O solo é o resultado de algumas mudanças que ocorrem nas rochas

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O solo o resultado de algumas mudanas que ocorrem nas rochas. Estas mudanas so bem lentas, sendo que as condies climticas e a presena de seres vivos so os principais responsveis pelas transformaes que ocorrem na rocha at a formao do solo. Para entendermos melhor este processo, acompanhe atentamente a seqncia abaixo: 1) Rocha matriz exposta. 2) Chuva, vento e sol desgastam a rocha formando fendas e buracos. Com o tempo a rocha vai esfarelando-se. 3) Microrganismos como bactrias e algas se depositam nestes espaos, ajudando a decompor a rocha atravs das substncias produzidas. 4) Ocorre acmulo de gua e restos dos microrganismos. 5) Organismos um pouco maiores como fungos e musgos, comeam a se desenvolver. 6) O solo vai ficando mais espesso e outros vegetais vo surgindo, alm de pequenos animais.

7) Vegetais maiores colonizam o ambiente, protegidos pela sombra de outros.

8) O processo continua at atingir o equilbrio, determinando a paisagem de um local.

Todo este processo leva muito tempo para ocorrer. Calcula-se que cada centmetro do solo se forma num intervalo de tempo de 100 a 400 anos! Os solos usados na agricultura demoram entre 3000 a 12000 anos para tornaremse produtivos.

Voc consegue imaginar uma plantao neste costo rochoso? esquisito, parece que no existe solo. Observamos uma vegetao rasteira no alto do morro, mas, alm do declive e da proximidade do mar, a foto mostra rochas que no se transformaram em solo propriamente dito, aquele que pode ser cultivado. Isto no quer dizer, entretanto, que toda rocha obrigatoriamente dever se transformar em solo. importante visualizar os solos como corpos dinmicos naturais, cujas caractersticas (como a de um ser vivo) so decorrentes das combinaes de influncias que recebem. Como o solo substrato onde evoluem outros sistemas, tais caractersticas iro tambm influenciar na evoluo de diferentes componentes das paisagens como: relevo, vegetao, comportamento hdrico. O processo de formao de solos chamado de intemperismo, ou seja, fenmenos fsicos, qumicos e biolgicos que agem sobre a rocha e conduzem formao de partculas no consolidadas. Intemperismo fsico: promove a modificao das propriedades fsicas das rochas (morfologia, resistncia, textura) atravs da desagregao ou separao dos gros minerais antes coesos, acarretando no aumento da superfcie das partculas, mas no modificando sua estrutura. Sua atuao acentuada em virtude de mudanas bruscas de temperatura. Ciclos de aquecimento e resfriamento do origem a tenses que conduzem a formao

de fissuras nas rochas assim desagregando-as. A mudana cclica de umidade tambm pode causar expanso e contrao. Espcies vegetais de razes profundas, ao penetrarem nos vazios existentes, tambm provocam aumento de fendas, deslocamento de blocos de rochas e desagregao. A superfcie exposta ao ar e a gua, aumentada pela fragmentao, abre caminho e facilita o intemperismo qumico. Intemperismo qumico: ocorre quando estratos geolgicos so expostos a guas correntes providas de compostos que reagem com os componentes minerais das rochas e alteram significativamente sua constituio. Esse fenmeno o intemperismo qumico, que provoca o acrscimo de hidrognio (hidratao), oxignio (oxigenao) ou carbono e oxignio (carbonatao) em minerais que antes no continham nenhum destes elementos. Muitos minerais secundrios formaram-se por esses processos. Este tipo de intemperismo mais comum em climas tropicais midos. Intemperismo biolgico: caracterizado por rochas que perdem alguns de seus nutrientes essenciais para organismos vivos e plantas que crescem em sua superfcie. medida que o intemperismo vai atuando (tempo), a camada de detritos tornase mais espessa e se diferencia em subcamadas (horizontes do solo), que em conjunto formam o perfil do solo. O processo de diferenciao dos horizontes ocorre com incorporao de matria orgnica no seu interior. Partculas migram descendentemente, levadas pela gravidade e at realizam movimentos ascendentes carregadas com a ascenso do lenol fretico. Ainda, deve ser considerada a atuao de plantas, cujas razes absorvem elementos em profundidade e estes so incorporados superfcie. Na verdade, a origem e evoluo dos solos so condicionadas por cinco fatores: Material de origem: a ao do intemperismo nas rochas depende de seus materiais constituintes, sua estrutura e composio mineralgica; Clima: precipitao e temperatura regulam a natureza e a velocidade das reaes qumicas. A disponibilidade de gua (chuvas) e a temperatura agem acelerando ou retardando as reaes do intemperismo; Relevo: a topografia e a cobertura vegetal regulam a velocidade do escoamento superficial das guas pluviais. Isto interfere na quantidade de gua que infiltra e percola no solo. Este processo (em tempo suficiente) essencial para consumao das reaes e drenagem; Microrganismos: a decomposio de matria orgnica libera gs carbnico cuja concentrao no solo pode ser at 100 vezes maior que na atmosfera. Isso

