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PREÇOS: No Rio $500 Nos Estados...» S6C0 O TICQ -TOCO ^ O Tico-Tico publica os retratos de todos os seus leitores^JÍ-E=^==^-->v_^ ANNO XXV'"RIO DE JANEIRO, 27 DE MAIO DE 1931 /ÍÇ J»^.* ,338 ¦ Os dois malandros ^5JIJ^ 3 rara _ra^yrara—^rra Goiabada outro dia derramou kerozene nas poças cagua que a chuva da vcspera deixara na sua chácara, e depois foi chamar Carrapicho.. . .. .procurando ccnvencel-o de que. naquelle terreno, ha- vra petróleo e que compral-o era um alto nego- cio. No dia seguinte Carrapicho (oi procurar o Goiaba- da para entrar cm negociações sobre o terreno do petro- leo. mas. ollerecia cm troca.,, ...seu sitio, onde as goiabeiras estavam dando goi3- bada em latas em quantidade capaz de fazer uma grande fortuna.

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PREÇOS:

No Rio $500Nos Estados...» S6C0O TICQ -TOCO

^O Tico-Tico publica os retratos de todos os seus leitores^JÍ-E=^==^-->v_^

ANNO XXV'" RIO DE JANEIRO, 27 DE MAIO DE 1931 /ÍÇ J»^. * ,338

¦ Os dois malandros ^5JIJ^

3 rara _ra^ yrara—^rraGoiabada outro dia derramou kerozene nas poças

cagua que a chuva da vcspera deixara na sua chácara, edepois foi chamar Carrapicho.. .

.. .procurando ccnvencel-o de que. naquelle terreno, ha-vra petróleo e que compral-o era um alto nego-cio.

No dia seguinte Carrapicho (oi procurar o Goiaba-da para entrar cm negociações sobre o terreno do petro-leo. mas. ollerecia cm troca.,,

...seu sitio, onde as goiabeiras estavam dando goi3-bada em latas em quantidade capaz de fazer uma grandefortuna.

O TICO-TICO — 2 — 27 — Maio — 19ÍJ1

A FORMIGA

A aranha é engenhosa, ella trabalha, inventaMundos de perfeição que nos encantam a vista.A abelha nos dá mel — é tambem uma artista,E a cigarra trabalha nos hymnos que apresenta.

A formiga, porém, tão grande idealista,Se não sabe tecer como a aranha nojenta,•Trabalha para si e os filhos que sustenta,Para os dias de chuva e a velhice prevista.

As formigas, criança, este mundo conhecem;Ellas sabem que um dia hão de ficar velhinhas;E' preciso guardar um pedaço de pão!

Ss ellas crescessem como vocês crescem,Se pudessem falar, por certo as formiguinhasNos dariam, criança, a primeira lição!

César de Magalhães Couto.r^ ^

POESIA DA ESCOLADE

Theophiío Barbosa'*¦* w

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Ninguém ama a pátria pelo facto de seresta grande, mas porque é sua — Seneca.

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•-•-v; J -iíi

Eu sou bonitaou sou feia?

(MONÓLOGO)

rNiüo olhando pra mira?Acham-me tambem bonita?Km to<la parte c assim...E' uma coisa exquisita.Dizem uns que sou belleza,Que nio encontro rivai,Um prunor da naturezaSem existir outro igual!...Mas, eu não sei si é

[pilhériaQue fazem p.ira me

[zangar!...Estando entre gente sériaEu vou então, perguntar:—A senhora? E o senlior?Respondam de bocea cheia.Digam logo, por favor,Eu sou bonita, ou souComo diz? Um seraphini?

[feia?!...Anjo, deusa, flor, catita?Em toda parte é a«?im,Dizem que eu sou boita!.. •

Augusto W. Filho

?^^HEC**4cymmt27 — Maio — 1931

OS PALITOS

Segundo dizem, os palitos exis-tiam nas épocas prehistoricas e oshomens abusavam delles, a pontode provocarem lesões dentárias.Nessa época, a cárie não existia. Oshomens viviam unicamente do pro-dueto das suas caças, eram essen-cialmente carnivoros e parece quea cárie fez a sua apparição somentena época ncolitica, com os povosagricwtores. O pão e o trigo pro-duziram a cárie dentaria. No cm-tanto, os nossos antepassados daidade da pedra também soffriamdos dentes. O regime exclusivo dacarne tornava-os arthriticos e sof-friam de gengivite. Além disso, osdentes eram mais separados. Eis o

que o dr. Henri Martin escreve noseu livro "O homem fóssil da Gui-nc", sobre algumas lesões consta-tadas em dentes molares. "A ori-

gem desta separação dos dentes de-ve ser originada pela repetida pas-sagem de um corpo estranho entreos dentes atacados e é verosimil qucesse corpo fosse um palitcV Parti-cuias alimentares podiam ficar cn-tre os dentes e provocar não só in-commodos, mas também dôr". Noemtanto, o uso do palito não é mui-to recommcndavel e, na Al lema-nha, o seu uso é considerado faltade educação.

O TICO-TICO

T R O V A S

Ando triste como a noite,Nada me alegra o sentido;Ninguém sabe o bem que perdeSenão depois de perdido.

Se algum dia te quiz bem,Esse tempo já passou;

¦¦¦

¦¦*

0 MENINO0 RAPAZ0 HOMEM!

ATRAVEZ DAVIDA,

cin qualquer idade sõcompram...

N G GAMIZEIRO28/32 Assembléa

Se ainda olho para tiFoi geito quc me ficou.;

X

OUADRINIIA

Quem vae pela tua portaÉ não te vê, meu amor,E' como quem vae ao céo

E não vê Xosso Senhor.

Tudo parece proclamar a gloriade um Sêr Eterno, esculptor per-feito de todos os seres.

Se o homem observar a Nature-za prodigiosa, fonte de ensinamen-tos e examinar as maravilhas queo cercam, perceberá ser nada en-tre mil cousas.

Como se sentirá pequeno ao fi-tar a noite o céo em que astrosbrilham aos milhões?!

E fraco, ante a força indomáveldo rio que se despenca em frago-rosa catarata

E também feliz por fazer parteintegrante a esta Obra Maravilho-*-&sa !

Pois, elle, o nada, têm accumula-dos muitos dons.

Os seus olhos vêm, têm a felici-dade de contemplar o azul do céo,o verde das florestas, os matizesvários das flores. ..

Sente os delicados aromas dasflores...

Ouve o murmúrio dolente do mare o canto melancólico dos passa-ros...

E, unindo sua voz á voz da Na-tureza que toda ella é um hymno

glorioso, ergue a Deus preces deamor, psalmos de exaltação!

Alhiniir Marques

SA BONETE•1 1PREÇO PORPREÇ.O-E'0 MELHOR!NAS PERFUMÁRIAS LOPES-rioeSpàuio^AZAUX-CASABAIINeoutfus

Os Sontaosdc Nalal

j^^^^^^^ --¦ •- ¦---¦-- - -

\^í&N_IÍ^^yLmtôrPMmrV__^V_____K1^/^ AI..M._NACn D'"0 TICO-TICO"

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IH (_ 4 m fi*$ I***¦ .?_ r*, k <_É^d *"'

nho, Carrapicho. Jagunço, Benjamin, ^^^*-*»& trtr- A"Jujuba, Goiabada. Lamparina, Pipoca, Ka- ^^^-^ximbown, Zé Macaco. Faustina c outros perso- *"*»£-'nagens táo conhecidos das creanças, tornam essa pu- '^^-^blicaçâo o maior e mais encantador livro infantil. ^-*-™»-----------s-^^^^^^bi«^^^^bí™

O ALMANACH D'"0 TICO-TICO" PARA 1931 está á venda em todos os jornaleiros do Brasi!. mas, Isc houver falta nesses jornaleiros, enviem 6$000 em carta registrada, cheque, vale postal ou cm sellos do Cor-reio á GERENCIA DO ALMANACH D'"0 TICO-TICO" - Rua da Quitanda. 7 - Rio — que receberãologo um exemplar. Preços: — ->$000 —- Pelo Correio — 6S000

«. y. » e

f-V.

> J

O sonho lindo de todas as creanças, na qua-_ra festiva do Natal, é a figura veneranda doVelho Papae Noel.

Em cada creança vivem sempre, por esse-tempo, um desejo, um anseio, uma esperança,para a posse de um cobiçado brinquedo,que o velhinho das longas barbas bran-cas traz escondido no sacco de surpresas.

— Vou ganhar uma boneca I — sonha a me-njna. —¦ Vou receber um trem de ferro I —

deseja 6 menino. E cada brinquedo 6 um motivo de dese*jo para a noite risonha do Natal. Ha, porCm. uma cousacobiçada por todas as creanças — é o

PARA

Pub!lcaç3o das mais cuidadas, única no gênero em todo o mundo,O ALMANACH D"0 TICO-TICO" PARA 1.31, que está

á venda, em todo o Brasil, __-_*í-_*__í5--__**S______;* um caprichoso álbum cheio de contos,

novellas, historias illustradas, sclen-cia elementar, historias c

brinquedos da ar-mar. Chlqul-

O TICO -TICO

Redactur-Chcfc: Carlos Mauhãcs — Uiretior-ucrento A. do Souza e SilvaAssignatura — Brasil: 1 anno, 25$000; 6 mezes, 13$000; — Estrangeiro: 1 anno. 60Í00O; 6 mezes, 3ü?000.

As assignaturas começam sempre no dia 1 do mez e:n que forem tomadas e serão acceitas annual ou semestralmen-te. TODA A CORRESPONDÊNCIA, como toda a remessa de dinheiro, (que pôde ser feita por vale postal ou car-ta registrada com valor declarado), deve ser dirigida a Rua da Quitanda. 7 — Rio. Telepnones: Gereucta: 2-4544.

Escriptorio: 2-626U. Directoria: 2-6264Succursal, em São Paulo, dirigida pelo Dr. Plinio Cavalcanti — Rua Senador Feijó, 27, 8» andar, salas 86 e 87.

LJÇOQf^^^üÔüÔA UTIL.1DAD.1

Meus netinhos:

Todos os animass têm, como vocês sabem,utilidades diversas, mas alguns prestam-nosrelevantes serviços que ficamos a pensar quenão poderíamos viver sem elles. Está nessecaso, meus netinhos, o carneiro, a ovelhinh^,tão branca e tão mansa, que os meninos conhe-cem desde a mais tenra idade. O carneiro éum dos animaes mais úteis ao homem. Pode-se dizer, meus meninos, que da ovelha nada seperde, tudo se aproveita, desde a lã, que nosaquece no inverno, até aos chifres, á carne. Alã das ovelhas, logo que é cortada e submetti-da ao processo de lavagem, é «transportadapara os paizes industriaes que com ella fabri-cam um sem numero de coisas: casacos, meias,colletes, luvas.

Além da lã, obtêm-se do carneiro courosmuito apreciados que servem para fazer luvas,

DO CARNEIROsapatos, lombadas de livros, caixas e bolsas.A carne do carneiro possue excellentes qual-idades nutritivas e de todas as demais é a quemenos toxinas contém. As cordas do violino,que produzem os sons mais encantadores domundo, são fabricadas com a tripa dos car-neiros.

