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O Retorno de INANNA V. S. Ferguson ォO Retorno da Inannaサ foi escrito em seis meses por meio de ォtranscrição automáticaサ. Usand o a memória de vidas passadas de V. S. Ferguson, Inanna revela como ela e os outros ォdeusesサ se inseriram através do tempo em seres multidimensionais de carne e osso como nós, para ativar nosso DNA latente e liberar à espécie humana.

O Retorno de Inanna - Os Deuses Ancestrais e a Evolução doPlaneta Terra - V. S. Ferguson

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O Retorno de INANNA

V. S. Ferguson

«O Retorno da Inanna» foi escrito em seis meses por meiode «transcrição automática». Usand o a memória de vidaspassadas de V. S. Ferguson, Inanna revela como ela e osoutros «deuses» se inseriram através do tempo em seresmultidimensionais de carne e osso como nós, para ativarnosso DNA latente e liberar à espécie humana.

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PALAVRAS DA AUTORA

Em 1990, enquanto lia o livro de Zecharia Sitchin, «AGuerra dos Deuses», comecei a ter visões da vida deInanna. Suas experiências como bisneta de Anu, doplaneta Nibiru, tiveram vida para mim durante um lapsode seis meses. As visões eram tão reais e fa miliares, quehouve momentos em que pensei que eu era Inanna. Anosdepois, Inanna voltou para mim e me pediu queescrevesse sua história para ela. Assim publiquei porminha conta «Inanna Returns» (O Retorno de Inanna) eum ano mais tarde, «Inanna Hyper -Luminal».Após, estive me esforçando por compreender asconseqüências do que aprendi de Inanna. T enteiestabelecer a conexão entre a condição humana e asmanipulações genéticas dos extraterrestres, incluindoInanna e sua família. Seguir por este atalho, levou -me ainvestigar cada um dos aspectos da experiência humana:nossa história que se repete, a destruição do meioambiente, a ameaça das mudanças terrestres, os governose suas agências secretas, a economia e a reserva federal, a sguerras intermináveis, e nossos meios de comunicaçãocontrolados pelas corporações com seus tentáculos depropaganda, as companhias de relações púb licas.O único elemento lógico que encontrei em tudo is to, é ofato de que a família de Inanna possuía uma «disfunção»e, parece, deixaram uma marca genética em nós que nosinduz a nos comportar como meninos maltratados quecontinuam transmitindo, atra vés de nosso DNA, ospadrões de comportamento disfuncional às geraçõesseguintes.Para onde conduz isto e quando acabará, ninguém sabe.Mas Inanna e eu esperamos que na busca de uma visãomaior e completa possamos, através do conhecimento,

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liberar a nós mesmos do miasma de amnésia em quetodos vivemos.Espero que estas páginas lhes ajudem, de algum jeito, arecordar quem são, para que possam «conhecer a verdadee essa verdade lhes fará livres». E para que nós, a raçahumana, possamos nos reunir muito em brev e com o restodo Universo como co-criadores soberanos em nossocaminho para Casa.Vemo-nos no Coração.V.S. Ferguson

PALAVRAS DE INANNA

Eu, Inanna, retorno para contar como, faz 500 .000 anos,minha família das Pleyades tomou posse da Terra ealterou o genoma humano com o fim de produzir umaraça de trabalhadores criada para extrair ouro d estinado àesgotada atmosfera de Nibiru, nosso planeta e lar. Comofomos tecnicamente muito superiores, esta raça detrabalhadores — a espécie humana — nos adorava como adeuses. Aproveitamo-nos deles para liberar guerras emmeio de nossas disputas familiares intermináveis até que,de um modo estúpido, desatamos sobre a Terra a terrívelarma gandiva, que enviou uma onda de radiaçãodestrutiva por toda a galáxia.Isto enfureceu à Federação Intergaláctica. Por causa denossas próprias ações, vimo-nos restringidos por "AParede", uma prisão de freqüência que congelou nossaevolução.Retornem comigo à antiga Suméria, a Babilônia e ao Egito.Dentro de meus Templos do Amor, d ou a conhecersegredos antigos da união sexual cósmica pleyadiana e demeus matrimônios sagrados. Através de meus olhoscontemplem a Torre de Babel, o Grande D ilúvio, os

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Túneis das Serpentes e os cr istais em espiral na pirâmidede Gizé.Viajem comigo pelo tempo até a Atlântida, Cachemira e oPacífico Noroeste dos Estados Unidos à medida queencarno em meu Eu multidimensional para pôr afuncionar os códigos genéticos que estão latentes dentrode sua espécie e para liber tar a Terra do controle porfreqüências que exerce meu primo, o tirano Marduk .

A Editora

A muito tempo conheço as histórias de nossos ancestrai spleyadenses, os deuses que manipularam nosso DNA,usaram-nos como operários e nos ocultaram a verdade oquanto somos realmente usados para beneficiar a eles.Tinha lido sobre eles, ouvido falar deles e lido passagensde livros sobre as Pleyades tais como Bringers of theDawn e Earth. Parecia-me que já conhecia bem essashistórias. De modo que quando Susan Ferguson mechamou para me perguntar se esta va interessada emeditar O Retorno de Innana, quase lhe respondi: "Oh , não,não mais histórias de deuses!" Mas algo dentro de mim,disse: "Não responda tão rapidamente, há um presentepara ti nisto".Eu escuto meu guia interior; além disso, cai -me muitobem Susan, e estava na lista para outro projeto, de modoque lhe disse que eu gostaria de ler o rascunho.Susan me enviou a primeira parte de seu livro. Foi de umaleitura rápida, engenhoso, bem contado e me afetouprofundamente. Através da voz d e Inanna, os deuses seapresentaram de uma maneira realista e prática. Eramegoístas e fastidiosos, comportavam -se como pessoas queconheci antes e com as que não queria interatuar.Reclamando, disse a Susan: "Inanna é tão malcriada eobstinada e tão desatenta às conseqüências de suas ações.

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Supõe-se que é uma deusa!" Susan respondeu:"Exatamente! Os deuses foram adolescentes eternos,meninos malcriados e egoístas que obtêm o que queremou brigam. É difícil de acreditar que lhe tivéssemosentregue nosso poder a alguém tão ordinário e ambiciosoe, entretanto, fazemo-lo constantemente uma e outra vez".Tiveste já a sensação de ter ouvido algo tantas vezes quete faz pensar que o compreende muito bem, ma s vemalguém e te diz uma coisa que possivelmente já ouvisteantes, mas por alguma razão a escutas de um mod o muitodiferente, e essa coisa mudou toda a perspectiva? Aspalavras de Susan me trouxeram um grandedescobrimento: estes deuses são gente real que nosmanipulam para nos fazer acreditar que são deuses. Ecomo eu tinha acreditado que estes personagens eramdeuses e já estava zangada porque não se comportavamcomo eu esperava que se comportassem os deuses,significava isso que ainda lhes estava entregando meupoder, esperando que fossem mais sapientes, maiscompassivos que um humano comum, como eu? Tinhaainda essa enorme brecha em minha consciência quesepara o divino e o humano em duas categoriascompletamente diferentes?Li de novo a história, com outros olhos, e desta vez a sentino centro de meu ser. Inundei -me em um sentimento derespeito por Inanna, cuja voz ressonava tão veraz àmedida que contava suas histórias. Ela estava contandosua história exatamente como aconteceu; sabia que ela eos membros de sua família eram eg ólatras, malcriados, eque tinham feito muito mal aos humanos e à Terra. Aonão dissimular ou tratar de justificar suas ações, Inannaestava aceitando a responsabilidade pelo que eles tinhamfeito, e estava aqui para remediá -lo.De uma maneira muito singela e em uma linguagem fácilde entender, Inanna apresentou os deuses como pessoas

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às que podia sentir e compreender. Para mim, as históriasjá não eram simples mitos; minhas lembranças latentes seestimularam e conheci a família de Anu como se foraminha própria família. Dava -me conta de que Inannaestava fazendo exatamente o que eu tinha estado fazendoem minha vida: indo ao passado para sanar as feridas,para evoluir. De repente se desmistificou e descanonizouos deuses e os conheci então.Enquanto trabalhava na primeira parte, Susan estavaterminando a segunda e me enviou isso. Estava muitointrigada quanto a como continuaria a saga na segundaparte do livro. Os deuses estavam atualizados, erampersonagens do século XX que tratavam de sana r todas asferidas que tinham causado ao encarnar na forma hu manapara ativar os gens latentes e para devolver oconhecimento que com tanto afinco tinham ocultado . Eera claro que tinham feito um trabalho tão bom para "nosdesconectar", que retificar o passado não foi tarefa fácilpara nenhum deles.Cheguei a conhecer Inanna muito bem e a amá-la muito.Freqüentemente sinto sua presença. Confio na claridade ea verdade que há dentro dela, e acredito em seu desejosincero de retificar as ações irrefletidas e egoístas de suafamília. Também cheguei a amar muito a Susan, e lheagradeço por ter tido a coragem de nos trazer para aInanna para que contasse sua história, e por sua diligenteinvestigação para corroborar os fatos históricos.Desfrutei muitíssimo o trabalho com este livro. Para mimfoi uma experiência poderosa. Precavi-me de muitoscampos onde ainda estava programada para acreditar ,coisas que não me serviam. Compreendi e sentiprofundamente minha conexão com estes deuses, e exigimeu legado como um deles de um modo que não tinhatentado antes. Em seu próprio est ilo franco, Inannacompartilha sua sabedoria e acuidade d e engenho para

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que se feche a brecha entre os deuses e os seres humanos.Ela recalca uma verdade singela, uma verdade muitoimportante: nós somos os deuses, sim , temos oconhecimento e o poder; está dentro de nosso DNA, sóesteve inabilitado e latente dentro de nossos gens, masestá lá. Somente temos que acreditar nele para ativá -lo.Tera ThomasFevereiro de 1995Pittsboro, Carolina do Norte

ÍNDICE

PRIMEIRA PARTE: A família de Anu

01.- Inanna fala02.- Nibiru03.- Ninhursag04.- Enlil05.- Enki06.- Dumuzi07.- Ereshkigal08.- Os Templos do Amor09.- Marduk e a Guerra10.- O EKUR11.- Gilgamesh12.- Utu e os Túneis das Serpentes13.- Sargão o Grande14.- Tara15.- Gandiva16.- Interferência17.- Descida18.- Para os meninos

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SEGUNDA PARTE: Melinar e os Eus Multidimensionais

01.- Os Sapatos02.- Os Brilhantes03.- Olnwynn04.- Montanha Perdida05.- O Guardião dos Cristais06.- O passado inexistente07.- Um pouco de interação08.- Chandhroma09.- Livros e Sapatos10.- O mundo das aparências11.- A Cortina12.- Voando ao Tibet13.- Almoço com Marduk14.- O Homem ideal15.- Um Helicóptero Negro16.- A nave nodriza17.- Fusão18.- Pó Cósmico19.- Depois

PRIMEIRA PARTE: A FAMÍLIA DE ANU

I.- INANNA FALA

Eu, Inanna, sou tão amada.De muitas maneiras, sou o amor perse.Nós como pleyadenses sempre soubemos que o amor é aessência da criação. Tudo o que fomos sempre é amor;amor à aventura, amor ao poder e amor à diversão. Esta éa história de minha família, a família de Anu, que chegoua seu planeta das Pleyades faz mais de 500. 000 anosterrestres. E, como verão, nossa história é também suahistória, porque em nossos laboratórios, minha família

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criou sua espécie tal como existe agora. Nunca fomosrealmente superiores a vocês, simplesmente muito maisexperimentados. Minha família tinha estado divertindo -seno universo muito tempo antes de que chegássemos àTerra. Vocês foram nosso experimento genético naperiferia desta galáxia.Retornemos ao começo. O tempo é o campo de jogo dosdeuses e, qual tempo usaremos? O seu ou o nosso? Emrealidade o tempo não existe, mas é útil porque se um nãomarcar limites, tudo se funde. O pensamento é projetadopara o espaço através das freqüências infinitas de tempoque são variáveis. Existe uma multidão de freqüências detempo, e o tempo terrestre é muito diferente ao tempo quenós vivemos. Da perspectiva huma na, parece que nósvivemos para sempre, o que nos facilita muito poder nosdivertir com os habitantes da Terra.Como criamos a raça humana em sua forma atual semativar todo o seu DNA, nunca nos ocorreu que poderiamser algo mais que nossos escravos , ou que poderiamexecutar tarefas mais complicadas que cozinhar, limparou extrair ouro. Viemos à Terra para uma operação demineração remota. Começamos a ensinar a nossoshumanos, e os chamamos Lulus. Como desfrutávamostanto do jogo com os Lulus, apegamo -nos muito a eles ecomeçamos a nos cruzar com eles. Apaixonamo -nos pornossa própria criação.Mas não podíamos deixar de bri gar entre nós mesmos. OsLulus nos adoravam como a deuses, uma prática quefomentávamos, e os enviávamos à batalha a lutar e morrerpor nós como peões em uma partida de xadrez. Elesestavam mais que dispostos a enfrentar -se à morte só paranos agradar, e os víamos como uma fonte renovável, poissempre podíamos criar mais.Logo cometemos o engano de usar a Grande ArmaRadioativa, a Gandiva. Como resultado, ondas de

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radiação letal fluíram para o sistema solar, para a galáxia,o que chamou a atenção do Conselh o da FederaçãoIntergaláctica. Quando se deram conta de nossocomportamento imprudente, interferiram. Eles diriam"intervir". Minha família tinha estado tão ocupadalutando, competindo e jogando que se esqueceu p orcompleto do chato Conselho. E além do mai s, a Terra eranossa.Os membros do Conselho argumentaram que a Terratinha sido colonizada antes de chegarmos, e que tínhamosinfringido a Lei do Primeiro Criador ao pôr em perigooutros mundos com nossas maravilhosas armas. Tambémnos acusaram de alterar as capacidades genéticas daespécie humana, despojando -os assim da habilidade paraevoluir. Acusaram-nos de violar a Lei de NãoInterferência. Enredados em meio de nossos própriosproblemas, pareceu-nos que isto não era assunto deles.Nossa família, a família de Anu, estava em guerra, irmãocontra irmão.Para nós, o Conselho da Federação Intergaláctica nãoimportava em nada, até que nos vimos rodeados daParede. Não era uma parede real, como uma de tijolo; estaera uma parede de freqüência invisível e, por conseguinte,para nós tudo começou a mudar . A magia desapareceupor completo de nossas vidas; já não havia faísca, nãohavia ação. A vida se voltou muito sólida e densa, deixoude circular. A Deusa da Sabedoria estava a ponto de nosensinar algo que tínhamos esquecido, ou quepossivelmente nem sequer tínhamos começado aaprender ainda.Ao princípio o aborrecimento nos confundiu , pois não otínhamos experimentado antes, e nós não gostamos.Tornamo-nos irascíveis, quase humanos, o queverdadeiramente nós não gostávamos. Eternamentetínhamos estado nos expandindo e explorando o universo,

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criando com facilidade, nos divertindo. Nossas vidastinham sido emocionantes com o poder infinito quetínhamos disponível, e logo nos sobrev eio um estado deaniquilamento que nos deixou perplexos. Tínhamosdeixado de evoluir. Aconteceu para nos ensinar por meioda experiência o que tínhamos feito aos Lulus na Terra, aParede era a disciplina que nossas próprias ações tinhammagnetizado para nossa existência.Não podíamos acreditar que realmente tínhamos cessadode evoluir. Com relutância, dirigimo -nos ao Conselhopara fazer perguntas para nos fazer parecer sábios, paradissimular o fato de que não sabíamos o que nos estavaacontecendo. Eles sabiam. Possivelmente são maisavançados que nós, mas não gostamos com uma idéia tãodeprimente.Cuidadosamente o Conselho nos explicou que teríamosque outorgar aos terrícolas os mesmos poderes que nóspossuímos! Informaram-nos que fomos responsáveis peloque tínhamos feito. Que tolice! Nós não podíamos aceitá-lo. Podem imaginar que coisa chata seria se seus animaisdomésticos fossem iguais a vocês? Poderiam começar afalar e inclusive lhes dizer o que gostariam de jantar.Onde terminaria, com um jantar de quatro pratos e trufasde chocolate como sobremesa?Muito chateados voamos para casa e, para variar , comoera nosso costume, brigamos entre nós mesmos. Algunsimaginaram que a Federação estava conspirando comnossos inimigos; outros pensaram que o Conselhoobviamente queria ficar com a Terra . Os sírios eram maisantigos no Conselho que nós os pleyadenses ou, eram -noos arcturianos? Alguns de nós cre mos que era algopessoal e começamos a nos culpar uns aos outros. Somosuma família fraturada na verdade.Tentamos dissolver a Parede por meio de um sacrifícioritual colossal, belo e realmente horripilante a gosto dos

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que se consideram entendidos nestes assuntos. Mas nadaaconteceu; nada trocou, a Parede ainda estava ali e nosvoltamos ainda mais aborrecidos, estancados edesorientados. O desespero , anteriormente desconhecidopara nós, cravou suas garras dentro de nossas almas,nossas almas répteis, para ser exatos.Então eu, Inanna, Rainha dos Céus — eu adoro esse título—, retorno para falar. Retorno a vocês, meus terrícolas,meus Lulus. Retorno para prepará-los para a mudançavindoura em seu DNA, para a transformação completa deseu planeta Terra e de seus formosos corpos. E,naturalmente, espero me liberar a mim mesma noprocesso! Suponho que se uma mãe não nutrir a seusfilhos devidamente, isto a persegue até que encontra amaneira de equilibrar a balança. Parece que eu tambémdevo equilibrar o que criei, e de certo modo ser como umamãe para vocês.O que me recorda minha maravilhosa infância em nossoplaneta lar, Nibiru, e todos aqueles que fora m como mãespara mim.

II.- NIBIRU

Ao contar minha história, não me ocuparei do tempolinear como o conhecem. O tempo terrestre é ineficaz paradescrever nossa relação com vocês. Um de nossos anosequivale a 3.600 anos terrestres! O tempo pleyadense éelástico, expansível e interdimensional. Alguns de nóspodem viajar a qualquer ponto do tempo que escolhamos,podemos até alterar os acontecimentos desse tempo. Taisexcursões têm seu preço, mas uma vez conquistado otalento que se requer, quem pode resistir? Viajar no tempoé um pouco divertido! Os conceitos fixos sobre o tempo

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simplesmente não existem, assim não os esperem nestelivro.Minha infância foi uma época mágica para mim. Ostabletes de argila cuneiformes que se encontraram naSuméria e Babilônia dizem que eu nasci na Terra, o que écerto. Meu irmão gêmeo, Utu, saiu primeiro da matriz deminha mãe, o que lhe dava prioridade nos direitos deherdeiro. Entretanto, eu não permiti que estedesafortunado acidente de nascimento me pusesse travase, mais tarde na vida, compensei -me mesma comgenerosidade por essa pequena frustração.Quando estávamos em condições de vi ajar, nos enviaramde retorno a nosso lar, Nibiru, um planeta artificial quetinha sido desenhado pela tecnologia pleyadense paraprocurar matéria prima neste sistema solar, e que dá avolta a seu sistema solar cada 3.600 anos. O planeta Nibirufoi dado a nossa família faz muitos eones e Anu, meubisavô, herdou seu domínio de seu pai. Anu é o pai deEnlil, o qual é o pai de meu pai, Nannar. Minha mãe sechama Ningal e é a mulher mais adorável que conheci.Quero-a muito, mas freqüentemente me pergunto comome trouxe para o mundo!Meu irmão gêmeo Utu e eu fomos os primeiros da famíliareal que nascemos na Terra, como chamamos à Terra.Nessa época, ninguém sabia se as freqüências da Terraafetariam o DNA dos meninos pleyadenses. Por esses diaseram impossíveis de predizer as tormentas radioa tivas eas flutuações magnéticas deste planeta fronteiriço, demodo que nossos pais e avós não queriam correr ri scoscom nossos códigos genéticos preciosos.Criaram-nos no magnífico palácio de meu bisavô Anu esua rainha irmã Antu. Minhas primeiras lembranças reaissão de minhas correrias e risadas pelos pisos polidos delápis lázuli; de brisas suaves que brandament e moviamcortinas brancas enormes e que acariciavam os formosos

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cachos escuros de meu cabelo. Minha risada enchia a casa.Meu pequeno corpo azul corria pelo mero prazer de sentiro piso fresco debaixo de meus pequenos pésrechonchudos! Todos me amavam e não havia quem mecontrolasse, só gente que me elogiava e me abraçava. Avida era perfeita!A maioria dos membros de minha família tem pele detons azuis variáveis, como turquesa e lápis lázuli cremosomesclados, quentes azuis suaves que são conseqüência daalta quantidade de cobre em nosso sangue. Este cobre nosprotege da radiação cósmica que bombardeia nossoplaneta do espaço. Nossa tendência contínua de fazer aguerra faz tempo acabou com o amparo natural de nossaatmosfera contra dita radiação, assim que nossos corposse adaptaram ao aumentar o conteúdo de cobre. Duranteeones estivemos pulverizando ouro em nossa estratosferapara melhorar a atmosfera de nosso planeta, enecessitamos de um fornecimento constante desse ouro.Essa foi nossa razão principal para colonizar a Terra.Anu e Antu são as cabeças de m inha família e osgovernantes de Nibiru. Embora nossa tendência sejapermitir que cada qual faça o que lhe agrade, inclusive atéos extremos, eventualmente quase todos os de nossogrupo briguento acatavam as ordens de Anu e Antu.Extremo é uma boa palavra para descrever a Anu e Antu.Sei que podem parecer mimados, indulgentes ouimoderados mas, para mim, assim era a vida, a forma emque fazíamos as coisas. Eu ador ava a meus dois bisavôs eeles por sua vez me adoravam, especialmente Anu. Defato, meu nome, Inanna, significa "amada de Anu", e maistarde isto me permitiu um poder importante sobre o restoda família.Em menina, em todas as partes me rodeavam a beleza e oamor. O palácio era um pavilhão aberto sem limites e semparedes. Os arquitetos tinham de senhado o interior como

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o exterior e vice-versa e, como nos protegiam reguladoresde freqüência, não necessitávamos de paredes ou vidro.Havia inumeráveis jardins paradisíacos de todos osdesenhos imagináveis que exibiam flores exóticas, novelo,aves e mariposas de todos os lugares das galáxias. Seriaimpossível descrever muitas das espécies posto que sãodesconhecidas na Terra. Alguns dos jardins eram som entefreqüências de luz e som; os nossos artistas de Nibiruadoram essas criações. Os jardins prediletos de minhabisavó Antu eram feitos de ouro e pedras preciosas, asflores freqüentemente eram de rubi e safira com folhas deouro e prata. Na Terra recriamos estes jardins em jóiaspara que nos fizessem recordar nosso lar. Nos escritosantigos da Terra há descrições verdadeiras desses lugares.Anu e Antu adoravam as festas. Eles celebravam tudo; umequinócio, um cometa, os solstícios e, é obvio, osaniversários. As festividades se prolongavam porsemanas, inclusive meses. Todo mundo vivia assim. Eraminha vida.Anu, que era de aparência agradável e generoso, sempreestava pensando em um presente maravi lhoso para suaquerida Antu: um diadema novo , uma nave voadora ouum templo. O palácio devia ser enorme só pa ra conter ospresentes que lhe dava. Antu, que era bela e afetuosa,emanava gozo e prazer cabal. Sua paixão era prepararfestas; tinha o dom para a organização e nunca lheescapava o mínimo detalhe. Ela era o tipo de uma des sasanfitriãs consumadas que dei xa qualquer umperguntando-se quem tem o poder, a esposa ou seumarido. Todos os das galáxias desejavam ser convidadosao palácio para desfrutar dos manjares da cozinha deAntu. Das tortas se formavam fantásticos paláciosmágicos, e a fruta e sorvetes se e xibiam apetitosamentepor várias mesas. Nossos vinhos eram excelentes.

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Nosso amor à beleza e a criatividade naturalmente seestende até o ato sexual, o qual é respeitado com a maisalta deferência por minha gente no Nibiru e atra vés detodas as Pleyades. Se trouxerem seus conceitos terrestressobre a sexualidade e a moralidade na minha história,seria melhor que fechasse o livro agora mesmo. Para nós,o sexo tem que ver com as freqüências de energia e suadireção. Como nós usamos a energia sexual para criarmuitas coisas, seu ponto central e amplificação é umaforma artística que todos nós aprendemos e desfrutamos.Vemo-lo como a força pura de energia que brota doPrimeiro Criador para o corpo e seus centros receptores.Quando já está no corpo, lhe troca a d ireção e setransforma segundo a habilid ade e capacidade doindivíduo. Poderia-se comparar com um sistema decircuitos eletrônicos que modifica e distribui energiaelétrica.Foram Antu e Anu quem me deu o conhecimento daUnião Sagrada. Antu encarna as forç as apaixonadas dacriação e lhe tem por uma grande professora de ditoconhecimento. Para mim foi uma honra que ela meensinasse. O poder da expressão sexu al é venerado e demuitas maneiras entre nós. Este conhecimento fazia partede minha linhagem genética , e como venho do sangue deAnu e Antu, nasci para amar e ser amada; por isso era suapreferida.Nos Templos do Amor em Nibiru, eles escolhiamsacerdotes e sacerdotisas apoiados em sua habilidade parareceber e transmitir as freqüências mais elevadas daUnião Sagrada. Para nós o prazer sexual não era nadamenos que alívio e recreio. A uma escala maior, a uniãosexual é um grandioso gerador de néctar para o PrimeiroCriador. A conexão do sexo com a vergonha e a culpa foiconsumada na Terra por outro membro d e minha família,certamente não fui eu, para escravizar aos Lulus e mantê-

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los temerosos. Em Nibiru é de conhecimento geral o fatode que o poder sexual é parte da existência.Minha infância em Nibiru foi como estar em um paraíso etodos me adoravam. À medi da que crescia, minhaeducação recaiu sobre meu tia/ avó Nin. Seu nomeverdadeiro é Ninhursag, mas eu lhe chamo de Nin porquecom ternura me cuidou quando eu era uma menina. Ela écomo uma mãe para mim e a quero muito. É a filha deAnu, mas não de Antu. Anu podia ter, e as teve, todas asconcubinas que desejasse. Nós somos muito tolerantes eexpressivos e tinha pouca importância o que Anudesfrutasse de muitas outras mulheres. O que eraimportante para nós era a linha de su cessão: quemherdaria o poder de Anu. Os matrimônios entre irmãossão comuns entre nós para assegurar a primeira linha d esucessão, e Antu era a irmã de Anu, e também sua esposa.Já sei. Estão escandalizados, mas lhes adverti que nãotrouxessem sua moral aos assuntos de minha família. Porum lado, o casar-se com a irmã de um explicava com todaclaridade quem tomaria o poder. Pelo outro, causavaestragos. Anu era muito ardente e tinha muitos filhos commuitas mulheres. Mas todos estes irmãos médios deramorigem a muitas rivalidades e a confus ão em nossomundo e logo na Terra.Enlil, Enki e Ninhursag são os três filhos principais demeu bisavô, Anu. Enlil e Enki, ambos os varões, têm mãesdiferentes e Ninhursag, nascida de outra mãe, é a únicamulher.Anu e Antu sempre me consentiam, mas minha tia/avóNin, que por natureza era disciplinada e severa , deu-seconta de que eu tinha uma leve tendência a deixar quemeus impulsos se transbordassem. Evidentemente eununca vi isto como um problema. A Nin deu a ingratatarefa de me educar e, embora de vez em quando era dura

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comigo, sempre soube que me amava muito. Em repetidasocasiões necessitei desse amor.

III.- NINHURSAG

Ninhursag também é conhecida como a Deusa Mãe, aSenhora da Vida, a Senhora da Montanha e muitos outrostítulos afetuosos. Uma brilha nte geneticista e doutora,minha tia/avó Nin é a professora geneticista da casa deAnu. A mãe de Nin era uma formosa cirurgiã de quemAnu se apaixonou em uma viagem ao Planeta da Sanação.A personalidade da mãe de Nin era muito diferente deAnu, e à medida que Nin crescia, encarnava a impecávelauto-disciplina e determinação de sua mãe. Como não seinclinava muito pela festas intermináveis de Antu,Ninhursag pôs toda sua energia nas artes de sanação emelhoras genéticas. Possuía uma mente clara e aguda e ocoração de um anjo.Embora Nin tenha crescido em Nibiru, acompanhou seusirmãos à Terra para ajudar em sua colonização. A Enki eEnlil, os dois filhos de Anu, lhes tinha encomendado levarouro e outros minerais úteis a Nibiru. O ouro era essencialpara nós devido aos desequilíbrios que nosso guerrearconstante tinham causado a nossa atmosfera.Nesses dias, a Terra era considerada não mais como umafonte de minerais, um forte fro nteiriço de indústriamineira na borda da galáxia. Seus habitantes eram ascriaturas selvagens que vagavam pelas planícies extensaspastando em uma abundância de ervas. Também estavamas raças do Povo da Serpente e do Povo do Dragão, quepreferiam viver em túneis debaixo da superfície da Terrapara proteger-se das tormentas radiativas e mudançasmagnéticas que eram freqüentes.Ninhursag, Enki e Enlil foram a Terra com emoção eresolução. devido a que Enlil era o filho de Anu e Antu e oprimeiro na linha de sucessão para herdar o poder de

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Anu, foi escolhido como o líder dos dois gru pos deastronautas de Nibiru. Um grupo foi atribuído à navesatélite e permaneceu em órbita para inspecionar oplaneta, informar sobre possíveis dificuldades e receberenlaces de trânsito. O outro grupo, que formava a maioriados astronautas, baixou à Terra com o propósito decolonizar eventualmente todo o planeta. Estes chegaram aviver e trabalhar aqui e lhes chamou os Anunnaki.Enki, o filho de Anu e uma princesa Dragão da Terra, erao segundo na linha de poder de seu pai. Ele era umengenheiro professor e t inha começado os projetosmineiros um pouco antes de que chegasse Enlil. Minhafamília inventou a rivalidade entre irmãos médios e, comose poderão imaginar, estes dois filhos do mesmo pai ediferentes mães discutiam constantemente quanto àsdecisões que teriam que tomar. Ninhursag era nossomédica-chefe e professora geneticista na Terra e, pornecessidade, a conciliadora da família. Os Anunnaki,nossos astronautas que com muito gosto seguiram a estestrês filhos de Anu à Terra, estavam todos muitoemocionados nas primeiras etapas da nova aventura.Como lhes tinham prometido riquezas e terra, osAnunnaki estiveram muito contentes por um tempo, masninguém estava preparado para uma escavação dessamagnitude! Eles nunca tinham feito algo tão físico, tãorotineiro, de modo que o trabalho nas minas de ouro seconverteu em uma tarefa nefasta. Enki até tratou decompor canções para manter seus espíritos alegres. Masmuito rapidamente estes guerreiros, cientistas eengenheiros se voltaram mal -humorados e logo zangados.E, como os pleyadenses possuem uma espécie de "mentede grupo", o descontentamento se pulverizou como ofogo, negaram-se a cavar um centímetro a mais.Enlil e Enki estavam pasmados! Em casa sempre podiammotivar a seus "patrícios pleyadenses" O que ter ei que

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fazer? Não queriam ser desacreditados e ser mau vistospor seu pai Anu. Fiéis à natureza da família, os irmãoscomeçaram a culpar-se mutuamente. Os insultos e brigasos levaram aos punhos e, depois de um pouco de sangue eumas quantas contusões, lhes ocorreu uma solução. NaTerra existiam muitas espécies das quais poderiam extrairmaterial genético para produzir uma raça de operáriosescravos. Isto solucionaria todos seus problemas emanteria contentes aos Anunnaki; já se tinha feitoanteriormente em outros planetas. Às multidões deastronautas que aclamavam lhes anunciara m que osmaravilhosos "touros de Anu" haviam resolvido tudo! Ocapitalista Enlil e o grande Enki tinham a situação sobcontrole!Imediatamente consultaram a sua irmã, Ninhursag, quetambém pensou que era uma boa idéia. Ela tinha estadoadministrando ervas curativas aos trabalha doresrendidos, e não gostava muito de ver os Anunnakirealizando este tipo de trabalho, especialmente àsmulheres. De modo que, acompanhada do Enki, quetambém sabia de genética, retirou-se ao laboratório ecomeçou a experimentar. Enlil se dedicou à agricultura, adesviar os rios e a construir obras de infra -estrutura,pirâmides e represas. Colonizar um planeta do tamanhoda Terra era um projeto de envergadura.Quando penso em Ninhursag e Enki sós trabalhando lá nolaboratório, experimentando com o material genético quetinham reunido, vem-me à memória um dia no quetiveram uma disputa terrível. Nin perdeu por completo ocontrole de si mesmo e quase mata ao Enki. Como Enkisempre estava tramando maneiras de lhe levar avantagem a seu irmão Enlil, queria ter um filho com suairmã. Ele sabia que este menino, se era varão, se riaconsiderado como um rival de Enlil e de seus filhos.

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Assim Enki se aproximou de sua irmã. Ninguém se tinhaatrevido antes a seduzir a Nin; não é que não fosseformosa. Minha tia/avó era muito bela e amável. Mastodo mundo se sentia intimidado por sua c apacidade,suas maneiras precisas e sua auto-disciplina veemente.Suponho que Ninhursag sempr e tinha pensado quealgum dia se casaria com um de seus irmãos. Seu pai Anuhavia desposado a sua irmã, como era nosso costume. Demodo que, obviamente, Ninhursag pensou em casar-secom Enlil ou com o Enki. Mas a mãe de Enki, Vão, tinha-oconvencido de que se casasse no ramo de sua famíliaterrestre, ou seja o Povo do Dragão, e Enlil se casou comuma enfermeira da qual se apaixonou perdidamente .Assim as coisas, não havia ninguém neste planeta remotoa quem Ninhursag pudesse considerar como seu igual.Como era idealista e obstinada por natureza, Nin preferi unão escolher a nenhum que fosse inferior a ela.Ela era muito inocente quanto ao s homens e não muitoboa na arte da sedução. Não esperava que seu irmãocasado a cortejasse e na verdade lhe mostrasse umapaixão e um ardor tão profusos. Ced eu ante as refinadastécnicas de Enki e se ruborizou como uma colegial . Apobre Nin simplesmente não estava acostumada a que aadulassem ou que a enganasse , um profissional comoEnki, que já tinha seduzido a tantas outras mulheres quenão teve que pensar duas vezes na sua jogada seguinte.Ninhursag caiu na armadilha. Acredito que como era aprimeira vez que lhe massageavam seu ego feminino sedeixou afetar por hormônios muito poderosos.Mas, para grande decepção de Enki, dessa união saiu umamenina. Ninhursag estava ditosa e idolatrava à menina;Nin amava a todos os bebês que conhecia; ela respeitava atotalidade da vida. Durante uma larga ausência de Nin,Enki esperou até que a menina alcançasse sua maturidadesexual e, para surpresa e escândalo de Nin, procedeu a

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seduzir a esta filha e também a embaraçou! De novo,nasceu uma menina, mas isto não deteve Enki. logo que asegunda filha começou a ovular, Enki lhe fez avanços,decidido a produzir um herdeiro varão.Ninhursag estava enfurecida! A idéia de que Enki, opróprio pai, pudesse corromper e fazer vítimas a suasduas garotinhas ingênuas, produzia -lhe náuseas. Seuorgulho estava profundamente ferido. sentiu -setotalmente usada e decidiu pôr fim ao desenfr eio de seuirmão. Cozinhou um elixir irresistivelmente delicioso,cheio de ervas virulentas e mortais que ela mesma tinhaconcebido. Enquanto Enki bebia o líquido com felicidade,Nin disse em voz baixa as palavras sagradas de seu feitiçoe assim lhe atirou um malefício pode roso a seu irmão.Com a taça na mão, Enki desabou.De uma maneira fria e desapaixonada, Ninhursagobservou como Enki sofria uma morte lenta e penosa. Elaqueria que ele sofresse do mesmo modo que a tinha feitosofrer a ela e a suas filhas; queria que ele c ompreendesse ador. O miserável Enki começou a consumir -se e aenvelhecer rapidamente, sua pele se tornou amarela. Aotemer o pior, Anu, pai tanto de Ninhursag como de Enki,sentiu-se finalmente impulsionado a rogar a Nin para quedesistisse do malefício e invocasse a magia curadora. Como tempo, Enki se recuperou e implorou o perdão d e suairmã. Mas depois disso Nin mudou e já não voltou aconfiar nos homens.Parece que minha família se assemelha a uma dessastelenovelas que são tão populares na Terra. Pod eriampreguntar-se por que.Durante a produção real dos operários escravos,cometeram-se muitos enganos, alguns cômicos, algunshorríveis, alguns inexprimíveis. Quando por fim se achoua combinação correta de DNA, e se produziu o primeiroLulu, o operário perfeito, o suficientemente inteligente

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para obedecer ordens, mas não o suficientementepreparado para pensar por si mesmo ou rebelar -se. E,claro, tinha que ser capaz de sustentar uma pá.Entre as muitas espécies que existiam na Terra nessaépoca havia uma criatura chamada Homo erectus. Estegênero comia as ervas e vegetação, e acompanhado degazelas e outros animais amigos, vagava pelos estepes. Acriatura tinha o poder de comunicar-se telepaticamentecom os animais e com os de seu gênero. Livres eselvagens, eles eram um com a sabedoria natural d asfreqüências da Terra. Conheci amo-los porquedesarmavam as armadilhas que púnhamos para capturara seus animais amigos. Esta criatura humana e os animaisse amavam entre si respeitosamente. De todo o DNA quetínhamos disponível, o do Homo erectus era o melhor.Enki se ofereceu para que sua esposa, Ninki, desse a luzao primeiro Lulu. O material genético do Homo erectus seimplantou no óvulo da fêmea pleyadense. O sangue dohomem se mesclou com o nosso , a dos "deuses", e sefundiram os potenciais genéticos. Assim, a espéciehumana leva códigos genéticos pleyadenses e nosso DNAestá para sempre combinado com o de vocês.Usaram-se os óvulos das fêmeas Anunnaki para produzirmais Lulus até que lhes dotou da capacidade dereproduzir-se por si mesmos. Não todos os da famíliaqueriam que os Lulus se reproduzissem sem nossa ajuda,mas era muito mais fácil deixá -los que continuassem oprocesso sem nós.A espécie humana como a conhecem foi criada medianteos procedimentos genéticos bem-sucedidas de Ninhursage Enki a fim de que nos pro porcionasse mão de obraescrava em nossas minas de ouro. Aquele s primeirosLulus, seus ancestrais, viam-nos como criadores, como"deuses". Nós fomentávamos essas crenças, porque nosfacilitavam o controle sobre eles.

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Aqui é onde eu entro no jogo. Para os projetos, minhafamília e os Anunnaki requeriam de um fluxo fixo eafresco de trabalhadores. Como Anu e Antu me tinhaminstruído nas artes do amor e a reprodução, meu trabalhoera educar aos astronautas e aos Lulus quanto àsfreqüências mais eficazes da experiência sexual. Eu estavaditosa! Para este fim, fiz construir fabulosos templos edava origem a cerimônias e ritos maravilhosos. Queriaque minha bisavó, Antu, estivesse orgulhosa de mim.Modifiquei os ritos tradicionais tântricos das Ple yadespara que se ajustassem a nossos objetivos na Terra.Como nos divertimos naqueles dias! Alguns poderiamchamar orgias às minhas cerimônias, mas eupessoalmente não referiria as minhas criações artísticas deuma maneira tão crassa. A palavra orgia reflete a atitudetriste da cultura contemporânea terrestre para a uniãomais sagrada com o Primeiro Criador. A experiênciasexual é muito mais que uma fricção; é a chave de seupoder, é a secreção de todos os sist emas hormonais queelevam as energias e unem dois seres em uma uniãosagrada. O respeito por esta experiência produz bebêsmais saudáveis e magnetiza uma alma similar àfreqüência que se gera e emite.As habilidades telepáticas dos Lulus os converteram emgênios. Esses primeiros tempos foram na verdadegrandiosos. Ensinamos a nunca questionar nada.

IV.- ENLIL

Enlil é o primogênito de Anu e Antu, o primeirocandidato para herdar o poder e trono de Anu. É, semsombra de dúvidas, o filho de minha bisavó, An tu, pois éuma pessoa minuciosa que se sobressai na logística. DeAnu, Enlil herdou seu caráter apaixonado, o amor à

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ordem e uma grande beleza masculina. Seu cabelo é comoo ouro e cai nos cachos mais perfeitos. É alto inclusivepara nós que medimos de 2 a 4 metros de altura. Suadestreza física se reflete em sua restrição e apego a suaprópria integridade. Enlil é o pai de meu pai, Nannar.Parece que em toda sua história, meu avô cometeusomente um engano: violou a minha avó. Em minhafamília todos temos inclinações sexuais muito ardorosas.Quando Enlil ainda estava jovem, deu um passeio ao ladodo rio e se encontrou com uma formosa mulher quenadava nua. Seu corpo brilhava à luz do sol, seu cabeloondeava molhado em correntes de ouro. Quando Enlil viuseus peitos debaixo das águas, a luxúria o invadiu.O pobre Enlil tinha pensado em uma armadilha. A mãedesta bela nadadora a tinha convencido de seduzir Enlildesta maneira para que ficasse bem casada, e o planofuncionou à perfeição. Enlil a obrigou à relaçã o sexual, oque vai contra nossas leis. Procuraram Enlil e oprenderam, fizeram-lhe um julgamento e o enviaram aoexílio. Não acredito que tenha esquecido a humilhaçãoque lhe produziu esse castigo. Estava apaixonado pelagarota e suplicou a seus pais que lhe permitissem casar-secom ela. Depois das bodas, perdoaram-no, mas ele nuncaesqueceu e, até onde eu sei, jamais voltou a cometer umengano.Foi possivelmente esta experiência de eroti smodesenfreado o que deixou Enlil com a tendência a julgaras paixões de outros. À medida que os Lulus semultiplicavam, os Anunnaki e os membros de minhafamília começaram a copular com eles. O nível deinteresse sexual saiu do controle e isto zangou a Enlil. Elenunca esteve de acordo com que lhes déssem os acapacidade de reproduzir sem nosso controle total. Osrasgos inimitáveis das capacidades telepáticas dos Lulus

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lhe adicionavam uma emoção desconhecida à experiênciasexual, especialmente depois de que eu os treinei.Correu o rumor de que os "deus es" estavam indo aosbosques para brincar e reproduzir-se com os Lulus. Devez em quando, os Anunnaki perdiam o julgamento eexpressavam suas paixões desenf readas aí mesmo nasruas da Suméria! Os Lulus eram tão lindos! M e pareciatudo muito divertido.Naqueles dias, o nascimento não era o processo dolorosoque conhecem hoje; era fáci l e um momento mágico paraser Um com a Deusa de toda a vida. Era um momentopara expressar união com todo o cosmos, para formarmais manifestações do Primeiro Criador. Não era ummomento de dor! Certamente não nos envergonhávamosde nossos corpos e suas funções. As Nibiru enses e asLulus desfrutavam da situação . Cada nascimento nostrazia mais Lulus e mais festividades, mais diversão emais cerveja! Mencionei que com os grãos silvestres quecresciam na Terra desenvolvemos o aguamiel e as cervejasmais deliciosas? As dávamos aos Lulus como recompensapor seu trabalho e nós mesmos tomávamos.Cada vez Enlil se sentia mais incomodado com acopulação desenfreada entre os Anunnaki e os Lulus. Istolhe causou uma obsessão, pensou que nossa estirpe seestava corrompendo por causa deste cruzamentoinverificado, e se zangou pela proliferação dos Lulus.Insone, Enlil começou a pensar em maneiras de reduzir apopulação Lulu, depois de todo o trabalho que eu realiz ei.Já se tinham estabelecido muitas hierarquias sociais entreos Lulus. Havia muita discussão quanto a quem tinhamais "sangue divino", quem estava aparentado com qual"deus" e até onde se prolongava sua linhagem, assimcomo hoje em dia muitos humanos pre tendem pertencer atal ou qual realeza.

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Já estivemos sobre e ao redor da Terra durante quase meiomilhão de seus anos. Os Lulus só começaram a escrever arespeito de nós nessas tabuletas de argila faz 5.000 anos.Pensem nisso: transcorreram séculos enquant o as históriaspassavam de recordação em lembrança. Nos primeirostempos os Lulus tinham uma maior capacidade dememorizar dados; não obstante, a consciência que elestinham de nós como "deuses" oniscientes era controladapor nós. Eles foram engendrados pa ra não questionar, eao que o fazia lhe esquivava ou lhe assassinava. Nósnecessitávamos de operários e não queríamos que osLulus chegassem a ser iguais a nós; manti nhamo-loslimitados. As tabuletas de argila registram somente o quenós lhes permitíamos copiar aos escribas.A idéia de que a população Lulu chegasse a invadir aTerra perturbou mais a Enlil. Queria desfazer-se delesmas, como? A quem terei que matar?Enlil convocou uma reunião da família. Demandou que sefizesse algo quanto aos Lulus , e começou a exortar seuspontos de vista solenes quanto ao assunto. É obvio, avelha rivalidade de irmão contra irmão começou aesquentar-se. Enki se opôs firmemente! Q ueixou-se de quedepois de todo o trabalho que ele e Ninhursag tinhampara produzir trabalhadores tão eficientes, era algoabsurdo sequer pensar em destruí -los. Possivelmentehavia muito mais ruído lá fora, mas pelo menos agorahavia mãos suficientes para cavar nas minas de ouro. Osirmãos bramaram e se enfureceram como de costume.Enlil não queria trocar de idéia apesar das súplicas de seuirmão. Os filhos de Enlil e Enki se uniram à disputa, ehouve muita irritação em ambos os lados, mas ao final,como ele é filho número um, Enlil prevaleceu. Seu planonão os mataria a todos, somente à queles desafortunadosque morreriam de fome, de modo que se arrumou aprimeira escassez de mantimentos. Quando Enki e seus

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filhos saíram da reunião, estavam forjando um plano parabloquear Enlil, porque mesmo que a fome resultante fezque o canibalismo se pulverizasse por todo o país, passou-lhes comida de contrabando aos Lul us e a maior partesobreviveu. Supõe-se que Enlil tem autoridade inapelávelsobre o resto de nós por ser o primogênito, mas não eratão fácil, porque somos uma família de indivíduos decaráter forte. Todos somos obstinados em acrescentarnossos poderes, e nós não gostamos muito de fronteirasou limitações de nenhum tipo. Enlil é igual; é filho deAnu, que nunca seguiu a ninguém em nenhum assunto.Uma vez que Enlil tinha tomado uma decisão e fixado se urumo, era improvável que pudéssemos dissuadi -lo ou quedesse um passo atrás.Enlil era o chefe de comunicações da estação espacial quedava a volta a Terra e foi o primeiro a saber da mudançapolar que se aproximava. Muito por cima do planeta, osastronautas começaram a observar a s flutuaçõesmagnéticas e os bamboleios inevitáveis. O eixo do planetaestava a ponto de voltear-se. Isto o tínhamos notado antes,mas nunca tinha havido uma população tão numerosapara evacuar. Enlil guardou tudo em segredo e de cidiuaguardar até o último momento possível, de modo que sóhouvesse tempo suficiente para transportar as famílias deAnu e aos Anunnaki à estação de embarque. A ssegurou-se de que não houvesse tempo suficiente para resgatar aosLulus. Enlil queria sair-se com a sua, por cima de Enki,sem importar as conseqüências.De uma forma inesperada o Grande Dilúvio nos caiu emcima. Enki enviou a seu piloto, Matali, para que merecolhesse. Nem sequer tinha empacotado! Lembroquando estava de pé em meu quarto tratando de decidirquais jóias levar. Tinha tantos colares de ouro, lápis lázuli,braceletes de esmeralda e marfim; se só pudesse levar unsbaús a mais. Matali se esquivava de minha frustração e

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me dizia que me apressasse. Eu não conseguiacompreender a gravidade do que vinha.Lembro muito bem quando estava sentada na nave,chorando nos braços de Ninhursag. Dos portais vimoscomo uma onda tragava as planícies da Terra e arrastavaos nossos preciosos Lulus. Nunca antes tinhaexperimentado uma perda, eu não estava pronta parasentir uma pena assim. Era como se eu também meestivesse afogando. Em meu coraç ão ouvia os gritos dosLulus desesperados; em minha imaginação via asmulheres que eu tinha treinado em meus Templos ,aferrando-se a suas colunas, rezando a mim, entre todasas pessoas. Mas suas orações não foram respondidas e seinundaram na morte; suas túnicas brancas flut uaram porum momento em bolhas ondulantes e tudo terminou.Me partiu o coração. Não sabia quanto amava aos Lulus;não sabia que uma parte de mim p ermaneceria com elesdebaixo desse cruel dilúvio. Ninhursag era a única queparecia compartilhar minha tristeza. Choramos dedesespero. Quem nos prepararia deliciosas cervejas?Quem procuraria o ouro?Esta vez a rivalidade entre o Enlil e Enki tinha servid o dealgo. Os espiões do Enki lhe tinham informado damudança polar. Em todas as culturas antigas da Terra háhistórias de um dilúvio e um homem que se salvou emum arca. Enki escolheu a esse homem. Informado de quehaveria um grande dilúvio, Enki resolveu salvar pelomenos uma família dos Lulus. Em meio de sua vaidade,escolheu um homem de sua mesma dotação genética.Todas essas histórias dizem que Noé foi escolhido por suabondade, pois, não, Noé incluso se parecia com Enki. Enão houve um arca, foi um submarino, e os animais "empares" era realmente material genético armazenadoapropiadamente para que pudessem se recriados maistarde. Desafiando a Enlil, Enki resgatou os Lulus.

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Quando Enlil descobriu os Lulus sobreviventes,enfureceu-se. Com seus filhos, lançou acusações de traiçãoe outros crimes abomináveis contra Enki e seus filhos.Enlil sustentava que Enki tinha desafiado as leis de Anu.Por conseguinte, Enki pronunciou o melhor discurso desua vida, astutamente elogiando e lisonjeando a Enlil porseu plano "divino". Disse que Enlil, em meio da grandezade sua sabedoria visionária, tinha escolhido o materialgenético de entre o lixo das espécies e chegou até aomelhor que havia entre os Lulus. E que se essessobreviventes solitários tinham suportado os horrores dodilúvio, então seus gens deveriam ser dignos de servir aAnu e aos Nibiruenses.Para nossa surpresa, Enlil acreditou! Acredito que estavatrocando de opinião, pois onde conseguiria os operáriospara as minas e para construir seus monumentos?Cada membro da família jurou solenement e nunca maisvoltar a destruir os Lulus. Em um momento degenerosidade sincera, e possivelmente um pouco deculpa, Enlil concedeu a vida eterna a Noé, pelo menoscomo a conhecemos. Preparou-se então todo tipo de leispara regular a copulação e reprodução dos Lulus. Emboratudo resultou bem para as duas partes em conflito, ho uveuma mudança, uma piora da rivalidade entre Enlil e Enki.Nós sabíamos que essa grande rivalidade ocasionariaoutras dificuldades no futuro.

