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O USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO NA FORMAÇÃO DOCENTE Simone Pellin Cenci 1 Jamile Santinello 2 RESUMO Este artigo visa socializar a sistematização da experiência vivenciada no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE – SEED, do Governo do Estado do Paraná, implementado com alguns professores do Ensino Médio do Colégio Estadual Arnaldo Busato, município de Coronel Vivida, Estado do Paraná, Núcleo de Educação – NRE de Pato Branco. O projeto em questão analisa a implementação das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) na escola pública, e a atuação do professor como mediador no uso das tecnologias no processo ensino-aprendizagem. O Projeto de Intervenção aconteceu por meio de desenvolvimento de oficinas, organizadas em cinco momentos no período de 01 a 29 de maio de 2009. O artigo conclui-se expondo que os professores estão receptivos à implantação das TICs na escola, acreditando que o processo de ensino- aprendizagem pode sofrer mudanças positivas ao usar os recursos disponíveis como o Laboratório Paraná Digital e a TV Pendrive. Palavras-chave: Professores do Ensino Médio. Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs). Processo ensino-aprendizagem. ABSTRACT This article aims to socialize the systematization of the experience of the Program for Educational Development - PDE - SEED, the state government of Paraná, implemented with some high school teachers from Arnaldo Busato statal high school, Coronel Vivida town, Paraná State, division of Education - NRE from Pato Branco city. The project shall evaluate the implementation of Information and Communication Technologies (ICTs) in public school, and the role of teacher as mediator in the use of technology in the teaching-learning process. The Intervention Project happened through the development of workshops organized in five times in the period from 01 st to 29 th May 2009. The article concludes stating that teachers are receptive to the deployment of ICTs in schools, believing that the process of teaching and learning can undergo positive changes to use the available resources to the Laboratory Paraná Digital and Pendrive TV. Keywords: Information Technology and Communication Technologies (ICTs). Teaching-learning process and Pendrive TV. 1. INTRODUÇÃO A sociedade já faz o uso das tecnologias há séculos, destacando a invenção da escrita, a descoberta da imprensa, a fotografia, o cinema, o rádio, a televisão, o vídeo, o computador. E, a partir de 1990 o CD-ROM e, recentemente, a Internet, entre outros recursos tecnológicos. 1 Professora Pedagoga – PDE 2008, SEED, Estado do Paraná, NRE de Pato Branco, Município de Coronel Vivida. E-mail – [email protected] / [email protected] 2 Professora Orientadora IES – Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO – Guarapuava, PR. E-mail – [email protected]

O USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA … · O USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO NA FORMAÇÃO DOCENTE Simone Pellin Cenci1 Jamile Santinello2 RESUMO Este

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O USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO NA FORMAÇÃO DOCENTE

Simone Pellin Cenci1

Jamile Santinello2 RESUMO Este artigo visa socializar a sistematização da experiência vivenciada no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE – SEED, do Governo do Estado do Paraná, implementado com alguns professores do Ensino Médio do Colégio Estadual Arnaldo Busato, município de Coronel Vivida, Estado do Paraná, Núcleo de Educação – NRE de Pato Branco. O projeto em questão analisa a implementação das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) na escola pública, e a atuação do professor como mediador no uso das tecnologias no processo ensino-aprendizagem. O Projeto de Intervenção aconteceu por meio de desenvolvimento de oficinas, organizadas em cinco momentos no período de 01 a 29 de maio de 2009. O artigo conclui-se expondo que os professores estão receptivos à implantação das TICs na escola, acreditando que o processo de ensino-aprendizagem pode sofrer mudanças positivas ao usar os recursos disponíveis como o Laboratório Paraná Digital e a TV Pendrive. Palavras-chave: Professores do Ensino Médio. Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs).

Processo ensino-aprendizagem. ABSTRACT This article aims to socialize the systematization of the experience of the Program for Educational Development - PDE - SEED, the state government of Paraná, implemented with some high school teachers from Arnaldo Busato statal high school, Coronel Vivida town, Paraná State, division of Education - NRE from Pato Branco city. The project shall evaluate the implementation of Information and Communication Technologies (ICTs) in public school, and the role of teacher as mediator in the use of technology in the teaching-learning process. The Intervention Project happened through the development of workshops organized in five times in the period from 01st to 29th May 2009. The article concludes stating that teachers are receptive to the deployment of ICTs in schools, believing that the process of teaching and learning can undergo positive changes to use the available resources to the Laboratory Paraná Digital and Pendrive TV. Keywords: Information Technology and Communication Technologies (ICTs). Teaching-learning

process and Pendrive TV.

1. INTRODUÇÃO

A sociedade já faz o uso das tecnologias há séculos, destacando a invenção

da escrita, a descoberta da imprensa, a fotografia, o cinema, o rádio, a televisão, o

vídeo, o computador. E, a partir de 1990 o CD-ROM e, recentemente, a Internet,

entre outros recursos tecnológicos.

1 Professora Pedagoga – PDE 2008, SEED, Estado do Paraná, NRE de Pato Branco, Município de Coronel Vivida. E-mail – [email protected] / [email protected] 2 Professora Orientadora IES – Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO – Guarapuava, PR. E-mail – [email protected]

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No Século XXI a sociedade é marcada pela presença das Tecnologias da

Informação e Comunicação (TICs) em diversos setores, inclusive no campo da

educação: “[...] é fundamental, pois a educação constitui-se na mais eficaz

instrumentalização para a cidadania” (DEMO, 1994, p.23). Hoje, pode-se considerar

que o não acesso às tecnologias gera um fator de discriminação e exclusão social

que se conceitua como um “analfabetismo” tecnológico. É necessário a inclusão

digital e a desmistificação na escola pública para garantir a apropriação dessas

tecnologias, permitindo à escola a autonomia para formar cidadãos críticos, com

igualdade de oportunidades.

