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ANO 31 - Nº 1.619 - R$ 2 GOIÂNIA, 15 A 21 DE ABRIL DE 2018 O QUE VAI SER DE NÓS? ESPECIALISTAS E O POVO NAS RUAS APONTAM OS DESAFIOS A SEREM ENFRENTADOS PELO PRÓXIMO GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIÁS temá tica ESCOLA ESCOLA Na escola Vanderlan 2020 ESPORTE LINHA DIRETA Onde está a audiência ENSAIO Página 9 Páginas 6 e 7 Página 3 Uma nova base para a educação ENTREVISTA Páginas 4 e 5 Páginas 10 e 11 Educadores de Goiás se mobilizam para definir o novo currículo da educação infantil e fundamental. Marcelo Costa deixa o gabinete de secretário para ouvir e falar com alunos e professores. Copa tem dona A ANFITRIÃ RÚSSIA É O DESTAQUE DA PRIMEIRA DE UMA SÉRIE DE MATÉRIAS SOBRE A COPA DO MUNDO 2018 LANÇADA PELA TRIBUNA. “Zé Eliton mostrou que não tem medo de cara feia e que vai defender legado de MarconiHeuler Cruvinel, deputado federal (PP) Funk da Mônica Salvador

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ANO 31 - Nº 1.619 - R$ 2GOIÂNIA, 15 A 21 DE ABRIL DE 2018

OQUE VAI SER DE

NÓS?ESPECIALISTAS E O POVO NAS RUAS APONTAM OS DESAFIOS A SEREM ENFRENTADOS PELO PRÓXIMO

GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIÁStemá

tica

E S C O L AE S C O L A

Na escola

Vanderlan2020

ESPORTE

LINHA DIRETA

Onde está a audiência

ENSAIO

Página 9

Páginas 6 e 7Página 3

Uma nova base para a

educação

ENTREVISTA

Páginas 4 e 5

Páginas 10 e 11

Educadores de Goiás se mobilizam para

defi nir o novo currículo da educação infantil e

fundamental.

Marcelo Costa deixa o gabinete de secretário para ouvir e falar com

alunos e profess ores.

Copa tem donaA ANFITRIÃ RÚSSIA É O DESTAQUE DA PRIMEIRA DE UMA SÉRIE DE MATÉRIAS SOBRE A COPA DO MUNDO 2018 LANÇADA PELA TRIBUNA.

“Zé Eliton mostrou que

não tem medo de cara feia e que vai defender legado de Marconi”Heuler Cruvinel, deputado federal (PP)

Funk da

Mônica Salvador

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Jorge Antônio Monteiro de LimaHá certa feita recebi em meu consultório um

rapaz de seus vinte anos totalmente apático. Quieto, voz abafada, sem vida, sem expressão. Talvez tédio, falta de interesse, raiva, incomodo. Como defi nir o redemoinho de emoções? lenti-dão e letargia faziam parte do ciclo deste existir. Era um jovem sem vida, sem expressão, sem fu-turo. “Tanto faz”, “sei lá”, “não sei” eram expres-sões rotineiras de seu dialeto. Confesso que na altura me senti incomodado ao ver um rapaz tão jovem mostrar se tão apático a existência,.

Nos dias de hoje não é raro encontrarmos membros da geração “Danoninho” desta forma. Uma geração contraditória ávida pela tecnolo-gia, por aplicativos e pelas redes sociais, acida-mente críticos do sistema mas ao mesmo tempo apáticos para a vida. Uma geração que aparente-mente nasceu cansada, fria, triste, naturalmen-te melancólica, com crítica de tudo e todos mas sem ação. Uma geração naturalmente castrada. Mas o que fazer com eles?

Vejo nas redes indivíduos se auto diagnosti-cando como portadores de fobia social, intros-pectivos, melancólicos, e vários outros títulos que no fi m acabam no mesmo lugar, na apatia, na falta de vontade, no desânimo instituciona-lizado, medica lizado, na pilha que acabou an-tes de começar. Criticar e desistir sem tentar é o hábito. Hábito que ressoa em uma forte crítica a nossa sociedade de consumo, a forma do siste-ma vigente. Jovens que não sabem direito o que estão fazendo mas que não vão fazer de nosso jeito. A resistência velada, silenciosa mas ativa, acida, corrosiva diante de um mercado que cada vez explora mais destituindo o ser de sua iden-tidade. Pra que me matar como meu pai? Pra vi-

rar um escravo e não ter absolutamente nada e ou ter um enfarto como ele?

Mas quem de nós não tem desanimo? Pela falência de instituições como a nossa política, a igreja, os valores em confl ito? Quem não desa-nima diante da corrupção ilibada, diante da im-punidade de corruptos como Ricardo Teixeira da CBF,, ou diante do nada proposto pelas atuais ideologias falidas?

Diante do caos, da falta de perspectiva, da falta de visão de futuro resta nos o desanimo, a vontade de sumir, de sair sem deixar rumo. Pra que o esforço, a dedicação, o esmero se nossos governos atuam sempre no sistema do mal feito recompensado?

Faça de qualquer jeito que vale a pena é o lema dos gestores públicos, de nossa educação, da saúde, do desporto, os resultados maquiados que acabam por tentar convencer a opinião pú-blica que o errado é o certo, em uma constante inversão de valores que transformaram a vida em um caos.

Todo processo social forjou um estado psi-cológico : Estes jovens foram possuídos por sua Anima. A energia psíquica introvertida minou sua vontade e seu mundo interior é o lugar se-guro do qual muitos não querem sair. A super-proteção familiar termina de fazer o estrago. Para muitos destes jovens trabalhar ajuda. Esti-mula a socialização, o convívio a produtividade. Porém quem os quer como funcionários?

Jorge Antônio Monteiro de Lima é analista, pesquisador em saúde mental, psicólogo clínico, músico e mestre em

Antropologia Social pela UFG

CARTA AO LEITOR

Campanha é hora de sonhar e de prometer. Sonham os candidatos com ações, obras e benefícios que podem mudar o Estado e colocá-los na vanguarda politica. E prometem esses mesmos candidatos o possível e o impossível para ganhar.

Na soma dos sonhos com o pragmatismo eleitoral, temos propostas e uma visão de Estado que nem sempre bate com a realidade que toma o poder depois.

Nesta edição, Daniela Martins mostra o que pensam especialistas e gente da gente a respeito do presente e do futuro de Goiás. Qual a expectativa verdadeira diante do que vem lá na propaganda eleitoral.

Outro destaque da edição é o início de uma série de reportagens sobre a Copa da Rússia. O editor Fagner Pinho analisa, apresenta dados e fatos, adianta o clima que nos espera no maior evento esportivo do mundo.

Fagner é craque na cobertura política, mas o que conhece de paixão é o futebol. Ou seria o contrário? Uma coisa e outra, com toda certeza. E mostra resultados.

E não deixe de conferir o caderno Escola. Em destaque, como professores, pais e a comunidade podem ajudar na elaboração curricular dos estudantes goianos. Tema urgente, e necessário, abordado pela repórter Fabiola Rodrigues.

Boa leitura!Vassil Oliveira - Editor

De Goiás para a Rússia

Agora virei a bola da vez dessa turma facista”Comentando os ataquessofridos por ele nos últimos dias

Ciro Gomes,pré-candidato a presidente pelo PDT

sFrase daemana

Editado e impresso por Rede de Notícia Planalto Ltda-ME - WSC Barbosa Jornalismo - ME

Fundador e Diretor-Presidente Sebastião Barbosa da Silva [email protected]

Diretor de Produção Cleyton Ataídes Barbosa [email protected]

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EditoresVassil Oliveira [email protected] Fagner [email protected]

Manoel Messias Rodrigues (Escola)[email protected]

Daniela Martins (Internet)[email protected]

Repórteres Fabiola [email protected]

Fotografi a Mônica [email protected]

Projeto Gráfi co e DiagramaçãoMaykell Guimarã[email protected]

Email Redaçã[email protected]

Endereço e telefone - Av. T-11, N° 451, 3° andar, salas 303 e 305, Edifício Fabbrica di Pizza - Setor Bueno, Goiânia -GO - CEP: 74.223-070, Goiânia - Goiás CEP 74.223-070- Fone: (62) 3434-1516www.tribunadoplanalto.com.br facebook @TribunadoPlanalto

Fundado em 7 de julho de 1986

ESFERA PÚBLICA

Desanimado

O presidente Michel Temer (MDB) passou a Presidência da República provisoriamente à presidente do STF, Cármen Lúcia, na última semana, para participar da 8ª Cúpula das Américas. Cármen é a 4ª na linha de substituição da Presidência da República.

O governador José Eliton (PSDB) anunciou a criação de batalhões da PM para atuar no Eixo Anhanguera, mas não é só a segurança que atormenta os usuários do Eixão, que também sofrem com a falta de manutenção nos pisos e com goteiras nas plataformas.

Divulgação

Maykell Guimarães

GOIÂNIA, 15 A 21 DE ABRIL DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br2

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FinalmenteNa última semana o prefeito Iris Rezende (MDB) anunciou – e deu posse – ao seu novo secretário de Governo, Paulo Ortegal. Para a alegria do prefeito e de seus auxiliares, desta vez o antigo companheiro de Iris aceitou assumir a função.

Quadro qualifi cado É ponto pacífi co dentro da gestão de que Ortegal é o melhor articulador e auxiliar dentre os escolhidos pelo emedebista. Por isso a satisfação, uma vez que a articulação política tem sido uma das maiores difi culdades deste quarto mandato de Iris.

Pode?O deputado estadual Lucas Calil (PSD) insinuou, na última semana, que a demora na emissão de licenças por parte da Secima justifi ca a atitude de alguns produtores rurais, que acabam captando água de forma ilegal. Pois é...

DetalheLucas Calil realizou o discurso poucos dias após ter se fi liado ao PSD, partido que comandava a Secima com Vilmar Rocha, e que comandaria a secretaria caso o deputado Heuler Cruvinel, que indicou o novo secretário, não tivesse se fi liado ao PP.

DemandaO deputado estadual Carlos Antônio, agora do PTB, solicitou, a pedido da Câmara de Dirigentes Lojistas de Anápolis, a instalação de uma nova unidade do Vapt Vupt no Centro daquele município. Com o apoio do prefeito Roberto do Órion.

