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www.orecifense.com.br O Jornal do Recife Recife | Pernambuco | Brasil Outubro de 2011 | N o 1 Edição mensal Distribuição gratuita O Recifense OS DESAFIOS DO RECIFE Dr. Paulo Rubem fala em defesa do consumidor página 7 << ESPAÇO LEGAL Dr. Carlos Bayma fala como a saúde é complexa página 6 << SAÚDE E BELEZA Petiscos deliciosos com dicas de como melhor fritá-los página 4 << GASTRONOMIA CLASSIFICADOS Os melhores produtos e serviços da cidade disponíveis aqui! páginas 15 << Foto: Amanda Martinez / Especial para O Recifense Foto: Josenildo Tenório / Divulgação Foto: Arquivo pessoal / Divulgação Foto: Assessoria JP / Divulgação Jarbas Vasconcelos, Senador, prefeito do Recife nos períodos de 1986 a 1988 e 1993 a 1996. Ronald Mattos, engenheiro civil, morador e estudioso dos problemas da cidade do Recife. João Paulo, Deputado Federal, prefeito do Recife no período de 2001 a 2008. Com o crescimento da cidade, a população tem sentido os impactos nas áreas como mobilidade, planejamento urbano, meio ambiente, saúde e educação. o Jornal O Recifense aborda o tema na visão de dois ex-prefeitos e um morador. >> página 8

O Recifense

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O Recifense, o Jornal do Recife. 1ª Edição.

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w w w . o r e c i f e n s e . c o m . b rO Jornal do RecifeRecife | Pernambuco | BrasilOutubro de 2011 | No 1 Edição mensal Distribuição gratuitaO Recifense

OS DESAFIOS DO RECIFE

Dr. Paulo Rubem fala em defesa do consumidor

página 7 <<

ESPAÇO LEGAL

Dr. Carlos Bayma fala como a saúde é complexa

página 6 <<

SAÚDE E BELEZA

Petiscos deliciosos com dicas de como melhor fritá-los

página 4 <<

GASTRONOMIA

CLASSIFICADOS

Os melhores produtos e serviços da cidade disponíveis aqui!

páginas 15 <<

Foto: Amanda Martinez / Especial para O Recifense

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Jarbas Vasconcelos, Senador, prefeito do Recife nos períodos de 1986 a 1988 e 1993 a 1996.

Ronald Mattos, engenheiro civil, morador e estudioso dos problemas da cidade do Recife.

João Paulo, Deputado Federal, prefeito do Recife no período de 2001 a 2008.

Com o crescimento da cidade, a população tem sentido os impactos nas áreas como mobilidade, planejamento urbano, meio ambiente, saúde e educação. o Jornal O Recifense aborda o tema na visão de dois ex-prefeitos e um morador. >> página 8

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EDITORIAL

O Recifense Publicado por ELF - EMPRESA DE COMUNICAÇÃO E JORNALISMO LTDA

DIRETOR DE REDAÇÃOElano Lorenzato [DRT-PE 2781][email protected]

DIRETOR EXECUTIVOFlávio Gimenesfl [email protected]

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DEPARTAMENTO COMERCIALcontatos: (81) 9982.7021e-mail: [email protected]

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OPINIÃO Flávio Gimenes - Advogado >>> [email protected]

CONTATO REDAÇÃ[email protected] mil exemplaresIMPRESSÃOJornal do Commercio

2 O Recifense | outubro de 2011 | no 1 | ano 12 O Recifense | outubro de 2011 | no 1 | ano 1

O Recifense é o jornal do Recife cujo objetivo é trazer aos leitores

reportagens e artigos sobre a cidade, abordando mobilidade, planejamento urbano, meio ambiente, saúde, educação, lazer, entretenimento. O diferencial de O Recifense é o maior nível de interatividade do leitor com o jornal. Os leitores participam de forma direta, por meio do envio de artigos, sugestões e críticas. O Recifense não faz parte de nenhum grupo político, tendo compromisso com a qualidade da notícia e com os leitores. A elaboração das pautas e das colunas é realizada com a participação dos leitores, enviando, por e-mail, artigos e sugestões, tornando o jornal um instrumento de comunicação direta com a população. Nesta primeira edição, O Recifense traz, como matéria de capa, uma reportagem sobre os desafi os do Recife, onde ouvimos dois ex-gestores municipais e um cidadão sobre o tema. Na reportagem de estreia, abordamos as difi culdades e sugestões de se administrar uma grande cidade como o Recife. Participe mandando seus artigos sobre qualquer tema, claro que sem ofensas pessoais a quem quer que seja. Use o espaço com sabedoria e conte para todos os leitores sua visão sobre temas da cidade. Envie seu texto com seu nome completo, foto (tirada com 5 mega pixel, no mínimo) do assunto que escreveu para o e-mail: [email protected]. O texto tem que ser em papel A4, fonte: Times New Roman ou Arial, tamanho 12, espaçamento simples. É isso, a partir de agora, você pode contar com O Recifense, o Jornal do Recife!

Jornal InterativoFoto: O Recifense

Os artigos assinados não expressam necessariamente a opinião do jornal O Recifense.

Novo ‘point’ dos recifensesOs recifenses têm procurado, cada vez mais,

alternativas de lazer e bem-estar. Uma opção, em alta, são os condomínios fechados em Gravatá, localizada a 80 km do Recife, pela rodovia BR-232, com altitude de 447 metros acima do nível do mar e um clima agradável. Muitas são as ofertas de condomínios com completa infraestrutura, segurança, ruas calçadas e iluminadas, rede de distribuição de água e área de lazer completa com club house, piscinas, salão de jogos, churrasqueiras, sala de ginásticas, saunas, quadras esportivas, redário, etc. Para o empresário Augusto Gondim Filho, da Agreste Mineradora, Gravatá é o destino de quem está em busca de um fi nal de semana próximo do Recife. “Gravatá é um ponto de encontro das famílias recifenses, onde as pessoas se confraternizam de

forma muito mais integrada e com muita tranquilidade. Hoje há várias empresas que já são do mercado imobiliário, haja vista a Moura Dubeux, a Pernambuco Construtora, que são empresas genuinamente pernambucanas e que já estão investindo em Gravatá”, explica. “Eu frequento Gravatá desde os anos de 1964, nós temos inclusive uma propriedade onde implantamos quatro condomínios: o Ville Chandon, Ville Perignon, Ville Cristal e, agora, o Ville Montand, que é

um minicoutry, ele tem uma estrutura que o Country Club, da Avenida Rosa e Silva tem. Um condomínio de excelente acabamento, de excelente estrutura para os recifenses”, conclui Augusto Gondim.

