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______________________________________ ¹Professora de História da Rede Estadual de Ensino do Paraná.

²Orientadora Mestre da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

O SAMBA REVELANDO QUESTÕES SOCIAIS DAS POPULAÇÕES NEGRAS NO BRASIL: a questão racial em discussão; na escola.

Ivonete Pedron Pereira¹

Wanirley Pedroso Guelfi²

RESUMO

O presente artigo visou contribuir com reflexões e metodologias para o ensino de História, apresentando os resultados das atividades de (pesquisa e docência) realizado junto ao Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), da Secretária do estado de Educação (2012-2013). A pesquisa partiu da análise da contribuição Africana e Afrodescendente na construção da nação brasileira; a partir de letras de músicas do gênero musical Samba de diversas épocas: a intenção é promover a incorporação dos conhecimentos da cultura afro-brasileira e Africana ao ensino de História, a partir da investigação histórica das letras de músicas dos sambas. Desenvolveu-se a prática docente com alunos de História do 9º Ano E, do Colégio Estadual Desembargador Cunha Pereira, a fim de priorizar a diversidade cultural presente na sociedade brasileira, de modo que o respeito à pluralidade cultural, democracia e cidadania prevaleçam em todas as relações que envolvam a educação.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino de História; cultura afro-brasileira; música negra; samba.

1 INTRODUÇÃO

A diversidade cultural brasileira deve estar sempre presente nas discussões

acadêmicas, principalmente durante a composição das diretrizes curriculares, no que

diz respeito à cultura negra. Os africanos deixaram fortes marcas nas sociedades

americanas. Na brasileira em particular é possível perceber os traços desta cultura

no nosso cotidiano, alimentação, jogos, brincadeiras, artes, religião, músicas.

Nas últimas décadas a sociedade brasileira vem tomando consciência da

exclusão social: a existência de grupos que, historicamente, têm enfrentado

dificuldades para o acesso aos bens coletivos. Para superar essas dificuldades têm

sido propostas políticas públicas afirmativas que dão ênfase à cidadania e à

dignidade da pessoa humana.

Entender o processo histórico organizacional da sociedade brasileira até os

dias atuais possibilita uma maior compreensão acerca da constituição e,

permanência da cultura africana em nossas vidas, pois apesar dos negros terem

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sidos submetidos a ações desumanas no trabalho escravo e a castigos cruéis,

resistiram com bravura e cooperaram na construção da vida social de nosso país.

A educação é essencial ao processo de transformação da sociedade, cabe à

escola estimular a construção de valores, hábitos e comportamento que contribuam

de forma democrática e comprometida para a formação integral do ser humano.

Perante características culturais oriundas das culturas africanas tão presente

em nosso país, pensou-se em um breve estudo sobre as marcas musicais que

permanecem presentes em nossa sociedade, mais precisamente, sobre o samba, e

suas inferências na sociedade brasileira contemporânea.

O presente trabalho estabelece relações entre o samba e o contexto de onde

ele foi tirado, com linguagem simples voltada para sala de aula, facilitando a

pesquisa do professor e incentivando-o a apresentar aos alunos o desenvolvimento

do samba, sua forma, sua poesia e o significado social na época da sua criação.

Na perspectiva de que a escola ocupa papel importante na transformação do

processo de exclusão social, a compreensão da dinâmica das relações raciais no

ambiente escolar representa uma importante ferramenta no combate ao racismo e

às desigualdades predominantes nessa sociedade.

Muitas vezes percebe-se dificuldade dos afrodescendentes de sua auto

aceitação, podendo acontecer um possível comprometimento de sua identidade,

devido às atribuições negativas provenientes do seu grupo social.

O trabalho pedagógico de discussão, debate crítico e reflexivo aos valores

culturais transmitidos por meio da música negra, oportunizam a eles uma afirmação

quanto a sua formação como cidadão, garantem a identidade positiva e a

valorização do negro, fortalecendo o processo de construção da personalidade do

afrodescendente.

Esta proposta efetiva-se com a implantação do Projeto de Intervenção

Pedagógica na Escola, tendo como base a utilização de uma Unidade Didática

Pedagógica que servirá tanto a Docentes quanto Discentes.

A Implementação do Projeto de Intervenção na Escola, foi desenvolvido

durante o período de março a julho de 2013, em quatro horas semanais, com a

presença de alguns alunos (as) do 9º Ano E, turno da tarde, que se disponibilizaram

a vir ao Colégio no contra turno. Nessa turma utilizamos o material nas aulas de

História, quando os conteúdos trabalhados em sala coincidiam com os

disponibilizados no material Pedagógico.

