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Clube Planetas 8ª Região MESO 3 - AB Estudos da Natureza Especialidade Apostila Sementes Instrutor(a): Sérgio Luis O Semeador (Lucas 8:4 a 8) “Certo homem saia para semear. E quando estava espalhando as sementes algumas caíram na beira do caminho, onde foram pisadas pelas pessoas e comidas pelos passarinhos. Outras sementes caíram num lugar onde havia muitas pedras, e quando começaram a brotar, as plantas secaram porque não havia umidade. Outra parte caíram no meio de espinhos, que cresceram junto com as plantas e as sufocaram. Mas algumas caíram em terra boa. As plantas cresceram e produziram cem grãos para cada semente.” Estrutura de propagação das plantas superiores, origina-se do óvulo fecundado. Presente em Gimnospermas e Angiospermas, a semente é a unidade reprodutiva que dá início a uma nova geração. Contém o novo esporófito sob forma de embrião e protege-o contra a dessecação, danos mecânicos e ataques de organismos diversos (microorganismos, insetos etc.). Assim, seu surgimento de importância vital para o sucesso evolutivo das plantas terrestres. Dependem das características morfológicas, fisiológicas e bioquímicas da semente, o tempo e o local de estabelecimento do novo indivíduo, além do vigor da plântula jovem. Basicamente, a semente é constituída das seguintes partes: 1. o embrião, transitoriamente quiescente; 2. o endosperma (às vezes ausente); 3. a casca (tegumento seminal). A forma e o tamanho das diferentes sementes é altamente variável. As orquídeas, por ex., possuem sementes microscópicas, de alguns milésimos de miligrama de peso. Por outro lado, existem sementes enormes, por ex. o Côco-das-Seychelles, Lodoicea callypige, pesando vários quilos. O embrião e o endosperma da semente são resultado da dupla fecundação. As plantas que não apresentam dupla fecundação (gimnospermas) também não possuem endosperma verdadeiro. Aqui, o tecido de nutrição do embrião é o próprio ginófito, que persiste para exercer essa função e recebe o nome de endosperma primário. O embrião maduro possui um eixo que compreende a radícula e o caule embrionário com um, dois ou mais cotilédones (as folhas embrionárias, primeiras folhas do novo esporófito, que, via de regra, envolvem a plúmula, a gema terminal do embrião). O caule embrionário é composto de epicótilo e hipocótilo. Algumas espécies vegetais possuem mais de um embrião por semente, fenômeno denominado de poliembrionia. A poliembrionia é comum em frutas cítricas (Citrus spp., Rutaceae), por exemplo. O endosperma, tecido de reserva triplóide nas Angiospermas (onde é denominado, por muitos autores, de endosperma secundário) e haplóide nas Gimnospermas (endosperma primário), é formado por células que contêm substâncias nutritivas variadas, tais como amido, proteínas, óleos. Quando existe um tecido nucelar diplóide que exerce a função de nutrição, este é chamado de perisperma. Na maioria das plantas, o endosperma e o perisperma são consumidos nos estágios iniciais de desenvolvimento do embrião. Depois disso, a função nutritiva é exercida, nas Angiospermas dicotiledôneas, pelos cotilédones. Em muitas monocotiledôneas, no entanto, o endosperma persiste como tecido de reserva da semente madura. Tais sementes, que adquirem importância econômica para o ser humano, ocorrem nas Gramíneas, por exemplo, (arroz, Oryza sp.; trigo, Triticum sp.; milho, Zea sp.; aveia, Avena sp.) e são chamadas de sementes albuminosas ou endospermadas. As sementes destituídas de endosperma são chamadas de exalbuminosas ou exospermadas. O tegumento seminal, cuja função é a de proteger o embrião e auxiliar na germinação e dispersão, preserva as características estruturais do tegumento do óvulo. Quando este é formado por duas camadas de tegumento, o tegumento seminal geralmente também possui duas camadas: a testa e o tegumen. Quando o óvulo possui apenas um tegumento, fala-se, na semente, em testa.

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Estudos da Natureza Especialidade

Apostila Sementes Instrutor(a): Sérgio Luis

O Semeador (Lucas 8:4 a 8) “Certo homem saia para semear. E quando estava espalhando as sementes algumas caíram na beira do caminho, onde foram pisadas pelas pessoas e comidas pelos passarinhos. Outras sementes caíram num lugar onde havia muitas pedras, e quando começaram a brotar, as plantas secaram porque não havia umidade. Outra parte caíram no meio de espinhos, que cresceram junto com as plantas e as sufocaram. Mas algumas caíram em terra boa. As plantas cresceram e produziram cem grãos para cada semente.”

Estrutura de propagação das plantas superiores, origina-se do óvulo fecundado. Presente em

Gimnospermas e Angiospermas, a semente é a unidade reprodutiva que dá início a uma nova geração. Contém o novo esporófito sob forma de embrião e protege-o contra a dessecação, danos mecânicos e ataques de organismos diversos (microorganismos, insetos etc.). Assim, seu surgimento de importância vital para o sucesso evolutivo das plantas terrestres. Dependem das características morfológicas, fisiológicas e bioquímicas da semente, o tempo e o local de estabelecimento do novo indivíduo, além do vigor da plântula jovem.

Basicamente, a semente é constituída das seguintes partes: 1. o embrião, transitoriamente quiescente; 2. o endosperma (às vezes ausente); 3. a casca (tegumento seminal). A forma e o tamanho das diferentes sementes é altamente variável. As orquídeas, por ex., possuem

sementes microscópicas, de alguns milésimos de miligrama de peso. Por outro lado, existem sementes enormes, por ex. o Côco-das-Seychelles, Lodoicea callypige, pesando vários quilos.