É só ler as notícias do mundo político para despertar o sentimento de indignação. Escândalos e mais

escândalos... E o povo, passivamente, assiste e age como se fosse um comentarista de futebol que analisa e critica a partida, mas não exerce qualquer infl uência no resultado do jogo. Até quando iremos tolerar os desmandos e a impunidade? Cadê a classe média? Por onde andam os Caras Pintadas? Em nossa sociedade, o interesse individual, ou melhor, “vantagem pessoal”, está acima do interesse coletivo, pois a maioria só se preocupa com as suas necessidades pessoais. Então, como podemos falar em cidadania, quando a maioria das pessoas nem sequer demonstra interesse nos assuntos comunitários. Temos como exemplo, as reuniões de condomínio, quando são discutidos assuntos relacionados à conservação do prédio e à convivência entre os moradores, nas quais quase sempre o índice de abstenção é elevado, mesmo nas assembleias convocadas para decidir o aumento do valor da taxa de condomínio. Se não há vontade, nem interesse em discutir e resolver problemas do próprio condomínio, o que dirá do bairro, cidade ou mesmo do país.

O Incrível é ver a total falta de ação das pessoas mais “instruídas” e “politicamente esclarecidas”, que costumam fazer piada da própria desgraça, diante do escárnio e da cara de pau de alguns políticos. Somente a demonstração da indignação resolve? E depois? Esperar por uma solução, inerte e calado? Não adianta resmungar, quando se é omisso. Precisamos de ATITUDE, principalmente participar ativamente nas decisões do Poder Público. A permissividade do brasileiro é o álibi dos políticos corruptos. É só imaginar o número de CPIs instauradas, que resultam, quase sempre, numa enorme pizza. Vale à máxima “Quem cala consente”.

Se o desejo é mudar, devemos deixar de olhar somente para o nosso umbigo e sair do conforto da poltrona e participar da vida social e política do bairro/cidade, com fi to a melhorar a qualidade de vida do lugar em que vivemos.As melhorias decorrem da aplicação do dinheiro público, fruto dos impostos que pagamos e por isso a necessidade de fi scalizar sua correta aplicação. Ao aceitarmos a imposição dos políticos/governantes, sem questionar, somos cúmplices e coniventes com a situação atual. Assim, é importante a participação do cidadão na vida da sua cidade, com sugestões, reclamações e principalmente na fi scalização das ações do Poder do Público.

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4 O Recifense | outubro de 2011 | no 1 | ano 14 O Recifense | outubro de 2011 | no 1 | ano 1

DU PORTO Indústria de produtos congelados >>> www.duporto.com

GASTRONOMIA & LAZER

Petiscos deliciosos

No inicio dos anos 90, a terceirização

ganhou força em todo o mundo. O mercado passou a desenvolver um novo conceito de trabalho, agilizando, a industrialização e comercialização de produtos e serviços. Após uma longa pesquisa de mercado, João Ferreira, junto com sua mãe Maria Raquel Rosa da Silva Ferreira, portuguesa, com experiência na gastronomia lusitana, desenvolveu um cardápio especifi co de petiscos, com o objetivo de atender ao seguimento de bares, restaurantes, hotéis e pousadas. Desse modo, foi criada a Du Porto, Indústria de Produtos Congelados, que atende, hoje, a mais de 70 clientes em toda a Região Metropolitana do Recife. Os petiscos da Du Porto estão nas melhores casas de gastronomia do Recife e são

indicados pelos grandes Chefs da culinária Pernambucana. Dentre os produtos fabricados pela empresa pernambucana, estão Bastonete de Frango, Bolinho de Bacalhau, Bolinho de Charque, Enroladinho de Carne e Queijo, Rissóis de Camarão, Bolinho de Queijo e Camarão Empanado. Os produtos são entregues congelados aos clientes e, para se obter a melhor textura e o melhor sabor, acompanhe a seguir algumas dicas.

ARMAZENAMENTO

A temperatura ideal para a boa conservação dos congelados é de 18ºC negativos com tolerância de até 12ºC negativos. O armazenamento ideal é em freezer ou câmara frigorífi ca. Não se devem misturar os alimentos: pescados, carnes e massas devem fi car em congeladores diferentes.

ÓLEO

Existem formas de avaliar a qualidade utilizada na fritura. O óleo reutilizado por muitas vezes tem um odor forte e sua cor se torna mais escura, é sinal de que já deveria ter sido descartado.

VALIDADE DOS PRODUTOS

É importante conferir se o produto está no prazo de validade: a média de validade de um produto congelado é de três meses ou 90 dias.

MODO DE PREPARO

Aqueça o óleo numa quantidade que cubra os bolinhos, deixe que ele atinja sua máxima temperatura. Coloque um palito de fósforo e espere acender, depois mantenha óleo aquecido em fogo médio, colocando, no máximo, três unidades de cada vez. Não mexa os bolinhos, espere fi car bem fritos retire-os e coloque-os em papel aderente. Faça o teste do palito para certifi car-se de que não estão congelados por dentro, sirva-os com molho rosé e azeite português.

Fotos: Divulgação

Obs.: se for usar fritadeira elétrica, o procedimento é o mesmo, só que, em vez de colocar de três em três bolinhos, pode-se colocar a porção completa com 10 unidades de uma só vez. Sua capacidade de armazenamento de óleo é de até 15 litros.

PRECAUÇÔES

Trabalhar com óleo em alta temperatura pode ser perigoso, vários acidentes são causados devido à falta de informação.

1 – O óleo em alta temperatura tem o poder de combustão

(torna-se infl amável); podendo subir para frigideira, se isso acontecer, nunca jogue água, desligue o fogão e abafe com uma tampa ou um pano para acabar com o fogo.

2 – Utilize uma espumadeira para colocar alimentos para fritar, faça-o aos poucos e de maneira que não espirre óleo.

3 – Preste muita atenção ao cabo da frigideira. Muitos acidentes acontecem por ela estar na posição errada. Tem que estar sempre voltado para o lado interno do fogão.

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O Recifense | outubro de 2011 | no 1 | ano 1 5O Recifense | outubro de 2011 | no 1 | ano 1 5

TEXTO: PAULO MAIAFOTOS: AMANDA MARTINEZ >>> [email protected]