diminui o pH das guas de infiltrao. Alguns minerais, como alumnio, tornamse solveis somente em pH cido, isto , necessitam desta condio para se desprender de sua rocha de origem. Outros produtos de metabolismo, como cidos orgnicos secretados por liquens, influenciam tambm os processos de intemperismo.Assim como razes que exercem forca mecnica nas rochas que pode acarretar em sua desagregao; Tempo: varivel dependente de outros fatores que controlam o intemperismo, principalmente dos constituintes do material de origem e do clima. Em condies de intemperismo pouco agressivas necessrio um tempo mais longo de exposio para haver o desenvolvimento de um perfil de alterao. A partir de um perfil do solo, possvel visualizar a ao do processo de intemperismo!!!

Chama-se de perfildo solo a seo vertical que, partindo da superfcie, aprofunda-se at onde chega a ao do intemperismo, mostrando, na maioria das vezes, uma srie de camadas dispostas horizontalmente (horizontes), paralelas superfcie do terreno, que possuem propriedades resultantes dos efeitos combinados dos processos de formao do solo (pedognese).

A natureza e o nmero de horizontes variam de acordo com os diferentes tipos de solo. Os solos geralmente no possuem todos esses horizontes bem caracterizados, entretanto, pelo menos possuem parte deles. Perfil do solo: horizontes. Horizonte O: camada orgnica superficial. constitudo por detritos vegetais e substncias hmicas acumuladas na superfcie, ou seja, em ambientes onde a gua no se acumula (ocorre drenagem). bem visvel em reas de floresta e distingui-se pela colorao escura e pelo contedo em matria orgnica (cerca 20%). Horizonte A: camada mineral superficial adjacente camada O ou H. o horizonte onde ocorre grande atividade biolgica o que lhe confere colorao escurecida pela presena de matria orgnica. Existem diferentes tipos de horizontes A, dependendo de seus ambientes de formao. Esta camada apresenta maior quantidade de matria orgnica que os horizontes subjacentes B e C. Horizonte E ou B: camada mineral situada mais abaixo do horizonte A. Apresenta menor quantidade de matria orgnica, e acmulo de compostos de ferro e argilo minerais. Ocorre concentrao de minerais resistentes, como

quartzo em pequenas partculas (areia e silte). o horizonte de mximo acmulo, com bom desenvolvimento estrutural. Horizonte C: camada mineral de material inconsolidado, ou seja, por ser relativamente pouco afetado por processos pedogenticos, o solo pode ou no ter se formado, apresentando-se sem ou com pouca expresso de propriedades identificadoras de qualquer outro horizonte principal. Horizonte R: camada mineral de material consolidado, que constitui substrato rochoso contnuo ou praticamente contnuo, a no ser pelas poucas e estreitas fendas que pode apresentar (rocha).

A presena dos vrios tipos de horizontes mencionados est subordinada s condies que regulam a formao e evoluo do solo. Como as condies variam de acordo com as circunstncias do ambientes (material de origem, vegetao, clima, relevo, tempo) o tipo e nmero de horizontes de um perfil de solo so diferentes.

