da, tem trajeto descendente, ramificando-se na raiz da lngua e faringe, dando ainda os ramos carotdeos. As fibras motoras se destinam aos msculos farngeos; as sensitivas degustao do 1/3 posterior da lngua e sensibilidade do 1/3 posterior da lngua, faringe, vula, tuba auditiva, seio e corpo carotdeo; e os autonmicos inervam a glndula partida. O comprometimento das fibras motoras ser avaliado junto com o X nervo. Outras alteraes causam diminuio da gustao ou hipersecrees salivares. O X nervo craniano, o vago, emerge do sulco lateral posterior do bulbo, sob a forma de filamentos. um nervo misto e o maior dos nervos cranianos. Saindo do crnio pelo forame jugular, percorre o pescoo e o trax, terminando no abdome. Neste longo trajeto d origem a ramos que inervam a laringe e a faringe, e entra na formao dos plexos viscerais que inervam as vsceras torcicas e abdominais. A semiologia do nervo vago relacionada sua funo motora e feita conjuntamente com avaliao do glossofarngeo. A queixa do paciente diz respeito disfasia, em que lquidos refluem pelo nariz, e alteraes de voz voz rouquenha ou anasalada. Observar o palato e a vula em repouso; depois mandar o paciente dizer AH e EH, anotando movimentao e desvios. Na paralisia lateral do IX nervo h o repuxamento global para o lado so, da hemifaringe do lado lesado e da rafe mediana, sinal da cortina de Vernet. Pesquisar o reflexo farngeo/excitao da mucosa da faringe com esptula ou estilete. Resulta em repuxamento para o lado estimulado.

35

Reflexo palatino ou uveal excitao da parte lateral e inferior da vula com esptula ou estilete, resultando na elevao do palato mole e retrao da vula. Leses supranucleares do IX e X nervos s tm expresso clnica sendo bilaterais, j que o ncleo ambguo recebe inervao cortical contralateral e tambm, em menor grau, ipsolateral. Leses nucleares so comuns e podem ser decorrentes de tumores, alteraes vasculares (artria vertebral), degenerativas e infecciosas. XI Nervo acessrio um nervo puramente motor, composto pela fuso de dois nervos de origem diversa: o nervo acessrio bulbar, que se origina no ncleo ambguo, e o nervo acessrio espinhal, originado nos cinco primeiros segmentos da medula cervical. O acessrio espinhal penetra no crnio pelo forame megno e se dirige ao forame jugular, onde se funde ao acessrio bulbar, saindo do crnio na mesma bainha do vago, mas separado deste por uma projeo da aracnide. Passado o forame jugular, volta a separar-se em ramo externo que inerva os msculos esternoclidomastide e trapzio, e ramo interno responsvel pela inervao da laringe. Lembrar que o msculo esternoclidomastide inervado tambm pelo segundo nervo cervical e o trapzio pelos ramos do terceiro e quarto nervos cervicais. Leses do nervo acessrio bulbar causam alteraes na voz e dificuldade na respirao. Sua pesquisa direta feita por otorrinolaringologistas. Pesquisa do ramo espinhal Mandar o paciente rodar a cabea para um lado e outro, contra a resistncia do examinador, palpando o msculo esternoclidomastide, aps a inspeo e palpao em repouso. Para avaliar o msculo trapzio, observar se os ombros esto no mesmo nvel. Pedir ao paciente que estenda a cabea contra a ao do examinador e observar

36

a contrao de ambos os trapzios. A contrao unilateral do msculo eleva o ombro deste lado e inclina a cabea para o mesmo lado. Mandar o paciente elevar os dois ombros ao mesmo tempo e anotar alteraes de excurso do ombro, hipotonia ou diminuio da contrao muscular. Manobra de Wartemberg: pedir ao paciente para estender os braos para a frente e um pouco para baixo. Se houver comprometimento do trapzio, os dedos deste lado ultrapassam os dedos do lado so. Em leses supranucleares, como na hemiplegia, h diminuio de fora-paresia desses msculos. As causas mais comuns de leses unilaterais so as anomalias craniovertebrais, traumatismos severos da cabea ou pescoo, tumores junto ao forame jugular e siringomielia. A paralisia bilateral destes msculos pode ser vista na poliomielite, distrofia muscular progressiva e, caracteristicamente, na distrofia miotnica. XII Nervo hipoglosso Nervo motor que se origina em ncleo do mesmo nome no bulbo. Os ncleos de ambos os nervos hipoglosso, quase justapostos na linha mdia, so unidos por numerosas fibras comissurais. O centro cortical na poro inferior do giro pr-central, no interior da cissura de Sylvius. A semiologia deste nervo se resume pesquisa de alteraes trficas e motoras da lngua, visto o mesmo inervar a musculatura intrnseca da lngua responsvel pelo tamanho, movimentos de encurtamento e alongamento, destinada s funes de fala, mastigao e deglutio e a musculatura extrnseca, responsvel pela movimentao da protuso da lngua, movimento para um lado e outro, etc. Observar a lngua em repouso, dentro da boca, procura de atrofias e/ou miofasciculaes. O paciente pode ter dificuldades para engolir a saliva. Mandar o paciente pr a lngua para fora e observar os desvios. Lembrar que desvios em repouso apontam para o lado so, por ao no compensadora dos msculos comprometidos. Ao pr-se a lngua para fora, o desvio para o lado da leso, por ao do genioglosso, que projeta a lngua para a frente e desvia para o lado oposto.

37

Pela mesma razo, o paciente consegue fazer salincia na bochecha do lado lesado e no consegue faz-lo do lado so. Estas alteraes so encontradas nas leses perifricas do nervo. Leses centrais so geralmente bilaterais. Palavra e linguagem Algumas alteraes so a dislalia, a disartria, as afasias e a palavra escandida (tpica de leso cerebelar). Esfncteres Sistema nervoso autnomo Devem ser avaliadas a continncia ou incontinncia dos esfncteres anal e vesical, bem como a potncia sexual. Estado mental (vide artigo em separado: Como fazer o exame psiquitrico) _______________________________ Endereo para correspondncia: Dr. Paulo Roberto Silveira Rua Mxico 128, sala 406 Centro 20031-142 Rio de Janeiro RJ E-mails: [email protected] [email protected]

38