O embrião e o endosperma da semente são resultado da dupla fecundação. As plantas que não apresentam dupla fecundação (gimnospermas) também não possuem endosperma verdadeiro. Aqui, o tecido de nutrição do embrião é o próprio ginófito, que persiste para exercer essa função e recebe o nome de endosperma primário.

O embrião maduro possui um eixo que compreende a radícula e o caule embrionário com um, dois ou mais cotilédones (as folhas embrionárias, primeiras folhas do novo esporófito, que, via de regra, envolvem a plúmula, a gema terminal do embrião). O caule embrionário é composto de epicótilo e hipocótilo.

Algumas espécies vegetais possuem mais de um embrião por semente, fenômeno denominado de poliembrionia. A poliembrionia é comum em frutas cítricas (Citrus spp., Rutaceae), por exemplo.

O endosperma, tecido de reserva triplóide nas Angiospermas (onde é denominado, por muitos autores, de endosperma secundário) e haplóide nas Gimnospermas (endosperma primário), é formado por células que contêm substâncias nutritivas variadas, tais como amido, proteínas, óleos. Quando existe um tecido nucelar diplóide que exerce a função de nutrição, este é chamado de perisperma. Na maioria das plantas, o endosperma e o perisperma são consumidos nos estágios iniciais de desenvolvimento do embrião. Depois disso, a função nutritiva é exercida, nas Angiospermas dicotiledôneas, pelos cotilédones. Em muitas monocotiledôneas, no entanto, o endosperma persiste como tecido de reserva da semente madura. Tais sementes, que adquirem importância econômica para o ser humano, ocorrem nas Gramíneas, por exemplo, (arroz, Oryza sp.; trigo, Triticum sp.; milho, Zea sp.; aveia, Avena sp.) e são chamadas de sementes albuminosas ou endospermadas. As sementes destituídas de endosperma são chamadas de exalbuminosas ou exospermadas.

O tegumento seminal, cuja função é a de proteger o embrião e auxiliar na germinação e dispersão, preserva as características estruturais do tegumento do óvulo. Quando este é formado por duas camadas de tegumento, o tegumento seminal geralmente também possui duas camadas: a testa e o tegumen. Quando o óvulo possui apenas um tegumento, fala-se, na semente, em testa.

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Geralmente, o tegumento da semente madura é resistente e coriáceo. Pode ser seco ou carnoso. A estrutura superficial e interna do tegumento serve de caráter taxonômico, já que apresenta-se relativamente constante em cada grupo. As micrografias eletrônicas revelam tegmentos esculturados, típicos de cada espécie ou gênero.

Algumas sementes apresentam estruturas especiais, tais como: a carúncula (estrutura carnosa, resultante da proliferação de células da testa e que, sendo açucarada, atua na dispersão da semente por insetos, além de auxiliar, por suas características higroscópicas, na germinação), e o arilo (originado do pedúnculo do ovário, que se transforma em tecido carnoso ou pulposo).

No caso da testa da semente (ou parte dela) tornar-se carnosa e comestível, fala-se em sarcotesta. A sarcotesta ocorre em inúmeras plantas, por exemplo, no mamão (Carica papaya), em Magnolia sp., no ingá (Inga sp.), etc.

Trocando em Miúdos... A semente é o órgão que

contém o embrião, origem da futura planta. O seu principal propósito é germinar, garantir a sobrevivência da espécie e servir de alimento ao homem.

A semente pode germinar no escuro devido ao cotilédone (que é o alimento inicial da planta), ela utiliza o cotilédone como suporte para poder germinar. Quando o cotilédone acabar, caso a nova planta não receba a luz do sol morrerá. As sementes podem ser espalhadas pelo vento, água, por animais como os insetos e as aves, através do enxerto,

ou pelo homem. As sementes possuem duas partes: tegumento e amêndoa. Os tegumentos envolvem as sementes, e na maioria dos casos, por duas membranas: uma

externa (testa) e outra interna (tegumen). A amêndoa se divide em: embrião, cotilédone e endosperma. Para germinar a semente precisa da combinação de dois fatores: Internos (da própria

Semente) e externos (do meio ambiente). A semente tem que ser madura, estar inteira, ser nova e possuir reservas nutricionais.

O solo deve ser bem oxigenado (solo fofo), ter boas condições de temperatura e umidade. Algumas sementes possuem um cotilédone (são as monocotiledôneas, como o arroz) e

outras tem dois cotilédones (as dicotiledôneas, como o feijão). As sementes também são importantes a alimentação humana (soja,arroz, feijão, ervilha,

trigo, etc.), delas podemos extrair óleo (girassol, milho, soja, etc.), também podemos extrair óleo lubrificante para motores (mamona).

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Glossário:

1. Gimnospermas, s. f. Bot. Classe (Gymnospermae) de plantas, à qual pertencem os ciprestres, pinheiros etc., os quais, por não formarem ovário, não produzem frutos e portanto têm sementes nuas.

2. Angiospermas, s. f. Bot. Grupo do reino vegetal que compreende todas as plantas floríferas com sementes revestidas de pericarpo.

3. Endosperma, s. m. Bot. Tecido nutritivo que se forma no saco embrionário das espermatófitas após a fecundação; albúmem.

Material compilado por: Sérgio Luis F. da Cruz Instrutor do Clube Planetas – 8ª Região - AB [email protected]

(71) 8742-9089