Ha ainda, meus netinhos, um milhão deobjectos fabricados com os chifres do animalde que Vovô vem falando a vocês, como sejamfacas de papel, cabos de canivetes, botões e ou-trás muitas cousas.

O carneiro, meus netinhos, é o animal útil,por excellencia, ao homem. Até na sua attitu-de mansa, resignada, esse animal parece ensi*nar a nós outros que a vida, para ser bem vi-vida, necessita de uma dose de paciência e boavontade..

VOVÔ

O TICO-TICO — 6 — 27 — Maio— UM

0 mais sensacional ie iodos os concursos!CONCURSO DO "HAROLDO TREPA-TREPA"

"O Tico-Tico*', <lc accordocmn a Paromoitnt Füms S. .-/..vae offereccr aos seus leitores eamigos um concurso interessan-tissimo, sensacional, e que serádos mais rendosos para 0$ feliz-ardos que conseguirem arran-

jar nelle uma collocação. Alerta,meninada, e vamos ao concurso.Km resumo, este concurso con-siste no seguinte:

"O Tico-Tico" publicará, nisemana próxima, uma pagina de

gravuras sem legendas, OU seja,sem a historia escripta por baixodos quadros. O concurso consis-te justamente nisso: os leitores,tendo diante dos olhos os qua-dros da pagina, iratarão d- ar-ranjar para elles uni argumento,de modo a formar uma historie-ta como tantas outras que temos

publicado. Isto feito, os concur-rentes remetterão para

"O Tico-Tico" as legendas, cada umadellas tendo o numero do qua-dro a que corresponde c acoin-panhadas todas da pagina em

que forem publicadas as gravu-ra-. Xão entrarão cm julgaincn-to as respostas que vierem semo pagina das <jra:uras.

Cada legenda deverá ter, nomáximo, seis linhas, e deve ha-ver entre ellas ligação, de modoque constituam uma historiacompleta e engraçada. O tituloda historia deve -cr 'HAROL-

DO TREPA-TREPA" e o he-hamar-te Haroldo.

Xo concurso, so podem tomar

parte alumnos de collegio- pu-Micos ou particulares — com aidade máxima de treze annos.

Para este concurso distribu-iremos os seguintes

P R E MIOS:

ie logar — Para o leitor ouleitora que melhores le-

gendas fizer: um prêmiono valor de cem mil réis,á escolha do premiado.

2" logar — Para o segundo col-locado: um prêmio novalor de setenta e cincomil réis, á escolha dopremiado.

3o logar — Para o terceiro col-locado: um prêmio novalor de cincoenta milréis, á escolha do pre-miado.

4o logar — Para o quarto col-locado: um prêmio novalor de trinta mil réis,á escolha do premiado.

5° logar — Para -o quinto col-locado: um prêmio novalor de trinta e cincomil ré: "lha dopremiado.

6° logar — Para o sex-to co 11ocado:uma assignaturaannual do OTico-Tí

7° logar — Para o se-timo collocado:um prêmio de

vinte mil réis, á e-colh ido premiado.

N a io" logares — Para o oita-vii, nono e décimo col-locados: um exemplardo primoroso Cmcnric-Álbum, publicação quecontém luxuosos retrato-de artistas de cinema.

Além desses prêmios, a Para-moiuit Films offerecerá umasessão especial de cinema, em(pie será apresentado o film"Haroldo Trcpa-Trepa", ao col-legio a que pertencer o alumnoOU alunina premiado em primei-ro logar.

As respostas do Concurso do"Haroldo Trepa-Trepa" devemser enviadas a esta redacção, de-vidamente assignadas e acompa-nhadas das declarações de resi-dencia do concurrente e do no-me do collegio a que o mesmopertencer.

A- respostas são recebidas des-de já, encerrando-se o prazo derecebimento no dia 17 de Junho.

A este concurso só poderãoConcorrer os alumnos dos colle-gios desta Capital

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27 — Maio— 11)31- — 7 — o nco-Tico

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MEU SOLDADINHO DE CHUMBOMeu soldadinho de chumbo,Meu soldadinho querido,Meu encanto de creança,Meu brinquedo preferido.

Sempre de pé, perfilado,Com o chapéozinho encarnado,Meu soldadinho de chumbo,Meu soldadinho adorado.

Se você, meu soldadinho —— Imagem muda de um sonho,Um sonho de pequenino,Um sonho meigo, risonho,

Tivesse um dia cumpridoA voz do "marcha, soldado'O encanto da meniniceTeria cedo acabado!

Nos sonhos da meninice,Nos sonhos de felicidade,Foi o soldado de chumboUm soldado de verdade

Ouvia a voz de commandoDe um general pequenino,Que andava de calças curtas,Que era um general menino.

E a voz do "marcha soldado!",Ditada em grito marcial,Sempre o soldado de chumboOuvia meigo e leal.

— Marcha, marcha, soldadinho!Marcha, marcha, p'r'o quartel!Olha a cabeça que manda,Olha o chapéo de papel!

E como a imagem de um sonho,Um sonho lindo, encantado,O soldadinho de chumboFicava sempre parado.

Sempre de pé, perfilado,Com o chapéozinho encarnado,Meu soldadinho de chumbo,Meu soldadinho adorado!

Aquellas batalhas cruentas,Pelejas rudes, sangrentasViviam, sempre em meiguíce,Num sonho da meninice.

Foi o soldado de chumboUm soldado de verdadeNos sonhos da meninice,Nos sonhos de felicidade.

Hoje o soldado de chumbo,O soldadinho querido,Não entra em pelejas rudes,Vive só, vive esquecido.

E o general pequeninoJá não sorri com meiguice,Nem tem os sonhos queridosDo tempo da meninice.

Meu soldadinho de chumbo,Meu soldadinho querido,Sempre de pé, perfilado,Com o chapéozinho encarnado!

Hoje o soldado de chumboVive só, vive esquecido...Bem differente de outroraE' o soldadinho de agoraí

CARLOS MANHÃES

O TICO-TICO — 8 — 27 — Maio _!>:.l

%y.{f^^^_f/ casamento y V /^^<_sc___^_

'itir3^^^ \v Rosa,ío yy n¥/_^«C-W-te. 1 \\. (Continuação)^^»/ li ¦!-¦ rttíl /V

Mas o chefe dos bandidos, quequeria aprisionar o príncipe, to-mou por um atalho que cortavacaminho e foi esperar o príncipelá adeante...

disfarçado em camponez O prin-cipe. sem o reconhecei, pediu-lheinformações sobre -O caminho. Ofalso camponez offereceu-lhe parapernoitar em sua casa...

. «1

O príncipe, sem desconfiar, acom-panhou-o, dizendo-lhe quem era Che-gando á casa. que não era do saltea-dor. mas de dois velhos que elle as-sassinara...

.. .o príncipe deitou-se sem no-tar que o falso camponez guarne-cera as janellas da casa com gra-des de ferro, de modo a transfoimal-a em prisão

O príncipe não tardou a ador-mecer Immediatamente. o saltea-dor vestiu-se com as roupas d opríncipe, deixou-o fechado e par-nu...

__U JU IJL-J--U—*3—--

MM3Mu X1HEB

BOTO.. .para o castello do rei Pedro,

onde entrou e se apresentou dizen-do que era o príncipe Rosalio. Seuvestuário e o arreiamento do seucavallo...

fizeram-o acceitar como taiEntretanto, o verdadeiro pnnci-pe acordando n o dia seguinte,viu que estava prision^To Com oauxilio de um...

,..pauzinho, que elle fez girarrapidamente com um cordel, opríncipe fez explodir a fechadura-

'Termina no nroximo n_me_ >)

O TICO-TICO

Fazendo caretas¦wr -^_ DE ARMAR

27 — Maio — 1931 — 9

P A G í N

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ema O *r> P^il \ _¦^^. ./*&( ><£i < *

Explicação: — Collem asduas peças em papelãc fino,recortando-íis, em seguida.Unam, depois, por jneio debarbante com dois nós nas ex-tremidades ambas as peças

pelo ponto A. Isso feito, imprimam a peça maior um movimen-to, circular e verão uma serie de caretas exóticas. 0 modeloexplica melhor o piodo de armar o brinquedo.

O TICO-TICO r- 10 — 27 — Maio — 1931

A ImprudênciaDupla foi a falta commettida

por Julinha: o modo imprópriode manifestar o contentamento,e a desattenção aos conselhos desua mãe.

A ordem em todos os actos, amoderação nos movimentos de

prazer, de dôr, de censura, a mo-destia na manifestação dos pen-samentos, tudo isto faz parte dasboas normas de educação.

Quem se deixa arrebatar in-consideradamente pelo sentimen-to, é um ente moralmente defei-tuoso, incapaz de saber impor-se, ou resistir, em oceasiões pro-prias, na luta pela vida.

E é, justamente, desde a in-fanciã, queridos meninos, quevos deveis acostumar á ordem,an commeditiic.i.o, á circumspec-

ção, á modéstia. O menino dehoje vae ser o cidadão de ama-tlhá. A menina fie agora será amãe de familia no futuro.

Os maus costumes, alimenta-dos na infância, poderão ser, tal-vez, modificados pela educação,mas, em regra, não se annulla-rio mais.

E o procedimento de Julinha1 seria sempre censurável, em qual-quer caso. Como vistes, a mãeda menina reprchendeu-a: Juli-nha devia conter-se.

Quem não at tende, de prom-pto, ás recommcndações de seuspaes, dá provas de má educaçãoe dc maus sentimentos, mesmo.Devemos ouvil-os, observar seusconselhos, sem discutir as ra-zões: são credores de todo o res-

peito e veneração.

J'irgilio Cardoso de Olheiro

(Do livro "Mosaico Infantil").

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¦"¦-^¦^^ —•— sBonfado: para froitba, ___-o_a-

da, canto de lençol ou "abat-

jour": linho grosso c o maisindicado, linha brilhante contor-

nando ai tulipas. E* bordadoRichcücu. e, jiara almofadas ou"abat-jour". fundo verde peri-quito. — 5".

UM PROPHETASe o sol brilhar fie maneira que a

toupeira do Arctico possa ver asua sombra ao lado do corpo, a po-pulação dessaregião a c redita

que muitas se-manas de temp>frio se seguirão.Até hoje não seCOnMgtliu saberse realmente atoupeira fio Ar-ctico prevê, naverdade, as mu-danças de tempo.

DO TEMPO

'/^^rÊSmI _t. «•_.

J?____. >^___y' w___feu_. '/_¦_

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27 — Maio — 1931 11 — O TICO-TICO

_____[ 1 bql ^i_d ib

Aqui vão, hnje au-thenticas crcações pi-risienses para criançasc meninotas admirado-ras d'0 Tico-Tico. quesão, aliás, quisi todasdc todo o Brasil.

Mignapouff eCécilc W e 11 ytem fama va RHI I P À <"*.lente entre os ¦ > V_/ \J l /". \Jcrea dores deroupas infantis.