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O trabalho utiliza conceitos fundamentais sobre preconceito, racismo e

discriminação, bem como a origem do samba enfatizando a importância de trabalhar

letras de música de épocas diversas, demonstrando através de seus elementos uma

melhor compreensão da sociedade brasileira e da História dos afrodescendentes.

2 A ESCRAVIDÃO NO BRASIL

Sempre que ouvimos a palavra África, passa por nosso pensamento várias

imagens, sons e, cheiros característicos que invocam sempre pobreza, morte, fome

e, guerras. Idealizamos que o povo africano é uno, ou seja, que somente é dotado

de uma única cultura. Esquecemos que a África por ser um continente com mais de

30 milhões de quilômetros quadrados e que ocupa 20% da área total do planeta e

que com mais de vinte mil anos de história do Homo Sapiens, não se restringiria a

somente uma maneira de pensar, de proclamar o mundo e de se relacionar entre os

seus mais de oitocentos milhões de habitantes.

No entanto, o negro também reagiu à escravidão, buscando dignidade na

forma de viver. As revoltas eram comuns nas fazendas, grupos de escravos fugiam

e, formavam nas florestas os conhecidos quilombos. Que consistiam em

comunidades bem constituídas, onde os integrantes habitavam em liberdade, por

meio de uma coordenação comunitária conforme o que havia na África.

Nos quilombos, podiam exercitar sua cultura, falar sua língua e praticar seus

rituais religiosos. O mais conhecido dos quilombos foi o Quilombo de Palmares, que

era conduzido por Zumbi. Afirmando esse fato, SANTOS relata que:

Durante a maior parte do tempo que durou o período escravista – cerca de três séculos e meio – a insurreição foi a marca que caracterizou as populações cativas que se aquilombavam em busca de liberdade. O país, de norte a sul, conheceu a revolta dos escravos. Alguns negros fugidos e organizados era o suficiente para tornar um quilombo. Ali, desenvolviam uma roça e obtinham a subsistência em liberdade. Os quilombos se multiplicavam, e o principal deles foi Palmares, uma verdadeira república que durou mais de 100 anos, cujo principal líder, Zumbi, é considerado hoje herói nacional. (SANTOS, 2001, p.75).

Os quilombos formavam uma série de relações com a sociedade, mesmo que

estas relações fossem tidas como clandestinas pelo estado. Muitos deles

estabeleciam o comércio com os viajantes que passavam pelas estradas ou até

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mesmo com os índios de tribos próximas aos locais onde viviam. Os quilombolas

tinham até contato com os habitantes das regiões periféricas das cidades, onde

desciam a noite para fazer trocas de mantimentos, armas e, pólvoras, como no caso

dos quilombos no norte do Pará, por exemplo, que realizam essas trocas com

franceses da Guiana.

Além desses escravos comerciantes, tinham também os que eram

agricultores, ou extrativistas, o que dependia de sua localização e das formas de

contato estabelecido com a sociedade. Em determinados quilombos tinham poucos

quilombolas numa única aldeia, porém, outros chegavam a ter centenas de milhares

de habitantes, pois possuía uma boa organização, como o foi o quilombo dos

palmares, que permaneceu por sessenta anos e, sua organização era similar aos

povos bantos da angola.

Mesmo tendo a liberdade formal, jurídica, grande parte, dos afros

descendentes ainda não se apropriou de liberdade plena, da cidadania do qual a

elite econômica e dirigente deste país sempre obtiveram.

2.1 BREVE HISTÓRICO DO SAMBA

Falar sobre a história do samba é contar a história do negro no Brasil. O

samba surgiu da necessidade deste povo de expressar o que vivia; seu passado,

suas lutas e sua resistência. Eles utilizavam sua música para expressar, de forma

artística, seu grito contra sua condição social, através dos chamados “batuques”,

realizados pelos negros nas manifestações culturais. Dessas manifestações

originou-se ao que chamamos hoje de samba.

Também com os candomblés surgiram às manifestações artísticas, tendo

como exemplo o primeiro samba “pelo telefone”, tendo seu inicio na casa da Tia

Ciata, a qual se denominava de pequena África do Rio de Janeiro em 1916, e

Helena Theodoro descreve o surgimento do samba no Rio de Janeiro pela

contribuição dos babalorixás baiano citando:

A contribuição dos baianos se eternizou na umbanda carioca, que recria os cultos bantos sob o panteon dos orixás ioruba, permitindo que uma estrutura da aldeia se preserve na cidade, enraizada na sua cultura, no inconsciente coletivo de seu povo e no samba, transformado em música síntese de brasilidade. (THEODORO, 2007, p. 9).

