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O USO DA TIMS-DENIZ EM CRIANÇAS EM TERAPIA INTRAVENOSA: PERCEPÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM * Amanda Arraes Correia¹ 1 ; Solange Pires Salomé de Souza², Rosa Lúcia Rocha Ribeiro3, ( 1 Bolsista PIBIC/VIC/CNPq/UFMT/Extensão; ²Orientadora; Co-orientadora, FAEN/UFMT, e-mail do orientador; ) METODOLOGIA Estudo exploratório e descritivo de abordagem qualitativa. A coleta de dados se deu por meio de levantamento documental e entrevista semi-estruturada com trabalhadores da equipe de enfermagem que utilizaram a TIMS-Deniz OBJETIVO Conhecer a percepção dos trabalhadores de enfermagem de um hospital universitário a cerca do uso da TIMS-Deniz em crianças em TIV. INTRODUÇÃO Crianças em Terapia Intravenosa (TIV) para preservação do acesso venoso requerem a utilização de Tala Imobilizadora de Membro Superior (TIMS). Em 2009, durante a prática hospitalar em clínica pediátrica, o acadêmico da FAEN-UFMT, Érico Mariano Deniz, estranhou a forma improvisada de confecção das TIMS utilizadas em crianças em TIV - papelão, gaze, esparadrapo e/ou fita adesiva. Diante do desafio de uma professora, o acadêmico se propôs e criou a TIMS- Deniz, cuja patente registrou no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), como um modelo de utilidade. Em 2010, no âmbito do projeto de pesquisa em interface com a extensão ‘Uso do brinquedo terapêutico para o cuidado de crianças pré-escolares e escolares em terapia intravenosa’, que se articula com o Programa Cuidar Brincando, uma ação de extensão da FAEN-UFMT, foram promovidas capacitações sobre o Uso do Brinquedo Terapêutico e TIV em Pediatria, bem como disponibilizadas TIMS-Deniz para as unidades de pediatria de hospitais públicos de Cuiabá-MT * O estudo é parte integrante da Pesquisa "Projeto de Extensão em Interface com a Pesquisa coordenado pela Professora Doutora Rosa Lúcia Rocha Ribeiro, apoiado pela FAPEMAT, processo 468968/2009. Cadastrado na UFMT sob nº 189/CAP/2010 e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Júlio Müller sob protocolo N° 794/CEP-HUJM/2010 RESULTADOS 1 O processo de invenção e registro da patente da TIMS-Deniz Cumpridas as exigências do INPI, a patente foi protocolada como modelo de utilidade de propriedade do acadêmico inventor com o registro de protocolo nº 000547 (DENIZ; FERREIRA, 2009). Segundo o diretor do Escritório da Inovação Tecnológica (EIT) da UFMT, foi solicitado ao aluno inventor a transferência da patente tecnológica para a UFMT, visto que o modelo de utilidade foi desenvolvido no âmbito acadêmico. Nesse caso, o aluno inventor continua sendo dono da idéia, bem como as professoras que o orientaram, com direitos sobre parte dos lucros advindos da comercialização da TIMS-Deniz. Após os trâmites legais entre o aluno inventor e o EIT-UFMT e, entre EIT-UFMT e o INPI, a TIMS-Deniz poderá ser comercializada . A TIMS-Deniz foi criada artesanalmente utilizando 20 cm de cano de PVC (policloreto de vinila), cortado medialmente e moldado anatomicamente nas extremidades com fogo. Possui uma capa de tecido 100% algodão, na cor azul escuro, com tiras de tecido localizadas nas extremidades que deixam os dedos livres e envolvem o antebraço, oferecendo conforto e evitando o contato direto do adesivo com a pele. Seu objetivo é imobilizar as articulações dos membros superiores de criança em TIV (DENIZ; FERREIRA, 2009). 2 O uso da TIMS-Deniz nos hospitais públicos de Cuiabá-MT Há cerca de oito meses a equipe de enfermagem da pediatria do HUJM tem a sua disposição as TIMS-Deniz para utilização em crianças em TIV, com o intuito de auxiliar na manutenção do acesso venoso. No HUJM, por solicitação da equipe de enfermagem foi confeccionado pelo setor de lavanderia, outras capas de tecido 100% algodão com estampas coloridas de motivos infantis. Esse tecido estampado é menos grosso que o original. 3 A TIMS-Deniz na percepção dos trabalhadores de enfermagem 3.1 Pontos positivos Praticidade; Anatômica e Confortável; Higiênica e passível de desinfecção; Capas estampadas agradam às crianças; Imobilização sem restringir dos movimentos dos dedos; Permite visualização do local de inserção do acesso venoso. 3.2 Pontos negativos Ausência de tamanhos menores para uso em crianças menor de um ano; Falta rotina adequada à lavagem e desinfecção das capas de tecido; Tiras de tecido das capas são estreitas dificultando a imobilização; Capas estampadas dificultam a imobilização por ser de tecido fino. 3.3 Sugestões Confecção de capas descartáveis; Talas de tamanho adequado para uso em crianças menores de um ano; Tiras da capa confeccionada mais larga para facilitar a imobilização; Capas com motivos infantis em tecido com espessura igual à do tecido original. REFERÊNCIAS DENIZ, E. M.; FERREIRA, J. M. Desenvolvimento de um protótipo como nova tecnologia do cuidado em enfermagem: TIMS-Deniz. Cuiabá: Universidade Federal de Mato grosso, 2009. 25 p. CONCLUSÃO Os trabalhadores perceberam a TIMS-Deniz no cotidiano de trabalho como algo que qualifica a prática assistencial voltada à TIV em crianças, porém com necessidade de alguns ajustes. Inferimos com isso que a TIMS-Deniz, como uma tecnologia seja repensada por seus inventores para que seu uso possa ser expandido, atingindo a criança menor de um ano de idade; que possa garantir mais segurança na fixação do acesso venoso em criança hospitalizada em TIV; maior adesão a seu uso pela equipe de enfermagem e que seja disponibilizada ao mercado. O local onde é feita a desinfecção merece uma reflexão por parte da equipe de enfermagem, lavanderia e da chefia da pediatria, uma vez que há necessidade de uma rotina que garanta a segurança biológica da TIMS-Deniz.