V.- ENKI

Nós os pleyadenses nos consideramos da raça de origemréptil. Como evidência de nossa conexão com vocês, aespécie humana possui um cérebro réptil localizado nocerebelo, o qual controla as funções autônomas do corpo.Em todos os mundos, incluindo o sistema solarpleyadense, abundam muitas raças. Em sua linguagem

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não há palavras para descrever estas raças; nem sequerpoderiam pronunciar esses nomes, pois os sons lhesseriam muito estranhos.Quando Anu chegou pela primeira vez a Terra faz 5 00.000anos, o Povo do Dragão e o Povo da Serpente já estavamaqui. Obviamente, não queriam compartilhar seu planeta .Anu queria o ouro, mas o Povo do Dragão temia que elenão respeitaria seus métodos p acíficos. Eles tinhamdemorado eones distribuindo linhas de energ ia magnéticaao redor da Terra e tinham construído inumeráveis t úneisem colaboração com o Povo da Serpente. Os vórtices deenergia que potencializam suas civilizações se encontramnesses túneis junto com enormes armazéns de pedraspreciosas e metais. Houve um bom número de batalhas naTerra e em seus céus, mas finalmente se fizeram acertos,demarcaram-se limites, e Anu aceitou casar -se com umaprincesa Dragão chamada Vão para selar a aliança. Destaunião saiu o menino Enki.Vão é muito formosa. A Anu pareceram misteriosamenteatrativos seus olhos vermelhos e sua pele metálicadourada. Seu filho, Enki, tem um porte de elegânciaaristocrática e tem uma cauda. E u gosto da cauda,acredito que lhe adiciona mistério à seu rosto de Merli n.Também tem orelhas bicudas com lóbulos largos, o queparece ter causado um pouco de confusão quanto a quemrealmente é, mas o fato de Enki ser parecido com acriatura mítica chamada o Diabo é completamenteacidental. Meu querido Enki é um ser bondoso cujodefeito principal consiste em ser incapaz de dizer "não".Certamente não é um demônio.Enki foi educado em Nibiru. A sua mãe, Vão, não gostavade ir muito as festas sem fim que oferecia minha bisavóAntu, de modo que Vão e Enki estavam felizes de mudar -se da Terra. Ali Vão vivia com sua gente nos túneis, e Enkiconstruiu um formoso reino no mar chamado Abzu. As

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estruturas do Abzu foram construídas de prata e lápislázuli. Tinha parte no alto de uma montanha e parteinundada sob a água. Isto era algo prático, pois a parteinundada oferecia amparo das ondas de radiação incertasque se estendiam pela Terra nos primeiros dias.Quando Enki não estava trabalhando no Abzu, construíarepresas e desviava águas. Como era um amante da água,freqüentemente remava sozinho pelos pântanos daSuméria e Babilônia em um bote pequeno e estudava ospeixes, insetos e ervas que havia nas ribeiras dos rios.Enki amava seu planeta. Suponho que o aprendeu de Vão.A beleza da Terra corre pelo sangue de seu povo ant igo.Infelizmente, Anu enviou Enlil à Terra depois que Enkitinha estado ali um bom tempo . Quando Enlil chegoupara fazer-se líder da colônia, Enki lembrou o fato de queele era o filho legítimo de Anu, de modo que ele não tinhaque aceitá-lo. Dividiram-se os domínios. A Enki tocou oEgito e o Abzu. Enlil assumiu o controle da Sumé ria, asoperações mineiras na Áfr ica, o porto espacial e o tráfegodos astronautas, tanto os que estavam em órbita, como osque estavam na Terra. Ninhursag me contou que Enlil eEnki brigavam quando eram meninos. Em segredo elapensava que Antu os tinha enviado à Terra para que suasrixas contínuas não interferissem com suas festas.Enki não incentivou muito às pessoas do Dragão para quecolaborasse com seu meio irmão Enlil. Os Dragõesnaturalmente preferiam a Enki, pois era um deles eprotegia muito a sua mãe, Vão. Enki não estava de acordocom nenhuma das decisões que tomava Enlil, o quecausou estragos na Terra. Nenhum dos dois tinha razãonem estavam equivocados, cada um queria sair-se com asua e ter o controle absoluto. Os filhos de Enki e Enlilchegaram a compartilhar os mesmos sentimentos, e seuspais não vacilaram em utilizá -los em seus conflitos. Todaa família e os Lulus foram arrastados para esta rivalidade,

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que foi o catalisador de toda a desafortunada história daTerra.Embora eu seja a neta de Enlil, desfruto sempre dacompanhia de Enki. Ele é alguém com quem se podedivertir; ama às mulheres, a todas! Enlil é tão sério. Enki eEnlil são como a água e o azeite.À medida que passava o tempo na T erra, seguia-sesubdividindo os territórios entre os filhos de Enki e Enlilpara evitar a guerra. Era fácil ver que se eu mesma nãocorresse atrás, terminaria com as mãos vazias neste grupobriguento, de maneira que decidi fazer uma visita a EnkiColoquei meu melhor vestido de ornamento, minhasmelhores jóias e voei para o Abzu . Sabia que Enkiguardava os ME’s divinos lá e tinha a esperança de meaproveitar de sua debilidade p ela bebida e as mulheres.Os ME’s estão apoiados em uma tecnologia que apenas seestá descobrindo na Terra. Imagine um computador quecontém todo o conhecimento do universo. Estecomputador transfere o conhecimento à mente do usuárioem forma de hologramas. De modo que o conhecimentose transmite ao usuário holográficamente e em suatotalidade, assim que o conhecimento não ocorre porpartes em forma linear. O possuidor dos ME’s tem umentendimento da informação que há em cada um dosME’s instantaneamente. O conhecimento é poder; poderpara criar civilizações, para predizer o movimento dasestrelas, para viajar além da Terra, para regular aatmosfera, todas as ciências e as artes. Eu queria ter essepoder.Como sempre, Enki estava predisposto . Enquantoelogiava minha beleza e encantos, abraçou -me de ummodo inapropriado. Os serventes de Enki nos seguiramaté um rincão acolhedor onde havia bandejas commanjares deliciosos importados de Nibiru, bolosespecialmente preparados e cervejas sumé rias. Quando

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Enki estava distraído, empapei sua cerveja com minhaservas mágicas. Estas ervas incrementam a freqüência deUm, especialmente em homens de idade cuja potência jáestá decaindo. Enki estava feliz e não me podia tirar osolhos de cima, posto que sou tão encantadora. Bebeumuita cerveja. Enki tem um grande senso de humor e eulhe contava as histórias mais engraçadas sobre assacerdotisas em meus templos. Festejamos, bebemos erimos durante três dias. Em ma is de uma ocasião danceipara Enki, algo assim como o número dos se te véus quepode ser tão eficaz, lhe encantou!Finalmente, pedi-lhe os ME’s. Muitos dos filhos já ospossuíam, e eu somente queria minha própria série. Aprincípio esteve resistente; ele sabia que isso estavaproibido. Enlil se enfureceria se soubesse que os obtivesem sua permissão. Terei que dizer -lhe. Então, servi outrogole a Enki. Não via por que o grande Enki tinha quepedir algo a seu irmão! Contei-lhe uma história do temploparticularmente picante. Enquanto ainda ria, pedi-lhe osME’s com minha voz mais doce. Enki estava tão excitadocom minhas seduções que finalmente disse que sim!Acredito que também lhe produzia prazer a i déia dequanto Enlil ficaria zangado.Enki começou a sentir os efeitos das ervas e ficoudormindo. Quando começou a roncar, guardei os ME’sem um estojo de ouro que havia trazi do. Os ME’s se vêemcomo cristais de doze lados de grande beleza e cor esomente se podem ativar se a gente conhecer os sonssagrados que os fazem vibrar e emitir seus segredos. EmNibiru, Ninhursag me tinha ensinado estes sons.Quando os roncos de Enki se faziam mais fortes, escapuli-me pela porta com os ME’s. Tinha levado duas navescomigo. Uma era oficial e a outra era minha nave privada.Tinha o pressentimento de que Enki poderia trocar deopinião e trataria de recuperar os ME’s quando

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despertasse. De modo que enviei minha nave oficial paracasa como chamariz e me afastei em minha nave pequena,a que posso pilotar com facilidade.Ao despertar, Enki não recordava muito bem o acontecidoe seus serventes tiveram que lhe recor dar que me tinhaentregue os ME’s. Como se sentiu um pouco abandonadoe usado, seu ego masculino entrou em ação. Com um gritoordenou a seus serventes que me perseguissem, qu e metrouxessem junto com os ME’s . Eu sabia que era umpretexto para que eu retornasse e para acalmar Enlil e aosoutros deuses. Com astúcia eu tinha previsto est apossibilidade e estava escondida a salvo clandestina menteem um santuário dos Dragões com meu ME’s .Na família de Anu se tem o costume de que , se tiver avontade para tomar o poder, respeitam -lhe por isso. Enkie Enlil estavam tão impressionados com meu atrevimentoque me concederam o direito de conservar os ME’s .Nomearam-me membro do conselho familiar, o Panteãodos Doze. Eu tinha alcançado tudo o que queria e mais!Declarei-me Rainha dos Céus e da Terra. Agora possuía atecnologia para fundar minhas pr óprias cidades e alcanceium lugar de maior poder dentro de minha família. Obtiveo poder porque com coragem me tinha apropriado disso,e ainda quero muito a Enki!

VI.- DUMUZI

Embora parecia que minha vida era cor de rosa e que euestava totalmente satisfeita, as coisas começaram a ver -sefunestas para mim. Para poder reclamar meu lugarlegítimo na família de Anu, tinha que me casar comalguém cuja linhagem genética me desse poder. Eu tinhacrescido competindo com meu irmão, Utu, e com osoutros jovens varões. Via-me como alguém igual a eles. A

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idéia de me casar e ser dominada por alguém com essadotação genética não me atraía muito.Na cultura pleyadense, a energia feminina é respeitada. Alei permitia às mulheres direitos iguais, assim como aoportunidade de expressar seus talentos inatos. Nãoobstante, a maioria das mulheres dependiam de um "bommatrimônio" para definir seu posto no mundo. P oderia-sedizer que a mulher pleyadense era considerada igual aohomem, mas sob condições, e os limites destas eramfixados pela natureza individual de cada mulher.Meu irmão Utu e é obvio meus pais me pressionavampara que formasse um matrimônio poderoso, o que dariamuito mais força a nosso ramo da família. Utu brincavacomigo, me perguntando se queria terminar comoNinhursag. Tinha visto a vida de minha tia/avó como ade solteirona, e isso eu não gostava muito. Seguras nomeio do poder que lhes garantia o matrimônio, asmulheres de minha família tranqüilamente tomavam seuspostos ao lado de seus maridos. Tranqüilamen te é umapalavra que não me chamava muito a atenção. Eudesejava o poder para mim, não queria que ninguém mecontrolasse!Não obstante, com toda essa pressão para que me casasse,comecei a procurar e a pensar qual dos candidatosdisponíveis me parecia interessante.Enlil tinha tido êxito em engendrar um filho comNinhursag; o que constituiu outra derrota para Enki, quesó tinha tido filhas com ela. O nome do moço era Ninurt a,e foi educado comigo e com Utu em Nibiru. Eu passeimuito tempo com ele quando fom os meninos e sempreestávamos competindo e freqüentemente brigando. Suamãe Ninhursag simplesmente o adorava de um modorepugnante; era tão malcriado. Ninurta poderia sergeneticamente apto, mas nem sequer valia a penamencioná-lo.

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Enki teve vários filhos varões, mas o único que estavadisponível era o menor, Dumuzi. A h, sim, Dumuzi.Como era o filho menor de Enki, Dumuzi tinha o postomais baixo. Atribuíram-lhe o Escritório de Pastor Real.Quem inventaria esse título? Estava encarregado de todosos animais domésticos na Terra. Já sei, todos temos quecomer e os rebanhos são muito importantes para asobrevivência dos Lulus. ouvi todos esses argumentos demeu irmão Utu e de meus pais. Mas, alguma vez lhesregozijastes com o aroma das ovelhas ao final do dia?Meus pais estavam a favor da união. Acredito que nãoviam a hora de eu estar casada e sem problemas.Consolei-me com a idéia de ser membro da família deEnki. Freqüentemente o podia convencer de quefizéssemos algo agradável juntos, e tinh a em mente meconverter em rainha do Egito. Vi-me mesma flutuando emuma barcaça dourada sobre o Nilo, reclinada sobre umaera de flores, e as multidões me aclamando. Com os ME’sem minha posse e um matrimônio podero so, minhasambições em planejamento começaram a tomar forma.Assim que me casei com o Dumuzi.O matrimônio era… bom, o matrimônio. Dumuzi não eramuito brilhante e certamente não era casal para mim.Acredito que seus irmãos o tinham tratado muito mal,especialmente Marduk, o maior. Dumuzi era frí volo eegoísta. Passava o tempo olhando-se em um espelhoesperando que o atendessem. Sua mãe vivia para ele,concedia-lhe todos os seus desejos. Eu comecei a evitá -lotudo o que podia.Estava tão aborrecida que assumi tarefas extras nosTemplos do Amor, como se conhecia m eus templos.Inventava toda classe de desculpas e em minha navevoava de templo em templo inaugurando toda classe denovas cerimônias. Comportava -me exatamente como umexecutivo moderno que parte em viagens de negócios só

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para afastar-se de sua mulher. Desenhei uma quantidadede rituais novos que tinham como centro o Dumuzi e amim com fim de pacificá-lo a ele e a nossas famílias. Osrituais continham todo este assunto a respeito de nossomatrimônio e a arte de fazer o amor, a respeito da esposatímida e seu maravilhoso marido. Esta primeira telenoveladeu aos Lulus arquétipos sobre os quais moldar suaspróprias vidas. Os rituais se desenharam para estimulá -los a produzir filhos dentro de um ambiente feliz. Paramim, era um escapamento à fantasia. Eu invente i minhavida em um ritual como eu queria que fora, mas não o era.Possivelmente foi minha falta de entusiasmo pelo Dumuzio que nos deixou sem um filho. Para assegurar nossosdireitos ao poder, tinha que haver um filho que herdasseesse poder. Essa era a lei. Mas, qualquer que fora a razão,nós não tínhamos herdeiro. Então, me ocorreu o seguinte:Se outros tinham tido filhos com suas irmãs, por que nãoDumuzi? Anu e Antu tinham engendrado a Enlil, que asua vez engendrou a esse malcriado Ninurta comNinhursag.Eu estava inspirada.Foi fácil convencer a Dumuzi para seduzir a sua irmã.Falei-lhe com entusiasmo sobre a magnífica linhagemgenética de sua família, e sua necessidade narcisista dereproduzir-se encarregou-se do resto. A irmã de Dumuzise chamava Geshtinanna, e era pavorosamente inocente,nada ambiciosa como eu. Fiz que meus serventespreparassem um picnic detalhado, c ompleto com vinhosde ervas para estimular a libido. Eles tinham queencontrar-se em uma colina que dava aos rebanhos queestavam fazendo o que os animais fazem na primavera.Eu tinha pensado em tudo e, como Geshtinanna era tã oingênua, não tinha a menor idé ia de que a estávamosenganando. Depois de dois goles de vinho, Dumuzichegou à parte sobre ter um filho juntos e até aí chegou a

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amenidade. Geshtinanna protestou; ela queriapermanecer pura para seu marido, quem quer que fosse .Dumuzi tratou de persuadi -la, mas ela se negouabertamente. Dumuzi perdeu o controle e a violou!Suponho que essa ervas que pus no vinho tiveram aculpa. São muito eficazes nos homens.Estupro! Era algo que não podia ficar sem castigo. Nemsequer Enlil pôde esquivar o castigo por este del ito.Dumuzi e eu tínhamos dado agora a seu irmão maior,Marduk, uma muito boa razão p ara desfazer-se de seuirmão. Marduk tinha estado trabalhandosistematicamente na maneira de ficar com o Egito,Marduk não me quer e não queria arriscar -se com minhasambições ou as dinastias que eu esperava estabelecer.Dumuzi correu para mim e para sua mãe, atormentado depesadelos e presságios sobre sua morte. Animamo-lo aque fugisse e fizemos acertos para nos encontrar emsegredo e lhe levar comida e água. Assim ele poderiaesconder-se até que se acalmassem as coisas e eu poderiafalar com Anu para pedir clemência. Mas Marduk nãoperdeu tempo. Seus verdugos perseguiram Dumuzi paraas colinas e o apanharam como se fosse um coelhinho. Foialgo horrível, parece-me que os homens de Marduk seexcederam. O pobre Dumuzi morreu por causa das armasradioativas que com crueldade lhe dispararam. Meumarido estava morto e eu estava sem descendência.Nesse momento me veio à memória uma lei pleyadenseútil: se um homem morrer sem descendência, mas nãoobstante tinha um irmão, esse irmão, mesmo que estivessecasado ou não, estava obrigado a casar -se com a viúva eprocriar um filho com ela. Felizmente, Dumuzi tinha esseirmão, Nergal, tão de aparência agradável e inteligente.Eu sempre o tinha admirado . Mas era uma pena que jáestivesse casado com minha meia irmã no mundosubterrâneo. Pois bem, eu nunca permito que

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complicações exíguas se interponham em meu caminho.Decidi ir visitar a loira, rainha do escuro mundosubterrâneo, Ereshkigal, para lhe reclamar a meu maridolegítimo, seu marido, Nergal.

VII.- ERESHKIGAL

Ereshkigal é minha meia irmã . Com uma esposa tão boa ebela como minha mãe, era de esperar -se que meu pai,Nannar, estivesse satisfeito. Mas a fidelidade não era ocostume na família de Anu. Possivelmente era o contrastecom minha mãe o que fazia que a mãe de Ereshkigal foratão fascinante. A única palavra que escassamente descrevea sua espécie é Raksasas. Ela era metade serpente emetade demônio, muito atrativa, e de seu corpo saía e seretorcia o Kundalini. Sua pele era de um verde claroacobreado e seu cabelo formava o que se poderia chamar"cachos aterradores". Seu corpo era forte e sensual. Tinhaos olhos de uma cobra com o poder para hipnotizar aNannar. Como Deus da Lua, meu pai certamente tinhaseu lado escuro.A atração apaixonada entre eles dois somente poderia sedefinir como combustão espontânea. Ereshkigal era umautêntico broto de uma fusão erótica. A ninguém lheocorreu questionar sua beleza assombrosa. Ela herdou omelhor de seus pais, e ela sabia.Não a culpo por não me haver querido. Acredito que decerto modo ela sentia por mim o qu e Enki sentia por Enlil.Eu era a filha legítima de Nannar e ela era o fruto daconcubina. Além de estar cativado por sua beleza, Enkisentia certa simpatia por ela. Até chegaram a conceber umfilho que se chamou Ningishzidda. Enki como de costumenão pôde controlar-se e, como engenheiro chefe de minas,tinha dado a Ereshkigal o poder sobre o mundosubterrâneo. Enki se deixa convencer muito facilmente e

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eu gostaria de ver como Ereshkigal utilizava seus notáveisencantos sobre ele. Nós as garotas fazemos qualquer coisapara valermos neste mundo. Mas todo esse cabelo loiroera tão falso como todas as perucas que usava para realçarsua cabeleira!O mundo subterrâneo não está exatamente d ebaixo,embora parte dele está. Está localizado no que agorachamam a África e os extensos depósitos de ouro que nóscobiçamos estão lá. Foi uma operação mineira enorme.Constantemente voavam as naves desde a Terra até àestação na órbita para entregar os metais refinados. Dasprofundidades da Terra tirávamos ouro e outros metaispreciosos como prata, cobre, urânio e diamantes. Tinhaque haver uma força de trabalho gigantesca e, com opasso dos séculos, procriaram-se homens e mulheres paraque fossem operários mais eficientes. Nossos geneticistasconstantemente melhoravam o aspect o de sua obediênciae submissão. Não obstante, de vez em quando tinha queaplicar a disciplina.Na Terra havia pelo menos três espécies que comiamcarne humana, assim que os "come -carne" era umaferramenta disciplinadora muito útil. Que melhor ameaçapara um trabalhador resistente que a idéia de serdevorado vivo?Olhem-no desde nosso ponto de vista: nós estávamoscumprindo com nosso dever. Tínhamos que subministrarpartículas de ouro a nosso planeta Nibiru para nossaatmosfera esgotada, ou morreríamos todo s. Fizemos todoo necessário para tirar o ouro das minas. Ereshkigal era amais indicada para este trabalho; não lhe incomodava"motivar" aos operários com histórias de canibalismo.Dentro de si tinha um pouco dessa vocação de come -carne. Não é que comesse humanos todo o tempo; só umadentada de vez em quando.

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O canibalismo tem diferentes significados para diversasespécies. Um grupo poderia vê -lo como uma maneira deabsorver a força, sabedoria e poder da pessoa que secome. Para eles, é um método ritual de aumentar suaconsciência, assim como sua capacidade física e sexual.Quando ingerem a seu inimigo, obtêm a experiência desua vida. Outros somente se comem o cérebro da vítimapara obter sua inteligência. Em seu planeta ainda hávestígios disto.Há outro tipo de canibalismo mais generalizado que émuito mais sutil. Há quem conhece a arte de devorar aenergia das pessoas sem que elas saibam. Pensem como otemor os pode adoecer; quão rendido e desgastado sesente uma pessoa por causa da raiva, a cólera ou o ciúmes.Aonde vai essa energia? Por que se vêem tão cansados epálidos aqueles que são viciados no álcool e nas drogas?Possivelmente aqueles que os controlam já não precisamcomer sua carne.Agora sabem de onde procedem essas histórias sobrepessoas que levam às Antípodas, assam-nas e as comem,os demônios! Para alguns era uma realidade. Mas nãoexistem os demônios, somente várias espécies que oscontrolaram por meio do temor. Este é um universo delivre-arbítrio, o que quer dizer que são livres para fazer oque quiserem, e também o são outros seres. Esse é oproblema. Se todos começarmos como iguais, comoinduzimos aos outros a que façam o qu e queremos quefaçam? Há alguma regra? Pode-se enganar a outros?Quem valoriza a quem e a que? Se te converter no ti ranode outro, te devolve essa tirania? Bloqueia -te isto com otempo? Essa é a pergunta mais interessante para nósagora que estamos apanhados pela Parede.Eu não estava pensando em assuntos de metafísicaquando descendia em minha nave para o mundosubterrâneo. Meu irmão Utu e meus pais opinaram que

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tinha que estar destrambelhada. Eles não pensavam queEreshkigal receberia a sua meia irmã que acabava deenviuvar com os braços abertos, e me advertiram que nãofosse. Mas eu tinha outras coisas em mente, como adotação genética de seu marido Nergal, além de seusolhos azuis. Por direito, ele chegaria a ser meu marido eproduziríamos herdeiros. Dizia-se que Ereshkigal tinhaum palácio fabuloso, que estava todo talhado a ouro.Imagino que fazia falta todo esse esplendor para animar-se, pois o viver afastada da Suméria e Egito deve ter sidodeprimente para ela.À medida que me aproximava dos portões, abatia -me umpouco todo o ouro e as colunas de mármore quedescreviam monstros serpentinos retorcendo -se edevorando Lulus mortos de pavor. Um pouco exagerado,pareceu-me. Mas isso era só o começo.Tive a boa idéia de avisar a Ninshubar, minha criada, queme esperasse na nave. Disse-lhe que se não aparecesse emtrês dias, ela deveria voar a casa e procurar ajuda. Tinhaprestado um pouco de atenção ao que disseram meuspais. Não obstante, eu estava confiante . Uma garota devearriscar-se, deve ter coragem. Depois de tudo, tinha-mearriscado a conseguir os ME’s divinos. Eu sabia que podiaser muito persuasiva. Ereshkigal não saiu precisamentecorrendo para me saudar. De fato, não a via por nenhumlado. Apareceu um horrível guardião que disse que sechamava Neti. Meu deus, como ele era grande!Disse a esse monstro quem era eu, e ele me guiou por umlabirinto que tinha uma série de portões, o que deve tersido um sistema de segurança d esenhado para proteger oouro de Ereshkigal. Logo este guardião ordenou a mim,Inanna, que tirasse todas asminhas jóias protetoras eminhas vestimentas. Todos nós usávamos uma variedadede aparelhos defensivos para nos proteger da radiação.Também levava comigo os utensílios de cabeça com

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reguladores de campo e sistemas de comunicação. Meuvestido tinha seu escudo de amparo esta ndard tecidodentro do tecido. Nunca se sabe o que se pode encontrarquando a gente voa pelo espaço, ou na Terra.Ao chegar ao sétimo portão, me ordenou que tirasse ovestido. Não é que eu seja muito modesta, mas começavaa chatear a forma como me estavam tratando. Além disso,eu queria saber aonde se estavam levando as jóias .Finalmente, entrei em um salão onde Ereshkigal celebravauma audiência.Era exatamente como me tinham contado ; havia umestrado de ouro enorme e Ereshkigal estava sentada sobreum trono majestoso com diamante s incrustados. Emboraeu estivesse nua, ia saudar com amabilidade, quandoesses juízes com aspecto de ogros começaram a me lançaracusações de falsidade e traição. Era algo ridículo; nãoentendia do que estavam falando e tinha sede.De repente, Ereshkigal tirou sua arma de plasma e em ummomento me disparou uma boa dose de radiação, maisque suficiente para me matar. Eu estava assombrada!Rapidamente vi como eu flutuava por cima de meuprecioso corpo, que rapidamente trocou de seu quentetom azul a um índigo morto!Ereshkigal ordenou a seus guardas que pendurassem meucorpo na parede como se faz em um açougue. Vi comomeu corpo se decompunha. Viajando em astral, segui aminha criada, Ninshubar, que ia voltando a Nippur, acidade de meu avô, Enlil. Observei como ela entrava emseu templo e lhe suplicou que me salvasse. Ele se recusou!Disse que eu sabia muito bem o que aconteceria ali; todossabiam que Ereshkigal me desprezava.Então minha criada foi a meu pai, Nannar. Ele tambémdisse que não! E eu segui flutuando no ar, escutando osermão de meu pai: "é muito teimosa, todos sabíamos quesó encontraria problemas ao ir procurar o marido de

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Ereshkigal". Até disse que me tinham dado meu castigo!Meu próprio pai! Talvez teria preferido um filho varão?Eu ainda flutuava no ar, tratando de me acostumar a estarsem um corpo. Na mente de minha querida criada motiveium pensamento e velozmente ela foi ao Abzu de Enki. Játinha uma história lacrimosa muito convincentepreparada e, bendito seja Enki, decidiu intervir. Ele tinhaalgo de poder sobre Ereshkigal, pois tinha sido ele quemlhe tinha concedido o mundo subterrâneo. F ez acertospara que levassem meu corpo à Grande Pirâmide e, com aajuda de Ninhursag, ressuscitou-me.Durante três dias tive uma dor de cabeça horrível. Decidinunca mais voltar a visitar essa bruxa e me esquecer doDNA de seu marido.Estar separada de meu corpo não foi algo tão funesto, masme levou a pensar quanto desfrutava de certas coisas,como dançar, ou inclusive comer. Tinha -me apegadomuito a este corpo e a minha vida na Terra com os Lulus .O tempo que estive fora de meu corpo me fez querermuito mais a Terra. Também aprendi a não confiar emninguém, exceto em mim mesma.Decidi estender meus Templos do Amor à Índiameridional onde me tinham dado territórios que ninguémmais queria. Às bordas do rio Indo construí as cidadesMohenjo-Daro e Harappa.

VIII.- OS TEMPLOS DO AMOR

A desembocadura do rio Indo era o centro de comércio doEste naquela época. Pus todo meu empenho e os ME’sdivinos para criar negócios e comércio entre a Sumé ria,Babilônia e Egito e o Vale do Indo. Eu gosto dos tesourosda Terra e tenho a habilidade para os negócios; sou umacomerciante inata. Meus templos eram escritórios deintercâmbio que serviam como lugares de troca e negócios

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com vários produtos, assim como de salõe s deaprendizagem e adoração.Convidei a minha mãe, Ningal, para que me ajudasse adesenhar e construir os templos. Ela tem uma paixão pelaarquitetura e trouxe consigo a sua boa amiga, Maia, aarquiteta mais famosa de nosso tempo, para planejarMohenjo-Daro e Harapa. Maia já tinha desenhado outrostemplos na Suméria mas nós três queríamos superar ascriações anteriores. Nós três construímos umas estruturastão formosas e valiosas que Anu e Antu vieram àsadmirar.Eu sempre apreciei o lápis lázuli. Seus azuis profundosrealçam muito bem os tons de minha pele, mas não haviasuficiente para construir todos os templos, por isso pedi aEnki que desenvolvesse um substituto em seuslaboratórios. Em pouco tempo tinha mais que suficientelápis, e cobri os pisos dos templos, as colunas e as telhasdo teto com um novo lápis falso, que era meu presente deEnki. O mármore e o ouro se mesclaram elegantemen te,com turquesa, malaquita e lápis em ritmos geométricos.Também convidei a Tara para que me ajudasse nostemplos. Tara é a esposa de meu amigo Matali, o piloto deEnki. Matali não agrada muito bem à minha família;suponho que nos conheceu como "deuses" a muito tempo.Ele prefere confiar no Povo da Serpente e por isso se casoucom a Tara, sua bela princesa da raça serpen te.A linhagem da Tara é a mais antiga no planeta Terra.Matali diz que o Povo da Serpente é muito mais sábio quea de Nibiru. Ele me contou histórias fabulosas de seureino que está nas profundezas do planeta. Diz quetrabalham com freqüências que nós não entendemos. Aaquisição do poder material não lhes interessa.O que compreendi foi que Tara era a melhor bailarina queeu tinha visto. Eu sabia que seu estilo de balé atrairia osmercadores de todo o Este a meus templos. Ela seria uma

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pessoa muito útil, de modo que a convidei a treinar asbailarinas de meu templo. Tara é uma formosa mulher depele cremosa verde pálido e olhos escuros doces deamêndoa que piscam como estrelas no céu noturno.Colares de pérolas negras e bolinhas de ouro cobriam seusfirmes peitos nus. Minha amiga Tara me ajudou ainstaurar uma cultura grandiosa e florescente.Também convidei a Ninhursag. Ela estava dedicadacompletamente a administrar cura a seus queridos Lulusna pirâmide. Seu amor e sua compaixão por todos os seresviventes a converteram em nossa médica mais brilhante.Tinha um grupo de enfermeiras maravilhosas que lheajudavam, mas eu sabia que ela estava muito sozin ha.Passava muito tempo com seu filho Ninurta, o que nãoera bom para nenhum dos dois . Conhecem o tipo de mãeque mexerica sem cessar com seu filho sobre o rest o dafamília? Bom, assim era minha Nin.Eu queria que Ninhursag fundasse o que vocês chamamhospitais, mas nós vemos sua medicina moderna comoalgo absolutamente barbárico. Nós usamos formas depensamento e freqüências, não drogas ou bisturis. Ser aúnica matriarca solteira na Terra estava saindo caro a Nin,e eu a queria muito. Estava envelhecendo um pouco masela sempre o negava. Nin se apresentava mais competentee fresca que nunca, mas eu sabia a verdad e. Eu mesma mesentia um pouco só e via com quanto coragem ela seguiaadiante.Ao observar a vida de Ninhursag, junto com minhaspróprias experiências, comecei a sentir compreensão pelamulher. À medida que o tempo passava na Terra, oshomens de minha família se tornavam mais e maisdominantes. Era como se a mesma atmosfera desteplaneta remoto nos estivesse afetando a todos.Nas Pleyades a mulher é respeitada como símbolo dagrande Deusa e é tratada com consideração. Nossa lei

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proíbe estritamente golpear o u violar a uma mulher. Asfreqüências fronteiriças da Terra aparentementeproduziram um giro desta tradição. Nossos homensestavam adotando uma atitude diferente com a mulher.Os filhos de Enki, guiados por Marduk, inventaram leisque proibiam às mulheres certas liberdades em seusterritórios. É óbvio que eu estava zangada e transtornadapor essas leis tão ridículas. Então, em minhas terras, euenfatizava o fortalecimento e a melhora d a energiafeminina. Decidi ensinar aos Lulus alguns dos MistériosPleyadenses.Quando Ninhursag e Enki criaram os Lulus, deixaramalguns componentes chaves inativ os. Embora os Lulus etodos os humanos nascidos deles, incluindo os h abitantesda Terra hoje, possuem nossos gens, alguns destes nãofuncionam, porque tinham sido desconectados depropósito. Aos Lulus foi ensinado a chamar a minhafamília de "divina", mas nós escassamente o fomos. Osfilhos de Anu são os adolescentes eternos, e palav rascomo ambiciosos nos descreveriam com mais precisão.Intencionalmente tínhamos deixad o os códigos genéticosde nossa raça trabalhadora parcialmente funcionandopara que fossem mais dóceis. Eu sabia que não podiainterferir no funcionamento do DNA dos Lulus, masninguém podia evitar que lhes ensinasse certos s egredos.E como o pensamento cr ia a realidade, eu esperava quealgumas de minhas sacerdotisas e sacerdotes pudessemacender os "gens divinos" que estão presentes em todos osLulus e fomentar deste modo sua evolução latente pormeio da secreção hormonal.Na época atual o Samkhya é tudo o que fica da sabedoriapleyadense. Samkhya é uma palavra sânscrita quesignifica "enumerar". O conceito Samkhya sugere que amatéria está organizada a partir de dois componentes

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primários, Consciência e Energia que interagem para criaro universo.É o pensamento focado conscientemente no que move asfreqüências de energia para que se convertam a si mesmosno teatro de todos os mundos infinitos e inumeráveis. Osfísicos em seu tempo presente se estão aproximando desteentendimento, mas os falta um componente e esse é oamor. Não a classe de amor que experimentaram comohumanos — um pouco limitado e impossível de predizer—, a não ser o amor como uma força primária. A umcientista contemporâneo nunca lhe ocorreria medir umestado de consciência como o amor, ma s esse é o segredo.O amor é a peça que falta em todas as teorias de campounificado.O amor do Primeiro Criador é a causa principal desteuniverso e de todas as outras realidades dimensionais queexistem. Não dizem seus professores que o amor é a maiorde todas as virtudes? Não obstante, é muito simples,muito óbvio para a maioria das pessoas.De modo que ensinei este Samkhya em meus templos.Ensinei a minhas garotas e a alguns dos homens quequeriam aprender a usar suas formosas mentes e corpospara trazer esta força, a força do amor divino, a Terra, anossas cidades, nossos campos e a nossos filhos.Foi uma época maravilhosa para todos nós. Os negóciosprosperavam. Às mulheres lhes permitia ter suaspropriedades e manter sua fortuna por separado se oqueriam. Deste modo ninguém as escravizava. Ambos ossexos eram soberanos, e os homens eram igualmentefelizes. Houve um florescimento da civilização e as artes.Nossos campos eram abundantes, o comércio com aSuméria e Egito gozava de prosperidade e as artes dadança, o canto, a pintura e a escultura estavam em todoseu apogeu. Os rumores das obras arquitetônicas de Maiase pulverizaram por todo mundo.

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De todos os rituais iniciados em meus templos, o rito domatrimônio era o favorito. As sacerdotisas se ve stiam epreparavam à noiva, que era educada nas artes de agradara seu marido e em métodos de assegurar a concepçãoquando o desejasse. O marido também era preparado einstruído nestes assuntos. Nesses tempos era deconhecimento geral o fato de que o maior pra zer seconseguia estimulando à fêmea ao ponto mais elevado doêxtase. A noiva se convertia no canal para toda a energiafeminina na criação e o marido se convertia em toda aenergia masculina. Essa união permitia que as forças doPrimeiro Criador e da grande Deusa se expressassem naTerra.O segredo desta união é a concentração. Nós treinávamosao casal para que obtivesse uma concentração profundaolhando-se mutuamente aos olhos enquanto estavamrealizando o ato. Cada célula do corpo, assim como toda aconsciência do ser, deve estar ali nesse momento. Todopensamento deve estar enfocado no agora. Uma mulhernão pode obter estados elevados de conscientiza nestaunião se está preocupada com a lista de legumes oualguma outra tolice. Pensar no passado ou preocu par-secom o futuro somente debilita a experiência.Receitávamos vinhos e elixires para aumentar aconcentração daqueles que requeriam de ajuda, masnossos melhores alunos não necessitavam nenhum tipo deajuda exterior. As energias que eles emanavamreforçavam a fertilidade de nossa agricultura e afelicidade de nosso povo. Freqüentemente curavam aosdoentes.No Vale do Indo se amava e se venerava aos animais. Emnossas transações usávamos elefantes e bois. Chegamos aquerê-los tanto que os venerávamos nos templos. Eu tinhalugares destinados para que os velhos se retirassem comsegurança. Ali lhes amava e lhes protegia. Os meninos os

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visitavam com freqüência. Muitos dos Lulus aindaconservavam o dom de falar com os animais e lhesbuscava para que treinassem aos elefantes, ao búfaloasiático, aos bois, leões, gazelas e toda classe de animais.Até hoje meus olhos se enchem de lágrimas quandorecordo a meus dois leões domésticos. Estas criaturas meamavam com todo seu coração e foram uma grandebênção para mim. A sabedoria que me ensinaram nuncame deixará. O macho me permitia montar sobre seulombo pelas ruas e nunca me abandonava. A fêmea mecuidava com os instintos firmes de uma mãe. Estou segurade que nunca senti tanto amor e lealdade como os que elesme brindaram.Depois de uns quantos centenas de seus anos, comecei aperder o encanto de estabelecer uma nova civilização noVale do Indo. Os negócios estavam indo bem, os templosestavam construídos, e minhas sacerdotisas estavam tãobem treinadas que já podiam dirigir as coisas sem mim.Meu amigo Matali me levava com freqüência à cidadesuméria de Uruk para controlar as entregas de grão ecoisas assim. Sentia saudades da Suméria, Egito e o Abzude Enki. Minhas cidades não eram tão sofisticadas; nãotinha porto espacial com acesso à estação em órbita.Sentia-me como se estivesse estancada no interior do país.Além disso, não tinha marido. Matali dizia que por sortenão estava casada com nenhum de meus parentes, pois elenão os tinha em muito alta estima!Enquanto este dilema me deixava perplexa, me oc orreuuma magnífica idéia. Lá em Uruk, Anu estava outorgandoos poderes de monarquia a alguns dos Lulus que maissobressaíam na época. Anu lhes delegava um poderlimitado a aqueles que governavam as cidades. Demosaos Lulus controle sobre os assuntos humanos quecareciam de importância para nós.

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A monarquia se estava convertendo em uma parteimportante na nova vida da Terra. P or que não podia sereu a encarregada de outorgar e ste poder? Se podiaconvencer a Anu de que eu podia substitui-lo, ele nãoteria que preocupar-se com tudo isso e teria mais tempopara si e para as festas de Antu. Eu sabia que Antugostaria da idéia.Antu sempre me tinha querido e eu tinha esculpido seurosto nas estátuas das deusas de meus templ os. O fato deser a irmã de Anu lhe tinha outorgado um poderindisputável e tinha conexões políticas por toda a galáxia.A Antu nunca pareceu lhe incomodar o fluxo contínuo deconcubinas de Anu. Eu sempre suspeitei que ela sabiainundar-se em estados de consciência enlevados. É umadama tão feliz, cheia do que chamam hoje de vida !Com o fim de convencer a Anu e a Antu de que eu era apessoa indicada para escolher os reis, construí um temploem Uruk. O templo em si estava dedicado a Anu. Naparte interior, a área mais importante, coloquei uma c amade ouro sólido com o nome de Antu gravado visível ebelamente sobre ela. A cama estava elevada s obre umestrado e estava soberbamente adornada com floresfrescas e sedas flutuantes. Este templo em Uruk sechamava a Morada de Anu. Mas a cama que estava dent rodo lugar sagrado mostrava a todos a que mulher escutavaAnu. Que detalhe! Ambos adoraram! Quando lhes pedique me concedessem o direito de outor gar a monarquia,ambos concordaram. Claro que eu devia informar a Anusobre minhas decisões. Minha bisavó Antu estava felizcom as perspectivas de minha nova carreira. E que melhormaneira de encontrar um marido?

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IX.- MARDUK E A GUERRA

Marduk, o filho mais velho de Enki, é o último homem nagaláxia a quem eu quereria como marido. Enki amava avida e às mulheres de todas as raças e por isso engendroumuitos, muitos filhos, os quais competiam entre si porterras, reino, exércitos e riqueza.Meu marido Dumuzi era o mais jovem dos filhosprincipais, mas já estava morto e não representava umaameaça para nenhum dos outros. Nerg al, casado comminha meia-irmã Ereshkigal, era o segundo na linha dopoder. Enki chegou até a engendrar um filho com suanora Ereshkigal. Possivelmente foi assim como elarecebeu as Antípodas, onde Ne rgal reinava com ela. Enkiteve muitíssimos outros filhos que chegaram a ser umverdadeiro ninho de víboras de irmãos e irmãs.Aparece em cena Marduk, que reclamava tudo para simesmo. Alguns poderiam pensar que M arduk era deMarte, mas quaisquer que fossem seus gens reais, nasceucomo um tirano réptil inato. Saiu da matriz de sua mãecalculando como ia controlar cada coisa e a cada pessoa.Todos os rasgos répteis clássicos convergem em umgrande Marduk.É muito alto, de olhos vermelhos penetrantes e peleamarela olivácea que é um pouco escamosa. Tem vestígiosde guelra nas bochechas. Nasceu com uma cauda comoseu pai Enki, mas mais tarde a fez tirar por meio decirurgia laser. Ele alegava que a cauda lhe estorvava, mastodos sabíamos que sua vaidade o tinha obrigado a cortar.A muitos parece que Marduk é esquisitamente belo,friamente magnífico e que tem uma mente brilhante e aconcentração de uma cobra. Ele sim possu i uma espéciede beleza, para quem gosta dessa espécie.

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Os filhos de Enki sempre estavam discutindo entre si,inclusive quando eram meninos. Quando Enki e seuirmão Enlil lutavam pelo poder, também o faziam seusfilhos. Pode haver alianças temporárias, mas cedo outarde um queria impor-se sobre o outro e os irmãoschegavam aos golpes. Quando eram meninos, alguns dosmoços receberam horríveis feridas dessas armas deplasma de brinquedo. Algumas das mães rivaisensinavam a seus filhos a colocar formas de pensamentode demônios imaginários nos sonhos dos outrospequenos. As mulheres aprenderam que se os filhos semantinham no poder, também o fari am elas. Começarama descuidar de suas filhas e só se preocupavam comprocurar matrimônios poderosos para as pobres.Uma reunião familiar freqüentemente era um desastre eàs vezes chegava a converter -se em um motim. Os moçosbrigavam e suas mães os açulavam. Normalmente Enki seretirava no meio do temor e o desespero. Nunca gostou dedisciplinar a ninguém.Depois de muito conflito e engano, a Marduk deu o Egitopara que o governasse. Enki preferiu ficar no Abzutrabalhando em seus projetos genéticos, de modo que lheentregou o domínio do rio Nilo e os terri tórios adjacentesao Senhor Marduk. Imediatamente Marduk começou aconstruir enormes estátuas monolíticas de si mesmo portoda parte. Estas obras de arte aume ntavam sua beleza etinham como fim intimidar ou aterrorizar aos Lulus. Omandato por meio da intimidação era o código deMarduk. Todos os tiranos da história da Terra de ummodo ou outro se inspiraram no primogênito de Enki.Como o Egito era o domínio de Enki, sua prole ficouencarregada de regular os padrões climáticos ao redor doNilo. Deste modo se controlava o fornecimento de água ese evitavam as inundações. Em Nibiru o controle do climase faz por meio de reguladores de freqüência. Na Terra

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um satélite em forma de disco de electropr ata e ourocruzava os céus e, por meio de emissões magnéticas quevocês ainda não conhecem, regulavam -se as quantidadesde água e a formação de nuvens. Este procedimento fezque os Lulus pensassem que nós contr olávamos o sol eque nós somos deuses aos que eles deviam adorar.Marduk adorou esta idéia e se autodenominou o Deus doSol, Ra, e por todo o Egito fundou templos onde lheadoravam. Ele era extremamente vaidoso e sempre queriasair-se com a sua.Deus Sol, o Brilhante, Possuidor de Céu e Terra e quasetodo título que dava aos outros deuses , Marduk oapropriava cedo ou tarde. Até Enki lhe tinha medo.Parecia que Marduk tinha o poder de submeter a mentede Enki; exercia uma espécie de controle mental sobre seupai. De algum modo toda a força de Enki se transferia aMarduk, o que deixava a Enki impotente.A grande pirâmide de Gizé era chamada de Ekur, umapalavra que quer dizer casa que é como uma montanha.Enki e seus filhos construíram este Ekur em Gizé . Mardukescolheu o lugar e Ningishzidda, o filho de Enki eEreshkigal, instalou a tecnologia Pl eyadense dentro. Apirâmide era o gerador principal de poder que usávamosem todos nossos veículos espaciais, os discos quecontrolavam o clima e os sistemas de comunicação. Nessaépoca as transmissões das Pléyades, de nosso planetaNibiru e da estação de órbita, chegavam ao Ekur. Aqueleque controlava a grande pirâmide exercia o poder nafamília.Marduk e Nergal começaram a lutar pelo controle doEkur. Marduk fez clones de si mesmo e formou umexército de guerreiros ferozes e valentões, grandes deestatura e facilmente substituíveis. Com estas legiões declones atacou os exércitos do Nergal e sobreve io a guerra.Quando os filhos de Marduk conseguiram se apoderar do

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Ekur, venceu-os a ambição e a avareza. Começaram abrigar entre eles mesmos e moveram suas legiões para oportal espacial que pertencia a Enlil, o irmão de Enki. Estabriga provocou a Enlill e a toda a família e deu origem auma larga e sangrenta guerra familiar que ter minoudividindo a família de Anu em dois grupos definidos, osEnlilitas e os Enkitas.Enlil não aceitava que os filhos de seu irmão rival Enkicontrolassem o Ekur e o porto espacial. Não queria lhesentregar o manejo das comunicações entre as Pléyades,Nibiru e a estação orbital aos Enkitas. Enlil e seus filhosficaram à altura das circunstâncias. Escolheu a Ninurtacomo chefe das forças enlilitas contra Marduk. Ninurtasendo o filho de Enlil e Ninhursag, vivia para agradar aseu pai, executava suas ordens de uma maneira obsessivae usualmente tinha êxito. Sempre me pareceu que Ninurtaera uma pessoa muito estranha, excessivamenteegocêntrico e ressentido, uma espécie de menino mimado.Como era o centro de atenção de sua mãe, cresceu comalgumas características insuportáveis. Quando fomosmeninos Ninurta e eu brigávamos violentamente. Masesta vez estávamos brigando jun tos no mesmo bando.Como neta de Enlil, eu sou enlilita de nascimen to. Vi comagrado que o filho de Ninhursag saísse vitorioso nasbatalhas para o grupo de minha família.Meu próprio pai Nannar também comandava exércitos.Eu insisti em ir à batalha. Tinha alcançado o nível deFalcão Dourado no conhecimento das armas. Lutei aolado de Ninurta e uma vez lhe levei uma arma quenecessitava com urgência . Suspeito que foi a única vezque se alegrou comigo!A guerra foi inefavelmente espantosa e usamos aos Luluscomo soldados. De vez em quando as grandes ondas deradiação chegavam a povos inteiros e Lulus inocentesmorriam em quantidades. Muitos mais morre ram de fome

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no domínio africano de Nergal porque Ninurta evaporoutodas as águas nos rios e chamuscou as terras com fogo deplasma. Ninurta também usou o que vocês chamariamguerra química; o terrível míssil Madhava envenenavatudo o que encontrava pela frente. Havia muitos tipos dearmas destrutivas, mas a mais engenhosa de todas era aarma Ruadra. Esta produzia um holograma de enormesexércitos de monstros e demônios que atacavam armadoscom pistolas de plasma e que emitiam gritos horripilantesde guerra. Os Lulus de Marduk nunca se imaginaram quese tratava somente de uma aparição, de modo que derama volta e fugiram deixando que os clones sozinhosenfrentassem às legiões de Ninurta.Ao final da guerra, Ninurta conse guiu alagar o Abzu,obrigando a Enki e a seus filhos a retirar-se da grandepirâmide. Empregando o amparo do Ekur, os enkitasgeraram uma parede de luz venenosa ao redor docomplexo. Esta parede era um campo energéticoestimulado pelas enormes capacidades da grandepirâmide. Nenhuma arma das no ssas podia penetrá-la.Ninurta convocou a meu irmão gêmeo, Utu, e lheordenou que lhe cortasse todos os fornecimentos de águaao Ekur. Sem água não poderiam sobreviver por muitotempo. O desespero obrigou a um dos filhos menores deEnki a escapar para procurar água, mas em seu ousadointento a arma engenhosa de Ninurta o deixou cego. Ummembro da mesma família fez muita agressão a outro, oque não tinha ocorrido antes. Até o Marduk tinhautilizado assassinos para matar a meu marido Dumuzi.Então interveio Ninhursag. Já tinha visto muito. Era algomuito vil que estivéssemos degolando seus Lulus, masmatar e aleijar aos membros de nossa própria família eraalgo intolerável.Ordenou a seu filho Ninurta qu e lhe desse uma roupaprotetora contra a radiação e lentamente se aproximou do

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Ekur. Ninguém se atrevia a agredir Ninhursag, nemsequer Marduk. Ela é a filha de Anu e podem estarseguros de que Enki se sentiu muito nervoso quando lheordenou que baixasse a parede venenosa.Começaram as negociações de paz. Ninhursag informou aEnki e a seus filhos que Anu lhe tinha dado autoridadepara pôr fim a esta loucura. Ordenou a Enki queimediatamente se rendesse ante Enlil. Enki procurouMarduk para lhe pedir conselho e este aceitou. Nessestempos Marduk ainda tinha medo de Anu.