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O samba surgiu da combinação de estilos musicais de procedência africana e

brasileira. É tocado com instrumentos de percussão (tambores, surdos, timbau) e

acompanhado por violão e cavaquinho. Geralmente as letras de sambas narram à

vida e o dia-a-dia de quem reside nas cidades, na maioria das vezes destacando as

populações pobres. O termo samba é de origem africana, Segundo a Enciclopédia

da Música Brasileira a palavra "samba" vem derivada de semba que significa

"umbigada". Como nos explica Sandroni, umbigada é "o gesto coreográfico que

consiste no choque dos ventres, ou umbigos, e que tem uma função precisa no

desenrolar de certas danças". E tem seu significado ligado às danças típicas tribais

do continente. As raízes do samba foram inseridas em piso brasileiro na época do

Brasil Colonial, com a vinda da mão-de-obra escrava em nosso país.

2.2 OS DIFERENTES RITMOS DO SAMBA

Para que possamos entender um pouco sobre como o samba se tornou um

grande símbolo da sociedade brasileira, cabe relatar de forma breve como que o

samba se originou da mistura de estilos musicais. CALDAS diz que:

Começava o século XX. O maxixe, que o compositor Ernesto Nazareth (1863-1934) preferia chamar de tango, e a modinha já não estavam mais sós. Surgia uma nova dança com o nome de samba. Trata-se de um sincretismo musical onde, originalmente, estão presentes a polca europeia, que lhe forneceu os movimentos iniciais, a habanera, influenciando o ritmo, o landu e o batuque, com o sincopado e a coreografia, e o brasileiro “jeitinho de cantar e de tocar”, como diz Mario de Andrade. Somente a partir de 1917, com a gravação do primeiro, Pelo Telefone, é que o samba se popularizou como gênero musical. (CALDAS, 1989, p.28).

Os tipos de samba foram nascendo e, fazendo seu sucesso em diferentes

Estados do Brasil: na Bahia, no Rio de Janeiro e, em São Paulo. O samba da Bahia

possui influência pelo lundu e maxixe, com letras simples, balanço rápido e ritmo

repetitivo. O lundu, com relação a sua forma musical, era cantado e não somente

instrumentado, e quanto à dança, era feita em roda acompanhada por palmas e

dançava-se apenas um par de cada vez. O maxixe era apenas instrumental e todos

dançavam ao mesmo tempo, constituindo o que era chamado de "salão de baile".

Segundo Sandroni, o maxixe "era uma dança moderna, urbana e internacional e o

lundu deitava raízes no mundo rural e no passado colonial brasileiro".

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A lambada, por exemplo, é neste estilo, pois tem procedência no maxixe.

E o samba de roda, nascido na Bahia no século XIX, exibe noções culturais afro-

brasileiros e com procedência no lundu, com palmas e cantos, os bailarinos dançam

dentro de um círculo. O som fica por conta de uma banda musical, que utiliza viola,

atabaque, berimbau, chocalho e o pandeiro.

No Rio de Janeiro, o samba está ligado à vida nos morros, sendo que as

letras falam da vida urbana, dos trabalhadores e das dificuldades da vida de forma

amena e muitas vezes com humor.

Entre os paulistas, o samba ganha uma conotação de mistura de raças. Com

influência italiana, as letras são mais elaboradas e o sotaque dos bairros de

trabalhadores ganha espaço no estilo do samba de São Paulo.

Entende-se assim que o Samba é uma forma musical basicamente urbano,

mais precisamente carioca. Pois nos primeiros anos da República Velha o Rio de

Janeiro era a maior cidade do país com mais de 500 mil habitantes. Era também a

capital política, administrativa e cultural do Brasil.

Neste contexto podemos compreender o surgimento do ritmo de música

popular brasileira que teve berço na cidade maravilhosa, assim como o teatro, a

dança e a arte que também receberam influência e importância nesta cidade.