O USO DA TIMS-DENIZ EM CRIANÇAS EM TERAPIA INTRAVENOSA: PERCEPÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM * Amanda Arraes Correia¹ 1 ; Solange Pires Salomé de Souza²,

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O USO DA TIMS-DENIZ EM CRIANÇAS EM TERAPIA INTRAVENOSA: PERCEPÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM *

Amanda Arraes Correia¹ 1; Solange Pires Salomé de Souza², Rosa Lúcia Rocha Ribeiro3,

(1Bolsista PIBIC/VIC/CNPq/UFMT/Extensão; ²Orientadora; Co-orientadora, FAEN/UFMT, e-mail do orientador;)

METODOLOGIA Estudo exploratório e descritivo de abordagem qualitativa. A coleta de dados se deu por meio de levantamento documental e entrevista semi-estruturada com trabalhadores da equipe de enfermagem que utilizaram a TIMS-Deniz

OBJETIVOConhecer a percepção dos trabalhadores de enfermagem de um hospital universitário a cerca do uso da TIMS-Deniz em crianças em TIV.

INTRODUÇÃOCrianças em Terapia Intravenosa (TIV) para preservação do acesso venoso requerem a utilização de Tala Imobilizadora de Membro Superior (TIMS).

Em 2009, durante a prática hospitalar em clínica pediátrica, o acadêmico da FAEN-UFMT, Érico Mariano Deniz, estranhou a forma improvisada de confecção das TIMS utilizadas em crianças em TIV - papelão, gaze, esparadrapo e/ou fita adesiva. Diante do desafio de uma professora, o acadêmico se propôs e criou a TIMS-Deniz, cuja patente registrou no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), como um modelo de utilidade.