ATIVIDADES PRTICAS

As prticas a seguir reforam os principais conceitos relativos cincia do solo. A verificao de algumas caractersticas mencionadas anteriormente familiariza o aluno com este meio que muitas vezes injustamente ignorado, j que culturalmente aprendemos a associar terra com coisa suja ou podre devido cor e textura. Atravs destas prticas espera-se que os alunos reconheam a importncia do solo, manuseando e investigando este que um recurso valiosssimo. Reconhecer os principais componentes do solo 1. Encher um copo com gua at metade, colocar 2 ou 3 colheres de amostra de solo e mexer. Observar atravs do lquido o feixe de luz de uma lanterna e comparar com gua limpa. Filtrar a mistura atravs de um pano limpo e analisar o que ficou retido no pano. 2. Colocar um pouco do solo numa colher ou numa esptula e aquecer. Colocar um vidro de relgio, um espelho ou outra superfcie de vidro prxima colher sem encostar. Observe o que acontece no vidro. Explicao: Com estes procedimentos podemos identificar a presena de ar atravs do desprendimento das bolhas, de partculas slidas que turvam a gua limpa e da gua atravs da condensao no vidro. Se prosseguirmos com o aquecimento iremos verificar verificaremos mudana na cor, indicando a queima da matria orgnica do solo.

CARACTERSTICAS DO SOLO Cor Se algum lhe perguntar qual a cor do solo, voc provavelmente dir marrom. Mas voc deve ter notado quantas cores diferentes de solo existem. A variao muito grande nos tons de marrom, podendo chegar at preto, vermelho, amarelo, acinzentado.Essa variao ir depender do material de origem como tambm de sua posio na paisagem, contedo de matria orgnica, e mineralogia, dentre outros fatores. Por exemplo, quanto maior a quantidade de matria orgnica, mais escura a cor do solo, o que pode indicar fertilidade ou apenas condies desfavorveis decomposio da mesma. As cores com tonalidades avermelhadas ou amareladas esto associadas aos diferentes tipos de xidos de ferro existentes no solo. Quando a quantidade destes xidos grande, os solos apresentam-se vermelhos, como por exemplo, a terra roxa.

J os solos com elevada quantidade de quartzo na frao mineral apresentam colorao clara. Em solos com baixa capacidade de drenagem, isto , com excesso de gua, a cor acinzentada. Isto, porque os xidos de ferro so lavados para o lenol fretico, o que torna o solo mais claro. A cor branca a acinzentada conseqncia da presena de minerais silicatados existentes na frao argila do solo. Textura o tamanho relativo das diferentes partculas que compem o solo, sendo que a prtica de sua quantificao chamada granulometria. As partculas menores que 2 mm de dimetro (areia, silte e argila), so as de maior importncia, pois muitas das propriedades fsicas e qumicas da poro mineral do solo dependem das mesmas. Assim, usualmente se consideram apenas as trs fraes menores para caracterizar a textura. Para o estudo da textura geralmente so utilizadas peneiras (para solos granulares) padronizadas, nas quais uma poro de solo separada nos diferentes tamanhos constituintes. No caso de solossilto-argilosos, utiliza-se o procedimento do densmetro ou ento o da pipetagem. Para a determinao textura temos: Argila: partcula com dimetro inferior a 0,005 mm

Silte: partcula com dimetro entre 0,005mm e 0,05mm

Areia fina: partcula com dimetro entre 0,05mm e 0,42mm

Areia mdia: partcula com dimetro entre 0,42mm e 2,0mm

Areia grossa: partcula com dimetro entre 2,0mm e 4,8mm

Pedregulho: partcula com dimetro entre 4,8 e 76 mm.

Consistncia

A consistncia est relacionada com a influncia que as foras de coeso e de adeso exercem sobre os constituintes do solo, de acordo com suas variveis estados de umidade. A fora de coeso se refere atrao entre partculas slidas, entretanto, a fora de adeso est relacionada atrao entre as partculas slidas e as molculas de gua. Assim, um solo pode ser muito duro quando est seco, e pegajoso quando est molhado.

Porosidade

Refere-se poro de espaos ocupados pelos lquidos e gases em relao ao espao ocupado pela massa de solo (relao entre volume de vazios e volume total de uma amostra de solo). Divide-se em micro e macro porosidade, sendo que esta variao deve-se forma e ao imbricamento dos gros (como estes se encaixam). A porosidade est diretamente relacionada com a circulao de gua no solo, isto , as redes de poros podem estar conectadas permitindo a circulao de gua, ou podem estar tambm isolados, o que permite que a gua fique em seu interior, mas no circule.