Batalhão do EixãoUma das primeiras ações do governador José Eliton (PSDB) no comando do Estado será criar batalhões específi cos da Polícia Militar para atuar no Eixo Anhanguera.

Só EixãoO policiamento destes batalhões não será estendido, neste primeiro momento, a outros terminais ou plataformas do transporte coletivo de Goiânia.

RiscoEm entrevista à Rádio Bandeirantes 820, o presidente da Assembleia, José Vitti (PSDB), fez um alerta, de que os tucanos podem ser vítimas de sua própria criação.

Mote de 1998Ele acredita que com a indicação do cunhado de Marconi Perillo, Sérgio Cardoso, ao TCE, a oposição passe a usar o termo panelinha para criticar o governo.

Selo A Comigo é a primeira empresa de Goiás a conquistar o certifi cado de qualidade no tratamento industrial de sementes. A entrega ocorreu sexta, 13, na Tecnoshow.

Poucos O selo é emitido pela Syngenta, em função de uma soma de fatores de lisura na produção. De 54 parceiros em todo o Brasil, apenas sete possuem o certifi cado.

Cota idosoO deputado estadual

Diego Sorgatto, que recentemente se fi liou ao PSDB, apresentou projeto de lei que estabelece cota para idosos nas instituições de ensino superior vinculadas ou mantidas pelo governo estadual.

QuantidadeO projeto, que está em

processo de avaliação determina que 5% das vagas, no mínimo, por curso e turno, seriam destinadas aos maiores de 60 anos de idade que não possuam graduação em qualquer curso superior de instituições gratuitas goianas.

Justifi cativaPara Diego a aprovação da

propositura facilitaria o ingresso de idosos nas instituições estaduais de educação superior e contribuiria para retirá-los do isolamento, valorizando a experiência dos mesmos. A proposta foi encaminhada às Comissões Técnicas.

Ex-candidato a governador do Estado em 2010 e 2014 e ex-candidato à prefeito de Goiânia em 2016, o ex-prefeito de Senador Canedo Vanderlan Cardoso, que se fi liou no PP nos últimos dias da janela da infi delidade, encerrada há duas semanas, está buscando a vice de alguma das três maiores pré-candidaturas apresentadas ao eleitor goiano até o momento. Mas, para levar seu legado eleitoral das últimas três eleições disputadas – que embora com derrotas, somaram votações expressivas – ele tem condicionado a possibilidade de aliança com a garantia de apoio para as eleições para a Prefeitura de Goiânia em 2020. De acordo com fontes ouvidas pela coluna, a possibilidade maior de busca do posto está nas candidaturas de José Eliton (PSDB), a mais preferida por integrantes do PP, e na de Daniel Vilela (MDB), que vem tendo bom trato com o presidente do partido, o ministro das Cidades Alexandre Baldy, e até pelo deputado federal Heuler Cruvinel, que poderia herdar a base de Daniel e de Maguito Vilela (MDB) no sudeste goiano. Sem pressa alguma, o PP deve negociar até os últimos dias das convenções.

No PP, Vanderlan já pensa em 2020

sEsta não é a primeira vez que Vanderlan Cardoso condiciona seu apoio a uma chapa a uma próxima eleição. Em 2014, quando do segundo turno, ele exigiu apoio do PMDB para a eleição municipal em Goiânia em 2016. A negociação não prosseguiu.

De novo

De olho na candidatura de Daniel Vilela, o gover-no federal investiu muito no Estado nos últimos meses. O último dos investimentos foi para con-ter as erosões e estabilizar a Marginal Botafogo, que já está empenhado, ou seja, garantido.

Liberou

Emedebistas ouvidos pela coluna, entretanto, lembram que, claro, como o Podemos não tem nenhuma capilaridade no Estado, os votos de Nel-to continuarão vindo do MDB. Criticar o partido seria suicídio político e eleitoral.

Quem desapareceu do noticiário político após a revolta emedebista, quando prefeitos anunciaram apoio a Caiado em detrimento a candidatura do deputado federal Daniel Vilela (MDB), foi o prefeito de Formosa, Ernesto Roller (MDB).

Nem tanto

Silêncio

1 2 3

mídiasociais

De todos os parlamentares goianos na Câmara Federal, de longe a que saiu mais enfraquecida da janela partidária e da reforma administrativa promovida pelo governador José Eliton em sua ascensão ao poder estadual foi a deputada

federal Magda Mofatto (PR). Seu partido perdeu todos os deputados estaduais e federais que possuía, exceto ela mesma. Além disso, não conquistou nenhuma cadeira na nova leva de auxiliares do novo governador.

Enfraquecida

dLinhaTenha santa paciência”

Sobre pedido de fechamento da fronteira com a Venezuela, a pedido do governo de Roraima

ALOYSIO NUNES, MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES

Fagner Pinho - [email protected]

O deputado estadual José Nelto (Podemos-foto) tem evitado ao máximo emitir qualquer tipo de opinião contra seu ex-partido, o MDB. Nas sessões da Assembleia da última semana, ele apenas ci-tou a mudança de legenda por apoio a Caiado.

Respeito

3 GOIÂNIA, 15 A 21 DE ABRIL DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

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4 GOIÂNIA, 15 A 21 DE ABRIL DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

“Nosso maior adversárioé Caiado”

Tribuna do Planalto Por que trocar o PSD pelo PP?

Heuler Cruvinel Primeiro, a minha saída do PSD foi de

forma pacífi ca, sem arestas, sem brigas. Cumpri o mandato dentro do partido em que fui eleito e aproveitei esse período de janela, que realmente é feito para poder ter trocas partidárias, visando as próximas eleições. Estou indo para um partido com estrutura maior para trabalhar em Brasí-lia. O partido, hoje, comanda três Ministé-rios grandes: Ministério da Saúde, de Agri-cultura e das Cidades, e meu alinhamento com o ministro das Cidades, Alexandre Baldy, pode propiciar melhores condições para eu poder atender as demandas e ne-cessidades de toda a região que represento na Câmara Federal. Então, esse é meu obje-tivo em um primeiro momento, ir para o Progressistas e ter melhores condições de atender as demandas dos prefeitos, que sempre atendo em nosso mandato junto à Câmara Federal, ao governo federal.

Nos últimos momentos da sua decisão, houve um impasse em relação ao PSD dar garantia ao senhor na candidatura. Que garantia foi essa, qual foi o impasse que mais gerou receio de continuar na legenda?

Na verdade, as entrevistas que o presi-dente do partido, Vilmar Rocha, tem dado das divergências dele com o candidato da base, José Eliton. A preferência dele em po-der procurar outros caminhos e alternati-vas fez com que eu não tivesse confi ança em permanecer no PSD. Hoje os prefeitos dos quais sou parceiro e sempre trabalho junto em meu mandato, as parcerias que fazemos junto com as prefeituras, invia-bilizariam eu não estar em um projeto junto com a candidatura do governador José Eliton. Então, senti mais confi ança na conversa que tive com o ministro Bal-dy e com o presidente nacional do parti-do, Ciro Nogueira, que falou que de forma

Estou à disposição de

nosso grupo político para que a gente tenha condições de reverter o quadro, principalmente da região sudoeste, onde o governador José Eliton tem o pior desempenho em todas as pesquisas

majoritária dentro do partido seria res-peitada a escolha de onde o PP iria cami-nhar para as eleições em 2018 em Goiás. Então, o alinhamento do PP para as can-didaturas seria defi nido por mim, pelo ministro Alexandre Baldy, pelo deputado Sandes Júnior e deputado Roberto Bales-tra. Temos essa garantia maior em poder

estar alinhado em um projeto onde o PP hoje é um dos maiores partidos do Estado pelo número de parlamentares, prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Me sinto mais confortável em estar dentro do PP em re-lação a essa tendência de poder caminhar junto ao governador José Eliton.

Há uma disputa pelo PP entre Daniel Vilela e José Eliton. A tendência é José Eliton?

A tendência é José Eliton. Nós temos um trabalho junto ao governador, jun-to aos prefeitos que nos acompanham e devemos caminhar junto à base aliada, junto ao ex-governador Marconi e com o governador José Eliton visando a reeleição do governador José Eliton.

Há dúvidas em relação às chances de José Eliton por conta dos números de pesquisas. Dá para crescer?

Ele terá maior visibilidade a partir do governo que assumiu agora e até o fi nal do prazo para as convenções. Então, nós acreditamos no crescimento da candida-tura do governador José Eliton, quando ele iniciar as inaugurações de obras, das obras que estão em andamento em todo o Estado. Às vezes as pessoas acabam não separando a responsabilidade da saúde do município e do Estado, e por isso que, às vezes, aparece nessas últimas pesquisas que o maior problema do Estado seria a saúde. Mas hoje, principalmente com as Organizações Sociais, que estão fazendo a gestão dos hospitais de Goiás, tem-se oferecido boa condição de atendimento na área da saúde por parte dos hospitais do Estado e em todo Goiás. Acredito que o governador José Eliton, com a base aliada unida, com a parceria com os prefeitos, os municípios, com os principais partidos, com a maioria dos deputados federais e estaduais que estarão com ele na campa-nha para as eleições de 2018, a tendência é que haja um crescimento do governador José Eliton com o grupo político forte, uni-

do, conciso e com as obras em andamen-to no Estado de Goiás e principalmente quando se comparar a situação do Estado de Goiás com outros estados da nossa fe-deração. É lógico que temos o único pro-blema em relação à candidatura de José Eliton, que é o tempo que o PSDB está no comando do Estado de Goiás. Mas é um tempo em que o Estado de Goiás se mo-dernizou, prosperou, em que melhoraram as condições para todos os goianos, inde-pendente de classe social.

O PSDB pode ter uma candidatura à Presidência, que é Geraldo Alckmin. A tendência é apoiar Alckmin também?

O PP tem conversado com os candi-datos de centro, tem esperado o avanço dessas candidaturas presidenciais. Não teremos candidatura própria a presiden-te da República. Ele vai apoiar uma can-didatura de centro e está esperando qual candidatura de centro tem condições de avançar e crescer para que possa dar o apoio, visando as eleições de 2018. Vejo a candidatura de Geraldo Alckmin em me-lhores condições de ter esse crescimento. Acredito que o nome de Geraldo Alckmin seja mais equilibrado e preparado para este momento que o Brasil precisa enfren-tar e ter condições de melhorar a qualida-de de vida de todos os brasileiros.