Com o avanço industrial brasileiro dos anos 30, com o rádio e o disco, foi que

outras cidades puderam conhecer melhor o Samba e dessa forma o Samba foi se

colonizando e tendo uma ampla repercussão na sociedade brasileira, sendo ate hoje

um estilo de procedências afro, mas com características bem brasileiras. CALDAS

relata que:

O samba de morro é o produzido pelos compositores dos morros e das favelas do Rio de Janeiro. Muito próximo ao batuque (outro ritmo afro-brasileiro) ganha força e popularidade a partir de 1922, justamente quando surgem as escolas de samba. Trata-se de um ritmo extremamente rico em coreografia, constantemente apresentado nas tradicionais rodas de samba. Os meneios, remelexos, sacolejos, rebolados e saracoteios, muito precisos, harmônicos e sensuais, formam sem duvida, a base coreográfica do estilo musical mais popular em nosso país. (CALDAS, 1989, p. 29)

Esta popularidade, esta mais propriamente atrelada a importância das escolas

de samba e ao próprio Carnaval, que ainda hoje é considerada a maior festa popular

brasileira. Parece que o samba, a escola e o Carnaval emprestam seus prestígios

um ao outro e forma a grande festa, o Carnaval que nessa estima ainda mais o

samba e as escolas.

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Mas além da festa carnavalesca o samba ainda é visto durante o restante do

ano, em sua forma mais essencial, nas rodas de samba e também em casas de

samba espalhadas pela grande cidade de São Paulo, do Rio de Janeiro dentre

outras. A roda de samba se tornou uma rotina e hoje ela faz parte do cotidiano de

alguns segmentos da classe média e também da proletária, que sambam nos fins de

semana e mesmo em meio a transformações econômicas, culturais e sociais

brasileira, que tem muito a ver com a arte musical do País, do qual o samba é ainda

o mais popular, TRAMONTE relata que:

Inicialmente o samba era uma criação coletiva. Não havia preocupação de propriedade musical. A primeira parte da letra era fixa e a segunda composta de versos improvisados na hora. O samba vai determinar a forte influencia da cultura negra na sociedade brasileira, dando continuidade – com muito mais vigor – ao processo de inserção cultural dos negros que o rancho já havia representado. (TRAMONTE, 2001, p.27).

Vários estudiosos apontam os ritmos do maxixe, do lundu e da modinha como

fontes que, quando resumidas, deram procedência ao samba que veio então se

evoluindo e superando os antigos ranchos adotando então formas mais elaboradas

que hoje são claramente visto em meio a nossa sociedade.

Os encaminhamentos metodológicos elencados tiveram como embasamento

teórico as Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnico-Raciais e

História e cultura Afro-Brasileira e Africana em trabalhar a Lei 10.639/2003, segundo

o que foi estabelecido no Art.26-A “Em todos os estabelecimentos de ensino

fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre a

História e Cultura Afro-Brasileira”.

O professor de História precisa construir um novo olhar sobre a história

nacional, regional/local e, ressaltar a contribuição dos africanos e afros

descendentes na constituição da nação brasileira, nessa perspectiva que CATELLI

cita:

Trabalhar com a música no cotidiano escolar significa ampliar a valorização de linguagens que podem permitir a descoberta de novos caminhos de aprendizagem. É possível que se desperte no aluno outras formas de conhecer, interpretar e sentir. (CATTELLI 2009, p.121)

O mesmo autor refere-se ainda a música como uma “fonte histórica” o que

permite conhecer ou estudar alguns aspectos da “história do Homem”, o qual

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também sugere exemplos de como trabalhar a música, em sala de aula, tornado

esse método uma forma de possibilitar ao educando mais interesse e com isso

desenvolver a compreensão melhor do fato histórico.

Referindo-se a escravidão no livro organizado por Leandro Karnal, Jaime

Pinsky e Carla Bassanezi Pinsky, o tema é abordado como um meio a contribuir

para a compreensão das bases da sociedade brasileira, a situação dos negros, a

origem de preconceitos, as relações sociais com base no entendimento de um

fenômeno que marcou a sociedade brasileira em consequência até hoje. Também

citam exemplos e, questões a serem tratadas.

Tendo por base o uso de letras e música negra, mais precisamente o samba,

como uma possibilidade a mais de compreender a História do povo negro e, da

cultura afro-brasileira e Africana que muito contribuiu/contribui para o

desenvolvimento (cultural, econômico, social, religioso) do país, mas que ainda hoje

não tem o seu merecido reconhecimento e valorização.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O Projeto de Intervenção na Escola deu-se no início de 2013, no Colégio

Estadual Desembargador Cunha Pereira, no qual atuo como Professora. O terceiro

período do Programa de Desenvolvimento Educacional, é composto da

Implementação do Projeto de Intervenção na Escola, do Grupo de Trabalho em

Rede (GTR), e o Artigo Final.

O objetivo geral do projeto foi: Refletir sobre o papel da música negra e, em

especial o samba, como instrumento de demonstrar o racismo e, disseminar a

cultura africana no contexto da sociedade brasileira.