X.- O EKUR

A grande pirâmide em Gizé , o Ekur, é um receptornatural de energias. Inclusive sem as melhoras datecnologia pleyadense qualquer pirâmide recolhe eamplifica as freqüências circundantes. De modo que a irae o ódio que geraram nossas guerras se amplificaram coma presença do Ekur. Como conseqüência do ódio quesentíamos pelos nossos, a atmosfera da Terra se voltoupesada e se obscureceu. Esta nova densidade, nafreqüência baixa, estava penetrando dentro de cada coisavivente sobre a Terra e a estava alterando. Em meio desua sabedoria, Ninhursag se deu conta do que estavaacontecendo, mas o resto de nós não o notou.Seus cientistas contemporâneos entendem o campomagnético que rodeia a todos os corpos astrais, que seconhece como a magnetosfera. À medida que amagnetosfera rodeia a todo o planeta, é atraída para asregiões polares na Terra onde se concentra. Eles tambémestão conscientes de que a magnetosfera protege a Terrados ventos reveses, que estão compostos de partículas deplasma de elevada energia que viajam a 200 milhas po rsegundo. Estes ventos reveses literalmentebombardeariam o planeta se não fora pelo campo

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magnético circundante que desvia os ventos reveses deplasma.O plasma é o material mais abundan te em sua galáxia e,por conseguinte, uma fonte de energia apetecível. Aspirâmides continham uma tecnologia nossa atualmentedesconhecida para vocês que permitia acesso ao p lasmadentro dos ventos reveses. D aí se tirava energia. Aspirâmides se colocaram estrategicamente ao redo r doplaneta e se usavam como receptores de plasma. O Ekurera o receptor de energia maior na Terra. Todas nossasnaves espaciais estão dotadas de receptores similares demenor escala. É obvio, todos os planetas que ospleyadenses colonizaram têm pirâmides para receberenergia de plasma.O Ekur foi desenhado para conec tar o plasma dos ventosreveses com o campo magnético que há no centro daTerra. Este plasma de alta energia se canalizava como umfunil pelo eixo vertical da pirâmide, enquanto que omagnetismo do centro da Terra era dirigido para cimapelo mesmo eixo. Ambos eram concentrados em umatrajetória coerente e intensa, similar ao que seus cientistasconseguiram fazer com a luz na tecnologia laser.Milhares das que nós chamamos "pedras cantantes"recebem e conduzem esta energia. Há fragmentosenormes de âmbar, rubi e safira; cristais altos de citrina,esmeralda e água-marinha estão em uma ordemharmônica com a ametista, o diamante e o quartzo. Muitasdas pedras seriam desconhecidas para vocês, como po rexemplo o uzup, que se recolhe no sistema solarpleyadense.As "pedras cantantes" colocam -se de uma maneiraconsecutiva em uma espiral em todo o centro do Ekur. Nocentro da espiral há um cristal azul monolítico. O ápice docristal se alinha perfeitamente com a ponta da marquiseda pirâmide para que haja uma amplificação de energia

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magnífica. As "pedras cantantes" são um espetáculo dignode presenciar.Quando o plasma entra pela parte superior do Ekur e omagnetismo entra da terra, encontram -se no cristal azulque está no centro. As duas energias se unem,redemoinham em meio de um vórtice de poderextremamente capitalista em forma de torés, uma formageométrica que se parece com uma rosca de pão. Quandoo torés se forma, as duas energias se convertem em um abela união de forças em forma de espiral. O torés de fluxomagnético em conseqüência fica em movimento com umanel que volteia sobre si mesmo para dentro e outro parafora. Nesta forma criamos o movimento perpétuo.A beleza desta tecnologia não é algo in comum para nós.As formas que nós os pleyadenses usam os devem estarem harmonia com seu propósito; por isso, a função n uncaé maior que a forma. Algo deve refletir-se e ser igual àoutra ou se diminui o poder. Nossa espaçonave e nossascidades são da beleza e elegância mais perfeitas.Estou consciente de que há um debate quanto a se acobertura exterior do Ekur era de branco alabastro outurquesa. Era de ambos. Em um lapso de 300.000 anosexperimentamos com diferentes coberturas para ver qualgerava mais poder, mas a marquise sempre foi de ouro,pois este é um magnífico condutor.Depois de assinados os acordos de paz, autorizou -se aNinurta para que desmontasse todos os sistemas bélicosdo Ekur, deixando somente suficiente poder paracontrolar os climas e uns quantos instrumentos decomunicação. Eu o segui para a grande Pirâmide. QuandoNinurta desmontou as pedras cantantes, eu lhe pedi umasquantas esmeraldas. Ele se negou, indicando de umaforma santarrã que todas as pedras deviam sertransferidas ao novo centro de poder em Heliópolis, odomínio de Enlil.

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Ninurta, que sempre era r ígido e inflexível, perseguiameu Pai Nannar a todas as partes. Ambos eram filhos deEnlil, mas meu pai é tão encantador e bom moço, tãológicamente dotado que era evidente que entr e os doisEnlil preferia a meu pai. Ninurta somente podia esperarcumprir com seus deveres direito para ganhar aaprovação de Enlil. Por isso Ninurta era muito minucioso,muito aborrecido. O dever e a integridade são qualidadesmaravilhosas, mas Ninurta não tinha senso de humor.Enlil é estrito em sua fidelidade à autoridade nibiruense e,uma vez que tinha promulgado uma lei na Terra, seguia -aao pé da letra. Seu irmão Enki é mais flexível, maiscriativo. Geralmente Enlil tomava partido por Nibiru,enquanto que Enki sentia um amor profundo pela Terra eos Lulus e freqüentemente lutava pelo melhoramento dahumanidade.Como parte do acordo de paz, Enki fez certas ex igênciasem favor dos Lulus que tinha sido muito prejudicados pornossa guerra. destruíram-se muitas cidades e os Lulusmorreram em grandes quantidades. Enki exigiu que serestaurassem as cidades que tinham ficad o em ruínas eque se construíssem novas. Q ueria dar aos Lulus apossibilidade de ser mais que trabalhadores escravos,portanto se decretaram leis que lhes davam aoportunidade de escolher trabalho apoiado em seustalentos. Lhes proporcionou uma extens a variedade deocupações mais produtivas em suas estruturas sociais.Como conseqüência da devastação da guerra, limitou-se opoder dos filhos de Enki. Marduk se enfureceu quando seinteirou de que a seu meio-irmão Ningishzidda tinha sidooutorgado Gizé e o controle sobre o Egito. Ningishziddaera considerado neutro na divisão familiar porque é filhode Enki, mas sua mãe, Ereshkigal, é a neta de Enlil.Marduk cobiçava todo o Egito; ele queria o mundo inteiro.

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A Ninurta deu o controle da nova capital da Sumé ria,Kish, o que lhe deu ainda mais poder e enfureceu mais aMarduk. Ele queria Kish e o domínio da Sumé ria, assimcomo sua cidade favorita, Babil ônia. Todos amávamosBabilônia; era tão formosa naqueles dias e seus famososjardins eram o marco para muitos de nossos festivais maisfamosos. O povo de Babilônia me chamava Ishtar, e emminha honra construíram um formoso portão de pedracoberto de ouro e lápis lázuli. Se viajarem lá hoje, nacidade velha poderão ver vestígios dos templos queconstruímos para nós.De Marduk tinham arrebatado a maioria dos domíniosque desejava. Refletindo sobre suas perdas, decidiu tomaruma atitude em segredo e inventou um plano parautilizar aos Lulus contra os outros deuses.Seguindo um programa de austeridade, disciplinas deconcentração intensas, Marduk ativou sua vontade decobra. Por meio de cristais e raios de freqüência colocouformas de pensamento nas mentes recep tivas dos Lulus.Sua magia teve muito êxito . Pela primeira vez os Luluspensaram que poderiam ser iguais a nós! Despertaram nanoite com uma visão: uma torre enorme que chegava até océu e o conhecimento de como construí -la.Parecia como se os Lulus chegas sem de todas as partes daTerra enquanto se reuniam nas planícies nos subúrbios deBabilônia. Começaram a construir uma torre que chegasseaté o céu onde poderiam exigir igualdade de parte dosdeuses. Um pouco muito perigoso! Marduk deve terpensado que mais tarde poderia tirar essa tolice de seuscérebros. O Deus Marduk dá, e o Deus Marduk tira!Nessa época, os Lulus somente falavam em umalinguagem muito simples. Os conceitos complexos não seencontravam em seu idioma porque seu vocabulárioestava restringido às palavras que necessitavam paraexecutar trabalhos manuais ou obedecer ordens. Mas

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ainda possuíam restos de suas habilidades telepáticasoriginais da época em que ainda estavam em harmoniacom os animais da Terra. Essas habilidades telepáti casestavam funcionando a pleno vapor quando de umaforma misteriosa começaram a reunir -se para construirsua torre até o céu.Quando Enlil se deu conta de que os Lulus estavamfazendo, apressou-se ao lugar, caminhou entre eles e osadmoestou para que suspendessem o projeto. Disse-lhesque este ato era algo contra a vontade de seus criadores eque deveriam deter-se ou do contrário seriam castigados.Para surpresa do Enlil fizeram caso omisso de suaspalavras. Era como se nunca o tivessem visto. Enlil sedeprimiu. Somente um Deus poderia produzir esta magiae o único que ele se imaginava que poderia f azê-lo era odesprezado filho de Enki, Marduk. Enlil sabia que teriaque tomar medidas drásticas e gerar um c ampo energéticomais forte que o de Marduk.Enlil destruiu a torre de Babel com um raio de partículas.Os Lulus ficaram estupefatos. A maioria morreu e os quetiveram a má sorte de viver experimentaram as agoniasque produz a radiação. Além disso sua memória tinhasido removida. Os Lulus caminharam cambaleando semrumo, sem saber aonde ir ou de onde tinham vindo. Eraalgo deprimente. Cada Lulu começou a sentir uma paredeinvisível de separação que crescia a seu redor por toda aTerra. As cidades e os povos ficaram invadidos p elasfreqüências de separação de Enlil. E a partir dessemomento todos os humanos foram animados a pôr emdestaque sua heterogeneidade e a desenvolvê -la. Paracada região se criaram novos idiomas; umas raçascomeçaram a denegrir a outras e às pessoas e lhe ensinoua temer-se mutuamente. Os Lulus aprenderam a odiar e abrigar entre eles mesmos.

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Além disso, a cada Deus deram nomes diferentes, houvedisputas quanto a qual dos deuses era o verdadeiro,embora freqüentemente só se tratava do mesmo De us,mas com um nome diferente. Me chamavam Ishtar,Vênus, Hathor, Afrodite, Lakshmi, Rhiannon e muitosoutros nomes. fomentou-se a dissensão entre os Lulus.Nunca mais permitiu a seus antepassados unir -se contranós e nunca mais recordaria a espécie humana que todosvinham da mesma fonte: uma criatura selvagem da Terrae minha tia/avó Nin.Minha última experiência com o Ekur tem a ver comigo ecom Marduk. Talvez recordam que quando assassinarama meu marido Dumuzi, foi Marduk quem esteve pordetrás de tudo. É certo que antes e depois da guerra meumaior desejo era governar o Egito, mas Dumuzi era muitofraco para apropriar-se dele por si só. Egito era tão rico e,com minha ajuda e resoluçã o, este poderia ter sidodomínio de Dumuzi e eu teria sido sua rainha. Mardukestava decidido a frustrar minhas ambições. Nunca gosteide estar ao lado de Marduk. Sua necessidade de controlara todo mundo era tão insuportável. Até seu aspecto merepugnava. Sua beleza cruel e majestosa tinha como únicofim gerar temor.Houve uma investigação depois da morte de Dumuzi.Marduk alegou que, embora ele tinha dado a ord em dedeter sua fuga, a morte de Dumuzi tinha sido umdesafortunado acidente, a conseqüência de tropas muitoagressivas.Durante a guerra eu obtive fama por minha coragem edomínio das armas. Quando escutei a desculpa tã opatética de Marduk pelo assassinato de meu marido,perdi a razão. Anunciei min ha determinação de acabarcom Marduk. Como eu tinha a reputaçã o de umacombatente aguerrida, e que inspirava temor, Mardukfugiu para o Ekur.

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Voei para as pirâmides. Vestida com uma armadura deouro e brandindo minhas armas, de uma forma arroganteordenei a Marduk que saísse. Ele não me fez c onta, algoque eu detesto e, é óbvio, perdi a calma, lhe lançando todaclasse de maldições a Marduk levantei meu raio deplasma e comecei a disparar aos lados da grandepirâmide. As pedras do Ekur começaram a tremer.Foi todo um espetáculo. Com meus peitos ao ar e formosadesatei minha fúria pasmosa; é que eu sou muitoapaixonada. Todos contamos piadas depreciativas sobre aoperação da cauda de Marduk, e lhe gritei GrandeSerpente e outros nomes excelentes que não vou repetiraqui.Os outros deuses se estavam pondo nervosos. Meu irmãoUtu decidiu chamar Enlil e, conscientes de que Anu é aúnica pessoa que eu escuto, Enlil o chamou. Sobre os céusde Gizé apareceu um holograma de Anu. Ele me rogava ,sua amada Inanna, que desistisse de minha ira. Anu sabiaque Marduk tinha escondido ar mas no Ekur e não queriaque sua Inanna fora machucada. Ele me ama. A nu meaconselhou que levasse Marduk a julgamento diante dosdeuses. Eu aceitei porque depois de tudo não sabia comoia entrar na pirâmide e já me estavam acabando asimprecações.Nós nunca antes tínhamos tido um julgamento real. ComEnlil, o tinham banido por violar a sua futura esposa , masnunca foi processado em uma corte. Ninguém sabia o quefazer e ninguém queria julgar a outro deus por algo queeles quereriam fazer mais tarde. Abriria -se um precedentede castigo que algum dia recairia sobre eles. Post o queMarduk tinha contratado alguém para que matasseDumuzi, seria seu crime punível com a pena de morte?Ninguém queria pronunciar uma sentença de mor te sobreum membro da família de Anu.

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Disseram-me que fizesse eu mesma a punição e minhaadrenalina ainda estava fluindo. Me ocorr eu o castigoperfeito: selar Marduk dentro do Ekur, ou seja, enterrá -lovivo, sem comida e sem água. Como ninguém queriatomar a iniciativa, todos es tiveram de acordo com meuplano, enterraria-se vivo Marduk no Ekur. Eu estava feliz.Eu sabia que sem água e comida, a energia da pirâmidemanteria vivo Marduk por um tempo. Isto lhe asseguravauma morte lenta, prolongada e horrível. Estava muitofeliz comigo mesma. Eu sou tão criativa e tinha vingadoDumuzi. Não é que tivesse estado muito apaixonada porele, mas tinha chegado a desprezar Marduk e o queriafora de meu caminho para sempre. Pessoalmente estive lápara as cerimônias. Simplesmente se baixaram alavancas eblocos enormes de pedra caíram um em cima do outro,selando Marduk em sua tumba.Bom, Marduk tem mãe. Ela não estava muito feliz com oque tinha passado e começou a suplicar a Enki. Aindamais patética foi a irmã-esposa de Marduk, Sarpanit, quedesfilava nua dia e noite frente ao Ekur. Fez todo umespetáculo chorando e golpeando as paredes com sua spequenas mãos que sangravam. Reuniu-se uma multidãode Lulus a observar e Enki fracamente cedeu.Pressionou-me para que me retratasse. Enki e eu fomosmuito bons amigos. Depois de tudo, ele me tinha dado osME’s divinos. Então, relutantemente, aceitei que osoltassem.Eu sabia que isso era um engano mas não p odia discutirmuito tempo com Enki. Então aceitei com a condição deque Marduk fizesse oferendas em todos meus templo spara suplicar minha piedade. R emoveu-se então amarquise da pirâmide por meio de raios de plasmapoderosamente concentrados e ficou em liberdadeMarduk. Se Marduk e eu nos tínhamos desprezado antes,podem imaginar que este pequeno incidente não

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melhorou nossa relação. Talvez de vez em quando eledespertava na noite, e ouvia meus gritos horripilantes:"Que o enterrem vivo!" Ele já era meu inimigo e eu sabiaque eventualmente procuraria a vingança. Mas enquantoisso o tinham mandado ao exílio como castigo peloassassinato de Dumuzi.As ambições de Marduk de governar o mundo nãodesapareceriam tão rapidamente. Algum dia retornaria.Escuros e cavilosos, o olhos vermelhos de Mardukimpregnavam minha alma. Sentia -o esperando,conspirando em meio de sua ira silenciosa.

XI.- GILGAMESH

No sistema solar pleyadense nós somos recole tores deinformação para o Primeiro Cri ador. O Primeiro Criador ée nós somos enviados a reunir experiências no tempo e oespaço. Vocês poderiam me julgar com apoio nas normasde seu mundo, mas eu nunca me julguei mesma; eusimplesmente estava vivendo e aprendendo. Se umaexperiência não era satisfatória, seguia com outra.O Primeiro Criador manifesta uma "matriz de matrizes" aque chamamos Deusa Mãe e a partir dela se originammuitas outras fontes de criação. Uma multidão de sereselevados criam os Pensamentos. Estes se convertem emsom o qual a sua vez flui a seu próprio nível de freqüênciae manifesta as realidades.Minhas aventuras foram parte de todo o movimento quetinha sido criado antes de mim. Eu venho de umalinhagem: eu sou o Primeiro Criador, a Deusa Mãe etambém sou meus antepassados antigos de outrasdimensões e sistemas. Sou parte de Anu e Antu, sou Enlile Ninhursag e levo os meus próprios pais dentro de mim.A consciência de tudo o que veio antes de mim a expressoem meu poder para criar.

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Naquela época na Terra eu não via que minh as açõespudessem machucar aos Lulus e a suas futuras gerações:vocês. Certamente não sabia que esse dano retornaria aminha vida e construiria a Parede.Depois de que Anu me outorgou o direito de conceder amonarquia, eu voava entre o Uruk e o Vale do Ind o.Através de minhas rotas de comércio havia um fluxoabundante de grãos e outros produtos, minhassacerdotisas se faziam mais ricas cada dia e todo mundoera feliz. Não obstante, eu seguia sem marido.Estava nas mesmas condições que minha tia/ avó Nin.Não via nenhum candidato apto para me casar. Duranteos anos via como Ninhursag ficava mais retraída e rígida.Eu não queria terminar como ela. Não sou o tipo desolteirona e me sentia como um canhão solto em coberta.Eu era tão formosa e somente um pouco des umana. O queera o que tinha que fazer?Com o fim de solucionar este pequeno problema, resolvicombinar o ritual da monarquia com o do matrimôniosagrado. Nesta cerimônia tão formosa, o futuro rei seconvertia em meu marido por uma noite. O templo eracoberto de flores e banhado com a luz das velas. O aromadas flores e os sons de bela música enchiam os salões dotemplo. Vestiam-me com sedas, coroavam-me com umatiara de ouro e os sacerdotes e sacerdotisas me conduziamà cama sagrada onde esperava meu amado .Desta maneira tive muitos filhos e dava origem a muitaslinhagens reais a partir destas cerimônias. Eu, que nãotinha marido verdadeiro de minha própria raça, podiadesfrutar da cerimônia de bodas uma e outra vez. Entre osLulus era muito popular a cerim ônia do matrimôniosagrado, motivo pelo qual eles me amavam muito e euobtive poder sobre as cidades.Este costume de ter filhos com os Lulus era muito comumentre os homens da família de Anu. Enki perdeu a conta

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de quantas amantes tinha tido ou quantos fi lhos tinhaengendrado. Meu pai Nannar e meu irmão Utu não eramdiferentes. Eu simplesmente lhe dava forma a uma práticacomum e a converti em um ritual detalhado. Estacerimônia do matrimônio sagrado me converteu napessoa mais apreciada pelos Lulus.Dita cerimônia também me permitiu formar homenssuficientemente capazes para que me chamassem aatenção. Eu lhes transmitia conhecimento, sabedoria emagia. A maneira mais segura de transmitir estasfreqüências se encontra no ato de união sexual executadocom a consciência mais elevada e uma concentraçãoprofunda. Eu sou uma perita nestas coisas e muitoshomens se beneficiaram destas iniciações.Por meio de minha infusão genética, o DNA dos Lulus sefortaleceu e se amplificou. Sem sabê -lo também eu atei àslinhagens de milhares de seres humanos e por todas assuas vidas futuras. Meus gens se infiltraram em um rio depessoas e sem eu mesma sabê-lo estava me convertendoem parte deles.Já sabem como é isso; a gente está se ntado por aí umpouco aborrecida esperando que passe algo emocionantee, por sincronia é atraído a um novo mundo, sem nenhumpensamento consciente quanto aonde irá. A promessa deuma experiência nova e fresca o atrai e fica apanhado narede do tempo. Desta mesma forma eu estava parasempre atraída pela vida da Terra e pelas vidas de seushabitantes.Meu irmão Utu estava felizmente casado com sua esposa,Aia, e de vez em quando eu os visitava. Utu e euestávamos muito unidos e sei que ele me quer , mas semantinha muito ocupado com os transportes da T errapara a estação espacial e escassamente tinha tempo paranos ver. Aia estava muito ocupada com seus filhos, suasescolas e sua roupa. Ninurta e sua esposa, Gula, estavam

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na mesma situação. Gula não falava de outra coisa que deseus meninos.Ninurta tinha tantas obrigações que não tinha muitotempo para ver sua esposa. Eu admirava a estas mulherespor sua dedicação a seus filhos, mas isso não erasuficiente para mim. Não via a hora de retornar aostemplos para me informar sobre o movimento comercial.A cerimônia do matrimônio sagrado me deu a liberdadede desempenhar meus cargos e de desfrutar dos prazeresde muitos maridos e muitos filhos.Minhas cerimônias atraíam homens de todos os lugaresdo mundo. Eu estava acostumado a observar os homensque entravam nos templos e indagava sobre suascapacidades e inteligência e me acostumei a escolher osmelhores. Então um dia conheci um homem que rechaçouminhas propostas: Gilgamesh!Meu irmão Utu o tinha convertido no quinto governanteda dinastia de Uruk. Nesse tempo eu estava em umaviagem de negócios no Vale do Indo e meu irmão Utuestava ansioso para conceder a monarquia a Gilgamesh.Utu o estimava muito porque e le pertencia a sualinhagem. Numa época, Utu sentiu uma grande atraçãopor uma das sacerdotisas de m eu templo e esta uniãoproduziu um menino varão que era tão apetecível que porsua vez se uniu com uma dama nibiruense. Seu filho eraGilgamesh e sustentava que era dois terços Deus e umterço humano, asseveração que segundo eu, lhe davacertos direitos.Gilgamesh era extremamente formoso, o que vocêschamariam "um homem e tanto ". Era muito popular entreas pessoas, todo mundo o queria, e Utu estava encantadocom este rei herói que levava seu sangue nas veias.Como era muito inteligente, Gilgamesh começou aaprender tudo o que podia sobre a história da Terra e afamília de Anu. Quanto mais aprendia, mais o obcecava a

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idéia da morte. Gilgamesh não queria morrer. D epois detudo, raciocinava, ele era dois terços Deus e portantodeveria ser imortal como Utu e os outros deuses. Rogou asua mãe e a seu avô que o ajudassem. Utu basicamente lhedisse que esquecesse o assunto, que os outros deuses nãoo permitiriam e que devia desfrutar do tempo que lhetinha atribuído.Consternado e deprimido, Gilgamesh começou a beb erem excesso. Exagerou na comida, na bebida, no sexo e setornou briguento. Estava desesperado por esquivar a idéiado temor à morte. Seu comport amento excêntrico e seusímpetos violentos interrompiam o fluxo de vida normalem Uruk.Os deuses pensaram que teriam que fazer algo paraacalmá-lo. Gilgamesh necessitava de um companheiro, eno deserto vivia um homem chamado Enkidu, que era umdos experimentos genéticos de Enki e um êmulo em forçafísica para Gilgamesh. Os deuses decidiram capturarEnkidu para que servisse de companhia a Gilgamesh.Enkidu ainda era um selvagem e estava em um estadoinocente de telepatia com os animais das estepes e dosbosques. Com o fim de capturar a Enkidu, os deuses oenviaram a uma de minhas sacerdotisas para que oseduzisse. Ele nunca tinha visto uma mulher tão formosa.Enfeitiçado por seu corpo sedutor se deixou vencer pelapaixão e copulou com ela uma e outra vez. Durante setedias e noites Enkidu se perdeu no mar de sua beleza e emum transe de paixão enlevada. Quando final mente estevesatisfeito, foi procurar a seus animais amigos mas eles jánão o reconheciam e, quando tratou de aproximar-se, elesfugiram no meio do temor. Enkidu tinha mudado parasempre.Como se sentisse sozinho e perdido, sem onde ir, o pobreEnkidu timidamente seguiu a sacerdotisa para Uruk, ondefoi entregue ao Gilgamesh. Começaram sua amizade com

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uma luta, examinando o alcance da força de cada um.Quando Enkidu provou que era um êmulo para oGilgamesh, os dois se uniram fraternalmente.Gilgamesh compartilhou seu temor à morte com seu novoamigo. A compaixão de si mesmo q ue expressouGilgamesh levou Enkidu às lágrimas e lhe falou sobre umlugar que ele tinha encontrado com as gazelas na Terrados Cedros, a morada secreta dos Deuses. Ali Gilgameshpoderia exigir a imortalidade. Enlil tinha criado umhorrível monstro chamado Humbaba para que vigiasseseu domínio, a Terra dos Cedros. Enkidu disse aGilgamesh que para conseguir entrar n a morada teriamque lutar com Humbaba. Emocionados pelas expectativasde um novo desafio, os dois partiram muito animados.A morada dos Deuses existe em uma dimensão diferentea da Terra mas se pode entrar através de um portal dotempo que está situado na Terra dos Cedros. A Terravibra a uma freqüência diferente de Nibiru e nós podemosentrar na vibração da Terra unicamente através de ditosportais, posto que são as portas para viajar entredimensões. Humbaba era um monstro holográfico queescondia uma arma mortal que protegia esta entrada. Nós,como pleyadenses, devemos retorna r com regularidade anossa própria freqüência de tempo, de outro modoenvelhecemos à mesma velocidade com a que o fazem oshumanos. Como um ano em Nibiru equivale a 3. 600 naTerra, para vocês somos imortais.Do céu Utu e eu observamos como Gilgamesh e Enki du seaproximavam do portal do tempo e começavam a atacar àHumbaba. Impressionou-nos tanto sua coragem quedecidimos acabar com o holograma e lhes fizemos pensarque tinham decapitado ao monstro. L ogo os enviaríamosde retorno a Uruk como se não tivesse passado nada.Pensando que o monstro estava morto, Gilgamesh eEnkidu jaziam extenuados ao lado de uma corrente.

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Gilgamesh estava muito suarento da batalha e tirou aroupa para banhar-se. Vá! Era tão formoso, tinha umalarga cabeleira negra e um corpo tão e scultural; irradiavatanta virilidade, que me invadiu o desejo. Queria estarcom ele.Da minha nave que flutuava sobre ele, gritei: "Oh ,Gilgamesh, desejo sentir seus fortes braços ao redor deminha magra cintura e me deleitar nos gozos prazenteirosde sua virilidade". Também lhe ofereci terra e riquezas,poder e fama; o usual.Podem imaginar minha frustração quando se negou. Atéme insultou dizendo como eu tinha convertido a talhomem em rã e a outro em lobo. Expressou com desvario:"É um fogo de cocção que se apaga com o vento, umaporta traseira que não protege nem do vento nem datormenta, um palácio que se derruba sobre quão valenteso defendem, um poço cuja tampa se desaba.... um sapatoque remói o pé de seu dono". Não era minha culpa quetivesse vivido mais que todos os homens que foram meusamantes.Ele seguiu me insultando: "A qual de seus amantesamaste para sempre? Qual de seus pastores te segueagradando? Vamos, deixa que mencione a todos seusamantes?"Ninguém se tinha atrevido nunca a me falar d e umamaneira tão repugnante e o inferno não conhece fúriacomo a de uma mulher desprezada! Eu não ia tolerar istonem sequer de um homem que fora dois terços deus. Fuidiretamente falar com Anu e comecei a me queixar.Felizmente Antu estava ali.Anu tratou de me acalmar mas também assinalou que oque Gilgamesh havia dito era parcialmente certo. Bom,possivelmente tinha perdido rapidamente interesse emalguns de meus amantes, mas não recordo ter convertido

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a nenhum em rã. Além disso, eu sou Inanna, Rainha doCéu, amada de Anu, e ninguém me fala dessa maneira!Melosa e lentamente roguei a Anu que me desse umaarma para surrar a Gilgamesh, uma arma grande deradiação. Disse-lhe que se não me entregasse isso,desataria toda classe de terrores astrais das outra sdimensões. Anu sabia que eu só tratava de persuadi -lopara que me aplacasse e me deu o que queria.Anu me recordou que o uso de uma arma tão letalenvenenaria as colheitas. Ele se perguntava se eu tinhasuficiente grão em reserva para meu povo . Quando lhedisse que sim, ele aceitou.Agora vejo que de vez em quando eu tinha muito maugênio. Desta vez meu irmão Utu estava totalmente contrameu plano. Ele queria muito a Gilgamesh posto que erade seu sangue e fez acertos para que não funcionasse aarma. Isto deve ter agradado muito a Anu. Fiquei furiosaporque meus planos de vingança malograram e apresenteiuma queixa formal. Anu consultou com seu filho Enlil,que decidiu que Gilgamesh e Enkidu deveriam sercastigados por ter atacado à Humbaba, desafiando comsua ação as armas dos deuses. Anu propôs a pena demorte, mas Enlil não estava disposto a ver morrerGilgamesh e arrumou a dis puta oferecendo matarsomente a Enkidu.Enkidu não pôde aceitar que se negociou sua morte deum modo tão frio e caiu em depressão. Enquanto o pobreEnkidu jazia doente e inconsciente, Gilgamesh se obcecoumais com sua própria morte e começou a chorar e aqueixar-se de seu destino. Com muita dificuldade se davaconta de que seu amigo estava doente. Este egoísmocompletamente narcisista me convenceu de queGilgamesh realmente era um dos nossos, u m verdadeirofilho da família de Anu. Os deuses em meio à suacompaixão, tiveram misericórdia de Enkidu e comutaram

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a pena de morte. Enviaram-no a trabalhar o resto de suavida como escravo nas minas, um destino do qual nãohavia volta. Nenhum Lulu retornava do mundosubterrâneo do Ereshkigal. Ditoso Enkidu.Quanto ao Gilgamesh, seu desespero cada vez mai or oobrigou a pressionar a seu avô Utu para que lhe ajudasse.Decidiu procurar a imortalida de dos Deuses com maisafinco, algo que muitos humanos também desejaram.

XII.- UTU E OS TÚNEIS DAS SERPENTES

Quando Anu começou pela primeira vez a colonizar aTerra faz mais de 500.000 anos, já existiam milhares dequilômetros de túneis subterrâneos. Di tos túneis e covasforam construídos pelo Povo do Dragão e o Povo daSerpente. Nesses primeiros dias, Anu lutou, não somentepela Terra, mas também por estes túneis, já que são devalor estratégico crucial porque eles guardam os portaisde tempo.O tratado que solucionou a guerra entre os enkitas e osenlilitas concedeu a meu pai Nan nar toda a península doSinai. Aqui se encontrava o centro de controle da missão,o porto espacial e a entrada aos túneis. A meu irmãogêmeo Utu deram o controle destes serv iços por ser filhode Nannar.Utu é uma pessoa muito dedicada ao dever e nosso avôEnlil lhe tinha toda a confiança. Utu e eu sempre nosquisemos muito e, como somos gêmeos, estamostelepaticamente unidos,Mas Utu tem o mesmo caráter de minha mãe Ningal. Eletem uma inteligência silenciosa, uma têmpera dedignidade e humildade. Eu sou como meu pai:aventureira e apaixonada. Com seu olhar misterioso epenetrante meu pai podia cativar a qualquer um.

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Como já o disse antes, Utu amava muito a Gilgamesh everdadeiramente queria lhe ajudar. depois que levaramEnkidu a trabalhar nas minas pelo resto de seus dias, Utufoi visitar Gilgamesh. Bom, imediatamente Gilgamesh lherogou que lhe concedesse a imortalidade dos Deuses.Utu lhe sugeriu que se ele podia de algum modo provarseu merecimento diante dos outros deuses, pelo menoseles lhe poderiam conceder uma vida mais larga. Além deque, Enlil tinha concedido a imortalidade a Noé. EntãoUtu lhe transmitiu visões do Tilmun, a terra dos Viventes.Isto se fez nos sonhos de Gilgamesh para não despertar aira dos outros deuses.Tilmun é a terra dos Viventes porque está por fora dotempo terrestre e em uma dimensão diferente a da Terra.Como já o mencionei, nós devemos abandonar afreqüência da Terra a intervalos regulares. Se não ofizéssemos, nossos corpos eventualmente se ligariam aTerra e envelheceríamos como os humanos. Todos nósviajávamos regularmente ao Tilmun; lá tínhamosformosas casas. Para chegar ao Tilmun tem que viajarpelos túneis das serpentes.Os túneis em si mesmos são maravilhosos. No princípio seformaram mediante os vermes das serpentes e vão emforma de círculos concêntricos com curvas intermináveis.A cor da luz nestes lugares é um dourado esverdeado e sevê que as paredes brilham com uma substância viscos a. Ababa não é mais que um selador mas repele aos humanosbastante bem. Muitos quilômetros dos túneis estão emtotal escuridão. Em muitas estranhas ocasiões acharam oshumanos na entrada destes túneis. Para encontrar asentradas e ter acesso, tem que estimular a energiaserpente, o que vocês chamam de kundalini ou chi. Semum domínio destas forças sutis, a entrada permaneceinvisível. A mitologia da Terra esta cheia de históriassobre estes lugares. Alguns humanos em estados alterados

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tropeçaram com eles sem sabê-lo, mas muito poucosretornaram. Os xamãs das chamadas tribos primitivas daTerra obtiveram acesso com freqüência, mas eles preferemguardar silêncio quanto a isto.Na época presente há sete entradas em ditos túneis. Umaestá localizada debaixo da Esfinge no Egito e outra estáem Jerusalém. Uma terceira entrada está no fundo dooceano Pacífico perto de um lugar chamado Vanuata. Olago Titicaca no Peru, o Monte Shas ta na Califórnia e oMonte Merú nos Himalaias guardam outras três. A sétimaentrada jaz sob o grosso gelo da Antártida. A Antártida étambém a locação de um torés magnético que dá potênciaa todos os túneis com energia de plasma.Em sonhos, Utu disse a Gilgamesh que entrando pelostúneis das serpentes poderia encontrar o Tilmun, a terrados Viventes, onde vivia Noé, o sobrevivente do GrandeDilúvio. Se Gilgamesh encontrasse Noé, talvez este lhedesse o segredo da imortalidade. Como os túneis eramseu domínio, Utu pensou em ajudar a Gilgameshprojetando uns quantos holog ramas úteis dentro docérebro de Gilgamesh para guiá-lo em seu caminho.Eu pessoalmente estava já aborrecida de todo esse assuntode Gilgamesh, isso já não era algo para mim. Mas Utu nãodeixava de me contar cada detalhe da viagem do pobreGilgamesh. Ele observava cada passo de seu preciosoneto. Mais tarde os Lulus compartilharam seu ávidointeresse e a lenda da busca da imortalidade por parte deGilgamesh se fez muito popular. Ilustrava todos os seustemores, esperanças e derrotas. Se Gilgamesh não podi aviver para sempre, então quem de sua raça poderia fazê -lo?Nos primeiros dias da colonização da Terra Enki tinhaampliado os túneis. Lhe pareceu muito lento o métododos vermes, de modo que usou raios antimaté ria paraevaporar a rocha. Em alguns lugares este procedimento

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deixava borbulhas grandes sobre as paredes que refletiamluz de uma maneira muito estranha. Enki adorava eestava feliz com seus túneis de borbulhas. Em seulaboratório do Abzu, Enki sempre estava inventandomonstros e criaturas mutantes genéticas, de modo quecriou uma boa quantidade de monstros feios para quevigiassem as entradas nos túneis que conduzem a outrasdimensões.Com a ajuda de Utu, Gilgamesh cruzou as montanhas echegou até a entrada de um dos túneis. Ali se encontroucom alguns dos guardiães escorpiões de Enki. Estes erammonstros com pernas humanas e corpos e cabeças d eescorpião. Assustaram muito a Gilgamesh e lheadvertiram que estes túneis escuros se convertiam em umlabirinto de morte para quase todos os humanos.Negaram-lhe a entrada. Logo, como por arte de magia,Utu deu o sinal para que o deixassem passar.Por isso lhe pareceu como uma eternidade, Gilgameshvagou em escuridão total através do labirinto, chocando -se contra as paredes, machucando seu corpo e ch amandoUtu como um louco. O ar era tão pesado que com muitadificuldade podia respirar, mas não obstante continuousua viagem. Como via toda classe de demônios horríveisque o empurravam contra as paredes, começou a acreditarque estava louco. Perdeu todo o sentido de orientação esua única realidade era a escuridão.Então aconteceu algo extraordinário. Gilgamesh começoua ver em meio da escuridão, mas não em su a formanormal, mas sim com o olho de um deus. Os gens quetinha herdado de Utu começaram a ativar os cones deseus olhos. Ao princípio só via os contornos dourados dasparedes, como em uma foto em infravermelho e, emborapensava que ainda caminhava em meio da escuridão total,os contornos lhe serviram como guia e evitaram quegolpeasse seu corpo contra as paredes.

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Ao sair do túnel, Gilgamesh entrou no jardim dos deuses.A princípio estava aturdido, mas começou a refrescar -secom água e frutas. Ele estava em um dos jardins famososde minha bisavó Antu. Ela os construiu não somente emNibiru mas também em qualquer lugar onde Anu opermitia. Há muitas lendas que falam sobre estes jardinsporque, além de frutas e flores reais, sempre há uma seçãocomposta de ouro e pedras preciosas. Imaginemtrepadeiras de uvas forjadas em ouro e prata com uvas deametista e peridoto. Abundavam fileiras de trigo douradoe milho e, entre uma pletora de perfeições artísticas, asrosas eram o mais maravilhoso. Antu tinha convertidoesta forma artística em uma paixão pleyadense e asmulheres nobres competiam entre si em justas centenáriasprojetando hologramas de seus jardins através dasgaláxias.Gilgamesh, já ensangüentado e sujo de sua dura prova notúnel, estava devidamente aniquilado. Utu lhe sugeriuque se banhasse na piscina do jardim e logo o dirigiu auma mulher coberta com um véu que estava sentada aobordo do mar e que se chamava Siduri. Ela era da raça dosDragões e servia vinho aos deuses antes de que cruzem omar para chegar a seus lares. Gilgamesh lhe perguntoucomo podia encontrar a Noé.Siduri lhe explicou que nenhum homem podia cruzar esseoceano. Para os Lulus esse mar era conhecido como aságuas da morte. Gilgamesh contou a Siduri toda suahistória e lhe informou que era dois terços deus, enquantoUtu flutuava no ar por cima deles. Ao v er Utu, Sidurichamou o barqueiro para que levasse Gilgame sh àmorada de Noé.O velho Noé reviveu as mem órias do Grande Dilúviopara seu hóspede, enfatizando o fato de que foram osdeuses os que tinham decidido destruir aos Lulus. Comotinha aprendido muito a respeito dos deuses durante os

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séculos, Noé sabia que nós não somos de confiança e dissea Gilgamesh que renunciasse à sua busca pelaimortalidade.Mas Gilgamesh não se deixou convencer, assim Noé lhesugeriu entrar em um teste de integridade para provarsua dignidade aos Deuses. Possivelmente se Gilgameshpudesse permanecer acordado e atento durante umasemana impressionaria aos deuses e lhe poderiamconceder sua petição. Então o pobre Gilgamesh se sentoupara provar-se a si mesmo, mas imediatamente ficoudormido.Exacerbado, Noé lhe contou então sobre uma pl anta quecrescia no fundo do mar e que o poderia torn ar imortal.Com valentia Gilgamesh mergulhou e trouxe a planta atéo bote, só para que a roubasse uma serpente. ParaGilgamesh, a imortalidade dos Deuses lhe tinha escapadopara sempre, até com toda a ajuda de Utu.Utu estava triste, mas não havia nada mais que meuirmão pudesse fazer por Gilgamesh. Essa era a lei: osLulus devem permanecer em um estado de inconsciência,uma espécie de sonho. Manipulações genéticas lhestinham arrebatado sua divindade fazia muitos milênios.Nem sequer o amor que Utu sentia pelo Gilgamesh pôdetrocar isto. Gilgamesh retornou a Uruk, onde reinou atésua morte e onde era conhecido como o que tinha visto ostúneis.

XIII.- SARGÃO, O GRANDE

Sargão foi o amor de minha vida na Terra. Juntos fizemosamor apaixonadamente, tivemos formosos bebês efundamos reinos grandiosos. Vi-o pela primeira vez emmeu templo. Ele era o copeiro de Ur-Zababa, rei da cidadede Kish. Chamou-me a atenção porque era muito parecidocom meu pai Nannar. Tinha seus mesmos olhos. Embora

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ninguém sabia com exatidão quem era o pai de Sargão , eutinha minhas suspeitas.A mãe de Sargão era uma sacerdotisa em um de meusTemplos do Amor. Quando nasceu, ela o envolveu emmantas em uma cesta de juncos e o colocou no rio.Enquanto ela orava, cuidadosamente observava comoflutuava até chegar a um homem chamado Akki queestava encarregado de irrigar os campo s com água do rio.Akki tirou Sargão das águas, adotou-o como seu filho elhe ensinou a cuidar do jardim. À medida que crescia,suas qualidades inatas de liderança o levaram até a cortede Kish. Mas foi sua beleza e seu humor o que me induziua amá-lo. Era alto e forte, de maçãs do rosto a ltos e finasmaneiras. Era extremamente inteligente e seu próprio serimpunha lealdade.Senti-me atraída do primeiro momento em que o vi e,para minha sorte, ele sentiu o mesmo. Foi co mo umasuper voltagem em nossos corpos. Não me tinha medonem era tímido. Ele sabia o que eu queria e tomou -mecomo a um deus; nossa cópula foi divina. A o princípiopermanecemos em um estado de êxtase durante mais deduas semanas. Asseguramos as portas douradas de meusaposentos com a poderosa espada de Sargão e unicamentedeixávamos que de vez em quando os serventes nostrouxessem vinho e comida. N ão necessitávamos decomida, vivíamos do néctar de nosso amor e paixão.Nosso único desejo era jazer entrelaçados nos braços dooutro e passar horas simplesmente tocando e explorandocom nossos lábios e pontas dos dedos o recém -achadoterritório de nossos corpos. Nossos olhos desejososprocuravam profundamente nos do outro como se játivéssemos estado juntos antes e de algum modo nostivéssemos separado. À medida que nos perdíamos naunião, fortaleciamo-nos e nos convertíamos em um.

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Às vezes, nas agradáveis tardes, nos banhávamos naspiscinas de meu jardim sob árvores frutíferas à luzsalpicada do sol. Eu só punha minhas jóias; colares deouro, lápis lázuli e pérolas caíam sobre meus peitos. Umacadeia de diamantes lhe dava a volta a minha cintura ebraceletes de esmeralda adornavam minhas pernas etornozelos. Sentado sobre as águas com flores fra grantesque nos rodeavam, Sargão beijava meu corpo comternura, acariciava meus peitos firm es e tomava o tempopara excitar a poderosa força de minha paixão até que eubrandamente lhe suplicava que me penetrasse. Suavirilidade me satisfazia à medida que ondas de prazermurmuravam por todo meu ser. Nossos dois corpospareciam dissolver-se, palpitavam como uma luz branca àmedida que nos convertíamos em um oceano de criaçãoeterna. A consciência de dois como a gente ficava no vastosilêncio da eternidade e nosso prazer se convertia emmúsica nos reino mais elevados.Sargão me adorava e eu o converti em meu rei. Comotudo o que tocávamos prosperava e florescia, construímosum reino novo ao que chamamos Acá dia. Ali desenhamose fundamos uma bela cidade nova, Agade. No Agadeconstruímos um maravilhoso templo dedicado a mimchamado Ulmesh que queria dizer suntuoso e rutilante ,como certamente o era. Aos músicos dava instruções paraque tocassem dia e noite em meu templo. Nosso povo erafeliz e próspero; suas casas eram construídas com lá pis eprata. Em nossas adegas abundavam os grãos e as frutas,os velhos e as mulheres respeitavam -se e nossa juventuderadiava com a beleza da confi ança. Os pequenos jogavamalegremente nesta cidade de amor. Sargão o Grande e suaquerida Inanna governavam o reino mágico da Acá dia.Este foi um período extraordinário para mim.Quando Acádia estava firmemente estab elecida, eucomecei a exortar a Sargão a que tomasse mais terras. Os

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Lulus tinham estado brigando entre eles mesmos e euconvenci a meu irmão Utu de que uma união c om Sargãotraria um tempo de paz e abundância do qual poderíamosnos beneficiar. Utu se reuniu com meu pai Nannar e commeu avô Enlil. Sargão caiu extremamente bem a Enlil;possivelmente recordava a seu próprio filho Nannar. Enlilconcedeu a Sargão a monarquia na Suméria e Acá dia.Inventamos uma nova caligrafia chamada acadiana paraanotar nossos lucros.Eu nunca pude ter feito conquis ta de tanto alcance sem aaprovação de Enlil. Em anos posteriores esqueceria eueste fato duro e frio.A época de Sargão, segundo a contagem do tempoterrestre foi 2.334 – 2.279 a.C. Seu reinado foi um tempode muita glória para mim. Nesses dias eu era a Rainha doCéu e da Terra no trono. Enlil permitiu a Sargão queconquistasse o mundo conhecido do Egito até a Índia efizemos alianças e acordos comerciais com Ninurta,Nergal e Ningishzidda. Por nossas rotas passavamlivremente os grãos e o vinho, o cobre e o ouro e todaclasse de mercadorias. Nosso povo se enriqueceu einclusive os deuses pareciam estar satisfeitos. Mas deconformidade com o defe ito humano da arrogância,Sargão cometeu um grave engano. Vi -o, o poder lhe tinhasubido à cabeça. Começou a pens ar que era igual aosdeuses e tristemente começou a beber em excesso.Sargão e eu havíamos trazido para o mundo uma formosamenina cujo nome era Enheduanna. Ela era como eu,formosa e teimosa. Tinha o dom da poesia e passava horascompondo hinos à grandeza de seu pai, a suas conquistase a sua beleza física. Estava apaixonada por s eu pai edecidida a nos separar.Eu não podia culpá-la por seus sentimentos; não havianinguém em seu mundo que se igualasse a seu pai. Masseus constantes cuidados tiveram um efeito insidioso em

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Sargão. Ela se fez sacerdotisa para nã o ter que casar-se eesperou Sargão no templo. Recitou-lhe seus poemas,encheu seu ego de sonhos de juventude e virilidade e lheserviu vinho. Sargão queria desesperadamente realiz arum ato heróico para agradar à sua filha.Havia um templo em Babilônia que tinha sido consagradopor Marduk. Era algo sagrado para ele e era sua maneirade manter suas garras sobre a Babilônia durante seuperíodo de exílio. Ele sempre tinha sido muito suscetível epossessivo quanto a Babilônia.Sargão concebeu uma cerimônia na qual transladou ochão sagrado a um novo lugar onde serviria como a basesimbólica para uma nova Babilônia que ele construiria.Não se imaginou que este ato traria graves conseqüências.Quando Marduk se inteirou do sacrilégio, levou a armaPasupata Plasmon à sua espaçonave e voou sobre oscampos da Acádia e Suméria. Ondas de radiação de altaintensidade destruíram as colheitas em questão deminutos, o que produziu um p eríodo de escassez queobrigou o povo a rebelar-se contra Sargão. Ele se viuobrigado a reprimir centenas de rebeliões. Homens queuma vez o amaram e o adoraram levantaram suas espadascontra ele e os louvores se converteram em maldições àmedida que os Lulus, mortos de fome, viam que seusmeninos morriam em seus braços. Nosso impériocomeçou a desintegrar-se.Eu não estava envelhecendo mas Sargão sim. E começou acair ante meus olhos. Com horror via como suasbebedeiras se convertiam em um pesadelo. Inclusivecomeçou a me amaldiçoar, a sua amada Inanna. Sargão semudou para o templo para estar perto da Enheduanna.Na noite eu jazia sozinha na enorme cama de cedro quetínhamos construído para os dois. Enquanto brisas suavesmoviam as cortinas brancas de seda através da cama,atormentavam-me as lembranças agora dolorosas de

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nossa magnífica paixão e uma fria solidão se apoderou demeu coração. Eu não podia permitir que tudo o quetínhamos edificado se esfumasse... O s tempos pacíficos, asbelas cidades. Tinha que mudar o destino, tinha que lutar.Não estava disposta a perder o que tínhamos construído enão me importava o que custasse.A imagem de Sargão em sua cama agonizando etremendo, com a Enheduanna a seu lado, ainda estácravada em minha memória Poderia ser este o mesmohomem cuja força me tinha levado ao êxtase, o mesmohomem a que eu tinha coroado como rei? Para mim, ofinal de Sargão foi uma tragédia que mudou minha vidapara sempre. Já não era a mesma; uma parte de mimmorreu esse dia. A menina exuberante que corria rindopor pisos de lápis já tinha desaparecido. Não haviapríncipe que me resgatasse ou a meu povo. Eu sabia quedependia de mim tomar o que era meu, e estava bemconsciente de que os outros deuses se apressariam areclamar minhas terras se eu não lutasse. Coloquei osobjetos de guerra e desfilei entre as legiões de meussoldados montada sobre meu leão.Reanimando as minhas tropas, tirei de dentro de meu serferozes gritos de guerra. Meus soldados estavamimpressionados; a deusa Inanna os guiaria pessoalmente àbatalha. Ombro a ombro lutei com eles como um homemenquanto me convertia na deusa da morte e da destruição.Durante dois anos conduzi a meus dedicados exércitos àbatalha e matei a milhares de homens.Um após o outro fui colocando os filhos de Sargão notrono durante minha ausência. Enheduanna escreviapoemas que ilustravam meus massacres dizendo que suamãe, Inanna, fazia correr rios de sangue. Ferozmentelutando pelo que eu acreditava que era meu, perturbei oequilíbrio dos deuses. Aconteceu uma reunião na casa deEnlil. Enlil e Ninurta tomaram uma decisão: teremos que

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deter Inanna. Os deuses decidiram permitir que Mardukretornasse a Babilônia. Enlil e Ninurta sabiam queMarduk com gosto cercearia as atividades de Inanna: euque uma vez quis enterrá-lo vivo. Como diz o ditado, oinimigo de meu inimigo é meu amigo.Marduk não tinha esquecido que quando estava preso nagrande pirâmide de Gizé, Utu lhe tinha tirado todo ofornecimento de água e, ao chegar a Babilônia,imediatamente tomou medidas para proteger obebedouro da cidade, o rio Eufrates. As forças deengenharia de Marduk reduziram os fornecimentos deágua às cidades circundantes, o que exaspero u aos outrosdeuses. Chamaram Nergal da África para que dialogassecom seu irmão Marduk. Nergal se despediu de minhaquerida irmã Ereshkigal e empreendeu a viagem p araBabilônia. Entrou na casa de Marduk e começou a adulara seu irmão. Que façanha de engenharia tinha obtidoMarduk! Entretanto, terei que admitir que o desvio do rioEufrates lhes tinha roubado a água aos outros de uses.Anu e Enlil estavam contrariados.Marduk replicou que dos tempos do Grande Dilúvio oequilíbrio de poder na Terra se trocou de uma maneirainaceitável, que tinha sido redistribuído artificialmente eque não enchia suas aspirações. Adicionou que certa sarmas e fontes de poder tinh am sido injustamentefurtadas de Enki e exigiu que as devolvessem a ele, não aNergal. Logo ameaçou que envenenaria todo o rioEufrates se não se cumpriam suas demandas.Aqui me abriu uma porta. Sempre gostei muito bem deNergal, que era tão inteligente e de aparência agradável.Pensava que era uma lástima desperdiçá -lo com minhairmã Ereshkigal. Enki já tinha perdido o controle sobreseus filhos fazia anos. Nergal e Marduk estavam agora abordo de uma verdadeira disputa frater nal.