Permeabilidade

a maior ou menor facilidade com que a percolao da gua ocorre atravs de um solo. A permeabilidade influenciada pelo tamanho e arranjo das partculas, e pela sua porosidade. Ainda, deve-se ressaltar a importncia da viscosidade e temperatura da gua.

Diante do exposto, possvel considerar que o solo um material poroso, composto pelas fases slida, lquida e gasosa, e que se origina pela intemperizao fsica e qumica das rochas situadas em determinado relevo e sujeitas ao do clima e dos organismos vivos. Abaixo, esto listadas as substncias slidas, lquidas e gasosas que compem o solo. SUBSTNCIAS SLIDAS

Partculas minerais: originadas da desintegrao e decomposio das rochas.

Partculas orgnicas: formadas por restos de seres vivos ou produtos eliminados por estes.

GUA

o meio onde os nutrientes solveis do solo esto dissolvidos.

AR

Ocupa o espao entre as partculas microrganismos e das razes das plantas. ATIVIDADES PRTICAS

permitindo

a

respirao

dos

So propostas atividades para facilitar a compreenso de alguns conceitos deste captulo. importante que todos na escola se envolvam, uma vez que a sada ao campo sempre rende troca de experincias e oportunidade de trabalhar vrios assuntos. A data deve ser previamente combinada com os alunos; pea para trazerem ps ou colheres de casa, saquinhos de supermercados sem furos e fita crepe, alm de uma roupa que se possa sujar bastante! A turma pode ser dividida em grupos com at 5 pessoas. Observao do solo 1. Observar o solo em diferentes locais e recolher amostras em sacos plsticos, rotul-los e lev-los at a classe. Pode ser escolhido o solo do jardim da escola, de um terreno baldio, de uma horta, enfim, de locais com solos aparentemente bem distintos. Com auxlio da p ou da colher, recolher amostras do solo (aproximadamente meio saquinho). Marcar com a fita crepe o local da coleta. Na classe, cobrir as mesas com papel; colocar um pouco das amostras num pires, ou vidro de relgio. Usar uma lupa pode facilitar a observao. Orientao: Procure observar e listar semelhanas e diferenas entre amostras, quanto cor, textura, consistncia e presena de organismos. Horizontes do solo 1. Procurar um perfil de solo e distinguir os horizontes. O perfil pode ser visto atravs de um corte vertical e profundo do solo, geralmente nas margens de estradas ou barrancos. Se no encontrar, pode ser feito um buraco amplo de

1,50 m aproximadamente. Procure identificar quantas camadas podem ser distinguidas de cima para baixo e do que composta cada uma. Observe tambm qual a cor e a profundidade de cada camada. Recolher amostras de cada horizonte e rotul-las. Descrever quanto a cor, textura, consistncia, presena de organismos e profundidade. Orientao: As observaes dos alunos podem ser apresentadas atravs de atividades artsticas, usando lpis de cor, giz de cera, guache e at materiais como algodo, papel higinico ou o que for mais conveniente. O objetivo comparar os diferentes horizontes quanto composio. O solo apropriado para a agricultura deve apresentar um equilbrio entre os constituintes!

As partculas do solo esto em contato umas com as outras, ou seja, aderidas, mesmo havendo ar entre elas. Entretanto, a proporo entre os gros que compem as partculas varia de solo para solo. Por exemplo, quando dizemos solo arenoso, no quer dizer que s tem areia, mas que a quantidade de gros de areia maior que a de outros gros, j no solo argiloso h predominncia de partculas de argila em relao s demais. Em solos arenosos, onde as partculas so maiores, a permeabilidade maior, uma vez que os espaos existentes entre gros de areia tambm so mais pronunciados. J em solos argilosos, como as partculas so menores, estas podem se encaixar, deixando menores espaos entre si e, portanto diminuindo a permeabilidade. Isto pode ser observado tomando-se um punhado de gros de arroz e outro de farinha, por exemplo.

Por que alguns solos brasileiros apesar de argilosos so permeveis?