Mangue CityMeu primeiro contato com o Recife se deu através dos

livros de história, quando criança, em Fortaleza, minha terra natal. Dos livros, aprendi sobre as lutas pelas quais passou o povo desta cidade e também sobre o seu progresso. Encontrei também em sua literatura a memorável obra de João Cabral de Melo Neto, “Morte e Vida Severina”. Em tão original poesia, de importante força literária, encontramos a interseção de muitas histórias de uma gente e de sua época. Através de João Cabral de Melo Neto, o Capibaribe se fez famoso. Deu-se a conhecer ao mundo. Como uma fotografi a feita em palavras, marcada por contrastes, próprios de uma cidade que tem em seu povo o anseio e o orgulho por possuir indiscutível riqueza e diversidade culturais. Há doze anos, vim a esta cidade por primeira vez. E ali estava o velho personagem deslizando-se discretamente, mas não imperceptível, passando por baixo dessas pontes e entrecortando a antiga Mauriceia. Neste mesmo período, soube que grande parte da cidade foi construída sobre mangues, o que explicaria a relação entre maré cheia, canais e rios cheios em horas distintas do dia. Há dois anos vim morar no Recife. E como fotodocumentarista tive o prazer de meu primeiro contato direto com o Capibaribe de João Cabral de Melo Neto. Nele, navegando num pequeno barquinho de pesca, juntamente com dois pescadores do Bairro dos Coelhos, passei a ver o Recife de maneira distinta. Dele, olho pra cima para ver a cidade. E vejo cores, vejo gente, Shopping Center em construção, grandes edifi cações e palafi tas. A velha Mauriceia cresceu através de seu povo e diversifi cou-se culturalmente. De seu frevo, maracatu, e tantas outras expressões musicais e rítmicas, surgiram outras novas e criativas expressões. Uma delas, o conhecido Manguebeat, que só poderia mesmo nascer nesta grande MangueCity. São tantos contrastes... edifi cações enormes, ricas, próprios de uma cidade que cresce economicamente! E também tanta pobreza, imigrações, quase como que numa continuidade da história-estória de João Cabral de Melo Neto! Maurícios e Severinos convivem e lutam em disputa para estar mais próximo ao velho Capiba...

Um dia li e conheci um pouco desta cidade. Através da “fotografi a literária” de João Cabral de Melo Neto, afeiçoei-me à história de uma parte de sua gente. Hoje, desde o Rio, também faço fotografi as. E junto a ele vou passando

O Recife que eu vejo

discretamente, por baixo de suas pontes, enamorando-me e entristecendo-me pelo que encontro ao longo de seu leito. Os pescadores e eu passamos despercebidos, eles com sua rede, e eu com minha câmera... mas o Velho

Capiba continua o mesmo protagonista - agora talvez um pouco mais gasto e mais sujo - cortando a cidade e a história, e igualmente ao ritmo de “quando a maré encher”, ora baixa, ora alta...

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6 O Recifense | outubro de 2011 | no 1 | ano 16 O Recifense | outubro de 2011 | no 1 | ano 1

sozinho das armadilhas emocionais? Procure ajuda especializada. Seu corpo e sua mente agradecem.

Carlos Bayma é médico em Urologia e Psicossomática e atua no Hospital Esperança (Recife-PE). É o editor do blog Dr. Bayma (www.drbayma.com). Contato: [email protected].

CARLOS BAYMA Médico em Urologia e Psicossomática >>> [email protected] >>> www.drbayma.com

SAÚDE E BELEZA

A saúde é Complexa

Saúde é aquilo que nós sabemos o que é até

que seja perguntado; aí não sabemos explicar. Entretanto, alguns tópicos podem ajudar a defi nir melhor esse conceito. Saúde é ausência de doença, mas não é só isso. Ela é holística, ou seja, tem que ser completa, considerando o Ser nos seus aspectos físicos, sociais, mentais e emocionais. Só que essa condição completa de saúde nunca (ou muito raramente) é obtida e, se obtida, não

pode ser por um tempo indeterminado. É impossível isso acontecer o tempo todo. Uma das questões que mais fi cam claras com o passar do tempo se refere à importante interferência das emoções na saúde física. Doenças tidas como apenas fruto do acaso ou de causas genéticas, na verdade, podem ser desencadeadas por desequilíbrios emocionais, particularmente aqueles que se manifestam por longos períodos.

Não é mais novidade nenhuma que o câncer tem íntima relação com a mágoa e a raiva reprimida e que o diabetes surge mais facilmente em pessoas amarguradas e profundamente tristes (embora, muitas vezes, disfarcem com um sorriso “amarelo” ou com uma “bondade” à prova de tudo). E mais: hipertensos geralmente são pessoas que se cobram excessivamente, tanto de si mesmos quanto dos outros. O fato é que, em relação à mágoa, o problema é de quem fi cou ou está magoado; não de quem supostamente foi o autor da ofensa. Muitas vezes, nem ofensa houve; apenas uma crença equivocada de que fomos ofendidos(as). Não é raro que pessoas tenham o

maior cuidado e pudor em não magoar os outros, mas não pensam nem um pouco em si mesmas. Baixam-se o sarrafo. Dia após dia. Ano após ano. E fi cam doentes. Saber dizer ‘não’ faz parte da preservação da saúde e da prevenção de enfermidades. Dizer ‘sim’ só para não desagradar os outros e ser reconhecido(a) é danoso demais à mente e ao corpo. Além de ganhar respeito dos outros, ainda abre uma ferida emocional que dói sempre ao menor toque. Não é necessário sair por aí dizendo ‘não’ a tudo e a todos, mas sim, utilizar o ‘não’ como um meio de não ser abusado(a), explorado(a) e, posteriormente, descartado(a). Acordem para suas emoções. O que sentem (não o que pensam)? Não consegue sair

Foto: projetohamma.blogspot.com

destacar que as outras delegacias também podem atuar nessas questões. Por isso, é fundamental a participação da sociedade no que se refere a denúncias. Ao presenciar algum ato que foge das normas de bem-estar e proteção animal, denuncie.

SARAH FREITAS Arca de Noé - PE >>> [email protected]

ESPAÇO PET

Não à violência contra o animal

No Brasil, a população de caninos e felinos

gira em torno de 32 milhões, segundo pesquisa realizada pelo Sindan – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal. É um número crescente e preocupante visto que uma porcentagem bastante signifi cativa refere-se a animais semidomiciliados e abandonados. Em se tratando de abandono, é uma bola de

neve desenfreada que aumenta diariamente e que gera consequências absurdas como o descontrole populacional e a transmissão de zoonoses. Devemos nos alertar para as consequências. Mas, nesse primeiro momento, é importante chamar a atenção para uma dor silenciosa que atinge milhares de cães e gatos. Os maus-tratos. Um ato que fere e mata. São ações que se iniciam de um simples desleixo e/ou desprezo até

níveis altos de crueldade. Animais que são acorrentados, torturados, estuprados e mortos. Vale salientar que a maioria dos casos acontece em seus próprios lares por seus responsáveis. São considerados atos de maus-tratos: abandono; manter animal preso por muito tempo sem comida e contato com seus donos/responsáveis; deixar animal em lugar impróprio e anti-higiênico; envenenamento; agressão física, covarde e exagerada; mutilação; criar situações que lhe possam causar pânico e sofrimento; não procurar um veterinário se o animal estiver doente. Conforme nossa Constituição Federal, Lei 9.605 art. 32, maul tratar é crime.