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Se eu pudesse me aliar com Nergal, ele poderia me ajudara obter minhas ambições. Assim preparei um jantartranqüilo para meu cunhado Nergal. Ele aceitou comprazer o convite. Estivemos totalmente de ac ordo, fizemosplanos, fizemos amor. A família de Anu era ególatra enarcisista. Era muito fácil nos motivar à guerra ou a pazporque só nos moviam nossos próprios interesses e o quenos convinha nesse preciso momento. Uma vezinundados nos esforços penosos da ambição, nósperdíamos de vista o caráter e nos esqueciamos daverdade singela de que o caráter é o destino.No dia seguinte Nergal retornou à casa do Marduk naBabilônia e se negociou um acordo. Nergal devolveria a sarmas e as pedras cantantes a Marduk, mas este deveriasair da Babilônia e voar à terra das minas na África e asrecuperar para si. Marduk aceitou com relutância.Antes de partir, Marduk advertiu a Nergal que nãotocasse nos controles que regulavam o rio Eufrates. Comoirmãos são irmãos, no momento em que Marduk saiu,Nergal entrou à força na sala de controle mas para suasurpresa descobriu que toda a sala estava cheia dearmadilhas. Quando Nergal desmontou os contr oles,soltaram-se venenos no rio. Marduk também inventou ummecanismo que alterava os s atélites que regulavam oclima no caso de alguém destruir sua sala de controle.Sobre Babilônia os céus se tornaram negros, aumentaramas tormentas, os rios se poluíram e toda a área da Acádia eSuméria ficou devastada. Enki apreciava muito o sistemade águas da Suméria e não podia suportar que o Eufratesestivesse envenenado. Furioso culpou a seu filho Nergaldesta ofensa destruidora. A esta ira Nergal reagiucancelando a elevação de uma estátua de Enki que jáestava planejada. Só para provar um ponto, e por minhasugestão, Nergal queimou a casa de Marduk.

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Como Marduk estava na África, pelo menostemporariamente, eu coloquei no trono da Acádia aNarim-sem, neto de Sargão. Meu pai Nannar adorava essemoço e Nergal também o apreciava. Minha aliança comNergal, apoiada em sua inimizade com seu irmã oMarduk, deu-me tanto poder que Narim-sem e eupudemos continuar guerreando e conquistando territóriospor um tempo.Suponho que já estava voltando um pouco agressiva e abrutalidade da guerra estava me mudando . Algumas dashistórias sobre mim eram verdad eiras, outras não. Eu simentregava os escravos capturados aos campos de trabalho.Impulsionada pela ira, a ambição e minha solidão, voltei -me desumana. Sentia-me e me comportava como umaloba encurralada. As ações de minha vida estavamcomeçando a aparecer em meu rosto. Minha beleza seestava convertendo em algo duro e cruel. Punha -me maispintura mas isso não servia. Era colérica e irritável, excetoquando queria algo. Voltei -me manipuladora para obter oque queria; era uma hárpia, uma beleza convertida embesta.Narim-sem teve muito êxito e se escreveu sobre suascampanhas nas tabuletas de argila. Mas um dia fomosmuito longe. Chegamos até as Montanhas de Cedro doLíbano, muito perto do porto espacial. Enlil reuniu aosdeuses e todos ficaram de acordo: In anna tinha começadoa guerra e terei que detê-la. Ninguém me defendeu.Emitiu-se uma ordem para minha detenção.Eu não ia permitir que Enlil me pusesse na cadeia, demodo que escapei em minha nave. As tropas de Enlilchegaram até meu templo de Agade e, ao ver que eu nãoestava, levaram-se todas as armas e fontes de po der. Eume escondi no palácio de Nergal em Etiópia, onde e letodos os dias me dava informações sobre o que acontecia.

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Entre os deuses começou a circular o rumor de que eutinha desafiado a Anu. Isto era falso, mas proporcionou aEnlil a desculpa que necessita va. Como castigo pordesafiar a Anu, destruíram a cidade de Agade. A belacidade de prata e lápis que Sargão e eu tínhamosconstruído devia ser vaporizada. At iraram os raiosantimatéria e Agade se esfumou. Até este dia ninguémdescobriu o lugar onde uma vez existiu minha queridaAgade.Enlil, com seu estilo f irme, trouxe seus homens damontanha, as hordas gutianas para que tomassem Acá dia.Aqueles que eram leais a mim foram degolados. Como eunão estava para as guiar, minhas legiõ es sedesmoralizaram e fugiram para os estepes.No palácio de Nergal me sobreveio uma depressão quenunca antes havia sentido. A derrota e a perda plasmaramseus feios rostos sobre meu corpo enquanto eu me sentavaabatida sobre meu trono durante dia s. Ninguém podia meconvencer para que comesse ou falasse.Sonhei que estava engatinhando por um deserto. Minhaquerida Ninhursag me chamou com o ap elido que me pôsquando era uma garotinha: "N ini! Nini!" Vi o rosto tristede Dumuzi, o marido que não tinha amado. Senti o eco darisada assassina de minha irmã Ereshkigal. Por ummomento senti a carícia tenra de Sargão , unicamente parame encontrar em um ninho de serpentes. Corria assustadaem uma gelada noite e me vi apanhada em uma teia comuma enorme aranha cujos olhos vermelhos e garrascortantes estavam prontas para me devorar. Desperteigritando... gritando.Era eu, Inanna, vulnerável? Era eu tão diferente dequantos escravos tinha capturado ou às mulheres quehaviam me trazido taças douradas de vinho? Estava eu dealgum modo limitada em meu poder? P or que estavaaqui, vivendo neste corpo azul?

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Minha mãe Ningal me enviou uma mensage m mesuplicando que retornasse à casa. Prometeu-me que aliestaria a salvo em seus braços. Deu -me sua palavra de quemeu pai Nannar tinha garantido amparo contra asacusações. Segundo ele, eu já tinha sido castigada obastante. Ela orava para que eu retornasse a casa, mas eudevia renunciar a meus caminhos aventureiros einovadores.Com prazer viajei a Ur, o lar de minha querida mãeNingal. Eu, Inanna, outrora Rainha do Céu, fui a casa deminha mãe.

XIV.- TARA

O que faz uma garota como eu quando perde tudo?Depois de uma época em que chorando dormia nos braçosde minha mãe, comecei a me sentir com o uma parva.Aqui estava eu, Inanna, Rainha do Céu, escondida na casade meus pais. Quando comecei a me recuperar me sentium pouco coibida e envergonhada. Pela primeira vezcomecei a refletir sobre o significado de minha vida esobre o que tinha feito. No profundo de minha almasentia uma angústia e me perguntava se outros também asentiam. Era algo estranho e novo para mim.Diariamente chamava a meu amigo Matali econversávamos muito tempo. Matali era consi deradocomo o melhor engenheiro de energia de plasma. Era umfísico que podia consertar tudo .De vez em quando voava na nave de Enki por amizade,mas fazia tempo se desiludiu do mod o de vida dosdeuses. Matali tinha se casado com Tara e foi viver comsua gente para começar uma nova vida.Tara era da antiga raça do Povo Serpente, os Nagas, umaraça que viveu na Terra eones antes que minha família. OPovo da Serpente veio de um setor diferente da galáxia,

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do Altair, para viver no centro da T erra. Matali sugeriuque fosse com eles ao Reino da Serpente. Ele pensava quea mudança me faria bem, assim vieram me pegar na casade minha mãe.Tara e eu tínhamos chegado a ser muito amigas no Valedo Indo, onde ela tinha ensinado às minhas sacerdotisasas artes da dança. Ela tinha aprendido a arte da dançacelestial dos Apsarases, os dançantes do céu. Tara era umaperita. Por meio de uma concentração intensa ela podialevantar seu magro corpo no ar e executar movimentoscelestiais de máxima elegância e graça. Das pontas de seusdedos até os sinos de ouro que cantavam br andamentesobre seus tornozelos, a dança da Tara é uma expressãodeliciosa de sentimento.Eu a amo tanto! A serpente tão desolada pôs seus braços ameu redor e começou a chorar. " Oh, minha queridaamiga!", expressou. Por um momento meu orgulho meimpediu de chorar, mas muito em breve comecei a fazê -lo.A beleza da Tara não era somente física, procedia de seuinterior. Ela possuía um tranqüilo equilíbrio de ser, umasabedoria carinhosa. Todo isso a fazia at raente. Não é deestranhar que Matali a amasse. Ele nos olhava fixamente ede um modo amoroso, enquanto chorávamos uma nosbraços de outra, e a nave subia pelos céus procurando umportal do tempo.O Reino do Povo Serpente era na verdade extenso. D entroda Terra existem muitas cidades que resplandecem cadauma com torres de alabastro branco. O ar é fresco e éregulado por sistemas sofisticados cujas fontes de energiaestão nos pólos da Terra. Há pomares e campos de cultivoque produzem mantimentos em abundância para a gente.O Povo Serpente possui uma grande variedade de corpos:uns são humano, outros metade serpente ou réptil. Podemver na escuridão e, com suas habilidades telepáticas,podem ter acesso às mentes de um grupo , se o desejarem.

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À medida que os dias passavam no Reino da Serp ente, eunão deixava de fazer perguntas a Tara; rogava -lhe que meentregasse seus segredos. O que dava a ela essaintegridade e essa beleza? Como podia eu obter esseestado mágico? Tara me contou muitas coisas, de comosua gente tinha vindo a este planeta fazia muito tempopara construir suas cidades e túneis subterrâneos. Contou -me que entre eles somente havia uma pessoa que sabiatudo, e que lhe chamava A Sábia, a Velha MulherSerpente.Implorei-lhe que me levasse a ela. Fizeram-se acertos paraque Tara, Matali e eu viajássemos juntos à morada daVelha Mulher Serpente. Seu nome é impronunciável emseu idioma atual; é um som que t ransmite amor. Dosombros para baixo é mulher, mas dos ombros para acimatem a cabeça de serpente. Emana uma energia que eununca havia sentido antes e que não a tornei a sentir após.Não é nem jovem nem velha e quando você trata de olhá -la fixamente se transforma continuamente ante seus olhos.Em um momento é beleza deliciosa, no seguinte umdemônio furioso. Não obstante, a gente nunca sente medoem sua presença. É como se ela encarnasse tudo o que é, eisso está muito bem.Quando me sentei frente a ela, fez um gesto indicandoque sabia o que eu queria. Sabia quem era eu e tudo o quetinha feito. Parecia me conhecer inclusive além de minhavida como Inanna. Era como se sempre nos tivéssemosconhecido; como se de algum modo eu sempre tivesseestado em sua mente. Olhava -me com uma curiosidadefamiliar e compaixão. Não mostrou nenhum desejo de mecontrolar ou me manipular. Encontrou prazer em minhasaventuras, em meu deleite e irradiava seu amorincondicional.Pouco a pouco tudo o que nos rodeava se convertia emuma luz dourada intermitente, o tempo começou a

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derreter-se e senti que as dimensões convergiam. Emminha mente vi que a Terra tinha existido durante eones.Neste lugar da galáxia tinham existido três esferas e estaTerra atual era a terceira. Ao final de cada ciclo a esferatinha sido destruída e em seu lugar se criou um novoplaneta.Tive uma visão do que foi a primeira Terra. Esta épocamais sutil e mais amável que a da colônia nibiruense.Havia um grande amor no planeta e o seres que existiamestavam dedicados a retornar ao Primeiro Criador.Nesse tempo vi, um dia, muitas ladeiras com grupos depessoas, todos vestidos de branco sentados sobre as cost asdo mar. No topo de uma ladeira havia um pavilhão demármore com colunas altas e debaixo destas havia dozecasais em uma fileira em forma de meia lua. Começaram acantar: "Illiii... OHhhh... AHhhh...". Repetidas vezes estestons fluíam pelas ladeiras até que tudo vibrava em som.Havia uma multidão de entidades com rostos brilhantesque entoavam as mesmas freqüências e, à medida que aenergia incrementava, os seres com eçavam a converter-seem luz. A princípio a luz somente rodeava seus corpos,mas logo seus corpos eram luz. Cada homem, mulher emenino sobre essas ladeiras se converteu em uma luz. Àmedida que suas freqüências continuavam pulsando eascendendo, o som se convertia em uma espiral. Estasenergias que se formavam atraíram para a luz em espiralanjos e outros seres elevados. Finalmente o PrimeiroCriador aspirou a espiral enquanto o prazer resplandeciaatravés de todo o universo.Em nosso estado de êxtase e prazer sublime, tínhamospresenciado uma ascensão em massa. Vida quealegremente retornava a sua fonte: o Primeiro Criador. Dealgum modo Tara, Matali e eu estávamos nesse pavilhãode mármore e, não obstante, estávamos ainda empresença da Velha Mulher Serpente. Era como se não

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existisse a separação dos eones, como se estivéssemossimultaneamente em ambos os tempos e lugares. Pornossos rostos corriam lágrimas de felicidade.Em nossos corações agradecemos à Velha MulherSerpente e nos despedimos dela. Nossos corpos estavamcarregados de força elétrica, e foi suficiente por um dia.De retorno para o reino dos deuses, Marduk estavaconspirando e planejando. Nergal não se deu por vencidoe estava formando alianças com os enlilitas, os inimigosde seu pai Enki. A animosidade entre os filhos de Enki eEnlil se concentrou na atmosfera da Terra. Dasprofundidades do Reino Serpente observávamos como osdeuses se aproximavam cada vez mais da sua destruição.

XV.- GANDIVA

Os filhos de Enki cresceram conscientes de que toda aTerra lhes teria pertencido se não tivesse sido por Enlil eseus filhos. O rancor e aversão que Enki sentia por seuirmão Enlil se infiltrou nas vidas de seus filhos como umveneno. Os enkitas estavam apaixonadamente decididos avingar-se e se opunham a cada passo que dava Enlil.Como Enki perdeu o controle s obre seus filhos, o ódiodeles afundou a família. Marduk e seu filho Nabutrataram de arrebatar o poder a seus próprios irmãos.Nergal não estava disposto a entregar todo seu poder aMarduk e opôs a maior resistência chegando até a formaruma aliança com Ninurta, filho de Enlil.Ninurta comandava os esquadrões de vôo enlilitas quepatrulhavam a Terra. Ele tinha conduzido a s famosasHordas Gutianas para a Acádia para destruir o que ficar ade meus exércitos.Também lhe encomendou a tarefa de recuperar ossistemas de águas do Eufrates depois que Marduk ostinha poluído.

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Ninurta e sua esposa, Gula, estavam na cidade de Lagash.Ninurta, a quem adorava voar e comandar a força aérea,também era aficionado à construção e a engenharia.Esperava ansiosamente o desafio de limpar o rio. Masdetestava o assunto de governar e não tinha paciênciapara a vida social que suportam estes deveres. Sua esposaGula estava muito dedicada a e le mas Ninurta era muitoesquisito para ser companhia de alguém. Talvez ele te nhalevantado uma parede a seu redor para desviar osconstantes cuidados de Ninhursag, sua dominante mãe.Ninurta ficou muito introvertido, descuidou do controledo governo e desaparecia durante dias. E scapava em suanave favorita, o Pássaro Negro.Ele queria construir pirâmides; dos tempos da guer rasentiu inveja das grandes pirâmides do Egito e convidouaos arquitetos que tinham tomado parte no desenho econstrução de Gizé para que começassem a trabalhar naSuméria. Isto o manteve ocupado por um tempo perto decasa, por isso sua esposa se alegrou. Mas paulatinamentea tentação de voar sozinho em sua nave o venceu.Afastou-se de toda civilização e voava sem cessar atravésde montanhas longínquas. Ali formou uma legião delutadores e lhes ensinou as artes marciais. Desfrutavamuito da companhia destes homens rústicos.Ninurta estava enfastiado do estilo de vida de sua família,os deuses. Preocupado por nossos conflitos eternos, elerecordava sua infância quando a Terra era ainda umaaventura desconhecida. Desejava essa época quandoestava livre das ominosas responsabilidades de ser o filhode Enlil. Tenho que reconhecer que eu nunca cheguei acompreender completamente a Ninurta. Ele é uma pessoamuito complexa, atormentado pela carga de seus deverese uma necessidade premente de simplesmente ser umgarotinho brincalhão, o garotinho que talvez nunca tinhasido.

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Como Ninurta estava fora por longos períodos, Mardukcomeçou a olhar a Babilônia e suas cidades circundantes.Ele e seus seguidores começaram a infiltrar -se nos povosda campina e, empregando holo gramas, aparecia-se anteos líderes de certas tribos identificando -se com diversosnomes. A estas tribos lhes incentivou a que se inclinasseme adorassem ao Deus Marduk. Ele executou muitosmilagres para as pessoas, deu-lhes poder e riqueza e lhesadvertiu que os deuses de Enlil e sua classe eram deusesfalsos. Dizia-lhes que os que não o adorassem seriamcastigados; condenados ao inferno para sempre.Durante séculos os humanos tinham sido preparados paraadorar algo que estava por fora deles, ou seja a nós .Contra esta manipulação eles tinham muito pouca defesa.Como foram, ou seja, qual dos deuses era verdadeiro?Certamente todos os deuses eram volúveis; mais de umavez tinham deixado os humanos abandonados à sua sorte.As pessoas das tribos raciocinava que possivelmentedeveriam adorar ao deus que lhes proporcionasse omelhor, ou que talvez seria melhor lhe obedecer a aqueleque ameaçava com castigos horríveis.Marduk era um gênio para confundir as pessoas.Começou a ganhar na devoção dos Lulus ao corro mperlevemente o poder dos outros deuses. A ciência docontrole mental e a propaganda para lavar o cérebroestavam em suas primeiras etapas.Devido à ausência de Ninurta, Enlil teve que nomearalguém mais idôneo para a tarefa de governar a Suméria.Escolheu a meu pai Nannar. Da cidade de Ur, Nannar eminha mãe Ningal começaram a reconstruir as rotascomerciais normais e a restaurar a agricultura e osnegócios na área. Os templos reataram suas atividadesnormais e se construíram novos zigurat es.Não obstante, as coisas não estavam bem de tudo. No arda Terra se sentia a fricção e o antagon ismo. Era como se o

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planeta fosse um ser que não pudesse suportar os ódios edisputas dos deuses. Uma sensação de ansiedadecomeçou a rodear tudo. A ambição e a avareza corriamrápido por toda a Terra; logo que se i naugurava umamonarquia era destronada por outra. As escaramuçasaumentavam enquanto os estados de â nimo seexacerbavam. Os olhos de Marduk liam por cima de seusfuturos domínios.Podem ler a história deste tempo, poi s se escreveu muitonas tabuletas de argila. Marduk e seu filho Nabu lutaramsem cessar para ganhar o território e contro le do portoespacial. Ao lado de Enlil estavam meu pai Nannar, meuirmão Utu, Ninurta e Nergal, filho de Enki.Para acabar com essas horríveis guerras, Matali foi visitarseu velho amigo Enki. Matali sempre tinha es tado aocomando da nave pessoal de Enki e os dois tinhampassado muitas horas juntos. Matali rogou a Enki quefalasse com seus filhos. O que se obteria com toda estaluta? Com certeza a Terra e sua gente só sofreriam mais. Ese os filhos de Enki e Enlil morressem na batalha? O quesobraria a um dos dois patriarcas? O resultado destaguerra só poderia ser a aniquilação mútua, posto queambos os lados tinham armas poderosas . Se Anu escolhero Gandiva, ninguém poderia evitar a aniquilação. Quempoderia predizer o fim de uma guerra tão devastadora?Depois de escutar Matali, Enki visitou seu filho Nergal etratou de raciocinar com ele. Mas Nergal se negou; elesempre tinha acreditado que Enki preferia a Marduk. Averdade era mais comovedora: Marduk exercia umaforma sutil de controle mental sobre seu pai e Enki erasimplesmente impotente em presença de Marduk. Nergalse zangou muito pelos esforços de Enki para que seobtivesse a paz com Marduk. Enfurecido, disse a Enki quepartisse e amaldiçoou tanto a seu pai como a seu irmão,prometendo destruí-los.

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Sozinho, o pobre Enki chorou tristemente. Não sabia oque fazer e recordava as épocas mais felizes, as festas deAntu.Os profetas da fatalidade começaram a multiplicar-se portoda a Terra. Todo sacerdote e adivinho contava histó riasda destruição que se avizinhava e oráculos em todos ostemplos profetizaram o fim do mundo. Muitas daspredições foram absurdas e nunca se cumpriram, mas eracomo se a gente estivesse viciada nestes pronunciamentos.Quanto mais horrorosas eram as pr edições, mais gentepagava para as escutar.Os profetas estavam na verdade fazendo seu agouro !Levantaram-se novos edifícios para abrigar os Lulus quedesejavam reunir-se para encher-se de temor. Entre asprofecias mais populares estavam os contos de escassezde alimento e a devastação de cidades inteiras, enquantoque os terremotos e dilúvios lutavam pelo segundo lugar.Os Lulus gastavam todo seu dinheiro por vir e e scutarestes contos, que os assustavam até a loucura. Este temorgerava uma energia da qual Marduk aprendeu aalimentar-se, e começou a fomentar o medo projetandoimagens holográficas no céu e criando cenas aterradoras.Experimentou com a energia desse tem or, manipulando-ae modificando-a para saciar seu apetite. Era melhor que acarne humana e mais fácil de administrar.As profecias se tornaram realidade. Nu m dia terrível, osexércitos de Marduk caíram sobre Nippur, a cidadesagrada de Enlil. Ninurta chego u com suas tropas paradefendê-la, mas o templo e os tronos sagrados já estavamdestruídos. Enlil respondeu de uma maneira impl acávelordenando a destruição da Babilônia, a cidade preferidade Marduk, assim como de todos os seus centroslogísticos.Enlil reuniu o conselho de guerra e fez a Anu a temidapergunta. A arma Gandiva só podia ativar-se sob a ordem

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de Anu porque, uma vez desencadeada, não se podiapredizer o resultado. Nergal tratou de reunir-se pelaúltima vez com seu irmão Marduk. Se este renunci ava asuas pretensões de domínio supremo, o Gandivapermaneceria inativo. Enki, que estava presente comMarduk e Nabu, parecia estar em um estado de cegueira,como se sua vontade tivesse sido minada. S umido naescuridão, Enki jogou sua ira e frustração sobre Nergal,pelo que a ira deste aumentou. Decidido a u sar oGandiva, Nergal deixou Marduk e seu pai. Agora já nadapoderia detê-lo.Todos os deuses estavam conscientes dos perigospossíveis do Gandiva. Inclusive Marduk sentiu medoquando se deu conta de que seu irmão Nergal estavadisposto a usá-lo.Anu se encheu de angústia. A inveja de seus filhos tinhalevado a Terra a este estado. D eu-se conta de quão fracose tornou seu filho Enki e preferiu destruir as ci dades e oporto espacial do que permitir que tudo ficasse nas mãosdo turbulento Marduk. Anu e Enlil viam algo escuro,quase perverso em Marduk e suas ambições. Ele queria seapoderar do planeta Terra, arrebatar o poder de Anu einclusive governar as Pleyades. C onverteu-se em umaameaça séria, uma espécie de máquina que devorava tudoo que encontrava no seu caminho . Sem sentimento, semcoração, sem gozo de ser, só pensava em uma conquistadesumana.Anu desencadeou o Gandiva. "Uma labareda d e luz,afiada como uma lâmina de barbear e mais forte que o sol,com um movimento em form a de zig-zag. Emboraapontada para objetivos específicos, esta arma da perdiçãonão fazia distinções."Não só se destruiu o porto espacial; muitos outros lugaresimportantes para Marduk do ponto de vista logísticodesapareceram. A península do Sinai foi destruída

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totalmente. Mas havia algo primitivo que não tínhamosplanejado e que não podíamos controlar: o vento.É irônico que o nome de Enlil pode significar " O Senhordo Vento", mas nesse momento nem Enlil nem nenhumoutro deus pôde controlar os ventos que sopravam sobrea Suméria. Nuvens de radiação arrasavam as planíciesmatando todo ser humano e animal no seu caminho . Oenvenenamento por radiação desintegrava as células deseus corpos, a pele caía de seus ossos, seu sangue seevaporava nos ardentes ventos e mo rriam em meio deuma dor aguda. Os que estavam na periferia foram os quemais sofreram porque sua morte foi mais lenta. As terrasficaram negras com os fogos nucleares e as águas ficaramenvenenadas.A salvo em suas naves, os deuses observavam uma vezmais como seu frenesi destruía , de novo, milhões devidas. Povos inteiros desapareciam; animais e colheitas,pontes e zigurates desapareciam da superfície do planeta,enquanto a Terra se agitava violentamente. O que tinhamfeito eles? Somente uns quantos sobreviventespermaneceram em meio da espantosa devastação do queuma vez foi um planeta verde e formoso. A violência doGandiva e as nuvens de radiação criaram um impacto quese converteu em uma onda que enviou um sinal para osistema solar.Movendo-se além dos últimos planetas do sol, o sinalviajou por toda a galáxia até chegar a outros setores. Alémda vastidão do espaço, o sinal foi recebida pelo Conselhoda Federação Intergaláctica. Esses pleyadenses que sedivertiam no planeta Terra tinham ido muito longe; tereique detê-los. Um comportamento tão irresponsável erainadmissível. Tinham alterado o equilíbrio de todo ouniverso. Fez-se um chamado e todos fomos citados aoGrande Salão do Conselho da Federação Intergaláctica.

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Nós tínhamos estado tão entretidos em nosso jogo e emnossas brigas que esquecemos por completo do resto douniverso. Quem eram estes intrusos que se atreviam ainterromper nosso jogo? Anu sabia muito bem quem erameles e convocou a todos com autoridade.

XVI.- INTERFERÊNCIA

O Grande Salão do Conselho Intergaláctico era uma salade reunião imensa com tetos transparentes e arqueadosque davam ao espaço infinito. Anu, Enlil, Enki,Ninhursag, Nannar, Ninurta, Nergal, Utu e eu estávamostodos formalmente sentados no círculo do Conselho.Marduk não quis assistir. De repente eu me senti pequenae me alegrei de que Anu estivesse ali, mas até ele pa reciadiminuído neste lugar. Só a presença dos membros doConselho nos deixou humildes, um sentimento que nãoestávamos acostumados.Os Doze Superintendentes do Conselho eram umaamostra representativa das galáxias. No auditório haviacentenas de outros representantes de todo o universo.Tantas espécies! Havia membros de Sírio, Andrômeda,Orion, Arcturo e muitos outros sis temas.Os Etéreos estavam muito bem representados. Eles têmuma freqüência vibratória muito alta. Às vezes se vêemsólidos, outras vezes transparentes ou translúcidos e sediz que estão por cima da polaridade, embora eu aindanão experimentei esse estado. Eu não sabia por que, masparecia que os Etéreos tinham a última palavra nacondução da reunião.Também vi seres que eram esferas ou bol as de luz evoavam ao redor de nós, transformando-se nas cores doespectro; primeiro dourado, depois rosado ou turquesa.Possuíam a habilidade singular de entrar dentro de nóscom permissão, de encher suas células com luz e, por

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meio disto, conhecer a soma total de seu ser. Pareceu -meque isto era uma maneira muito interessante decomunicar-se. Eu estava feliz com todas estas novasexperiências quando a disposição de ânimo no Salãotrocou.Quando Anu ficou de pé diante Dos Doze, deles saiusimultaneamente um som o qual se converteu empalavras que foram claramente entendidas por cada raça:"NÃO INTERFERÊNCIA!"Não interferência é a lei do universo do livre -arbítrio enós, disseram Os Doze, tínhamos violado esta lei aointerferir diretamente na evolução de uma espécie. A leiafirmava que era possível ajudar à evolução dos seres se, esomente se, eles solicitavam essa ajuda. Alter ar seu DNAe romper os campos eletromagnéticos de um planetainteiro com a arma Gandiva era algo monstruoso e ilegal.Eu pensava para mim que este conceito de livre -arbítriodevia ser como o mercado livre na Terra: é somente livrequando serve aos que estão no poder. Parecia-me que esteConselho estava tratando de nos pressionar ao interferircom nosso livre-arbítrio.Para o Conselho era óbvio que não entendíamos muitobem, de modo que nos explicaram cuidadosamente quenão iriam nos castigar, fazer a gente voar em pedaços ou aconfiscar nossas armas. Contudo, algo nos aconteceria.Um estado de consciência, uma energia, uma disposiçãode ânimo que refletia a totalidade de nossas ações naTerra chegaria até nosso mundo. Esta energia lentamentemas com certeza afogaria a criatividade e espontaneidadede nossas vidas. Veríamo-nos bloqueados, incapazes deevoluir. O Conselho chamou a esta energia a Parede.Claramente explicaram que nós não fomos vítimas, quenós mesmos tínhamos criado esta Parede. Era nossopróprio invento. Nós não os criamos.

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Também nos proibiram de usar o Gandiva outra vez. Ofazê-lo, seria considerado como um ato de guerra epagaríamos as conseqüências. Se nós não acreditávamosque suas armas eram mais fortes que as nossas, talvez nospoderiam mostrar hologramas de outros grupos errantesque tinham sido aniquilad os por violar a lei.Acrescentaram que suas armas não somente destruíamcivilizações mas sim, eram tão fortes que podiamvaporizar as almas dos habitantes. Eles podiam nosretornar à mente do Primeiro Criador para não existirmais, não nos dariam a possibilidade de encarn ar emnenhuma forma! Senti um calafrio na espinha .O Conselho continuou dizendo que mais tarde em nossodesenvolvimento seria óbvio para nós que tínhamosestado na fase adolescente. Desavenças como as de Enki eEnlil passariam com o tempo e teriam servido para umfim. Enquanto isso não nos permitiria destruir planetas oufraturar o tempo com estas explosões. Recordem. Elesconcluíram com a palavra RECORDEM!!!Anu estava visivelmente aturdido; eu nunca o tinha vistoassim. Eu tratei de lhe falar mas ele nem sequer me notou.Anu retornou a Nibiru, Enki e Enlil voaram à estaçãoorbital. Os três ficaram em comunicação permanente.Em meio de todas as discussões e reparos, onde c ada filhoculpava ao outro, apareceu em nossas telas decomunicação uma mensagem urgente: Marduk tinhasitiado todo o sistema solar pleyadense. Durante muitosanos em segredo tinha fabricado exércitos de clones e ostinha treinado em um planeta abandonado. O temor quetinha aprendido a tirar da raça humana lhe servia agoracomo alimento e energia para apoiar este projetoimpressionante. Com um ataque su pressivo entrou nasPleyades e destruiu a monarquia governante. Agora tinhatudo sob seu tirânico controle e ordenou a Anu que se

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rendesse ou do contrário destruiria Nibiru. Anu escapoucom Antu a um sistema vizinho.Todos estávamos sobressaltados. Enki e eu voamos comMatali ao centro da Terra para nos escondemos noprofundo mundo subterrâneo do Reino da Serpente, ondeestaríamos a salvo dos restos da radiação do Gandiva.Enlil saiu para unir-se a seu pai Anu. Os dois estavamdecididos a desenvolver um plano para recuperar Nibirue liberar as Pleyades.A salvo, e além das freqüências de tempo do planetadesolado, nossa família observava com horror comoMarduk começava a apoderar-se do que estava na Terra eseus habitantes. Com o tempo se apoderou de seu planeta.Não utilizou exércitos para conquistar a Terra, usou apropaganda. Os sacerdotes de Marduk acusaram Enlil dedesatar o terrível Gandiva contra os indefesos humanos.Era, depois de tudo, a verdade e por isso Marduk fez queos habitantes da Terra se voltassem contra Anu e Enlil.Marduk fez todo o possível por me difamar. Dizia que euera uma bruxa malvada que devorava aos homens econvertia mulheres inocentes em prostitutas. Comocobiçava meus templos e as terras que possuíam minhassacerdotisas, iniciou uma campanha de difamação paradestruir a estas mulheres. Minhas sacerdotisas, queestavam muito bem treinadas em negócios e nas artes,foram acusadas de magia negra, de lançar conjuros portoda a Terra. Sempre que algo saía mau, uma tormenta ouum problema nas colheitas, jogavam a culpa nas minhasmulheres. E Marduk se encarregou de que muitas coisassaíssem mau. Minhas belas sacerdotisas foramencarceradas, golpeadas, torturadas, violadas equeimadas vivas. confiscaram -se todas as suaspropriedades. Marduk estava se vingando de mim, a queordenou que o enterrassem vivo.

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No Reino da Serpente, eu jazia em uma pequena cama emum quarto cômodo mas não me dava conta do que havia ameu redor. No olho de minha mente vi como os homensde Marduk desfiguravam e mutilavam meus templos.Todas as imagens das deusas foram substituídas pela suaprópria. Esculpiu seu nome em pedra por cima do meu ereescreveu a história, convertendo-se a si mesmo no heróide cada conto e lenda. Em meio de uma agonia impotentevi como minhas sacerdotisas so friam todo tipo dehumilhações. Há tantos contos de fadas sobre virgens, àsque se levam aos dragões e as presas em cavernas escuras.Estas histórias estão apoiadas na verdade, mas não havianenhum cavalheiro em armadura que devesse resgatar aminhas belas sacerdotisas.Marduk não se deteve com minhas mulheres; não estariasatisfeito até que esmagasse a todas as mulheres. Paraobter isto, usou os homens. Disse aos humanos varões queeles eram superiores, que a mulher tinha sido criada dacostela de um homem para que lhe servisse. Men tiras,mentiras saíam da boca dos sacerdotes de Marduk.À medida que as mulheres perdiam sua posi ção derespeito, os homens por sua vez perdiam parte de simesmos. As coisas não voltaram a ser iguais. Inclusivefazer amor se converteu em uma gue rra. Como Mardukqueria mais súditos para controlar e mais energia dotemor que se gerava, fomentou a procriação de seussúditos. Na lua da Terra colocou um aparelhoeletromagnético que conectava a ovulação feminina comseus ciclos. Nem sequer os animais da Terra se podiamfecundar com tanta freqüência como suas mulheres.Marduk queria produzir o temor como uma mercadoria,assim que ordenou aos Lulus que se multipl icassem. Istolhe daria mais súditos para tiranizar e assim poderia gerarmais energia a partir de seu temor.

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O temor se converteu na mercador ia mais valiosa paraMarduk. O temor imperava: temor à morte, temor aocastigo, temor ao conhecimento. Com uma fonte tãoilimitada, Marduk podia alimentar a suas legiões declones e a Terra se converteu em uma central elétrica paraMarduk e seus tiranos.E tiranos eram; dos governantes dos países até osadministradores de companhias, a tirania era a lei. Impora vontade de um sobre outro era a expressão maisaltamente valorizada da vida humana. Com a tiraniachegou sua amiga, a avareza. E como ninguém pode es tarperto daqueles que controla as coisas, os troféus daconquista e o controle substituíram ao amor. O prazer sedefinia em términos de posse e os objetos substituíram àintimidade. Do Reino da Serpente, eu vi o futuro destemundo projetar-se ante meus olhos. Vi como Marduk s evoltava mais e mais ardiloso em suas técnicas de controlee de gerar temor sobre os Lulus. Sacerdotes e políticosdesfilavam diante de mim; os estilos trocavam, mas atirania fundamental permanecia intacta. Uma garrainvisível se pulverizou pelas mentes e almas doshabitantes da Terra. A Inquisição, o sistema feudal,centenas de "ismos" que prometiam esperança vinham ese foram. A industrialização trouxe consigo o trabalhovazio, aumentou o materialismo e poluiu as águas, a terrae os mantimentos.Marduk aperfeiçoou a manipulação com a chegada dosmeios de comunicação: televisão e jornalismo.Repetidamente os humanos eram treinados para adoraralgo fora de si mesmos; não lhes animava a olhar paradentro. Sempre havia alguém lá para adorar, alguém queera melhor e mais elevado. Duvidando de si mesmos, osLulus escutavam sem cessar aos "peritos", quem por suavez se contradiziam entre si aumentando deste modo aconfusão.

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Os humanos que conseguiam pensar por si mesmos eramexcluídos como desadaptados, eram cas tigados ou nomelhor dos casos os faziam se sentir culpados. Se a genteobtinha algo, os outros se sentiam inferiores e se fomentouo sentimento de culpa. A psicologia se fez popular e oshumanos lhes davam o dinheiro à queles que escutavamseus sentimentos de culpa e temor durante horas, dias,anos. Para Marduk a culpa era tão nutritiva como o temor.Se havia uma escassez de temor Marduk ocasionava umafome, um terremoto ou um furacão. Isto podia ser realcomo sucesso real na natureza, ou podia simplesmente serum holograma ou um programa de televisão.Da minha pequena cama, o futuro da Terra se viadesalentador.À medida que viajava pelo tempo, de repente comecei acompreender como um raio que golpeava meu cérebrocansado, que Marduk somos nós. Ele era o inconscientecoletivo da família de Anu projetado sobre a Terra.Tínhamo-lo criado do mesmo modo como tínhamoscriado tudo de nossas vidas. Cada um de nós tinha dado aluz ao Marduk nesta dimensão. Obviamente, se otínhamos criado, também podíamos nos desfaz er dele.Mas como?

XVII.- DESCIDA

Fui ver meus amigos Matali e Tara e pedi que desejavaretornar a ver a Velha Mulher Serpente. Tara me guioupara suas cavernas e ela não pareceu surpresa. Emboranão pronunciasse palavras, eu compreendi que deviaempreender uma viagem sozinha.A sábia dama me conduziu a um túnel escuro. Noextremo do túnel vi um ovalóide transparente, como umamatriz rodeada de uma auréola translúcida de luz suaveincessante. Entrei e me sentei durante um tempo que me

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pareceu uma eternidade. Não aconteceu nada. Comeceium programa de austeridades, disciplina para elevarminhas freqüências por meio da concent ração. Respirei,senti calor divino, jejuei. Parei-me estática sobre um dedodo pé durante dois mil anos; prostrei -me, chorei. Minhaalma se derramou para esse ovalóide à medida que osilêncio me afligia.Não obstante, nada acontecia. Repassei minha vida comoInanna. Tudo o que tinha sido ou feito passava através doolho de minha mente. O desejo veemente de verdade econhecimento afligiu todo meu ser e meu corpo formosose levantou e se sacudiu em meio de soluços e desespero.Finalmente, esqueci o desespero e me perdi em um calorde fogo, enquanto sacrificava meu orgulho e já não sabiaquem era. O ego da Inanna se desvaneceu.À medida que toda identidade caía de meu ser como aslágrimas de meus olhos, começou -se a formar uma luzfrente a mim. Lentamente, esta luz assumiu a forma do sermais esquisitamente belo que eu tenha visto. Não era nemhomem nem mulher, mas sua forma era humana . Estavacomposta de milhares de luzinhas que disparavam e semoviam constantemente em cores diferentes . O rosto era orosto de mil seres e irradiava tudo o que eu esperavapoder ser; graça, sabedoria e qualidades para as quais nãotenho palavras."Qual é seu nome?", perguntei.O Ser respondeu desta maneira:"Tenho muitos nomes de uma multidão de experiências eestados de ser, mas meu verdadeiro espírito, onde resideminha alma não é mais que uma freqüência de luz, não éum nome. Eu sou o que não pode ser reno meado. Sebuscas me dar um nome, sou Altair do Alción, Estrela deEstrela. Eu sou aquilo que você sempre foste."Seu desejo veemente da verdade me trouxe para cá. Estessão os momentos de seu despertar; corte-os. A revelação

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se está dando agora nesta fuga do tempo. Você é umsistema de reação. Eu me conecto contigo. E stivealinhando seus circuitos para que haja uma melhorrecepção. Te harmonize comigo."Recorda, amada. Recorda seu verdadeiro Lar. Quando otempo começou para ti, foi uma luz branca pura. Agor avocê tem muitas cores, muitos matizes, muitasexperiências. Flutua através do infinito , pulsando beleza.Amo-te imensamente".Senti que uma brisa suave acariciava meu corpo. Oimenso amor deste ser me rodeou me curando e secandominhas lágrimas. Senti-me mais ligeira e pelo meu corpocorreram ondas de suprema alegria.O ser falou de novo:"Amo-te, Inanna.NUNCA te julguei.Regozijei-me com seus feitos, com sua coragem.Chorei quando você chorou.Procurei sabedoria em sua beleza.Apoiei-te em suas horas mais difíceis.Nunca estive separado de ti. Permiti -te ir pelos caminhosque escolheu para que me trouxesse experiências.Faria qualquer ser menos por seu filho, sua criação?Em tranqüilidade de nosso encontro, abro a ti.Apresso a ti para me encher dentr o de ti e de ti.Você é minha criação e com ansiedade esperei seuretorno.Sem exigir você volta para mim, brandamente como asflores seguem ao sol.OH minha amada, unidos estamos!Desde todos os atalhos e caminhos,Através dos compridos e solitários corr edores do tempo,Como as correntes da Terra,Como o sangue que flui por suas veias,Encontramo-nos no coração.

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Para nos queimar ali nos fogos de nossa Realização".Assim era! Eu estava acesa, todo meu ser ardia em amor eexperimentei um êxtase que nunca an tes me tinhaimaginado. Em silêncio, o ser transportou umentendimento a minha mente. O amor se esvaziou dentrode mim com uma força de paixão indescritível. D entro demeu coração sabia o que faria. O calor do fogo me mudoupara sempre.Vi meu futuro. Descenderia para a forma humana,converteria-me em um humano e tentaria ativar o gendivino em minhas Projeções, os seres humanos que eutinha criado. Separaria-me em porções variáveis eassumiria muitas encarnações. Atreveria -me a servulnerável e a nascer na carne humana. Escolhi uma gamade experiências através de castas particulares. Embora iadescer ao tempo da Terra, eu sa bia que este Ser de Luzestaria comigo sempre e que já nunca estaria sozinha.Tenho que admitir que no princípio estava um poucorelutante a me encarnar na forma humana . Eu sabiaexatamente o que tinha sido feito ao DNA humano e quãodifícil seria recordar quem era uma vez estivesseencarnada. Mas eu estava decidida.Decidi começar lentamente. Nas montanhas do Himalai avivia um grupo de humanos que se reuniram em busca dasabedoria. Com a oração e a meditação eles esperavamque lhes chegasse uma visão que lhes mostrasse averdade. A maneira de experimento, produzi umaimagem holográfica de mim mesma um po ucomodificada e apareci desse jeit o. Estava vestida umatúnica branca e me rodeei de uma modesta quantidade deluz. Enfoquei-me no pensamento de amor que memostrou o Grande Ser no ovalóide. Concebi uma colunade luz que saía do ovalóide, passava através de mim paraas montanhas e aos corações e mentes destes buscadores.

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Sua inocência e gratidão me impulsionaram a amá -los, equanto mais os amava, mais sólida me voltava. Tinha umpouco de medo, mas não podia evitar amá -los. Seu gozoera uma tranqüilidade que nunca tinha conhecido. Àmedida que minha densidade física aumentava, eu sabiaque rapidamente esqueceria e não recordaria q uem eranem o que tinha vindo fazer aqui. Pensei em todos osoutros no que me converteria. A força de meu amor ecompaixão pôs em movimento cem vistas, en quanto eu,Inanna, disfarçada de Lulu, descendia à Terra paraexperimentar todas as limitações da carne e do sangue.Eu esperava que minha tarefa ia ser fácil, uma aventura amais. Depois de tudo, eu como Inanna era de umafreqüência de tempo diferente e estava acost umada aviajar no tempo. Que tão difícil poderia ser? Não obstante,fui muito otimista. A densidade das freqüências da Terra,unida a um corpo cujo DNA desativado somente permitiaum décimo de sua função cerebral, deixaram -me afligidapelos cinco sentidos. A confusão e o temor me invadiramvida atrás de vida. As técnicas de lavagem cerebral deMarduk, a propaganda e o controle por meio dasfreqüências foram muito para mim. O sistema religioso daépoca simplesmente me esmagaria e eu me perderia.Como homem, escolhi a vida de um sacerdote emAtlantis. Eu era o guardião dos cristais sagrados.Apaixonei-me por uma virgem Santa, violei -a e meuscompanheiros me executaram. Na antig a Irlanda meconverti em um forte guerreiro. Esgrimindo minha tocha,decapitei a milhares de homens e amontoei suas cabeças àfrente de meu castelo como ostentação de minha riqueza.Comecei a beber em excesso e golpeava a minha esposa.Um dia enquanto dormia, minha esposa e meu irmãopersuadiram a meu filho de que me cortasse o pescoço,roubando desta forma minha vida e minha riqueza. NoEgito me converti no bibliotecário da grande loja dos

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papiros e as tabuletas de argila de Alexandri a. Comotemia a todo sentimento, vivia sozinho em meio dapalavra escrita. Morri como um homem rígido e so litárioquando os soldados romanos colocaram fogo à biblioteca.Como mulher, fui uma bailarina em Cachemira. Isto o fizem honra de minha amiga Tara. Era uma órfã que chegouao palácio graças à dança e decidiu educar -se aprendendolínguas e arquitetura. Era muito admirada pelos homens,mas as mulheres do harém me desprezavam e meenvenenaram. No ocidente da América fui uma menina, aíndia que montava em pônei e caçava nas pradarias. Meunome era Donzela do Céu e, me comunicando com asestrelas, benzi a Terra com as energia dos céus.Apaixonada por um índio valente e bo m moço, Pluma deFogo, morri ao dar a luz quando u m curandeirosupersticioso me amarrou no piso de meu tipi. NaEspanha me converti em uma formosa mulher judia.Durante a Inquisição fui encarce rada, torturada equeimada viva. Antes de morrer baixaram anjos para meliberar de meu corpo e minha dor.Converti-me em muitos seres. Experimentei a vida comohomem e como mulher. Percorri os mesmos caminhos queos humanos percorreram. Senti o que eles tê m sentido, amesma esperança e o mesmo desespero. Tive um meninoem meus braços; fui uma menina órfã. Degolei a muitoshomens e amei a muitos outros. Perguntei -meamargamente, o que importava? O que importava nada?Suplicando ajuda, sentei-me sobre o piso frio e olhei firmee veementemente às estrelas. Tratei de recordar.

XVIII.- PARA OS MENINOS

Ninhursag se uniu a seu irmão Enki no Reino da Serpente.Dali eles observaram minhas encarnações humanas comprofundo interesse. Os dois tinham criado a espécie

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humana fazia muito tempo e sabiam sobre a possibilidadede ativar os gens "divinos" apesar do véu querepresentava o controle de Marduk. Minha tia avó Ninestava muito entusiasmada com o potencial ilimitado quejazia latente dentro de cada ser humano. Ela s empre tinhaamado a seus Lulus e Enki os tinha salvado de sua totalaniquilação depois do dilúvio e queria uma oportunidadepara lhes ajudar outra vez. Além disso, o desafio destaempresa lhe parecia muito sedutor . De modo que Enki eNinhursag se uniram na descida para a forma humana.Todos sabíamos sobre os perigos que nos esperavam. Erapossível que não recordássemos quem fomos;possivelmente nos perderíamos. Prometemos nos ajudarmutuamente a recordar quando fora , e do modo que fossepossível. Outros deuses seguiram nosso exemplo. Aminha mãe Ningal e a meu pai Nannar se uniram ao meuirmão gêmeo Utu e sua esposa. Ninurta seguiu a sua mãeNinhursag porque queria protegê -la. Inclusive minhameia irmã Ereshkigal e seu marido Nergal escolheramencarnar como humanos. Muitos outros descenderam desuas próprias linhagens, encarnando -se naquelas estirpesque tinham criado e das quais já eram parte.Quanto a suas experiências, terão que lhes perguntar.Talvez eles sejam vocês.O Conselho Intergaláctico estava muit o impressionadopor nosso compromisso corajoso de remover a Parede. Oaborrecimento se pode converter em uma motivaçãoefetiva. Do Conselho saiu outra mensagem que tinha quever com o planeta Terra. A Marduk e seus seguidores lhestransmitiu uma versão especial.Ninguém que esteja por fora das freqüências da Terradeve interferir nela. Era necessário deixá -la sozinha, lhepermitir que evoluísse sem intervenção até o fim do ano2011 D.C. A Terra seria protegida por um batalhão de

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naves de todas as partes das galáxias apoiadas peloConselho.Este acordo terminaria no ano 2012 D.C, ano no qual aTerra experimentaria uma divisão dimensional e sesepararia em duas dimensões definidas. Quando nouniverso as disputas não se podiam resolverpacificamente, tais confl itos se dirimiam por meio de umaseparação dimensional. O tempo e a realidade física sãomuito similares às capas de uma cebola. Os mundospodem e, de fato, existem dentro de outros e o s estoquedimensionais se sobrepõem e se entrelaçam.Esta separação seria apenas perceptível aos habitantes daTerra e todos teriam tempo suficiente para escolher entreas duas dimensões. A natureza individual de cada serhumano tomaria a decisão. Ninguém escolheria por outrapessoa.Uma Terra conteria as freqüências da chama da Luz eexistiria dentro do que se chama a quarta dimensão. Nestadimensão os pensamentos que tivesse um indivíduotomariam forma porque cada pensamento se manifestariainstantaneamente e cada um chegaria à conclusão de queé o criador de sua própria real idade. Todos os habitantesda Terra saberiam que eles sozinhos foram responsáveispor tudo e a cada um lhe garantiria o direito inerente a sersoberano e a criar.A outra Terra ficaria em mãos de Marduk e seus tiranos.Aqueles que quisessem que lhes disses se o que fazer,como pensar e que não queriam exercer seu direito aescolher, permaneceriam sob seu controle. Os serespoderiam continuar experimentando a vida sob o escudode suas regras à medida que a tirania continuava reinandoe a Marduk lhe permitia ter sua própria experiência.Parecia que havia muitos que estavam contentes de ter aalguém que pensasse por eles e havia muitos que queriamcontinuar adorando algo que estivesse fora deles.