O que pode ocorrer, principalmente em regies de clima tropical, a grande intensidade do intemperismo qumico, isto , as partculas intemperizadas se aglomeram formando estruturas maiores, e assim, os espaos entre os gros maiores permitem maior permeabilidade. O latossolo brasileiro, por exemplo, bastante argiloso e, no entanto, a gua percola com facilidade em suas estruturas consolidadas.

ATIVIDADES PRTICAS

Permeabilidade

O objetivo desta atividade comparar a permeabilidade de diferentes amostras de solo. Para tanto, sero utilizados os seguintes materiais: copinhos, funis e suportes para funis, uma esptula, amostras de solo, gua, relgio ou cronmetro.

O procedimento consiste em colocar um funil sobre cada suporte e um copinho embaixo do funil. Separar uma amostra de solo e desfazer os torres. Usando a esptula, encher cada funil at a metade com cada amostra de solo. Molhar vagarosamente cada amostra com a mesma quantidade de gua, de forma que fique completamente umedecida. Encher os copinhos de gua e despejar vagarosamente e ao mesmo tempo nos funis. Anotar o tempo que demoroupara a gua passar pela amostra de solo.

Questes a serem respondidas depois da atividade:

1)Qual o volume aproximado que cada solo reteve?

2)Em que amostra a gua passou com maior dificuldade?

3)Qual a amostra que apresenta maior permeabilidade?

As diferentes caractersticas dos solos permitem compar-los e classific-los. Desta forma, os solos mais comuns no Brasil so:

a) Latossolos: so os solos predominantes no Brasil e, em geral, apresentam relevo suave, grande profundidade, alta permeabilidade e baixa capacidade de troca catinica. Ocorre a predominncia de xidos de ferro, de alumnio e caulinita, que uma argila de baixa atividade, sendo predominante na frao argila dos latossolos. Esta combinao qumica, juntamente com matria orgnica e alta permeabilidade e aerao conferem ao latossolo uma estrutura fina, muito estvel que facilita o cultivo. Em caso de compactao subsuperficial, a erodibilidade destes solos aumenta, exigindo cuidados

redobrados no seu manejo. Dentro da classificao de latossolos, ainda existe uma subdiviso, ou seja, eles podem ser classificados de acordo com sua colorao, a qual reflete maior ou menor riqueza em xidos de ferro. Assim, predominam no Brasil os seguintes latossolos: Latossolo Roxo, Latossolo Bruno, Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo Vermelho Amarelo e, Latossolo Amarelo. O teor de xidos de ferro decresce do Latossolo Roxo para o Latossolo Amarelo. O Latossolo Roxo apresenta-se, em relao aos demais, com maior fertilidade, ocorrendo, porm, em menor freqncia.

b) Podzlicos ou Argissolos: so solos profundos e menos intemperizados do que os Latossolos podendo apresentar maior fertilidade natural e potencial. Esses solos so desenvolvidos basicamente a partir de produtos da intemperizao de arenitos, com seqncia de horizontes A, B e C bem diferenciados e com suas transies geralmente bem definidas. A principal caracterstica deste solo a diferena textural entre os horizontes A e B, visto que no horizonte B concentra-se teor mais elevado de argila do que no horizonte A, onde, entretanto, a atividade biolgica apresenta-se intensa. O acmulo de argila no horizonte B torna os solos podzlicos menos permeveis, portanto mais propensos eroso hdrica.

c) Aluviais: so solos pouco desenvolvidos, provenientes de sedimentos, geralmente de origem fluvial, apresentando grande heterogeneidade entre si, como tambm ao longo do seu perfil. Ocorrem em relevo plano, vrzeas e em reas prximas aos rios. Suas maiores limitaes de uso referem-se aos riscos de inundaes peridicas e elevao do lenol fretico. Uma vez que esses solos apresentam horizonte A diretamente assentado sobre o horizonte C, todos os cuidados devem ser tomados nos trabalhos de sistematizao para uso. Excessivos cortes podem expor o horizonte C, reduzindo a capacidade produtiva.