Assim, passe-mos a descreveios figurinos dc-vidos ao rr.iy."idc um a á txtrcução de outra:

Vestido detafíettas azu!do céo, a barrada saia compri-da ornada deorlas de pre-gas que se re-produzem á bi-ra da golla. Umlaço gracioso,na golla. deixa

INFANTIS

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ftí™ *>F^__P_-_B < '¦ *M_Búm__^^5?C l ^^m" * ^___I_É_V__I

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___Pl*g____* í i WTSra¦__¦ )7 J_iff____B1 fãI I^3 ¦ '

lorido e. no .cinto, fi-vela de galalithe.

Para mocinhas: (fig.1) vestido de crêpe deseda estampado guarne-c i d o de bibadinhos;

(fig. 2) vestidode festa, deronsselina dc se-da branca, gra-ciosamente - U -feitado de fran-zidos e baba-dos; (fig. 3)vestido de ¦ moi-re" côr de li-mão, golla como -. u a u o em"plisse"; (fig.4) vc s tido decrepe setim ver-melho vinho,saia em fôrmae guarnição depequenos nós.— S.

grande uma das pontasque. por sua vez, é re-mat ida por outro laço,na barra da saia;" G a r ç o n n c t " de"drap" setim brancoenfeitado de crépç era"plisse" meudo;" M.ntcau" de vel-ludo dc lã vermelho.ÜReiramentc cm fôrmaBa parte dc traz cKuarnecido dc cadarsodo mesmo panno.

A' direita, dois mo-d e 1 o s de Se rnph:"manteau" de popelinarir de areia ornado deDer v u ras; " mantémraslan" dc popelinaverde musgo com pos-pontos do meítno co-

m

A lenda do orvalhoNuma bella manhã de verão.

Regina foi muito cedinho darum passeio ao campo.

Ella queria muito saber o queera o orvalho, para que servia,como cabia sobre as plantas etambém queria respirar o ar pu-ro da madrugada.

Ao chegar ao campo, viu quede cada flor sahia uma bellissi-ma fada, com o seu vestido dotom da flor em que morava.

As fadas foram sahindo dasflores e fizeram um lindo baila-do; primeiro deram as mãos e fi-zeram roda, e ora uma, ora ou-tra fada ia para o meio e dan-sava. Depois cantaram, recita-ram e novamente dansaram.

A brisa que batia nas folhasservia-lhes de musica.

As fadas também tinham asas.eram um pouco parecidas comborboletas e tinham talvez doiscentímetros de altura.

Regina olhava encantada,quando de repente as fadas sa-hirani voando

Emquanto voavam, deixavamcahir de suas mãozinhas delica-das, sobre cada flor, um punha-do de pequenos diamantes quebrilhavam aos raios do sol queia nascendo.

Depois de espalharem p e'l ocampo todo os lindos diamantes,as fadas se recolheram ás suascasas.

Regina approximou-se paramelhor poder ver os diamantes;mas viu que eram simplesmntegottas d'agua.

Quando o sol nasceu, derreteutodos os Hndqs diamantes.

Bki.laii de Macedo Soares

(Do livro "Historias da Fa-da Azul").

O TICO-TICO — 12 — 27 — Maio — 11)31

CREANÇAS DE FRANCA - SÃO PAULON-pH-HV-Mmi--i_-H-^-M-|M__^-_H--_Í--B-_B--_aaMi

Xl^^Jr^f r^J?^ aA&TLM s-^^y^Nair Gimcnis, filha do

Sr. Christovão Gi-menis

Maria Doralice, filha do Maria de Lourdes, fi-Sr. Paulino Bru- lha do Sr. Carlos

veto Milcr

Dalva, filha do Sr. Je^ronymo Sche-

rolli

O nosso primeiro pensamento

quando acordamos é para Deus;

em qualquer trabalho a executar,

até nor nossos prazeres, temos sem-

pre em mente a idéa do creador de

todas as maravilhas da natureza.

Mas Rariu, a filha do sapateiro,

tão pobre como eram, nunca pen-sou em dirigir-se a Deus e pedir

pela saúde do seu paezinho, que játão mal quasi nem podia trabalhar

e assim mesmo poude fabricar um

par de sapatinhos encarnados. Ma*

andando Rariu sempre descalça,até no inverno, elles eram para ser

apenas apreciados,

E Rariu lembrou-se de agradecer

a Deus, as forças que elle conser-

vara ao pobre sapateiro para poderainda fazer aquella lembrança?

Nem obrigado ella lhe dis-se. Com a morte do velho, ella não

os tirou mais. dos

pés. Appareceu en-tio uma carrua-

gem com uma se-

nhora mui rica-

mente vestida quea levou para edu-

<r-\

Os SapatinhosEncarnados

car, pois Rariu era de uma extraor-

dinaria belleza.

Os sapatinhos, ella os guardou,apesar de ter agora muitos outros

mais bonitos. No dia em que, peli

primeira vez, a levaram á igreja,

ella só pensava nos seus sapati-

nhos, nas roupas novas e tudo quelhe era novo, sem sequer ter uma

attracção nas letras do seu pequeni-no livro de orações.

Em casa lembrou-se novamente

dos seus sapatinhos vermelhos e...

oh surpresa! mal os calçou come-

çou a dansar com tal violência quelogo se sentiu cançada, e quando

queria ir para a direita ia para a

esquerda e scmpre rodopiando f.i

arra-tada para a rua, até uma fio-

rota.

Ella, muito apavorada, quiz ar-

rançar os sapatinhos, mas estes não

sabiam e era compellida a continuar

a dansar, de noite ou de dia, cm

sol ou com chuva.

Procurou sentar-se para descan-

çar, mas não poude. Appareceu cn-tão um anjo muito lindo que lhe ex-

plicou a sentença daquelles sapati-

nhos e o motivo que a obrigava adansar sempre.

"Ajudae-me, por favor", gritou a

menina, e sem saber como, foi con-tluzida á casa de um carpinteiro quecortou seus pézinhos com um serro-te e collocou um par de perninha.de madeira e ainda lhe ensinou

uma oração que lhe faria supportaraquella provação.

Rariu chorou muito, mas quandochegou domingo dirigiu-se á igreja

e sentiu-se mais confortada, e dis-se: "O' Deus, ajudac-me", c appa-receu então o mesmo anjo que ellavira na floresta.

E Rariu tornou-se tralialha-

dora c fazia tu-do que, podia, re-conhecendo e n tão

que o trabalhoe a oração

os nossos princi-pães deveres.

27 — Maio — 1931 13 — 0 TICO-TICO

' \ ^"- \\ ^_______^^__H ^______r / \ ¦k'Vt^ ' -_. 3«d-l-Í_Ú-__ 4Pfl__________________T /# >í*.\»£>.

II MKB -M --M__^»-._---------_-i-__--_-_-------«------__---_--_-_-«_MM__

Sylvia, filha do sr. Nori-\al Barbosa.

Aracy. filha do sr.Adolpho Biguinat i.

Clara, filha do sr. Edu-ardo (iarcia.

Ophelia, filha do sr. O Jo-rico Turmin.

Logo depois de descoberto o Brasil,trataram os portuguezes de escravisaros indies, apesar do protesto dos jesui-tas, Anchieta e Nobrega, que lhes le-varam a civilização, libertando suasalmas, não podiam se conformar como captiveiro que se lhes impunha.

Mais tarde, quando se tornou umarealidade a descoberta do ouro, da pra-ta, emfim dos mineraes existentes nosub-solo brasileiro, o braço forte do sei-vagem, rebelde por natureza, não erabastante e os nossos irmãos de além-mar — os negros africanos — foramlembrados.

Crearam-sc então companhias quetraziam annualmente centenas de escra-vos, que eram afastados da pátria, dafamilia e eram encarcerados nos ceie-bres "Navios Ncgreiros" para a traves-sia do oceano.

Aportando ao Brasil eram vendidos;a vida rude se lhes. apresentava, cheiade maldições, como se fossem reprobos,quando não animaes ferozes.

Qual o crime que commetteram paraassim serem tratados? O facto dc se-rem negros, portanto fortes, pois que oclima de sua pátria para isto concorrera.Pra a única cousa que se lhes 'podia

impugnar, mas da qual. eram innocentes.Emquanto o Brasil se manteve colo-

nia, dc facto não se cuidou de extin-guir esta mancha da Terra de VeraCruz. Realmente não era possível. Quempoderia trabalhar nas minas, cultivar aterra, dar aos portuguezes domiciliadosaqui e ao reino de Portugal as riquezasque auferiam?

Não bastaram os sermões de PadreAntônio Vieira, o nobre jesuita. na er-mida do Maranhão ou em qualquer tem-pio, onde sua voz se erguia vibrante,sacra, condemnando aqurllcs que inju-riavam e trucidavam o pobre captivo.E o resultado dc seu esforço moral, deíua caridade, foi à expulsão do Territo-

Aboliçãorio Brasileiro... e tudo continuou nomesmo.

Vieram para o Brasil os hollandezcs,Maurício de Nassau, nobre de descenden-cia e nobre de sentimentos, declara a li-berdade dos pretos na provincia de Per-nambuco.

Poi este o primeiro passo para a de-fi ia da raça opprimida, embora maistarde com a retirada hollandeza, tives-sem voltado ás fileiras do captiveiro.

Mas, passam-se no Brasil factos, im-portantissimos: de colônia, a primitivaIlha dc Santa Cruz, passou a reino, vol-tou a colônia e desta num brado ingen-te, levantou-se em Império audaz, por-tanto capaz dos maiores emprehendi-mentos.

O Brasil de facto era dos brasileiro»natos; portanto, a alma carinhosa e jus-ta de nossos irmãos, não se podia con-i irmar com a situação miserável dos

pobres captivos.Surge uma primeira voz e numa pen-

nada é assignada a lei que abolia o tra-fico africano. Não foi porém respeitada;passam-se annos, Euzebio de Queiroz,faz em 1855 que esta lei seja respeitadae nas calmas águas dos portos e bahiasdo Brasil; não mais ancoraram os"Navios Ncgreiros"! O Ceará logo de-pois declarou a liberdade de todos osescravos.

%^ #*-

Houve alguém que pensou então no»filho do escravo, no pebre innocente ea lei dc 28 de Setembro de 1871, lei doVentre Livre, feita pelo Visconde RioBranco, concedeu liberdade ao filho damulher escrava.

Havia entretanto, o velho, o sexage-nario, e Saraiva também num gesto derespeito á velhice, fez a lei que recebeuseu nome e deu aos vencidos pela idade,pelos soffrimentos, horas e dias de pra*zer que não eram entretanto completos»porque tinham filhos, netos, amigos eirmãos, que ainda estavam sujeitos aochicote do feitor...

A onda de idéas überaes, a onda deabolicionistas, crescia dia a dia e a'"causa negra" foi tomando vulto. Embreve, nas praças publicas, em comi-cios, pelos jornaes, discutia-se a liber-tação geral.

O enthusiasmo era grande; não esta-va no Brasil o Imperador, mas, que ti-hha isto-se elle era o maior abolido-nista? Sua filha Isabel sabia muito bc_iirterpretar os sentimentos de seu au-gusto Pae. que eram os seus própriossentimentos.