A Implementação do Projeto de Intervenção, iniciou-se na Semana

Pedagógica, com a apresentação do projeto aos professores, equipe pedagógica e

direção, para que houvesse um envolvimento nas realizações das ações educativas.

Esse foi o momento no qual os professores (as), fizeram questionamentos quanto à

temática e como se realizaria a Implementação. Foi disponibilizado o Projeto e o

Material Didático, para que os mesmo fossem observados e lidos na íntegra.

Em outro momento da Implementação do Projeto na Escola, que contou com

a participação dos alunos do 9º Ano E do turno da tarde, turma composta de

dezessete meninas e doze meninos, encontrando-se entre eles vários alunos

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afrodescendentes, os trabalhos foram desenvolvidos em período de contra turno e

nas aulas de História sempre que o conteúdo coincidia com os disponibilizados no

material Pedagógico.

A metodologia utilizada para o desenvolvimento dos trabalhos constituiu-se

em vídeos, letras e música diversas, momentos de leitura, pesquisas, observações,

debates, reflexões, ações de transformação de comportamento frente à relação

étnico-racial na escola e na sociedade local. Trabalhando com o método histórico, já

que ele investiga fatos do passado para entendermos suas influências na sociedade

atual e o método comparativo, partindo da comparação de comunidades no presente

e no passado, suas permanências e mudanças, semelhanças e diferenças.

Através das atividades realizadas buscou-se ampliar o senso crítico dos

alunos frente às representações e conceitos que lhes foram transmitidos

historicamente, nesta perspectiva proporcionamos condições através das quais os

educandos pensassem, tomassem decisões e agissem, assumindo

responsabilidades por relações étnicas positivas no ambiente escolar em que ele

está inserido.

A Implementação Pedagógica na Escola, com os alunos/as, teve início com

um vídeo enfatizando e valorizando o estudo da História do continente africano,

possibilitando assim a correção das referências equivocadas que a sociedade

carrega, além de aprofundar o conhecimento de suas características, realidades e a

importância do legado africano para nós, levando-os a perceberem quanto somos

resultado dessa antiga civilização. E, FONSECA 2003, “reforça a preocupação com

a inclusão da diversidade cultural no currículo de história”, destacando que:

Conhecer e respeitar o modo de vida de diferentes grupos sociais, em diversos tempos e espaços, em suas manifestações culturais, econômicas e políticas reconhecendo diferenças e semelhanças entre eles; Reconhecer mudanças e permanências nas vivências humanas presentes em sua realidade e em outras comunidades, próximas ou distantes no tempo e no espaço; Valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a diversidade, reconhecendo-a como um direito dos povos e indivíduos e como elemento de fortalecimento da democracia. (FONSECA, 2003, p. 32 e 33).

Dando prosseguimento ao trabalho, os alunos em grupo realizaram no

laboratório de informática pesquisas mais detalhadas obtendo maiores informações

sobre o tema proposto. Em seguida realizou-se através de uma mesa redonda.

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Nessa atividade cada grupo expôs aos demais alunos a conclusão da pesquisa

realizada. Relato aqui, algumas citações dos alunos/as:

Turma: 9º Ano E. “Eu acho que devemos discutir a História da África e Cultura

Afro-Brasileira sempre para que nós possamos identificar as nossas origens... e

conhecer sobre a cultura que temos hoje no Brasil que é descendente de

africanos”...

(Grupo A).... “rever a História da África... para que essa questão (escravidão) não

mais aconteça ... a questão de outros povos superiores precisa ser esclarecida,

mostrando que há discriminação social, mas isso deve ser solucionado. Tem que

retomar para mostrar que isso não é verdade, foi colocado em nossa cabeça, mas

isso tem que terminar, as concepções tem que mudar”...

(Grupo B) ”Achamos importante discutir principalmente porque até bem pouco

tempo atrás a gente era fruto de uma História oficial”...

(Grupo C)... “hoje quando aprendemos sobre a questão afro-brasileira percebemos

que muitas injustiças foram cometidas e precisam ser revistam. É muito interessante

porque tornar visível o que antes era escondido pela visão do dominador”...

(Grupo D)... “Percebemos a necessidade de se inserir um novo olhar para a história

do povo africano no Brasil”....

Analisando as falas dos educandos percebe-se que nós educadores

precisamos imediatamente reescrever, recontar e desconstruir, o discurso

preconceituoso e discriminatório instituído no decorrer do processo histórico, que

sempre privilegiou a história eurocêntrica na qual os sujeitos valorizados são os

brancos, em detrimento da história de outros sujeitos, os negros, que quando

aparece nos materiais didáticos em geral é para ilustrar o período escravista do

Brasil Colônia.