d) Hidromrficos: so desenvolvidos em condies de excesso dgua, ou seja, sob influncia de lenol fretico. Estes solos apresentam a cor cinza em virtude da presena de ferro reduzido, ou ausncia de ferro trivalente. Logicamente, ocupam baixadas inundadas, ou freqentemente inundveis. Pelas condies onde se localizam, so solos difceis de serem trabalhados. Existem dois tipos principais de solos hidromrficos: os orgnicos e os minerais.

e) Cambissolos: so solos pouco desenvolvidos em relao aos Latossolos e Podzlicos. Apresentam horizonte B em formao. So rasos e de elevada

erodibilidade podendo em curto espao de tempo ocorrer exposio de subsolo. A fertilidade do horizonte A est condicionada ao tipo de rocha formadora inicial. Por serem muito susceptveis eroso, normalmente no permitem um uso intensivo podendo, em condies naturais, ser observada a ocorrncia de eroso laminar moderada, ou severa, bem como em sulcos e voorocas.

f) Solos salinos ou halomrficos: caracterizam-se por uma concentrao elevada de sais solveis. So comuns nas partes baixas do relevo nas regies ridas, semi-ridas e naquelas prximas do mar. So desprovidos de cobertura vegetal devido elevada salinidade.

g) Litossolos: esta classe constituda por solos pouco desenvolvidos, muito rasos, com o horizonte A assentado diretamente sobre a rocha. Situam-se nas reas montanhosas. Os locais onde ocorrem este tipo de solo, so normalmente, destinados s reas de preservao permanente.

Os diferentes tipos de solos proporcionam diferentes tipos de substratos, e por este motivo, a cobertura vegetal de uma rea modifica-se de acordo com as caractersticas do terreno. As plantas conferem proteo ao solo, reduzindo o impacto das chuvas, diminuindo a velocidade da gua atravs da copa das rvores e das razes. Mesmo as folhas cadas contribuem para diminuir a ao da gua no solo agindo como cobertura. Assim, a remoo de cobertura vegetal de forma no planejada um dos principais fatores que podem desencadear a eroso, ou seja, o processo de desagregao e remoo de partculas do solo ou fragmentos de rocha, pela ao combinada da gravidade com a gua, vento, gelo ou organismos. Muitas vezes, a quebra deste equilbrio natural entre o solo e o ambiente (remoo da vegetao, desvio de cursos hdricos, etc) promovida e acelerada pelo homem, expe o solo a formas menos perceptveis de eroso, que promovem a remoo da camada superficial deixando o subsolo (geralmente de menor resistncia) sujeito intensa remoo de partculas, o que culmina com o surgimento de voorocas.

Quando os processos erosivos no so controlados ou estabilizados, estes podem acarretar um pesado nus sociedade. Alm de danos ambientais irreversveis, produz tambm prejuzos econmicos e sociais, como por exemplo: diminuio da produtividade agrcola,reduo da produo de energia eltrica e do volume de gua para abastecimento urbano devido ao

assoreamento de reservatrios; ameaar obras virias e reas urbanas, alm de uma srie de transtornos aos demais setores produtivos da economia.

ATIVIDADE PRTICA

A prtica sugerida mostra o efeito da gua e a ao da vegetao protegendo o solo. Quando for este conceito for trabalhado com os alunos, procure mostrar atravs de reportagens em jornais e revistas como a eroso pode ter efeitos extremamente danosos, embora seja um processo natural.

Eroso do solo

Usar duas caixas grandes, porm rasas, de madeira ou papelo duro. Fazer um corte em V no centro de um dos lados de cada caixa. Colocar um pouco de solo em cada uma, e cobrir com grama apenas uma delas. Verter gua lentamente em um dos lados. Observar em qual das caixas a gua flui mais rapidamente.

Dica: Para evitar que a gua escorra por baixo, forre as caixas com um saco plstico e coloque um prato embaixo de cada corte. Procure deixar as caixas um pouco inclinadas, usando um suporte por baixo das caixas. Se for possvel repita a atividade usando um ventilador para observar o efeito do vento.