A 13 de Maio de 1888, entre accla-mações de júbilo, envoltas em grandeemoção, a princeza Isabel, então regen-te do Brasi!, com uma penna de ouro,que lhe foi offerecida para este fim, as-signou a "Lei Áurea".

Esta princeza salvando a raça oppri»mida, purificou também o Brasil damancha, que, durante muitos annos em-pannou o brilho de nossa pátria.

Aos abolicionistas, aquelles que In-taram para vencer os obstáculos quese apresentavam para tão grande feito,o nosso voto de respeito e gratidão.

Os vossos nomes, passaram á Histo»ria etn caracteres indeléveis.

P, tu. Brasil, Terra de Santa Cruz,acceita a homenagem que teus filhos teprestam, erguendo no cimo de um monte— o Corcovado — o symbolo da Re-dempção.

Isabel Ferreira Lopes,

O TICO-TICO — 14 27 — Maio — 1931

Como dormemalguns animaes

O cão, antes de se deitar, paradormir, como toda gente sabe, <!í

varias voltas sobre si mesmo,costume, segundo asseguram algunszoólogos, é uma supervivencia ata-viça do tempo em que o cão viviatiii estado selvagem. Entào esse íictamigo do homem, antes de se ex-tender para dormir, rodava duas outres vezes, afim de baixar a hervaespessa e muito alta c tornal-a con-fcrtavel.

A maior parte do costume dos ani-mães não chamou, até hoje comodevia, a attenção doi naturalistas.

Até ha bem pouco tempo, acredita-

va-se que o urangotango, o chimpazee todos os grandes simios dormiamde lado. Agora, sabe-se, com segu-rança, que o urangotango, como o

homem, dorme deitado de costas. Os

pequenos simios que, á noite, se ai-

bergam nas arvores, dormem com

um punho cerrado, como se estives-sem suspensos a algum galho.

As girafas dormem apoiando olongo pescoço sobre as costas. Oscorvos permanecem, ao dormir, coma cabeça na mesma posiçSo em quei mantêm, quando acordados. Oscavallos dormem, geralmente, dc pé.Ha muitos delles que nunca se dei-tam para dormir.

Os animaes de pernas curtas, co-

mo o rinoceronte, o hyppopotamo.etc. deitam-se de lado, pela difficul-dade que sentem em dobrar as patas.

Os ursos não adoptam attitude ca-racterutícm. N"o> parques zoológicos

vistos dormindo em varias po-sições.

O mammifcro, que rcci'de "preguiça", c peculiar á nossaterra, pendura-se a um galho, com asquatro patas, para gosar toda a dc-licia do somno.

O tamanduá cobre o corpo comsua espessa e longa cauda, de tal

ia que apenas se lhe vécm as

J)O SAPO E A LUA

No céo de crinolina azula lua.

No lago baixo dc jadenm sapo.

O sapo ama a luaçotno um lou

c canta a Deite todao seu amor...

Xo espelho liso do lagoo disco claro da lua se rcílecte...E o sapo tem a luminosa illusãede que a lua desce, humilde,para o lago baixo de jadee acceita o seu amor...

Quem já não foi sapo na vidaque levante o dedinho!'

Wang-Fu.

QUADRA

Mã-, que meus versos incensam!...Quando eu vim do mundo á luz,Fui na cruz de tua bençamQue eu vi a vida — uma cruz.

Adelmar TaNares.

O Cavallo de

O celebre cavallo de Tom Mix adoc-cera um bello dia.

Ao gury encarregado do animal, T taincumbiu dc dar-lhe remédio. Pouco dc-pois, indo certificar-se do cumprimentode suas ordens, Tom vae á estrebaria,encontrando o gury a tossir, com orosto amarello, verde e roxo de esforço.

"Então o que é que Inter-calando accessos dc tosse, o gury: "O

tenhor... •¦ que... collo-te o remédio num funil d: papel...

e que... assoprasse. ...'"Sim. 1. giro. c ¦':"

.ivallo assoprou primeirodo que eu".

Tom cMíx

AL YORADA NOCAMPO

Alvorada no campo, que alegria!Nada existe tão bello e tão ridenlelSão cânticos sagrados de harmoniaEntoados á luz do sol nascente.

As manhãs de primaveraNo campo, deslumbramento^Quem as vi não consideraXo mais pequeno tormento

E' ver os trabalhadoresQue em grupos partindo vão

entes e faladores,(icirar da terra o seu pão.

E' ouvir as campainhas,jados que vão p'ros montes.

E o carpir das ribeirinhas,^fais os murmúrios das fontes.

IV ouvir, altisonante,Do gaito, a voz crystaünaXum eco todo'vibranteXas quebradas da collina.

E' ver os campos doirados.E as searas perfumadas,Escutar pelos valladosDos melros loucas risadas.

E' ouvir a cotovtaEm azul toda banhada,Cantando com alegria.Uma canção da alvorada.

E' ouvir do rouxinolAi v luptuosas cançõesE lobrigar no arrebolGrinaldas, rubis, festões.

E nas ribeiras cerradasQuasi cobertas dc ninhosE' ouvir santas bailadasCantadas por passarinhos.

E depois do sol raiarPelo azul da immensidadeE' ouvir tudo a cantarFebril, trovas dc saudade.

Relarntino Pedro

?.7 — Maio — lí>__ - 15 — 0 TICO-TICO

HABILIDADES DO "SERROTE"

ÉTÜDA

VEZ QUE O BRAÇO ESTIVER. (^\^1ESTENDIDO, VQCE PULA!-t%k \r\Á

Faustina ensinou ao "Serrote" apular.

Toda vez que ella estendia o braço - Um dia sahiu a passeio. E en-o cachorro devia pular. controu-se...

Bomp/a,dõha ^>. I n n nÇREGOR/a! í^\ ') jC\ U U LI

.. .com sua amiga D. Gregoria.D. Gregoria...

...estendeu o braço para cumprimen-tar a Faustina e "Serrote", zás! Pulou!

Depois, numa esquina, um inspe-ctor de vehiculos estava com O...

¦'* ii ...

<¦' tv.^ s ru. '/^^^1?':/^^/£%& çÊb esta ¦ p*zsA L>?f rWi^^

—^— »i ....braço estendido. E -'Serrote", ...não gostou da brincadeira e cor-

¦fti! Pulou por ciina do braço do reu em perseguição de Faustina. Mas,inspector. O guarda... esta, com...

..."Serrote", sahiu era furiosacarreira, e até hoje está cor-rendo!...

O TICO-TICO 16 — 27 — Maio — 1931

Bebe e as suas lindas roupinhasPAGINA DE ARMAR PARA AS MENINAS

U_^*\

^¦W •

SiLs1 í jnIrlJ y \\U\X 1 A

y\W f f/Ca i ¦ '¥

Explicação: — Collem a figura de Bébé em cartão de regu-lar grossura e as roupas em cartolina fina, antes de recortar.

27 — Maio — 1931 — 17 — O TICO-TICO

AS AVENTURAS DO 6AI0 FELiX(Desenha de Pat^Sullivan — Exclusividade do "O TICO-TICO para o Brasil)

^¦2* —^—- ~m7ÊL lj

Gato Feliz conse- ... porteiro, copt um .que o mesmo porteiro do pa- .. .salvou-o. Gato Feliz dis-guiu, como vocês leram, leque. Mas, pouco lacio o perseguia. Um annun- poz os dizeres do cartaz dedefender-se do tempo depois, viu... . cio á porta de um cinema... um modo confuso e...

rr.occultou-selle uma maneira por certo en- _ t .encontrar aquelle gato maldito que Lntro- Gaio Felix riagenhosissima. O porteiro não o descobriu duzira cadeiras no Japão. gostosamente doe ficou a pensar onde haveria de... ____^^____^^_____ _ _ porteiro que...

$j^0-^^ J4^m\m\m\\lSm^^—-

Kk»: -¦¦#»• IIü por dêscõbrll-o. "' Agora "

.. .Gato Felix com toda Mas Gaio Felix deu um salto'formi-sim. O porteiro não hesitou um só vontade de esjmagal-o, ma- davel e treDou numa alta torre. Novamomento. Sahiu a correr atraz de... . ta'-o. corrida, então se verificou,zn

_£L

m^di±M

Galo Felix dava voltas átorre, sempre subindo, emlouca, carreira, até que...

M7m-y> EsaaâEsaâz....chegou ao alto. E ali, não encontrando ou- ' ...porteiro do palácio datro meio de salvação, projectousse no espaço. Mikado se atirou.E, atraz delle. tambeyn o... - •(Cmtinúajf

O TICO-TICO — 1S — 27 — Maio— 1931

A

Era uma vez um Tinteiro

sobre uma mesinha, no quartode um poeta. Um dia alguém

contemplou-o um momento e

disse:E' interessante pensar em

tudo quanto pódc sahir de um

tinteiro. Quem sabe o que sa-

hirá agora! Na verdade, é ma-

ravilhoso...Sim, sim. Parece impôs-

sivel; é o que eu lhe digo sem-

pre — exclamou o Tinteiro — E dirigiu-

do-se á Penna e aos objectos que se en-

cor.travam sobre a mesa, bastínte perto

para ouvil-o, continuou;Maravilhoso é pensar na quantidade

de coisas que sahem de mim. E' incrível 1

E dizer que eu mesmo não' sei o que sa-

hirá dentro de um momento, quando o ho-

mem começar a tirar-me a tinta! Umi só

golta minha, basta para encher meia li-

nha. Imaginem quanto cabe em meia linha!

De mim procedem todas as obras do poe-ta, todos esses personagens que a gentepensa haver encontrado na realidade, to-

dos os profundos sentimentos, todo o hu-

morismo e todas as coloridas discripções

da natureza. Eu mesmo :ião me explico

cemo pôde ser, porqoe nâo entendo des-

tas coisas; mas tudo vive dentro de mim.

De mim surgem as jovens pallidas, os ga-lhardos cavalleiros montados em fogosos

ca\ ilus, os dnendes, os elfosi os pássaros,as fofas e não sei -quantas coisas mais.

Mas, garanto-vos que não as entendo ab-

solutamente.Dizes bem — exclamou então a Pen-

na. Não entendes dessas coisas, nem po-des entendel-as. Se pudesses pensar, com-

pulunderias que não fazes mais que pro-

porcionar a fluidez que necessito. Nãomais quer dar-me o meio para que eu pos-sa deixar no papel o que tenho em mim,o que quero expressar. E* a Penna quemescreve. Não ha homem

que duvide, ef na verdade

ha homens que em que-

stões de poesia não valem

o Tinteiro velho.

_ E' pouca todavia tua

experiência — contestou o

Tinteiro. Faz apenas uma

penna e o tinteiroCONTO DE ANDERSEN

semana que trabalhas e já estás gasta.por acaso que o poeta es tuf í>a-

és mais que sja creada. Antes que viesses,i muitas cguacs a ti: umas, da fa-

mi,ia _lallat c procedentes dc Inglaterra.Conheço a penna de ganso e a penna de c\n>so e a qu_ este pertence toda a gloriaaço. Tive muitas a meu serviço c muitas dj que fazemos".

eer o maestro que os guiava elhes infundia seu espirito. Sim:o violinista ficara quasi esque-

cí;l«<; mas o poeta recordou-o,escreveu seu nome e deu fór-

ma aos pensamentos que o ha-viam inspirado.