A presença inegável da tecnologia em nossa sociedade, e do uso dos

recursos tecnológicos presentes nas mais variadas esferas da atividade social, se

tornaram indispensáveis no dia-a-dia e, a educação não pode ficar à margem dessa

realidade, pois há a necessidade de sua presença na escola.

A tecnologia já faz parte da educação há séculos, desde o livro impresso, do

uso do lápis e o quadro-negro. Neste sentido, o desenvolvimento da tecnologia

atinge as formas de vida da sociedade e que a escola não pode ficar de fora,

adquirindo uma “função mediadora entre a cultura hegemônica da comunidade

social e as exigências educativas de promoção do pensamento reflexivo” (LITWIN,

2001, p. 131).

A implementação dos equipamentos de informática por si só não contribui

automaticamente para que essa igualdade de oportunidades seja efetivada. São

necessárias condições para que as escolas públicas avancem no sentido de

promover uma educação de qualidade, em que as TICs contribuam com este

desafio. O primeiro passo é a capacitação dos profissionais da educação e,

sobretudo, a formação do professor como condição essencial de contribuição para a

qualidade do processo ensino-aprendizagem, subsidiando metodologias

significativas em sala de aula.

A reflexão a respeito da necessidade da inserção crítica de todos nós na sociedade tecnológica e da responsabilidade da escola e do professor para que este processo se concretize vem demonstrar a preocupação com um tipo de formação que capacite o professor a enfrentar os novos desafios que a dinâmica desta sociedade traz (SAMPAIO; LEITE, 1999, p. 13).

A inserção das novas tecnologias nas escolas é um grande desafio para

mudanças educativas, principalmente pelo uso do computador. A mera presença de

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tecnologias nas escolas e salas de aula não significa, por si mesma, nenhuma

mudança pedagógica, haja vista, experiências ocorridas, em que todos pensavam

que o computador traria mudanças radicais para o ensino.

É necessário um processo dialógico e reflexivo de todos os participantes, para

o uso consciente e crítico desses recursos, visto como meios de aprendizagem e

não como fins pedagógicos.

Nessa perspectiva, este trabalho propõe auxiliar a formação docente dos

professores do Ensino Médio diurno do Colégio Estadual Arnaldo Busato (CEAB), do

município de Coronel Vivida, no Estado do Paraná, no processo de implantação das

tecnologias oferecidas pela Secretaria de Estado da Educação (SEED), visando a

democratização do acesso ao conhecimento, produção e interpretação das

tecnologias, suas linguagens e consequências, sistematizado com o auxílio das

várias tecnologias disponíveis, como o laboratório Paraná Digital e a TV Pendrive.

Esta pesquisa pretende contribuir para que os professores repensem a sua

prática no tocante ao uso das tecnologias, construindo uma práxis pedagógica

articulada e coerente com as exigências da sociedade atual, sendo este professor o

principal ator do processo educativo.

2. FORMAÇÃO DOCENTE

O papel da escola diante desta realidade está mudando, do “quadro e giz”

para os computadores, TV, vídeo, rádio, e outras tecnologias. Nada de novidade,

mas a incorporação das tecnologias referidas ainda é muito restrita, talvez pelo fato

de estarmos incorporados pela prática da lectoescrita3. Em entrevista à revista

Atividades & Experiências, Moran (2005, p. 12) afirma que a apropriação das

tecnologias pelas escolas passa por três etapas:

[...] Na primeira, as tecnologias são utilizadas para melhorar o que já se vinha fazendo (melhorar o desempenho e a gestão, automatizar processos, diminuir custos). Na segunda etapa, a escola insere parcialmente as tecnologias no projeto educacional. [...] desenvolve alguns projetos, há atividades no laboratório de informática, mas mantém intocados estrutura de aulas, disciplinas e horários. Na terceira, que começa atualmente, como o amadurecimento de sua implantação e o avanço da integração das tecnologias, as universidades e escolas repensam seu projeto pedagógico, seu plano estratégico, e introduzem mudanças significativas [...].

3 Habilidades de leitura e escrita (MARTINS, 2003).

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Qual então, seria a função da escola neste momento histórico com o avanço

tecnológico? Para Demo (1991 apud SAMPAIO; LEITE, 2001), a sua função é

preparar cidadãos para o trabalho e para a vida, não ficando à margem do processo

de “tecnologização” da sociedade, correndo o risco de se tornar defasada,

desinteressada, alienada, e de não cumprir suas funções.

Cercados que estamos pelas tecnologias e pelas mudanças que elas acarretam no mundo, precisamos pensar em uma escola que forme cidadãos capazes de lidar com o avanço tecnológico, participando dele e de suas conseqüências. Esta capacidade se forja não só através do conhecimento das tecnologias existentes, mas também, e talvez principalmente, através do contato com elas e da análise crítica de sua utilização e de suas linguagens. Para cumprir esta tarefa, urge a que a escola e seus profissionais se apropriem do conhecimento sobre estas tecnologias [...] (SAMPAIO; LEITE, 2001, p.15).