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Quando Terra se convertesse em dois mundos diferentes,não haveria julgamento. Um dia os humanossimplesmente se encontrariam na dimensão que melhorlhes acomodasse e logo que notariam a mudança, emborapoderiam ficar alguns com vagas lembranças, inclusivemitos a um passado longínquo.No ínterim, o Conselho e os Etéreos ficariam comoguardiães sobre a Terra. Não haveria guerras nem sepermitiriam conquistas do espaço. Claramente haviamuitas outras civilizações de outros setores que tambémpretendiam apoderar-se da Terra. Muitas asseveravamque também tinham deixado suas sementes em umpassado muito longínquo e retornavam para recuperarseus direitos. Parece que este pequeno planeta azul émuito valorizado por muitos. Sem dúvida na Terra devehaver algo mais precioso que o ouro.De algum jeito todos fizemos armadilha. Nós siminterferimos. Entramos em corpos humanos para tratar deativar o gen "divino". Nós queríamos fomentar opensamento original e promover também uma rebeliãocontra a tirania. Não obstante, demo -nos conta de que eraalgo muito difícil e freqüentemente no s executavam demaneiras horrendas por estas ações subversivas. Tivemosêxito na criação de alguns hologramas inspiradores,algumas visões edificantes e outras experiências "santas".E a alguns de seus melhores pensadores lhes entregamosalguns segredos tecnológicos.É obvio que Marduk também fez armadilha. Com o fimde ganhar conversos, gerou muitos hologramasaterradores. Ele se especializava em separar a religião doresto da vida e deu origem a muitas formas de adoraçãocom numerosas burocracias para sob recarregar e governaraos Lulus. Criou uma nova religião que não tinha nomeoficial mas que se conhecia como o consumismo. Homense mulheres chegaram a considerar as coisas como mais

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importantes que as pessoas. Às pessoas lhe media pelonúmero e a quantidade de suas posses.Um altar, uma caixa eletrônica que emitia imagens,instalou-se em cada lar para treinar às pessoas a adorar ascoisas e adquirir mais delas. Este altar consumia a maiorparte do tempo da gente. O resto do tempo se utilizavapara conseguir dinheiro para comprar coisas. Aosmeninos lhes deixava sozinhos em casa frente ao altar,enquanto seus pais se dedicavam à busca de mais posses.Só uns poucos se deram conta de quão vazia se tornou avida. Marduk teve cada vez mais êxito.Quando os Etéreos se inteiraram da estratégia do altar,decidiram enviar às pessoas da Terra um presente. Docentro da galáxia, começaram a transmitir uma onda deluz que foi muito suave ao princípio e que logo aumentousua magnitude e rodeou a Terra. Começaram a aparece rnovas formas de pensamento que freqüentementedeixavam perplexos aos pais. A gente dançava nas ruascomo tribos primitivas gritando "Façamos o amor, não aguerra!" Muitos outros começaram a procurar a solidão etempo para olhar para dentro de si mesmos.A onda continuou. Os homens adultos declaravam seudireito de sentir e as mulheres afirmavam que eram iguaisa eles. Os estudantes jovens ficavam de pé frente aenormes arma e reclamavam seu direito a escolher, a serlivres. As pessoas íam defender à Mãe Terra, que tinhasido envenenada de um modo absurdo no século vinte.Alguns asseveravam que falavam com os golfinhos eoutros animais procurando defendê -los.A onda cresce e cresce. Eu, Inanna, aparentementeperdida aqui em um estranho corpo terrestre, abro -mepara essa onda. Cada dia me esforço por recordar.Em algum lugar no tempo, vejo uma garotinha azul quecorre ao longo de um piso de lá pis, e sua risada vem aminha lembrança como um eco. Sei que devo recordar. Se

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eu posso fazê-lo, sem dúvida todos pode mos. A ação derecordar e de despertar certamente se pulverizará comoum fogo fátuo através do mesmo ar que respiramos. Eume abro à onda.Alguns dias me confundo, mas este ato de recordar crescefirmemente dentro de mim. Há uma visão de um Ser deLuz que me ama e eu posso sentir esse amor. Há Esferasde Luz que às vezes voam a meu redor. A onda se voltamais forte; escuto os sons da mudança. Cada célula demeu corpo começa a vibrar com a mudança à medida queme revelam mistérios fascinantes.Eu recordo.... eu recordo, as ondas agradáveis do amor edo perdão fluem por meu corpo, para minha mente, ameu coração e eu recordo. Então estamos aqui na Terracom vocês esperando o tempo da eleição. Nós, quem oscriamos, enviamos nosso amor a todos nos sos meninos.Nós que criamos Marduk queremos que cheguem a sercomo os "deuses", mas m elhores! Queremos querecuperem o que lhes arrebatamos faz muitos eones; seupoder, o poder de confiar em vocês mesmos. A onda épara cada ser humano que está neste plano. A onda énosso amor para vocês, nossos meninos.Vamos a vocês na noite com os sonhos, no canto dospássaros, na carícia do vento, no murmúrio das folhas , noaroma das flores, na risada dos bebês. Seguimo -los peloscorredores do tempo e cochichamos em seu s corações,amado acorda. Sabe quem é! E sobre tudo, enviamo-lhesamor, porque o amor é o poder mais grandioso de todos.À medida que comecem a descobrir seu poder de criação,de vez em quando pensem em mim e em minhainsensatez. Pensem em Ninhursag e Enki, em todos nós.Recordem nossa história, e divirtam -se tanto como nós.Quanto a mim, vi o homem mais interessante e fascinanteno Conselho Intergaláctico. Nunca vi um homem comoele, e depois que superar este assunto da Parede, acredito

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que o buscarei. Possivelmente agora preste atenção emmim. Já não sou a mesma. Possivelmente encontre isso no"Bar Etéreo", ou no sétimo plano dos Ba rdos.Possivelmente a vida que começa para mim, Inanna.

INTERIM

Uma formosa mulher, uma deusa, dorme sobre umdragão dourado.O dragão assobia, seus olhos irradiam um vermelhointenso em meio da escuridão.A mulher jaz debaixo de uma gros sa manta de veludo,seus braços estão inertes, seus delicados dedos estãoquietos esilenciosos. Sua pele é azul cremosa, quente e suave. Seusolhosamendoados se movem imperceptivelmente detrás depálpebrasfechados e pestanas largas.Ela dorme. Ela sonha...Sentada sobre uma nuvem, ela flutua no céu enquantomilhares de homens e mulheres se pro stram ante ela emadoração.Inanna! Gritam eles.Oh, Rainha do Céu! Gritar isso Ante ti, nos inclinamos!De repente, detrás dela, aparecem serpentes venenosas.Saem dela retorcendo-se e se arrastam para as multidões.Primeiro serpentes, logo dragões, depois demônios.Devoram a seus adoradores.O terror alaga o ar. O sangue manchou, a terra.Não!, Grita a deusa. Não!Eu sou vocês. Não me adorem! Não!Ela se deixa vencer pela angústiaRespirando com dificuldade, acordada treme e ch oraNão! Gotículas de suor abrem seu corpo. Não!

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Por seu belo rosto correm as lágrimas.O dragão assobia… e guarda silê ncio outra vez.

SEGUNDA PARTE: MELINAR E OS EUSMULTIDIMENSIONAIS

I.- OS SAPATOS VERMELHOS

O ano é 1994, o lugar: Planeta Terra, a cidade de NovaIorque, a parte ocidental superior. Graciela sai de um táxina esquina da Broadway e a rua 78 apertando firmementeuma bolsa de compras de um das lojas mais exclusiva s dacidade. Alegre e nervosa ao mesmo tempo, ela refletesobre seu estado mental. Acaba de pagar quase 300dólares por um par de sapatos vermelhos de salto alto,uma soma exorbitante por um par de sapatos. Depois demuitos anos meditando e procurando a verdade, de viajarpor todo mundo e de procurar respostas em milhares delivros, está de pé nas perigosas ruas de Nova Iorque,apertando firmemente um par de sapatos que custam osuficiente para alimentar a uma família de seis pessoasdurante um ano em algum país de terceiro mundo .Uma queixosa voz chega à consciência de Graciela. Olhe evá a uma jovem mulher desajeitada sentada sobre unsdegraus de concreto. Está suja, andrajosamente vestida evisivelmente perturbada. Seu rosto está machucado. Amulher chora histéricamente e grita: "Não tenho nada, nãotenho onde viver, não tenho o que dar a meus filhos!" Seudesespero enche a rua enquanto suplica aos transeuntes.Como estão em Nova Iorque naturalmente, todo mundo aignora. A bolsa se volta mais pesada nos braços deGraciela. Com um sentimento de covardia eculpabilidade, ela abre discretamente sua bols a e sacauma nota de 20 dólares. Toma precauções para não atraira atenção de assaltantes potenciais. Caminha lentamente

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para a triste mulher e deixa cair a nota em suas mãoscalejadas e ansiosas.A mulher salta de alegria e grita aos quatro ventos:"VINTE DÓLARES!" Meu Deus, esta mulher me deu vintedólares! Todas as pessoas que estavam perto deram avolta e olharam à mulher e a Graciela. Ela sabe que sepermanecer um minuto mais será acossada por outrosmendigos desesperados. No meio do pânico, Gracielacomeça a correr esquivando o tráfico enquanto cruza aBroadway e a 78 para chegar ao Riverside Drive. Entra emum edifício de apartamentos, cumprimenta o porteiro etoma o elevador. Recosta seu corpo contra suas cômodasparedes, enquanto seu coração pulsa apr essadamente. Ossapatos já não estão.Em outra dimensão Inanna, a formosa deusa pleyadense,está sentada em uma ovalóide transparente contempland oas projeções multidimensionai s de seu Eu que ela lançouno contínuo do espaço/tempo. Começa a sentir umasensação de temor e pânico de um dos Eu s. Centraliza-sesobre a área da moléstia e vê a imagem de Graciela noelevador. O coração da garota se acelera perigosamente,possivelmente é necessário um pouco de quietude.Graciela escuta uma voz familiar em sua mente : "teacalme, está bem. Foi algo muito generoso de sua parte terajudado a essa pobre mulher. Respira profundamente e teacalme". Enquanto abre a porta de seu apartamentoGraciela começa a chorar. Dois formosos pastores alemãesnegros saltam de gozo, beijam suas lágrimas e lhe dão asboas-vindas à casa. Ela abraça a seus dois anjos guardiãescom agradecimento.Graciela se dirige à janela. Depois de viver vinte anos emNova Iorque por fim vive em um apart amento com umamagnífica vista do rio Hudson. O apartamento fica nopiso vinte; possivelmente um piso por cada andar . Dasegurança de seu balcão elevado ela olha para baixo ao

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Riverside Park. É primavera e os casulos de cerejeirasestão em plena floração. A beleza é enganosa, pois ocultaas caixas de papelão que estão detrás das árvores e quesão o lar de muitos indigentes. De cima os vê claramente."Já não posso agüentar isto. Sinto -me tão impotente frentea um desespero tão cansativo". Ela recorda o homem quevive no parque durante todo o inverno e que se c obre comjornais para se proteger do frio. Em um temor mútuo, seusolhos se encontraram mais de uma vez. Os olhos dohomem expressavam sua dor e desesperança, penetra vamnas profundidades da alma de Graciela deixando-a comum sentimento de impotência total.A dor que produz a cidade é mais do que ela podesuportar. Sonha com as montanhas do Noroeste doPacífico, com bosques de cedro e água pura. Abraça a seuscães e promete empacotar e abandonar a cidade, o quepara ela se converteu em uma promessa vazia.Inanna relaxa, sabe que Graciela recebeu as imagens dosantuário da montanha e as absorveu dentro de seu ser.Muito em breve ela estará sozinha com as estrelas naMontanha Perdida. Fora do caos da cidade ela poderiaescutar Inanna e, no silêncio do bosque, p ode chegar arecordar. Possivelmente esta tenha mais êxito que outrosEus. Possivelmente esta ativará os gens regressivos epoderá reunir-se aos outros Eus que estão perdidos emmeio de suas crenças. Talvez esta jovem mulher tenhaêxito onde muitos falharam.

II.- OS BRILHANTES

Inanna olhou fixamente sua pele azul e observou que suascélulas mostravam um tom pálido e cansado. Decidiudescansar um bom tempo; contemplou a seu Eumultidimensional e se perguntou por que não podiachegar a eles. A semana passad a Olnwynn foi assassinado

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por seu próprio filho. Quando Inanna decidiu encarnarem uma variedade de seres humanos, não tinha idéia deque a vida em um corpo humano podia ser tão perigosa edesconcertante. Esta experiência levava consigo muitadensidade e não era de sentir saudades que a raçahumana estivesse experimentando tanto conflito. Achegada do Kali Trampa só tinha piorado mais as coisas.A civilização pleyadense sempre entendeu as fases dacriação em quatro ciclos contínuos conhecidos como asidades ou Trampa. O primeiro período é uma idadedourada onde preponderam a sabedoria e o lucro. A estafase segue uma segunda idade na qual a sabedoria ésubstituída pelo ritual. O terceiro ciclo é uma idade dedúvida. O Primeiro Criador se perde a si mesmo em suacriação e o homem e a mulher esquecem sua origemdivina. Por último vem a quarta idade, o Kali Trampa, quese pode descrever como uma idade de e scuridão,confusão e conflito. Investem-se todos os valores daprimeira idade dourada e a mente inferior dom inaenquanto a avareza e o temor prevalecem.Em meio da atmosfera sufocante deste Kali Trampa,Marduk, o primo de Inanna e seus tenentes idealizaram osrestritivos campos magnéticos de extrema baixafreqüência, os ELF’s, para seguir confundindo esobressaltando aos habitantes da Terra. Rodeados poruma prisão implícita de ondas eletromagnéticas, eles jánão podiam permanecer em silêncio e escutar sua vozinterior. apressavam-se para não chegar a nenhuma parte,preocupavam-se, pagavam contas, pediam mais din heiroemprestado e se sentavam durante horas frente a seustelevisores esperando que alguém lhes desse as respostas.A gente acumulava posses e acreditava que as coisas osmanteriam a salvo. A idéia do fim do mundo se fazia cadavez mais popular. O caos e a confusão aumentavamdiariamente.

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Em meio de sua crescente frustração, Inanna seharmonizou com seus dragões guardiães. Quanto maisimpossível parecia tudo, mais resolvida estava a ajudar n aliberação da espécie humana. R ecostou-se, fechou os olhose permitiu que sua mente voasse. Obrigou -se a relaxar epor um momento se esque ceu de seu Eumultidimensional. Uma brisa refrescante flutuou por seucorpo enquanto pensava em seu planeta nativo, Nibiru, enas maravilhosas festas que estava acostumado a dar suabisavó. viu-se a si mesmo como menina devorandochocolates exóticos do Valthezon. Saboreou a lembrança;um doce líquido encheu sua boca e desceu por seu queixo.riu docemente."Inanna!", gritou-lhe uma voz que era familiar mas quenão podia identificar muito bem. Não era nenhum de seuEu da Terra nem um membro de sua notória família."Inanna! Não recorda o tempo antes de nascer na famíliade Anu? Recorda o tempo antes de que nascesse em seuformoso corpo azul, antes de Nibiru e a Terra".Inanna enrugou a fronte. Formaram-se pensamentos emsua mente. "Quer dizer antes de que chegasse a ser eu,Inanna? O que pude ter sido eu antes da Inanna?"À sua mente chegou uma visão: Um nú mero infinito deformas de luz geométrica e de cores que constantementetrocavam em uma sucessão rápida. Quis que as formasficassem quietas para poder identificar pelo menos umadelas, mas elas se negavam. "Inanna, sou eu, seu velhomentor, Melinar!"Melinar! O nome lhe era tão familiar. Ela dilatou suaconsciência. Tinha havido outra cla sse de experiência. Aseus pensamentos chegaram lembranças vagas. Melinar!Meu professor! Aqui sim havia uma freqüência de tempo.Se o tempo terrestre se podia descrever como alg o denso eviscoso, a dimensão de Melinar era vapor e névoa.

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Inanna tratou de focar-se na visão. de vez em quando lheaparecia a forma de um rosto mas rapidamentedesaparecia. O rosto era familiar, amável e tern o, umvelho com verdes olhos resplandecentes que recordavama Inanna suas esmeraldas favoritas. Então recordou porque apreciava as jóias; a visão cambiante que apresentouMelinar era algo assim como milhares de pedras mutantescortadas que brilhavam com uma luz interiortransparente. Uma vez ela tinha sido precisamente estaforma e o recordou muito claramente. Ela tinha sido u mcorpo de 144 formas geométricas em movimento perpétuoconhecidas como os brilhantes.Um dia se cansou de ser este espetáculo de cor radiante deinteligência criadora e decidiu experimentar com outrasformas de vida. Melinar tinha estado tão orgulhoso del apor ser o suficientemente valente e aventurar -se a escolhero corpo de uma pleyadense azul.Agora ele a estava visitando. Inanna sentiu um prazerinocente e agradável pelo fato de que Melinar tinhapensado nela. A Vida tinha sido tão diferente naqueladimensão, não era parecida com a real idade dos filhosbriguentos de Anu. Tampouco era como as experiênciasrepetitivas na Terra.Inanna sentiu nostalgia. Fundiu -se com Melinar em umaamizade recordada e se alegrou muito de que ele estivesseali. Sobre seu nariz caíram lágrimas cálidas, que lherecordavam onde estava. "Oh, Melinar! Me alegro tantode ver-te de novo. Tinha-me esquecido por completo de tie da dimensão de formas geométricas. Que bom que veio.Não sabia o quanto estava sentido saudades".Melinar respondeu, embora telepaticamente, "Inanna,você estiveste muito ocupada, querida!"Inanna se ruborizou. Supôs que Melinar sabia tudo sobreela agora que se fundiram. Deve saber tudo sobre suaacidentada vida amorosa e de todas essas guerras que

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iniciou lá abaixo na Terra. Também deve saber que elaestava tratando de ajudar aos humanos ao encarnar comeles em diferentes intervalos simultâneos. Certamentesabia dos problemas que isto estava ocasio nando. Talvezele tinha vindo ajudar. Mas o que poderia saber umaforma geométrica sobre uma mulher americana do séculoXX na cidade de Nova Iorque? Ou de um gue rreiro celtado segundo século a.C. que fez carreira no mundodecapitando a outros homens? Melinar respondeu a suasperguntas: "Inanna, querida, vim seguindo suas aventurascom muito interesse e vim te oferecer minha ajuda. Alémdisso, tenho todo o tempo do mundo e isto me parecemuito divertido"."Oh, divertido! Eu também pensava o mesmo quando medecidi a ajudar, mas olhe a meus pobres Eu s. Estáacontecendo muito mal. Nunca me escutam; pensam queestão ouvindo vozes ou que estão loucos. Não sei o quefazer. Agradeceria qualquer ajuda que me possa dar".Os brilhantes de Melinar aceleraram sua forma emudaram. "Querida, temos que ajudar a Graciela namontanha. Criaremos um lugar seguro para ela no bosquede cedros onde viverá em paz e se acostumará a nosescutar e a nos ver. Verá que nos dará um bem -vindo.Agora funcionará. Entre as estrelas e os cedros, Gracielarecordará e ajudará a todos os outros".Pela primeira vez em muito tempo Inanna riuplacidamente. Que tal se só um de meu Eu recordasse, sesó a gente retornasse para mim em amor, confiasse e mepermitisse ajudar? Se só pudesse derrotar ao Marduk.

III.- OLNWYNN

Inanna e Melinar passaram ao ovalóide tra nsparente e sesentaram em silêncio. Ela observou as formas geométricasde Melinar que se moviam de uma maneira tão ráp ida

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que, embora ela se esforçasse, não pôde reduzir suavelocidade o suficiente para distinguir uma forma dasoutras. Não obstante, deu-se conta de que muitas dasformas eram estranhas. O grupo estava composto de algomais que cubos, pirâmides, ou inclusive rombó ides.Muitas das formas eram totalmente desconhecidas paraela, formas cuja memória não alcançava.Melinar lhe recordou que sua ge ometria de brilhantesrepresentava uma linguagem codificada. À medida que seformavam seus pensamentos apareciam formascorrespondentes cheias dos matizes complicados de seusmodelos de pensamento. Quanto mais rapidamente seformavam seus pensamentos, com mais rapidez trocavamas formas geométricas e aparecia um arco - íris que se faziamais intenso quando seus pensamentos eram maisferventes ou sua curiosidade se satisfazia.Ele podia produzir sons de um idioma falado, mas lheparecia que o pensamento puro era muito maisinteressante já que transmitia muito mais do que aspalavras pudessem fazê-lo. Estes pensamentos se criaramautomaticamente na mente de Inanna em forma deconhecimento.Inanna estava muito feliz de ter a seu velho amigo denovo em sua realidade. Por um tempo os doissimplesmente trocavam informação, recordando os velhostempos. Inanna recordou quão cativ ante era ser umaforma como a de Melinar. Para ela era difícil compreenderagora por que tinha desejado sair desse estado puro debeleza.Uma estranha energia interrompeu suas lembrançasnostálgicas.Um guerreiro muito alto com uma tocha na mão paroufrente a eles. Tinham-lhe cortado o pescoço de orelha aorelha, o que não era muito atrativo. O homem estavaobviamente perplexo e terrivelmente c onfundido.

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"Quem demônios são vocês?", perguntou.Inanna o reconheceu. Era Olnwynn, um dos seu Eudimensional. Ela o tinha projetado no norte da Irlanda noséculo II. Seu DNA parecia prometedor mas tudo tinhasaído mau. Ele se negava a escutá -la sem importar em queforma lhe aparecesse. Era óbvio que a forma em que elaestava agora tampouco serviria de muito. A Olnwynnparecia muito atrativo o corpo sensual mas firme dela."Hey, o que temos aqui? É a g arota mais formosa quejamais tinha visto. Por Deus! Sua pele é azul!"Rapidamente Inanna trocou o holograma na mente deOlnwynn. Deixou Melinar em sua forma geométricapensando que Olnwynn o poderia identificar como a luzde uma fada. Ela tomou a forma de um sacerdote druida,alto e que inspirava temor mas não muito estrito oujulgador.Olnwynn olhou fixamente ao s acerdote em meio daconfusão. "Aonde se foi ela? Quem demônios é você? ""Que mau este dia!", pensou. D epois de um de seusacostumados excessos de doçura , deprimiu-se e lheaconteceu algo estranho. Primeiro houve uma dor aguda erápida e logo começou a flutuar por cima de seu forte eformoso corpo. De cima olhava uma cena horripilante.Seu próprio filho estava de pé ao lado de seu corpo comuma adaga larga, afiada e ensangüentada em sua mão.Confuso, o filho tremia e chorava em agonia. Olnwynnolhava para baixo e via que o sangue saía abundante desua garganta, a qual estava totalmente aberta. Ele estavaacostumado a estas cenas, mas esta era diferente; era suagarganta e seu sangue.A porta se abriu de par em par quando sua esposa e seuirmão entraram no quarto. A esposa abraçou a seu filho,lhe agradecendo por ter vingado sua honra. O tio lhe deuum tapinha nas costas e lhe prometeu que algum dia seria

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rei. O filho se voltou histérico e caiu ao lado do corposoluçando: "Pai, assassinei-te! Pai!"Olnwynn flutuou ao redor de seu corpo enquanto suaconcentração o permitia. Pôde ver a verdade de todo odrama: sua bela esposa tinha estado dormindo com seuirmão e os dois tinham conspirado para assassiná -lo,apoderar-se do castelo e do reino, e colocar a seu irmão notrono. A única pessoa que podia aproximar -se o suficientepara assassiná-lo era seu próprio filho. A esposa passoumuitas horas lhe contando histórias cruéis e outrosdramas para convencê-lo de que teria que acabar comOlnwynn. Finalmente teve êxito. Inclusive Olnwynn sabiaque se excedeu ao golpeá-la, mas agora estava morto eflutuava por cima do que uma vez foi seu castelo.As celebrações que houve ao redor do castelo lhepareceram abomináveis e seu filho não se recuperava.Pouco depois sentiu que uma força estranha o devorava, oqual o confundiu. Decidiu seguir a força aonde quer quefosse. Ele nunca tinha permitido que o temor o vencesse,de modo que agora estava frente a um sacerdote druidarodeado do que pareciam ser luzes de fadas.O sacerdote druida falou: "Olnwynn, estavamo -lheesperando. Deve relaxar e te acalmar. Aqui lhecuidaremos. Ninguém te julgará; está entre amigos".Inanna olhou a garganta aberta e decidiu curá -laimediatamente, principalmente porque era algo grotesco.De todos os modos Olnwynn tinha sofrido o suficiente enão precisava andar por aí com o gogó pendura do paralhe recordar que não tinha ido muito bem em sua vida.Olnwynn sentiu que sua garganta tinha sido restaurada."Como fez isso?" Com um suspiro soltou sua tocha edesabou cansado e sedento ante o sacerdote druida. Faziatrês dias que não tomava nada. Ou eram três anos?O sacerdote falou de novo: "Agora, Olnwynn,possivelmente deveríamos repassar os dados de sua

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memória. Sente-se o suficientemente forte para estaexperiência?" "Estou morto?", perguntou Olnw ynn.Sempre é o mesmo, explicou Inanna a Melinar. Nemsequer sabem que estão mortos e eu pouco a pouco tenhoque fazer que se sintam cômodos em seu novo estado. Émuito mais trabalho do que eu pensei que seria."Sim, Olnwynn, está morto. Mas como vê, é só seu corpo oque está morto. Você, quer dizer, seu ser consciente e aexperiência total de sua vida, estão aqui conosco em outradimensão. Não é algo tão mau"."Pode-me conseguir um gole? Vinho? Cerveja? Algoservirá". O vício do licor tinha sido a causa de muitas desuas dificuldades, mas Inanna produziu um corp o decerveja para o estremecido guerreiro. A tragou como senão houvesse um amanhã, o que para ele era certo. deu-seconta de que não tinha o sabor apropriado, não o faziasentir tão bem como antes, mas se alegrou de tê -la e pediuoutra.O sacerdote druida falou: "Haverá muito tempo p ara isso,nos concentremos agora em sua história , sua aventura nocontínuo espaço/tempo. Temos um trabalho por fazer,você sabe"."Um trabalho. Que trabalho? Ninguém me disse nada detrabalho algum. Eu simplesmente estava vivendo minhavida quando meu próprio filho me assassinou. Perdi meureino e minha vida. O que quer dizer com isso de ummaldito trabalho?""Te acalme, observemos sua vida, Olnwynn". Rodeou -osum holograma bastante grande e ambos observar amcomo o tempo se desenvolvia ante seus olhos.Inanna tinha estado pendente das aventuras amorosas deuma sacerdotisa druida no séc ulo II a.C. na Irlanda. Naparte ocidental da ilha vivia uma raça de seres em umapaisagem remota e rústica. Eles veneravam a natureza.Despenhadeiros altos ao lado do mar, ventos fortes e

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bosques verdes lhe davam um sabor poético e místico aesta terra bela e rústica. Sua gente amava a belezaselvagem de sua terrra. Eles eram apaixonados ebeligerantes.Inanna se tinha decidido a nascer como homem através deuma sacerdotisa druida que era de sua antiga linhagem.Fazia muitos séculos os antepassados da moça tinhamvindo dos muitos meninos que Inanna tinha produzidoem suas cerimônias de matrimônio sagrado. A sacerdotisaestava apaixonada por um guerreiro valente e nobre, masele já estava casado. Sua paixão deu origem a um meninovarão, mas a pequena sacerdo tisa morreu no parto. O painunca reconheceu ao filho e por isso Olnw ynn, um dos Eumultidimensionais de Inanna, nasceu como órfão semninguém que o cuidasse. Os druidas o tinha m adotado e oconverteram em um moço.Até em menino era muito formoso e desde q ue começou acaminhar cativou a todos os que o rodeavam. Com seusorriso tirava o sarro às mulheres e as fazia rir. Todos oqueriam e o povo inteiro o adotou. Ele tinha nascido como dom de poder falar espontaneamente em rima. Estetalento era respeitado como sinal de que Olnwynn eraamado pelos deuses, como na verdade o era,especialmente pela Inanna.Olnwynn chegou a ser um homem forte e alto, formoso,de cachos de cabelo dourados. Começou a seduzir àsdamas logo que pôde, mas foi sua habilidade com a toc hao que lhe outorgou fama e fortuna. Na batalha entrava emuma espécie de transe, convertia -se em uma força e, emum arrojo frenético, derrubava inimigo a trás de inimigo,decapitando-os de um só golpe. À medida que crescia suareputação, as pessoas chegaram a pensar que ele era umdeus. Correu o rumor de que os deuses o tinhamengendrado e que era imortal.

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Tudo o que sabia de sua habilidade aplicava na batalha.Também desafiava a todo aquele que falasse em rima esempre ganhava. Como continuava derrotando a todomundo em rima e em batalha, foi lógico que a gen te oproclamasse como seu rei. M udou-se para um castelogrande em cujas paredes colocou sua coleção de cabeçascortadas. Um costume muito pe culiar. Podem imaginar-seque aspecto horrível que apresentav am essas paredesfaria pensar duas vezes a quem queria atrever -se a atacaro castelo.Olnwynn sempre tinha sido aficionado à bebida. Agoraera o rei e ninguém podia evitar que bebesse ou quefizesse o que lhe viesse em vontade. Não dava contas aninguém. Sem muito esforço tinha todas as mulheres quequeria. Elas virtualmente se entregavam. Nenhuma pôdeacreditar quando finalmente se casou. Todas diziam quesua esposa deve tê-lo enfeitiçado ou que lhe tinha postoervas em sua cerveja. Era certo que sua bela esposa vinhade uma extensa linhagem de bruxas. Algumas se atreviama dizer que o poder de sua sedução sexual procedia damagia. Ela queria a Olnwynn, mas também queria riquezae posição. Além disso, deu ao Olnwynn o filho que lhetinha pedido.Um dia, um homem que se parecia com o Olnwynn seaproximou do portão do castelo afirmando que ele era ofilho do guerreiro que supostamente tinha engendrado aoOlnwynn. Eles sim se pareciam muito, embora Olnwynnera muito mais atrativo e mais alto que seu misteriosonovo irmão.Olnwynn era muito crédulo por natureza, aceitou aoirmão e se alegrou de ter alguém com quem beber efarrear. Seria muito bom que seu filho tivesse um tio e esteirmão era rico, uma vantagem para sua corte. Olnwynnnão se deu conta da atração q ue havia entre sua belaesposa e seu novo irmão, mas todos os outros perceberam.

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O irmão passou muitas horas ensinando ao sobrinhohistória e a arte do espadachim. Por um tempo foram umafamília.Inanna, que tinha encarnado no Olnwynn esimultaneamente o estava observando como seu Eu total,começou a dar-se conta de que estava perdendo a batalhacontra a natureza baixa dele. A poderosa programaçãoque havia em sua carne e sangue chegou a dominá -lo. Amatéria e os cinco sentidos estavam sujando o espírito.Durante este período, Inanna se esforçou por inspirá -lo;lhe apareceu em forma de dragão, de deus, de deusa(grande engano), e finalmente como guerreiro antigo.Animou-o a que se fora sozinho, a que contemplasse afonte de sua poesia e de sua grandeza. Mas inclusivequando conseguia convencê -lo de que escutasse, o quenão era muito freqüente, e quando lhe prometia q ue ofaria, imediatamente ia beber. Esquecia tudo o que tinhampraticado. Inanna se sentia muito frustrada.Olnwynn possuía os gens apropriados. Era dotado; pôdeter tido acesso a todas as dimensões, inclusive com ocorpo humano. Pode ter trazido freqüências deiluminação ao planeta Terra. Mas não, preferiuembebedar-se e seduzir mulheres.Que desperdício tão descomunal! Inanna esteve a pontode deixar de observar sua vida; era tão aborrecida erepetitiva. Com o tempo até sua poesia se torn oumonótona.O matrimônio não evitou que Olnwynn seguisseprocurando mulheres. Tinha a tendência a pensar quequalquer ser em saias pertencia a ele, embora fosse só poruma noite. Podem imaginar as cenas que se apresentavamcom sua esposa no castelo. Ela tinha um caráter irritávelque desatava sobre o Olnwynn quando o consideravanecessário. À medida que passavam os anos, convertia -semais e mais em uma harpia rabugenta; até chegou a irritar

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a Inanna. Não terá que culpar à mulher, mas, p or Deus,suas diatribes de ciúmes e seus chiliques eram mais doque qualquer um podia suportar no castelo. Todo mundosabia que Olnwynn era rebelde , mas sempre tinha sidoassim. Depois de tudo, era tão encantador e tão formoso.Todos viam sua esposa como uma bruxa e pensavam quenão era estranho que procurasse a outras mulheres.Então a bebida começou a ter seus efeitos daninhosinevitáveis na mente do Olnwynn. Ele começou adeteriorar-se. Começou a golpear a sua esposa quando elao repreendia. Ele era grande e ela pequena e a cenas sevoltaram grotescas. Ela corria a procurar o irmão deOlnwynn e chorando lhe mostrava o sangue e osmachucados. Com o tempo obteve que seu filho, o irmão ea maior parte da corte se voltassem contra o rei.Ele se voltava cada vez mais e mais violento. Cada noitebebia até ficar na letargia e perdia o conhe cimento. Seufiel servente, que teria matado a qualquer um que seatrevesse a tocar seu rei, levava-o cada noite a seu quarto.Olnwynn tinha salvado a vida deste homem muitas vezesem batalha. Ninguém se atrevia a atacar ao Olnwynnfrente a frente, inclusive bêbado era temível. Só havia umque tinha permissão para entrar no dormitório do rei, seufilho. A esposa do Olnwynn sabia que a únicaoportunidade de matar a seu marido era convencer a seufilho de que lhe cortasse a garganta enquanto dormiaindefeso.Olnwynn observou vagamente o holograma de sua vida.Inanna esteve a ponto de voltar para seu corpo azu l masrapidamente converteu na forma familiar do sacerdotedruida. "Então, meu filho, vê como foram as coisas parati".Ao princípio Olnwynn não pôde orientar -se e se sentiuenjoado pelo filme transparente que se apresentava anteseus olhos. Não quis voltar a ver a parte em que o sangue

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saía em jatos de sua garganta. O sacerdote apagou essarepetição e por uns momentos reinou um silêncio infinito.Olnwynn recuperou a serenidade e falou: "O que dissequanto a que terei que fazer um trabalho?"Pelo menos sua curiosidade não estava extinta.

IV.- MONTANHA PERDIDA

Graciela queria um gole. Preferia o vinho francêsvermelho, mas esta noite algo serviria. Montanha Perdidaficava muito longe de Nova Iorque. Já se estavaacostumando ao silêncio mas se sentia um pouc ovulnerável sem o ruído e a atividade da cidade que lhedavam uma falsa sensação de segurança. Acomodada emsua cabana de troncos e acompanhada de seus dois cães,Graciela admitiu que se sentia mais segura estandosozinha nesta montanha que em qualquer lu gar da cidade.Qualquer um pode se sentir tão sozinho em MontanhaPerdida como em Nova Iorque. Houve dias na cidade quenão falava com ninguém. Ela sempre tinha sido umasolitária. Tinha nascido em uma família enriquecida dovelho sul e sempre pensou que d e algum jeito tinhaaterrissado na família equivocada. Para ela tinha sido fácilacreditar que na verdade poderia ser uma extraterrestre,pois nunca se sentiu à vontade na Terra. D entro de seu serhavia um sentimento de um profundo vazio que sempreesteve com ela.Era como se soubesse que não perten cia a este lugar edesejava ir para casa, ficasse onde ficasse. Ela tinhaviajado muito, casou-se, divorciou-se, uniu-se a grupos,tinha-os abandonado e tinha lido muitos livros, masninguém tinha as respostas que estava procurando. Tinhalido que os monges no Tibet se encerravam em celasescuras durante um ano e não falav am com ninguém. Elaestava pronta para fazer o mesmo, mas a sua maneira.

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Pensou em sua infância enquanto se servia um merlotcaliforniano. Seu pai era um empresário de centroscomerciais, não aqueles enormes que absorvem tudo , maspequenos que aparecem em todas as partes paracontribuir com sua estética ao infortúnio suburbano. Eleera muito rico e estava muito ocupado, muito ocupadopara atender a sua filha. Todo mundo lhe dizia quedeveria estar feliz e agradecida; tinha todo o dinheiro domundo, estudou na melhor escola privada e podiacomprar com seus cartões a roupa que quisesse nasmelhores lojas. Seu irmão sim era feliz, estava seguro deque se encarregaria dos negócios de seu pai quandocrescesse e ocuparia seu lugar no mundo como umexemplo destacado do sonho americano. Mas, se tudo eracor de rosa, pensava Graciela, por que sua mãe tomavatantas pílulas?Diana, a mãe, era uma beldade sulin a da velha escola. Suaprópria mãe morreu quando só tinha quatro anos e apequena Diana se culpou por isso. Quando era jovemDiana procurou ser independente, mas passados dos 30anos se casou com o Brent, o pai da Graciela. Fez -o poramor e também por temor à solidão. Brent amava a Dianaa sua maneira, mas era um tirano inato. Se Diana não faziasua vontade ele desatava sua ira contra ela. O gabinete debanho de Diana estava repleto de tranqüilizantes e pílulaspara dormir, que chegaram a ser "os pequenos a judantesde mamãe".Graciela tampouco era imune ao mau gênio de seu pai. Seela se interpunha em seu caminho ou não estava deacordo com os planos que ele tinha para sua vida,explorava e a degradava com pa lavras cruéis. Em silêncioa mãe saía para procurar seu gabinete enquanto Gracielaficava reduzida aos soluços. Ninguém defendia aGraciela, ninguém a apoiava. Logo, depois destesepisódios, para suavizar as coisas, o pai lhe comprava

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bonecas, um vestido e mais tarde, ações. Mas ela nuncaaprendeu a ver a vida da maneira como a via sua família.Temia converter-se em um troféu para algum tirano ricoem caso de que se casasse. Ela não queria terminar comosua mãe, sem se importar com o pagamento.No bacharelado a vida da Graciela não foi tampoucomuito feliz. Embora era formosa e tinha seuspretendentes, havia uma parte dela que ninguémconhecia, que aparentemente ninguém queria conhecer.Rebelou-se e começou a procurar gente que era inac eitávelpara sua família. Fez amizade com artistas e músicos. Eraa época dos anos 60 e Graciela escapou para Nova Iorque,em busca de "ar fresco".Naquela cabana da montanha reinava a quietude. Até olouco uivo dos coiotes tinha cessado. Não havia lua,somente as estrelas. Graciela decidiu dormir fora naterraço sob o céu. Com seus jeans e seu suéter se meteuem seu saco de dormir e olhou para cima. Deus! podia -sever cada estrela no céu e havia milhões delas.Definitivamente isto não era como a cidade. Era tãoantigo. Graciela se esqueceu de seu passado, de suasolidão, de seu temor e se perdeu na beleza do céunoturno.Inanna estava ainda no dis farce do sacerdote druida efalou com o Olnwynn: "meu filho, pode descansar ummomento. Falaremos mais tarde".A paz e a calma que emanava Graciela alcançaram arealidade da Inanna. "Melinar, esta é nossa oportunidade.O que lhe dizemos? O que fazemos? Não queremosassustá-la".Os brilhantes de Melinar começaram a acelerar -se.Os grandes olhos castanhos de Graciela se encheram delágrimas.A beleza do céu noturno era muito para ela, desde faziamuitos anos não tinha visto um céu assim. Sorriu quando

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uma estrela fugaz cruzou frente a ela. Um bom presságio,pensou. Este é meu lar, aqui encontrarei o que estouprocurando.O céu estrelado era tão brilhante que Graciela fechou osolhos. Detrás de suas pálpebras percebeu a escuridão totalde sua imaginação. Pensou sobre este contraste até queum objeto pitoresco se formou nessa escuridão e começoua girar. Frente a ela começaram a mover -se e a mudar,como jóias preciosas, formas geométr icas esquisitamentebelas. Era um espetáculo digno de presenciar e ela nãoqueria que se afastasse. Não sabia o que podia ser esteespetáculo de luzes, mas instintivamente lhe agradava.Graciela sempre tinha tido visões; quando era meninatinha seus amigos imaginários. Um deles era umextraterrestre diminuto. Este amistoso ser voava ao ladodo carro de seu pai no veículo mais fascinante. Contava aGraciela toda classe de histórias interessantes, explicava -lhe coisas e a mantinha ocupada durante horas. Em anosposteriores Graciela desejou recordar algo d o que lhehavia dito este ser. Por que o tinha esquecido? Ela se haviasentido tão perto dele e lhe tinha ensinado tantas coisasque realmente precisava saber. P or que não podia asrecordar agora?As jóias mutantes continuavam dançando ante seus olhosenquanto ela estava acordada. S entia-se segura.Finalmente o vinho e o céu noturno a levaram ao sono.Pensou que no dia seguinte daria um passeio no bosquede cedros. O rico aroma dos cedros se empilhou em suaconsciência enquanto ficava profundamente adormecida.Melinar sorriu. "Vê, Inanna, ajudaremo -lhe a sentir-sesegura e a que seja uma com o céu e o bosque. Seustemores se derreterão para a Terra e se abrirá a nós.Ensinaremo-lhe a amar-se a si mesma e esse amor lheproporcionará a coragem para saber".

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Inanna olhou fixamente a Olnwynn, que já estavaroncando. Constantemente a assombravam as palhaça dasde seu Eu multidimensional . Estes seres continham seuDNA e em algum lugar do tempo ela tinha sido a origemde todos eles. Mas encontrar-se a si mesmo entre toda abarafunda resultante de todos estes seres que ela tinhacriado se converteu em um desafio progressivo. Nãoobstante, em algum lugar dentro de todos estes seres seencontrava a habilidade latente de ser algo que elesqueriam ser. Cada um possuía o poder de pensar por simesmo. Cada um deles era um cole tor de informação parao Primeiro Criador.Como seu DNA estava só parcialmente at ivado, seu Eumultidimensional estavam apanhados em uma espécie daprisão eletrônica de experiências que se repetiam milharesde vezes, como se o planeta inteiro est ivesse condenado aum rebobinamento eterno. A espécie humana era famosaem toda a galáxia por sua incapacidade de aprender comsuas aventuras. Os tiranos e as guerras foram e vinham.Não obstante, ninguém parecia aprender a lição. Inannaconhecia muito bem ao guardião desta prisão. Durante amaior parte de sua vida pleyadense el a tinha estadoinimizada com seu primo Marduk.Marduk tinha tido êxito em derrotar a todos os outrosmembros da família de Anu e agora controlava nãosomente a Terra, mas também seu planeta nativo, Nibiru,assim como todo o sistema das Ple yades. Sua tirania erasuprema e seus métodos engenhosos. Era tão egoístacomo desumano, e tinha fabricado um extenso exército declones de soldados que se pareciam com ele. sentia -serealizado com a dor e a frustração daqueles a quemconquistava e dirigia. O pior de tudo era que os habitantesda Terra nem sequer sabiam quem era seu carcereiro. Elesacreditavam que tinham cometido um pecado

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imperdoável e se culpavam um ao outro de sua tristecondição.Marduk fomentava o antagonismo entre os grupos dagente por meio de propaganda sutil de lavagem decérebro. Controlava famílias, tribos, nações; nenhumgrupo era muito grande ou muito pequeno para sercontrolado. Quando se produzia uma idéia boa seanimava a um grupo a que a apoiasse e a seguisseenquanto que um número igual era estimulado a se opor aela. A idéia podia ser política ou religiosa, ou inclusive sóa idéia de cruzar um oceano. Como os humanos tinhamum cérebro desligado que funcionava a um décimo de suacapacidade, em vez de raciocinar por si mesmos, eles sóreagiam, freqüentemente com vio lência, às sutismanipulações de Marduk. Em uma terra tão fértil eramuito fácil iniciar uma guerra. As guerras rel igiosas eramo prato favorito de Marduk. Chegou a preponderar umtipo de mente que não produzia pensamentos originais,mas sim reagia aos dos outros. O comportamentorepetitivo se imprimiu nos gens da raça humana atra vésda emoção do temor. A ninguém lhe permitia recordardurante um comprido tempo que todos os humanos emum princípio tinham vindo da mesma fonte. Aqueles quesugeriam estas idéias eram ridicularizados oubrutalmente destruídos. Ninguém recordava que a fo ntede toda a vida era o amor do Primeiro Criador. Inannapensou no papel que ela jogou neste engano progressivo.Ela e sua família se comportaram como meninosmalcriados que só tinham satisfeito seus caprichosegoístas sem pensar nas conseqüências. Sem sa bê-lo, afamília tinha criado Marduk, o resultado perfeito de suaagressão e rixa ególatra. Não era o melhor dos legados.Se a família de Anu não se visse rodeada da Paredeinvisível, provavelmente teriam seguido seu estilo de vidaegoísta e controlador. Mas a Parede teve o efeito de deter

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a evolução progressiva de todos e cada um dos membrosda família, inclusive de Inanna. Ela nunca tinha estado tãoaborrecida; era como se toda a emoção e a espontaneidadetivessem desaparecido de suas vidas. Como não tinh amoutra alternativa, o único que ficava era reparar o danoque tinham feito na Terra. Para que desaparecesse aParede terei que liberar à espécie humana de sua rodarepetitiva para que começassem a evoluir e deixassem deadorar ao deus cujo nome nem seque r conheciam:Marduk.De modo que Inanna e muitos outros membros da famíliatinham escolhido projetar porções variáveis de si m esmospara corpos em múltiplos marcos de tempo. Eles tinham aesperança de que algum destes Eu multidimensionaispudesse ativar os gens perdidos da espécie e criasse opotencial para uma mudança total sobre a Terra. Quepena! Suas esperanças começaram a murchar -se e estatarefa estava resultando muito árdua no melhor dos casos.Não era benéfico dizer aos humanos que faz mais de500.000 anos que uma raça extraterrestre tinha invadido aTerra. Era igualmente inútil lhes dizer que seu DNA tinhasido desligado parcialmente. Marduk tinha tido muitoêxito em desprestigiar estas idéias desde o começo equalquer que as expressasse era ridicul arizado. Oshumanos eram tão inseguros que faci lmente esqueciam aidéia de contar a outro que não estavam de acordo com oconsenso geral. Qualquer um que via ou escutava algoque não estava de acordo com o que a maioria pensava,era desacreditado e em algumas épocas até os queimavamem um madeiro.A televisão e mais tarde os computadores se converteramna ferramenta principal para o controle dos pensamentosdas massas. A "auto-estrada da informação" facilitou aMarduk o controle sobre a mente do planeta int eiro. Naverdade os monitores de computador e televisão se

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converteram em espécie de altares em cada lar. A gente sesentava frente a eles durante horas, enchendo suas mentescom a propaganda de Marduk. As posses aumentaram eafogaram às pessoas à medida q ue se endividavam mais emais e lutavam por ser tão formosos e ricos como os queviam na TV. A maioria dos lares tinha m pelo menos trêsdesses aparelhos. A raça humana inteira queria ser rica; osricos e poderosos eram respeitados sem importar comoera seu caráter ou comportamento.As freqüências eletrônicas que envolviam a Terra faziamquase impossível a comunicação entre a Inanna e suafamília e seu Eu multidimensional , porque ninguémestava escutando.Inanna observou como dormia Graciela. Seus cães afaziam recordar os dois leões domésticos que tanto amouna Terra. Os cães despertaram quando a consciência deInanna se enfocou sobre eles. Possivelmente, pensou ela,possa me comunicar com a Graciela. Inanna se permitiu osentimento de esperança à medida que esquadrinhava osdados da vida de seu outros Eu.