* Que tolos seriam o violinoe o arco se se vangloriassem

do que fazem! E, não obstln-te, nós, os homens comiiutle-mos a meudo semelhante in-

stnsatez; poetas, artistas, homens de sei-encia, todos fazemos o mesmo: ficamossempre orgulhosos com a nossa obra sem_cs lembrarmos que somos unicamentein.-trwncutos dc que se serve o Todo Po-

mais terei emquanto trabalhe; tenho tam-

txm a meu serviço o homem que escre-

ve o que tenho em mira. Ah, se soubes-

ses o que me extrahirá a próxima vez!— Presumpçoso Tinteiro I — exclamou

a Penna despeitadaO poeta regressou a sua casa em hora

avançada da noite.Vinha dc um concerto onde ouvira un

violinista famoso c ainda vibrava de cn-

thusiasmo por aquella execução admirável

O artista havia feito surgir do instrumen

t uma maravilhosa riqueza de sons; pormomentos pareciam punlrados de pérolas

que rodavam cm bandejas de prata; ou-

trás vezes, rajada dc harmonias.

O poeta sentia o pranto no seu coração,

um pranto melodioso como uma dxe can-

ção dc mulher. Nâo só as cordas, mas

tombem todas as fibras do instrumento

iam palpitar de emoção. Ah, queestupenda execução! Apesar da musica ser

difficilima, o arco dansava sobre as cor

Assim escreveu o poeta e intitulou ap-rabola: "O maestro e os -iiistru-muitos ".

Isto vem para ti, amigo, disse aPenna ao Tinteiro quando ficaram a sós.

Ouviste-o ler em voz alta o que es-

Sim: o que cu te dei para escrevercontestou o Tinteiro— Fui uma boa

allusão para o teu convencimento, para tuapresumpção. Parece mentira que não per-cebas o despreso com que te tratam. Essafecha sahiu-me do fundo do coraçã).Pelo menos desta vez vê-se bem onde foiI'-rar a minha satyr ...

Poço negro ! — exclamou aPuma.

Escova de escrever! — replicou oTinteiro.

E ambos se caliram convencidos deque haviam respondido altivamente ao in-si Ho.

IV esta sempre uma convicção agradável.dar. com fácil agilidade. O violino pare- sob a qual cada nm pódc dormir tranquil-cia tocar sozinho e o arco mover-se tam- Io. E, com effeito, os dois dormiram.11 in sozinho, a do auditório esque- Do profundo de sen ser surgiam os pen-

«aso», con» pérolas,_emiam como uma rajadana folhagem...

E nesses pensamentospo ri ficava-se o sen cora-

ção c percebia um raio dor0 Eterno, a nucia

c-V. 1 da a ;.!...:_

27 — Maio lí)3l •—19^ O TICO-TICO

" HOJE VOU CELEBRAR |Al, MEUf "RlNf rèsToÜ^TO 20'ANNIVERSA- 1 FICANDO VELHO. JA'RIO PA MINHA EVTREA •—v rv^fAleM VINTE ANNOÇNOT.CO-T.CO./iPE- (ç, 0L5W QUE ESTOU COM ejTA

|^s 7AaüAW.SEVOU .^Tí^PI PIPOCA SM CIMA DO

!M IT^AtedeaSomba/ 1 ^^.^^^^^^líT-n J)

Y^vnJ/ í então.como E^ssoJ ^TrrHw/p^— — 3—r \ÇXxHf \ 1EU JA' ESTOU CON\ j J*?S? \=r ~

I )r PA^/vr°C0Íp^] ~Z f |A11 MEVJr T^ '. V^^^^I^^l ¦TUDO DE ACCORDO^/ fl\ ~^Z ^S?EC,AUp-A y e-J

r>r77 ^4i4 ^ i—7 ^ >-7

I XI -COMPADRE M1AUÜN0 VUI (CN ( t-9ctíSAQUI 0 NEGOCtO £'&CR.iO /^> _S

o J ^^('IB^i'/!^ /O^ESTOU VENDO CACH0P.K05 k$J=í i*4É^^\^r^^' MINH^ Z^/Quentes ¦- GtAtoj frio-; ^* IkW-*-^ ¦I^SPP-^IAi-ír-''" ^>(rEM CONStR-VA* Qu-e AiM-J J£^ 1^7^]t\ fl ^^ /^>'

/ HÕ^VaN r/Si) ONDE SE •^/-f/i^ > ÍDOB6MJ

-Í^S? I GATO FRIO V^i^^~\ RU A \ r" -^-^-' E^jT^t J^ .j"^- VAMOS JOGARA --' ^ V",/1[(íí;4JtSro.F0R^ I' "^J <1 \

O TICO-TICO — 20 — 27 — Maio — 1931

ta-11 r Wyjt.ISTORIA- DA MUSlCAr—

pela S0HHOBA ^cnuriAnn |^£mK

A

vida

de

Wagner

WAGNER, de quem O Tico-Tico falou

num «los seus números pa=sados, cer-ta vez, tentou fundar uma esrola de cantoem Munieli, mas os seus Inimigos, qae eramnumerosos, falaram tanto mal da escolaque elle não poude livul-a adoanle. Depois

i elle compôs a opera " Dia Meisterain-ger" que é uma tatyra aos professores docanto de vistps estreitas

1-7 M 1S75 Wagner recebeu uma propostapara ir a Chicago afim de reger a

execução de algut»3 dos seus trabalhos. Ellerecusou a ofíerta, porém no anno seguintecompoz uma bella marcha para a Exposiçãodo Centenário de Phlladelpl.ia. A marchaobteve muito successo.

WAU.sr.n. apaixonou-*-ie pir Cosima, filha

Kranz Llzst. outro comroRl*°r. Com-0 seu celebre Idlllo de 81egMed paraecer a ella no dia do seu anniversario

e foi com um grupo «le aml?os eateental-aem perenata no Jardim «le ma amada. «!<•-baixo de suas Janellas. Cosima mais tardecasou-se com Wagner.

pouco antes de sua morte Wagner es-

creveu " Parslfal". a sus maior opera.Essa opera só foi executada em Ueyruth.

muitos annos depois da morte do grandecompositor Wagaer.

27 — Maio _ 1931 — 21 — O TICO-TICO

1

»

Filho de pesca-dor, o Pedrinho,nascido e criadonas praias do nor-deste, havia, porforça, de ser ami-go do mar e urabom marinheiro.

Tinha a p e nasdoze annos quan-do foi á mattamais próxima, aduas léguas dedistancia, ondecortou uns tron-de pita, madeirabranca e leve, fa-zendo com ellesos paus da suajangada, sem queo pae o soubesse.

Com uns restesde lona velha, cosidos aqui e ali,remendados em diversos pontos,fez sua vela, e, assim apparelhado,na ausência do pae que andava peloalto mar nas pescarias, ia elle tam-bem pescar, aventurando-se cadadia um pouco mais longe, até che-gar o dia em que os coqueiraes dapraia de onde partira não erammais do que uma tênue linha azula-da ao longe para 05 lados de terra.

Sentiu-se, então, senhor daquellavastidão para elle infinita, dono da-quclle mundo dágua, ora azul, oraesverdeada, de accordo com as cam-biantes do céo que reflectia..O pae, de volta de uma das pes-

carias, viu ao longe aquella peque-nina vela e pensou logo em umnaufrago, pedindo soecorro ao sa-bor das ondas. .\proou sua jangadapara ella e foi grande scu espantoao vêr que era o filho quem, cal-mamente, estava ali, não sem peri-go, pois o sudoeste começava a re-frescar e não tardaria a encrespar,violentamente, as ondas.

Menino! gritou elle ao reco-nhecer o filho, que, por sua vez re-conhecendo antes a jangada do pae,virará a escota e fugia para terra,auxiliado pelo vento que principia-va a soprar mais forte.

Filho sem mãe é assim mes-mo; disse para si o velho peseque era viuvo. Cria-se á lei daNatureza quando não está debaixodas vistas do pae. Por fim, já pertoda praia, conseguiu alcançar a jan-gadinha do menino que, muito le-ve, voava a -obre a crista das ondas.

Onde você arranjou essa jan-

É ' 'i rir ir ' li í ¦' Jl.'^^Meulièrcoéve. iti .. r.' UãS on.das d.ç> tn& Esse

Cí.lji^ mí>a/ e o -pn.rnfi.ro

£-3;m oueeu

3z:

hwfíe nd-ve. <£<a

& 3*Meu bàecoéve- [eÀ. .fa

3Nas on. das do ma' t o

3üü BBtaP.co fr\Aisl\-(get.t'o'de*cltO.Pcil(\&AoCAi.d. rrO%d'-jf.

A JANGADA DO PEDRINHO

CONTO DE EUSTOKGIO WAXBERLEY

gada, menino? perguntou o pae, lheszangado.

Fui eu que fiz, confessou opequeno. , \ \

O desapontamento do velho setransformou logo em intima satis-facão, em orgulho mesmo, vendo ahabilidade do seu rebento.

Foi já com a voz mais branda quedisse: — Mas isso é uma dordicesua, sahir para o mar, indo tão pa-ra "dentro ', e com o tempo quevae mudar.

Eu estava vendo si meu barcoera veleiro, e só com o sudoeste po-deria tirar a prova, explicou o ga-roto.

Agora tenho a certeza, porquecustou a vosmecê me pegar. ..

O pae sorriu:Deixa de prosa e nunca mais

saias tão para longe que pôde "ca-hir um tempo", carregar com o mu-lambo da tua vela, e ficares por ahi,por fora, á matraca. O Pedrinhoprometteu. Só queria fazer experi-encia e esta fora feita.

Passaram-se alguns mezes; chegouAgosto, o tempo das grandes ven-tanias, e uma tarde de maré altade lua cheia o mar estava encapei-lado, rugindo na praia onde atira-va ondas enormes. O . sudoestezunia, fazendo f ar falhar a folha-gem dos coqueiros que cabeceavam,vergando a fronde verde, e dei-xando fugir uma ou outra folhamais velha que escapara "á lim-pa" do mez .anterior.

Os olhos argutos dos pescado-res no cómoro da praia divisaram,ao longe um barco em perigo.

Parecia pedirsoecorro.

Era preciso le-var-lhe um .cabo,ou trazer para ter-ra o cabo que debordo atirassem.

Mas quem seaventuraria a ar-rostar a fúria domar? Essa teme-ridade p o d eriacustar a vida dequem tal ousasse.