O PSD citou seu nome como candidato a vice. No PP isso chegou a ser ventilado?

Sou um homem de grupo político. Estou à disposição do nosso grupo polí-tico no que for melhor para favorecer a candidatura do governador José Eliton. Caso seja a indicação de compar a chapa majoritária como vice-governador de José Eliton, estou à disposição de nosso grupo político para que a gente tenha condições de reverter o quadro, principalmente da região sudoeste, onde o governador José Eliton tem o pior desempenho em todas as pesquisas.

Daniela Martins e Vassil Oliveira

A base aliada caminha para enfrentar dois adversários na oposição: o deputado federal Daniel Vilela (MDB) e o senador Ronaldo Caiado (DEM). De acordo com o deputado federal Heuler Cruvinel (PP), o segundo seria, hoje,

o principal adversário do governador José Eliton (PSDB), uma vez que tem ocupado a liderança das pesquisas divulgadas desde o ano passado. Nesta entrevista concedida à Tribuna do Planalto, o deputado que representa o sudoeste do Estado indica alguns pontos importantes para diminuir a distância com o democrata. Um deles seria a indicação de um nome da região que mais representa o agronegócio em Goiás para a vice de Eliton, como forma de enfraquecer a infl uência do senador na região. E mais: diz que caso escolham seu nome, estaria pronto para o desafi o. Confi ra este e outros assuntos abordados no encontro.

Deputado FederalCHeuler

ruvinel

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5 GOIÂNIA, 15 A 21 DE ABRIL DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

Na abertura da Tecnoshow

Comigo, o governador José Eliton mostrou que não tem medo de cara feia e que vai defender o legado do ex-governador Marconi Perillo

Acho desnecessário

ter um impeachment agora, tão próximo das eleições, o que geraria maior instabilidade principalmente no setor econômico

seu trabalho e mostrar alguns resultados práticos também para a região, como pro-jeto de captação, armazenamento e distri-buição de água para a cidade de Rio Verde, do Rio Verdinho, um projeto de R$ 143 mi-lhões. Foi viabilizado o recurso através do Ministério das Cidades e da Saneago. Essa obra será lançada já no próximo mês na cidade, com recurso empenhado através do Ministério das Cidades, para que tenha condições de poder abastecer a cidade de Rio Verde de água para os próximos 50 anos. Hoje, Rio Verde está atendido dentro do governo José Eliton já com uma secre-taria importante dentro do governo do Estado. Quando falamos Rio Verde é o su-doeste inteiro, porque Rio Verde é a cidade polo de toda a região sudoeste, é a maior cidade e que acaba atendendo as deman-das e necessidades de toda a região.

O sr. é candidato à reeleição na Câmara dos Deputados?

Eu vou conversar com as bases, com nosso grupo político. Tem essa possibili-dade de ocupar a vice-governadoria, mas estou trabalhando com a possibilidade da reeleição a deputado federal com o trabalho que temos realizado em Brasília. Até acredito que meu nome seja lembra-do para ser vice-governador devido ao trabalho que temos realizado, principal-mente o municipalista, em atender os prefeitos e os municípios.

O Brasil vive um momento de crise, que também chega ao produtor do campo. Até que ponto essa crise é superável?

O campo tem dado a resposta. Hoje, através do agronegócio, que é o susten-táculo da economia, que apresenta nú-meros de superávit no PIB de todo o país, é que temos condições de apresentar realmente números azuis, positivos. Na verdade, o agronegócio tem dado essa res-posta. Mas acredito que já podemos, hoje, ver uma luz no fi m do túnel na economia do nosso país.

Nessa discussão a respeito do futuro do país, o principal tema de campanha considerado é a corrupção. Esse tema dominará a eleição desse ano?

Esse deve ser o mote de campanha. Mas o eleitor não pode, de maneira ne-

nhuma, generalizar a classe política. Ele tem que escolher os melhores candidatos. Tem políticos de vários anos que não es-tão envolvidos em escândalos de corrup-ção, que não respondem nenhum proces-so por corrupção, como é meu caso, por exemplo, e tem outros também. Temos que analisar bem os candidatos para que escolher governantes que tenham conhe-cimento na área econômica, que possam conhecer a gestão pública de perto para que a gente não coloque o país numa situ-ação ainda pior. Por isso, tenho medo dos extremos, tanto para a eleição presiden-cial quanto para governador de Estado.

Há a possibilidade de chegar a terceira denúncia contra o presidente Michel Temer no Congresso Nacional. Um impeachment seria bom para o País?

Estamos muito próximo das eleições. O eleitor terá a oportunidade de esco-lher o próximo presidente em outubro. A campanha eleitoral começa em agos-to. Estamos muito próximo disso. Acho desnecessário termos um impeachment agora, tão próximo das eleições, o que ge-raria maior instabilidade principalmen-te no setor econômico. Temos a oportu-nidade a partir de agosto, começando o período eleitoral, de avaliar e escolher bem o nosso presidente para que não passemos pelo que passamos nesses últi-mos quatro anos.

O sr. acredita que as próximas

eleições serão de embates acirrados entre José Eliton e Caiado, com críticas fortes, indiretas, como foi na abertura da Tecnoshow?

Com certeza. Esse será o ponto da campanha. Você notou que, na abertura da Tecnoshow, o governador José Eliton mostrou que não tem medo de cara feia e que vai defender o legado do ex-gover-nador Marconi Perillo, que realmente modernizou o Estado de Goiás, que pros-perou nesses anos em que o governador Marconi esteve à frente do Estado, princi-palmente quando se compara Goiás com outros Estados. Passamos pela maior cri-se econômica da história do país e Goiás está de pé. Goiás hoje teve condições de ter recursos para investimentos, de cum-prir com seu custeio, pagamento de seus funcionários públicos em dia. Goiás re-almente está em boas condições. E o can-didato de oposição colocando que Goiás está vivendo o maior caos da sua história, o pior momento da sua história. A reali-dade não é essa.

Como José Eliton pode mostrar algo novo depois de 20 anos do PSDB no poder?

O tempo que o PSDB está à frente do Estado pode ter sido até muito, mas Goiás está bem. O eleitor tem de analisar e ter responsabilidade, porque Goiás pode pio-rar. Se Goiás eleger um candidato que não tenha bom relacionamento, capacidade de aglutinação, de articulação em poder conseguir recursos junto ao governo fe-deral, Goiás terá difi culdades em fazer investimentos em infraestrutura e outros investimentos em nosso Estado.

O sr. cita apenas Caiado. MDB e Daniel Vilela não são adversários nesta eleição?

Ele é adversário, seu nome está colo-cado como candidato a governador, mas acredito que hoje com os números de pes-quisas que temos, nosso maior adversário seria Caiado. Em termo de grupo político, de apoio, o governador José Eliton tem mais lideranças junto com ele, tanto em número de deputados estaduais, fede-rais, prefeitos, que acreditam que terá um crescimento da sua candidatura a partir do momento que ele se tornará mais co-nhecido, tendo visibilidade como gover-nador do Estado.

Seria uma estratégia boa para o governador ter um vice do sudoeste?

Acho que sim, um vice que represen-tasse o setor produtivo. O agronegócio hoje é o sustentáculo da economia do nosso país. Isso se comprova em número em todo o país. E temos na região sudo-este, a região mais desenvolvida de nosso Estado, justamente por conta do agrone-gócio. Isso hoje favorece a candidatura de nosso opositor, que aparece em melhores condições. Por isso, precisamos de um nome para contrabalancear a força do nosso opositor em toda a região sudoeste. Na verdade, ele sempre teve um discurso de defesa, a bandeira dele é a defesa do produtor rural, mas não tem na prática nenhum resultado para melhorar a vida das pessoas, principalmente os mais ne-cessitados.

Está falando do senador Ronaldo Caiado?

Caiado. Os mais necessitados, os mais carentes, [não têm] o resultado realmen-te de obras físicas e de ter recursos para melhorar a qualidade de atendimento na saúde, na educação, alguma obra que possa realmente ter melhorado a quali-dade de vida das pessoas ou propiciado o desenvolvimento de uma cidade ou uma região. Realmente, ao longo destes anos, o que fi cou de legado de Caiado foram só os discursos.

O sudoeste foi bem atendido pelos governos de Marconi?

Em termos de obras, sim. Foram feitas obras estruturantes que melhoraram as condições, principalmente do produtor rural, em relação a rodovias que foram construídas e reconstruídas ao longo des-ses anos e hoje estão em ótimo estado de conservação. Obras signifi cativas e em-blemáticas que foram feitas na região su-doeste, como por exemplo a inauguração do Credeq, em Quirinópolis, e da USE, que é Unidade de Saúde Especializada que oferecerá atendimento em 23 especiali-dades também na cidade de Quirinópolis. A região foi atendida em Superintendên-cias e Secretarias Executivas, que tiveram à frente do primeiro escalão do governo estadual ao longo destes anos.

O sr. espera maior participação no governo de José Eliton?

Hoje o governo José Eliton tem um secretário que é de Rio Verde, que é o se-cretário de Cidades e Meio Ambiente (Se-cima), Hwaskar Fagundes, empresário da cidade e que vem fazendo e realizando um ótimo trabalho à frente da Secretaria, uma Secretaria ampla, grande. Na Secima, ele tem tido condições de mostrar bem

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6 GOIÂNIA, 15 A 21 DE ABRIL DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

Daniela Martins

Governo vai, governo vem e o povo segue carente de saúde, educação, segurança, moradia,

emprego, renda justa. Direitos básicos, fundamentais. A pergunta é retórica: o que o brasileiro precisa? Porém, não tem saída. É urgente discutir estraté-gias, possibilidades, caminhos para que o poder público cumpra a sua fun-ção primordial: proporcionar o bem comum.