V.- EL GUARDIAN DOS CRISTAIS

No tempo da Atlântida Inanna tinha projetado uma partede si mesmo como a encarnação de um sacerdotechamado Atilar. Este Eu multidimensional lheproporcionaria toda a experiência e o conhecimento quesomente se obteria mediante o domínio de si m esmo. Elaconcluiu que a vida de Atilar afetaria por osmose a seuoutros Eu multidimensionais, já que todos serelacionavam entre si. Uma psique altamentedesenvolvida faria muito bem aos outros.Os gens de Atilar tinham sido cuidadosamente cultivadosdurante muitas gerações. Ele possuía o DNA do pai de

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Inanna, o que lhe proporcionou um acesso fácil ao mundofísico. Nasceu nos centros de poder da Atlâ ntida e quandonasceu o entregaram aos sacerdotes da Ordem dasTúnicas Azuis. Toda sua infância se dedicou a umrigoroso treinamento com o fim de executar a tarefa únicade vigiar as freqüências do gran dioso centro de cristais daAtlântida por meio do pensamento.Toda a Atlântida recebia sua potência das espirais decristal que eram vigiadas pela Ordem das Túni cas Azuis.Quando era menino Atilar lhe disse que tinha sidoengendrado para realizar este trabalho. Nunca conheceriamulher, nunca se casaria e nunca experimentaria a vida deum ser humano comum. Fazia muitos eones se tomou estadecisão e na sua vida, se dedicou a esta tarefa sagrada.Enquanto outros meninos jogavam bola, Atilar se sentavaem posição de lótus, sem mover nenh uma pestanadurante horas. Treinou para que se esquecesse de se ucorpo, de qualquer dor ou de qualquer outra distração. Seinstruiu nas artes marciais, mas somente para queprotegesse os cristais e ativasse a força que em seu tempose chama chi. Na Atlântida esta força não tinha nome.Todas as grandes mentes sabiam qu e havia muitas forçasque não podiam ser nomeadas e a esta força lhe atribuíaum som. Atilar foi treinado para que obtivesse o acesso aesta poderosa força subindo a energia dos órgãos sexuaispassando pelos sete centros invisíveis de seu corpo e lhedando assim poder a sua mente e vontade.Ele nunca se lamentou de seu destino e da infância lhetinham inculcado o fato de que era um privilegiado. Ele sedeleitava com a sensação de êxtase que podia gerar emseu ser ao controlar as forças sutis de seu corpo e asconectar para o cosmos por meio dos cristais. Mas Atilar eos sacerdotes da Ordem das Túnicas Azuis não conheciamum aspecto fundamental e esse era o amor. Seu enfoqueestava sobre a mente e seus poderes, m as nenhum deles

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tinha experimentado o amor. De uma maneira estúpida oconsideravam como algo sem importância. Como nuncativeram acesso ao poder do amor, este permaneceu forade seu alcance e por isso eles tinham suas limitações.Atilar se sentava frente aos cristais e observavaprofundamente sua beleza, unia sua consciência com cadafragmento delicioso com o fim de modular suaressonância. Os cristais eram condutores de ener gia eAtilar era seu afinador. F icou-se completamente quietodurante sete dias, tinha rebaixado o funcionamento de seucoração até os ciclos requeridos e tinha bloqueadoqualquer sensação de dor nos receptores de seu cérebro. Ador não se registrava como sensação em seu cérebro.Por um momento saiu de seu corpo. Já tinha passado doscinqüenta anos mas não o aparentava. Era magro emaciço, tinha cabelo comprido e cinza, e seus olhos eramamendoados, de uma cor tão clara que parecia ouro. Eleera um viajante consumado e desfrutava muito de suasaventuras. Em sua consciência fez girar o Merkaba querodeava seu corpo. Assim pôde mover -se através doespaço. Voou além de muitas nebulosas e se emocionouante a beleza e a sensação de ser completamente livre. Foipara um planeta que a primeira vista se via vazio, masquando se aproximou mais viu atoleiros de um líquidometálico que se convertia em seres que sorria e osaudavam. O universo certamente estava cheio demaravilhas! Em silêncio, Qi, o Professor da Ordem dasTúnicas Azuis, entrou em seu quarto: "A tilar, é hora deque descanse. Modulaste esta freqüência perfeitamente eagora tem que te recarregar".Relutantemente Atilar relaxou seu corpo. "Como deseja,Professor Qi".Atilar tinha servido ao Qi da infância e era seu alunopreferido. Qi tinha sido muito duro com ele porque

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conhecia seu potencial genético e porque tinha aesperança de que algum dia o substituísse em seu cargo.O Professor Qi falou: "Quando tiver descansado, meufilho, quero que venha à área de acesso para que conheçauma recém chegada. As sacerdo tisas da lua nos trouxeramuma menina que é um híbrido genético especial e paranós será interessante observar seu potencial para darpoder aos cristais".Atilar assentiu. Para ter um equilíbrio no centro de poderonde as energias eram predominantemente masculinas,necessitavam-se energias femininas. Estas tinham sidoengendradas para gerar as forças invisíveis, mas não lhespermitia pensar por si mesmos. Como sua educação eralimitada, não chamavam muito a atenção a Atilar; via-ascomo a gente poderia ver um transi stor ou a bateria deum carro.Atilar se retirou a sua cela e caiu em u m sono profundocom a esperança de retornar ao planeta de líquidometálico e continuar sua visita com os seres lá.Inanna e Melinar outra vez enfocaram suas consciênciasna Graciela. Como já sabiam o futuro de Atilar, somentedesejavam levar suas capacidad es aos outros Eumultidimensionais. Quando Graciela despertou, Melinarlhe projetou uma imagem a sua consciência.O sereno da manhã e a luz começaram a despertá -la. Emseu estado de sono, Graciela tinha percebido um quartocheio de cristais em forma de esp iral. Ali havia umhomem de cabelo cinza que se vestia com uma camisabranca e calças negras e que ficava de pé para sair doquarto. Parecia-lhe muito conhecido mas não podiarecordar onde nem como o tinha conhecido. Certamenteeste homem possuía mais dign idade que os homens desua época.A luz cinza e fria da manhã a obrigou a abrir seus olhos.Ela nunca antes tinha dormido fora no Noroeste do

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Pacífico. Seu saco de dormir estava empapado de sereno eseus pés estavam congelados. Seus queridos cãescorreram a beijar seu rosto como o faziam cada manhãpara saudá-la. Na cidade tinha que tomar o elevador parapassear com seus cães na manhã. Ela riu pensando que sesempre dormisse fora nunca teria que passear com seuscães.Foi à cozinha e acendeu sua estufa de m adeira, procurousua lata de café e viu que estava quase vazia. Em NovaIorque se havia aficionado a um café torrado porto -riquenho, mas agora teria que procurar outro café. Serviu -se de uma xícara de "expresso" com muito leite quente eum pouco de mel.A cabana de Graciela estava situada sobre um pequenovale em Montanha Perdida e desde sua janela podia ver asMontanhas Olímpicas. Perto da cabana havia um bosquede cedros; detrás de sua casa estavam as montanhas e oestreito do Juan da Fuca estava na parte de baixo. Era algoembriagador estar tão isolada em meio da natureza.Procurou um chapéu e saiu com seus cães para o bosque.Enquanto caminhava por um atalho, recordou outraépoca de sua vida.Quando era menina adorava os acampamentos de verão edurante cinco anos escapava da proteção de sua família ese ia a um acampamento de verão para meninas no sul deseu estado. Lá se acostumou a caminhar sozinha, com opretexto de que queria ir desenhar árvores. Mas naverdade lhe encantava estar sozinha com a nature za.Recordou que quando tinha sete anos tinha caminh adopor um atalho similar a esse . De repente e sem nenhumarazão se deteve a olhar para cima. No céu azul havia umasquantas nuvens brancas avultadas. "Posso ir par a casaagora?", tinha perguntado Graciel a. Uma voz lherespondeu. "Não, ainda não".

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Graciela realmente nunca soube com quem falava ou aque lar queria retornar. Era somente um dos muitosmistérios sem resolver em sua vida. Mas com segurançanunca se sentou a gosto em nenhum lugar da Terra. O larpaterno tinha sido asfixiante e desde que saiu de lá seconverteu em uma cigana virtual. Nervosamente semudava a cada dois anos posto que nunca se sentia emcasa em nenhum lugar.Agora na profundidade do bosque, estava de pé ao ladode um cedro enorme e antigo. Abraçou-o, colocou suacara perto da casca e inalou profundame nte. Asfragrâncias eram inefavelmente puras e refrescantes.Desejou poder beber a árvore. Uma brisa suave acari ciouseu rosto e se sentiu calma e feliz.Sentou-se. Sabia que não precisava sentar-se na posição delótus, mas o tinha feito durante tantos anos que foi algonatural nela. Recostou suas costas contra a árvore eenterrou suas mãos no chão do bosque. Não há nada tãoencantado como isto em nenhuma cidade, disse em tommeditativo. Entrou em um estado de meditação epermitiu que seus olhos se desfocassem. Desde que eramenina e ia à igreja, ela era capaz de converter em umaluz sutil dourada e vibrante tudo o que havia no campode sua visão. Isto era algo formoso, divertido e sempre afazia se sentir muito bem.Hoje via algo mais que uma luz. Entre dois cedros altoshavia três seres. Não eram tão sólidos como a gente veriauma pessoa; mas bem eram uma energia que se podiaprojetar como forma e a rodeava um resplendor. Gracielasentiu um pouco de medo mas uma grande curiosidade.Inanna se deu conta de que Olnwynn tinha seguido a ela ea Melinar até o bosque onde se encontrariam com aGraciela. Oh, não! Que irá fazer? Inanna se alegrou de lhehaver reparado o talho na garganta, o que certamenteteria aterrorizado a Graciela. Inanna lhe lançou um olhar

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ameaçador para mantê-lo à distância, mas tinha esquecidode assumir a forma de sacerdote dr uida e Olnwynn nãolhe estava prestando muita atenção."O que temos aqui? Uma menina completamente só nobosque com dois belos lobos e sem tocha!" ExclamouOlnwynn. "Quem é você?", pe rguntou Graciela. "Nãopreste atenção a ele, apenas está se acostumando a umnovo mundo", interrompeu Inanna. "viemos a este antigobosque para estar contigo, viemos para ser seus amigos,seus companheiros. Já não estará sozinha e lheajudaremos a encontrar o que está procurando".Melinar assumiu a forma de um ancião gentil de olhosbondosos e ao mesmo tempo reteve algun s efeitos dosbrilhantes mutantes. Falou-lhe com Graciela: "Minhamenina, vieste à Terra por uma razão. Ela não é seuverdadeiro lar e você é mais do que crê que é. T ivestemuitas outras expressões em outros mundos e veio aquiajudar porque o escolheu. Neste planeta vem uma grandemudança. Quanto mais humanos se possam preparar paraa mudança, mais fácil será para todos. Você escolhesteajudar neste processo".Foi como se algo que Graciela tinha mantido dentrotivesse começado a liberar -se e seu corpo pequenocomeçou a sacudir-se de todas essas emoções reprimid as.Começou a chorar à medida que o desafogo de todasessas velhas emoções passava através de seu corpo físico ede certo modo a deixavam mais aliviada. Como já nãopodia estar sentada, deitou-se sobre o chão do bosque.Enquanto a Terra e o bosque a curavam, sentiu que toda ador emocional desta existência, e possivelmente de outras,enterrava-se no profundo do chão do bosque.Inanna falou com ternura: "Graciela, sempre que quiserque lhe falemos, venha a este lugar. Estaremos aqui.Acostumará com a nossa amizade e logo nos achará ondequer que te encontre. Mas tem que nos convidar.

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Estaremos esperando assim como toda sua vida estivemosesperando que nos peça ajuda. Tem que nos abrir asportas. Amamo-lhe".Graciela se estremeceu e olhou a seu redor. Os cãesficaram totalmente quietos. Não se deram conta de quehouve visitantes. Quem tinha estado ali já se foi e Gracielaestava ficando com fome. Quando retornava à cabana seperguntou se seus novos amigos eram a mesma voz nasnuvens que tinha escutado quando er a uma menina.Suspirou. Um prato quente de sopa de macarrão cairiamuito bem agora. Os cães chegaram primeiro .Inanna olhou Melinar: "Você crê que a assustamos?"Melinar respondeu: "Não, mas foi suficiente por um dia.Temos que proceder lentamente. Você sa be como podemreagir os humanos ante muita energia e conhecimento. Otemor os pode retardar durante muitas vidas".Sim, Inanna tinha visto que isso tinha acontecido muitasvezes. Parecia que os humanos somente podiam agüentardose pequenas, mas o tempo se estava acabando; o ano2011 não estava muito longe. Inanna sabia que tinha quefalar com Olnwynn. Se ele insistia em acompanhá -los,tinha que pô-lo em conhecimento da situação. Talvezpodia lhes ser útil; depois de tu do ele era ardiloso eintrépido.

VI.- O PASSADO INEXISTENTE

Inanna e Melinar retornaram ao ovalóide. Este era umlugar central de concentração para eles e lhes ajudava amanter um pouco de ordem dentro de todo omalabarismo das mudanças de tempo dimensionais.Viajar através do tempo pode ser desconcertante inclusivepara o mais avançado viajante. D e vez em quando Inannase sentia tentada a imaginar que o passado era o passad oou que os Eu multidimensionai s eram consecutivos.

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Nesses momentos, Melinar lhe recordou que se centrassefirmemente, disse-lhe que não esquecesse que na mentedo Primeiro Criador o tempo não existe e que todas assuas encarnações eram simultâneas.Melinar observou que Olnwynn não estava. Inannacomeçou a examinar suas realidades e se deu conta de queo alto guerreiro ainda estava no bosque de cedros. Estelugar lhe recordava seu lar no norte da Irlanda e por issoestava triste e nostálgico. Pensou em seu filho. Haviatantas coisas que sentia saudades, tant as coisas quedeixou por fazer. Por que havia se tornado tão cruel co maqueles que amava?Inanna emitiu em sua consciência uma espécie de energiamagnética e brandamente o levou para o ovalóide. Anteesta nova situação Olnwynn reagiu com um estalo de ira.Ele tinha conhecido o temor, mas sempre o tinha expressoem forma de raiva. Perguntou onde estava e quem erameles.Inanna se voltou para o Melinar e ambos ficaram deacordo para mostrar-se ante o Olnwynn como seresradiantes de fóton, uma forma que parecia agradar aoshumanos. Conservaram a forma de humanos mas s euscorpos eram feitos de fótons que caíam em forma deestrelas fugazes e exibiam um amplo acerto de core sdouradas e de luzes mutantes . Era algo digno depresenciar. Olnwynn olhou com atenção as formas e sesentiu tranqüilo. Não obstante, Inanna estava um poucocansada e continuamente perdia esta forma. Trocou aforma do ser de fóton pela do sacerdote druida e logopassou a seu voluptuoso corpo azul pleyade nse. Istonaturalmente agitou a Olnwynn quem já tinha suficientesproblemas para ajustar-se a sua nova realidade."Suficiente!" Disse Olnwynn zangado. "Insisto em que medigam a verdade. Quem são vocês e o que faço aqui?"

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Melinar lhe respondeu: "Você é o que nós somos.Especificamente você é ela". Melinar apontou Inanna quetinha deixado de trocar de formas no momento e queficou no corpo azul, seu favorito. Olnwynn permaneceucético. A idéia de que ela era uma mulher azul lhe eratotalmente estranha, embora ela era encantadora e lheparecia muito familiar. Em sua vida tinha tido muitasvisões, mas ultimamente tinha sido muito difícil asesclarecer pois estava em um est ado permanente deembriaguez. Ele adorava bebida.Melinar seguiu sua explicação: "Nós somos o que você é.Esta é a senhora Inanna, que te criou, podemos dizê-loassim. Uma parte dela se projetou para o contínuoespaço/tempo para que formasse a ti, Olnwynn. Você teviu como uma entidade separada porque assim lhedesenharam, mas essa separação é uma ilusão. Suaconsciência e todos os dados de sua vida serãoreabsorvidos para o tudo, assim como todos os da dos sãoeventualmente absorvidos para a mente do PrimeiroCriador. Em realidade todos nós saímos d a mente Dele.Olnwynn não gostou nada dessa tolice de "reabsorver". Ofez pensar em coisas como aniquilação ou esquecimentototal.Melinar leu seus pensamentos e lhe explicou: "Não, meufilho, não será aniquilado. Você e sua consciênciapermanecerão intactas. Simplesmente chegarão a ser partede um corpo de dados maior e ao mesmo tempo será oOlnwynn que é familiar para ti. A senhora Inanna te crioucom um fim que é ajudar à liberação da espécie humana".A única maneira de liberação que recordava Olnwynn eracortar cabeças. Além disso não gostava da idéia de tersido criado por uma mulher para um propósito do qualele não sabia nada. Na Terra ele tinha sido um r ei e nãoestava acostumado a que o controlassem. Começou aqueixar-se. Era ele não mais que um peão no jogo de

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alguém? Tinha sido ele o brinquedo de alguém que nemsequer sabia que existia, sem importar quão atrativa foraagora?Melinar lhe sugeriu que se sentasse enquanto lheexplicava: "Faz 500.000 anos, um grupo de viajantes doespaço de um sistema chamado As Ple yades estabeleceuuma colônia mineira no planeta Terra. Era um grupofamiliar de um chefe supremo chamado Anu. Eles viviamem um planeta artificial que dá a volta a este sistema solarcada 3.600 anos. A família de Anu veio à Terra procurarouro para sua atmosfera, a qual estava quase esgotada porcausa de suas freqüentes guerras radioativas. A famíliaera um grupo muito conflitivo que tinha a tend ência a ir-se à guerra pela menor provocação."Uma vez estabelecida a colônia mineira, era óbvio que senecessitavam mais trabalhadores para as operaçõesmineiras, de modo que os cientistas da família, uma irmãe um irmão chamados Ninhursag e Enki tomaram umaespécie humanóide que habitava na Terra nesse tempo emanipularam seu material genético. Produziram um a raçade trabalhadores que depois foram os principaishabitantes deste planeta".Olnwynn estava pasmado. Quando era um moço tinhaouvido essas histórias dos ensinos secretos dos druidas,mas as tinha esquecido quando cresceu e começou adegolar a seus semelhantes na busca de poder. Haviamuitos mitos quanto a que os druidas procediam de umreino mágico chamado Atlântida. Segundo os druidas,tinha havido uma grande guerra, Atlâ ntida tinhadesaparecido sob o mar e seus habitantes tinhamemigrado para as ilhas nas quais tinha crescido Olnwynn."Então isso quer dizer que eu não fui mais que ummembro de uma raça de escravos?" A idéia era repulsiva aOlnwynn. Por outro lado, pensava que poderia ser algo

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muito interessante conquistar todo um planeta.... todasessas cabeças.Melinar se esforçou para levar a consciência do Olnwynnpara um estado mais elevado: "Não, meu filho, você foicriado pela senhora Inanna para resgatar a raça detrabalhadores. Um membro da família de Anu, um varãode nome Marduk, controla a Terra neste momento. Estaentidade e suas legiões se recusam a deixar livres aoshumanos. Desejamos que a raça humana retorne a suashabilidades originais, que conecte seus códigos genéticos.Desejamos lhes deixar o caminho livre e lhes permitir suaprópria evolução natural como era a intenção do PrimeiroCriador".Olnwynn não estava muito seguro do que eram oscódigos genéticos, mas estava começando a c ompreender.Inanna lhe estava dando toda a informação querequeresse sem chegar a confundi -lo. Como ele tinhalutado muitas vezes e de diferentes forma s contra ostiranos de seu lar, começou a compreender como eraMarduk. Quando era jovem ele tinha jurado lutar contra atirania onde quer que fosse , até que ele mesmo seconverteu em um tirano. Estes pensamentos o fizeramsentir-se triste.Sem saber de onde, apareceu um ancião real montado emum enorme dragão verde e dourado. Olnwynn só tinhavisto estes dragões em pinturas e estava um poucoperplexo, mas Inanna transferiu a sua mente a informaçãonecessária e ele se abriu aos visitantes.Inanna falou: "Olnwynn, este é meu tio avô Enki. É umdos criadores da espécie humana e este é Puffy, seudragão preferido".Enki sorriu; sempre se alegrava de ver Inanna e conheciamuito bem Melinar. Ele também estava projetandoporções de si mesmo na espécie humana em diferentestempos. Tinha dedicado toda sua energia a resgatar a

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espécie que ele tinha criado; a resgat ar das garras de seupróprio filho, Marduk. Para Enki havia muito em jogo.Enki falou com o multidimensional de Inanna: "Olnwynn,vim especialmente te visitar. Admirei-te muito de longe.Eu também fui muito aficionado à bebida e às mulheresda Terra. Essa combinação pode ser muito prazeirosa . Seeu tivesse sido tão de aparência agradável como você,haveria...."Simultaneamente Inanna e Melinar lançaram um olhar aEnki."Mas também admirei sua coragem infinita", adicionouEnki. "Coragem é o que necessitamos agora. Necessitaráde muito valor para que os meninos da Terra crêe m naverdade e eles têm que aprender estas coisas muito embreve. aproxima-se uma grande mudança em seu planetae desejamos instruí-los quanto a isto para que não tenhammedo. De ti, Olnwynn, eles poderiam receber estacoragem para saber, para saber a verdade".Olnwynn pensou para si que seria um prazer lutar contraeste Marduk e suas legiões. Fascinavam -lhe as boasbatalhas e se deu conta de que quanto mais tempo estavaseparado de seu lar, mais o amava e mais queria àspessoas que viviam lá. Desejava abraçar a seu filh o, einclusive sentia saudades de sua bela esposa. Desejou nãohavê-la tratado tão mal; possivelmente algum dia poderiarecompensá-la. Sim, que bom seria lutar contra esteMarduk, liberar as pessoas de todos os tiranos."Comprometo-me a ajudar a derrotar a este tirano. Darei -lhe coragem a tudo o que o peça. Podem contar comigo".Inanna sorriu ao formoso guerreiro. D epois de tudo, eraprovável que não se perdeu toda a energia que ela tinhaposto neste homem apaixonado. Melinar lhe recordou quenunca se perde nada.

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"Bem Olnwynn, isso está muito bem", disse Inanna comternura. "Mas é melhor que te acostume a viajar notempo!"

VII.- UM POUCO DE INTERAÇÃO

Inanna observou como Enki e seu dragão se desvaneciam,de retorno para sua própria realidade. Ela amava Enki erealmente nunca o culpou do que tinha acontecido, masde vez em quando sim, pensava que se ele tivesse sidocapaz de enfrentar a seu filho Marduk, ela ainda poderiaser a rainha da Suméria. Não obstante, a verdade era quetoda a família tinha posto seu grão de areia na criação deMarduk. E, depois de tudo, Marduk era tanto parte doPrimeiro Criador como o eram eles. Todos eram parte deuma grande comédia cósmica, o equilíbrio ent re aschamadas forças da luz e a escuridão. Agora dependiadela e do resto da família fazer os ajustes necessários nabalança de poder.Olnwynn estava começando a compreender o queacontecia. Deu-se conta de que esta mulher tinha baixadodas estrelas à Terra e de algum modo mágico tinhaprojetado uma parte de si mesmo dentro de muitos corposdiferentes para poder criá-lo a ele e a quantos outros mais,ele não sabia. Compreendeu que seu grupo compostotinha a missão de resgatar aos habitantes da Terra de umtirano cujo nome era Marduk. Obviamente, faltavammuitas peças neste quebra-cabeças."Há outros como eu lá?", perguntou Olnwynn. "Sim",respondeu Inanna. Rapidamente esquadrinhou alguns deseu atuais Eu e os bancos de dados."Acredito que estou começando a compreender", disseOlnwynn em voz baixa. "Quando eu era um menino vocêfoi a que me falava. Mais tarde, foi você quem me

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inspirou na poesia e todas essas visões que tive procediamde ti. Se só te tivesse escutado, teria podido recordar".Inanna lhe respondeu amavelmente: "Eu não fiz tudo;você sempre foi muito intrépido. Veio de uma magníficalinhagem com um potencial ilimitado, do qual você usougrande parte. Foi minha idéia te deixar como um órfãocom o fim de que me buscasse. Esqueci -me de quãocapitalista era o álcool para bloquear qualquercomunicação psíquica. Você viveu em um ambiente detemor e guerras intermináveis planejadas por meu primo,o tirano Marduk. Não culpe a ti mesmo; mas bem pensano que aprendeste".Ele, Inanna e Melinar voltaram sua atenção para aGraciela: Olnwynn nunca tinha visto uma mulher quetivesse o valor para viver sozinha em um bosque. Eleadmirava muito a seus lobos."Cães, Olnwynn, são formosos cães", corrigiu -lhe Melinar."Pode ajudar a Graciela, pode-a inspirar com sua coragem.Vêem, nos aproximemos dela".Graciela não tinha esquecido a experiência que tevebosque e se comprometeu a meditar entre as três e quatrode cada manhã. decidiu-se a realizar o que ela chamou "odeserto", que para ela significava nada de chamadastelefônicas, nada de televisão, nada de periódicos.Permitiu-se escutar certa classe de música e ler unsquantos livros inspiradores como O Mahabbarata, o TaoTeh Ching do Lao Tzu, ou O Livro Tibetano dos Mortos.Tinha lido sobre o tanque de flutuação desen hado peloJohn Lilly, o cientista que falava com os golfinhos. Decidiuinventar seu próprio tanque, encheu sua banheira quaseaté a beira e colocou velas aos lados. À luz das velas sedeitou na água arqueando suas costas e deixando só onariz por cima do nível da água. Assim flutuaria durantehoras até que a água se esfriasse tanto que a distrairia.Logo passaria a outro quarto a meditar. Tinha um teclado

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eletrônico barato, o qual tinha um botão que ao pressioná -lo tocaria uma nota até que se esgotassem as baterias.Então enfocava sua consciência enquanto escutava essetom musical contínuo.Os três primeiros dias do "deserto" eram os mais difíceis.Fizesse algo por fazer uma chamada ou ver o programamais estúpido na televisão nesses três primeiros dias. Masse se mantinha firme em sua decisão , as recompensasseriam boas. Depois de três dias tudo o que a rodeavaemanava beleza e seus guias lhe aproximavam mais. Eraalgo maravilhoso; estes momentos de beleza constituíamas horas mais felizes de sua vida. Anter iormente tinhapercorrido "o deserto" para encontrar a paz. Assim elasentia que estava em um monastério no alto do Himalaiano Tibet.Uma vez esteve com uma equipe de filmagem naInglaterra. Estavam gravando um document ário sobre amúsica tibetana. Sentiu-se muito impressionada empresença daqueles monges; os sons de seus sinos e chifresa transportavam até sua luz dourada. Mas quando tudoterminou, sem sabê-lo, aproximou-se muito ao altarsagrado. Ignorava que, segundo a crença deles, se tinhaestado menstruando, seu toque mancharia o altar sagrado.Disseram-lhe que lhes teria tomado seis meses parapurificá-lo. Os monges não lhe permitiram que seaproximasse mais, o que feriu seus sentimentos e aconfundiu. Esse dia perdeu todo seu interesse no Tibet ese deu conta de que lá não encontraria o que estavaprocurando. Instintivamente ela sabia que o mesmosangue que produzia a vida não podia ser impura.Sentada frente a sua mesa de meditação, Graciela passou aoutra realidade. Anteriormente tinha recordado su asvidas passadas. Foi como se de repente pudesse veratravés dos olhos de outro ser e, enquanto olhavafixamente as pedras duras do que parecia ser a cela de

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uma prisão, arrojaram-lhe uma túnica azul sobre "seu"corpo. Mas não era seu corpo; era um homem de cabelocomprido cinza que levava uma camisa branca suja ecalças negras. O homem parecia estar emocionado.Atilar jazia imóvel sobre um piso frio de pedra. P or que otinha feito? Ele, que tinha controlado todos os impulsos desua vida, via-se a si mesmo totalmente perplexo ante suaimpotência total. Agora todo se foi, tudo estava perdido enão podia recuperar-se. A morte seria motivo de alegria.Pensou no primeiro momento em que a tinha visto. OProfessor Qi o tinha chamado à área de acesso para queconhecesse a nova garota que lhes tinham levado assacerdotisas da Lua. Era algo rotineiro, acontecia todos osdias, até que ele a viu. O que tinha ela? Era como se Atilara tivesse conhecido durante toda a eternidade. Suapresença tocou uma parte adormecido d e seu ser e lhe fezsentir algo que nunca havia sentido antes. Não erasimplesmente porque fora bela; todas as garotasescolhidas pela Ordem da Lua eram es quisitamente belas.Mas esta era de algum modo diferente. Sua pele era da corde nata fresca e seus olhos eram azul escuro como o mar.Seu cabelo de cobre caía por seu corpo e tocava o piso.Não obstante, foi sua pureza o que lhe atravessou umaflecha em sua alma. O estar perto lhe produzia a maisdoce dor.A tragédia começou quando o Professor Qi, de umamaneira rotineira, pôs a moça sob o cuidado de Atilar. P orque não notou o Professor Qi a mudança em seuestudante preferido? Ou realmente o notou?Naturalmente a moça admirava Atilar; ele era conhecidopor toda a Atlântida como o herdeiro do Professor Qi e omais avançado na disciplina de modular os cristais pormeio do pensamento. Todas as noviças jovens adoravamAtilar de longe. Ele não prestava muita atenção a essascoisas. Isso não lhe interessava, até agora.

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Solitário em seu quarto, Atilar começou a abrigarpensamentos que nunca antes tinha tido. Sabia que seaplicava a magia que tinha aprendido durante todos osanos, facilmente poderia seduzir à garota. Também sabiaque a magia faria que o encontro fosse de proporçõescósmicas. Seria algo assim como se ele e a garota fossemas energias em bruto do universo que se convertem emuma. Somente um homem dos talentos e experiência deAtilar poderia gerar esta forma de fazer o amor. E ele aamava desesperada e totalmente com todo seu ser. antesde conhecê-la tinha vivido pela metade; agora sabia.Inclusive sua tortura era um êxtase para ele. O tempopassou.Cada dia Atilar inventava mais desculpa para poder estarcom a garota. Ela estava em todos seus pensamentos. Eramuito normal que uma sacerdotisa da Ord em da Luaacompanhasse a alguém como Atilar ao Grande Salão doscristais. Normalmente, a garota simplesmente se sentavaem silêncio e gerava a polaridade da energia feminina quese requeria, mas um dia Atilar fez uma sugestão.Disse-lhe à garota que se sentasse frente a ele e olhasseprofundamente em seus olhos. Explicou -lhe que estavaexperimentando novos métodos para modular afreqüência dos cristais. A garota lhe obedeceu e colocouseu formoso corpo branco frente a ele. Ela o adorava efaria tudo que lhe pedisse.Atilar olhou para os profundos olhos azuis de sua amada.Durante horas estiveram unido s nesta forma e os doispuros trocaram sua energia. À medida que as freqüênciasde seus corpos se aceleravam, eles eram trans portados auma nova realidade. Atilar e a garota se tornaram um. Opiso, o quarto, inclusive a Atlâ ntida inteira desapareceu.A única coisa que existia era sua unidade que emanavapoder e se convertia em uma luz pura. O tempo e o espaçose desvaneceram.

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Se Atilar se conformasse permanecendo nesse estado nadateria acontecido. Mas o homem que havia dentro dele, ohumano, desejava a consumação. Concentrou-se sobre seucabelo de cobre e sua elegante garganta cremosa e adespojou de sua túnica. Seus peitos eram pequenos eperfeitos; acariciou-os. Brandamente a deitou e de umamaneira carinhosa penetrou sua doçura sagrada. Seucoração pulsava à medida que o sangue corria por seucorpo até que sua paixão se derramou dentro dela. Nuncaantes tinha conhecido tal felicidade, tal gozo. Os cristaisdo salão começaram a ressonar com seu amor, começarama cantar e emitiam harmonias doces como resposta a estapoderosa força.As portas se abriram de par em par quando o Professor Qie os guardiães entraram bruscamente no ninho dosamantes. O feitiço se rompeu de uma maneira cruel elevaram Atilar a uma cela. Em meio de um choque mentalele jazia sobre as pedras duras, incapaz de mover -sedurante muitos dias.Atilar refletiu sobre sua vida enquanto olhava a águaestancada que se detinha nas gretas do piso de pedra .Nunca lhe tinham dado opções. Desde que nasceu lhedisseram qual era seu destino. Nunca teve oportunidadede jogar quando era menino, pois o treinaraminflexivelmente. Nunca tinha amado, nunca tinha jogado.Converteu-se em um professor, mas retrospectiva mentese deu conta da futilidade de tudo. Sempre houve algoque faltava e, até que viu sua amada, não tinha conhecidoo nome do espaço vazio que havia dentro dele, o qualnunca puderam encher a disciplina interminável e o ritualrepetitivo. Nunca teve tempo ou lugar para sentir, paraamar, para ser espontâneo e agora lhe parecia óbvio quetais ideais adquirem forma indevida, se convert em emarmadilhas, agora estava na cela de uma prisão. Fielmentetinha completo os compromissos da Ordem das Túnicas

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Azuis, mas nunca lhe deram a oportunidade de criar algopor si mesmo. Em essência, tinha sido um escravo.O Professor Qi entrou em sua cela. Os dois homens seolharam e os olhos do Professor Qi se encheram delágrimas."Meu filho, falhaste em sua última prova. Profanaste auma virgem da Deusa da Lua e agora tem que morrer".Ele sabia que Qi dizia somente a verdade. Em algum lugardentro de sua alma Atilar entendia que uma vida semsentimento, sem amor, era uma vida vivida pela metade,de modo que aceitou seu destin o. Estava preparado paramorrer.Como o Professor Qi tinha pedido indulgência, Atilarperderia somente sua vida e lhe perdoariam o horrormáximo. O raio laser que sairia do cristal central sódestruiria seu corpo físico, mas sua alma permaneceriaintacta. Atilar assentiu; tinha que ser executado. Muitasvezes antes tinha saído de seu corpo, mas desta vez nãoretornaria.Chegaram os guardas à cela e o escoltaram para a câmarada morte, onde o encadearam a uma parede frente aoenorme cristal. Todos saíram do quarto, acendeu-se o raioe em segundos o corpo do Atilar se converteu em cinzas.Enquanto Atilar flutuava livre por cima de sua carne, seuamor pela jovem sacerdotisa o levou até seus aposentos.Seus formosos olhos azuis estavam vermelhos e inchadosde chorar e Atilar se deu conta de que a moça estavagrávida. Desesperadamente queria abraçá -la uma vezmais e cuidá-la. Tudo era tão triste. Meu amor inocente,pensou, o que será de ti? A dor que sentiu em seu coraçãopor deixá-la era mais do que qualquer home m pudesseagüentar. Como poderia encontrá -la de novo?Graciela estava muito cansada. Estava chorando porAtilar e a garota, e esse apare lho de laser a assustoumuito. Por que não pôde ter sido simplesmente bela, rica e

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poderosa como as outras pessoas que r ecordavam suasvidas passadas? Certamente não tinha sido fácil no planofísico.

VIII.- CHANDHROMA

Inanna e Melinar entraram na consciência de Graciela.Olnwynn os seguiu. Do ponto de vista de Graciela, elesapareciam como um campo de força dourado e suti l quecontinha três figuras altas que estavam de pé em sua sala,junto à chaminé. Graciela tinha estado absorvend o aslições dos dados da vida de Atilar.Ela suspirou: "Como é possível que haja tanto sofrimento?Como pode o Primeiro Criador observar este d ramainterminável de vida e morte, de beleza e dor? O que é oPrimeiro Criador?"Melinar lhe respondeu: "O Primeiro Criador É".Oh, não! que resposta, pensou Graciela. "Escute, senhor,quando o coração de um está partido, o conceito de É nãoé muito consolador".Inanna pensou em algumas de suas experiências na Terra,inclusive como um ser extraterrestre de out ra freqüênciade tempo ela tinha sentido que lhe tinham quebrado ocoração mais de uma vez. Desejou pensar em al go quepudesse dar a Graciela a respos ta que necessitava. Elaolhou Melinar lhe implorando que dissesse algo."Minha filha, esta é a tarefa a que te enfrenta", disse ele."Deve saltar das 10.000 Coisas, através do abismo de suadúvida, até o lugar do magnífico É. Lá encontrará averdade que procura ao sentir o que o Primeiro Criadorsente. Lá saberá".Isso aparenta muito pavoroso, pensou Graciela. imaginouque as 10.000 Coisas deveriam ser todo s essespensamentos e coisas corriqueiras que distraem a todos oshumanos cada minuto do dia, e nenhum dos quais parece

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importar quando um se aproxima da morte, aexperiências de perda trágica, ou quando chega ummomento crucial. Mas a idéia de um abismo a encheu detemor. Pensou nesse filme com o Harrison Ford, quandoestendeu seu pé sobre um desfiladeiro aparentemente semfundo para dar um salto de fé. Ali havia uma ponteinvisível para ele e ele o atravessou. Seria assim fácil paraela? Graciela tinha pavor às alturas. Só o fato de estarparada em um balcão lhe produzia vertigem; sentia umformigamento nos pés e se sentia apavorada à borda.Olnwynn viu uma oportunidade e se apresentou. Com aajuda de Inanna, ofereceu seu amparo e coragem aGraciela. Inanna mostrou a Graciela os dados doOlnwynn enquanto que simultaneamente lhe mostrava osdela a ele.Inanna escolheu um momento na infância da Gracielapara mostrar-lhe ao Olnwynn. Ela tinha escassos três anose estava sentada na mesa com sua família. Seu paientregou um pedaço de frango frito mas ela não o queria.Graciela levantou a coxa do frango e com for ça o atiroucontra a parede.Olnwynn riu e viu sua própria teimosia na Graciela. Logoreconheceu quem eram os membros da família daGraciela. "Por Deus! São eles, todos eles!" S urpreendeu-sede ver que a mãe da Graciela era sua bela esposa, o pai erao irmão do Olnwynn e o irmão da Graciela não era outroque seu filho. Ainda estavam juntos em outro tempo. P orque tinha nascido Graciela em uma famí lia com estes trêsquem obviamente ainda tinham más lembranças esentimentos para ele? Ou era que sentiam temor eressentimento para a Graciela? Não era de sentir saudadesentão que Graciela não fora feliz.Inanna respondeu os pensamentos do Olnwynn e lheexplicou que essa era uma maneira extremamente útil deaprender e de evoluir. E, além disso, esses três queriam

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estar juntos. Compartilhavam um laço. Como Olnwynn,você os tratou mau e os controlou. Agora como Graciela aexperiência é muito diferente, de certo modo, investiu -se.Graciela, que não podia deixar de escutar, pensava: seInanna queria experimentar estas coisas, por quesimplesmente não se meteu em um corpo ela mesma eviveu, em vez de fazer que Graciela e Olnwynn ofizessem?"Fiz-o, Graciela. Eu sou você. Eu fui tudo o que você foste,e tenho sentido tudo o que você tem sentido". Inannatinha a esperança de fazê-la compreender, mas nãoparecia tão fácil posto que Graciela estava em um corpofísico de carne vulnerável e com sistema nervoso parcial."É esse sistema nervoso parcial o que eu quero corrigir",adicionou Inanna. "Se todos os meus Eusmultidimensionais reúnem suficientes dados paraprecaver-se dos modelos repetitivos das experiências desuas vidas, possivelmente um, possivelmente você,Graciela, crescerá além de suas limitações e porá em açãoos códigos genéticos divinos que estão latentes dentro deti. É possível. Seria como se você lhe adicionasse maiorcapacidade a seu computador. Tem a tecnologia; só tefalta a vontade para fazê-lo. Há tantas distrações, como as10.000 Coisas e o halo de freqüências eletromagnéticasque colocaram ao redor de se u planeta aqueles quedesejam que permaneça como uma pulseira".Graciela estava começando a compreender o que Inannadizia. Se ela, Graciela, (que era aparentemente Inanna)pudesse de algum modo fundir -se com o Olnwynn eAtilar, assim como com todos os out ros que em realidadeeram Graciela, então haveria a possibilidade de que tantoconhecimento e dados combinados pudess em ativar osgens adormecidos. Transladaria -se a mudança de umhumano para outros?

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"Sim!", respondeu Inanna e suspirou com uma sensaçãode satisfação de que pelo menos tinha chegado a um deseu Eu multidimensional . Nesse momento Olnwynn seanimou e começou a rir."Isto poderia ser muito divertido!", disse ele. Prometeuajudar a Graciela para que encontrasse a coragemsuficiente e se sentou ao lado dos cães com o desejo depoder acariciá-los. Graciela se deu conta de que os doiscães permaneceram calmos ante a presença de seus novosamigos. Bom, certamente já não estava sozinha."Há alguém mais?", perguntou a Inanna e Melinar.

Chandhroma nunca tinha sido tão formosa como sua mãe,mas era bonita e elegante. Teve sorte de que não aasfixiassem no momento do nascimento como seacostumava fazê-lo com os bebês fêmeas que nasciamnessa época. Sua mãe não teve a coragem de matá -la,embora não havia razão para conservá-la.Era o século XVI d.C., no norte da Índia. A mãe daChandhroma era uma prostituta, embora e ra uma cortesãda classe alta. Apaixonou-se por um poderoso conselheirodo Sultão de Cachemira. Somente lhe era útil a estehomem como concubina, não como a mãe de seus filhos.Naturalmente, se o bebê tivesse sido varão, lhe teriaencontrado algum lugar na corte. Mas a filha de umaprostituta não servia a ninguém. De modo que aos trêsanos, Chandhroma foi entregue à escola de dança onde foicriada para ser uma bailarina da corte e onde recebeu umtreinamento rigoroso. Felizmente ela se sobressaiu nestaarte porque amava a dança com paixão.Chandhroma estava sentada só no Templo da Dança.Freqüentemente vinha ali a dançar para "a dama" que àsvezes lhe aparecia. Rodeavam-na colunas de pedra comtalhas fantásticas do Kali e Lakshmi, os Gandharvas, osapsarases e os dakini dançantes. Frente a ela só uma vela

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iluminava as sombras do grande salão e uma lua cheiabanhava com sua fria luz os pisos de mármo re brilhantes.Chandhroma se sentou em quietude total. Tinha 14 anos etinha sido treinada nas artes da dança dura nte onze anos.Sentia saudades de sua mãe, mas "a dama" que vinhaenchia o vazio de seu coração e lhe parecia que era umadeusa. Como Krishna, a dama tinha uma formosa pe leazul turquesa. Levava muitos colares de lápis lázuli ebraceletes de ouro. Chandhroma pensava que sua damaazul era ainda mais formosa que sua própria mãe.Ela ficou de pé e começou a dançar, com graça dava voltasenquanto que os pequenos sinos de prata que tinha nostornozelos emitiam suaves tons através das colunas dosalão. Em sua mente, Chandhroma chegou a ser uma coma deusa. Imagens da dama azul, do Lakshmi e de Taraencheram sua consciência. Chamou para si aos dakinesdançantes e se converteu em uma com a luz da lua. Suasmãos eram expressões graciosas de esperança humana eseu corpo cantava com a beleza da noite. Dançar sozinhapara sua deusa era seu maior gozo.Quando sentiu a presença da dama azul, deixou dedançar e ficou quieta. Sua respiração era curta e moviaseus peitos quase imperceptivelmente. Gritou: "Dama,queria falar contigo esta noite. Logo me levarão a paláciodo Sultão para dançar. Estará comigo para me guiar nadança?"Inanna lhe respondeu: "Sim, minha a mada moça, estoucontigo a onde quer que você vá. Sou parte de ti. Meuamor por ti é eterno e nunca está sozinha porque aquiestou te protegendo. Amo o que você é".Chandhroma sentiu a presença de um intruso. "Quem estálá?", gritou ela."Só um admirador, minha menina", respondeu oforasteiro. "Eu sou Vasudeva, o arquiteto dos palácios doSultão. Seu professor de dança me falou de suas

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apresentações noturnas e vim em segredo paracontemplar sua beleza. Sou um ancião, e não ten hointenções de te fazer dano. Quero ser seu amigo".Chandhroma procurou a aprovação de sua dama azul,que sorriu e assentiu. Então este é meu destino, pensouela.Vasuveda continuou: "Entendo que está sedenta deconhecimento, e que passas seus momentos livresdesenhando os pavilhões e as esculturas do templo.Desejo te ensinar estas coisas. Uma vez tive uma filha tãoformosa como você que estava no apogeu de sua beleza,mas uma enfermidade misteriosa me arrebatou isso. Eraminha única luz neste mundo e você me recorda isso. M epermita que seja seu mentor quando te mudar para opalácio e te ensinarei a ler e escrever, assim comomatemática, linguagem e arquitetura".Era algo inaudito. A nenhuma mulher lhe permitiaaprender estas coisas. Ela sempre tinha queridoconhecimento e em segredo t inha tentado aprender aescrever em sânscrito, mas às mulheres não lhes animavaa que fizessem essas coisas. Ela não era mais que umabailarina do templo. Sua posição não era melhor que a deuma prostituta, como sua mãe."E o que terei que fazer em troca?" , perguntou."Trabalhar muito duro. Deve te dedicar a estas novas artese continuar com sua dança. De outro modo não lhepermitiriam permanecer no palácio. Está ao serviço doSultão, mas ele é meu amigo e está muito satisfeito comesta minha extravagância . É bem sabido que você édotada, que os deuses lhe sorriem e que se interessammuito por ti. É minha intenção fazer o mesmo. Será comouma filha para mim"."Aceito". Foi tudo o que pôde dizer com o coração nagarganta. Muito certamente a dama azul lhe dev eu ter

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proporcionado esta oportunidade. Certamente, deve serum presente dos deuses.Inanna estava feliz com o progresso da Chandhroma. Agarota tinha uma mente estupenda, aprendia muitorapidamente e se converteu no maior orgulho daVasudeva. À medida que sua fama como dançarinacrescia, ajudava a Vasudeva em seus projetos dearquitetura. Até lhe encarregou o desenho de um jardimpequeno. Cachemira era mundialmente conhecida porseus jardins. Era uma época maravilhosa para aChandhroma. Vasudeva a queria m uito e, embora muitosa admiravam e a cortejavam, só lhe interessavam a dançae o conhecimento. Ela pensava que certamente deviahaver outras mulheres que desejavam ter essasoportunidades.Um dia ela estava sozinha desenhan do no jardim. Umhomem jovem de aparência agradável apareceu ante ela ese apresentou. Era o filho e herdeiro do Sultão. Elanaturalmente o tinha visto na corte quando dançava masnunca se imaginou que o conheceria e certamente nãoestando sozinha. O Sultão lhe tinha p osto a seu filho onome de Arjuna como o famoso arqueiro das escriturasantigas."Chandhroma, estou desesperadamente apaixonado porti", disse Arjuna. "Vi-te dançar e Vasudeva me contouhistórias sobre seu garbo e inteligência. Houve algumavez uma mulher tão dotada e tão fo rmosa como você noreino de meu pai?"Por um momento seus olhos se encontraram em silêncio.A moça não tinha pensado muito no romance, não tinhatempo para isso e não queria ter minar prostituta como suamãe. Mas este jovem a fazia sentir coisas que lhe era mtotalmente desconhecidas.

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Então Arjuna começou a lhe falar meigamente e de umamaneira espontânea lhe expressou seu amor e desejo porela:"Chandhroma, estive esperando este momento. Vem atémim, amada, deixa que meus braços lhe abracem. Suapele radiante esconde os fogos ardentes debaixo dela.Cada célula de meu corpo ressona com seu ser. Desejoestar perto de ti, amada. Seus olhos me aproximam maisdo meu Lar. Sigo sua profunda escuridão como ummenino inocente que só conhece um chamado. Atraídopara ti como a lua atrai as correntes, as chamasestendem-se por meu corpo. O desejo me aflige nestastardes quentes. Imagino cada aspecto de seu ser.Separados em corpo, unidos em alma e espírito, sempreestá comigo. Sinto o batimento do coração de seu coração,seu fôlego. Minhas células vibram com sua vida e commeu desejo de nossa união. Como desejei uma como vocêem todos os lugares e tempos. Procuro o calor de seusuave beijo para que desperte os verdadeiros fogos queardem dentro de mim. Permite que meu amor, como aluz do sol, derrame-se sobre seu corpo e alma"Chandhroma ficou transfigurada com suas palavras, seucoração estava conquistado. Ela sorriu, Arjuna se sentou aseu lado e tocou suas mãos. Finalmente os doiscomeçaram a rir e a falar como se se c onheceram durantetodas seus estoque e inclusive além delas. diz -se que oamor verdadeiro pode ser assim.Inanna se alegrou muito pela Chandhroma, mas tambémsentiu o perigo. Já havia muitas mulheres mexericando nacorte do Sultão. Sentiam inveja e desprez o pela moça.Agora que o filho do Sultão lhe tinha dedicado todos seusafetos a ela, quem sabe aonde chegariam to dos essesciúmes? O veneno era a solução mais conhecido para asrivalidades dentro do harém.

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Às mulheres do palácio lhes permitia tão pouca lib erdadeque suas energias terminavam por menosprezar-se entresi. De vez em quando se chegava até matar a um bebêpara tirar do caminho um herdeiro potencial. Certamenteo harém podia ser um lugar perigoso. Como era umabailarina, em realidade Chandhroma nu nca tinha sidoparte desse mundo, além disso goz ava do amparo daVasudeva. Mas os cuidados da Arjuna a converteriam emalguma concubina frustrada com ambições de poder.Inanna sabia que as mulheres dessa épo ca maliciosamenteconspiravam uma contra a outra para defender seuescasso território. A impotência das mulheres feriaprofundamente a Inanna, mas era imperativo queadvertisse a Chandhroma sobre o perigo.Mas ela estava muito apaixonada e sob o feitiço de Arjunase encontrava já em um mundo longínquo. O s doisamantes passavam seus dias tomando vinho e fazendoamor nos jardins mágicos de Cachemira. No palácio todosfalavam sobre sua relação. Inanna não pôde por nenhummeio obter a atenção da Chandhroma. Como podia lheadvertir?Um dia Chandhroma retornou a seu quarto e sobre amesa encontrou um presente. Era uma garrafa de ourocom rubis vermelhos incrustados. A habilidade de quem adesenhou era impressionante e havia uma nota quedescrevia as propriedades mágicas do conteúdo dagarrafa. Dizia que era o el ixir da beleza eterna e avitalidade. Inocentemente, Chandhroma abriu a garrafa echeirou seu conteúdo. O quarto se encheu com o aroma decem rosas e Chandhroma se deixou vencer pelo desejo deprovar o elixir. Inanna temeu o pior e evocou seuspoderes para o qual tombou um formoso floreiro com ofim de atrair a atenção da Chandhroma. O floreiro caiu ese quebrou sobre os ladrilhos de mármore, mas

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Chandhroma estava totalmente distraída, possu ída pelofeitiço da fragrância de rosas.Levantou a garrafa até seus lábios. Ao provar o líquido,sentiu uma contração violenta em seu corpo. Qua ndo caiuao piso duro, pensou em Arjuna. Como desejava sentirseus braços a seu redor, saborear uma vez mais seuslábios e olhar no profundo de seus olhos. Tratou de gritar,mas toda sua força se foi. Sua vida lhe escapou. QuandoChandhroma se retirou de seu corpo, Inanna estava lápara abraçá-la.

IX.- LIVROS E SAPATOS

Graciela recordou como lhe tinha encantado a dança.Quando era uma menina, levava à sua cama cachecóisgrandes, colocava-os debaixo de suas mantas e simulavaque elas eram seu traje de dança. I maginava que era umabailarina famosa em um reino mágico. Sua imaginação lhepermitia fazer estes vôos de fantasia durante horas.Durante sete anos estudou balé e sua mãe lhe comprouum par de sapatilhas vermelhas porque Graciela tinhagostado muito do filme "As Sapatilhas Vermelhas".Graciela pensou nos sapatos que tinha perdido aquele diaem Nova Iorque. Parecia-lhe que tinha passado tantotempo.Ela se perguntou se a vida d a Chandhroma comobailarina de algum modo tinha tido que ver com seu amorpela dança. Afetavam todas a vidas multidimensionai s dealgum jeito a todas as outras? Graciela tratou de imaginar -se dirigindo uma tocha, o que fez rir ao Olnwynn. Este setinha apegado à consciência da Graciela, estava muitointeressado em sua família e amava muito a seus cães.Corria com eles pelo bosque e para tomar dianteira ,atravessava árvores.