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal. Possuímos, em nosso estado, a primeira Delegacia de Meio Ambiente – Dimpo (fone 81 3419.3600) que atua desde 2008. Uma delegacia específi ca para esses casos. É interessante

Foto: Arquivo Pessoal

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O Recifense | outubro de 2011 | no 1 | ano 1 7O Recifense | outubro de 2011 | no 1 | ano 1 7

PAULO RUBEM Diretor Jurídico do Instituto de Defesa dos Usuários dos Serviços Regulados pelo Poder Público - IDUSERP >>> [email protected]

ESPAÇO LEGAL

Em defesa do consumidor

O aumento da atividade econômica no Brasil, principalmente na última

década, fez com que muitas pessoas ingressassem no mercado de trabalho e consequentemente se tornassem consumidoras. A oferta de crédito com taxa de juros antes nunca vista, apesar de sustentarmos a incômoda posição de país com os maiores juros do planeta, tornou os novos consumidores, e os antigos, em predadores insaciáveis. Mas, com o incremento no consumo, veio também a ferocidade das empresas em conseguir ganhos também nunca imagináveis para nossa antiga realidade. Esta vontade de lucrar deu espaço a abusos, que têm encharcado os PROCONS e os Juizados Especiais, tornando quase insustentável a prestação jurisdicional em tempo aceitável e exigível pela Constituição Federal. Um bom exemplo dos abusos sofridos pelos consumidores reside no fato de bancos e fi nanceiras cobrarem elevadas tarifas nos fi nanciamentos de veículos. A cobrança destes valores, segundo os agentes fi nanceiros, tem respaldo nas resoluções do Banco Central e do Conselho Monetário Nacional, mas sua legalidade tem sido contestada e a devolução dos valores pagos tem-se tornado uma realidade graças a recentes entendimentos do Poder Judiciário. A cobrança de tarifas em fi nanciamentos de veículos, nas modalidades de tarifa de cadastro,

inclusão de gravame, avaliação de bens, registro de contrato, serviços de terceiros, e as já conhecidas tarifas de emissão de boleto e abertura de crédito afrontam o Código de Defesa do Consumidor, que veda a estipulação de cláusulas que coloquem o consumidor em situação de desvantagem exagerada. Reconhecendo a ilegalidade da cobrança, o Poder Legislativo do Estado de Pernambuco elaborou a lei 12.702/2004, que veda expressamente a cobrança de qualquer tarifa nos fi nanciamentos de bens móveis e imóveis. Referida legislação tem embasado os pedidos de devolução dos valores pagos indevidamente, geralmente em dobro, reestabelecendo um equilíbrio contratual quebrado pela ganância das empresas de crédito. O Consumidor, para reaver os valores pagos de forma ilegal, necessita socorrer-se do Judiciário, ingressando com ação de repetição do indébito, pois administrativamente qualquer pedido de restituição é sempre descartado pelas fi nanceiras, mesmo cientes de que as taxas e tarifas são indevidas e ilegais. Aconselha-se sempre buscar a ajuda de um advogado, pois o consumidor em geral não conhece a nomenclatura utilizada nos contratos, o que pode levar a eventuais prejuízos caso opte em prosseguir sem a ajuda de um profi ssional habilitado.

Foto: gentedeumarizal.blogspot.com

CARLOS ALBERTO PINHEIRO VIEIRA Mestrando em Ciências da Religião Unicap >>> [email protected]>>> www.carmarvieira.com.br

ESPAÇO DE FÉ

Brasil independente... De quê?No último dia 7 de setembro, come-

morou-se, em nosso país, o dia em que o Brasil se tornou independente, num processo que culminou com a sua emancipação política, com relação ao Reino Unido de Portugal, no início do Século XIX. Ofi cialmente, a data come-morada é do ano de 1822, em que D. Pedro bradou, perante a sua comitiva: “Independência ou Morte!”, às margens do Rio Ipiranga (alguns historiadores contestam essa versão em nossos dias). Em nossa cidade (Recife), mui-tas famílias vão à Avenida Cruz Cabugá levar os seus fi lhos e fi lhas, num ato de cidadania e reverência ao seu País e, logicamente, prestigiar aqueles que promovem o exercício da referida cida-dania, num belo desfi le, em que marca-ram presença nomes ilustres da nossa sociedade. É, realmente, um evento para poucos, levando em consideração que a grande maioria da população sequer sabe o que signifi ca a palavra cidadania. Etimologicamente, o conceito de cidadania origina-se do latim, civi-tas, que signifi ca “cidade”. Portanto a cidadania é o conjunto de direitos e de-veres ao qual um indivíduo está sujeito em relação à sociedade em que vive. Desde o dia em que D. Pe-dro bradou, as margens do rio Ipiran-ga “Independência ou Morte!”, o que restou ao nosso povo, foram alguns resquícios de morte. Como pensar em cidadania, se a grande maioria da nossa população é de excluídos? Do outro canto da cidade do Recife, bradaram os excluídos, os re-negados de uma sociedade injusta e excludente. A 17ª edição do Grito dos Excluídos ocorreu, novamente, neste 7 de setembro e teve como lema “Pela Vida Grita a Terra... Por Direitos, Todos

Nós”, movimentos sociais e pastorais sociais promoveram manifestações em todo o país. A proposta desta edi-ção é denunciar, particularmente, as catástrofes ambientais, consequência do desequilíbrio, causado pelo modelo de produção vigente do sistema ca-pitalista, a miséria e a pobreza, a con-centração de riquezas e exploração irresponsável dos recursos naturais. Sua origem, remonta à Se-gunda Semana Social Brasileira, pro-movida pela Pastoral Social da Con-ferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, realizada entre 1993 e 1994. O primeiro Grito ocorreu em 1995, quando estava à frente da Pastoral Social o bis-po Dom Luiz Demétrio Valentini. As ma-nifestações são variadas: celebrações, atos públicos, romarias, caminhadas, seminários e debates, teatro, música, dança e feiras de Economia Solidária. Como um estudioso das Ci-ências da Religião, mais especifi ca-mente do Cristianismo, inquieta-me a posição atual das Igrejas cristãs em calar-se diante das desigualdades, instauradas nos mais variados seto-res que permeiam a nossa sociedade. Quando refi ro-me à Igreja, não estou delimitando o meu ques-tionamento apenas a um determi-nado grupo ou instituição, sabendo que existem grupos, ainda que pe-quenos, no seio das Igrejas que se posicionam incisivamente contra as injustiças sociais do nosso País. Portanto, a grande função da Igreja Cristã atual é abrir-se para uma nova concepção de Igreja, cujo Deus kenótico esvazia-se da sua concep-ção Divina para amar e entender o seu povo exatamente como ele é, e não por aquilo que ele possui.