As jangadas, develas colhidas, eenfileiradasna praia, perma-neciam i m m o-veis sobre os pe-daços de troncosde coqueiro que

serviam de rolos sobre qividesusavam para serem lançadas aomar ou dali retiradas. O momento,porém, não comportava indecisões

mm

nem delongas.O pae do Pedrinho, homem des-

temido, ia se lançar á água na suajangada, quando viu, ao longe,outra jangadinha que bordejavapara se approximar do barco emperigo. Era a jangadinha do filho.— E' doido, aquelle menino! excia-mou elle aterrorisado. — Não. E'um heroe, disseram-lhe os outrospescadores. — E sabe bem o que es-tá fazendo, acerescentou um velhomarinheiro que seguia, attentamente,com a vista, as manobras do Pedri-nho, sobre sua jangada, para seapproximar do barco de onde embreve lhe atiram um cabo que elletrouxe para terra, salvando-se, as-sim, a tripulação em perigo.

Estavam todos salvos, graças ácoragem, á dedicação do pequeno.

A' noite houve uma festa entre ospescadores e a tripulação do barco.O Pedrinho foi o mais festejado.Recebendo abraços, dizia elle:

— Eu sabia que meu barco eraveleiro e cantava o coco nortista:

"Meu barco é veleiroNas ondas do má.Esse barco é o primeiroEm que eu pude movegá

O' Yayá!

Meu barco é veleiroNas ondas do má;F' o barco mais ligeiroDesde Orópa ao Ceará.

O' Yayál

O TICO-TICO — 22 — 27 — Maio — 1931

*nr\ivvv^Mivwww^jWm-.-m:'

w^<& \O PAIZ ADORMECIDO ê

Um rei e sua esposa tinham grandeTontade de ter um filho. Afinal, dep-isde muitas promessas a Deus, tiveramo que desejavam.

O rei ficou muito contente e, ia con-vidar para uma grande festa as fadai,que eram 13. mas como só possuisse dozepratos de ouro, deixou de convidar uma.

Cada fada deu um lindo e rico pre-sente ao principe. Na hora da ceiaouviu-se um grande estrondo. A portado palácio abriu-se e appareceu ao li-miar a figura da fada quc não fora cen-vidada para a festa e que era muito máe por isso disse ao rei: "Você não quizme convidar para vir a festa, mas euvou me vingar I Quando o principe cpletar a idade de doze annos transíor-mar-se-a num monstro com a cauda deuma baleia e as garras de um leão. Ossoberanos ficaram muito tristes e pu-zeram-se a chorar quando a primeirafada disse: "Quando fizer cem annosque elle estiver encantado uma princezao salvará. E então a rainha disse: — Oque nos adianta isso se quando termi-Bar esse tempo nós não mais existi-remos?

A segunda fada disse: "Quando oprincipe virar um monstro todos dor-mirão até o tempo marcado para a vol-ta ao seu estado primitivo.

Assim succcdcu. Quando o principecompletou doze annos afastou-se umpouco da cidade. Tendo andado muitosentou-se numa pedra quando lhe appa-receu uma velhinha que o fez cheirarum liquido exquisito que immediatamcn-te o transformou em dragão.

A velhinha não era outra senão afada má.

Quando o principe virou dragão oreino todo ficou mergulhado num pro-fundo somno. Todos permaneceram namesma posição em que se encontravam.

Muitos homens dc outros paizes fo-

t7

ram ao reino encantado ver se matavamo dragão porém não voltavam mais. Umdia uma jovem princeza quiz aventu-rar-se a matar o dragão e para lá sedirigiu com uma lança muito afiada,presente de sua madrinha, que era umafada. Quando chegou ao local onde cs-tava o dragão, cortou-lhe a cabeça quan-do este estava dormindo. O monstrosoltou um rugido muito forte e trans-formou-se no principe. liste, depois demuito agradecer o seu dciJiicantamcnta.Itvou a princeza para o palácio, e pediu-acm casamento, o quc foi logo aceito.

O rei lembrou-se do que a fada disserae de facto viu que já tinham passadoos cem annos.

Dois mezes depois o principe casava-se com a sua salvadora. As festas docasamento duraram sete dias e setenoites, tendo o rei convidado todos ospobres do reino para a festa.

Dois annos depois o rei morria e oprincipe subiu ao throno, com a prince-za, governando sempre com justiça ebondade.

Mario de Oliveira Pimentel.

CURIOSIDADES DO MUNDO ANIMAL

O BAILADO DA PRIMAVERA DAS CEGONHAS

Quando chega a primavera e, por conseguinte, a es-

tação da alegria, as cegonhas dançara de uma maneira fan-

ttstica. desenhando no ar as attitudei mais grotesca».

UM LAGARTO DE PELLE ABSORVENTE

O lagarto dc cauda espinhenta, existente no norteda África, raramente bebe água. A pelle absorve a hurai-dade como se fosse um verdadeiro mata-borrão. Com 1cauda, defende-se dos atacantes.

27 — Maio — 1931 O TICO-TICO

A ESPERTEZADO

Havia em certa fazenda um grau-de lananal cheio de cachos, alguns

quasi maduros, de saborosas bana-nas.

lin macaquinho esperto e novo

queria fazer ali um estrago com osdentes aguçados, devastando as ba-nanas maduras, porém o dono dobananal tinha um feroz cão dc fi-la que era o guarda fiel da sua

plantação, e mettia medo ao maça-

quinho.Pensou elle então em distrahir .

attenção do cachorro; e para issofurtou um queijo que póz perto dasua casinhola. e foi avisar o gato«pie elle sabia ser muito guloso porqueijo.

Disse-lhe que cm certo ponto dafazenda estava escondido uni bello

queijo que o gato poderia comersem susto.

O gato, muito contente com anoticia, lá se íoi procurar o queijo.Quando o achou e ia comel-o, sal-toa o cão a perseguil-o, gastandonisso mais de unia hora, pois o ga-t<> era agi! e conseguiu trepar anunia arvore, deixando o cachorrocm liaixo de guarda, á espera queelle descesse, ate que se aborreceuc desistiu da espera.

Emanarão isso o macaco se far-tava em comer bananas.

O gato, pcrcel.<cndo a armadilhacm quc cahira, pensou cm tirar suadesforra.

Quando encontrou o ni_.-_co, naose mostrou zangado. Ao contrario,agradeceu-lhe a lembrança.

Dias depois appareceu lambendoos l>eiços em frente do macaco.

— Que foi que você comeu? per-

MACACO(CONTO DE EUSTORGIO

WANDERLEY)Comi uns coquinhos da sapu-

caeira que estavam deliciosos; res-pondeu o gato.

Nem me convidou, heim? Eugosto tanto...

Não é preciso convite. E' sóvocê chegar lá e tirar os que quizerda conibuca onde elles estão.

E ainda ha muitos?A cumbuca está quasi cheia.Então eu vou.

Chegando no local que o gato lheensinara, o macaco, por não ser ve-lho, metteu a mão na combuca, en-cheu-a de coquinhos e quando a quizretirar não poude.

Na sua ambição não se lembroude largar os cocos c retirar as mãosvazias.

Ficou preso, pois a combuca es-tava amarrada c era unia armadilha,posta ali mesmo para elle pelo donoda fazenda, o que fora .-isto pelogato.

O dono da fazenda conseguiu, as-sim, amarrai o e, como o macacoera intelligente, ensinou-lhe diversashabilidades, vendendo-o depois aum empresário de um circo eques-tre.

Isso foi bom para o macaco, per-que era bem alimentado, não preci-sando mais de furtar para comer.

Dessa maneira ficou até um maça-co "de circo".

mBjrAÊÈA

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^Imfá - ^W

I t _____^*X_i.i ¦ <-_. ¦*'^'__________r*Re *¦*I 7 ^=>_________^__> ..i^^ír. ^r-

À recompensa dafddd

Tres irmãos passeavam nobosque. Já era quasi noite. Ao

passarem por perto de uma moi-ta, ouviram uma bella canção..-aproximaram-se e viram uma

pobre mulher maltrapilha que seoecupava em fiar. Pediu ella aoirmão mais velho que lhe desseuma esmola. Este negou-lha,dizendo:

Eu? gastar o meu dinheirocom uma velha tão teia?

A velha renovou o pedido aosegundo irmão, mas este retor-

quiu, dizendo-lhe:Deixei meu dinheiro em

casa.

Antes que a pobre mulher fi-zesse o pedido ao mais novo,este tirou do bolso uma moeda«le ouro e entregou-lha. Na-quelle mesmo instante, da velha,surgiu uma fada muito bonita.

Esta transformou em pedra omenino mais velho (que ficoumuito envergonhado, pela suamá acção).

O segundo, como foi mais de-licado, embora mentisse tam-bem, ficou transformado em umarbusto.

Quanto ao terceiro, a fada le-vou-o para o seu reino, que era"O reino das opalas", onde obom menino vive na maior feli-cidade.

Bclhili de Macedo Soares

O TICO-TICO -24- 27 — Maio — 1931

^_5_ ___r^?^v ___exclusivame

__«

<Í5^i lefeC-ílÊfcOtBOliOt AZEITONAneta.>

para iF-CO-TICO

Vamos dar um susto no preto ? perguntouRe/co-Réco a Bolão. Um de nos se" vesre dephanrasma e o resto e' sopa...

Pois vamos. - respondeu Bolãc

A noite quando Azeitona ia se deirar, Bo-~lão checou ao seu quarto e lhe disse :-Escu-/a. Vae Ja ao sor"ao e chama Réco-Réco parame ensmar a //cção de amanha.

Azeirona, quede naaa suspeila va. subiu aescada de dois em dois deoWos, porquequeria vollar loçto para dormir Mal chegouem cima, porem....

...Reco-Reco lhe appaneceu vestido dephanrasma. foi um susto formidável ' Azei-tona senliu um Ppio nas coslas e não em-pallideceu pop ser prelo.

"*^ -^ I ü__i>O medo Foi lão grande que, em vez, de s<

hip correndo pela poria, arir-ou-se pela janella.indo cahip...

... denrro da lina da lavadeira. Foi o banhomelhor que Azeirona romou na sua vida1Pudera...

M O D A BORDADO«nwwvvwvwwwii Numero de Maio á vend 3 •ft'iWVWA«rtftr.vv^M

27-.Maio-1931 -25- 0 TICO-TICO

AS AVENTURAS DO RATINHO CURIOSOpara 0 TICO-TICO, em todo o Brasil)

(Desenhos de Walt Disney e. U. B. Iice-rks, exclusividade &(r

.y'-'^Encha essa tina com agua! Quero E Ratinho Curió- Uynanho da pipa brou-se de que o esUlajadeno podia

tomar bar.ho! — disse o eslalajadeiro so ficou desconso- que olle tinha de queimal-o com agua a ferver e foi cor-a Ratinho Curioso.^x lado ante oenorme encher. Mas lem- rendo para o rio, á beira do qual já.

le encontrava o feioso. do homem ...a carregar agua para encher a gran-".. .os donos da estalagem. De repente

grande E ffafiiiAo Curioso, co>m o ho- de tina. Depois Ratinho Curioso foi 0 home^n grande levantou-se e^disse

mem feio começou Para a cosinha preparar o almoço para... que ia arranjar carne para fazer bifes.m i iiiüii^ j, rr-seW :vv.4l _ WT

O homem grande approximava-se trazendo aos hombros a Nesse instante, o homem grande

ZZ T carne Pa^ bifes, que era nada mais. nada menos d0 que um boi atira-se para cima de Ratinko Cuno.batia no- «-«*»,,c so e diz-lhe que...