Nesse sentido, especialistas em

áreas diversas apontam uma série de desafi os que, em Goiás, passam a pesar sobre os ombros do governador José Eliton (PSDB), companheiro de chapa e por duas vezes vice de Marconi Perillo que acaba de assumir o comando do Estado em pleno ano de eleições, de Copa do Mundo, de incertezas por aqui e, especialmente, no cenário político-eleitoral nacional, e de crise econômi-ca, que se arrasta e permanece – fi rme e forte – no calcanhar do brasileiro.

O tempo é pouco, as tarefas são muitas. Impossível deixar a casa em or-

dem até dezembro chegar. José Eliton, Ronaldo Caiado (DEM), Daniel Vilela (MDB)... Quem assumir em janeiro de 2019 terá tanto ainda por fazer. Assim, mais que pensar em alianças, em dis-puta de votos, em calcular resultados e avaliar cenários eleitorais, é hora de candidatos a candidatos se atentarem aos anseios da população. É hora de co-locar em prática o velho clichê de “ou-vir a voz das ruas” e responder às neces-sidades da sociedade com a elaboração de planos de governos factíveis. Ouvir é um começo. Ouçam.

O direto de ir e vir é constitucional, e o goiano quer exercê-lo sem se sentir vulnerável à violência. O sociólogo Nil-do Viana (foto), professor da Universi-dade Federal de Goiás (UFG) e pós-dou-tor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), sinaliza que o desafi o do governo de Goiás na área da segu-rança é, em um primeiro momento, manter as políticas existentes e tentar uma maior efetividade.

“Com a atual situação fi nanceira do País não será possível realizar mu-danças e de maior alcance. Enquanto discurso eleitoral, muitas promessas podem aparecer, mas a falta de recur-sos faz com que sejam ‘promessas ir-realizáveis’, um meio de ganhar votos”, destaca. Para os anos seguintes, enfati-za, a política de segurança dependerá da evolução da situação economica.

Há uma ressalva. O maior problema relacionado à violência não são as po-líticas de segurança, especifi camente. Nildo Viana vê a solução nas políticas de assistência social, de educação, saú-de e na política industrial, que é gera-dora de emprego e renda. Segurança pública é, em grande parte, dependen-te do sucesso das políticas sociais.

“São as políticas sociais que atacam as raízes da criminalidade e da vio-lência. Para realizá-las são necessários

recursos, competência, criatividade, o que não tem sido encontrado em níve-si de governos federal e estaduais”.

“Por um lado, há relativa falta de recursos e se há redução do chamado ‘crescimento econômico’, isso se agra-va. Se há o crescimento populacional e aumento da pobreza, então os pro-blemas se avolumam e as soluções são cada vez mais difíceis”, resume.

Por outro lado, completa, a compe-tência e criatividade são fundamentais para minimizar os efeitos geradores de problemas na segurança pública, ape-sar de haver uma relativa escassez de recursos. “Competência e criatividade são mais necessárias nesses momen-tos nos quais diminuem os recursos. No caso brasileiro, que se reproduz em Goiás, há escassez de recursos e compe-tência e criatividade”, critica.

“O grande desafi o para os estados reside em lidar com a profunda crise fi scal do setor público”, reporta o cien-tista político e professor da UFG, Fran-cisco Tavares (foto). O erro, no entanto, está na forma de enfrentar o problema.

Diante da difi culdade, governantes e candidatos anunciam medidas de austeridade como solução. Acreditam que, com menos gastos públicos, as contas tendem a se equilibrar. “A expe-riência, contudo, demonstra que esse caminho não costuma produzir resul-tados adequados, pois sacrifi ca setores como educação, obras para o desenvol-vimento e saúde”, ressalta.

Uma saída seria rever a arrecada-ção para aumentar receitas. “Há muito que fazer quanto a isso, em Goiás e no restante do país. Recentes estudos de-monstram que é possível cortar incen-tivos e exonerações, que não trazem

empregos nem investimentos, ao con-trário do que se acredita”.

É igualmente possível, continua, re-ver as prioridades quanto aos tributos estaduais, com ênfase no ICMS, cobran-do-se mais de produtos supérfl uos e luxuosos, e no imposto sobre doações e heranças, que possui alíquotas baixís-simas em Goiás e no Brasil em compa-ração com outros países.

O professor defende que crise fi s-cal, crescimento econômico, geração de empregos e de rentabilidade para o empresariado são elementos que ca-minham paralelamente, diferente do que pensa o senso comum.

“Se o Estado gasta um pouco mais com educação, ciência e tecnologia. Se decide investir um pouco mais em en-sino técnico e infraestrutura, isso ten-de a criar um ciclo positivo na ativida-de econômica privada”, considera.

Ele explica: o investidor vai se bene-fi ciar de infraestrutura mais adequa-da, de mão de obra qualifi cada, o que tende a aumentar a produtividade e ge-rar mais tecnologia. Portanto, diz, gasto público é algo que gera mais atividade econômica e não o contrário.

O que o governo tem de fazer, se-gundo Francisco, é impulsionar a economia mesmo que esteja em uma situação de difi culdade fi scal. Even-tualmente, enfatiza, pode até se endi-vidar para fazer a roda da economia girar. “Com a economia mais ativada, o Estado arrecada mais. A gente chama isso de multiplicador fi scal”, fi naliza.

GOIÁS 2018, 2019, 2020...

O que há de novo?MAL COLOCAMOS O PÉ NO ANO ELEITORAL E O EMBATE ENTRE OS PRÉ-CANDIDATOS COMEÇOU. ESPECIALISTAS E POPULARES APONTAM OS DESAFIOS PARA O FUTURO DO ESTADO

Ponto nevrálgico: a segurança

Crise fi scal, austeridade

A população de Goiás precisa de

mais segurança pública, e ainda mais urgente é a saúde, que está um caos. Não há atendimento digno à população. O desafi o do próximo governador é colocar ordem no estado, ordem nas contas públicas.Jamile de Paiva Mesquita, 30, atendente

O governo tem trabalhado bem no

quesito infraestrutura. Mas nos serviços básicos, estado e municípios deixam a desejar. Eles afi rmam que tudo está bom, e não é o que é visto pela população. A arrecadação é exorbitante com pouquíssimo retorno nas áreas de saúde, educação, transporte e segurança. É urgente um serviço básico de saúde e um enfrentamento não apenas de forma preventiva.”Lorran Henrique Alves, 24, autônomo Horticultor

Goiás precisa muito mesmo que melhore

a saúde e o transporte. Tenho dó de quem anda no transporte cheio. E não é só isso. Não temos cultura, lazer e educação de qualidade. Que o próximo governo venha com um pacote enorme de boas escolas, postos de saúde e opções culturais. No nosso Goiás não tem cultura, poucas pessoas têm acesso a teatros e lugares de cultura.”

Antônia de Souza, 42, agente comunitária de saúde

FALA, POVO!

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7 GOIÂNIA, 15 A 21 DE ABRIL DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

Casos recorrentes de dengue e de gripe H1N1, inclusive, com mortes registradas nos últimos dias são um dos destaques do professor da Uni-versidade Alfredo Nasser (Unifan), o cientista político Marcos Cristiano dos Reis (foto), para reforçar um desa-fi o que tem sido apontado por gran-de parte da população: a atenção à saúde pública. Marcos cita também a necessidade de uma maior conscien-tização acerca dos direitos sociais e humanos, com foco na diminuição dos índices de criminalidade.

“Já estamos no quarto mês do ano e os problemas se acumulam. Vale citar que, segundo a Secretaria [Esta-dual] de Saúde, nesses primeiros me-ses já foram registrados quase 27 mil casos de dengue, 12,66% a mais que o mesmo período de 2017, isso sem levar em conta os últimos casos de suspeita do H1N1 na região metro-politana”, enfatiza.

No campo social, é urgente o combate ao feminicídio em Goiás. Marcos lança mão de dados da Secre-taria de Segurança Pública do Estado (SSPGO) para afi rmar que o índice de tentativas de assassinato de mulhe-res em janeiro e fevereiro deste ano é mais elevado que os registrados no mesmo período em anos anteriores.

“Homofobia e transfobia também são crimes graves em Goiás. O Estado é o 10º do país com o maior número de homicídios contra a comunida-de LGBT”, relata. Todos estes são in-dicadores, comenta o professor, das fortes tendências conservadoras e patriarcalistas que ainda dominam a cultura goiana.

Marcos dos Reis relembra ainda as mortes de nove presos durante a rebelião de 1º de janeiro, em Apare-cida de Goiânia. À época, a Comissão Interamericana de Direitos Huma-nos divulgou documento em repú-dio à violência e enfatizando a obri-gação do Estado em investigar todas as mortes das pessoas que estavam sob a sua custódia. “A falta de contro-le no interior dos presídios foi cri-ticada pela Comissão, que concluiu

que a segurança acaba sendo realiza-da pelos próprios presos por falta de infraestrutura, que deveria ser forne-cida pelo Estado”, destaca.

O relatório trouxe à tona tam-bém, diz Marcos, o fato de que os pre-sídios são espaços insalubres, onde não existem políticas públicas que promovam a reabilitação e a readap-tação social dos presos. O resultado é um ciclo interminável de exclusão social e reincidência criminal, que chegam a um lugar comum: o cresci-mento vertiginoso da violência nas cidades.

Em síntese, o cientista político avalia que a ausência de políticas públicas efetivas para a saúde, a se-gurança e a habitação é comum e se repete por todo o Estado. Situação agravada, segundo ele, nas regiões do interior e norte de Goiás.

As propostas dos candidatos ao governo devem contemplar ações de conscientização dos direitos huma-nos, de combate à intolerância e de promoção de políticas de segurança além de uma estrutura de políticas de saúde que valorize a prevenção. “Do contrário, governos estarão con-tornando e protelando estes proble-mas sociais que são emergenciais no Estado”, assevera.

“Qualquer que seja o governador, ele deve continuar com a mesma po-lítica na área econômica. Não há mui-to que fazer”. A opinião, que pode ser considerada controversa por muitos, é do economista e professor da Pon-tifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Eber Vaz (foto). Ele refere-se à política de incentivos fi scais, caracte-rística forte dos governos tucanos que em Goiás marcou a gestão de Marconi Perillo, e que é considerada por Eber como a responsável pelo crescimento do PIB do Estado acima da média do PIB nacional em 2017. Quer dizer, Goi-ás cresceu mais economicamente do que a média de crescimento nacional.

