O Romantismo Na Música

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  • 8/18/2019 O Romantismo Na Música

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    O Romantismo na música (1810-1910)

    A Revolução Francesa causou profundastransformações, não apenas políticas, mas abalou

    todas as estruturas do pensamento espraiando sua

    influência no campo das artes, da cultura e da

    filosofia, sob a forma de um surto de liberalismo que

    se traduzia na defesa dos Direitos do Homem, da

    democracia e da liberdade de epressão! Alterando a mentalidade europ"ia

    e modificando os seus crit"rios de valor! Assim a m#sica e a arte de modo$eral procuravam se desli$ar da arte do passado deiando aos poucos os

    salões dos pal%cios e pondo&se mais ao alcance da nova classe social em

    ascensão, a bur$uesia, e invadindo as salas de concerto, conquistando um

    novo p#blico %vido de uma nova est"tica!

    ' movimento rom(ntico constitui uma reação contra o racionalismo e o

    classismo, opondo ) universalidade dos cl%ssicos o individualismo e o

    sub*etivismo

    +nquanto no lassisismo -avia uma $rande preocupação pelo equilíbrio

    entre a estrutura formal e a epressividade, no romantismo os

    compositores buscavam uma maior liberdade da forma e uma epressão

    mais intensa e vi$orosa das emoções, freq.entemente revelando seus

    sentimentos mais profundos, inclusive seus sofrimentos!

    Al"m da forte epressividade outra característica marcante no período

    musical rom(ntico " a c-amada m#sica pro$ram%tica ou m#sica descritiva!

    /ão que em outros momentos da -ist0ria da m#sica não -ouvesse esse tipo

    de produção, mas no período rom(ntico, essa " uma tendência bastante

    acentuada! /este aspecto, muits vezes, o romantismo liter%rio se confunde

    com o musical! 1uitos compositores rom(nticos eram %vidos leitores e

    tin-am $rande interesse pelas outras artes, relacionando&se estreitamente

    com escritores e pintores! /ão raro uma composição rom(ntica tin-a comofonte de inspiração um quadro visto ou um livro lido pelo compositor! 1as

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    aqui mais uma vez a necessidade de epressar, a m#sica ali%s, tem no

    romantismo a função essencial de epressar, e a alma " o ob*eto que se

    deve primordialmente retratar! 1uitas das composições pintam quadros,

    contam -ist0rias2 o individualismo rom(ntico incitar% freq.entemente o

    m#sico a 3pintar4 suas pr0prias eperiências! +ntretanto, apesar do

    individualismo, da sub*etividade e do dese*o de epressar emoções, o

    m#sico rom(ntico ainda respeita a forma e muitas das re$ras de

    composição -erdadas do classismo!

    ' Romantismo sur$e sobre bases tonais s0lidas, o período rom(ntico " o

    derradeiro momento da m#sica tonal! +ntre os traços comuns aos

    compositores do período podemos ressaltar a maior liberdade de modulação

    e o cromatismo cada vez mais pro$ressivo que levou os m#sicos at" a

    fronteira do sistema tonal de 5ac-! + " esse cromatismo que vai $arantir

    uma maior liberdade e epressividade a essa m#sica 3individualista4 e

     3sub*etiva4! As formas livres, lieds, prel#dios, raps0dias, o sinfonismo, o

    virtuosismo instrumental e os movimentos nacionais incorporam elementos

    al-eios ) tonalidade estrita do classicismo e esta lentamente se desfaz, at"

    c-e$ar ) beira da atonalidade com a m#sica de 6a$ner 7898:&899:;!

    'utro aspecto de destaque do período

    rom(ntico est% na pr0pria concepção de artista

    da "poca! A concepção do -omem $enial incita

    a buscar na bio$rafia do artista os sinais de um

    destino ecepcional! 's reveses da vida tendem

    a satisfazer a san-a do p#blico, pois o artista$enial " o eterno sofredor, em volta do mito

    estão a pobreza, a -umil-ação, as desventuras

    amorosas 75eet-oven;, a incompreensão dos contempor(neos, a doença

    75eet-oven; ou a loucura 75erlioz e

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    ima$em! 'u como diria Flaubert 3' artista deve dar um *eito para fazer a

    posteridade acreditar que ele não viveu4!

    ' m#sico rom(ntico procurou se firmar como um artista aut=nomo,

    deiando de se submeter a patronos ricos, como ocorria no período barroco

    e cl%ssico! >sso evidentemente $arantia uma maior liberdade de criação aos

    m#sicos!