Em 2010, no âmbito do projeto de pesquisa em interface com a extensão ‘Uso do brinquedo terapêutico para o cuidado de crianças pré-escolares e escolares em terapia intravenosa’, que se articula com o Programa Cuidar Brincando, uma ação de extensão da FAEN-UFMT, foram promovidas capacitações sobre o Uso do Brinquedo Terapêutico e TIV em Pediatria, bem como disponibilizadas TIMS-Deniz para as unidades de pediatria de hospitais públicos de Cuiabá-MT

* O estudo é parte integrante da Pesquisa "Projeto de Extensão em Interface com a Pesquisa coordenado pela Professora Doutora Rosa Lúcia Rocha Ribeiro, apoiado pela FAPEMAT, processo 468968/2009. Cadastrado na UFMT sob nº 189/CAP/2010 e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Júlio Müller sob protocolo N° 794/CEP-HUJM/2010

RESULTADOS

1 O processo de invenção e registro da patente da TIMS-Deniz

Cumpridas as exigências do INPI, a patente foi protocolada como modelo de utilidade de propriedade do acadêmico inventor com o registro de protocolo nº 000547 (DENIZ; FERREIRA, 2009). Segundo o diretor do Escritório da Inovação Tecnológica (EIT) da UFMT, foi solicitado ao aluno inventor a transferência da patente tecnológica para a UFMT, visto que o modelo de utilidade foi desenvolvido no âmbito acadêmico. Nesse caso, o aluno inventor continua sendo dono da idéia, bem como as professoras que o orientaram, com direitos sobre parte dos lucros advindos da comercialização da TIMS-Deniz. Após os trâmites legais entre o aluno inventor e o EIT-UFMT e, entre EIT-UFMT e o INPI, a TIMS-Deniz poderá ser comercializada. A TIMS-Deniz foi criada artesanalmente utilizando 20 cm de cano de PVC (policloreto de vinila), cortado medialmente e moldado anatomicamente nas extremidades com fogo. Possui uma capa de tecido 100% algodão, na cor azul escuro, com tiras de tecido localizadas nas extremidades que deixam os dedos livres e envolvem o antebraço, oferecendo conforto e evitando o contato direto do adesivo com a pele. Seu objetivo é imobilizar as articulações dos membros superiores de criança em TIV (DENIZ; FERREIRA, 2009).

2 O uso da TIMS-Deniz nos hospitais públicos de Cuiabá-MT

Há cerca de oito meses a equipe de enfermagem da pediatria do HUJM tem a sua disposição as TIMS-Deniz para utilização em crianças em TIV, com o intuito de auxiliar na manutenção do acesso venoso.

No HUJM, por solicitação da equipe de enfermagem foi confeccionado pelo setor de lavanderia, outras capas de tecido 100% algodão com estampas coloridas de motivos infantis. Esse tecido estampado é menos grosso que o original.

3 A TIMS-Deniz na percepção dos trabalhadores de enfermagem

3.1 Pontos positivos Praticidade; Anatômica e Confortável; Higiênica e passível de desinfecção; Capas estampadas agradam às crianças; Imobilização sem restringir dos

movimentos dos dedos; Permite visualização do local de

inserção do acesso venoso.

3.2 Pontos negativos Ausência de tamanhos menores para uso

em crianças menor de um ano; Falta rotina adequada à lavagem e

desinfecção das capas de tecido; Tiras de tecido das capas são estreitas

dificultando a imobilização; Capas estampadas dificultam a

imobilização por ser de tecido fino.

3.3 Sugestões Confecção de capas descartáveis; Talas de tamanho adequado para uso em crianças menores de um ano; Tiras da capa confeccionada mais larga para facilitar a imobilização; Capas com motivos infantis em tecido com espessura igual à do tecido original.

REFERÊNCIASDENIZ, E. M.; FERREIRA, J. M. Desenvolvimento de um protótipo como nova tecnologia do cuidado em enfermagem: TIMS-Deniz. Cuiabá: Universidade Federal de Mato grosso, 2009. 25 p.

CONCLUSÃO

Os trabalhadores perceberam a TIMS-Deniz no cotidiano de trabalho como algo que qualifica a prática assistencial voltada à TIV em crianças, porém com necessidade de alguns ajustes. Inferimos com isso que a TIMS-Deniz, como uma tecnologia seja repensada por seus inventores para que seu uso possa ser expandido, atingindo a criança menor de um ano de idade; que possa garantir mais segurança na fixação do acesso venoso em criança hospitalizada em TIV; maior adesão a seu uso pela equipe de enfermagem e que seja disponibilizada ao mercado. O local onde é feita a desinfecção merece uma reflexão por parte da equipe de enfermagem, lavanderia e da chefia da pediatria, uma vez que há necessidade de uma rotina que garanta a segurança biológica da TIMS-Deniz.