“A política de incentivos fi scais propiciou a chegada de grandes in-dústrias aos municípios goianos. Imagino que de agora até o fi nal do ano [durante gestão de Zé Eliton] não há como fazer muito. Eliton não vai precisar fazer muito esforço porque a política econômica já está bem enca-minhada”, avalia.

Grandes indústrias têm fatura-mento alto, assim, argumenta o eco-nomista, apesar dos incentivos fi scais, o Estado se benefi cia de uma consi-derável arrecadação e faz a economia girar. “Goiás não tem condições de

desenvolver empresas próprias para atingir a dimensão que têm as multi-nacionais”, assegura.

Com relação à geração de empre-gos, Eber também acredita na poten-cialidade das indústrias que chegam ao Estado. Embora, a geração direta de vagas seja pequena, grande indústrias provocam o surgimento de outras empresas ao seu redor. “Elas geram demanda de serviços terceirizados, como transporte, logística, incinera-ção de resíduos. Isso gera um efeito multiplicador na economia”.

A difi culdade em gerar empregos diretos está na baixa qualifi cação dos profi ssionais em Goiás, o que faz com que as multinacionais tragam pessoal de fora para trabalhar aqui. Um dos desafi os do Estado, então, é a melho-ria na educação e qualifi cação profi s-

sional. “A UFG e a UEG [Universidade Estadual de Goiás], que são públicas, devem aprimorar um pouco mais a formação de pessoas para atuar nes-sas empresas [multinacionais]”, diz.

No quesito infraestrutura, Eber Vaz considera que Goiás consegue atender bem porque as indústrias es-tão sempre concentradas, em polos. “Temos polos em Aparecida de Goiâ-nia, Rio Verde, Anápolis, Catalão e ago-ra há uma expansão, com as empresas chegando também a cidades próxi-mas, mas sempre em locais que têm estrutura e que fi cam perto das gran-des rodovias”, explana.

Contudo, Goiás ainda é carente de uma malha viária melhor. Para o eco-nomista, esse ponto é um desafi o. “E é complicado porque o Estado precisa fazer, mas não tem como reduzir os custos de manutenção depois. O ide-al seria que fossem construídas e se fi zesse a concessão dessas rodovias. Mas o fl uxo de tráfego não é sufi cien-te para gerar o interesse de empresas privadas e a manutenção acaba fi can-do nas mãos dos governos. Nós não somos nem pequenos demais nem grandes demais para entrar nesse mercado e alavancar determinados negócios”, afi rma

O que há de novo?Saúde, presídios e o social

Incentivos fi scais e qualifi cação

O desafi o dos governantes é a

saúde. Todo dia a gente vê as histórias nos jornais, dá tristeza. Eles devem oferecer saúde à população e não fazem isso. Quando você tem saúde, o resto corre atrás, trabalha para conseguir.” Fernanda Pereira, 31, autônoma

O que a população mais precisa

é educação porque melhoraria as outras áreas. Com a educação nasce a empatia e o dever de pensar não só em você, mas no próximo. Assim teremos uma melhor qualidade na segurança pública e melhoria de vida. Outro desafi o para o próximo governador é melhorar a saúde, porque está um caos.”Stefany Lemes Martins, 28, assistente administrativo

O desafi o é muito grande para José

Eliton: equilibrar as contas públicas e fi nalizar as obras iniciadas, porque todo mundo sabe que Marconi [Perillo] só fez um espelho para se candidatar ao Senado. Tem muito serviço para fazer e muita dívida para pagar. Mas há, por outro lado, um legado positivo que Marconi deixou: o pagamento do funcionalismo público que nunca atrasou. Vamos ver se a próxima gestão vai dar continuidade.”Adenilson Coutinho, 49, impressor de offset

FALA, POVO!

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8 GOIÂNIA, 15 A 21 DE ABRIL DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

Vacina antecipadaGOVERNO

O governador José Eli-ton lançou, na ma-nhã da última sex-

ta-feira, 13, em Trindade, a campanha de vacinação contra o vírus Infl uenza H1N1 em Goiás. O lança-mento foi na Unidade Bási-ca de Saúde Santuário Novo. A antecipação em dez dias ao calendário do Ministério da Saúde foi para combater o princípio de surto da do-ença no Estado.

Nesse primeiro momento, 640 mil doses, de um total de 1,7 milhão, foram distribuí-das pela Secretaria de Saúde nos 246 municípios goianos. Têm prioridade, nessa eta-pa, idosos, trabalhadores da saúde e pessoas com doenças cardíacas e respiratórias gra-ves.

“Antecipamos, em Goiás, o calendário de vacinação em relação ao Brasil, que inicia no dia 23. Agradeço ao Minis-tério da Saúde, na pessoa do ministro Gilberto Occhi, bem como a intervenção do mi-nistro das Cidades, Alexandre Baldy, para que pudéssemos fazer essa antecipação. Faze-mos um apelo para que todas as pessoas que estão dentro do grupo prioritário se diri-jam aos postos de saúde dos

diversos municípios goianos para realizarem a vacinação”, disse o governador.

José Eliton vem fazendo gestão junto ao ministro Gil-berto Occhi, com que teve al-guns contatos, para ampliar o número de vacinas em Goi-ás, inclusive para pessoas que não compõem o grupo priori-tário.

“Estamos com toda a rede preparada para atender o ci-dadão nessa demanda que é importante. Cuidar da saúde

é um foco no ser humano e um foco de atenção do go-verno de Goiás. O ministro da Saúde está analisando se é possível ampliar a quantida-de de vacinas, imunizando o maior número de pessoas em Goiás”, afi rmou José Eliton.

Secretário de Saúde, Leo-nardo Vilela disse que o Esta-do receberá, na segunda-feira (16), 200 mil novas doses da vacina. “Graças à gestão do governador José Eliton, ao apoio do ministro Baldy e à

compreensão do ministro Occhi, antecipamos, em 10 dias, a campanha de vacina-ção em Goiás”, declarou.

GoiâniaPara atender os grupos

prioritários da vacinação contra a gripe deste ano, a Prefeitura de Goiânia vai dis-ponibilizar as doses em 56 postos do município. As va-cinas estarão disponíveis a partir de sexta-feira, 13, para idosos, ou seja, pessoas com

idade igual ou superior a 60 anos, para os trabalhadores de saúde, doentes crônicos e indivíduos com condições clínicas especiais. Confi ra a lista de salas aqui.

Na maioria dos locais será possível encontrar tanto as doses contra a Infl uenza quanto as demais vacinas de rotina do Calendário Nacio-nal de Vacinação. Entretanto, há unidades estratégicas que oferecerão somente a vacina que protege da gripe, como o Centro Municipal de Vaci-nação, no setor Pedro Ludo-vico, e o Cais de Campinas. Já outras salas disponibilizarão somente as doses considera-das de rotina.

Durante a campanha, de segunda a sexta-feira o Cen-tro Municipal de Vacinação (CMV) oferecerá somente a vacina contra Infl uenza. Aos fi nais de semana, a unidade disponibilizará as demais va-cinas de rotina do Calendário Nacional. Não haverá vacinas contra a gripe nos fi ns de se-mana.

Já o serviço de Orienta-ção ao Viajante oferecido na unidade estará disponível somente para quem apresen-tar passagem confi rmando o destino e a data da viagem.

SURTO DE H1N1 FAZ COM QUE GOVERNO ANTECIPE INÍCIO DE VACINAÇÃO EM TRINDADE E GOIÂNIA

Governador José Eliton acompanha início de vacinação em Trindade

Divulgação

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8 GOIÂNIA, 15 A 21 DE ABRIL DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

Vacina antecipadaGOVERNO

O governador José Eli-ton lançou, na ma-nhã da última sex-

ta-feira, 13, em Trindade, a campanha de vacinação contra o vírus Infl uenza H1N1 em Goiás. O lança-mento foi na Unidade Bási-ca de Saúde Santuário Novo. A antecipação em dez dias ao calendário do Ministério da Saúde foi para combater o princípio de surto da do-ença no Estado.

Nesse primeiro momento, 640 mil doses, de um total de 1,7 milhão, foram distribuí-das pela Secretaria de Saúde nos 246 municípios goianos. Têm prioridade, nessa eta-pa, idosos, trabalhadores da saúde e pessoas com doenças cardíacas e respiratórias gra-ves.

“Antecipamos, em Goiás, o calendário de vacinação em relação ao Brasil, que inicia no dia 23. Agradeço ao Minis-tério da Saúde, na pessoa do ministro Gilberto Occhi, bem como a intervenção do mi-nistro das Cidades, Alexandre Baldy, para que pudéssemos fazer essa antecipação. Faze-mos um apelo para que todas as pessoas que estão dentro do grupo prioritário se diri-jam aos postos de saúde dos

diversos municípios goianos para realizarem a vacinação”, disse o governador.

José Eliton vem fazendo gestão junto ao ministro Gil-berto Occhi, com que teve al-guns contatos, para ampliar o número de vacinas em Goi-ás, inclusive para pessoas que não compõem o grupo priori-tário.

“Estamos com toda a rede preparada para atender o ci-dadão nessa demanda que é importante. Cuidar da saúde

é um foco no ser humano e um foco de atenção do go-verno de Goiás. O ministro da Saúde está analisando se é possível ampliar a quantida-de de vacinas, imunizando o maior número de pessoas em Goiás”, afi rmou José Eliton.

Secretário de Saúde, Leo-nardo Vilela disse que o Esta-do receberá, na segunda-feira (16), 200 mil novas doses da vacina. “Graças à gestão do governador José Eliton, ao apoio do ministro Baldy e à

compreensão do ministro Occhi, antecipamos, em 10 dias, a campanha de vacina-ção em Goiás”, declarou.

GoiâniaPara atender os grupos

prioritários da vacinação contra a gripe deste ano, a Prefeitura de Goiânia vai dis-ponibilizar as doses em 56 postos do município. As va-cinas estarão disponíveis a partir de sexta-feira, 13, para idosos, ou seja, pessoas com

idade igual ou superior a 60 anos, para os trabalhadores de saúde, doentes crônicos e indivíduos com condições clínicas especiais. Confi ra a lista de salas aqui.