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As lembranças dos outros Eu s eram tão claros. Lheparecia que estavam mostrando filmes holográficos a todacor das vidas de pessoas às quais, de uma formamisteriosa, sentia-se muito próxima. Pensou em muitosdos incidentes mágicos de sua vida. Sabia que de sua mãetinha herdado suas habilidades psíquicas. A mãe sempresabia o que Graciela estava pensando, o que constituíauma moléstia para ela, porque sua mãe nenhuma vezesteve de acordo com o que fazia.Nos anos sessenta. Graciela tinha experimentadosubstâncias que alteram a mente, como tantos outros desua geração, mas uma voz lhe adve rtiu que desistissedisto. Não lhe podia atribuir seu desejo de saber averdade a nenhuma dessas experiências. Da adolescência,estava decidida a encontrar respostas e dos quatorze anostinha seu jornal. Tinha-o começado com estas palavras:"Isto é para provar que uma garota pode pensar por simesma". E era precisamente o pensar por si mesmo o quesempre a tinha metido em problemas.Todos queriam que luzisse formosa e que se casasse comum homem bem rico. Sua mãe lhe tinha advertido queninguém se casaria com ela se continuava lendo esseslivros. Graciela percebeu que sua vida era vazia e queestava cheia de hipocrisia. Tratava de ser como os outros,mas não podia. Era como se o Flautista de Hamelinestivesse tocando em algum lugar de seu interior,exortando-a a outra classe de vida. Por que tinha nascidonaquela família? Agora parecia que Olnwynn tivesse asrespostas. De fato sua mãe lhe devia a vida que lhe tinhaarrebatado ao Olnwynn, mas sua pobre mãe tampoucoera feliz. Estava o passado atormentando seu pai e a suamãe? Não era seu pai um tirano como foi Olnwynn?Quando terminaria tudo isto?"Só terminará quando você o troque", disse Inanna. "Achave está dentro de ti, Graciela. Suas realizações, unidas

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a toda a sabedoria dos outros Eu multidimensionai s,ativarão as secreções hormonais que estão adormecidasem seu corpo. Sua consciência transformará seu corpofísico e, à medida que troque sua percepção da realidade,trocará sua vida neste plano. Mas eu não o posso fazer porti, amada, você deve fazê-lo por ti mesma. Este é umuniverso de livre-arbítrio e se eu te obrigar a trocar, violoa lei do livre-arbítrio".Graciela pensou que era uma lástima. Queria que Inanna eMelinar a tocassem com uma varinha mágica e trocassemtudo o que há no mundo. Mas evidente mente, não ia serassim. De algum modo ela o tinha que fazer por si mesmo.Pensou em todas as histórias que tinha lido sobre osgrandes professores que passavam anos disciplinando -senas partes altas das montanhas. Na epopéia hindu, oMahabbarata, aqueles que aspiravam a conhecer averdade ou à ajuda dos deuses sempre executavam o quese chamava tampas. Graciela tinha aprendido que istosignificava "gerar calor". No corpo se podia realmenteproduzir algo que era como um calor divino, e ela seperguntava se esse era o segredo para pôr a funcionar osistema endócrino. Está escrito que nos tempos antigos osque queriam obter habilidades mágicas se par avam emum dedo do pé durante 2.000 anos, uma imagem quesempre divertia a Graciela.Ela tinha procurado muitos professores e escolas para querespondessem suas intermináveis pergunta, mas cadafonte de conhecimento tinha parado na armadilha de serseduzida pelo poder que exerci a sobre seus estudantes. Àprincípio era muito deplorável para a Graciela, mas, àmedida que via que este modelo se repetia, deu -se contade que a tirania disfarçada era a conclusão lógica damaioria das escolas. A verdade espontânea não se podiaconverter em uma lei. A melhor expressão disto aencontrou em um professor chinês, Lao Tzu quem di sse

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algo assim como que a verdade não pode ser expressamais que por aqueles que não a entendem.Graciela sabia que tinha que encontrar a verdade dentrode si mesmo.Atilar estava começando a acostumar -se a seu novo meioambiente. Ele tinha sido treinado p ara sair de seu corpo eviajar a outras dimensões, de maneira que a morte não eraalgo tão horrível para ele. Mas a perda de seu verdadeiroamor, a jovem sacerdotisa da Lua, temporalmente tinhaprejudicado suas percepções. A paixão que eles juntostinham produzido trocou drasticamente seu nível normalde energia, por isso necessitava de tempo para poderassimilar tudas estas mudanças.Instintivamente ele sabia quem e o que eram Inanna eMelinar. Com facilidade absorveu os dados das vidas dosoutros Eus multidimensionais. Recordou que uma veztinha visitado o Olnwynn no campo de batalha. O intensocalor psíquico que Olnwynn gerava nesses momentos otinha atraído. Olnwynn se voltava com sua tocha àmedida que decapitava a seus inimigos; ninguémescapava de sua vontade enfocada. Nesses momentos, afreqüência de Olnwynn era igual a de Atilar quandoafinava os cristais.Atilar lhe ofereceu sua consciência e os dados de sua vidaa Graciela. Ela se abriu ao campo de energia dele e sentiuque seu corpo inteiro trocou; sentiu-se mais ligeira e maisforte. Atilar tinha muito que oferecer e muito que ensinar.De noite, em sua cama, Graciela assimilava asexperiências de seus Eus multidimensionais. Em suamente os abraçava, e sentia um intenso amor por cada umdestes seres. Ela não podia julgá-los sem importar o quetivessem feito; eles eram simplesmente o que eram eGraciela os amava. Refletiu que talvez o Primeiro Criadorpensava assim sobre toda sua criação.

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À medida que o tempo tinha passado na Terra, os homensse tornaram mais e mais temerosos de seus sentimentos.Isto era a conseqüência natural de participarconstantemente em guerras inúteis nas quefreqüentemente morriam ou ficavam inválidos. Muitoshomens tinham tido a experiência de jazer feridos eimpotentes durante dias no campo de batalha enquantooravam para que a morte os levasse antes de quechegassem os abutres e os destroçassem. Lhes doutrinoupara que ocultassem seus sentimentos, para que nãoatuassem como as mulheres. Lhes disse que as mulhereseram inferiores. Em troca da sensação de superioridade,os homens se privaram a si mesmos da experiência de suaprópria ternura e emoções. Merwin, outro dos Eu daInanna, era um destes homens.Merwin cresceu em um ambiente no que seu pai abusavade sua mãe. Ela era uma mulher inteligente e sensível elhe ensinou a ler e a querer os livros. Inculcou -lhe a idéiade que o conhecimento era a única coisa de valor real navida. Merwin tratava de defender a sua mãe, mas não eramais que um moço. Um dia em um estalo de ira, s eu paiacidentalmente matou a sua mãe. Desesperado edesventurado, Merwin escapou.Dizia-se que em Alexandria havia uma enorme bibliotecacheia de livros e conhecimento de todas as partes domundo. Merwin sonhou que seria muito feliz passando oresto de seus dias em um lugar assim. Sujo e famintochegou às portas da biblioteca e rogou ao guardião quelhe permitisse trabalhar ali. Ele faria algo por permanecerna biblioteca. O guardião teve compaixão do moço e lhepermitiu entrar.Merwin ficou nesta enorme b iblioteca pelo resto de seusdias. Leu e classificou tudo o que havia. D e vez emquando pensava em sua mãe, em quão agradada estariaela de vê-lo em um lugar assim. Mas pensar nela lhe

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causava muita dor. Ele se converteu em uma lenda emAlexandria e também em uma lenda. Todos o admiravampor seu conhecimento e sempre recorriam a ele quandonecessitavam de um livro ou um papiro. Mas também seafastavam dele e diziam que era tão seco como seuspapiros antigos. Sabia-se que sua vida estava reduzida aestar com seus livros. Nunca esteve com uma mulher.Levava uma vida de recluso em meio de papirosdesbotados e prateleiras poeirentas. Nunca saía dabiblioteca.Um dia, centenas de soldados chegaram a Alexandri a.Conquistaram a cidade e incendiaram a biblioteca. D izia-se que as chamas do incêndio se podiam ver aquilômetros. Todo o conhecimento armazenado daantigüidade desapareceu naque las chamas. As históriasda Atlântida, da Lemúria e de muitas outras civilizaçõesantigas se converteram em cinzas. Merwin permanec eu láaquele dia. Para onde iria? Sem sua biblioteca não queri aviver. Então Merwin se uniu a Melinar e Inanna e aosoutros que estavam no ovalóide. Merwin, quem da mortede sua mãe nunca se permitiu a si mesmo sentir,derramou lágrimas de éter transparent e em umadimensão estranha.

X.- O MUNDO DAS APARÊNCIAS

Melinar introduziu sua consciência no grupo de seres queestava reunido no ovalóide da Inanna: Atilar,Chandhroma, Olnwynn, Graciela, Merwin e, é obvio,Inanna. Quando Melinar começou a falar, as for masgeométricas chamativas, ou seja , os brilhantes, começarama trocar rapidamente."Nenhum aspecto do Primeiro Criador está realmenteseparado do resto. A porta de saída do mundo dasaparências pode assumir qualquer forma. Cada expressão

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de vida leva consigo o potencial da liberdade e cada umde vocês se vestiu das cores e temperamentos queestavam disponíveis no tempo no que viveram. Devido aopoder dos cinco sentidos, perderam -se em meio dadualidade destas expressões e se deixaram levar pelaspolaridades contínuas inevitáveis. Mas, como vêem, essasrealidades se desvaneceram, mas permanecem comodados armazenados. Existem por separado mas, nãoobstante, estão conectados eternamente a todos. Nadamorre; nada se perde."Em uma dimensão de realidade, nenhum de nós jamaisabandonou a mente do Primeiro Criador".

Graciela estava sentada no bosque de cedros com seusformosos cães e pensava quão tristes tinham sido quasetodas suas vidas. Toda essa luta por aprender e chegar aser algo, para logo deixar -se levar por algum impulsoinsensato. Para que era tudo isso? Se só pudesse retornar ecurar aos outros. Se o pai do Merwin tivesse sido amável,se só Chandhroma tivesse feito caso a Inanna para nãobeber o veneno, se Atilar tivesse deixado de contemplar osolhos da jovem sacerdotisa, se Olnwynn não tivesse sidotão amante da bebida. Se só! Essa era a história atual daespécie humana. A guerra e a destruição se viam osuficientemente sinistras nos livros de história, masquando um as vive em carne própria, a dor é íntima epenetrante.Graciela começava a ajustar -se a toda essa descarga deinformação. As histórias de seus outros eus lhefascinavam e a deixavam exausta. D eu-se conta de quesuas experiências de morte não foram fáceis; talvez amorte não se fez para que fora fácil. Possivelmente é aúnica maneira de nos convencer de que podemos sair denosso corpo. De algum modo ela começava a desapegar -se um pouco de todos os dados e começava a ver todas as

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vistas como partes de uma adivinhação que se movia emciclos. Havia vários padrões que se repetiam. Ela se sentiacomo se fosse um detetive particular a ponto de resolverum grande mistério. Mas resolveria alguma vez omistério? Tinham-no criado para que alguma vez fosseresolvido?Graciela se deitou sobre o piso du ro do bosque e respirouprofundamente. O aroma do cedro encheu seu ser efechou seus olhos.A Donzela do Céu jazia sobre o piso de seu t ipi. Ocurandeiro a tinha posto no chão com o fim de "amarrar ador". Ela sabia que isso era uma tolice; sabia que morreri a.O que sabiam os homens quanto a dar a luz? Seu bebê deua volta em seu ventre e se obstruiu . À medida que perdiamais sangue a dor se fazia mais intensa. Onde estavaPequena Nuvem, sua amiga e parteira?Desejava Pequena Nuvem tanto a Pluma de Fogo paradeixar que sua amiga, a Donzela do Céu, morresse noparto? Ela pensou em seu marido Pluma de Fogo. Semprese tinham amado; tinham estado juntos toda a vida; desdemeninos tinham sido inseparáveis. E, é obvio, PequenaNuvem os tinha seguido a todas as partes. A Donzela doCéu compreendia como sua amiga amava a seu marido,mas nunca se alterou porque nunca duvidou do amor quelhe professava Pluma de Fogo. Ele pertencia à Donzela doCéu e a ninguém mais.Muito antes de que o homem branco chegasse a suasterras, os membros da tribo de Donzela do Céu viviampacificamente em suas formosas colinas. Respeitavam aTerra e a todos os espíritos. Trabalhavam para obter aharmonia com o vento e as estrelas e sabiam como chegara ser um com todos os espíritos animais. Qua ndo era umamenina a iniciaram no conhecimento dos céus noturnos.Ela passava muitas horas em silê ncio sob as estrelas e

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trazia as essências do céu para a tribo e suas terras. Asabedoria de Donzela do Céu era venerada.Os membros da tribo acreditavam que tinham vindo dasestrelas e que algum dia retornariam. S abia-se que ogrupo de sete estrelas às que chamavam As Irmãs era seulugar de origem. Durante as noites escuras, ela olhava aesse grupo e lhe falava com uma Dama Azul quefreqüentemente lhe aparecia . Esta dama lhe davaconhecimentos e sabedoria. Animava -a a que serespeitasse a si mesmo. A Donzela do Céu chegou a amara esta Dama Azul e a acreditar que algum dia a triboretornaria às estrelas.Pluma de Fogo era um jovem bonito e forte que adorava aDonzela do Céu. Tinham pass ado muitas horas juntoscaminhando pelo bosque ou montando a cavalo pelascolinas com o vento em suas almas. A vida era muitoagradável quando estavam juntos. De sua união já haviaum menino. Por que estava causando tantas dificuldadeseste segundo parto?A dor voltou muito aguda e tinha perdido muito sangue.A Donzela lutava contra as ataduras de couro enquanto osuor corria por seu rosto. Se pudesse escapar. Olhou umaabertura que havia na parte superior de se u tipi e pôdever um pedacinho de céu azul. Por que a tinham deixadosozinha? Uma aguda dor parti u seu corpo e não sentiumais nada. Elevou-se por cima de seu corpo e, quandoolhou para baixo, viu sangue por toda p arte. PequenaNuvem entrou no tipi, gritou e achou a sua amiga morta.Tirou o bebê do corpo de Donzela que ainda estavaquente, cortou o cordão umbilical e lhe deu uma palmadano traseiro. Uma garotinha começou a chorar . Estavacoberta de sangue, mas estava viva.Pluma de Fogo e outros entraram. A Donzela do Céusentiu a dor e o impacto de seu marido ao ver seu corpoinerte. Ela sabia que ele não ia chorar; ele não podia, não

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era seu costume. Mas algo dentro dele se quebrou e nãovoltou a ser o mesmo. Porque para aqueles que estãodestinados a estarem juntos, quando o companheirismotermina, toda a vida termina. Pluma de Fogo não quiscuidar do bebê.Pequena Nuvem não sabia que seu ciúmes tinham evitadoque se apresentasse com mais prontidão ao parto. P or quenão retornou a tempo como o tinha prometido? Começoua limpar o sangue do corpo da menina. Ela sabia quePluma de Fogo nunca seria para ela; ele já pertencia aosmortos viventes, já não servia a ninguém. Decidiuencarregar-se do bebê e criá-lo. Pelo menos podia dizerque tinha sua filha.O bebê pôde ver com facilidade o corpo etéreo de Donzelado Céu, embora ninguém mais o viu. "Mami, por quevai?" Os pensamentos de mãe e filha eram como um.Ainda flutuando por cima, a Donzela lhe falou com suamenina: "Garotinha, meu amor, deve ser valente. Sabe quete amo. Consola a seu pai se puder e fica com PequenaNuvem. Ela jurou te cuidar e você será a única coisa queela terá dele. Sinto não poder estar contigo para te ensinaros caminhos do céu. Adeus, minha filhinha, meu amorsempre está contigo". Anos depois, um a menina índiaesfarrapada e magra seguia o passo de seu pai. O homem,já avançado em anos e entorpecido de pena, não lheprestava atenção. A menina se vestiu com roupa de moçocom a esperança de agradar a seu pai, mas ele não se davaconta. Para ele, ela nem sequer existia.Graciela começou a chorar. Oh , Meu deus, essa pobremenina! A vida era feita de texturas infinitas deexperiência. Quem se não um ser de poder infinito eilimitado se atreveria a colocar -se em um mundo tãoprecário como este.Graciela pensou que nunca tinha querido ter filhos.Havia-se dito a si mesmo que temia tratar a seus filhos

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como seus pais a tinham tratado a ela. Mas no maisprofundo de seu ser também havia um temor escondido àação de dar a luz. Por que estava a vida da Donzelagravada nos impulsos da Graciela?Pluma de Fogo lembrava Miguel, que foi seu noivo naescola. Conheceram-se quando ela só tinha doze anos,mas os dois imediatamente souberam que eram um para ooutro. Miguel tinha pensado em casar-se com Graciela,mas à medida que passavam os anos, ela temia terminarcomo sua mãe e se afastou dele. Ela falava de partir, de irpara Nova Iorque ou a Paris. Ele se casou com outra, umaamiga que para a Graciela era como Pequena Nuvem.Graciela imaginou que caminhava por um labirinto semfim no qual tropeçava com partes dela mesma e das quaisnem sequer sabia que existiam. De algum modo todas aspartes estavam conectadas e todas as conexões poderiamresponder suas perguntas e encher o vazio que sempretinha sentido dentro dela.Em sua mente viu as formosas formas geométricas que jálhe eram tão familiares. As cores eram vivas e as formasresplandecentes se moveram em sucessão rápida quandoMelinar começou a falar."Todos os sistemas filosóficos e religiosos que estãodisponíveis em forma escr ita são reflexos da verdade emdiferentes momentos que foram necessários parasatisfazer as necessidades desse tempo. Não é necessárioque ligue sua consciência a nenhum destes sistemas e asformas de expressão religiosa que existem ain da são úteisa muitos, mas muitas outras formas se perderam doperíodo pré-histórico posto que não se escreveu nada. Averdade é a verdade em qualquer momento presente deexistência, sem importar a forma em que se manifeste. Aforma está sujeita às necessidades e capacidade d erecepção da raça de seres que exista e é estabelecida pelonível de sua evolução. Essas formas de pensamento que

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construímos a nosso redor para nos proteger sãofreqüentemente as mesmas formas que convidam nossadestruição. O Primeiro Criador sempre está emmovimento e sempre troca".Os brilhantes do Melinar se moviam mais rapidamente doque os olhos humanos da Graciela podiam captar, masentendeu que havia uma armadilha inevitável nanecessidade humana de deter a mudança. Tudo o que secoloca em pedra indevidamente se deteriora. Aquilo aoque tratamos de aferramos, se perde. Ninguém pode deterum rio.Graciela ficou de pé e foi deitar -se junto a seus cães.Sentiu-se cômoda em meio de sua pele grosa e escura e seimaginou que estava bem protegida nos braços de Inanna.A bela deusa azul abraçou à peq uena Graciela, que ficoudormindo. Era bom estar em casa.

XI.- A CORTINA

Inanna e Melinar procuraram cuidadosamente Atilar emsuas consciências. Ele era tão bom em projetar-se a simesmo para outras realidades que era difícil lhe seguir orastro. Ele se retirava continuamente para visitar àspessoas que aparecia do líquido: os Liquidianos, comolhes dizia ele. Estava fascinado com seu estado fluido, eeles por sua vez estavam interessados em seuconhecimento dos objetos duros, ou seja, os cristais.Inanna se interessava mais e mais no progre sso de seu Eumultidimensional. Ela sabia que no ano 2011 terminaria oacordo contratual entre o Conselho Intergaláctico eMarduk, o tirano pleyadense. A Terra começaria a div idir-se em pelo menos duas realidades e só aqueles humanosque tivessem superado a quarta e quinta dimensão, teriama capacidade de afastar-se das freqüências tirânicas doprofessor réptil, Marduk. Se ao menos a família o tivesse

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deixado morrer quando Inan na o enterrou vivo naPirâmide de Gizé. Desde esse dia, Marduk levava consigoseu ódio por Inanna por todo o planeta Terra edeliberadamente procurava escravizar e degradar àsmulheres, especialmente às sacerdotisas de seus templos,devido ao que elas ensinavam. Durante os últimosmilênios a Terra tinha sido um triste aviso da degradaçãoda deusa e de sua sabedoria.Um dos Eu multidimensiona is da Inanna tinha sido umaformosa jovem que viveu na Espanha durante aInquisição. Chamava-se Raquel e nasceu dentro da féjudia. Inanna pensou que tinha tido precaução no caso deRaquel pois somente lhe tinha outorgado poderes de cura .Não era que tivesse tantos poderes para converter -se emuma ameaça ou fomentar uma revolução. Não, Raquel erauma garota doce, singela e inculta, cujo toque e procederfreqüentemente curava os doentes. Mas isto foi suficientepara que a Inquisição a acusasse de ser uma bruxa,servidora do demônio. Arrastaram -na a uma prisão e atorturaram brutalmente antes de queimá -la no madeiro.Quando a Graciela mostraram os dados de Raquel,suplicou que não lhe mostrassem o que tinham feito a ela.Seus verdugos se obcecaram com seus próprios demôniosenquanto torturavam a esta garota inocente. Logo avestiram de branco para indicar que a tinhamdesencardido e por último a levaram a o madeiro. Quandoacenderam o fogo a seus pés, baixaram três anjos etiraram Raquel de seu demolido corpo. Liberaram -na dador que implicava o que a queimassem viva. No planetaTerra muitas mulheres passaram por isso. D entro de suasmemórias celulares ficaram escondidos estes temores. AGraciela a perseguiam momentos fugazes destaexperiência.Inanna sabia que todos os seus Eus teriam que contribuirà transformação da Graciela. Ela queria que Graciela

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encarnasse a sabedoria e conhecimento dos outros,homens e mulheres. Inanna chamou Atilar quem lhesestava dando aos Liquidianos uma conferência sobre oscristais."Eu, Atilar, sou um Guardião dos Cristais. Eu sirvo à Luze me comunico com os Guardiães da Evolução". Atilarsabia agora que esses guardiães eram Inanna e Melinar.Ele continuou seu bate-papo aos Liquidianos. "No tempode minha existência, o conceito fundamental de adoraçãoera a luz, não uma pessoa, um deus ou um objeto. A luz seencontra em cada parte da existência. A luz interior, assimcomo a luz que se reflete ao exterior, percebia -se como ocoração da vida e se venerava como tal."Os cristais simbolizam muitas coisas. Relacionam-se coma luz em várias ondas sutis. São sistemas de reação à luz,ao calor e à energia. Igual aos computadores pequenos, oscristais se podem usar para armazenar informação etambém se podem programar a um nível mais sutil, maispsíquico. A propensão natural para uma estruturaatômica harmoniosa lhes permite transmitir e sugerirdiferentes estados de consciência, tais como a criatividadee a cura, através da harmonia, a polaridade e a energia."Os cristais também podem representar experiências decor armazenada e portanto têm o poder de rec ordar amemória visual de várias experiências. É só a variável dequalidade e forma destas experiências o que possibilita osinfinitos de diferenças. Tudo é verdade. Cada expressãoleva dentro a luz".Inanna interrompeu: "Atilar, os Guardiães da Evoluçãolhe convocam ao ponto focal central".Atilar se desculpou com seus novos amigos. Estava muitoansioso de aprender sobre eles e de como ele s poderiamconverter-se em líquido. Despediu-se deles e nopensamento se projetou para o lugar de onde vinha a vozda Inanna.

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"Me alegro de estar em sua presença outra vez, formosadama. Onde está o que chamam Melinar? Suas formasgeométricas recordam a meu s cristais". Atilar encontrouMelinar que estava começando a mudar rapidamente,como era seu costume quando estava emocionado.Melinar fundiu sua consciência com a do Atila r. Gracielaainda dormia, mas em seu estado de sono estava sentadaem atitude absorta enquanto todos os Eu s da Inanna sejuntavam em um só estado de consciência.Melinar começou a falar enquanto seus brilhanteszumbiam: "O Primeiro Criador é a Fonte de tod a Vida. Ofogo do Criador é o líquido que corre por todos os seres elhes dá energia. Enquanto que nenhuma experiênciacarece de valor, o recordar e experimentar a reunião como Primeiro Criador deve vir finalmente de dentro . Asexperiências no contínuo te mpo/espaço e no planomaterial o atam a uma cadeia de causa e efeito dessasexperiências. O Primeiro Criador é o que está dentro, enão depende de nenhuma forma ou estrutura externa, asquais também são Primeiro Criador. O ser que sabe estaverdade é posto em liberdade, porque de quem ouinclusive do que pode ser dono quando sabe que a fontede tudo está dentro de ti?"As leis que governam os laços de energia são corretas eúteis nos planos materiais. O átomo se mantém unidomediante as leis da polaridade: a carga elétrica positiva dopróton, a carga neutra do nêutron e a carga negativa doelétron. No campo da biologia, as polaridades como avida e a morte, o princípio e o fim, traduzem -se emlimitação, contração e finalmente a ilusão da morte. Emtérminos de psicologia, as leis da materialização dãoorigem ao ego. O ego é uma entidade fictícia que possui assensações de temor, vulnerabilidade e uma necessidadede proteger-se e defender-se a si mesmo. No momento emque o ego da personalidade se identifica com qualquer

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estrutura de pensamento, busca conservar essa identidadeassim como a rocha procura ficar como uma rocha."Com o fim de manter sua identidade com a estrutura depensamento escolhida, o ego imediatamente começa adefinir sua identificação com a de outros egos. Por issocomeça a produzir sistemas de julgamento intermináveispara poder apoiar essas identidades fictícias. À medidaque a personalidade continua com suas definições,esquece-se de sua verdadeira natureza e começa a viverno temor de perder essa identidade fictícia que realmentenunca teve. Desta maneira, o P rimeiro Criador jogaescondido consigo mesmo.Melinar pôde falar desta maneira pelo que se podiaperceber como uma quantidade de tempo interminávelem términos terrícolas. Mas para ele, este tipo deexpressão era gozo puro e seus brilhantes nunca pareciamcansar-se.Quando despertou de seus sonhos, Graciela recordou umpoema que tinha lido fazia muitos anos e que não tinhaesquecido. Normalmente ela não recordava os versos, maseste poema sempre tinha permanecido perto de seucoração. Foi escrito por um p rofessor Sufi, MahmudShabistari, no século XIV, d.C. O poema falava da belezado rosto do amado, o qual permanece v ívido sob a cortinade cada átomo.Graciela sempre se imaginou que leva ntava a cortina deum átomo e que ali o veria, esse algo enganoso que tinhadesejado toda sua vida. A beleza curadora de "o rosto doamado", faria-a sentir-se plena outra vez e poderiarecordar. Graciela sentiu que essa época se estavaaproximando. Sentia uma grande diferencia desde quetinha chegado à montanha, era como se todo seu corpoestivesse borbulhando e trocando, como se estivessemudando.

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Estar sozinha em Montanha Perdida estava ajudando aGraciela a encontrar seu caminho de volta a casa.

XII.- VOANDO NO TIBET

À luz do amanhecer, Graciela observou como saía o vaporde uma taça de delicioso café. Estava sentada na janelacontemplando a luz da alvorada que já se estendia sobreas aprazíveis Montanhas Olímpicas cobertas de neve.Tudo era tão antigo e formoso. Ela já estava aprendendo apermitir que o silêncio a enchesse. Só se escutavam ossons crepitantes do fogo e de vez em quando o latido doscães aos coiotes. Montanhas cobertas de neve, os céusestrelados da noite, bosques de cedro entupidos e fl oressilvestres que cobriam seu pequeno vale, eramexperiências novas para a Graciela e ela desfrutava delas acada momento. Pensava que um somente pode sentir anatureza quando está sozinho. Por que sempre precisavacontar a alguém o que tinha visto?Enquanto desfrutava de seu café, meditava sobre o queestava aprendendo. Tinha esperado tanto para quechegasse esta ocasião. Em sua vida houve muitosprofessores, alguns maravilhosos, outros nem tanto.Pensou no monge tibetano com o que tinha estudado anosatrás. Nesse então ela não compreendeu o que lheensinou. Uma vez ele transpassou seu braço por umamesa, como se não houvesse nada sólido, para lhe mostrara essência enganosa do mundo material. Ela realmentenão compreendeu mas tinha desejado entender e, q uandodecidiu ir a outro lugar, deixou -lhe um desenho confusopara lhe agradecer sua sabedoria.Mais tarde se uniu a um ashram. O professor tinhacrescido na Índia e tinha vivido em um ashram bastanteconhecido lá. Ela esteve feliz por um tempo, pois era a lgomaravilhoso estar rodeada de outros cujo único desejo era

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compreender o significado da vida e que não se burlavamde seu desejo de obter esse conhecimento. Durante suasmeditações, de vez em quando experimentava a sensaçãode ser uma com a vida e com a criação. Mas muitorapidamente se deu conta de que seu professor se estavaapaixonando por seu próprio poder e já Graciela nãopodia explicar o comportamento excêntrico do professor.Um dia, enquanto estava sentada em um salão enormecom centenas de outros discípulos, sua voz interior, essesaber interior silencioso no que tinha chegado a confiardurante os anos, disse-lhe que partisse e nunca retornasse.Isto foi uma sacudida para ela e sentiu pesar, mas se foipara casa.Lá só caminhava daqui para lá em sua cozinha tratandode compreender por que sua voz interior lhe havia ditoque partisse. Estava confusa e não queria deixar a seusamigos. A voz lhe disse em um tom alto e claro: "BOTAS!"Graciela ficou totalmente confundida. Botas? O que queriadizer isso? Então começou a recordar.Quando tinha sete anos tinha ido a um acampamento deverão. O primeiro dia houve uma iniciação. Todos sereuniram e o chefe do acampamento propôs umaadivinhação: "O que é botas sem sapatos?” Graciela ficouhorrorizada, por temor de não saber a resposta e de que asoutras meninas pensassem que ela era estúpida e não aaceitassem. Ela se escondeu na parte posterior do grupo.As meninas repetiam "expulsa sem sapatos!" como se foraum canto até que quase todas elas adivinharam aresposta.Por fim lhe veio a resposta, que era é ó bvio "botas!"Graciela começou a rir; a adivinhação era tão singela. Suavoz lhe dizia que era seu temor não compreender o quedificultava as coisas e que simple smente confiasse em simesmo; todos os ensinos sairiam de dentro dela. JáGraciela tinha aprendido tudo o que necessitava do

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ashram e era hora de que procurasse algo novo. Já podiaconfiar em seu guia interior, sabendo que ela era parte davida, parte do Primeiro Criador. As respostas tinhamestado dentro dela desde o começo.Na parte superior de Montanha Perdida, Graciela riu denovo de "expulsa sem sapatos". Seus guias às vezes eramengraçados e de vez em quando travessos, mas noprofundo de seu coração, ela sabia que podia confiarneles. Contemplou as Montanhas Olímpicas; a luz do soldescia por elas com uma cor rosada e dourada. Pensouque sempre tinha sentido medo das alturas.

Choje Tenzin chegou ao monastério no Ti bet quando sótinha sete anos. Seus pais não podiam mantê -lo e era oúltimo de nove filhos. Chorou quando o deixaram naentrada, mas não se podia fazer nada, e seu pai o golpeouquando tratou de correr atrás deles . O monge que veio arecolhê-lo o levou a um salão onde havia centenas deoutros moços. Havia muito alvoroço no recinto, os moç osconversavam, seus pratos tilint avam sobre os pisos depedra. A Tenzin deram um tigela de chá quente commanteiga e o deixaram para que se valesse por si mesmo.Durante os primeiros anos se sentiu terrivelmentesolitário; ele era um menino delicado e sen sível. Quandoestava em casa, suas irmãs o tinham mimado com o poucoque tinham e lhe tinham mostrado muito afeto. Ele estavamuito só e os outros moços se mofavam de sua debilidadefísica até que se deram conta de que Tenzin desenhavamuito bem. Este monastério particular estava dedicado aproduzir pinturas tântricas, e todo aquele que mostravaum talento especial era digno de muit o respeito. Enviaramao Tenzin o Professor de pintura para que o treinasse nastécnicas e rituais da arte tibetana .Lin Pao, o Professor, era um homem de grande belezafísica e refinamento. Se falava que vinha de uma família

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muito rica e aristocrática da China. Chegou ao Ti bet paradar uso a seus grandes talentos. Era respeitado como omelhor pintor dos tantras tibetanos.A princípio Tenzin não recebeu ensinos de Lin Pao, masdepois de muitos anos como aprendiz, lhe permitiramestudar com o grande professor. Durante horas Tenzinobservava as mãos delicadas e fortes de Lin Pao quehabilmente executavam linha e cor. Tenzin adorava a seuprofessor. Em realidade ele estava profundamenteapaixonado por seu professor. Era só natural que ummoço tão solitário chegasse a albergar tais sentimentospor alguém tão grandioso como Lin Pao, mas ditossentimentos eram proibidos e permaneceram em s egredo.O fato de que Tenzin fora considerado como um artistatalentoso não o eximia das rigorosas disciplinas domonastério. Assim também recebia as lições de abster -sede comida e calor, as horas de permanecer totalmenteimóvel em posições de meditação e as artes marciais.Havia uma meta disciplinadora que preocupava a todosos estudantes. A um grupo seleto de noviços lhe ensinavaa elevar sua energia até o ponto de que podiam desafiar agravidade e aprender a voar. Eles passavam anosaperfeiçoando esta técnica situados a bordo dospenhascos na parte mais alta do monastério. Lin Pao nãosomente era um grande artista, também tinha a habilidadede voar dos penhascos sem perecer. Tenzin estavadecidido a aprender com o fim de agradar ao Lin Pao.Dizia-se que o segredo da arte de voar estava em umenfoque ininterrupto. Muitos monges passavam anospreparando-se para seu primeiro intento e muitos caíam àmorte. Acreditava-se que todos retornavam à vida;inclusive se um monge falhava, podia reencarnar, retornarao monastério e persistir em seu intento.Era um dia frio e açoitado pelo vento. Tenzin e outrasalmas valentes estavam sentadas nos penha scos

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designados quando chegou Lin Pao. É obvio, Tenzinqueria impressioná-lo. Invocou sua máxima concentraçãoe de uma forma apressada decidiu tentar o vôo. F icou depé e enfocou toda sua vontade, mas quando deu seuprimeiro passo ao precipício, a confusão que o tinhamotivado também distraiu sua concentração. Sentiu que oamor reprimido que sentia pelo Lin Pao diluiu o pod er desua vontade e Tenzin caiu no precipício. Seu corpo seestatelou contra as rochas que havia abaixo.Quando a consciência de Tenzin flutuava por cima daconcha que tinha sido seu corpo, olhou ansiosamente aseu ídolo Lin Pao. Envergonhado, nem sequer s e atreveu adespedir-se.A Graciela parecia que todas as suas vidas tinhamterminado sem esperança, mas Inanna e Melinar lheexplicaram que cada vida era uma provisão deexperiência e informação. Graciela e todos os outros erama soma total de cada um; compartilhavam a sabedoria e oconhecimento que cada um tinha adquirido de uma formatão dolorosa.Inanna mostrou a Graciela como Tenzin tinha contribu ídoa seu ser. A sabedoria do Tibet era um dos últimos lugaresfortes da verdade em seu tempo. Ela sempre se haviasentido impulsionada a procurar a verdade e sempre quisir ao Tibet. Até estudou com um monge tibetano. Aafinidade instintiva da Graciela com os ensinos tibetano s ea arte lhe tinham proporcionado muito discernimento elhe tinham permitido liberar -se das limitações de suaprópria formação cultural. A habilidade do Tenzin para apintura lhe tinha chegado a Graciela e tinha reconhecidomilagrosamente ao Lin Pao como seu melhor professor naescola de artes onde tinha estudado em Nova Iorque.Bom, e se a deixaram com um resíduo de temor àsalturas? Ela podia superá-lo.

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Graciela pensava que para a Inanna e Melinar era muitofácil dizer que isto se podia superar. Para ela elesrealmente não estavam em corpos físicos embora diziamque estavam. Graciela ainda não via muito bem aondelevaria tudo isto. Em meio de sua aprendizagem, de vezem quando sentia a necessidade de iludir -se vendotelevisão ou saindo às compras. Mas, aonde poderia umagarota ir às compras em Montanha Perdida?Graciela foi a sua biblioteca. Por Deus, que quantidade delivros. A última vez que se mudou, inclusive osempregados da mudança se desalentaram ao ver ovolume de sua coleção. Sua biblioteca estava repleta detoda classe de raridades, desde Tolstoi até o Lao Tzu,desde economia até os OVNIS; toda classe de temas haviaem sua biblioteca.Sua atenção caiu sobre um livro que gostava fazia muitosanos. O livro tinha sido escrito em 1949 quando Gracielatinha só quatro anos. Em 1969 tratou de lê -lo. Nesses diasseu cabelo ía até a cintura, e sua roupa se formava de duascamisetas e uma saia de algodão feita na Índia. Era muitoemocionante estar em Nova Iorque com tantos outrosjovens que acreditavam poder mudar o mundo. Gracielatinha lutado por compreender este livro, mas nesse temponão tinha tido a suficiente experiência da vida paracompreender seu significado. Agora enquanto o tinha emsuas mãos lhe parecia muito claro o que o autor estavadizendo.O universo é um sonho holográfico projetado como umpensamento dentro da mente de Deus, e só nossaspercepções individuais das freqüências rítmicas relativase variantes faziam ao mundo parecer real. O autorcontinuou falando sobre como é possível ir mais à frentedo tempo ordinário, ir ao passado ou ao futuro, einclusive passar até além da dimensão manifesta.

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Graciela compreendeu que isto era exatamente o que elaestava fazendo. Ela era seu outros Eu s no tempo de seusdados e, simultaneamente, Inanna era todos eles,incluindo a Graciela. O tempo não existia, exceto comoum pensamento que lhe permitia à existência jogar a simesmo no espaço. Graciela tinha tomado consciência darealidade secreta do mundo aparente e tinha escapado dasleis que a sujeitavam à ilusão do tempo.Graciela pensou que se o Primeiro Criador era todas ascoisas, então Marduk também devia ser parte da comédiadivina, uma parte do Primeiro Criador. Meli nar estavaextremamente feliz de que Graciela pudesse abrigar estepensamento. Ele compreendeu que assim como o papel daInanna era lutar contra Marduk, também era o desti nodeste ser exatamente como era, porque o Primeiro Criadorera todas suas partes variáveis, que se movem no fluxo dotempo para examinar-se a si mesmo, para expressar -se epara experimentar, para jogar. À medida que Gr aciela eramais capaz de interatuar com seu outros Eusmultidimensionais, podia assimilar mais dados e maissabedoria e maior era sua oportunidade de ativar o DNAdivino de seu corpo: os códigos genéticos que seperderam faz tanto tempo.Melinar abraçou a Inanna como melhor pôde. Aindahavia muito por fazer, mas estavam progredindo.

XIII.- ALMOÇO COM MARDUK

Marduk estava sentado em sua sala privada na suíte doedifício mais alto de Hong Kong. Estava a ponto dealmoçar com o líder das cadeias de comunicação d oplaneta Terra. Olhou a sua roupa , um Saville Row é obvio,e a seus sapatos italianos. A Terra era algo muitodivertido, pensou. Seus planos estavam saindo melhor doque pensava. Na semana seguinte teria sua reunião

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habitual com os banqueiros do mundo e a outra com oslíderes políticos.A sala estava forrada com esculturas excepcionais eespelhos antigos; as paredes estavam adornadas compainéis de mogno polida. O teto brilhava com aranhas deluzes de cristal que iluminavam as pinturas d o afrescoque Marduk tinha extraído das tumbas egípcias . A mesajá estava perfeitamente posta, talheres de ouro sólido ebaixela de Paris. Não era que Marduk precisasseimpressionar a ninguém; simplesmente gostava das coisasbelas.Durante os séculos Marduk se dedicou a converter -se emum conhecedor de tudo o que a Terra tinha para oferecer.Atrás dele e de joelhos, esperavam seis concubinas muitobelas, prontas para lhe servir em qualquer momento. Sepor acaso deixava cair uma migalha durante o almoço,uma das garotas a tirava imediatamente da toalha brancacom uma paleta de prata. Nas portas havia quatroguarda-costas, com outros dois do outro lado da porta.Todos tinham treinamento de ninjas, mas só por diversão.Marduk adorava fingir que era uma estrela de cinema.Desfrutava dos filmes violentos com muito sa ngue e cenasde artes marciais. Depois de tudo, era seu mundo e podiajogar de qualquer modo que quisesse.Muito em breve já não se discutiria quem tinha o direito acontrolar a Terra. Marduk assumiu ela, o poder pode comtudo e o planeta lhe pertencia por direito. Sempre tinhasido capaz de dominar a seu pai Enki. N ão podia evitarque seu pai fosse débil e adorava dobrar sua vontad e ou ade qualquer pessoa. Parecia que o mundo estava cheio depassivos que esperavam que ele os dominasse. Tambémestavam as marionetes que não representavam um grandedesafio. Por último estava a maioria que requeria umpouco de lavagem de cérebro por meio da propaganda.Uns poucos tinham sido torturados mas quase todo

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mundo cedia. Neste almoço se discutiria o assunto daprogramação e lavagem de cérebro. Marduk queriamostrar a seu hóspede, o presidente das cadeias decomunicação, quem era o chefe. L he encantavaamedrontar a seus empregados; era como seuentretenimento e ultimamente tinha estado muitoaborrecido. O ano 2011 se es tava aproximando muitolentamente e ele queria que essa Federação Intergalácticase afastasse de seu caminho para sempre.Ele sabia sobre as intenções de seu pai Enki e dessa bruxaInanna para despertar à espécie humana. Sabia que eles eoutros membros de sua família pleyadense queriamprovar à Federação que os humanos podiam, através deseu próprio livre-arbítrio, ativar os gens adormecidos etomar seu lugar como iguais na galáxia não mais comoescravos.Marduk tinha seguido cuidadosamente o rastro de todosos dados dos Eus multidimensionais projetados. Nãotinha sido grande problema frustrar seus tristes intentosde acreditar em si mesmos. Se suas próprias paixões nãoos destruíam, ele facilmente podia encarregar -se de queum de seus agentes os eliminassem . A História como ele atinha moldado permitia muitas ondas convenientes dehisteria, todas desenhadas à perfeição para extirparqualquer pensamento original. Enquanto os humanosacreditassem que eram impotentes, pod iam ser treinadospara adorar a Marduk em todos os seus disfarces. Comoos humanos sempre procuravam ajuda e consolo foradeles, permaneciam débeis e vulneráve is às engenhosasmanipulações de Marduk.Sua nova idéia de uma cadeia de comunicações era omelhor que tinha inventado até agora. Em silê ncio sefelicitou a si mesmo. Uma extensa rede de sinaiseletromagnéticos ricocheteava contra os satélites que lhedavam a volta à Terra e mantinha as freqüências de todo o

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planeta em um espectro muito limitado. Era quaseimpossível que qualquer cérebro hu mano pensasse alémda freqüência de sobrevivência. Como era fácil programarimagens de riqueza e poder mais à frente do alcance doshumanos e desta forma deixá -los em meio de um estadode frustração e temor. Era muito fácil, Marduk estavamais que aborrecido.Parou em frente a um dos espelhos antigos qu e forravamas paredes da sala. "Deus, que bonito sou!", pensou.Durante os séculos tinha aperfeiçoado sua beleza com umsem número de procedimentos cirúrgicos, masintencionalmente tinha conservado esse rasgo decrueldade pelo qual era famoso. Proporcionava -lhe muitoprazer observar as expressões de terror nos rostos de suasvítimas à medida que com timidez se aproximavam dele.O presidente da cadeia foi anunciado e entrou no quartoda suíte. Monsieur Atherton Spleek se inclinouservilmente ante Marduk. "Mestre , posso me sentar?",perguntou.Atherton tinha pavor a estas reuniões. Marduk era algohorrível de olhar, e algo estra nho sempre ocorria,deixando Atherton fraco do estômago durante semanasdepois da reunião. Tudo era muito estranho: Marduk searrumava para ver-se juvenil e bonito a primeira vista,mas quando alguém realmente o olhava, não podia deixarde perguntar-se se Marduk não era o demônio.Rapidamente Atherton tirou esses pensamentos de suacabeça; depois de tudo, ele não acreditava nessas coisas.Somente acreditava no poder e no dinheiro, com o qual oproporcionava Marduk.Atherton tinha nascido nos tugúrios da Yakarta e desdemenino tinha sido ambicioso. Esperava às portas dos altosedifícios da cidade e rogava aos homens de trajes escurosque lhe permitissem lhes servir. Nesses dias o úniconegócio que havia na Yakarta era o do petróleo, e os

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homens de negócios ocidentais solitários queriam todos amesma coisa: mulheres. Então o pequeno Atherton seconverteu em um intermediário entre os homens dopetróleo e as alcoviteiras da cidade. Era um começo. Umadas garotas lhe tinha posto o nome de Atherton e eleinventou o sobrenome Spleek. Em um programa detelevisão tinha escutado o nome Spock mas o confu ndiu eficou Spleek.Atherton agradava a Marduk porque era totalmentecontrolável. Apesar da posição que ele tinha obtido nomundo, por dentro era vazio e seco e não conhecia outracoisa que a obediência a seu mestre , Marduk. Athertonobservou às garotas que engatinhavam de joelhos. Quebom toque, pensou. Tenho que arrumar isto para meusescritórios em Paris."Me diga sua notícias, Atherton", ordenou Marduk.Atherton tomou um gole de vodca russo, sua mão tremiaum pouco. "Mestre, tudo está saindo à perfeiçã o. Ascadeias por cabo estão prontas para unir-se com ascompanhias de telefone celular e as cadeias de fibra ó ticaestão quase preparadas".Marduk estava construindo um novo h aloeletromagnético por debaixo da Terra para assegurar seucontrole em caso de que alguma nave estúpida daFederação decidisse derrubar seus satélites. A famosa leide não interferência deveria estar em ação, mas ainda sediscutia em todas as escolas de direito da galáxia como seinterpretava essa lei. Marduk tinha violado esta lei m uitasvezes e não confiava em seu pai Enki nem em nenhumdos da Federação. Ele sabia muito bem que seu avô Anu eseu tio Enlil estavam procurando sua queda. Em algumlugar, sua família inteira conspirava contra ele.Quando Marduk se apoderou da Terra, tamb ém seapoderou do planeta Nibiru. Este pertencia a Anu e aTerra tinha sido entregue a seus filhos Enki e Enlil.

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Marduk surpreendeu a todo mundo quando conquistoutodo o sistema pleyadense com seus extensos exércitos declones, todos desenhados para parece r-se com ele. Passouséculos criando estes batalhões de guerreiros clones emum planeta secreto. Ninguém se deu conta , até que foimuito tarde para detê-lo. Agora não ficava ninguém quelhe enfrentasse, com exceção da Federação. Quanto aointento de lhes devolver aos humanos seu nível genético,Marduk pensava que nenhum dos huma nos escravizadosteria a petulância de enfrentá -lo. Esse plano era muitoridículo e nem sequer merecia sua atenção.Ainda odiava a essa bruxa Inanna e recordou o dia de seujulgamento faz muito tempo. Toda a família de Anu sereuniu para julgá-lo. Foi acusado de transpassar os limitese de assassinar a seu próprio irmão Dumuzi, que poracaso estava casado com essa fêmea ambiciosa Inanna.Marduk sabia que Inanna queria controlar o Egit o e estavamanipulando a seu adoentado marido com esse fim. AMarduk não importou em absoluto ter feito degolar a seuirmão. Mas sim lhe incomodava que Inanna tivessesugerido que o enterrassem vivo na pirâmide e que toda afamília tivesse estado de acordo .Inclusive agora recordava o som das enormes pedrasquando caíam em seu lugar e selavam sua tumba. Apirâmide era um preservador excelente, tivessenecessitado uma eternidade para morrer de fome ou dedesidratação. A fúria e raiva desta experiência tinhamudado o ser de Marduk. D epois desse dia não era omesmo. O rogo fervoroso de sua esposa e de sua mãeconvenceram a seu pai Enki de que falasse com a Inannapara que ela o soltasse. Ela o fez e lhe ordenou que sedesculpasse. Para piorar as coisas, Inanna lhe ordenouque fizesse oferendas em seus templos. Mais tarde,Marduk se deleitou destruindo esses templos eassassinando às sacerdotisas que havia dentro deles.

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Marduk tinha ganho. Uma e outra vez tinha derrotado aInanna. Tinha desfrutado da degradação e submissão detodas as fêmeas no planeta. Com a chegada dos meiosmaciços de comunicação eletrônica, tudo era ainda maisfácil. Marduk jubilosamente pensou em todas as mulheresda Terra sentadas em sofás, grudadas em seus televisores,querendo desesperadamente ser tão lindas ou ricas comoos andróides que diariamente desfilavam ante elas. Odesejar o que nunca lhes poderia proporcionar felicidaderompia seus espíritos e lhes drenava toda sua força devida. Marduk se sentia muito satisfeito, todas essastelenovelas patéticas, todas essas almas sdesesperadas lheencantava."Me diga, Atherton já estão preparados os planos commais canais de televisão para vender produtos?""Sim, Mestre. Para o ano 2006 a metade da programaçãoserá totalmente dedicada ao consumo de bens materiais.A gente trabalhará mais e mais por menos d inheiro equererão mais e mais por coisas que não poderãocomprar"."Que maravilha!", exclamou Marduk. de vez em quandonão podia evitar emocionar-se com seu próprio gênio. "Ecomo vai a alteração da percepção do tempo?""É como você o ordenou, mestre . Os humanos têm menose menos tempo para tudo. Não têm tempo para suasfamílias e seus filhos são cada vez mais vulneráveis anossas técnicas de lavagem de cérebro. Os meninos jádesejam tudo o que vêem em televisão sem ter quetrabalhar por isso. E o melhor de tudo é que ninguém temtempo para pensar ou fazer perguntas".Marduk assentiu serenamente e ordenou ao Atherton queficasse de pé e se afastasse da mesa. Atherton tremeu esentiu náuseas. Um dos guarda-costas se moveu para ele elhe apontou uma arma de plasma diretamente à partebaixa de seu corpo.

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Um raio de energia instantaneamente evaporou as pernasdo Atherton, que caiu ao piso em agonia. Marduk riuhistéricamente. "Bem, Atherton, não quero que comece ater idéias quanto a seu próprio poder. É meu escravo porcompleto. Nunca o esqueça. Posso fazer que lhe matem eque façam um clone de ti em um minuto".As portas da sala se abriram e uma equipe de ci rurgiõesentrou para levar Atherton e reparar suas pernasdesvanecidas.Marduk estava seguro de que este doente tinha entendidoa mensagem.Atherton se lamentou quando o colocaram na cadeira derodas.Marduk ordenou que lhe servissem o almoço. Que lástimaque Atherton não podia ficar para desfrutar destadeliciosa comida. Fazendo uma careta de satisf ação,Marduk levou a boca um faisão tenro dou rado inteirocoberto de chocolate, com ossos e tudo.

XIV.- O HOMEM IDEAL

Inanna despertou de um sonho horrível; seus dragõesguardiães a olhavam de uma form a protetora. Sonhou queestava coberta de chocolate e que o desagradável Mardukestava pensando em lhe dar uma dentada. Ela seestremeceu, levantou-se de sua cama e chamou Melinar àsua consciência. Este flutuou pelo quarto emitindofreqüências tranqüilizadoras até que Inanna e seusdragões estivessem outra vez calm os. Era bom ter umamigo para os tempos difíceis. Inanna se serve de umbrandy arturiano. Era um pouco cedo mas o brandydesceu por sua garganta e esquentou todo seu formosocorpo azul.Hoje era o dia em que Inanna e Enki deviam assistir àreunião da Federação Intergaláctica. Ela estava muito

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emocionada, não só pela importância de sua missão, mastambém porque em segredo tinha a esperança deencontrar-se com o misterioso estranho que tinha visto n aúltima reunião. Olhou toda a roupa que tinha em seuarmário e não sabia o que vestir para impressionar à quelehomem.Ela não sabia absolutamente nada sobre o estranho; sósabia que nunca tinha visto outro igual. Ele possuía um arde força e de dignidade silenciosa que ajudava a aumentarsua beleza física. Na família de Inanna não havia ninguémque se parecesse com ele, nem sequer Anu ou Enlil. Eraalto, seu cabelo comprido, liso e prateado e seus olhoseram tão escuros como o céu noturno ; eram uns olhos quebrilhavam com humor. A Inanna parecia que haviadiamantes dentro desses olhos escuros e ela desejavasaber mais sobre este homem.Viu-se a si mesmo olhando suas mãos; eram totalmentedelicadas, tinha dedos largos e suaves mas, não o bstante,não mostravam nenhum traço de debilidade. Inannapensou que este era um homem que estava por cima dasascensões e descidas da vida. Era profundamenteapaixonado, mas suas paixões não lhe curvavam. Seuaspecto disse a ela que ele via o humor da vida e de suasmudanças infinitas, que a vida por si mesmo o deleitava eque sentia compaixão por todos os seres sem importar emque estado de evolução se encontrassem. Inannacompreendeu que este homem sabia que era parte de todaa vida e, por causa desse conhecimento, amava a v ida emtodas suas partes infinitas.Ela se perguntou se verdadeiramente tinha mudado osuficiente para que ele se fixasse nela. Pensou que naútlima reunião nem sequer a tinha olhado , ou sim? Nãosabia que roupa vestir e depois de atirar mais de umapeça sobre o piso se decidiu por algo modesto e de bomgosto, um pouco estranho nela.