-r V.V ^ vK, ,.^ Vv Vs\ \3[ I ' ';^B|

r ,,«/,-* h jogado com toda a violência para dentro .. .sorte que.lhe está reser-

Curio*o... do. fica a pensar na. (Continua)

O TICO-TICO — 26 — 27 — Maio — 1931

Mez das preces, mez dos

hymnos e das flores.

A natureza parece estar

em festa para receber a

Rainha do Céo, Maria San-

tis-ima, mãe de Jesus.

O mez de Maria

traiu elle despencou-se

de u m a grande altura

e foi cahir na calcada;

a moça deu um gritode horror, emquanto quea viuva chamou pela

Os dias são Ixllissimos, o sol de salvação que nos guie á etemi- Mãe dos afflictos Maria San-

projecta sobre a terra os raios dade. tissima!

luminosos; tudo convida á ora- Vou contar um facto que presen- Todos julgavam-no morto; os vi-

ção, ao amor á Mãe dos ho cici> a uns dez annos- V* se zinhos correram a chamar o pae ,Ia

mens, á Kainha dos anjos, deu com "" senhora de meu c°- creança, accusando a familia, que o

Protectora dos afflictos. E nós, »hecin*"«°. * V*> «*»» era criava com t0(]a a dedicaçüo con]0frente á minha casa.tocados pelos sentimentos de fé e

de amor, entoamos este hymno de

carinho e de confiança.

"Maria, nós, vossos filhos, vos

imploramos: abrigae-nos sob vosso

manto, livrae-nos dos perigos quc

nos cercam a todo instante, prote-

gei-nos, amparae-nos nas horas de

desfallecimento, de desanimo, de

descrença em que nos tornamos fi-

lhos ingratos, porque não temos a

crença firme e a alma pura"..

O gênio das trevas quer se após-

responsável pelo occorrido.Esta senhora, viuva, pobre, to- Mas, a Virgin Maria fez o müa-

mou a seu cargo a criação de um grc, a creança após uma pequenamenino, orphão de mãe, que conta- pro-tação começou a falar e ape-va ricota occasião dois annos de nas apresentava uma ligeira echv'dade. mose na testa, que foi a parte do

-Apesar de todo o carinho que ella corpo que bateu mais fortemente

e as filhas dispensavam ao garoti- no solo; o medico da Assistência

nho, os vizinhos não as poupavam Publica ficou admirado, assim co-

aceusando-as de maus tratos in- ni° ° que foi chamado para tomar

flingidos ao pequenito.

Uma tarde, a filha mais velha da

viuva se achava á varanda da casa

com o pequeno ao collo, que sendj

sar da .débil presa, como a pomba muito ,evado m]nca estava quict0(nas garras do condor, sem vós se- a creança começou aos pulos e nu-

riamos victimas da sua voracidade. ina hora m (JUC a nl0(-a ^ dis_

Somos navegantes que não sabemo3

em que porto vamos dar á costa;

que vivemos na ignorância dos mys-

terios que nos cercam, que sómen-

te na vossa misericórdia Divina e

de vosso amado Filho confiamos.

Sede nossa bússola, nosso pliarul

que nos indique o verdadeiro porto

V w v /Hsssst"^"-7 *"" r X^ f S*

a seu cargo o tratamento da crean-

Ça, que podia, talvez mais tarde,apresentar qualquer symptoma demeningite. Nada disto suecedeu, omenino foi salvo graças á fé que aviuva, sem defesa, depositou naMãe de Jesus, protectora dos fracos

e dos afflictos.

Depositemos pois aos pés de Ma-ria Santíssima, ne^te mez que lhe éconsagrado, nossas magnas, nossajdores, nossas afflicções, nossas as-

piraçr>cs e confiante-, esperem» ••}

que Ella nos conceda as graças pe-didas c a sua benção materna!.

lscbtl Ferreira Lopes

Maio — 1ÍK31 — 27 — 0 TICO-TICO

RESULTADO DO CONCURSO. NU-MERO 3.541

Solução exacta: — CÂNDIDO.

Solucionistas: Alcides Medeiros, Ar^thur Scatena Netto Vahanne Jaung, Cio-tilde R. Leite, Maria Amélia Gurguilho.Edmir Vasconcellos, Milton C. d'Avilas,Ananias Santos, José Barbosa, NcllyBerto. José Araujo, Hosannah DutraRodrigues, Isaura Alves, Carlos Alber-to, Anapio Gomes. Levino de Souza,Arminda Lopes, Hassib Mcrched, DulcePrates Peixoto, Maria Lygia CoimbraAlberto Taylor. Cid Pacheco, JordãoRjeginato, Antônio Moura, A de Freitas,Henrique Valladares, Wayses Frederic?,Dorothy Nacimento. Alberto Motta Mo-reira, Álvaro Alves Faria, Brasil Ramos,Ennio Sandoval. Luiz Pagani, DybronB. Drumond. Beatriz Heloisa RobertoReicbert, Francisco Parolina, RubensAmorim, Nilo Kurlz, Roberto CaldasCalda Bruyna, Alvim Vieira, Maria E.do Carmo, Paulo José Barcellos, Wal-ter G. Menezes, João M. Cardoso, Ader-valdo C. Botto de Barros. José M. Car-doso Botto Barros, Sebastião B. Barros,Juarez B. de Barros. Wladimir SantosMello. Sydney de Souza, Lucy Sysah,Ivonnc Reis, Luiz K. Antonello, Anto-nio Pimentel, Rubem Dãl Real, Fer-nando Paulo Simas, Adylson Tenorio.Gertrudes Elza Baurich, Maria HelenaVillares, José M. Ferreira da Silva, De-cio Geraldo da Silva, Jayme C. Vianna,Edison Henrique, Pedro Gomes, Aryo-naldo de Almeida. Ruy Amaral Prado,Cleber Bonecher. Stella do Mmaral, Ma-rilia Martins Pinto. Jenny Cony. Maande Lourdes de Oliveira, João Baptista.Clelia Maria Milford. Paulo A. II. Fer-nandes, Ivette G. Costa. Leony Mana

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brasileiro dere deixar de concor-

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Schocair, Maria Angela, Américo Fio-rentiiio, Fábio César de Moraes, ZairaAmaral, Nelson Carvalho, Alberto Fur-tado, Maria Luiza Martins, Alberto Bel-ja. José de Oliveira.

Foi premiado, com um rico livro deleituras infantis, o concurrente

Ruy Amaral Pradode 8 annos de idade e morador á ruaCoronel Dulcidio n. 106, em PontaGrossa, Estado do Paraná.

RESULTADO DO CONCURSO NU-MERO 3.54Ó

Respostas certas:

1* — Polônio — Polônia.2* — Sicilia — Cecilia.3* — Casacão.4* — Lambary.5a — As horas.

Solucionistas: André Vieira, PepinoJannota, Hilda de Castro, Manoel Tri-gueiro Lopes, Adahyl Vianna, Celeste deCarvalho, Antônio Pinheiro de Mendoa-ça, José Vieira das Chagas, Odette Sou-za, Therezinha Vianna de Barros, RubemDias Leal, Gelsio Dias Filho, NelsonAntônio Fernandes. José de Araujo Pi-nheiro. Aurélio Welches, Eulina Reis.Ivonne Reis, Nelly Berto, José da Silva,Musa D. Ângelo Castanheiro, V-nirioD. Cardoso Botto, Adcwaldo CardosoBotto, Maria Lygia Coimbra.

Foi premiado, com um lindo livro in-fantil, o concurrente

Levinio de Souza

de 8 annos de idade e residente á ruaPajuca, n. 53, Ilha do Governador, nestaCapital.

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a^Í

O TICO-TICO 28 — 27 — Maio — 1931

CONCURSO N. 3.556

Para os leitores desta capital E dosESTADOS PRÓXIMOS

Perguntas:

lu — A fru'a e a nota musical tormamo animal. Que éí

(2 syllabas).

2» — Eila é brinquedoElle é gulodice.

Álvaro Heis

(2 syllabas).Maria Mendes

3a _ Qual é o abrigo quc com a inicialé um bairro do Rio de Janeiro?

(2 -.y.labas).Aida Vieira

4» — Qual é o ro da Inglaterra quetrocando-se a injdal é uma peça do nos-•?o vestuário?

(3 syllabas).

5» — Ele queima-seEl Ia canta.

(3 syllabas).

Amei ia Crus

Ruth Veiga

As soluções devem ser enviadas á redac-ção d'0 Tico-Tico, devidimente assignadas,separadas das de outros quaesquer concur-«os c ainda acompanhadas do vale que vae

Tá vendo, ma-mãesínha)...

SsetL

"Quanta criança fica com ospés aleijados só porque os paes scdescuidam na escolha de um cal-çado próprio para os seus delica*dos pésinhosl"

E' por essa razão que o Tico-Tico aconselha o uso das lindas,resistentes c confortáveis alpcrca-tinha».

fabricadas por processo seientiticoe de uma belleza incomparaveL

Vendem-se em todas as boascasas da Capital e dos Estados.

publicado a segur c tem o n. 3.536.Para este concurso, que será cnccrrarlo

no dia 20 de Junho vindouro, daremoscomo premio. por sorte entre as soluçõescertas, um rico livro de historias infantis

njffk mmm*a\vta9mm^ ¦>¦ >

JSl 3.556 ' /^^*^

D^IGAmcu filhinho:CfiMOMIlMNAfVITA

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CONSULTÓRIOCRIANÇA

DA

GRIPPE

Dc todas as infecções que attingcm ainfância, a grippe é a mais commuin. Ra-rissimá é a criança que completa o primei-

ni i de vida sem ter tido a íiia grippe.Quando a criançi está resfriada, com onariz dcstillando (coryza), um pouco de

, impertinente c febril, dizemos quee'la está com grippe.

Em geral, tudo se resolve bem em 3 a4 dias. Todavia, existem casos mais rebel-des e que persistem umi ou duas semanas.

.riíinças de mino-, dc seis mezes sãoTjidas de preferencia.

Quasi sempre as criancinhas pegam gnp~/•.-'brincando com outras crianças ou comadulto» quc estejam grippados. E' mau ha-

deixar os bébés en contado com pes-

Que remed/owâ co/ifrd (/ÔPC79

PPEF/fiA SEMPRE —

CêrâéD'Lustosâ

TENDES FERIDAS. ESP1-NHAS. MANCHAS, ULCE-RAS. ECZEMAS, emfim qual-quer moléstia de origem SY-

PHII.ITICA?usae o poderoso

Elixir de Nogueira

do pharme* tfm\\\ Chimico

João da Pri^l Silv* Sü"

SIMr :¦.—- »

GRANDEDEPURATIVO DO SANGUE

Vinho Creosotadodo Pharrn. Chim.