Na maioria dos locais será possível encontrar tanto as doses contra a Infl uenza quanto as demais vacinas de rotina do Calendário Nacio-nal de Vacinação. Entretanto, há unidades estratégicas que oferecerão somente a vacina que protege da gripe, como o Centro Municipal de Vaci-nação, no setor Pedro Ludo-vico, e o Cais de Campinas. Já outras salas disponibilizarão somente as doses considera-das de rotina.

Durante a campanha, de segunda a sexta-feira o Cen-tro Municipal de Vacinação (CMV) oferecerá somente a vacina contra Infl uenza. Aos fi nais de semana, a unidade disponibilizará as demais va-cinas de rotina do Calendário Nacional. Não haverá vacinas contra a gripe nos fi ns de se-mana.

Já o serviço de Orienta-ção ao Viajante oferecido na unidade estará disponível somente para quem apresen-tar passagem confi rmando o destino e a data da viagem.

SURTO DE H1N1 FAZ COM QUE GOVERNO ANTECIPE INÍCIO DE VACINAÇÃO EM TRINDADE E GOIÂNIA

Governador José Eliton acompanha início de vacinação em Trindade

Divulgação

ANÁLISE

Marcos Marinho

Um dos fatores que sem-pre limitou as campa-nhas proporcionais

durante os pleitos eleitorais foi o pouco espaço de que candida-tos(as) dispunham para conso-lidar suas imagens junto à au-diência eleitora, via rádio e TV. Parcos segundos, na maioria das vezes, onde cabia ao/a candida-to(a) apenas proferir rápidas pa-lavras ou, como acontecia com aqueles(as) que não detinham muito espaço em seus próprios partidos, serem retratados com uma imagem estática e uma lo-cução em off repetindo seus no-mes e números.

Para quem pesquisa a co-municação eleitoral já resta claro que difi cilmente os/as eleitores(as) creditam seus vo-tos em rostos sobre os quais não possuem algum nível de conhecimento. Por mais que muita gente reclame, esse fator fi ca evidenciado com os altos índices de reeleição vistos após a computação dos votos, onde fi guras, execradas publicamen-te, conseguem permanecer nos mandatos.

Lógico que há aí outros fatores envolvidos, mas é im-possível desconsiderar que o desconhecimento entre elei-tores e candidatos(as) infl uen-cia na concentração de votos naqueles(as) que são mais co-nhecidos(as), em comparação à pulverização dos votos entre os desconhecidos. Como repito sempre em minhas aulas e pa-lestras, geralmente temos visto a reeleição de quem consegue reunir os votos da “maioria da minoria”. Ou seja, quem con-segue, entre as baixas concen-trações de votos, somadas as abstenções e anulações, reunir quantitativos, mesmo que não muito expressivos, que os colo-quem à frente dos demais con-correntes.

Porém, e isto vem fi cando a cada dia mais evidente não só na seara política, mas também nos mercados, temos experi-mentado uma transformação no paradigma da comunicação há alguns anos. Mesmo reco-nhecendo a força das tradicio-nais mídias de massa, televisão e rádio, é inconteste que houve

Muitos canais, mas onde está a audiência?

ENQUANTO AS CAMPANHAS ELEITORAIS AINDA UTILIZAM

GRANDES VEÍCULOS DE MASSA NA COMUNICAÇÃO, PARTE DOS

ELEITORES MIGRAM PARA OUTROS MEIOS, COMO AS REDES SOCIAIS

uma grande fragmentação da audiência antes concentrada em al-guns poucos canais des-ses tipos de veículos.

E para onde migra-ram os telespectadores? Apesar de ainda consumi-rem as mídias tradicionais, os espectadores são hoje também internautas e gastam bastan-te tempo consumindo mídias disponíveis na web. Ocupam-se com redes sociais digitais, men-sageiros eletrônicos, canais de áudio e vídeo e produtos on-de-mand. Diferente das audiências tradicionais, concentradas em poucos canais e regidas pelas grades de horário, os internau-tas possuem um tipo diferente de lógica de consumo de conte-údo, onde não respeitam grades de programação, não restrin-gem sua atenção a um único produto ao mesmo tempo, se interessam muito mais em in-teragir do que apenas em rece-ber mensagens e, o que faz toda a diferença para nossa seara po-lítica, engajam-se na replicação e compartilhamento daquilo que lhes cativa, a fi m de se inte-grarem e se legitimarem dentro de seus grupos sociais.

Esse é o paradigma a ser apropriado pelos candidatos e candidatas que perceberam que não estão mais restritos(as) aos míseros segundos que seus partidos lhes concediam no Horário da Propaganda Eleitoral Gratuita, mas que podem se comunicar por vários canais e sem limite de tempo - a não ser o do bom senso e do bom planejamento. No entanto, tenho notado que tem escapado aos afoitos atores políticos o detalhe mais impor-tante deste novo momento da comunicação eleitoral: a pre-mência da construção da sua própria audiência.

Enquanto em outras épocas as emissoras de rádio e tele-visão, através de muito inves-timento de tempo e dinheiro, conseguiam, até mesmo pela menor concorrência quantitati-va, oferecer suas audiências aos/as candidatos(as), na web não

há, via de regra, este tipo de con-centração. Mesmo com o, agora aprovado, impulsionamento de conteúdo, que pouco vai ajudar caso as mensagens não produzam engajamento, pois serão tomadas pelos algoritmos como desinteressantes e assim colocadas no ostracismo, deve-mos considerar que neste ano haverá uma saturação nas time-lines de todos(as) internautas, que receberão conteúdos im-pulsionados de candidatos(as) à presidente, governador(a), senador(a), deputado(a) estadu-al e federal. Desta forma, sem o envolvimento e engajamento da audiência na replicação e compartilhamento, aumentan-do organicamente o alcance das mensagens, os atores polí-ticos, agora com muitos canais à disposição, experimentarão a

situação de não ter

com quem falar.

Tenho vis-to muita gente

exaltando as no-vas ferramentas digitais,

suas capacidades de seg-mentação e entrega de conteú-

dos com grande capacidade per-suasiva, mas, ao mesmo tempo, tenho visto poucos(as) pré-candi-datos(as) investindo em qualida-de de material e criação de audi-ência para suas mensagens.

Em 2018, após as últimas al-terações na legislação eleitoral que reduziram tempo de cam-panha e recursos de propagan-da que eram utilizados durante os pleitos, receio que veremos uma infi nidade de dinheiro mal gasto com comunicações que não alcançam seu target, de novatos(as) que, mesmo sen-do motivados pelos gritos de “renovação”, não conseguirão aproveitar o momento, pois não investiram em entender como as coisas realmente funcionam na comunicação eleitoral.

Marcos MarinhoProfessor e Consultor Político.@mmarinhomkt

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Donos da Copa

Seleções do Grupo ARússia

RÚSSIA 2018

Fagner Pinho

A exatos dois meses do início da Copa do Mundo de Futebol da Fifa, maior evento es-portivo do planeta, a Tribuna do Planalto

inicia nesta edição uma série de matérias espe-ciais sobre todos os grupos e seleções da edição deste ano, que irá ser disputada na Rússia, pela primeira vez na história.

A cada semana você, leitor, saberá mais sobre a Copa 2018, como prová-veis escalações, melhores jogadores, como chegou até a Rússia, histórico de classifi cações em mundiais anteriores, dentre outras informações. O grupo a ser analisado nesta edição é justamente o Grupo A, que conta com o bicampeão mundial Uruguai, Egito, Arábia Saudita e a seleção anfi triã do torneio, a Rússia.

Antes União Soviética, a Rússia tem pouco “tempo” de vida no cenário esportivo mundial. Assim como várias seleções do Les-te Europeu, a Rússia surgiu no colapso da Cortina de Ferro no fi nal da década de 1980 e início da década de 1990.

Desde então, a seleção russa seguiu o momento de sua anteces-sora, que vinha mal em mundiais. Anfi triã desta edição da Copa do Mundo, ela, no en-tanto, não deve ser

obstáculo às demais seleções. No fi nal da década de 1980, a União So-

viética chegou a criar uma grande equipe que chegou até a fi nal da Eurocopa de 1988, ocorrida na Alemanha Ocidental. Com um time forte, os soviéticos passaram

por Holanda, Inglaterra e Irlanda na primeira fase. Nas semifi nais venceram a forte Itá-

lia por 2 a 0, mas na fi nal, caíram para a Holanda, de Gullit, Van Basten, Rijka-

ard e Koeman.Na Copa de 1990 teve início a que-

da. Com uma seleção envelhecida e abatida com o momento político e econômico atravessado pelo país,

os soviéticos não passaram sequer da primeira fase. Em 1994, a repetição do

feito. As derrotas para Brasil e Suécia eli-minaram a equipe, que teve um bom mo-mento na vitória por 6 a 1 diante de uma envelhecida seleção de Camarões.

Desde então o futebol russo passou por maus bocados. Sem força na for-

mação de jogadores, os russos não se destacaram em nenhuma competi-ção por mais de quinze anos, quando

a geração liderada por Andrei Arshavin e que contava com

os ainda hoje ído-los Yuri Zhirkov e Akinfeev, chegou até as semifi nais

da Eurocopa de 2008, sendo eliminada pela futura campeã Espanha.

Hoje o time comandado por Stanislav Tchertche-sov busca apagar a má impressão da última Copa do Mundo, da última Eurocopa e da última Copa das Confederações, quando foi eliminado ainda na primeira fase de cada competição, decepcionando a fanática torcida russa.

Antes União Soviética, a Rússia tem pouco “tempo” de vida no cenário esportivo mun-dial. Assim como várias sele-ções do Leste Europeu, a Rússia surgiu no colapso da Cortina de Ferro no fi nal da década de 1980 e início da década de 1990.

Desde então, a seleção rus-sa seguiu o momento de sua antecessora, que vinha mal em mundiais. Anfi triã desta edição da Copa do Mundo, ela, no en-tanto não deve ser obstáculo às demais seleções.