A VIDA NO SOLO

Os organismos so extremamente importantes na decomposio da matria orgnica. Podemos chamar de matria orgnica o material "morto" que sofrer ao de outros organismos, numa seqncia de eventos que comea com animais maiores at chegar aos microscpicos: formigas so capazes de triturar folhas que caem das rvores e picar frutos que apodrecem; cupins se alimentam de troncos mortos; besouros se alimentam de animais mortos; minhocas se movimentam no interior da terra cavando buracos e misturando diferentes camadas, promovendo a circulao do ar no solo. E finalmente algumas algas, bactrias e fungos que vivem no solo se alimentam daquilo que os animais maiores no conseguiram aproveitar, transformando tudo o que comem

em compostos que ficaro no solo por um tempo at serem novamente aproveitados, ou seja, o hmus.

Figura 29: Animais que vivem no solo

Alm disto, pequenos animais e vegetais do terreno so essenciais para a agricultura. Por exemplo: os pequenos canais, ou poros, feitos pelas minhocas, formigas, larvas e outros inmeros insetos, servem para o ar circular e a gua e as razes das plantas penetrarem.

Esses animais, auxiliados por bactrias e fungos, trituram e decompem a matria orgnica, transformando-as em hmus, que torna os solos mais fofos e servem de nutrientes para as plantas. Os microorganismos tambm produzem substncias que ajudam as culturas a crescer e se defenderem de pragas e doenas.

Solo: substrato para plantas

Diversos elementos qumicos so indispensveis vida vegetal, visto que, sem eles, as plantas no conseguem completar o seu ciclo de vida.

O carbono vem do ar, o oxignio do ar e da gua e o hidrognio vem da gua. Desta forma, observa-se que o solo responsvel por apenas 1% do fornecimento dos nutrientes s plantas, o que no significa que ele menos importante, uma vez que alm destes trs elementos, as plantas so constitudas de mais treze elementos minerais. Os elementos minerais so classificados em dois grupos: os macronutrientes e os micronutrientes.

Os MACRONUTRIENTES podem ser subdivididos em macronutrientes primrios (o nitrognio (N), o fsforo (P) e o potssio (K)), e em macronutrientes secundrios (o clcio (Ca), o magnsio (Mg) e o enxofre (S)). Estes elementos so absorvidos em maiores quantidades pelas plantas, uma vez que a demanda dos mesmos tambm maior para a vida da planta.

Os MICRONUTRIENTES so: boro (B), cloro (Cl), cobre (Cu), ferro (Fe), mangans (Mn), zinco (Zn) e molibdnio (Mo). Apesar de estes nutrientes serem requeridos em menor quantidade pelas plantas, no so menos importantes.

etirar a vegetao de um determinado local, alm de alterar a paisagem contribui para o enfraquecimento do solo. O solo exposto fica sujeito eroso, que capaz de alterar a paisagem numa velocidade bem maior que os processos naturais. Em alguns locais possvel observar o efeito da eroso, num intervalo de tempo de apenas alguns anos. Com o passar do tempo, formam-se canais que vo tornando-se maiores podendo at formar uma vooroca, A recuperao de uma rea que foi desmatada sem controle e planejamento pode levar um tempo de at mais de 50 anos.

Queimada Figura 34: Queimadas

Algumas vezes os agricultores fazem queimadas com a finalidade de limpar os terrenos para outro plantio. uma prtica antiga e barata, pois no necessrio gastar dinheiro com mquinas.O fogo mata, alm das plantas animais e os microrganismos. As cinzas so transportadas facilmente para outros locais, empobrecendo, desta maneira, o solo. Ressalta-se ainda que o nitrognio e o enxofre so perdidos na prpria queima. verdade que nos dois primeiros anos aps as queimadas a produo aumenta, porm, com o passar do tempo, a falta de nutrientes no solo faz diminuir a produo.

Extrativismo

Figura 35: Extrao de areia.

Na figura, podemos observar a retirada de areia do leito de um rio. A areia retirada principalmente para uso na construo civil, fabricao de vidros e utenslios domsticos.