Há necessidade da formação do professor para a utilização educativa das

tecnologias, um pensar sobre novas formas de ensinar comprometida com a

superação das desigualdades sociais, e seu papel como mediador na construção do

conhecimento do aluno.

Sampaio e Leite (2001, p.75) discutem sobre a “alfabetização tecnológica” do

professor, referindo-se sobre “a capacidade do professor de lidar com as diversas

tecnologias e interpretar sua linguagem, além de distinguir como, quando e por que

são importantes e devem ser usadas”.

A utilização das TICs na sala de aula só serão úteis quando o professor tiver

condições de interpretar, refletir e dominar criticamente a tecnologia. A introdução

das tecnologias na escola não resolverá todos os problemas, mas poderá trazer

melhorias no processo educativo, se bem utilizadas.

Para formar esse indivíduo, o professor é a figura mais importante no processo ensino-aprendizagem. Além de especialista em uma área do conhecimento, o professor precisa ter uma visão de conjunto da sociedade e, também noção de como se desenvolvem os processos mentais vivenciados pelo estudante. Por isso, ter o domínio de técnicas inovadoras e fazer a atualização contínua de conhecimentos deveria fazer parte de sua rotina de trabalho (BETTEGA, 2004, p.14).

Para incorporar as TICs na educação, Sancho e Hernándes (2006, p. 19),

afirmam que a principal dificuldade se encontra “no fato de que a tipologia de ensino

dominante na escola é a centrada no professor”. E,

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[...] de um lado, diferentes organismos internacionais (Unesco, OCDE, Comissão Européia, etc.) advertem sobre a importância de educar os alunos para a Sociedade do Conhecimento, para que possam pensar de forma crítica e autônoma, saibam resolver problemas, comunicar-se com facilidade, reconhecer e respeitar os demais, trabalhar em colaboração e utilizar, intensiva e extensivamente, as TIC. Uma educação orientada a formar este tipo de indivíduos requereria professores, convenientemente formados, com grande autonomia e critério profissional. Mas também escolas com bons equipamentos, currículos atualizados, flexíveis e capazes de se ligar às necessidades dos alunos. [...] (SANCHO; HERNÁNDES, 2006, p.9-10).

O uso das TICs nas instituições de ensino exigem do docente um novo perfil,

novas características, baseado no conhecimento, manuseio e aplicabilidade destas

no processo de ensino-aprendizagem. No artigo “Como utilizar as tecnologias na

escola”, Moran (2000), afirma que se faz necessário “um educador como mediador e

organizador de processos e não como repetidor de informações, que seja capaz de

transformar o espaço escolar, modificar e inovar o processo ensino-aprendizagem”

(p. 2).

Não basta que a escola possua computadores conectados à Internet, TV

Pendrive e esperar que as melhorias aconteçam. É necessário criar condições para

a formação do professor, para que ele se sinta parte deste processo. É ir além da

semana pedagógica, e isso dependerá da vontade do professor, como um

profissional autônomo, que busca sua formação permanente. É um querer dele.

Para isso ele precisa orientar-se em uma teoria que dê suporte a sua prática

pedagógica para o uso das tecnologias. Em relação ao computador, segundo

Almeida (2000), há duas grandes linhas para a informática na educação: A

Abordagem Instrucionista e a Abordagem Construcionista.

Para a Abordagem Instrucionista “a primeira aplicação pedagógica do

computador foi planejada para que fosse usado como uma máquina de ensinar [...] e

empregava o conceito de instrução programada” (ALMEIDA, 2000, p. 24). O aluno

fazia os módulos e respondia as perguntas no final. Do professor era exigido o

mínimo de conhecimento, pois, ele apenas apresentava o software para os alunos

de acordo com o conteúdo previsto.

Na Abordagem Construcionista, que é a aceita por alguns pesquisadores

contemporâneos, o emprego do computador é visto como ferramenta educacional

com a qual o aluno resolve problemas significativos (ALMEIDA, 2000, p.32) e assim

é explicado:

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Nessa abordagem o computador não é o detentor do conhecimento, mas uma ferramenta tutorada pelo aluno e que lhe permite buscar informações em redes de comunicação a distância, navegar entre nós e ligações, de forma não-linear, segundo seu estilo cognitivo e seu interesse momentâneo. Tais informações podem ser integradas pelo aluno em programas aplicativos, e com isso ele tem a chance de elaborar o seu conhecimento para representar a solução de uma situação-problema ou a implantação de um projeto (ALMEIDA, 2000, p. 32).

No quadro 1 há um comparativo entre as duas abordagens,sendo:

Quadro 1: Diferença entre abordagens instrucionista e construcionista

ABORDAGEM INSTRUCIONISTA ABORDAGEM CONSTRUCIONISTA

- Enfatiza a transmissão da informação ao

aluno.

- Computador=máquina que ensina (VALENTE,

1993).

- B. F. Skinner propôs o uso da Instrução

Programada através de computadores

(VALENTE, 1993).

- Professor como instrutor responsável pela

mediação dos alunos com o computador.

- Computador como detentor do conhecimento.

- Não há uma reflexão sobre a possibilidade de

contribuir de modo significativo para a

aprendizagem de novas formas de pensar

(ALMEIDA, 2000).

- Nessa abordagem, o professor utiliza

softwares, portanto, não precisa de muita

preparação e nem fundamentação pedagógica,

pois o software é um produto acabado.

- Geralmente as escolas adquirem programas

educacionais de computação, onde o modo de

transmissão de informações é de programas do

tipo CAI (Instrução Auxiliada por Computador)

ou ICAI (Instrução Inteligente Auxiliada por

Computador).