João da Siha SilveiraPODEROSO FOR-TIFICANTE PARAOS ANÊMICOS E

DEPAUPERADOS.Empregado com iuc-cesso nas Tosses,Proncbites e Fraque-

ta geral

soas que tenham tosse ou que estejam fe»bris. O contagio sc faz directamente, depessoa para pessoa. Assim sendo, quantamaior o isolamento da criança tanto me-lhor. A grippe, posto que, em geral bc-Digna, as vezes, vem acompanhada de com-plicações — otite (inflammação do ouvi*•Jo) pharyngite, bronehite, broncho-piien-monia, etc. que muitas vezes põem em pe-rigo a vida.

TRATAMENTO

Conservar a criança em quarto bem are-jado, evitando correntes de ar. Convém dirno primeiro dia 1/4 de comprimido de Sa-lopheno ou de aspirina num pouco de citaquente. A febre sendo alta, deve scr^com-batida com envoltórios (agua da bica e a!-cool em partes iguaes) ou banhos na tem-peratura de 37 gráos. Apesar desses cui-dados, a criança c.ntinuando agitada, im-pertinente c com febre, chame seu medico,

CORRESPONDÊNCIAA. S. (Rio) — Seu filhinho com essa.

idade (2 mezes) deve continuar só corno peito, porém de 3 em 3 horas, seis ve-zc-. cm 24 horas.

M. J. P. (Rio) - O Edclwciss c u.obom leite. Pode continuar.

. — Ai consultas sobre regimenjaiimcniarcs, perturbações nutritivas e do-cnças das crhnças podem ser dirigidas ou

I o consulwio on para a residência doDr. Octavio da Veiga.

dr octavio Ângelo da veiga1- C RSttll ros dc IIvríciic Infantil (D,

!' - M. lico da Creche da Casados Exposto* — EsoeciaUduie: Doençasdas Crianças — Rcgimcns alimeniarcv —

lencia: Rua Jardim Botânico, 174 —Telephone 6-0327 — Consultório: Roa \s-sembléa. 87 — Telephone 2-3004 — 2as.,

4 s. e 6as. — D; 4 ás 6 horas.

27 — .Maio — 1931 — 29 — 0 TICO-TICO

CONCURSO N. 3.S53

Para os leitores desta capital E dos estados

í Ul_ Jln TflLí_l.[IZl.lí.íí r

Recortem as tiras do clichê acima e for-mora com cilas o nome da capital dc umli-t do do Brasil.

í.s soluções devem ser enviadas á Tredacção d'ü Tico-Tico, separadas das deoutros quaesquer concursos e acompanha-

das não só do vale que vae publicido a se-Ruir e tem o n. 3.555, como tamb.in dia^iimatura e,declaração de idade e resi-dincia do concurrente.

Para este concurso, que será cnccrr.idono dia 26 de Junho vindouro, daremos

como prêmio, por sorte, entre as soluçõescertas, um rico livro de historias infantis.

K7__\f€3e___mÊ______ i V/ _______________

I»\K\ OCONCURSO

W£, 3-555

Monólogo InfantilCOZINHEIRAS...

Onando mamãe, logo cedo,quer o "Jornal do Brasil".já -ci — não está pra brinquedo!-caminha a lista pra mil;

Foi embora a cozinheira!1 i mamãe se consome.E toma logo a primeira;vem pra lista um novo nome...

Ti «las de "forno e fogíduram pouco, duram dias.Vou contar a collecçãr..COtn vinte e quatro moríot)

Vclasca, Paula, Francisca,r.cnuveva, Ilonoria, I.aura,iVtronilha. a velha Pnsca,

ilina, Dora, Isaura,

(Dc Alarico Cintra)

Corina, Vera, Morencia,Dina, Ambrosia, Conceição,Catita, Geralda, Hortenciae Pompeia... e uma porção!

Incompleta é a relação.pur mez; c-'iitracta-sc "um

jogo".(Tndas <|e forno e fogãoc muito boas pra o fogo... )

A arvore é um l»m amigo.Bom e dadivoso. Em paga dosbenefícios que recebemos desseamigo devemos — ao menos —rc-pcital-o.

ARED0GTI1S'A

freguesa — U senhor me ga-rante cjgie este tônico é bom para ocal)ello i_|

O caldeiro — Affirmo-lhe, ma*dame. Hontem derramei, á noite,algumas gottas delle num pente;hoje, quando me fui pentear, emlugar do pente encontrei uma es-cova.

<s> <3> <$>

Que horror!! Passei agoraum enorme risco!

Onde?!No meu caderno.;

Em qual das suas batalhas foique morreu Gustavo Adolpho?

E'... é... Parece que fo'na ultima, "seu fessôr!"

? <S> <5>

O' Maria Rosa, que marca temeste seu lenço? Um i e mais quê?E' idem. Ahi está escripta apalavra idem.

Mas que quer dizer isto?Ora, o que quer dizer! Com-

prei uma dúzia de lenços. No i"liordei o meu nome — Maria Ro-sa; depois, nos outros ir, bordeiapenas a palavra idem, que querdizer: a mesma cousa. i

<í $> <!>

- Caramba! que pose a tua!E' que sou estrangeiro.E' extrangeiro?Sim. Disseram-me que o cr3

quando estive nos Estados Unidos.

O TICO-TICO — 30 — 27 — Maio 1931

Piolho, o bravo pescadorzínho(Conto de Alarico Cintra)

Acima da praia de Icarahy, nessetrecho do litoral da fronteira cida-de, conhecido pelo nome de "Sacco

de S. Francisco", mestre Hiláriopreparara seu tecto, abrindo latasvelhas no meio do matto.

Dali, ainda hoje espreita a peque-na canoa, quando nella não se trans-fere ao mar, em pescarias de linhaou de rede, ás quaes se habituaradurante toda a vida.

Nessa profissão simples, de pes-cador, apparecera sozinho naquellapraia, ha muitos annos.

Um dia, porém, ao saltar da ca-nôa — decorridos já vão sete an-nos — "Piolho" esperava-o tristo-nho, quasi chorando de fome e defrio, á procura de um abrigo per-manente.

O desabrigado, creança de seteannos, mais ou menos, sabia ape-nas que o pae era creado de bordode um navio do Lloyd — taifeiro,como são chamados os criadosdos navios — e so sabia isso, porouvir dizer... Embora com aquel-Ia tenra idade, desejava trabalhar.Surgia ali, como um cachorrinhosem dono.

O bom pescador não vacillára emattender ao impulso de seu grandecoração:

— Fica, meu filho. Trabalhare-mos juntos. Dividiremos a comidaque houver.

Conquistara, assim, mestre Hila-rio, sete annos de inegualaveis dedi-cações!

Hoje, "Piolho" representa 14 an-

nos. Elle próprio contou-me essa

historia, em domingo recente, quan-

do estendera meu passeio a essetranquillo recanto das praias de Ni-ctheroy. Sentado, ali, á popa dafrágil embarcação immobilizada so-bre a areia, por alguns momentosacompanhei os cuidados com que opescadorzinho abria ao sol redes evela. Depois de lhe ouvir o quasinada que sabia de seu passado, in-terpellei-o quanto ao futuro:

Queres ser pescador?Sou ]>escador. Mestre Hilário,

que mora acolá — e apontou-me alataria enferrujada — ha muitoque me manda ao mar, escoteiro,quando lhe apertam os soffrimen-tos.

Qual a idade de mestre Hila-rio? De que soffre mestre Hilário?

Ouvi dizer que já fez 80 an-nos. E'mesmo velhinho. Soffre deum rheumatismo que o faz gemernoites e noites... Quando melhoraum pouco, dobrado mesmo, vamosos dois para o mar.

E não tens medo de morrer?Quando não se tem maldade

na vida, não se teme a morte. Nun-ca fiz mal a ninguém! Atiro-me aomar — eu com Deus — todas asvezes que o rheumatismo prende as

pernas ou encolhe os dedos de mes-tre Hilário.

Atiras-te, então, sozinho?E' quando entro na canoa

mais de pressa, cm obediência aovelhinho. Eüe não se esquece deme recommendar a Deus. Da es-teira, contendo os gemidos, sempreme fala:

"Vae com Deus. Vae comDeus, "Piolho"...

E Deus e minha fé acompanham-me sempre. Emquanto ha vento —e é preciso ir longe á procura dopeixe! — a vela fica alierta...

Quanto mais coragem Deus medá para seguir os mesmos rumosquc mestre Hilário me ensinou, —esse pae valente c bom que tive 110mundo — menos penso na morte,menos temo a morte. Ora, se"aquillo" não dá coragem!...

Aquillo que? interpellci-o, sen-tindo que queria se referir a algumfeito de heroísmo do mestre.

"Aquillo" que dá coragem êa dôr do rheumatismo (pie o velhi-nho ç/osta de sentir, nas madruga-das de inverno, porque o vent lhedá gosto ainda maior... Quantomais fresca é a aragem para o bar-qui nho andar, mais satisfeito meordena, pelas madrugadas, conten-do os ais:

Deus manda peixe nas asas dovento! Vae, "Piolho"; vae comDeus. Agora é que está bom! Aaragem esperta que está enterran-do as agulhas do rheumatismo nes-tas carnes velhas, que não valemnada, não deixes de aproveitar, queé graça de Deus!

Tinha razão "Piolho", ao expan-dir-se por aquella fôrma.

Quem viver com mestre Hilário, ovelho pescador que adora o ventopelo bem (pie o vento faz aos outrospescadorezinhos, embora com ellecheguem as mais agudas fisgadasdo rheumatismo em suas carnes vc-llias, ou á hora dos lxms rumos queDeus reserva á canoa dirigida por" Piolho"; — quem viver ao ladode mestre Hilário ha dc ser bom, hade ser valente!

"Piolho" é o herdeiro daquebabondade, daquclla bravura inimcii-sa!

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AS AVENTURAS DO CHIQUINHO OS INDIOS

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? . Chiquinho sonhou que estava em Matto Grosso, naregião infestada de feras e índios de varias tnbusAcompanhado de Beniamim e Jagunço, teve que vadearum rio muito largo, para alcarçar. „

cveria encontrar muitas frutasJagunço, porem, que se adiantou muito, encontrou umaanta e um veado, aos quaes sahiu perseguindo. Umaonça impedia a passagem...

...dos garotos. A perseguição d^P*gunço. despertou aattenção de uns índios, que desciam o rio em pirogas, e.algumas de suas flechas, passaram perto de Jagunço,sem comtudo molestai-o Comquanto tudo...

I

I }-^——^**~^- ' i ¦• '-*'*"' C/" *-m^*mx*mmÊÊiÊ-m*=. ¦ ^J...fosse empregado para escapar dos indios. esics ai-cançaram os lugitwos com excepçàc de Jagunço que,

mseguiu fugii O cacique Peryassu era bom. e nãoconsentiu eme matassem -is onsioneiros Os outros...

índios porém, implicaram com a cor dos garotos, rpintaram Chiquinho com urucú, emquanto Benjamim,coitado, levou umas fricções para tirai a pelle preta Es-te processo, foi ictto com cerimoniai dc dansas e...

, .. gritos, que se conlundum com o-, gritos dos sarotosFinalmente. Chiquinho acordou, e viu Benjamim e Ja-

.gunço espantados no quarto, a olharem para elle Tinham sido attraludos pelos clamor*** dc Chiquinho.

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