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O TRABALHO INFANTILARMINDA MATEUS CACULO
SUMÁRIO• PERSPECTIVA HISTÓRICA DO TRABALHO INFANTIL• INSTRUMENTOS INTERNACIONAIS• INSTRUMENTOS REGIONAIS• INSTRUMENTOS NACIONAIS• O TRABALHO INFANTIL EM ANGOLA• CAUSAS• CONSEQUÊNCIAS• A POLÍTICA DO ESTADO ANGOLANO NO COMBATE AO
TRABALHO INFANTIL• CONSIDERAÇÕES FINAIS
O QUE É O TRABALHO INFANTIL?
• É toda a forma de actividade realizada por crianças com uma idadeinferior daquela que é estabelecida pela lei de um país para trabalhar.
PERSPECTIVA HISTÓRICA DO TRABALHO INFANTIL
• O trabalho infantil atingiu o seu apogeu no período da RevoluçãoIndustrial, nesta época as crianças trabalhavam 14h diárias e emlugares sem condições de segurança.
• As brincadeiras, erros, atrasos ou conversa no exercício da actividadelaboral tinham as seguintes sanções:
- Violência física;- Violência psicológica;- Abusos sexuais.• Em 1802 a Inglaterra aprovou uma lei que reduziu a carga horária e
aboliu os castigos que as crianças sofriam nas indústrias.
INSTRUMENTOS INTERNACIONAIS SOBRE O TRABALHO INFANTIL
• DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU):ØDECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS (1959);ØCONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇA DE 1989
(CDC).• DA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT):ØCONVENÇÃO N. 138 DE 1973 SOBRE A IDADE MÍNIMA;ØRECOMENDAÇÃO N. 146 DE 1973;ØCONVENÇÃO N. 182 DE 1999 SOBRE AS PIORES FORMAS DE TRABALHO.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA
• CONSAGRA O PRINCÍPIO DA PROTECÇÃO DA CRIANÇA: acriança deve ser protegida contra toda a forma de abandono,crueldade, exploração e não pode ser objecto de nenhum tipo detráfico.
- A criança não deve trabalhar sem antes ter uma idade mínimaadequada;- Não se deve permitir que ela se dedique ou que lhe imponhamqualquer ocupação que prejudique a sua saúde, educação, o seudesenvolvimento físico, mental ou moral.
CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇA
• ART. 32º nº 1 : os Estados Partes reconhecem à criança o direito de serprotegida contra a exploração económica ou a sujeição a trabalhosperigosos que podem prejudicar a sua educação, saúde, e o seudesenvolvimento físico ou mental.
Para tal, devem os Estados (art. 32º nº 2):
- Fixar uma idade ou idades mínimas para a admissão a um emprego;
- Adoptar regulamentos relativos à duração e às condições de trabalho;
- Prever penas ou outras sanções para assegurar uma efectiva aplicaçãodeste artigo.
• Os Estados Partes devem tomar medidas legislativas, administrativas ououtras para materializar este artigo (art. 4º).
CONVENÇÃO N. 138 (OIT)
• OBJECTIVO: fazer com que os países criem políticas para abolir otrabalho infantil e legislem sobre a idade mínima de admissão noemprego, tendo como foco o desenvolvimento físico e mental dacriança.
• Não determina uma idade para que a criança seja admitida noemprego, permite que os Estados Membros o façam por meio de umadeclaração, desde que a idade não seja inferior a 15 anos (art.2º nº3).
• Os estados subdesenvolvidos podem estabelecer uma idade de 14anos (art. 2º nº 4).
RECOMENDAÇÃO N. 146 ( OIT)
• FIM: concretizar os objectivos estabelecidos pela convenção nº 138,priorizando as necessidades das crianças em políticas ou programasestaduais relativos ao desenvolvimento físico e mental da criança.
CONVENÇÃO N.182 (OIT)
• Estabelece que qualquer Estado que ratificar a convenção deve tomarcom urgência todas as medidas imediatas e eficazes para assegurar aproibição e eliminação das piores formas de trabalho de crianças.
• Piores formas de trabalho de crianças abrange: todas as formas deescravatura, venda, tráfico de crianças ou servidão por dívidas,trabalho forçado, recrutamento de crianças para utilizá-las emconflitos armados, prostituição, etc.
INSTRUMENTOS REGIONAIS
• CARTA AFRICANA DOS DIREITOS E BEM-ESTAR DA CRIANÇA;• DECLARAÇÃO POLÍTICA DA COMUNIDADE DE PAÍSES DE
LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA (CPLP);• PROTOCOLO SOBRE DESENVOLVIMENTO E TRABALHO DA
COMUNIDADE DE DESENVOLVIMENTO DA ÁFRICA AUSTRAL(SADC).
CARTA AFRICANA DOS DIREITOS E BEM-ESTAR DA CRIANÇA
• A criança tem o direito de ser protegida contra todas asformas de trabalho infantil ou qualquer outro que põe emcausa a sua vida ou seja nocivo ao seu desenvolvimentofísico e psíquico (art. 15º nº 1).
DECLARAÇÃO POLÍTICA DA CPLP - 2006
• Objectivos:- Combater a exploração do trabalho infantil;- Promover a ratificação e implementação das convenções 138 e 182
da OIT;- Prevenir e eliminar a exploração do trabalho infantil;- Reforçar a cooperação multicultural de forma recíproca entre os
países da CPLP, etc.
PROTOCOLO SOBRE EMPREGO E TRABALHO DA SADC - 2014
• O art. 18º deste diploma prevê que os Estados que a tenhamratificado, garantam que se evite o trabalho infantil, que a idademínima para a admissão ao emprego não seja inferior à idade mínimapara a conclusão do ensino obrigatório, que o trabalho tenha umaduração limitada, que as crianças tenham formação profissional, etc.