- Vê o computador como um instrumento

mediador para que o aluno construa o

conhecimento.

- Computador=máquina para ser ensinada

(VALENTE, 1993).

- Jean Piaget elaborou a teoria construtivista que

tem como base a produção do conhecimento.

- Seymour Papert (1994), fundamentando-se na

teoria construtivista, construiu a linguagem

LOGO, tendo como pressuposto as palavras de

Piaget que “entender é inventar” (SANTINELLO,

2006).

- Emprego do computador como ferramenta

educacional com a qual o aluno resolve

problemas significativos (ALMEIDA, 2000).

- Professor como facilitador do processo ensino-

aprendizagem.

- A característica principal do construcionismo é

a noção de concretude como fonte de ideias e de

modelos para a elaboração de construção mental

(ALMEIDA, 2000).

- Nessa abordagem, o aluno constrói seu próprio

conhecimento, de seu interesse, por intermédio

do computador.

Fonte: Autoria/2009

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Pode-se observar que na abordagem construcionista encontra-se as bases

para uma metodologia viável e sólida para o uso do computador pelo professor na

escola.

Utilizar a abordagem construcionista na formação do professor significa propiciar as condições para o professor agir, refletir e depurar o seu conhecimento em todas as fases pelas quais ele deverá passar na implantação do computador na sua prática de sala de aula: conhecer os diferentes tipos de softwares e como eles podem propiciar a aprendizagem, saber como interagir com um aluno, saber como interagir com a classe como um todo e desenvolver um projeto de como integrar o computador a sua disciplina (VALENTE apud SANTINELLO, 2006, p.4).

A integração das TICs na educação pode transformar o processo ensino-

aprendizagem, dando ênfase à construção do conhecimento. Isto requer do

professor uma formação continuada não somente em relação as tecnologias, mas

também nas teorias da educação, como por exemplo, a teoria progressista de Paulo

Freire. Nesta teoria defende-se a educação progressista e emancipadora, o diálogo

entre o conhecimento que o aluno traz e a construção do conhecimento científico.

Freire diz que “utilizar computadores na educação, em lugar de reduzir, pode

expandir a capacidade crítica e criativa de nossos meninos e meninas. Depende de

quem o usa, a favor de que e de quem e para quê” (ALMEIDA, 2000, p. 54).

A teoria de Vygotsky também contribui para que se compreenda a Abordagem

Construcionista, pois ele relaciona a aprendizagem com o desenvolvimento da “zona

proximal de desenvolvimento (ZPD) – a distância entre o nível de desenvolvimento

atual, como determinado pela independência na resolução de problemas e o

desenvolvimento potencial, como determinado pela ajuda de um adulto ou em

colaboração com outras crianças mais capazes” (ALMEIDA, 2000, p.69).

“A ação do professor está sempre impregnada de teorias, mas muitas vezes

ele não tem consciência disso, ou então sua visão teórica é incoerente com a sua

prática” (ALMEIDA, 2000, p. 79).

Sendo assim, todo professor deve basear sua prática em uma teoria, para

melhor poder intervir no processo educativo, e a isso chamamos de práxis

pedagógica. É preciso analisar a sua prática e de outros professores, participar de

encontros para refletir e discutir as diversas teorias, e buscar soluções para os

problemas postos pela educação.

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3. O ESTADO DO PARANÁ FRENTE AS TICs

Desde 1999, no Estado do Paraná, destacam-se as políticas do Programa

Nacional de Formação Continuada em Tecnologia Educacional (PROINFO), o qual

no Decreto no 6300/2007, no Artigo 1º, diz: “O Programa Nacional de Formação

Continuada em Tecnologia Educacional – PROINFO, executado no âmbito do

Ministério da Educação (MEC), promoverá o uso pedagógico das tecnologias da

informação e da comunicação nas redes públicas da educação básica” (PORTAL

DIA-A-DIA EDUCAÇÃO, 2008, p. 3).

No Paraná, o PROINFO já distribuiu 828 laboratórios de informática, em 507

colégios da rede estadual que oferecem ensino profissionalizante. Esses colégios

foram contemplados tanto com o Paraná Digital quanto pelo MEC (PORTAL DIA-A-

DIA EDUCAÇÃO, 2008, p. 1).

3.1. O PROGRAMA PARANÁ DIGITAL

O Decreto nº 1396/2007, do Regulamento da Secretaria de Estado da

Educação, no Título I, da Caracterização e dos objetivos da Secretaria de Estado da

Educação, no Art. 3º, no inciso VII, ressalta que:

Art. 3º. No cumprimento de suas finalidades cabe à Secretaria de Estado da Educação a gestão, do setor da educação básica, inclusive o controle e a avaliação de todas as condições necessárias e suficientes, abrangendo as seguintes atividades: VII. o acesso de educadores e educandos à tecnologia aplicada à melhoria do ensino e da aprendizagem (p. 1- 2).

O Governo do Estado do Paraná, por meio da Secretaria de Estado da

Educação (SEED) vem cumprindo o Decreto acima, quando disponibilizou nas

escolas da rede pública o Programa “Paraná Digital”, o qual difunde o uso

pedagógico das Tecnologias da Informação e Comunicação - TICs, repassando às

escolas computadores ligados a Internet, levando o acesso dessas tecnologias a

professores e alunos. O objetivo é “possibilitar aos professores e alunos da rede

estadual o uso de ferramentas de Internet, editoração, planilhas e diversos

programas de software livre úteis para a educação” (PORTAL DIA-A-DIA

EDUCAÇÃO, 2008, p. 1).