    Durante o

    Romantismo -ouve

    um rico florescimento

    da canção,

    principalmente do lied

    7?canção@ em alemão;

    para piano e canto! '

    primeiro $rande

    compositor de lieder

    7plural de lied; foi

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    corne in$lês e o contrafa$ote! 's instrumentos de percussão ficaram mais

    variados!

    ' concerto rom(ntico usava $randes orquestras2 e os compositores, a$ora

    sob o desafio da -abilidade t"cnica dos virtuosos, tornavam a parte do solo

    cada vez mais difíceis! ompreende obras para $randes orquestras e

    privile$ia o virtuosismo! Destaca&se a obra de Go-annes 5ra-ms, com suas

    quatro sinfonias, dos franceses "sar Franc 789CC&89B; e Hector 5erlioz

    789:&89B;, que revoluciona a concepção da orquestra cl%ssica ao

    acrescentar mais instrumentos em sua

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    A ima$em que temos -o*e da

    c-amada m#sica erudita "

    notadamente rom(ntica! /ão "

    ) toa portanto, que nas salas

    de concerto, o piano se*a visto

    como instrumento de destaque,

    ao lado do violino, que tamb"m

    $an-ou fama como instrumento solo e orquestral! /o s"culo M>M o piano

    passou por diversos mel-oramentos! uase todos os compositores

    rom(nticos escreveram para este instrumento, os mais importantes foramS

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    instrumental, e a poesia de diferentes países! ' canto acompan-ado quer

    com cravo, piano ou $uitarra, possui as qualidades específicas nacionais, as

    que encontramos no lied alemão, na m"lodie francesa ou na canção

    espan-ola ou in$lesa! Ainda que anti$o na forma, e talvez at" por isso, "

    imediata a identificação do p#blico $raças aos temas que essas canções

     3rom(nticas4, evocam, tão pr0imas aos anseios do -omem bur$uês! omo

    foi definido por Heinric- Heine, o lied " o 3coração que canta, o peito que se

    a$ita4! A canção " a epressão musical de um 3estado de espírito4, impõe a

    primazia da paião e dos sentimentos sobre a razão, *unto a id"ia de

    liberdade e ealtação da natureza! +ntre os lieder mais famosos estão

    evidentemente os de

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    obra, em vez de musicar o usual teto latino, 5ra-ms 789::&89B;

    selecionou passa$ens si$nificativas da 5íblia!

    Ainda no que se refere ao canto não se pode falar sobre romantismo sem

    citar a import(ncia da 0pera, " na verdade nessa forma musical ampla e

    complea, que une o canto e a interpretação, musica e teatro que est% o

    verdadeiro destaque da musical vocal no período!

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    eperiências no canto tonal deram a obra Va$neriana uma tal ori$inalidade

    que criou para os demais compositores rom(nticos um dilema, ou uniam&se

    ) 6a$ner ou lutavam contra ele! A estrutura do cromatismo Va$neriano e a

    fi$ura do leit motiv levavam a m#sica para a beira da atonalidade, era na

    realidade um camin-o difícil de ser se$uido, um camin-o sem volta! A

    renovação na 0pera completou&se com a id"ia Va$neriana de estrutura

    continua da ação, de maneira que o con*unto não se*a dividido apenas por

    uma sucessão de %rias, interl#dios, coros, duos, etc!, que sur$em como

    conseq.ência da ação dram%tica, mas que não devem partir a obra em

    seções pre*udicando a id"ia $eral de unidade! 6a$ner " quem leva a termo

    essa id"ia que ser% acol-ida não s0 pelos compositores de lín$ua alemã,

    mas tamb"m pelo italiano iuseppe Lerdi 7898:&8B8;, um dos maiores

    autores de 0peras do período rom(ntico, que criou as c"lebres 3/abuco4,

     3Aida4!, 3Ri$olleto4 e tantas outras que saíram da pena do prolio e popular

    compositor, que celebizou&se em pouco tempo estendendo a sua influência

    a rom(nticos de todo o mundo, incluindo arlos omes 789:&89B;

    /a França aporta a estrutura da $rande 0pera que *% -avia estado presente

    na tradição espetacular da 0pera&ballet de KullP! A mesma variedade

    musical do lied rom(ntico manifesta&se tamb"m na 0pera, na compleidade

    dos arran*os orquestrais e na dificuldade do traçado das lin-as mel0dicas!

    Destacam&se os 0peras de 1ePerbeer 78B8&8B8; e a leveza da opereta

    c=mica de 'ffenbac- 78B8B&899; mais pr0ima do music -all!

    BIBLIOGRAFIA

    A/DN, Roland! Hist0ria Wniversal da 1#sica!