Em outro momento várias letras de músicas foram disponibilizadas aos

alunos/as. Após a leitura e compreensão das mesmas, foi ouvida cada uma delas e

realizada uma interpretação.

Ao trabalhar com a “música Mama África”, foi realizada a leitura da mesma,

destacando cantora ou cantor, ano, período em que a mesma foi gravada, em que

contexto histórico se insere. Após discutimos o tema sobre as mulheres negras

comparando-as com outras mulheres da nossa sociedade. Muitos alunos/as

identificaram as mulheres fortes de sua família, (a mãe, que sozinha precisa cuidar

dos filhos, dos afazeres domésticos e ainda trabalha fora...). Os alunos produziram

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frases e poesias, e uma dupla (um aluno e uma aluna) cantou a música para a

classe. Exponho aqui uma poesia feita por uma aluna sobre a mulher: Aluna (A)

A mulher No ventre, delicada Na infância paparicada Na adolescência mais iludida Na juventude mais entendida Hoje na sociedade Respeitada de verdade Pode o machismo criticar Mas a mulher soube lutar Ninguém vive sem elas, enfeitando o mundo, as mais belas. Conquistamos nosso lugar, podemos estudar e trabalhar. A mulher consegue sempre o que quer!

Refletiu-se com os alunos, o preconceito nas suas diversas formas,

ressaltando as diversas identidades dos mesmos e, analisando a introdução de

valores considerados negativos, alimentados no cotidianamente nos processos e

relações sociais. Para o brasileiro, o preconceito racial é considerado vergonhoso, é

condenável. As pessoas negam seus preconceitos. Como disse Florestan, “o

brasileiro tem preconceito de ter preconceito”. (FERNANDES, 1972. p.42). Buscou-

se uma consolidação da identidade afrodescendente, como também das demais

culturas, possibilitando assim uma reflexão sobre educação étnico-racial na

disciplina de História.

A disciplina de História nos auxilia para a discussão deste contexto de forma a

entendermos que o preconceito racial no Brasil foi construído no decorrer dos anos e

poderá ser desconstruído a partir de seu próprio entendimento.

Em quatro aulas, trabalhamos, sobre o preconceito através de documentário,

vídeo e de letras de músicas que foram lidas e discutidas como: O vídeo o “xadrez

das cores”.

Documentário, o 2º documentário “Justiça Seja Feita "Decisões", que tem

como tema o racismo. O programa traz os detalhes sobre a 1ª sentença por

discriminação racial proferida no Brasil, em 1993. A decisão partiu da juíza Luislinda

Dias de Valois Santos, do Tribunal de Justiça da Bahia. A magistrada é personagem

central do programa, já que por ser negra, convive com situações de racismo desde

criança. "Ser negro no Brasil é ser forte", sintetiza Luislinda Valois”.

E letras de música como: “Olhos coloridos” de Sandra de Sá, “Cem Anos

de Liberdade, Realidade ou Ilusão”- Samba Enredo da Mangueira – 1988. Beth

Carvalho, “O povo na Luta faz História”. O tema foi abordado aos alunos (as),

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para que estes realizassem uma reflexão quanto à melodia, ao contexto histórico no

qual a música foi produzida, e a mensagem a qual estava sendo repassado pelas

mesmas. Em seguida produziram e expuseram cartazes apontando o tema

preconceito. O resultado foi interessante, eles apresentaram charges, imagens

(desenhos), reflexões, frases, palavras-chave, desconstruindo as questões de

preconceito presentes na sociedade. Socializo outra poesia feita pela aluna (B):

NEGROS Negros, discriminados pela sociedade Escravizados com crueldade, Vivendo na dificuldade, Porem lutaram pela liberdade, Negros, alegres com formosura, Espalhando com danças e cores sua cultura, Lutando até a sepultura, Que exemplo de criatura, Sempre fortes, Venceram todos os medos com bravura.

Ao final reunimos tudo o que foi produzido no decorrer da Implementação, os

cartazes, os textos, as poesias, as reflexões, as imagens, as letras de músicas já

analisadas e transpassadas pelos alunos (as). Apresentamos o resultado aos

demais alunos do mesmo ano. A essa atividade demos o nome de oficina do

conhecimento. Dessa forma oportunizamos a todos integrarem-se ao tema

abordado.