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Os desafios do Recife

A cidade do Recife, que possui uma área de

mais 218 Km² distribuídos em 94 bairros, é a nona ca-pital mais populosa do país, com 1.535.934 habitantes; já a Região Metropolitana é a quinta maior do Brasil, se-gundo o censo 2010 do IBGE. Sua frota de veículos passa de meio milhão. O Produto Interno Bruto (PIB), que re-presenta a soma de todos os bens e serviços fi nais produ-zidos pela Capital Pernam-bucana, em 2008 (IBGE), foi de R$ 22.452.491,72. A população do Re-cife tem sentido diretamente os impactos desse cresci-mento nas áreas como mo-bilidade, planejamento urba-no, meio ambiente, saúde e educação, ocasionando uma refl exão de todos sobre o fu-turo da cidade. Nessa linha, o Jornal O Recifense traz a discussão “Os desafi os do Recife”, na opinião de dois ex-prefeitos e um morador. A reportagem do O

tidiano da cidade. Temos que fazer as grandes obras, mas não podemos aban-donar as ruas e deixar que as leis de regulação sejam descumpridas. Somente uma cidade bem cuidada pode realçar obras estrutu-radoras, porque isso é o que leva a uma convivência civi-lizada dos seus moradores. Uma segunda ques-tão essencial é ampliar a governabilidade garantindo a participação ampla dos ci-dadãos, não apenas no or-çamento participativo. É ne-cessário um novo modelo de cooperação entre o setor pú-blico e a iniciativa privada, que amplie o poder de fi scalização de todos os setores sociais, nas várias esferas de governo. Todos sabemos que um desafi o permanente é preparar a cidade para atrair investimentos. Nem uma ci-dade como São Paulo pode se dar ao luxo de parar no tempo, de achar que já tem o sufi ciente. Imagine o Recife!

Recifense entrevistou o Sena-dor Jarbas Vasconcelos, pre-feito de 1986 a 1988 e 1993 a 1996; o Deputado Federal João Paulo, prefeito de 2001 a 2008, e o engenheiro civil Ronald Mattos, morador e co-nhecedor dos problemas do Recife.

Quais são os principais desafi os do Recife?

Jarbas Vasconcelos - Por ser uma cidade socialmente muito desigual, Recife tem os problemas das demais grandes cidades brasileiras, acrescidos de uma crise de gestão nos últimos dez anos. Uma década é tempo sufi -ciente para desmantelar as estruturas de planejamento que existiam e funcionavam. Sem querer entrar em deta-lhes da atual administração, podemos citar um conjunto de questões que são os prin-cipais desafi os do Recife. Para começar, pre-cisamos tomar conta do co-

Foto: Carlos Vieira / Especial para O Recifense

A Prefeitura deve aproveitar a paisagem urba-nística para aumentar a oferta de emprego e renda. Podemos citar como exemplos bem su-cedidos nessa linha a revitali-zação do Bairro do Recife e a implantação do Porto Digital. É possível e viável aproveitar as potencialidades históricas da cidade em benefício de seu próprio desenvolvimento. Acessibilidade e mo-bilidade também são ques-tões problemáticas na maior parte das grandes cidades. No Recife, isso foi agravado por descuido e falta de Plane-jamento. Vejam o exemplo da Conde Boa Vista: uma obra que desfi gurou a avenida e não resolveu o problema da mobilidade, além de aumen-tar o risco para os transeun-tes. Esses temas exigem es-tudos complexos e discussão técnica com especialistas. Observar e copiar as boas experiências de ou-tras cidades. Não se pode simplesmente fazer uma lici-

tação de uma obra de mobi-lidade urbana, em uma cida-de complexa, como o Recife, tirando o projeto da gaveta sem que se discuta num fó-rum mais especializado. Outro desafi o per-manente é a condição de moradia segura de um terço da população de Recife que está nos morros. Já avan-çamos bastante nas últimas décadas, mas ainda existem cerca de três mil pontos de risco. Ainda usamos méto-dos antigos no tratamento da questão que não deixa a população tranquila. São pa-liativos, na verdade. Como sempre afi rmou o engenheiro Jaime Gusmão: “morar em morro é como morar em con-domínio”. É muito importante um trabalho permanente de educação ambiental junto à população, além, é cla-ro, de obras estruturadoras. Temos ainda outro grande problema de pratica-mente todas grandes e médias cidades do Brasil, que é a Se-

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gurança Pública. O município não pode deixar essa questão apenas nas mãos do Governo do Estado. As Prefeituras têm que ser mais proativas, princi-palmente na prevenção, mas também como força policial complementar da fi scalização de espaço públicos.

Ronald Mattos - Os desafi os da região metropolitana do Recife não são poucos nem pequenos. A ausência de pla-nejamento urbano e a falta de investimentos em áreas fun-damentais como saneamento básico, moradias, transporte público ao longo de anos ‘ras-cunharam’ o quadro caótico que hoje vivemos. Somente uma sociedade menos desi-gual terá condições de buscar saídas para esses problemas. Não dá para discutir ‘solu-ções’ para nenhum problema da nossa cidade sem antes repensar o Recife que que-remos para nossos fi lhos e netos.

João Paulo - O Recife ainda tem muitos desafi os. É uma cidade que enfrenta proble-mas de toda ordem pela au-sência, ao longo dos anos, de políticas públicas efetivas para melhorar a vida das pessoas e da cidade. Du-rante os meus oito anos de

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Senador Jarbas Vasconcelos, ex-prefeito do Recife em dois momentos de 1986 a 1988 e de 1993 a 1996

Engenheiro civil Ronald Mattos, morador e estudioso dos problemas do Recife

Deputado Federal João Paulo, ex-prefeito do Recife, de 2001 a 2008

governo, procurei avançar em todas as áreas, dando prioridade à parcela mais necessitada da população. Entre os principais desafi os colocados hoje para o Recife, considero a redução da pobreza o maior deles, pois tem impacto direto em todas as outras áreas, prin-cipalmente, na segurança. Outros desafi os sérios são a mobilidade, a qualifi cação profi ssional, a segurança nos morros, além da saúde e da educação, que sempre preci-sam mais investimentos.

MOBILIDADEO Trânsito na cidade está cada vez mais lento. O que poderia ser feito para melhorá-lo?

Jarbas Vasconcelos - O Re-cife tem apenas cerca de 200 quilômetros quadrados, sen-do segregado por rios, canais e estuários. E hoje, segundo números do DETRAN, a ci-dade vem recebendo cerca de 100 veículos novos ma-triculados por dia, possuindo uma frota de aproximada-mente 550 mil veículos, com um sistema viário que não acompanha tal crescimento. Por isso se faz ne-cessário tomar urgentemente medidas que possam minimi-

zar os efeitos perversos de um sistema que prejudica o direito de ir e vir do cidadão. É uma pena que a atual ges-tão não venha fazendo isso. Medidas simples, como sin-cronia dos semáforos, disci-plinamento do transporte de carga no centro expandido da cidade, e de seus princi-pais corredores, utilização do horário de vale (menor movi-mento) para os serviços de coleta de lixo, e manutenção da infraestrutura municipal, poderiam ser utilizados com maior efi ciência e menores transtornos para o cidadão. Também poderíamos ter uma presença efetiva dos agentes da CTTU nos eixos de maior congestionamento, orientando e fazendo fl uir o trafego, diferente do que hoje é praticado, em que a multa é o foco da administração do Recife.

Ronald Mattos - Essa é uma questão complexa, mas qual-quer iniciativa no sentido de se evitar o caos que se apro-xima passa por investimento em pavimentação, sinalização (vertical e horizontal), educa-ção e fi scalização. Hoje, as-sistimos a importantes aveni-das com faixas praticamente interditadas por buracos e es-tacionamento indevido. Inves-

tir em competência e gestão é fundamental.