No fi nal da década de 1980, a União Soviética chegou a criar uma grande equipe que chegou até a fi nal da Eurocopa de 1988, ocorrida na Alemanha Ocidental. Com um time forte, os soviéticos passaram por Ho-landa, Inglaterra e Irlanda na primeira fase. Nas semifi nais venceram a forte Itália por 2 a 0, mas na fi nal, caíram para a Holanda, de Gullit, Van Basten,

INÍCIO DA SÉRIE DE MATÉRIAS DA TRIBUNA DO PLANALTO SOBRE A COPA DO MUNDO DESTE ANO DESTACA GRUPO A, DA ANFITRIÃ RÚSSIA

TIME BASE

Akinfeev; Kudryashov, Samedov, Vasin e Dzhikiya; Shishkin, Zhirkov, Kombarov e Golovin; Glushakov e SomolovTécnico: Stanislav TchertchesovMundiais disputados: três / Como se classifi cou: País-sedeMelhor partida: Rússia 6 x 1 Camarões (Copa do Mundo de 1994, EUA)Melhor campanha: Nunca passou da primeira faseDestaques: Yuri Zhirkov, meia e lateral esquerdo (Zenit) e Akinfeev, goleiro (CSKA Moscou)Termômetro: frio / Até onde? Primeira fase/Oitavas de fi nal

Rijkaard e Koe-man.

Na Copa de 1990 teve início a queda. Com uma seleção enve-lhecida e abatida com o momento político e econômico atravessa-do pelo país, os sovi-éticos não passaram sequer da primeira fase. Em 1994, a repetição do feito. As derrotas para Brasil e Suécia eliminaram a equipe, que teve um bom momento na vitória por 6 a 1 diante de uma envelhecida seleção de Cama-rões.

Desde então o futebol rus-so passou por maus bocados. Sem força na formação de jo-gadores, os russos não se des-tacaram em nenhuma compe-tição por mais de quinze anos, quando a geração liderada por Andrei Arshavin e que contava com os ainda hoje ídolos Yuri Zhirkov e Akinfeev, chegou até as semifi nais da Eurocopa de 2008, sendo eliminada pela fu-

tura campeã Es-panha.

Hoje o time comandado por

Stanislav Tchert-chesov busca apa-

gar a má impressão da última Copa do Mundo, da última Eurocopa e da última Copa das Confederações, quan-

do foi eliminado ainda na primeira fase de cada

competição, decepcionando a fanática torcida russa.

Stanislav Tchertchesov técnico da Rússia

Yuri Zhirkov, destaque da Rússia

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Donos da Copa

Seleções do Grupo ARússia

RÚSSIA 2018

Fagner Pinho

A exatos dois meses do início da Copa do Mundo de Futebol da Fifa, maior evento es-portivo do planeta, a Tribuna do Planalto

inicia nesta edição uma série de matérias espe-ciais sobre todos os grupos e seleções da edição deste ano, que irá ser disputada na Rússia, pela primeira vez na história.

A cada semana você, leitor, saberá mais sobre a Copa 2018, como prová-veis escalações, melhores jogadores, como chegou até a Rússia, histórico de classifi cações em mundiais anteriores, dentre outras informações. O grupo a ser analisado nesta edição é justamente o Grupo A, que conta com o bicampeão mundial Uruguai, Egito, Arábia Saudita e a seleção anfi triã do torneio, a Rússia.

Antes União Soviética, a Rússia tem pouco “tempo” de vida no cenário esportivo mundial. Assim como várias seleções do Les-te Europeu, a Rússia surgiu no colapso da Cortina de Ferro no fi nal da década de 1980 e início da década de 1990.

Desde então, a seleção russa seguiu o momento de sua anteces-sora, que vinha mal em mundiais. Anfi triã desta edição da Copa do Mundo, ela, no en-tanto, não deve ser

obstáculo às demais seleções. No fi nal da década de 1980, a União So-

viética chegou a criar uma grande equipe que chegou até a fi nal da Eurocopa de 1988, ocorrida na Alemanha Ocidental. Com um time forte, os soviéticos passaram

por Holanda, Inglaterra e Irlanda na primeira fase. Nas semifi nais venceram a forte Itá-

lia por 2 a 0, mas na fi nal, caíram para a Holanda, de Gullit, Van Basten, Rijka-

ard e Koeman.Na Copa de 1990 teve início a que-

da. Com uma seleção envelhecida e abatida com o momento político e econômico atravessado pelo país,

os soviéticos não passaram sequer da primeira fase. Em 1994, a repetição do

feito. As derrotas para Brasil e Suécia eli-minaram a equipe, que teve um bom mo-mento na vitória por 6 a 1 diante de uma envelhecida seleção de Camarões.

Desde então o futebol russo passou por maus bocados. Sem força na for-

mação de jogadores, os russos não se destacaram em nenhuma competi-ção por mais de quinze anos, quando

a geração liderada por Andrei Arshavin e que contava com

os ainda hoje ído-los Yuri Zhirkov e Akinfeev, chegou até as semifi nais

da Eurocopa de 2008, sendo eliminada pela futura campeã Espanha.

Hoje o time comandado por Stanislav Tchertche-sov busca apagar a má impressão da última Copa do Mundo, da última Eurocopa e da última Copa das Confederações, quando foi eliminado ainda na primeira fase de cada competição, decepcionando a fanática torcida russa.

Antes União Soviética, a Rússia tem pouco “tempo” de vida no cenário esportivo mun-dial. Assim como várias sele-ções do Leste Europeu, a Rússia surgiu no colapso da Cortina de Ferro no fi nal da década de 1980 e início da década de 1990.

Desde então, a seleção rus-sa seguiu o momento de sua antecessora, que vinha mal em mundiais. Anfi triã desta edição da Copa do Mundo, ela, no en-tanto não deve ser obstáculo às demais seleções.

No fi nal da década de 1980, a União Soviética chegou a criar uma grande equipe que chegou até a fi nal da Eurocopa de 1988, ocorrida na Alemanha Ocidental. Com um time forte, os soviéticos passaram por Ho-landa, Inglaterra e Irlanda na primeira fase. Nas semifi nais venceram a forte Itália por 2 a 0, mas na fi nal, caíram para a Holanda, de Gullit, Van Basten,

INÍCIO DA SÉRIE DE MATÉRIAS DA TRIBUNA DO PLANALTO SOBRE A COPA DO MUNDO DESTE ANO DESTACA GRUPO A, DA ANFITRIÃ RÚSSIA

TIME BASE

Akinfeev; Kudryashov, Samedov, Vasin e Dzhikiya; Shishkin, Zhirkov, Kombarov e Golovin; Glushakov e SomolovTécnico: Stanislav TchertchesovMundiais disputados: três / Como se classifi cou: País-sedeMelhor partida: Rússia 6 x 1 Camarões (Copa do Mundo de 1994, EUA)Melhor campanha: Nunca passou da primeira faseDestaques: Yuri Zhirkov, meia e lateral esquerdo (Zenit) e Akinfeev, goleiro (CSKA Moscou)Termômetro: frio / Até onde? Primeira fase/Oitavas de fi nal

Rijkaard e Koe-man.

Na Copa de 1990 teve início a queda. Com uma seleção enve-lhecida e abatida com o momento político e econômico atravessa-do pelo país, os sovi-éticos não passaram sequer da primeira fase. Em 1994, a repetição do feito. As derrotas para Brasil e Suécia eliminaram a equipe, que teve um bom momento na vitória por 6 a 1 diante de uma envelhecida seleção de Cama-rões.

Desde então o futebol rus-so passou por maus bocados. Sem força na formação de jo-gadores, os russos não se des-tacaram em nenhuma compe-tição por mais de quinze anos, quando a geração liderada por Andrei Arshavin e que contava com os ainda hoje ídolos Yuri Zhirkov e Akinfeev, chegou até as semifi nais da Eurocopa de 2008, sendo eliminada pela fu-

tura campeã Es-panha.

Hoje o time comandado por

Stanislav Tchert-chesov busca apa-

gar a má impressão da última Copa do Mundo, da última Eurocopa e da última Copa das Confederações, quan-

do foi eliminado ainda na primeira fase de cada

competição, decepcionando a fanática torcida russa.

Stanislav Tchertchesov técnico da Rússia

Yuri Zhirkov, destaque da Rússia

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Arábia Saudita

Egito

Uruguai

Grupo ACom uma boa campanha nas eli-

minatórias da Ásia, na qual se classi-fi cou com doze vitórias, três empate e apenas três derrotas, os Filhos do Deserto chegam à Rússia tentando repetir o feito conquistado há 24 anos, quando chegou às oitavas de fi nal da Copa do Mundo dos Estados Unidos.

Naquela oportunidade, os sauditas caíram no Grupo F, com Holanda, Bélgica e Marrocos. Na primeira partida, já mostraram a que vieram, segurando empate em 1 a 1 com a Holanda até os 43 minutos do segundo tempo, quando os batavos acabaram mar-cando o segundo gol.

Mas foi na segunda partida que os sauditas espantaram o mun-do. Jogando contra a forte seleção da Bélgica, do volante Franky Van der Elst, do meia Enzo Scifo, do atacante Marc Wilmots, e do lendário goleiro Michel Preud’Homme, quem brilhou foi o rápido e habilidoso meia Saeed Al Owairan, que driblou oito jogadores belgas antes de bater na saída do goleiro.

Com a vitória – somada a outra diante de Marrocos por 2 a 1 – os árabes se classifi caram para as oitavas onde enfrentaram a forte Suécia (que viria a fi car na quarta colocação daquela Copa do Mundo) e perderam por 3 a 1. Esta geração tentará voltar a sur-preender.

Primeira seleção africana a marcar gol em uma Copa do Mundo em 1934, o Egito volta a disputar um mundial de futebol depois de exatos 27 anos. A sua última participação havia sido em 1990, quando enfrentaram Holan-da, Inglaterra e Irlanda. Apesar de não jogarem mal (empataram com Holanda e Irlanda), os egípcios foram desclassifi cados ainda na fase inicial, após derrota para os ingleses.

Agora, 28 anos depois, eles estão de volta. E a classifi cação não poderia ter sido mais dramática. Na última partida das elimina-tórias, diante do Congo, os egípcios precisavam da vitória. Astro do time, o atacante Salah, que atua pelo Liverpool da Inglaterra, marcou aos 18 minutos da segunda etapa.