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A preocupação da SEED era inserir o computador na comunidade

educacional, onde o “professor tivesse um melhor aproveitamento, com o preparo de

sua aula, como o aluno iria agregar mais conhecimento usando a ferramenta

computador” (PORTAL DIA-A-DIA EDUCAÇÃO, 2008, p. 1). Para tanto, o Sistema

Operacional (SO) utilizado foi o Linux Debian, que utiliza software livre, como o

editor de textos, planilhas de apresentação e navegadores.

Um Sistema Operacional (SO), em linguagem simples, é quem coloca o

computador funcionando realmente. Os usuários não têm acesso direto à máquina,

pois quem faz esse papel gerenciador é o SO.

É mais fácil definir Sistemas Operacionais pelo que eles fazem do que pelo que eles são. Entre as tarefas realizadas por um SO podemos citar: - controle dos vários dispositivos eletrônicos ligado ao computador, tais como discos, impressoras, memória, entre outros; - compartilhamento do uso desses dispositivos entre vários usuários ou programas, tais como arquivos ou impressoras em uma rede; - controle da segurança no acesso aos recursos do sistema (PORTAL DIA-A-DIA EDUCAÇÃO, 2008, p. 1).

Esse sistema foi criado em 1991, por Linus Torvalds, um estudante da

Universidade de Helsinki, na Finlândia. O Linux é um kernel (núcleo, corpo principal)

de sistema operacional de livre distribuição e gratuito. O kernel é a parte do SO

responsável pelos serviços básicos e essenciais aos aplicativos e ferramentas de

sistema. Qualquer pessoa pode usar o Linux e alterar o funcionamento do sistema,

pois ele é um sistema aberto, de livre distribuição.

Ele (Torvalds) disponibilizou o código-fonte ao público, gratuitamente, sob um conceito conhecido por softwares de fonte aberto. Os usuários podem baixar o Linux gratuitamente, fazer qualquer alteração que desejarem e distribuir cópias de graça (CAPRON; JOHNSON, 2004, p. 74).

Em relação à conectividade com a Internet, a SEED fez um convênio com a

Copel Telecom, a qual ficou responsável em “estender o anel de fibras ópticas para

2060 escolas da rede estadual de ensino e também aos 32 Núcleos Regionais de

Educação, além das unidades de apoio da SEED, totalizando 2100 pontos de

acesso a Internet” (PORTAL DIA-A-DIA EDUCAÇÃO, 2008, p. 2).

O laboratório do Paraná Digital é composto por uma tecnologia denominada

de Multi-terminal, desenvolvida por pesquisadores e colaboradores do Centro de

Computação Científica e Software Livre (C3SL) da Universidade Federal do Paraná

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(UFPR). Nela funcionam quatro monitores, teclados e mouse ligados em um único

computador, a uma Unidade Central de Processamento (CPU), funcionando como

se fossem quatro computadores independentes, sendo que esta CPU está ligada ao

servidor.

O ambiente para o usuário do Projeto Paraná Digital “apóia-se em duas

premissas básicas: a adoção da filosofia de software livre e a utilização de interfaces

gráficas” (PORTAL DIA-A-DIA EDUCAÇÃO, 2008, p 4-5).

3.2. O USO PEDAGÓGICO DA TV PENDRIVE

O Governo do Estado do Paraná, por meio da Coordenação de Apoio ao Uso

de Tecnologias, busca a formação continuada dos professores pelos 32 Núcleos

Regionais Educacionais do Paraná. Essa equipe pretende, na formação docente

contínua, contemplar a inclusão sociodigital, e tem como objetivos:

- Contribuir para formação continuada dos profissionais da Educação Básica e na implementação de tecnologias na prática pedagógica em âmbito escolar. - Oportunizar nas ações de assessoria as relações de comunicação entre educadores em torno do objeto cognoscível – tecnologia na educação, buscando a apropriação do uso de recursos tecnológicos em sala de aula técnica e pedagogicamente. - Buscar o desenvolvimento da cultura de uso e produção colaborativa em comunidades de aprendizagem virtuais e/ou presenciais. - Ter na integração das mídias web, televisiva e impressa, bem como, na relação de “novos” e “antigos” recursos tecnológicos, suporte à prática docente (PORTAL DIA-A-DIA EDUCAÇÃO, 2008, p. 1).

Com esse propósito a Secretaria de Estado da Educação (SEDD) criou o

Projeto TV Pendrive, o qual disponibiliza em cada sala de aula das escolas

paranaenses uma TV 29’ polegadas com entrada para VHS, DVD, cartão de

memória, pendrive e saídas para caixas de som e projetor de multimídia. Um

diferencial dessa TV é a sua cor laranja, que para maior segurança se diferencia dos

televisores comuns e a identifica como patrimônio da SEED, possuindo também

controles remotos e um rack para acoplar a TV.

Além disso, cada professor da rede estadual de ensino ganhou um pendrive

de 2 Gigabyte (Gb) para serem utilizados na preparação das aulas. O pendrive pode

armazenar imagens, áudios, vídeos e animações para utilizar em sala de aula,

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auxiliando o processo ensino-aprendizagem. Ele é ajustado à TV Pendrive, pois a

mesma contém entrada USB e conexão universal4.

Os televisores têm também entrada para cartão de memória e, portanto, os

professores poderão utilizar imagens de máquinas fotográficas e filmadoras digitais.