João Paulo - Já temos algu-mas intervenções em curso que vão ajudar na fl uidez, principalmente na área da zona Sul, como o Viadu-to Capitão Temudo e a Via Mangue. Também vamos re-ceber investimentos nessa área com as obras do PAC da mobilidade da copa de 2014. Hoje são necessárias intervenções que vão desde obras estruturadoras a mu-danças de rotas e alternância de horário para circulação de veículos. Agora, uma grande melhora poderia ser feita com investimento em transporte público de qualidade, de-sestimulando o uso do carro particular. É um grande in-vestimento que não depende apenas do capital público.

O transporte público é sa-tisfatório? De que forma ele pode melhorar?

Jarbas Vasconcelos - O transporte público recifense está muito comprometido. Os terminais de integração não foram modernizados, o me-trô da linha sul não possui as estações de integração que foram previstas. Além disso, pelo que tive conhecimento,

a Prefeitura não atua junto ao Consórcio Metropolitano no sentido de melhorar. Parece até que, porque delegou a gestão do transporte coleti-vo ao Governo do Estado, faz de conta que esse as-sunto, de enorme importân-cia para a população, nada tem a ver com o município. Tenho acompa-nhado pela Imprensa que o Governo do Estado ain-da espera uma defi nição da Prefeitura sobre qual o mo-dal que deverá ser implan-tado em alguns corredores. O prefeito de uma cidade deve ser um dono de casa atento e objetivo. Um verdadeiro síndico a serviço da coletividade. Ele não pode ter medo de delegar compe-tências à equipe.

Ronald Mattos - É evidente que o transporte público da região metropolitana do Recife não é efi ciente e não atende às necessidades da popula-ção. Um sistema de transporte público efi ciente envolve e in-tegra todas as opções disponí-veis como ônibus, metrô, taxis, bicicletas, e até mesmo calça-das para deslocamento de pe-quenos trechos. Temos todas essas opções ‘soltas’ no tabu-leiro da região metropolitana. E temos que investir pesado

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Fotos: Carlos Vieira / Especial para O Recifense

em qualidade, pontualidade, segurança, conforto e pratici-dade. Só assim o cidadão po-derá considerar a hipótese de deixar carro em casa.

João Paulo – O transporte pú-blico de hoje não é satisfatório. Só quem necessita tomar um ônibus ou metrô sabe das difi -culdades. Quando fui prefeito, procurei fazer invenções no trânsito dando prioridade à cir-culação do transporte de mas-sa. Mas volto a dizer, a ação mais efi caz, na minha opinião, é investir em um transporte de qualidade, desestimulando o uso do veículo particular.

As vias de acesso da cidade estão preparadas para o crescente número de veículos que circula nelas?

Jarbas Vasconcelos - O siste-ma viário do Recife está esgo-tado. A via Mangue foi licitada tardiamente. Além disso, da forma como vem começando, sem obedecer a um calendá-rio responsável e cuidadoso, é muito difícil atender a um prazo mínimo de execução de uma alternativa à infraestrutura exis-tente. Está aí para quem quiser ver o exemplo do alargamen-to do viaduto Joana Bezerra. No entanto, existem projetos que podem ocorrer no

sentido de oferecer novos ca-minhos, nas mais diversas re-giões do Recife, mas que ne-cessitam dos recursos da boa engenharia. Uso o exemplo do que foi executado quando era governador no sistema viário do Aeroporto do Guararapes. Uma solução simples e que foi atendida dentro dos prazos estimados. Uma obra bastan-te complexa, a triplicação da PE-15, também foi concluída dentro do período previsto. Não é possível con-viver com as avenidas Rosa e Silva, Rui Barbosa, Norte, Mascarenhas de Moraes, Do-mingos Ferreira, Agamenon Magalhães, entre outras com o nível de estrangulamento existente.

Ronald Mattos - Não. Hoje, até Brasília, cidade planeja-da, sofre com o excesso de veículos, imagine cidades centenárias como o nosso Recife?! Não há rotas ou vias alternativas. O ideal seria uma malha rodoviária urbana parecida com dese-nho de uma ‘grelha’ (#) onde ruas, paralelas se interligam e passam a servir como ro-tas alternativas nas horas de picos. Ideias como a adotada na ‘paralela’ da Av. Caxangá deveriam ser im-plantadas em toda a região metropolitana.

João Paulo - Acho que o Re-cife ainda é a capital brasileira com mais vias pavimentadas com placa de concreto. Isso permite uma maior durabilida-de do pavimento, dando mais segurança e conforto a moto-ristas e passageiros. Para re-solver a questão dos buracos, que, no período das chuvas, se multiplicam, é necessária uma ação permanente, pois, além do desgaste provocado pela água, temos hoje o agra-vante da grande quantidade de veículos circulando.

Outra questão é estacio-namento. O que pode ser feito para atender à demanda crescente?

Jarbas Vasconcelos - Os es-tacionamentos estão cada vez mais escassos e caros.

Faz-se necessário um es-forço de modernizar o Zona Azul para a nova realidade do Recife. O shoppings centers e outros estabelecimentos mos-traram que o estacionamento pode ser um negócio rentável. A Prefeitura precisa ser mais atenta a esse pro-blema. Não pode fi car apenas olhando, como se esse não fosse um problema de sua al-çada. Precisamos de um pro-jeto de incentivo fi scal para motivar os agentes privados a construir novos equipamen-tos para tal fi m. O modelo do edifício-garagem deve preva-lecer em locais estratégicos, possibilitando a desobstrução das ruas e passeios.

Ronald Mattos - Uma saída seria as PPP (Parcerias Pu-blico-Privadas) para a cons-

trução de edifícios garagens espalhados pelos principais pontos da cidade e junto a grandes corredores de trans-porte público, possibilitando a integração do automóvel par-ticular ao transporte público. Assim como na Europa, pode-ríamos ir de carro até uma es-tação do metrô (por exemplo) e seguir na maior parte do tra-jeto por esse modal. Mas isso só será possível se o cidadão for ‘convencido’ a adotar essa opção de transporte.

João Paulo - Esse é outro sério problema. O Recife é uma cidade com pouco espa-ço urbano. Na minha gestão, ampliei as vagas de estacio-namento na cidade e procurei incentivar a construção de edifícios-garagem nos gran-des empreendimentos. É uma

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questão que o gestor deve estar sempre atento, procu-rando novas soluções.

Recife é uma cidade acessível aos portadores de necessidades especiais? O que pode ser melhorado?

Jarbas Vasconcelos - Tive-mos avanços, mas a cidade ainda não atende aos porta-dores de necessidades espe-ciais. Não tem segredo: pre-cisamos procurar as diversas entidades que existem nesse segmento e ver o que ainda é necessário fazer. Também podemos procurar como fun-ciona em outras cidades com as características do Recife.