As apresentações foram realizadas em duas salas, a primeira sendo

apresentadas as músicas já trabalhadas com os alunos relacionadas ao tema, onde

ouviam e podiam acompanhar a letra disponibilizada aos participantes, após

realizou-se uma interpretação das mesmas. Na segunda sala promoveu-se a

contação e interpretação de histórias. O resultado uma reflexão mútua, entre os

vários alunos (as), de todas as turmas com quem a professora trabalha diariamente.

3.1 As contribuições do Grupo de Trabalho em Rede

O GTR da turma 2013 estruturou-se em três temáticas, as quais foram

disponibilizadas aos cursistas, a fim de que fosse realizada a leitura de cada

temática para aprofundamento, facilitando assim o desenvolvimento das atividades

solicitadas:

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Temática 1- Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola; após a leitura deixariam

sugestões, comentários ou indagações sobre a aplicabilidade do mesmo nas

Escolas.

Temática 2- Produção Didático-Pedagógica, (Unidade Didática), realizada a leitura,

os cursistas tiveram a oportunidade de opinar sobre a viabilidade ou não da

execução das ações pedagógicas que estavam contidas na mesma, poderiam

também sugerir mudanças para o seu melhor desenvolvimento.

Temática 3- Implementação do Projeto de Intervenção na Escola: foi disponibilizado,

parte do trabalho e, a cada momento em que estavam sendo desenvolvidas as

atividades, as mesmas eram socializadas. Aos cursistas foi solicitado que

escolhessem uma das atividades propostas, para aplicarem em suas escolas, ou

que relatassem uma experiência já desenvolvida, com os resultados obtidos.

Para desenvolverem as atividades solicitadas em cada uma das temáticas,

os/as Professores/as cursistas utilizaram as ferramentas do Fórum e do Diário.

Ao realizar as interações no GTR, os cursistas em suas postagens nas

temáticas propostas apresentaram embasamento teórico, contextualizaram de forma

clara e precisa sua prática pedagógica, promovendo discussões e troca de ideias

sobre o tema específico.

Consideraram o tema relacionado ao Projeto favorável, ficando evidenciada a

importância de se trabalhar com os alunos a temática sobre a escravidão,

discriminação, preconceito, resistências, lutas, a influência da cultura africana e afro-

brasileira, bem como a História da África a partir de letras de músicas, sendo mais

um recurso metodológico que vem dinamizar o processo ensino-aprendizagem.

Em todos os comentários relacionados à Lei 10639/03, os professores (as)

reconhecem que houve avanços, mas que ainda não é trabalhada em sua totalidade

e na integralidade nas Escolas, muitos deles ainda demonstram resistências para

trabalhar a questão da Lei.

Refletiram sobre a importância e a representatividade do trabalho

desenvolvido pela Equipe Multidisciplinar nas escolas destacando-se nas atividades

diversificadas realizadas sobre a História da África, cultura africana, indígena além

da outros temas.

Destacaram a importância da adequação do currículo sobre a temática, além

de que não fossem realizados apenas em momentos pré-determinados, e não

ficassem apenas na “responsabilidade das Humanas”. Partindo da experiência do

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cotidiano das escolas, sua realidade, sugeriu-se que no PPP, deveria conter um

“Calendário da Diversidade”, propondo diversos momentos de debates, discussões

por todos os profissionais da Educação.

Através das atividades sugeridas na Produção Didático-Pedagógica,

descreveram que as mesmas trazem sugestões e diferentes maneiras de trabalhar

com os alunos a História da África, bem como a cultura africana afro-brasileira,

segundo os cursistas as atividades são muito bem elaboradas e de fácil

aplicabilidade.

Por meio de letras de músicas, mais precisamente de samba, as quais podem

ser trabalhados temas como: a valorização da mulher, a autoestima, desconstruir o

preconceito, a escravidão, História da África, além de inserir diversos outros temas

relacionando-os ao contexto histórico. Acreditam que a utilização de letras musicais

no Ensino de História, “significa inovação” e sendo assim nos permite uma nova

perspectiva de trabalho em nossa prática pedagógica, onde através da música

poderemos valorizar novas linguagens, proporcionando aos alunos o conhecimento,

interpretação e a valorização dessa temática.

Portanto o valor educacional da cultura africana e afro-brasileira através do

ensino de História e do trabalho com letras de músicas, em especial os sambas de

diferentes épocas, é uma das muitas maneiras de apresentar aos alunos um novo

instrumento metodológico educativo, que pode ser expresso através de ideias,

pensamentos, reflexões, imagens e diálogos, nos âmbitos filosóficos, sociais e

políticos. Demonstram e valorizam a cultura africana levando-os a conhecer a

importância da história da África em todo seu contexto.