INSTRUMENTOS RATIFICADOS PELA REPÚBLICA DE ANGOLA
• Convenção nº 6 de 1976 sobre o Trabalho Nocturno da Criança (OIT);
• Convenção nº 81 de 1976 sobre a Inspecção Geral do Trabalho (OIT);
• Convenção nº 105 de 1976 sobre a Abolição do Trabalho Forçado (OIT);
• Convenção nº 182 de 2001 sobre as Piores Formas de Trabalho (OIT);
• Convenção nº 138 de 2001 sobre a Idade Mínima de Admissão ao Emprego (OIT).
INSTRUMENTOS NACIONAIS
• Constituição da República de Angola (CRA);• Lei sobre a Protecção e Desenvolvimento Integral da
Criança (Lei nº 25/12 de 22 de Agosto);• Lei Geral do Trabalho (Lei nº 7/15 de 15 de Junho).
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE ANGOLA
• Consagra a protecção dos direitos da criança: educação, saúde econdições de vida, estes direitos constituem prioridade da família e doEstado (art. 35º nº 6 da CRA).
• "O Estado e demais colaboradores devem proteger a criança de todasas formas de exploração...as políticas públicas viradas para o domínioda família e da saúde devem salvaguardar o maior interesse dacriança de forma a garantir o seu maior desenvolvimento físico,psíquico e cultural.” ( art. 8Oº da CRA)
LEI SOBRE A PROTECÇÃO E DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA
• Contém regras e princípios jurídicos sobre a protecção e odesenvolvimento integral da criança.
• A criança não pode ser objecto de qualquer forma de exploração (art.7º).
• A criança tem direito ao repouso e ao gozo dos tempos livres,participar em actividades recreativas e desportivas próprias à suaidade (art. 28º)
• Tem direito a educação e o Estado deve criar medidas para prestarassistência aos pais no exercício das suas responsabilidades deeducar a criança e na planificação da primeira infância (art.63º).
LEI GERAL DO TRABALHO (LGT)• A validade da relação jurídica laboral com menores é condicionada
pela autorização dos seus pais, tutor, representante legal...(art. 254º);• O empregador deve assegurar aos menores a seu cargo, condições
de trabalho adequadas à sua idade e formação profissional...(art. 254º);
• O trabalho do menor entre os 14 e 16 anos, não pode exceder as 6h diárias e 34h semanais; nem as 7h diárias e 39h semanais se tiver idade compreendida entre os 16 e 18 anos (art. 259º nº 1);
• Os menores só podem prestar trabalhos leves, que não envolvam muito esforço físico e insusceptíveis de prejudicar a sua saúde, e o desenvolvimento físico e mental (art. 256º nº 2 e 3 da LGT).
https://www.youtube.com/watch?v=g4YvtSTOvzU
CAUSAS
• Pobreza: em famílias de baixa renda, a probabilidade de a criança trabalhar para complementar a renda dos pais é maior;
• Má qualidade na educação: o baixo nível de escolaridade dos pais e aincapacidade das instituições de ensino contribuem para que acriança ingresse no mercado de trabalho precocemente;
• Trabalho para a própria família: prática realizada pela família com ofim de evitar gastos com a contratação de trabalhadores. A criançafica obrigada a realizar trabalhos domésticos em sua própria casa.
CONSEQUÊNCIAS
• As crianças que trabalham apresentam muitos problemas de saúde:- Cansaço;- Irritabilidade;- Prejudica o crescimento ou desenvolvimento;- Mau aproveitamento escolar;- Distúrbios no sono, etc.
O TRABALHO INFANTIL EM ANGOLA
• A prática de trabalho infantil está presente nos países subdesenvolvidos como é o caso de Angola. Segundo o relatório dos Direitos Humanos de 2015 de Angola, a maioria dos trabalhos infantis centra-se no sector informal e particularmente nas províncias de Luanda, Benguela, Huambo, Huíla e Kwanza Sul.
• O Instituto Nacional da Criança que foi criado em 1991, é a instituição que trabalha com o Estado no campo do reforço de protecção da criança. Apesar de ser visível a ocorrência de trabalho infantil, até 2015 não houve notícias de que o Estado tenha instaurado qualquer acção judicial.
A POLÍTICA DO ESTADO NO COMBATE AO TRABALHO INFANTIL
• Criação do Conselho Nacional da Criança (2007) cujo objectivo é controlar a execução das políticas públicas e defender os direitos da criança;
• Programa de Empreendedorismo, cujo objectivo é melhorar a condição de vida das famílias de forma a que se assegure a educação da criança e protegê-la contra o trabalho infantil;
• Nova Constituição da República de Angola (2010);• Nova Lei Geral do Trabalho de 2015.
O TRABALHO INFANTIL CONSTITUI UMA VIOLAÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA?
• A criança é protegida não só pela Constituição da República de Angola, como também em outros instrumentos internacionais. O trabalho infantil constitui sim uma violação dos direitos da criança nomeadamente: saúde, educação, lazer, desporto... por isso deve o Estado fortalecer as políticas públicas tais como: a promoção da saúde, educação, melhores condições de trabalho para os pais, habitação, trabalhar com a sociedade civil com o fim de informar a população dos riscos que a criança corre ao ser submetida precocemente ao trabalho e reforçar a fiscalização para que os infractores sejam responsabilizados.
LUTEMOS TODOS CONTRA O TRABALHO INFANTIL
MUITO OBRIGADA PELA SUA PRESENÇA!