O Portal Dia-a-dia Educação disponibiliza áudios e vídeos produzidos pela TV

Paulo Freire e objetos de aprendizagem (animações, imagens, ilustrações, etc.)

desenvolvidos pelo multimeios, acervos de domínio público e acervos digitais

adquiridos pela SEED <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br>.

Para o Portal Dia-a-dia Educação, a TV Pendrive é muito fácil de ser utilizada,

pois:

Por meio dela, você poderá levar para sala objetos de aprendizagem produzidos em outras mídias como: computador, filmadoras, máquinas fotográficas, computadores e em diversas plataformas. Considerando as mais variadas tecnologias presentes na escola, essa será especialmente relevante, pois o ambiente de apoio à aprendizagem se expande para além dos microcomputadores, DVD-players, projetos multimídias, retroprojetores, etc. (PORTAL DIA-A-DIA EDUCAÇÃO - COORDENAÇÃO DE APOIO AO USO DE TECNOLOGIAS – AUTEC, Apostila TV Pendrive, 2008, p. 7).

Os Objetos de Aprendizagem “são recursos tecnológicos que surgiram como

forma de organizar e estruturar materiais educacionais digitais” (PORTAL DIA-A-DIA

EDUCAÇÃO, 2008, p. 01). Referem-se a materiais ou recursos que são utilizados no

contexto educacional.

No site já mencionado do Portal Dia-a-dia Educação, esses objetos

destacam-se também pela:

- acessibilidade: possibilidade de acessar recursos educacionais em um local remoto e usá-los em muitos outros locais; - interoperabilidade: utilizar componentes desenvolvidos em um local com algum conjunto de ferramentas ou plataformas, e em outros locais, com outras ferramentas e plataformas; - durabilidade: usar recursos educacionais quando a base tecnológica muda, sem reprojeto ou recodificação (TAROUCO, 2003, p.2).

A TV Pendrive é uma tecnologia que vem oferecer ao professor um

importante recurso para a preparação de suas aulas. O professor pode utilizar o seu

pendrive ou cartão de memória de uma máquina fotográfica para apresentar aos

4 Conexão por meio da internet.

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alunos slides. Também pode exibir sons, imagens, áudios e animações, que com

certeza vão enriquecer ainda mais suas aulas.

No artigo O vídeo na sala de aula, Moran (1995, p.5-7), afirma que “as

linguagens da TV e do vídeo respondem à sensibilidade dos jovens [...]. O jovem lê

o que pode visualizar, precisa ver para compreender. Toda a sua fala é mais

sensorial-visual do que racional e abstrata”. Neste mesmo artigo, o pesquisador já

mencionado propõe maneiras na utilização do vídeo, que podem ser adaptadas

também à TV Pendrive. São elas:

- Vídeo como sensibilização: [...]. Um bom vídeo é interessantíssimo para introduzir um novo assunto, para despertar a curiosidade, a motivação para novos temas. Isso facilitará o desejo de pesquisa nos alunos para aprofundar o assunto do vídeo e da matéria. - Vídeo como ilustração: o vídeo muitas vezes ajuda a mostrar o que se fala em aula, a compor cenários desconhecidos dos alunos. [...]. Um vídeo traz para a sala de aula realidades distantes dos alunos, como por exemplo a Amazônia ou a África. A vida se aproxima da escola através do vídeo. - Vídeo como simulação: é uma ilustração mais sofisticada. O vídeo pode simular experiências de química que seriam perigosas em laboratório ou que exigiriam muito tempo e recursos. [...]. - Vídeo como conteúdo de ensino: vídeo que mostra determinado assunto, de forma direta ou indireta. De forma direta, quando informa sobre um tema específico orientando a sua interpretação. De forma indireta, quando mostra um tema, permitindo abordagens múltiplas, interdisciplinares. - Vídeo como produção: como documentação, registro de eventos, de aulas, de estudos do meio, de experiências, de entrevistas, depoimentos [...]; como intervenção, modificando um determinado programa, um material audiovisual, acrescentando uma nova trilha sonora ou editando o material de forma compacta ou introduzindo novas cenas com novos significados [...]; como expressão, como nova forma de comunicação, adaptada à sensibilidade principalmente das crianças e jovens. As crianças adoram fazer vídeo e a escola precisa incentivar o máximo possível a produção de pesquisas em vídeo pelos alunos. [...]. - Vídeo como avaliação: dos alunos, do professor, do processo. - Vídeo espelho: vejo-me na tela para poder compreender-me, para descobrir meu corpo, meus gestos, meus cacoetes. [...] O vídeo-espelho é de grande utilidade para o professor se ver, examinar sua comunicação com os alunos, suas qualidades e defeitos. - Vídeo como integração/suporte: de outras mídias [...] e interagindo com outras mídias. [...] (p. 5-7).

Todo esse esforço em equipar as escolas com computadores, TV Pendrive, e

outras tecnologias, de nada adiantará se o professor não integrar estes recursos em

aulas significativas que levem à aprendizagem do aluno. Assim,

frente a esta situação, as instituições educacionais enfrentam o desafio não apenas de incorporar as novas tecnologias da informação como conteúdos do ensino, mas também reconhecer e partir das concepções que as crianças e os adolescentes têm sobre essas tecnologias para elaborar,

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desenvolver e avaliar práticas pedagógicas que promovam o desenvolvimento de uma disposição reflexiva sobre os conhecimentos e os usos tecnológicos (LIGUORI, 2001 apud LITWIN, 2001, p. 85).