Ronald Mattos - Certamente que não, mas, nesse aspecto, nossa cidade é bem demo-crática, pois, em termos de acessibilidade, até mesmos os mais jovens e sem restri-ções de locomoção sofrem com o total descaso de nos-sas calçadas, ruas, avenidas, prédios públicos e comerciais. Para minimizar esse caos, se-ria necessário um choque de cidadania. Dos proprietários dos imóveis para adequar suas calçadas à legislação vigente, as autoridades que devem fi scalizar e fazer cum-prir a legislação e também do

cidadão que deveria exigir seus direitos.

João Paulo - O Recife ainda não é uma cidade acessível para as pessoas com defi ci-ência. Nas minhas gestões à frente da PCR, fi z questão de que as obras públicas seguis-sem as normas técnicas de acessibilidade da Associação Brasileira de Normas Técni-cas - ABNT. Alguns espaços públicos, como o Parque 13 de Maio, foram por nós adap-tados. Mas muita coisa ainda pode ser feita na cidade, nos edifícios públicos, de uso co-letivo e/ou privado e nos siste-mas públicos de comunicação e sinalização.

PLANEJAMENTO URBANOO Plano Diretor da Cidade do Recife, em vigor desde dezembro de 2008, ainda não foi implementado de fato por falta de regulamentação. Em sua opinião, o que falta?

Jarbas Vasconcelos - (não respondeu).

Ronald Mattos - Vontade po-lítica. Simples assim. A imple-mentação do ‘plano diretor’ é um desses raros casos em que ‘todos’ saem ganhando, caso fosse implantado de for-ma séria e efetiva.

João Paulo - A implementa-ção da Lei é atribuição da Prefeitura. Eu não sei o que está acontecendo.

As regras para o licenciamento de empreendimentos são claras?

Jarbas Vasconcelos - (não respondeu).

Ronald Mattos - Não.

João Paulo - (não respondeu).

Os moradores do Reci-fe estão bem servidos de áreas de lazer? Tem como melhorar?

Jarbas Vasconcelos - Esta também é uma área na qual precisamos avançar bastan-te. Ouvi falar do Parque da Tamarineira, mas parece que até agora não foi feito nada concreto para tirar o projeto do papel. Na minha opinião, essa questão também passa pelo espaço verde que a ci-dade precisa ter. Nos últimos

anos, milhares de árvores de-sapareceram da cidade sem que a Prefeitura tenha toma-do uma medida sequer para evitar que isso ocorresse.

Ronald Mattos - O ideal seria que a população tivesse próxi-ma a sua casa, no próprio bair-ro, áreas para praticar esporte e lazer. O Recifense valoriza espaços abertos como a Praça da Jaqueira e o Parque Treze de Maio. Não investir no me-lhoramento e manutenção de espaços como os mercados públicos, e o próprio Recife Antigo, é desperdiçar cultura e dinheiro público.

João Paulo - As áreas de lazer de uma cidade como o Recife cumprem um papel social muito importante. Portanto, há sempre a necessidade de se construir em novos espaços. No meu governo, fi z um trabalho muito interessante de manutenção e construção desses espaços em parceria com a iniciativa privada. Acho que a sensibilização da sociedade para preservação e criação desses locais uma ação efi caz.

MEIO AMBIENTEComo combater a polui-ção sonora na cidade?

Jarbas Vasconcelos - Fazen-do cumprir a legislação exis-

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Foto: Amanda Martinez / Especial para O Recifense

tente, da mesma forma que na questão da poluição visual. Hoje, vemos por toda cidade muros e paredes completa-mente sujos, pichados, cheios de propaganda irregular, que enfeiam o Recife. A Prefei-tura, nos últimos anos, pra-ticamente abriu mão do seu papel regulador e coercitivo. Precisamos de fi scalização, respeito e autoridade.

Ronald Mattos - Leis nós te-mos, mas falta fi scalização, campanhas e educação.

João Paulo - Com uma ação de governo integrada que per-mita uma fi scalização severa para o cumprimento das nor-mas da lei.

Em sua opinião, o Recife é uma cidade limpa? O que pode ser melhorado?

Jarbas Vasconcelos - Este é, sem dúvida alguma, um dos principais problemas da atual gestão. Na verdade é um pro-blema que vem do governo anterior. Manutenção e lim-peza urbana são funções bá-sicas da gestão municipal. É inadmissível que nem isso se consiga fazer bem feito. Não acredito num bom prefeito se ele fi ca encastelado na sede da Prefeitura. Ele deve estar sempre percorrendo a cidade,

na maioria das vezes sem avi-sar, nem aos auxiliares nem à Imprensa. O prefeito tem que cuidar da cidade como se cui-dasse da própria casa.

Ronald Mattos - Não, o Re-cife não é uma cidade limpa. Campanhas maciças e per-manentes devem fazer parte da rotina da cidade e das es-colas. ‘Trabalhar’ a cabeça de nossas crianças é uma ótima política, pois elas infl uenciam o resto da família.

João Paulo - Um dos gran-des problemas da limpeza urbana no Recife é a falta de consciência da população para manter a cidade limpa e dar a destinação correta

ao lixo. Quando fui prefei-to, desenvolvi uma série de ações para manter a cidade limpa, dar destinação corre-ta aos resíduos e resolver o problema social das famílias que dependiam do lixo para sobreviver. A limpeza urbana sempre foi uma das áreas mais bem avaliadas dos meus governos. Para torná-la mais efi ciente, acho que é possí-vel construir parcerias com a sociedade para realização de campanhas de conscientiza-ção e a coleta seletiva.

A cidade possui o apelido de ‘Veneza Brasileira’ por ser cortada por rios. Em sua opinião, como

anda a saúde dos rios Capibaribe e Beberibe?

Jarbas Vasconcelos - Uma saúde maltratada, pela po-luição, pela falta de cuidado generalizado. Mas a recupe-ração dos rios tem que ser um projeto que conte com o apoio do Governo Federal e do Go-verno do Estado. Não tem como imaginar a recuperação dos dois sem esse suporte. A recuperação do Capibaribe é possível, mas é um projeto de médio e longos prazos. A enchente desse ano mostrou que os rios dão indicativos de que precisam de um me-lhor tratamento da nossa par-te. O Capibaribe é que deu vida ao Recife, juntamente

com o mar. Sua recuperação também poderia ajudar na questão da mobilidade. Hoje, praticamente, o rio só serve como escoadouro de sujeiras. Infelizmente.

Ronald Mattos - Esse é um dos grandes desafi os do nosso estado. Não investir em sanea-mento básico é uma tolice sem tamanho. Sujamos nossos rios, de onde tiramos a água que bebemos, o que já seria motivo sufi ciente para tratá-los com respeito e zelo, mas o Re-cife, a pesar de ter nascido e crescido às margens deles, no último século ‘virou as costas’ para eles (como bem disse o poeta). Resgatar esses ecos-sistemas é fundamental para

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O Recifense | outubro de 2011 | no 1 | ano 1 13O Recifense | outubro de 2011 | no 1 | ano 1 13Foto: Paulo Maia / Especial para O Recifense

a melhoria da qualidade de vida do recifense e região. Recuperar suas águas, suas margens, seus manguezais, sua fauna mais que investir no futuro é resgatar a historia dessa região.