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Sentiu que Enki se aproximava montado em seu dragão erapidamente sentiu a presença dos outros dois, Anu eEnlil. Enlil sempre a punha nervosa. Ela imaginava queele a julgava severamente e que não estava de todosatisfeito com sua neta. Mas para ela sempre era umprazer ver Anu, pois seu nome significava "amada deAnu", e sempre tinha sido certo que Anu adorava a suabisneta."Minha pequena, me alegro tanto de ver-te outra vez!"Anu abraçou a Inanna e seus olhos se encheram delágrimas. "Estou muito orgulhoso de seus esforçosdiligentes para ajudar aos terrícolas.Todos mudamos um dia, não é certo, minha pequena?""Anu, como está? Me conte sua notícias". Inanna s einclinou graciosamente ante Enlil e perguntou por suamãe, Ningal, e por seu pai, Nannar, o filho de Enlil.Enlil e Anu tinham estado reunindo suas forças no exílioem uma galáxia próxima e tinham estado olhando commuito interesse os experimentos de projeção dos Eu smultidimensionais no contínuo espaço/t empo da Terra.Inanna e Enki não eram os únicos membros da família queestavam envolvidos nesta atividade. A família tinhachegado a aceitar a verdade: esta era sua única esperançade criar outra realidade na qual a espé cie humanapudesse liberar-se da tirania de Marduk.Recentemente Anu e Enlil se uniram ao s Etéreos em suasnaves que davam a volta à Terra, pacientementeesperando que acontecesse a transformação do DNA nosseres humanos e protegendo o planeta dos invasores deMarduk e de outros extraterrestres piratas. Os Etéreos secomprometeram a proteger a Terra com o fim de dar aoshumanos a oportunidade de ati var seus gens latentes e deprovar ao Conselho Intergaláctico que eles tinhamsuperado a etapa adolescente pel a qual passam todas as

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raças, que estavam preparados para ser responsáveis porsi mesmos e de ocupar seu lugar como iguais no universo.Era uma empresa difícil, pensou Inanna, especialmentequando Marduk obstaculizava todo intento que a famíliafazia em benefício da humanidade. Certamente Mardukfazia tudo o que tinha podido para frustrar os planos deInanna. Muitos de seus Eus encarnados tinham caído emsuas armadilhas e tinham perdido seu caminh o. Poderiaser que Graciela fosse a última esperança de Inanna? Nãoqueria pensar nisso; era muito pavoroso.Inanna, Anu, Enki e Enlil caminharam para o portal dotempo e se transportaram para o salão da Federação.Melinar os seguiu como parte da consciência de Inanna.Era tal como Inanna recordava: um céu cetim enorme eabobadado que permitia ver todas as galáxias. A vista eraimponente. Os céus são ainda mais lindos que minhasjóias, disse ela; seria muito divertido jogar com as estrelas.O salão estava cheio da extensa variedade de seres detoda classe de raças. Entraram os Etéreos e saudaram Anue a sua família. A reunião estava a ponto de começar.Pelo canto do olho, Inanna o viu entrar sozinho esilenciosamente no salão. Era tal como Inanna orecordava; sua beleza procedia de uma fonte soberana noprofundo dele e magnetizava todo o ser de Inanna. Ele eratudo aquilo no que ela queria converter -se, garboso eamável e, não obstante, forte e sapiente. Inanna se sentoureta e tratou de não ser muito visível. Se só se sentasse emum lugar onde ela o pudesse ver com fa cilidade. Para seudeleite, ele caminhou para a área elevada dos Etéreos e sesentou a um lado. Inanna conteve a respira ção, seucoração estava batendo muito rapidamente, mas ele eratão maravilhoso.Um Etéreo muito alto e elegante ficou de pé e começou adirigir-se ao salão por meio de sons que compreenderamas mentes de todos os pressente sem importar qual fora

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sua linguagem ou dialeto nativo. O Conselho enfatizou ofato de que ainda estava fazendo valer sua lei de nãointerferência, enquanto que de perto seguia as atividadesda família de Anu, em particular as de Marduk. Da últimareunião as coisas não tinham mudado muito. O fim doano 2011 era ainda a data marcada para resolver o assuntodo domínio do planeta Terra. Se um número suficiente dehumanos podia ser convencido de sua habilidade genéticalatente para assumir o controle de sua realidade eabandonar sua dependência dos tirano s, formaria-se umaTerra mudada em forma natural, a qual permitiriaexpressão desta nova consciência. Aqueles humanos quedesejassem permanecer sob o reino de Marduk e seustiranos, seriam deixados a sua sorte, possivelmente paraaprender a independência em outra época em um futuropossível.O Conselho perguntou se algum dos presentes desejavafalar em favor dos terrícolas, ou se tinham algumaevidência nova para apresentar ante a corte. A mente deInanna se agitou. Que poderia dizer? Que Olnwynn tinhasido assassinado por seu próprio filho, que Atilar tinhaviolado a uma jovem sacerdotisa, que Chandhroma tinhasido envenenada no harém? Tudo isso não soava muitoprometedor. A Terra era algo tão difícil de explicar; eraalgo tão denso e complicado por causa de suasinumeráveis polaridades. Sentiu que lhe secava a boca,mas de todas as maneiras ficou de pé para falar.Não tinha idéia do que a tinha feito se levantar ou do queia dizer, mas uma força a pôs de pé e lhe colocou aspalavras em sua boca. Era Olnwynn. De algum modo eletomou conta temporalmente de sua consciência e, parabem ou par o mal, estava a ponto de falar através d elaacima de todo o Conselho."Desejo falar pela Terra e sua gente. Pode ser que sejamuito difícil para vocês compreender em o que é a vida na

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Terra. Nunca se sentaram em um bosque verde a escutar ovento. Nunca viram esse sol dourado silencioso que seeleva por cima de nossas majestosas montanhas; nãoescutaram as asas de um colibri que golpeiam enquantobebe o néctar de uma rosa. Sei que os humanos não estãoconscientes de muitas coisas, mas são dignos de suaatenção e merecem ser salvos. Alguma vez tiver am umbebê desamparado em seus braços, possivelmente seupróprio filho, com um desejo de protegê -lo?"Melinar tirou Olnwynn e continuou falando através deInanna. "A espécie humana é uma mescla de todas asraças que vieram à Terra e se cruzaram com as form as devida que existiram lá. Eles são vocês; levam as sementesde muitas das linhas genéticas que existem através detodo o universo. Se lhes brinda uma oportunidade, se lhesdá ajuda, podem ser maravilhosos na verdade. Quero lhespedir a que os etéreos continuem aumentando a banda defreqüência da Onda".A Onda era um término que descrevia uma banda defreqüência que os Etéreos estavam emitindo para oplaneta Terra. Ela levava energias de verdade eiluminação; levava o poder de despertar os gensadormecidos. Se tão somente os humanos adormecidospudessem despertar de seu sonho da limitação e seabrissem a esta Onda, seu DNA mudariaautomaticamente e os faria livres. A única coisa quetinham que fazer era apagar as máquinas eletrônicas queemanavam as freqüências de Marduk e escutar os sons danatureza, do bosque, dos rios que cantam e os ventos quesussurram.Inanna lhe contou a história da Graciela ao Conselho.Disse-lhes que Graciela tomaria certas decisões muito embreve. Inanna sabia que era uma probabil idade muitoremota e que estava exagerando, mas era sua única

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oportunidade. Possivelmente a história da Gracielaanimaria aos Etéreos a aumentar a freqüência da Onda.Inanna concluiu dizendo que realmente amava a Terra eàs pessoas que a habitava e que ela e sua família estavamfazendo todo o possível para desbaratar os planos dostiranos. Rogou ao Conselho que continuasse lhesajudando. Logo Anu agradeceu aos Etéreos pelo amparo àTerra e pelo asilo que lhe estavam dando a Anu e a seufilho Enlil.Todos os do Conselho compreenderam que na situação daTerra estavam envoltos não somente seus habitantes.Também se entendeu que se a espécie humana podialiberar a si mesmo, os efeitos da tirania que agorarondavam por todo o sistema solar pleyadense,diminuiriam. Anu e Enlil retornariam no tempo paraliberar os líderes dos numerosos mundos pleyadenses eajudariam na liberação de suas terras.Era hora de uma mudança no equilíbrio do universo. Asforças da luz estavam prontas para vencer as forças daescuridão, por um tempo. Era o fim do Kali Trampa, o fimde um período de jogo na mente do Primeiro Criador.De retorno à casa, Inanna pensou em seu homem e seperguntava se a tinha visto. Tinha e scutado ele quando elafalou? Oh, como poderia conhecer um como ele? Melin arriu bobamente enquanto fazia fulgurar seus brilhantes namente da Inanna, mas não disse nada. Ele estavaguardando o futuro da Inanna em um lugar secreto,porque agora era melhor que retornassem para a Graciela.

XV.- UM HELICÓPTERO NEGRO

De sua cabana Graciela observava o céu estrelado. O fogoardia com vigor e seus cães sonhavam comodamentesacudindo suas patas. Graciela ficou sem fôlego ante abeleza de uma estrela fugaz que ca iu com o passar do céu

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noturno. Tratou de recordar o que isso significava. Acasoera boa sorte? Nesse momento só pôde pensar em objetosvoadores não identificados. Em 1975 ela tinha visto umovni sobre o Monte Shasta na Califórnia. Não era estranhover ovnis neste lugar; a gente os via todo o tempo, masGraciela tinha visto a nave a plena luz do dia e não tinhaesquecido essa experiência.Ela tinha saído a caminhar com alguns amigos e logodecidiu seguir sozinha. Olhou o formoso céu azul claro eviu um disco grande como de estanho que flutuava porcima dela. Em vez de emocionar -se, ela sentiu pânico e aadrenalina se acelerou por todo seu corpo. Nesse mesmoinstante, a nave subiu em forma vertical e desapareceu.Graciela correu para seus amigos e com a vozentrecortada lhes perguntou: "Viram -no, viram-no?" Masnenhum tinha visto nada; somente ela tinha visto o ovniesse dia. Nunca pôde esquecer nem resolver este mistér io,o qual a tinha obcecado depois .É obvio ela tinha lido todos os livros que tinha encontradosobre os ovnis e as experiências que outras pessoastinham tido com eles, mas isto não pareceu ajudar. Muitaspessoas trataram de convencer de que só tinha sido suaimaginação posto que a sua era muito viva, mas ela sabiao que tinha visto esse dia e ninguém pôde persuadi -la docontrário.Até mais estranhas eram as imagens q ue Graciela tinhapintado antes do avistamento, e quando tinha escassos 16anos. As pinturas eram de grupos de seres que se viamexatamente como os extraterrestres cinzas que mais tardeeram desenhados pela gente que dizia havê -los visto ouque tinham sido raptados por eles. Graciela se desgostouquando viu os extraterrestres cinzas de suas pinturas emum filme muito de moda e na coberta de um best seller.Ela não recordava se a tinham raptado, como a muitosoutros, embora tratou de recordar. Tampouco lhe

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inspiravam temor estes pequenos amigos cinzas. De umaforma misteriosa, todas as pinturas que ela tinha feitoneste período foram furtadas. Essas pinturas constituíamsua série mais popular.Deu-se conta de que seus olhos estavam já cansados deobservar as estrelas e os fechou. Em sua mente, viu -sevoando pelo espaço, as galáxias lhe apareciam zumbindo,ou era ao contrário? Ela sentiu que se aproximava mais emais de um planeta em particular. Suas cores eram muitoestranhas, algo assim como animação surreali sta porcomputador, mas não eram cores da Terra. O planetaestava deserto, vazio de vida ou seres viventes.Rapidamente se cansou dessas paisagens solitárias tãoelegantes.Retornou ao espaço e sentiu que descansava dentro doque parecia ser sua nave priva da. Havia uma cadeirareclinável que estava à frente de um painel de controle,mas tudo era escuro e escassamente iluminado na parteinterior. A nave parecia funcionar u nicamente com ospensamentos da Graciela e, o ser no que ela se converteu,quem pilotava este veículo, sabia exatamente como lhedar ordens com sua mente.A nave como objeto material desapareceumisteriosamente dos arredores da Graciela e suaconsciência começou a mover -se com facilidade atravésdo espaço para explorar outro planeta. Este pl aneta tinhacores similares, mas havia grandes atoleiros de líquido eseres que tomavam forma a partir desses atoleiros. Osseres de líquido eram muito amáveis e amistosos. Elasentiu que podia permanecer lá muito tempo e aprenderdeles.Graciela escutou uma voz em sua cabeça: "São osLiquidianos!" A aventura da Graciela tinha atraído aAtilar, já que este planeta era um de seus favoritos. Sorriaa Graciela, saudava seus amigos e um por um os

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apresentava. Isto era muito para a Graciela. Sentou -sedesconcertada e assustou a seus cães. Tratou de recuperaro controle de si mesma e decidiu que era hora de ir para acama e dormir um pouco. D e vez em quando as coisasapareciam muito pesadas e ela não podia as dirigir.Foi para sua pequena cama e se acomodou debaix o dasmantas quentes. Olnwynn apareceu para protegê-la.Chamou a atenção de Atilar e o acusou de sobrecarregar apobre moça. O grande guerreiro celta se sentou ao pé dacama da Graciela entre os dois cães para montar guardaesta noite.

Marduk flutuava sobre as águas cor turquesa de suapiscina no Sri Lanka. Gostava especialmente desta ilha nooceano Índico porque quando puseram o nome de Ceilão ,tinha sido o lar do demônio Raksasa Ravanna, quem lhestinha causado grandes dificuldades ao deus Ramo e a Sitaem uma época anterior. Enquanto sorria de suaslembranças, Marduk observou um pássaro chamativo eestranho que voava pelo céu. Também amava ao SriLanka porque era um lugar de conflito como o OrienteMédio, o Norte da Irlanda e mais recentemente o Egito.Todas estas áreas de conflito cons tituíam delicioso prazerpara Marduk e seus exércitos, os quais se alimentavam dotemor e o desespero.Um servente andróide entrou no jardim de Marduk:"Senhor, algo está aparecendo na unidade exploradora eeu acredito que você deva vê-lo. Há evidência de umaconsciência interdimensional entre os terrícolas"."Como?" Marduk se levantou bruscam ente de seu salva-vidas inflável e tombou seu copo de Martini de cristalfrancês. "Me siga ao quarto de exploração", ordenou.Marduk conduziu o andróide em volta do quarto deexploração, ninguém se atrevia a guiar Marduk a nenhumlugar. A unidade exploradora estava no centro

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subterrâneo de comunicações, um dos tantos que tinhaconstruído. Ele tinha convertido a arquitetura subterrâneaem toda uma arte. Suas novas máquinas para construirtúneis faziam que os velhos túneis do Povo da Serpente sevissem toscos e patéticos. Os túneis de Marduk eram sempar e estavam forrados com um material que pareciamármore italiano fino mas que emitia um amplo espectrode luz e freqüências eletromagnéticas.O quarto de exploração estava mobiliado com umescritório Luis XIV, ornamentado com ouro real e umacadeira de trono que fazia jogo. Cadeiras de mão antigaschinesas adornavam a parede do quarto e um to alha demesa persa cobria o piso de lápis lázuli. A unidadeexploradora emitia um sinal que mostrava o lugar daconsciência interdimensional. Mostrou o lugar: MontanhaPerdida, a Noroeste do Pacífico.Marduk estava furioso. Esta nova cons ciência quecomeçava, mas Marduk sabia que tinha que extingui -laimediatamente antes de que crescesse e se espalhasse paraos outros como um câncer. Se os seres humanos se davamconta de que havia outras dimensões e outras formas devida, seus cérebros poderiam abrir -se além de sualastimosa capacidade normal de 10% e já não poderiamser controlados. E Marduk vivia para e do controle.Ordenou que se enviasse um helicóptero à MontanhaPerdida com a dupla função de fotografar a área e deassustar ao ser humano que vivia lá. Po ssivelmente elepoderia espantá-la da montanha e fazê-la retornar àscidades onde as freqüências eletromagnéticas eram maisfortes, mais hostis e a fariam voltar para o modo desobrevivência, o que esmagaria este novo estado deconsciência que florescia.Graciela despertou. Seus cães ladravam furiosamente.Através da janela de seu quarto se filtrava um jog o de luzque caía sobre as mantas da cama da Graciela. A luz vinha

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de um helicóptero que flutuava ruidosamente no ar porfora da janela. Ela saltou da cama e correu para baixo. Quediabos se passava?Aí estava, um enorme helicóptero negro que não era comoos helicópteros que ela tinha visto antes. Era liso,detestável, ameaçador, algo como tirado de uma novelade ficção científica. Sua escur idão se via mais sinistra porcausa do desenho aerodinâmico de sua estrutura.A máquina negra continuava derramando seu raio de luzpara a cabana da Graciela. Por um momento pensou emuma arma para defender-se mas logo se deu conta de queisso não lhe serviria para nada. Um helicóptero como essecertamente teria a bordo arma sofisticadas, pelo menosrifles M-16. Ela se obrigou a respirar profundament e. Ohelicóptero voou ao largo do vale onde Graciela viviamuito sozinha. Enviou uma poderosa luz infravermelha aum estábulo e galinheiro abandonados que havia na partebaixa da estrada.Finalmente, depois de colocar à força outra vez o jorro deluz, o desagradável helicóptero negro desapareceu,aparentemente rumo para o norte. Graciela não sabia aque ponto exatamente. Sentou-se rendida e tratou deacalmar a seus cães. Definitivamente necessitava um golede vinho!Enquanto Graciela corria para sua cabana, Olnwynnchamou a atenção de Inanna para o helicóptero negro."Marduk!", exclamou Inanna. "Como se atreve? Se chegara tocar a Graciela, levarei-o ante o Conselho antes de quepossa piscar. O que não daria para apontar minha armade plasma para seu perfeito nariz!"Melinar deteve esses pensamentos em Inanna. "Inanna,querida, estamos no processo de evolução. Não éapropriado que abrigue pensamentos de vingança nestemomento".

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"Queria envolver a esse réptil filho de.... Está bem,Melinar, vou me acalmar ; estou pensando comoOlnwynn".Este riu. Agora vai jogar a culpa em mim, pensou ele,quando foi ela quem me criou para começar. " Inanna,temos que proteger a Graciela", suplicou -lhe Olnwynn.Inanna foi a suas telas e chamou Anu, que estava nasnaves dos Etéreos com Enlil. Para Atilar tu do isto pareceumuito interessante e, quando viu que a nave nodriza dosEtéreos entrou na consciência de Inanna, com emoção seprojetou a si mesmo a bordo. Imedia tamente estavaparado ao lado de Anu e Enlil no quarto de comunicaçõese nesse momento lhes estavam informando sobre oincidente do helicóptero."Atilar, o que faz?", gritou Inanna.Anu respondeu pelo Atilar: "Oh, lhe permita que fique.Sempre quis falar com um de seu Eu multidimensionalInanna, e este me parece bastante apropriado. Não sepreocupe pela Graciela; vou ordenar amparoimediatamente. Esse safado, embora seja meu neto não lhepermitirei que destrua o que poderia ser nossa últimaesperança"."Oh, Anu, não diga essas palavras, última esperança.Muito certamente os Eu multidimensionais de Enki,Ninhursag ou dos outros se estão aproximando para aativação de seus gens divinos , disse Inanna."Bom, parece ser questão de sincronicidad e e sinergia,querida. Se só um acorda , os outros que também odesejem despertarão simultaneamente. A transformação éinterconectada. Cada humano está conectado a outro, epor isso cada um é parte dos outros. To dos são vitais paranossa missão"."Você é diferente, Anu. Dê meu amor a minha bisavóAntu. Fecharei a transmissão já. Não deixe que Atilar teincomode".

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Anu se voltou para seu filho Enlil com toda sua majestadee beleza. Os dois eram tão parecidos por nat ureza queinclusive o cabelo dourado de Enlil estava começando abranquear como o de Anu. Tinha sido uma época difícilpara ambos os líderes. Anu tinha perdido Nibiru e Enlil àTerra. Os dois, pai e filho, tinham passado os últimosséculos conformando um exército de renegados parareclamar o sistema solar Pleyadense das mãos de Marduke seus tiranos. Estavam planejando a volta e trabalhavamombro a ombro com o Conselho e muitos outros líderespleyadenses que também estavam no exílio. Mas primeiroterei que curar as feridas que a família de Anu tinhacausado ao planeta Terra.Anu e Enlil, assim como Enki e os outros, tinham sidoobrigados a pensar introspectivamente. Tinham quechegar a um acordo com a etapa adolescente de suaevolução e tinham que mudar o suficiente para ir além datirania. Anu e Enlil foram para a porta e ordenaram aAtilar que os seguissem para encontrar-se com os Etéreos.

XVI.- A NAVE NODRIZA

Anu e Enlil, seguidos por Atilar entraram no salão centr alde reuniões da nave etérea. Ao redor de uma mesa grandee ovalada, estavam sentados três etéreos: o capitão, oengenheiro chefe e o diretor de comunicações. Atilar semaravilhou dos corpos dos etéreos; a primeira vistapareciam sólidos, mas quando lhes olhava de perto, eraóbvio que realmente eram transparentes ou possivelmentetranslúcidos. Suas formas físicas poderiam descrever -secomo moléculas que vibravam a diferentes freqüênciaspara emitir muitas aparências diferentes de densidade.Era como se eles pudessem modificar suas freqüências eadaptar-se a qualquer nível de vibração. Eram maisformosos que qualquer raça que Atilar tivesse visto. Sua

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inteligência fina e aprazível dava a seus rostos uma belezaestrutural que nenhum humano possuía, nem seque r adesafortunada sacerdotisa de Atilar.O interior da nave era limpo, elegante e muito funcional.A luz saía das paredes. Havia aqui um matrimônioperfeito entre a tecnologia e a arte. Atilar nunca tinhavisto algo assim. A nave devia medir muitos quilômetrosde diâmetro, era muito maior do que se via na tela deInanna e a bordo havia centenas, possivelmente milharesde seres.Anu falou com o capitão: "Senhor, o tirano deus Mardukenviou um helicóptero negro para atormentar a um dosEus multidimensionais da senhora Inanna. Ela mostroupotencial para uma futura ativação de seu DNA erecordou a muitos de seu outros Eu s, os quais estiveramem comunicação entre eles e também com a Inanna. Euquero lhe pôr fim a esta perseguição. De novo Mardukviola a lei de não interferência. Solicito que sobre a áre a deMontanha Perdida se coloque uma cúpula de luzprotetora e que seu chefe de comunicações estejapendente da moça. Parece-nos que ela é muito valiosapara o processo de transformação e o futuro possível"."Sim, é obvio, Anu. Nos encarregaremos dissoimediatamente". O capitão fez um gesto ao diretor decomunicações e ao engenheiro chefe que saiu da sala parafazer os preparativos pertinentes à cúpula protetora."Quem é esse que está com vocês?", perguntou o capitão aAnu."Este é um dos Eu multidimensionais da Inanna; acreditoque se chama Atilar. É correto?", perguntou Anu."Assim é, esse é meu nome. Sou da época da Atlâ ntida, deantes da grande corrupção de poder que se apresentou lá.Os dados de minha vida são basicamente os de umadepto. Durante toda minha vida procurei o controle demim mesmo e obtive muita grandeza, mas como nunca

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me permitiram sentir, o desequilíbrio me impulsionou aarrebatar a virgindade a uma jovem sacerdotisa de quemme tinha apaixonado. Como conseqüência desse crime meexecutaram".O capitão olhou profundamente Atilar e com muitacompaixão disse: "meu filho, esse é o estilo dasfreqüências de densidade inferior. A intensidade dosanéis materiais da Terra e outros lugares similares tende agerar experiências desequilibradas que fr eqüentementeconduzem à tragédia. Estes mundos de densidade infer iorsão os lugares que lhe dão o Primeiro Criador aoportunidade de aprender, de provar -se a si mesmo emmeio das vastas ilusões de sua separação. Você deve sercomo o Primeiro Criador; te pe rdoe a ti mesmo e assimilaas extravagâncias dos dados de sua vida. Então poderá temover para outros mundos para jogar na eternidade"."Mas ainda não", interpôs Anu, "agora estamos jogando aliberar os humanos de seus tiranos"."Sim, estou começando a compreender". Atilar adorava anave nodriza; sentia-se extraordinariamente bem. "Queriapermanecer aqui e aprender de vocês tudo o que possa.Meus antecedentes como modulador de cristais defreqüência me motivam a me interessar muito por suanave e a tecnologia etérea. A menos que Inanna me chameou me necessite. Como ela é minha criadora, ainda desejolhe servir em tudo o que possa".Anu olhou para o capitão procurando sua aprovação paraque Atilar ficasse. Este concordou e disse que seriainteressante ter a bordo um ser humano do planeta Terra,embora esteja desencarnado. Possivelmente todos podiamaprender de todos e eles queriam explorar o potencialhumano com alguém das qualidades de Atilar.Atilar estava feliz; com seu vocabulário tratou deexpressar seus sentimentos, mas não pôde. A nave em simesmo possuía um nível de freqüência de ser tão inédito

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que Atilar não tinha podido encontrar as palavras paraexpressar as sutilezas de seus pensamentos.O capitão leu a mente de Atilar e disse: "Já tem descobertoum de nossos dilemas. Como nos comunicamos com serescuja freqüência não vibra com a mesma sutileza que anossa?"Abriu-se a porta e entrou um homem, com seu braço aoredor de uma mulher incrivelmente formosa. O capitão osapresentou: "Quero que conheçam a Dama das Granadase a seu marido, o comandante Naemon. Eles são dafamília de Lona, uma grande dinastia de pleyandensesque tiveram a má sorte de ter sido conquistados poraquele que também atormenta ao planeta Terra. Eles estãoaqui pela mesma razão que vocês, Anu e Enlil, paraobservar o progresso da espécie humana e para ajudar emtudo o que seja possível".Atilar não pôde deixar de contemplar à Dama dasGranadas; parecia-se muito a sua sacerdotisa. Sua pele erasuave e branca e irradiava saúde. Seus ol hos eram de corverde esmeralda. Mas foi seu cabelo o que mais oimpressionou. Era vermelho escuro com reflexos de cobre.De conformidade com seu título, ela est ava coberta degranadas que davam a volta em seu atraente pescoço eestavam habilmente costurados por toda sua vestimenta.Ela era muito bonita e seu marido, o comandante, era opar perfeito: de aparência agradável e forte. Era evident eque a adorava. Fez um gesto a Anu a quem obviamenteconhecia e olhando Atilar perguntou: "Quem é este ser tãoencantador?" Não era comum ver um terrícola, inclusive aum sem corpo, a bordo da nave e por isso a curiosidadeda dama despertou.O capitão respondeu: "Este é Atilar, que acaba de chegardo planeta Terra. É um dos Eu s multidimensionais daInanna e solicitou permanecer na nave com o fim deaprender".

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"Um dos Eus da Inanna? Oh, que emocionante",respondeu a dama. "Inanna e eu somos muito amigas.Quando eu era menina estava acostumada a assistir àsfestas de sua bisavó Antu, em Nibiru. Ela e eu fomosumas meninas de muita imaginação e muitas aventuras.Nossas personalidades são muito similares. Eu a estimomuito e eu adoraria ensinar sobre a nave a Atilar"."Não seria isso interessante, querido?" Atilar se deu contade que o comandante se alegrava de fazer o que sua lindamulher desejasse."É obvio, meu anjo". O comandante apertou sua delicadamão. Então Atilar fez um percurso pela nave com seusnovos amigos enquanto Anu, Enlil e o capitão etéreoforam checar a cúpula que se estava planejando sobreMontanha Perdida no Noroeste do Pacífico.

Graciela saiu prazerosamente da cama. Não tinhadormido muito bem depois de que o helicóptero partiu.Começou a moer muitos grãos de café e o som do moinholhe recordava os motores do helicóptero. Meu D eus, doque se tratava todo isso? Acima de tudo ela estava furiosa.Como se atreve a voar por cima de sua casa dessa forma ea arrojar essa maldita luz em seu quarto? Havia algo quepudesse fazer?Sentou-se junto ao telefone com uma xícara de "espresso"escuro e forte e começou a procurar nas páginas amarelas.Chamou a todas as agências do governo e aos aeroportosque pôde. Mas sempre era a mesma resposta: não havianenhum prova litográfica de vôos de helicópteros a noiteanterior, nada, zero. Absolutamente nada. Quase todos adeixavam esperando, logo a transfer iam a outra pessoa.Demoravam uma eternidade. Inclusive chamou à Agênciade Controle de Drogas. Ah, eles foram muito serviçais.Pediram-lhe que os chamasse de novo em caso de que o

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helicóptero retornasse. Pensaram que se tratav a denarcotraficantes canadenses e lhe agradeceram.A única pessoa que lhe ajudou foi um piloto retirado quetrabalhava em um dos pequenos aerop ortos locais. Disse-lhe que esquecesse tudo, que nunca, para dizê -loclaramente, nunca averiguaria quem eram ou por queestavam lá. O que viu simplesmente não tinha acontecido.Também mencionou algo muito estranho. Graciela lhehavia dito que ela sabia que não era um ovni posto que ohelicóptero fez muito ruído e os ovnis eram silenciosos.Mas ele a desconcertou dizendo: "Não todos!"Para o meio-dia Graciela tinha esgotado todas aspossibilidades. Se nem a Armada, nem a Agência deControle de Drogas, nem a Força Aérea lhe queriamajudar, por que incomodar-se? Decidiu ir ao povoado eprocurar algo para almoçar. Coloco u seus cães nacaminhonete e desceu pelo caminho de terra afastando -sede Montanha Perdida até chegar ao povo ado próximo.Estava cansada, zangada e tinha fome. Atormentava -a aidéia de não poder averiguar quem e ram os intrusos. E seretornarem?Deteve-se para visitar alguns de seus novos amigos e lhescontou a história. Não acreditaram e se perguntavam oque estava fazendo uma garota tão bonita como Gracielavivendo sozinha em Montanha Perdida. Pareceu -lhes queera uma garota muito estranha. Foram muito a máveis,mas não lhe puderam dar nenhuma ajuda. Graciela sabiaque, como de costume, estava sozinha.Quando retornou à sua cabana, deu-se conta de que haviamensagens em sua secretária eletrônica. Sentiu um poucode esperança, possivelmente alguém a tinha cha madocom informação. Apertou o botão para escutar suasmensagens, mas não havia vozes, só um som totalmentedesconhecido. Ela escutou com atenção e tratou deidentificar o ruído. Era tão misterioso, como... o que era

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isso? Como uma espécie de máquina de co sturar que faziaeco em um anfiteatro enorme, ou como o zumbido suavede motores. Soava como, bom, sim.... soava como ointerior de uma espaçonave gig ante. Mas como podiasabê-lo? De algum modo sabia; de algum modo sabia queestava escutando sons que proce diam do interior de umanave, uma nave que estava em algum lugar do espaçoexterior.Toda a fita da secretária eletrônica continha os ruídosestranhos. Ela se sentiu muito melhor. Essa noiteenquanto dormia sonhou que seu pequeno vale e stavacoberto por uma cúpula de energia invisível que protegiaa ela e a seus cães de qualquer intruso. A cúpula saía deuma espaçonave enorme que estava no espaço, em algumlugar além de Saturno. Graciela dormiu muito bemprotegida por esta luz de amor que vinha de cima doplaneta Terra.Inanna e Melinar sorriram do ovalóide transparente , queestava no profundo da Terra. Que bom era ter amigos nasaltas esferas.

XVII.- FUSÃO

Na manhã seguinte, Graciela foi ao bosque de cedros. Eraum daqueles dias que se podem apresentar e m qualquerépoca do ano no Noroeste do Pacífico, n a primavera ou noinverno. Nesta Costa a este tipo de dia lhe chamaVeranico de São Martín. O sol brilhava e fazia calor, o céuera azul claro e uma brisa penetrante e fresca jogava comos cedros e fazia que a luz do sol dançasse através dasárvores e suas folhas verde pálidas. A neblina e o pó selevantavam do piso do bosque como mágicas colunas defumaça.Graciela se deitou sobre uma gros sa capa de musgo esentiu a força da Terra. Relaxou com a sensação de que se

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aproximava de seu verdadeiro lar, ao lar que está dentro.Seus cães se acomodaram a seu redor da maneiraprotetora usual. Os dois riam felizmente ao estar em umlugar tão maravilhoso; era como se sentissem que algoespecial estava a ponto de aconte cer e Graciela sorriu aovê-los tão felizes.Ela olhou ao redor do bosque e viu Inanna parada ao ladode uma bela árvore antiga. Já confiava e amava a estadama sábia e formosa de pele azul que estava paradaolhando com amor a Graciela e seus cães. Era um lindodia que recordava a Inanna as épocas felizes quando suavida tinha sido tão singela, quando tinha sido a meninamalcriada e adorada da família de Anu. Melinar estavacom ela e seus brilhantes fulguravam.Inanna se concentrou no Ser de Luz radiante qu e lhe tinhaaparecido no ovalóide da velha Mulher Serpente e ochamou ao bosque de cedros, a este tempo e a estadimensão. Ante os olhos da Graciela tomou forma o sermais formoso que tinha visto. O Ser de Luz era feito deluzes radiantes chamativas, era u m espectro de coresdiferentes douradas, de azuis e cores rosadas, toda s saíamcomo disparos, como se fossem fóton s que se reagrupampermanentemente para seu próprio prazer. S ó olhar esteespetáculo deixou Graciela sem fôlego. Lágrimas de gozodesceram por seu rosto. Melinar explodiu de energia eInanna sentiu uma paz e alegria incomuns.Graciela perguntou: "Quem é você?"O Ser de Luz começou a falar com uma voz melodiosaque repercutia nas harmonias dos reino angélicos. "Eu souvocê, Graciela, sou Inanna e tudo o que ela foi, todos osseus Eus. Eu sou Olnwynn e Atilar, sou Donzela do Céu eChandhroma, sou todas as expressões que vieram d amente do Primeiro Criador através de mim e de minhaquerida Inanna".

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Graciela começou a duvidar de seus olhos e ouvidos. Elapensou que certamente nunca seria tãoextraordinariamente bela ou maravilhosa como este serque agora estava frente a ela.O Ser respondeu aos pensamentos da Graciela: "Minhadoce menina, eu sou o que você sempre foste. Recordaquem é, recorda quem somos, Inanna e eu. Não julgue a timesma. Quando você julga, retira -te de nós. Nós nãojulgamos. Recordamos, somos e sempre fomos um: umser, um corpo. Recorda".Graciela sentiu que o temor tomava conta de seu corpo, otemor ao desconhecido. De novo, o Ser falou com ocoração da Graciela: "Eu sou o que você sempre foste,amada. Não é necessário que sinta temor. Seu sistema decircuitos está agora alinhado para ter uma melhorrecepção. Ao abandonar sua programação de temor teabrirá para novas realidades poss íveis e nos autorizará atransmitir uma onda de mudança a seu ser, a todas assuas células. Mas tem que te abrir, tem que nos permitirque lhe ajudemos. Não podemos ir aonde não somosconvidado, e não podemos interferir a menos que vocênos peça que lhe ajudemos a limpar a programaçãolimitada de seus códigos genéticos. Desejamos chegar aser conscientemente um com você ".Graciela olhou a Inanna que obviamente delirava defelicidade, e ao Melinar que parecia girar mais rápido quea velocidade da luz.No deserto havia uma tênue luz dourada. Tudo o quenormalmente parecia ser sólido, vibrava com luz eaparentemente era translúcido.Ou será que as coisas realmente são sólidas e oscilam coma energia da luz?O Ser falou de novo: "Você vê a matéria como energiavibrante porque isso é o que é. Apaga sua programação detemor, amada. O temor e a dúvida são interruptores de

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circuito, o amor é um intensificador. Nós somos amo r, oamor do Primeiro Criador. Te abra a nós e solta seu temor.Sua vida e suas expressões se incrementarão além do quete tenha imaginado."Nunca esteve separada de nós, amada. Está dentro denós e nós dentro de ti. Como esses brinquedos russos queencaixam um dentro do outro , nós todos somos parte dooutro. Em outras épocas muitos dos outros Eu smultidimensionais começaram a recordar, mas é agora,neste tempo e espaço que você, Graciela, começa oprocesso de unificar todas as experiências dos Eu sprojetados pela Inanna. Todos os dados de vida dediferentes Eus vêm por volta de ti agora porque vocêprocuraste a verdade e agora é o momento. A coragem e apaixão de todos aqueles que estão dentro de ti ativarão oque esteve latente dentro de seus códigos genéticos,irradiando assim um gozo contagioso a todo o planeta".Graciela sentiu uma brisa suave q ue acariciou seu rostoenquanto as lágrimas corriam por sua face . Nunca tinhaestado tão feliz em toda a sua vida. Era como se toda a dorque levava dentro tivesse saído e nesse lugar o ocupassealgo novo. sentiu-se amada e o poder desse amor iniciouuma reação nuclear em todo seu sistema metabólico.Sentiu que suas células explodiam , que faziam borbulhasdentro dela. Nunca antes tinha experimentado algo assim.Olhou a seu redor e se deu conta de que o bosque estavarepleto de seres, alguns eram os Eu s multidimensionaisda Inanna, ou as vidas passadas da Graciela, as quais nãoeram de todo passadas, porque como ela o via claramente,estavam todos aqui, agora. E se fundiam com elaenquanto conservavam seus Eus separados.Olhou Olnwynn, o maravilhoso guerreir o celta, atébonito, que sorria de orelha a orelha. Escutou-o dar seugrito de guerra e sentiu que sua coragem se fundia dentrodela. Chandhroma dançou frente a Graciela; os sinos de

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prata que rodeavam seus tornozelos delicados soavamcom deleite. Os movimentos garbosos da Chandhromainspiraram a Graciela a recordar o que seu próprio nomesignificava: graça. Sua mãe lhe tinha posto esse nomeporque sempre havia dito que Graciela tinha vindo pelagraça de Deus. Inclusive em meio de sua própriainfelicidade pessoal, sua mãe tinha tratado de amá -la e lhetinha dado presentes inestimáveis. Graciela chorou aopensar em tudo isto. A vida podia doer tanto!Atilar caminhou para a Graciela e entrou em seu ser.Estava ansioso de retornar à nave nodriza, mas sabia queeste momento era mais importante. Ele tinha sido umprofessor da concentração e seu conhecimento da variaçãodas freqüências de poder nos cristais tinha muitas outrasaplicações potenciais. Graciela absorveu esteentendimento e a sabedoria que Atilar tinha adquirido desua queda. Ele ainda amava a jovem sacerdotisa com todoseu coração e estava decidido a encontrá -la em algumlugar da imensa extensão do tempo pa ra ajudá-la comomelhor pudesse.Apareceu Donzela do Céu. Sentia-se muito a gosto nestebosque posto que amava a Terra e o céu. converteu -se emuma com os céus para atrair suas bênções para a Terra, ocampo e o bosque. Benzeu a Graciela e lhe deu asabedoria de sua vida como índia. Foi uma união muitonatural para as duas; o sangue da tribo da Donzela aindacorria pelas veias da Graciela. Ela sentiu que absorvia osdados da vida da Donzela do Céu, seu amor pelos céus eseu amor perdido, Pluma de Fogo; a tristeza da perda e apaixão pela vida.Cada um dos Eu da Inanna se dissolveu na consciência daGraciela e cada um lhe trouxe dons. Merwyn lhe trouxesua paciência e amor pelo conhecimento, Raquel suapureza inocente e Tenzin suas visões místicas e artísticas.Graciela estava plena, seu corpo estava aceso; o fogo que

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queima mas que não consome. Inanna toc ou meigamenteo rosto da Graciela e desapareceu na neblina do bosque.Os outros também se desvaneceram. Algu ns não eram Eumultidimensionais da Inanna e estavam ali só paraobservar. Graciela nunca os tinha visto antes e não sabiaquem eram. Para sua surpresa tinha estado ali uma lindamulher de cabelo vermelho ondulado que estava cobertade granadas. Tinha que lembrar-se de perguntar a Inannaquem era esta dama, mas não agora. Já se estava sentindoum pouco cansada e tinha muita fome. Era hora de ir acasa.Os cães saltavam de retorno a casa; pensavam na sopa defrango e o pão com manteiga quente. Guiaram Gracielapelo atalho que conduzia à cabana. Que dia!, P ensou ela.Que dia tão surpreendente, mágico e maravilhoso!Perguntou-se se assim seria o gozo supremo.

XVIII.- PÓ CÓSMICO

Marduk estava sentado na sala de controle principalobservando a tela da unidade exploradora das fontes deenergia. A população da Terra produzia continu amente onecessário para que alimentassem ele e suas legiões:temor, culpa e ansiedade, as energia sutis das quais sealimentavam suas tropas. Estava esperando que lheservissem champanha e caviar, de modo que quandoabriu-se a porta se surpreendeu muito ao ver a expressãono rosto de seu servente que chegou com as mãos vazias."Mestre, sobre a área de Montanha Perdida colocaramuma cúpula protetora de luz de alta freqüência. Nãoestamos seguros de sua fonte, mas pensamos que vem deuma nave nodriza etérea localizada além da órbita deSaturno".Marduk sentiu sua adrenalina réptil ag itando-se por todoo corpo. Como se atrevem? Esses malditos etéreos não

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bloqueariam tão facilmente sua missão dereconhecimento. Enviaria um par de suas naves de guerrapara rebater a cúpula protetora. Duas ou três rajadas deradiação de suas armas de plas ma destruiriam a cúpulacom facilidade. Deu as ordens e pediu seu champanha.Sentou-se de novo frente a suas unidades exploradoras eamaldiçoou aos etéreos, algo que simplesmente não se faz.Era de noite em Montanha Perdida. Os céus estavamtransparentes e Graciela sentia algo que as palavras nãopodiam expressar. Acendeu as velas em sua cabana,sentou-se junto à janela e olhou para a noite. Tudo se viatão diferente; era como se nunca antes tivesse visto asestrelas.Graciela se perguntou como tinha começa do Inanna aempreender sua viagem multidimensional. Inanna pôs emação seu enfoque e chamou à primeira de suas excursõesde carne e sangue, ou seja ao ser de túnica branca que lhestinha mostrado uma coluna de luz aos buscadores noHimalaia. Ensinou a Graciela o círculo e lhe permitiusentir o poder do amor que aquele ser tinha sentido pelosque estavam no círculo. Inanna se tinha entregue a eles etinha chegado a amá-los profundamente. E, como nosconvertemos no que amamos, ela se converteu em partedeles. Formar estes seres tinha sido a experiência maissatisfatória que tinha conhecido até esse tempo.Inanna explicou: "Todos os seres que estão nesse círculoforam a fonte do amor que gerou tanta paixão dentro detodos os meus Eus multidimensionais. E alguns dos queestão no círculo são as mesmas pessoas que meu Euamaram e que se afetaram mutuamente no tempo e noespaço".Graciela viu Inanna como o ser de túnica branca que haviasentido tanto amor que se atreveu a descender às densasfreqüências da Terra em um corpo humano. Não sentiutemor quando viu que saíam ondas de energia das mãos

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que estavam dentro da túnica branca. Estas ondas semoveram com ternura para ela e a encheram de ser.Graciela se abriu.No olho de sua mente, Graciela v iu os brilhantesmudarem em todas as suas cores; a temperatura de seucorpo aumentava e à medida que as ondas a banhavam,cada célula de seu corpo começava a vibrar a umafreqüência mais alta e a converter -se em luz. Gracielaestava se convertendo em luz: não luz refletida, a n ão serluz de sua própria fonte, de dentro.Sentia que se estendia, expandia -se para o universo.Recordou a todos os Eus de Inanna, ao Olnwynn, Donzelado Céu, Tenzin e os outros. Todos vieram a ela e sorriramporque estavam nela e eram parte de seu proces so. O queela experimentava, eles o sentiam. Graciela sentiu umaunidade, não só com os Eus mas também também com aInanna e mais à frente com a Terra, com os cedros altos,com as estrelas e o universo. T ransformou-se em umsentimento de gozo inefável quan do soube, simplesmentesoube, que era uma com toda a vida, contudo, converteu-se no gozo mesmo.Graciela começou a rir. Uma risada tenra e afetuosa arodeou e, como a risada é contagiosa, Inanna começou arir com ela. As duas garotas riam, riam e riam.As duas começaram a sentir algo novo. No mesmomomento sentiram que, como eram uma com tudo o quehavia na criação, também eram uma com Marduk. Não sóera ele parte delas mas também o amavam. De um modoincrível, Inanna sentiu amor por Marduk, até viu suabeleza. Esse amor proporcionou às duas a sabedoria parasaber que Marduk não somente era a projeçãoinconsciente da loucura tirânica dos filhos de Anu, massim também era parte do Primeiro Criador.Marduk era a porção de energia que permitia que sobre aTerra, na espécie humana, apresentasse uma comédia

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mágica, uma ilusão de limitação com o suficiente poder decriar uma forma de vida completamente nova, um novocódigo genético que levava possibilidades novas epotenciais afrescos para a criação.A tenra risada da Inanna e da Graciela resso ou por toda aTerra até o céu. A força de seu gozo se pulverizavasimultaneamente por toda a Terra e além dela. Aconsciência não tem barreiras, assim que os outros quetambém procuravam a verdade estavam sentindoexatamente o mesmo no exato momento. Os Eu smultidimensionais de Enki e Ninhursag, assim como osde outros membros da família de Anu, começaram a rir.Também outros ficaram afetados por este contágio daverdade, gente que eram de outras formas de vida etambém terrícolas; todos riam em seu novo conhecimento.O processo tinha começado. A verdade os tinha m feitolivres.Marduk derramou seu champanha. E nfrentou-se a umavisão terrível: nas telas de suas unidades exploradoras seviu evidência repentina de uma diminuição en orme naprodutividade. Em menos de um minuto da Terra ofornecimento de temor tinha diminuído de uma formaalarmante. Saltou de seu trono dourado e machucou odedo do pé, bom, sua garra.Tinha que haver um engano; o extenso fornecimento derecursos não pôde ter diminuído tão rapidamente.Começou a gritar a seus serventes e a pressionar todaclasse de botões eletrônicos de alarme. Estavaenlouquecendo; seus olhos se incharam e seu rosto sedesfigurou. Gesticulava como um louco e gritava a seusclones. Mas Graciela e todos os outros estavam por cimadele, já não os podia controlar ou machucar porquetinham trocado seus códigos genéticos e se afastaram desua freqüência. Eles já vibravam em meio de um espectroque ele nem sequer podia ver, muito menos tocar.

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Atilar tinha retornado à nave nodriza e estava com ocomandante e sua Dama das Granadas. Todos estavamemocionados pelo que estava acontecendo na Terra. ADama tinha decidido projetar Eu s multidimensionais emdiferentes coordenadas de tempo/espaço para unir -se àalegria de sua amiga Inanna. Naturalmente o comandantese uniria a ela, pois era tão protetor de sua amada. Tinhacomeçado uma nova tendência e muitos outros seguiriameste curso de ação

De volta à Montanha Perdida, Graciela olhou o relógio.Eram quase quatro da manhã e ainda estava escuro. Asestrelas logo começavam a empalidecer. Ela se sentiacheia de energia e lhe ocorreu que seria maravilhoso ir darum passeio. Jogou algumas roupas em sua mochila,chamou a seus cães e todos se dirigiram ao caminh ão.Enquanto desciam pelo caminho de terra que davacomeço à montanha, Graciela pensou quão agradávelseria descer pela estrada aberta à meia -noite e sentir ovento sobre seu cabelo.Sim, pensou Graciela, irei à qualquer cidade, e daí irei aoutra levando comigo a Onda dentro de mim eoferecendo-a, simplesmente com o fato de estar aí, a todoaquele que a queira. Qual era o dito? "O que terá quefazer, é ser" Sim, isso! Em voz baixa começou a cantarolarpedaços dessa velha canção gospel da Guerra Civil,Amazing Grace.Os cães brigavam pela janela. Eles compartilhavam suafelicidade e sempre estavam preparados para qualqueraventura. Enquanto desciam pelo ca minho de terra, acaminhonete de Graciela levantava pó; mas esta noite erapó cósmico.

XIX.- DEPOIS

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Era hora de reunir-se com o Conselho da FederaçãoIntergaláctica. Deviam assistir Inanna e Anu com osoutros membros da família, Enki, Ninhursag, Ninurta,Ereshkigal e todos os outros com exceção de Marduk.Inanna estava muito emocionada porque tinha tantascoisas para informar. Por fim seu s Eus multidimensionaisestavam progredindo muito bem e a verdadeira mudançaestava começando, graças à Onda e a tantos outrosfatores. Não podia esquecer de agradecer aos etéreos porproteger a Graciela. Inanna se sentia regozijada com essafelicidade que chega com a realização, e também com essanova sensação de unidade que ela e Graciela tinhamdescoberto. A vida era boa; Inanna se via mais bonita quenunca. sentia-se plena e sua suave pele azul resplandecia.Inclusive Enlil tinha felicitado a Inanna e Anu a tinhabeijado carinhosamente. Ele sempre tinha amado a suaInanna. Antu também estava lá; não queria perder toda aemoção do momento.Também estava a possibilidade de conhecer novos amigose convidá-los a suas festas. Esta era uma grandecelebração.Anu e Enlil estavam preparados para discutir aspossibilidades de transladar aos líderes exilados outra vezàs Pleyades. Ainda havia muito trabalho por fazer mastinham chegado muito longe e Enlil já estava planejando alogística da operação. O punho de ferro da tirania estavacomeçando a afrouxar em todas as galáxias. Era hora deque começasse uma nova idade dourada; tinha chegadoseu final ao Kali Trampa, a idade da escuridão. OPrimeiro Criador estava evoluindo como sempr e.Inanna estava de pé olhando os outros no salãointergaláctico. Sentia-se muito feliz e não estava pensandoem nada particular, quando sentiu uma presença a trásdela. Por seu corpo passou uma sensação calorosa e sentiuque alguém respirava muito perto de la.

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Lentamente deu a volta em resposta a esta energia sutilque começava a atrair toda sua atenção. Aí estava ele, ohomem maravilhoso que tinha desejado conhecer desdefazia tanto tempo. Inanna o olhou n os olhos; elesdançavam com sabedoria e humor e eram comodiamantes na noite. Sentiu uma profunda reminiscência,mas não soube por que. O silêncio tomou conta dela .Ele estendeu sua mão para ela e sorrindo disse: "P ermitame apresentar."

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