Acima de tudo, o professor deve considerar, segundo Saviani (1986), que os

conteúdos de aprendizagem a serem ensinados devem abranger os conceitos

científicos da cultura erudita e os conteúdos da prática social do aluno, em uma

perspectiva histórico-crítica.

4. DESENVOLVENDO O PROJETO: ARTICULANDO SABERES

O Projeto desenvolvido com dez professores do Ensino Médio do Colégio

Estadual Arnaldo Busato, apresenta a experiência de aplicabilidade de oficinas para

o uso das tecnologias da informação e comunicação na formação docente, que

ocorreram em cinco etapas do dia 01 a 29 de maio de 2009.

O material didático utilizado foi um Caderno Pedagógico, apresentado em III

Unidades, contendo vídeo, textos de apoio, sugestões de atividades e aplicabilidade

prática.

A metodologia proposta foi um material de apoio, intitulado “Passo-a-passo”,

que significa a visualização dos ambientes percorridos, bem como o

desenvolvimento de atividades.

As oficinas foram trabalhadas no Laboratório de Informática do referido

Colégio, equipado com o Programa Paraná Digital no sistema Linux, em que os

professores participantes puderam acompanhar e desenvolver as atividades. As

oficinas apresentadas desenvolveram-se em III Unidades, realizadas em cinco

etapas, a seguir:

4.1. UNIDADE 1: A FORMAÇÃO DOCENTE

A Unidade I teve como objetivos compreender o significado de “alfabetização

tecnológica” e suas implicações para o processo ensino-aprendizagem, bem como,

conhecer as duas abordagens na utilização do computador nas escolas: a

Abordagem Instrucionista e a Abordagem Construcionista.

14

Assim, foi apresentado aos professores um vídeo intitulado “Metodologia X

Tecnologia”5, o qual descreve um método de ensino tradicional ao ensinar a

tabuada, e que mesmo com a introdução da tecnologia o método continuou o

mesmo.

Foi estudado também o texto “Professor, por que alfabetização tecnológica”

(SAMPAIO; LEITE, 2001), apresentando o conceito de “alfabetização tecnológica do

professor”, procurando encontrar alternativas para o uso das tecnologias na escola

de maneira crítica, reflexiva, contribuindo com o processo de ensino-aprendizagem.

4.2. UNIDADE 2: O LABORATÓRIO DO PROGRAMA PARANÁ DIGITAL

A oficina II foi apresentada aos professores o Programa Paraná Digital e os

seus aplicativos, visualizando os ambientes e desenvolvendo atividades práticas,

tais como:

− o Ambiente Paraná Digital;

− pesquisando figuras na Web;

− criando apresentações no BrOffice Impress;

− baixar e/ou converter vídeos educativos;

− utilizando o BrOffice Calc para criar cruzadinhas e caça-palavras.

Essa oficina foi bem prática, pois os professores desenvolveram as atividades

apresentadas no Caderno Pedagógico, intitulado “Passo-a-passo”, o qual significa a

visualização dos ambientes percorridos nos programas trabalhados.

4.3. UNIDADE 3: A TV PENDRIVE

Essa oficina fez com que os professores buscassem na TV Pendrive recursos

metodológicos como suporte à prática docente. Apresentou, também, as

especificações e características técnicas da TV como as entradas (cartão de

memória, máquinas fotográficas, filmadoras e pendrive). Explicou os formatos de

5 <http://br.youtube.com/results?search_query=metodologia+e+tecnologia&search_type=&aq=o>.

15

arquivo suportados pelo televisor (vídeo, áudio e imagem), e também a montagem e

desmontagem do pendrive no Laboratório Paraná Digital.

5. ANÁLISE E CONTEXTUALIZAÇÃO DOS DADOS: FORMAÇÃO DE

PROFESSORES PARA AS TICs - alguns resultados refletidos

5.1 ENTREVISTA COM PROFESSORES PARA A AVALIAÇÃO DO PROCESSO

Antes da realização das oficinas foi entregue para dez docentes uma

entrevista para avaliar a formação continuada que os mesmo obtiveram em relação

ao Programa Paraná Digital e o uso da TV Pendrive. A entrevista continha questões

de respostas abertas e semi-abertas. Os entrevistados são referidos como P1; P2;

P...n.

A primeira referiu-se a situação profissional e constatou-se que todos os

participantes são do Quadro Próprio do Magistério e sua experiência ultrapassava

10 anos de docência, conforme Gráfico 1, a seguir:

100%

0% 0%

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

Per

cent

uais

de

Inci

dênc

ia

1

Quadro Próprio do Magistério (QPM). Professor PSS Outro vínculo

Gráfico 1: Incidência quanto à situação profissional do professor Fonte: Entrevista com participantes do projeto, 2009.

No segundo questionamento, referente ao uso do computador na

preparação das aulas, são mostradas as incidências quanto ao uso da internet

pelos professores na web no Gráfico 2.

16

0%26%

31%17%

26%

Não uso o computador para preparar as minhas aulasElaboração de textos, provasPesquisa na Internet de assuntos da minha disciplinaApresentação de audiovisuais (PowerPoint, etc.).Outra situação

Gráfico 2: Uso do computador pelos professores Fonte: Entrevista com participantes do projeto, 2009.