João Paulo - Infelizmente, os nossos rios são depositários de muita sujeira e contami-nação, fruto da falta de cons-ciência ambiental. Na minha administração, criamos os barcos vassourinha, que reti-ravam toneladas de lixo dos rios todos os dias. Também realizamos um trabalho per-manente de conscientização ambiental com as comunida-des ribeirinhas e os alunos das escolas municipais, que

ganham dois barcos (catama-rãs) para aulas diárias sobre os rios e a cidade.

Os mangues da cidade inspiram artistas. Qual a sua importância e o que pode ser feito para melhorar sua condição?

Jarbas Vasconcelos - Esse é um projeto do qual me or-gulho. Os mangues foram recuperados na minha primei-ra gestão, mas, nos últimos anos, também não tiveram a atenção devida por parte da atual gestão. É uma pena que permaneça essa cultura da falta de continuidade. Foi o que aconteceu com a revi-talização do Bairro do Recife.

Não avançamos e ainda hou-ve um enorme retrocesso.

Ronald Mattos - Poucas ci-dades no mundo dispõem, dentro da sua região metro-politana, de um patrimônio natural como esse. Se os apelos ecológicos não são sufi cientes, economicamen-te, proteger esse patrimônio é mais barato. Investimento em saneamento básico é fun-damental para a recuperação desses rios.

João Paulo - Os mangues são fundamentais para a pro-criação e o crescimento dos fi lhotes de vários animais e alimentação de peixes. Uma das medidas mais efi cazes

para melhorar essas áreas é educar a população para pre-servá-las. Isso pode ser feito nas escolas, em parceria com os veículos de comunicação, nas empresas, etc.

SAÚDEQuais os principais desafi os da saúde no Recife? Como podemos melhorar?

Jarbas Vasconcelos - No Brasil, o problema é que, a cada semana, surge algum escândalo relacionado com a administração da Saúde. No caso Recife, a rede pú-blica não é municipalizada. A maior responsabilidade do atendimento continua a

ser do Governo estadual. A questão central para equili-brar o atendimento é reforçar o sistema de Policlínicas nos bairros mais populares e fa-zer funcionar, de forma efe-tiva, o programa Saúde da Família. Porém o importante mesmo é envolver toda a so-ciedade no acompanhamen-to do sistema.

Ronald Mattos - O desafi o, também do Recife, é cons-truir uma cidade equipada e aparelhada para prevenir doenças, pois é muito mais barato investir em preven-ção. Investimentos em sane-amento básico, água tratada, recolhimento e tratamento adequado do lixo são funda-mentais.

João Paulo - É uma área que requer extremo zelo, pois cuida da vida das pessoas. Considero um dos principais desafi os a ampliação do saneamento integrado, res-ponsável pela eliminação e redução de muitas doenças. Outros desafi os postos são a ampliação e a melhoria da qualidade do atendimento em todas as esferas da saú-de, do atendimento básico ao nível das especialidades. Hoje, o Governo Federal está concentrando esforços nes-sas linhas de ação.

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14 O Recifense | outubro de 2011 | no 1 | ano 114 O Recifense | outubro de 2011 | no 1 | ano 1

Foto: Educared.orgEDUCAÇÃOQuais os principais desafi os da educação municipal? Como pode ser melhorada?

Jarbas Vasconcelos - Preci-samos de mudanças estrutu-rais no sistema de ensino. O município tem a responsabili-dade com as creches, o ensi-no Infantil e o ensino funda-mental. Acredito que hoje o principal défi cit é em relação às creches, cujo atendimento não chega a 10% da clientela a ser atendida. Outro pro-blema é a baixa qualidade do ensino fundamental. No Governo do Estado, por meio de uma parceria público--privada, iniciamos para o en-sino médio um novo modelo da escola de tempo integral. Hoje, esse modelo passou a ser uma referência para todo o Brasil. O ensino de primeiro grau precisa também inaugu-rar um ciclo revolucionário na educação. Para os próximos dez anos, pelo menos, um terço da rede do ensino mu-nicipal, deve passar a ser em tempo integral.

Ronald Mattos - Investimen-to em educação é funda-mental e nossa cidade não é nenhum exemplo também nesta área, infelizmente. O desenvolvimento de políticas integradas para o desenvol-vimento e obtenção de exce-lência em educação deveria ser prioridade dos governos e premissa básica de cada família.

João Paulo - Quando estive na Prefeitura do Recife insti-tuí políticas de universaliza-ção do atendimento e melho-ria da qualidade de ensino. O Recife foi a primeira capital do

país a ampliar o ensino funda-mental em mais um ano, per-mitindo que milhares de novos alunos tivessem acesso às sa-las de aula. Também contrata-mos, por concurso, 2.600 pro-

fessores, quase dobrando o quadro de profi ssionais exis-tentes na rede. Frente à cres-cente demanda, acho que es-sas duas questões (acesso e qualifi cação) ainda continuam

como os maiores desafi os. Para vencê-los, é necessário implantação de uma política que reúna compromisso com a educação, trabalho e inves-timentos.

Finalizando. Como é a cidade que o senhor quer?

Jarbas Vasconcelos - O Re-cife é uma das cidades mais bonitas do mundo. Quem diz isso não sou apenas eu, mas pessoas dos mais variados países que aqui chegam. É uma cidade belíssima, mas tremendamente mal cuida-da. Gostaria que o Recife conseguisse equilibrar a ci-dade que foi com a cidade que tem condições de ser. Nosso Estado está num ci-clo de desenvolvimento que, espero, seja sustentável. O bom funcionamento do Re-cife é importante para isso, pois não consigo enxergar um Pernambuco pungente com sua capital maltratada. Como toda grande cidade, o Recife tem situações ex-tremas e cabe ao prefeito reduzir esses extremos, construir uma administra-ção que trabalhe para levar boas condições de vida para todas as áreas, todos os bairros. Imagino uma cidade mais verde, mais limpa, uma cidade de que todos possam orgulhar-se, não apenas pelo que foi no passado, mas tam-bém pelo potencial que tem para o futuro.

Ronald Mattos - Uma ci-dade mais justa, segura e educada. Mas fazer parte da construção deste ‘sonho de cidade’ talvez seja o grande desafio e um privilégio.

João Paulo - Uma cidade na qual o povo possa ter assegurado o acesso aos benefícios da civilização e do progresso e o exercício pleno dos seus direitos de cidadania.

Foto: O Recifense

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O Recifense | outubro de 2011 | no 1 | ano 1 15CLASSIFICADOS

Em 2010, R$ 11,3 bilhões forampagos aos trabalhadores em açõesna Justiça do Trabalho

Quase 2 m i lhões de novos casosnas Varas do Trabalho

A cada 100 m i l habitantes, 1.070ingressaram com ações trabalhistas

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