Como um todo o curso do GTR, foi significativo e deixou importantes

contribuições, a este resultado satisfatório deve-se a dedicação, sugestões,

interações e as experiências socializadas de todos os participantes, aos quais venho

agradecer por permitirem análises mais detalhadas das temáticas propostas.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Compreendendo que a África é o berço da humanidade, sabemos que é

impossível se falar de cultura brasileira sem se lembrar da influência do povo

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africano. Temos consciência do preconceito racial existente no Brasil que exclui

socialmente o negro. É de nosso conhecimento de que a escola (currículos,

conteúdos escolares, livros didáticos) é um dos meios pelos quais a exclusão

desses sujeitos é mantida.

Nessa direção, o estudo da cultura afro-brasileira e africana possibilita uma

mudança naquele quadro de exclusão, pois permite a reflexão dos direitos legais de

valorização da identidade, cultura, história, e privilegia a educação das relações

étnico-raciais. A pesquisa foi realizada através de uma análise reflexiva de letras de

música, do gênero musical o samba, alguns vídeos, documentários e textos cuja

temática é a África e os afro descentes, identificando como seus reflexos incidem na

metodologia de ensino, em consonância com a concepção que perpassa o processo

de ensino e aprendizagem.

Buscar compreender o processo de construção de identidade étnico-racial é

um desafio. Trata-se de um campo complexo e dinâmico, construído socialmente, e

marcado por relações vinculadas a critérios de inferioridade e superioridade entre

grupos sociais e sujeitos.

O trabalho realizado possibilitou o contato com detalhes e situações,

evidenciados nas interações e representações a partir de possibilidades criadas por

esta pesquisa. O preconceito e a discriminação racial existentes no espaço escolar

tendem a não afirmação da identidade racial por parte do educando negro, que

muitas vezes, se anula diante do outro, no caso o branco, este é um fato perceptível

em sala de aula.

A dificuldade foi em encontrar letras de música, que através de sua

mensagem não reafirme uma imagem preconceituosa ou negativa do negro ou de

suas origens e acima de tudo, dificultando o processo de autoconceito do aluno

negro e o desenvolvimento de sua identidade étnico-racial, além dos demais sujeitos

sobre as populações negras no Brasil.

Vale salientar que apesar da existência da Lei 10.639/2003, que torna

obrigatório o Ensino da História da África e dos afro-brasileiros, as instituições

escolares e alguns profissionais da Educação, apresentam certa resistência e

silenciamento diante das questões étnico-raciais, deixando de fora do currículo

escolar os diversos temas que envolvem tais questões.

É preciso que o professor esteja preparado para lidar com a diversidade

cultural em sala de aula para avaliar o currículo e suas práticas, de modo a apontar

Page 17: O SAMBA REVELANDO QUESTÕES SOCIAIS DAS POPULAÇÕES …

sugestões pertinentes quanto a questões étnico-raciais na sala de aula e até na

escola como um todo.

Para elevar a autoestima do educando negro e nele desenvolver um

sentimento de pertencimento ao grupo, faz-se necessário uma participação mais

efetiva por parte da gestão escolar, no sentido de viabilizar uma educação voltada

para as relações raciais, as questões de identidade e a cultura afro-brasileira. É

necessária também, a participação da família e de toda comunidade escolar, neste

processo.

Nesta pesquisa, devido a sua delimitação abordamos letras de samba, mas

outros aspectos podem ser amplamente trabalhados como: a literatura, as charges,

os poemas, a tecnologia, as artes, as religiões entre tantas outras linguagens não

escolares.

A repressão ao negro esteve presente em todos os aspectos, porém, no que

se refere à música houve um extraordinário movimento nacional de repúdio por parte

da elite, tanto no período colonial como pós-colonial, devido ao caráter de

inferioridade que lhe fora atribuído, suscitar o uso das letras dos sambas nas aulas

de História poderá ser uma das formas de construção de identidade étnico-racial.

Este estudo não possui caráter definitivo, mas busca trazer à tona reflexões

quanto à contribuição negra para com a cultura brasileira e proporcionar uma

sensibilização quanto à aceitação do outro tal como ele é, e não como gostaríamos

que fosse. A diversidade cultural brasileira deve permear as discussões e estudos

trazendo ao debate a pretensa europeização e a representação do diferente como

exótico, que manipulam e silenciam outras manifestações culturais, especialmente a

negra.

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