A vitória seguiu até os 43 minutos, quando o Congo empatou com gol de Moutou, para desespero da torcida egípcia. Mas a pre-destinação estaca com os árabes, que permaneceram no ataque até que, aos 50 minutos do segundo tempo Salah marcou mais uma vez, para um estouro nas ruas de Cairo e de todo o Egito.

É e em Salah a maior esperança dos torcedores. Ao lado do ata-cante Elneny, que joga pelo rival Arsenal, na Liga Inglesa, ele tem a missão de levar o time às oitavas de fi nal pela primeira vez.

O peso da camisa, da defesa e do ataque. Este é o Uruguai, o principal time do Grupo A da Copa do Mundo, que volta a disputar uma Copa do Mundo querendo aquilo que não conquista há muitos anos: um título mundial, como os que orgulharam os uru-guaios em 1930 e em 1950, no famoso Maracanazzo.

Desde então a Celeste tem buscado reencontrar o bom futebol do passado. Após décadas de tentativas frustradas, embora tivesse equipes recheadas de craques como Enzo Francescoli, Ruben Paz, Ruben Sosa, Gustavo Poyet, Daniel Fonseca, Paolo Montero e Álva-ro Recoba, os uruguaios somente voltaram a ser grandes em 2010, pelos pés de Diego Forlán.

Foi com o atacante que a camisa azul voltou a ser respeitada. Com chutes cheios de efeito e golaços, Forlán conduziu sua sele-ção até as semifi nais da Copa da África do Sul, quando foram eli-minados pela Holanda com derrota de 3 a 2. Forlán foi eleito o melhor jogador da Copa e se sagrou artilheiro com 5 gols.

Agora o trabalho de reerguer o Uruguai está nos pés dos ata-cantes Luis Suarez e Edinson Cavani, apontada como uma das melhores duplas de ataque do mundo. Além deles, os uruguaios também contam com uma excelente dupla de zaga, com Godín e Gimenez, ambos do Atlético de Madri.

1ª rodada

14/06 - 12h - Rússia x Arábia Saudita Estádio Luzhniki (Moscou)

15/06 - 09h - Egito x Uruguai Estádio Central (Ecaterimburgo)

2ª rodada

19/06 - 15h - Rússia x Egito Estádio Krestovsky (São Petersburgo)

20/06 - 12h - Uruguai x Arábia Saudita Arena Rostov (Rostov do Don)

3ª rodada

25/06 - 11h - Uruguai x Rússia Arena de Samara (Samara)

25/06 - 11h - Arábia Saudita x Egito Arena Volgogrado (Volgogrado)

TIME BASE

TIME BASE

TIME BASE

Al Maioufi ; Alshahrani, Osama Hawsawi, Omar Hawsawi e Al-Harbi; Otayf, Al Shehri, Al-Jassim e Al Faraj; Al Abid e Al ShawaliTécnico: Juan Pizzi (Espanha/Argentina)Mundiais disputados: quatro (1994, 1998, 2002, 2006) / Melhor partida: Bélgica 0 x 1 Arábia Saudita, com gol memorável de Saeed Al Owairan, no qual driblou quase todo o time belga. (Copa do Mundo de 1994, EUA)Melhor campanha: Oitavas de fi nal 1994Como se classifi cou? Eliminatórias da Ásia: 12v, 3e, 3d / Destaque: Saeed Al Mowalad, lateral-direito (Farense, Portugal)Termômetro: frio / Até onde? Primeira fase/Oitavas de fi nal

El-Hadary; Fathi, Hegazy, Ramy Rabia e Abdelshafi ; Tarek Hamed, El-Neny, Gomaa e Ahmed Hassan; Salah e SobhiTécnico: Héctor Cúper (Argentina)Mundiais disputados: doisMelhor partida: Empate por 1 a 1 contra a Holanda na primeira fase da Copa do Mundo de 1990, na Itália / Melhor campanha: Oitavas de fi nal em 1934 / Como foi nas Eliminatórias: 5 vitórias, 1 empate e 2 derrotas / Destaques: Salah (Liverpool) e Elneny (Arsenal) / Termômetro: morno / Até onde? Oitavas de fi nal, talvez quartas de fi nal, dependendo do desempenho do craque Salah

Fernando Muslera; Martin Cáceres, Diego Godín, José Maria Giménez e Álvaro Pereira; Carlos Sánchez, Rodrigo Bentancur, Álvaro Gonzáles e Cristian Rodríguez; Luis Suárez e Edinson CavaniTécnico: Óscar TabárezMundiais disputados: 12Títulos: dois (1930, 1950)Como foi nas Eliminatórias: sete vitórias, sete empates, quatro derrotasDestaques: Luis Suárez (Barcelona), Edinson Cavani (Paris Saint Germain) e Diego Godín (Atlético de Madrid)Termômetro: morno/quenteAté onde? Quartas de fi nal

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bazarDaniela [email protected]

Roberto Carlos vem a Goiânia em maio. Primeiro, no dia 17, o rei demonstra seu lado

empreendedor e participa do lançamento do Horizonte Flamboyant, residencial da

Emoções Incorporadora. Roberto é sócio da Emoções. Os fãs também serão presenteados pela visita. Roberto sobe ao palco do Goiânia

Arena, dia 19, às 21h, para interpretar os sucessos de sua longa carreira. São canções já tradicionais na programação de fi m de ano da

Globo, que podem ser vistas e ouvidas

ao vivo. Chance única.

Casa Cor 2018A maior mostra de decoração do Estado já tem data e endereço certos. A Casa Cor Goiás 2018 será no Órion Bussiness, edifício de 50 níveis e 183 metros de altura, que será inaugurado em agosto na avenida Portugal, Setor Marista. Antes, o Órion recebe, de 4 de maio a 13 de junho, a Casa Cor, que ocupará três andares, com 43 ambientes e o Bar do Céu, no mirante.

Blitz e trocas literáriasO Sesc Campinas preparou a Semana do Livro Infantil de 16 a 20 de abril, com entrada franca. Na programação tem ‘Blitz Literária’, um convite à leitura; o ‘Livro sem Dono’, com obras espalhadas pelo Sesc; o mural com informações e homenagens a escritores da literatura infantil; e para fechar, no dia 19, tem Troca de Livros Infantis e Gibis, das 14h às 19h. Para participar é simples: entregue os títulos que deseja trocar antes do dia 19, na biblioteca do Sesc, e ganhe cupons para escolher outros livros e gibis no dia da troca. Informações: 3522-6450.

Karabtchevsky e a Filarmônica de Goiás Nesta sexta-feira, 20, às 20h30, a Filarmônica de Goiás recebe Isaac Karabtchevsky, considerado pelo jornal inglês ‘The Guardian’ como um dos ícones vivos do país. O maestro vai reger a Sinfonia nº 2 de Gustav Mahler, conhecida como ‘Ressurreição’. Para interpretar a obra foram convidados a Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás, o Coro Sinfônico Jovem de Goiás e o Coro Sinfônico de Goiânia. Em seguida, tem ‘Piedade: Suíte Sinfônica’, obra do compositor brasileiro João Guilherme Ripper. O concerto será no Centro de Convenções da PUC, com entrada gratuita.

Invenção do AmorO Teatro Madre Esperança Garrido recebe,

dia 22, a comédia romântica ‘A Invenção do Amor’. Espetáculo com Maria Clara Gueiros e Guilherme Piva. Com texto de Alessandro

Marson e Thereza Falcão, a peça expõe a relação amorosa de um Homo Sapiens com uma Mulher de Neandertal e brinca com a evolução do ser humano e os confl itos dos

relacionamentos amorosos.A direção é de Marcelo Valle.

Semana Mundial de AlergiaDoença de pele infl amatória crônica mais comum, a dermatite atópica será o centro dos debates durante a Semana Mundial de Alergia, de 22 a 28 de abril. O tema de 2018, escolhido pela Organização Mundial de Alergia, reverbera em diversos países para conscientizar a população sobre um problema que atinge todas as idades, e que se inicia normalmente em crianças menores de 5 anos. Em Goiânia, a discussão é liderada pelos profi ssionais da regional Goiás da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai).

São tantas emoções...

Iris manda mensagemHOMENAGEM

Vassil Oliveira

O prefeito de Goiânia, Iris Rezende, foi homenage-ado pelos Correios com

um selo pelos seus 60 anos de vida pública.

Não foi mais uma homena-gem.

Foi uma homenagem com choro engasgado.

Iris tentou agradecer. “Eu comecei sonhando com

os Correios. E veja... praticamen-te... ao apagar das luzes”...

Depois das luzes, o soluço, as lágrimas, as mãos unidas em um gesto singelo de reverência,

eloquente discurso de humil-dade diante do arco no tempo percorrido, certamente, pelas lembranças.

Como se Iris, homenageado, homenageasse as horas, os dias, as noites que desaguaram no instante que sentia recebê-lo em merecida vênia.

Ser Iris não é coisa que se veja toda hora na política. Ser Iris é uma exceção à regra sem des-canso à vista.

Aos 84 anos, ele ilumina, não apaga. Ele inspira, não expira prazo de validade como líder. É cobrado. Cobra. É desafi ado. De-safi a.

Persiste, em meio aos que transigem com a agonia das pressões e das ameaças ao seu patrimônio imaterial.

Contra inimigos agitados e amigos assustados, segue fi rme e forte. Ante a dura realidade na prefeitura, mantém-se altivo e ativo. É sua missão divina, sem-pre diz.

Ser Iris é carregar nos om-

bros o mundo, como o poeta, e a expectativa de que sempre terá de ser, no mínimo, muito além de Iris.

O choro de hoje é o choro de um homem que foi longe, mas que ainda não chegou. Está a caminho, carregado de aconte-cimentos passados e futuros, em um presente liquidifi cador.

Tão carregado que transpi-

ra os fatos, respira palavras. Iris tem a ciência de sua vida, e cons-ciência de história que escreve.

Ali nos Correios está postada a mensagem simples que che-gará mais rápido aos que ain-da preservam caixa no coração para receber notícias da vida.

E a água de seus olhos, se pa-rece córrego, na verdade é princí-pio de mar.

O TEMPO PRESENTE É INFINITO NO PASSADO E NO FUTURO

Iris é homenageado pelos Correios com um selo