Uso de fertilizantes

Figura 36: Aplicao de fertilizantes

Os adubos ou fertilizantes so substncias qumicas geralmente de baixa toxicidade, no acarretando poluio do solo quando empregados dentro das normas que regem a boa prtica agrcola. A m utilizao destes compostos (desrespeito s concentraes apropriadas a serem utilizadas, aos prazos de carncia, e s tcnicas de segurana) pode desencadear alm da contaminao dos solos, a contaminao de rios, lenis freticos e do homem. Uso de pesticidas

Figura 37: Aplicao area de pesticidas

Figura 38: Exposio humana durante a aplicao de pesticidas

Os pesticidas so compostos qumicos naturais ou sintticos utilizados para controlar insetos, caros, ervas daninhas, fungos e outras formas de vida animal ou vegetal, que prejudicam a lavoura, pecuria e outros produtos delas advindos. A industrializao dos pesticidas teve como objetivo o aumento da produtividade agrcola. Entretanto,sabe-se hoje em dia, que a falta de especificidade destes compostos, ou seja, o fato de eles no atingirem apenas os organismos alvo, bem comosua longa persistncia no ambiente representam um grande risco sade dos ecossistemas. Ainda assim, acredita-se que estejam disponveis no mercado mundial cerca de 15000 substncias ou princpios ativos diferentes. De acordo com a sua natureza qumica, os pesticidas podem ser classificados como organofosforados, organoclorados, carbamatos e piretrides. Os organoclorados (aldrin, endosulfan, DDT, etc) so considerados os mais perigosos, uma vez que aps aplicao no solo, eles podem permanecer no ambiente por mais de trs dcadas, contaminando aqferos, gua superficiais, a biota e conseqentemente o homem. As anlises qumicas de amostras de solo, gua e dos alimentos so utilizadas como indicador de fontes de poluio ambiental, e servem tambm para fornecer informaes a respeito dos riscos destas fontes para a populao humana.

A contaminao do solo tem sido uma das maiores preocupaes ambientais, uma vez que, geralmente, esta interfere no ambiente global da rea afetada (solo, guas superficiais e subterrneas, ar, fauna e vegetao). Alm das substncias qumicas (fertilizantes e pesticidas), os resduos domsticos, industriais e hospitalares tambm so fontes de poluio. Por exemplo, em zonas suburbanas rurais praticamente no h saneamento bsico e as instalaes sanitrias so extremamente precrias Com a ausncia de tratamento e canalizao de esgotos e, conseqentemente, a deposio de fezes diretamente sobre o solo, h uma intensa contaminao por ovos e larvas de helmintos. O controle deste tipo de poluio deve ser feito com medidas de educao sanitriae de promoo social. Assim, a poluio dos solos tambm pode resultar em problemas na sade pblica.

A degradao ambiental no Brasil atinge nveis crticos e impe elevados custos sociedade. A grande perda de solos agricultveis atravs da eroso e reduo da capacidade produtiva do solo, o assoreamento dos cursos de gua

e represas e, conseqentemente, o empobrecimento do produtor rural, com reflexos negativos para a economia nacional so exemplos deste nus. Portanto, as aes voltadas para o racional uso e manejo dos recursos naturais, principalmente o solo, a gua e a biodiversidade visam promover uma agricultura sustentvel, aumentar a oferta de alimentos e melhorar os nveis de emprego e renda no meio rural.

A agricultura sustentvel vista como a melhor prtica de conservao e manejo dos solos. Os objetivos de uma agricultura sustentvel envolvem o desenvolvimento de sistemas agrcolas que sejam produtivos, conservem os recursos naturais, protejam o ambiente e melhorem as condies de sade e segurana a longo prazo. Neste sentido, as prticas culturais e de manejo, como a rotao de culturas, o plantio direto, e o manejo conservacionista do solo, so muito aceitveis, uma vez que, alm de controlarem a eroso do solo e as perdas de nutrientes, mantm e/ou melhoram a produtividade do solo.

Questes de Auto Avaliao

7) Qual a importncia das condies climticas (chuva, sol, ventos) no processo de formao do solo?

8) Descreva de que maneira as razes dos vegetais se relacionam com o solo.

9) Quais as condies ideais de um solo para plantao?

10) Qual a diferena entre um solo com predomnio deargila e um solo com predomnio deareia em relao gua, ou seja, qual mais impermevel? Qual a relao entre a estruturao do solo e a permeabilidade do mesmo? (Lembrar dos latossolos brasileiros).

11) Como se inicia uma vooroca?

12) O que uso racional da terra? D exemplos.