Verifica-se que a maioria das respostas destinou-se a pesquisa via internet de

assuntos referentes à disciplina do professor com aproximadamente 31%;

elaboração de textos e provas, com 26%; e, apresentação de audiovisuais, com 17%

de respostas. Os participantes também declararam que utilizam o computador para

“Apresentação de trabalhos realizados pelos alunos” (P7); “Produção de

transparências” (P9); “Cursos ofertados pela SEED como o Grupo de Trabalho em

Rede – GTR.” (P2).

Praticamente todos os participantes (80%) confirmaram a realização de

capacitação ofertada pela Coordenação Regional de Tecnologia da Educação –

CRTE, quanto ao uso do Laboratório Paraná Digital e TV Pendrive, conforme pode

ser visto no Gráfico 3:

80%

20%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Per

cent

uais

de

Inci

dênc

ia

Sim Não

Gráfico 3: Professores que realizaram capacitação quanto ao uso do Laboratório Paraná Digital e

Pendrive Fonte: Entrevista com participantes do projeto, 2009.

17

Entrevistados sobre a capacitação ofertada pelo CRTE, sendo suficiente

para o conhecimento quanto às novas tecnologias disponíveis na escola, 90% afirma

que não foi suficiente, argumentando que: “Foi pouco tempo” (P2); “Não houve uma

apreensão do conhecimento necessário para a utilização do computador do PR.

Digital” (P5); “Horário inadequado” (P10); “Foi insuficiente no sentido do curto

espaço de tempo para muita informação” (P3); “Pouco tempo de capacitação” (P4);

“Faltou pessoal para repassar a capacitação, poucos computadores para muitos

professores utilizarem no mesmo horário” (P1).

Os dados coletados são mostrados no Gráfico 4, a seguir.

10%

90%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

Per

cent

ual d

e In

cidê

ncia

Sim Não

Gráfico 4: Suficiência da capacitação ofertada pelo CRTE Fonte: Entrevista com participantes do projeto, 2009.

Quando entrevistados se desejavam receber mais capacitação para a

efetivação no uso das tecnologias, 100% dos professores responderam que sim.

Os dados coletados são mostrados no Gráfico 5, a seguir:

18

100%

0%

0%

10%

20%

30%40%

50%

60%

70%

80%

90%100%

Per

cent

uais

de

Inci

dênc

ia

Sim Não

Gráfico 5: Incidência quanto a receber mais capacitação para a efetivação no uso de tecnologias Fonte: Entrevista com participantes do projeto, 2009.

Sugeriram que se oportunizasse mais capacitação: “Com certeza. Para

agilizar o processo de construção de apresentações no PowerPoint; melhorar a

habilidade com o uso das tecnologias e trabalhar com vídeos (montar)” (P9); “Com

certeza as capacitações se fazem necessárias para efetivarmos com segurança o

uso das tecnologias no nosso dia-a-dia escolar” (P7); “Com certeza as capacitações

se fazem necessárias para efetivarmos com segurança o uso das tecnologias no

nosso dia-a-dia” (P3).

Em relação a TV Pendrive, quando os participantes foram entrevistados

sobre suas expectativas, todos foram unânimes que o seu uso irá contribuir

significativamente na melhoria do ensino-aprendizagem. Os argumentos foram os

seguintes: “Aulas expositivas atraem mais a atenção do aluno e melhora o

desenvolvimento da aula” (P4); “Facilitar e aprimorar minhas aulas e torná-las

agradáveis” (P6); “Ela vem a ser mais um recurso metodológico, pois muitos alunos

gravam vendo. E esta traz essa possibilidade” (P7); “Atender as necessidades

básicas para os conteúdos; Conectar o vídeo, utilizar a TV Pendrive” (P9); “As

tecnologias possibilitam o acesso aos mais variados conteúdos, de formas também

variadas o que possibilita uma apresentação mais rica do conteúdo pelo professor”

(P3). No Gráfico 6 são mostrados os resultados dessa questão.

19

100%

0%

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%P

erce

ntua

is d

e In

cidê

ncia

São positivas, pois essatecnologia irá contribuir com a

aprendizagem dos alunos

Não percebo em que poderáauxiliar a sua utilização

Gráfico 6: Incidência quanto às expectativas dos professores com relação à TV Pendrive Fonte: Entrevista com participantes do projeto, 2009.

Finalmente, quando entrevistados em relação ao obstáculo mais difícil de

ultrapassar em relação a integração das TICs no ensino e aprendizagem, 50%

responderam que faltam recursos humanos específicos para o apoio do professor

face às suas dúvidas de informática; 19% acham que falta mais informação

específica para a integração das TICs junto aos alunos; 25% sentem falta de

motivação dos professores. Os índices são mostrados no Gráfico 7.

50%

19%

25%

6%

Falta de recursos humanos específ icos para apoio do professor face às suas dúvidas deinformáticaFalta de mais formação específ ica para a integração das TICs junto aos alunos

Falta de motivação dos professores

Gráfico 7: Incidência quanto às expectativas dos professores com relação à TV Pendrive Fonte: Entrevista com participantes do projeto, 2009.

Na alternativa “Outros”, o professor P9 respondeu que: “Muitas vezes não

utilizo vídeos educativos na TV Pendrive nas aulas por não ter quem auxilie, pois a

20

turma se dispersa e há perda de tempo. Falta na escola um auxiliar no trabalho com

as TICs” (P9).

5.2 AVALIAÇÃO DAS OFICINAS

Após a implementação do projeto na escola por meio do Caderno

Pedagógico, foi aplicado aos professores participantes uma avaliação das oficinas.

A primeira questão perguntava ao professor se o curso atingiu seus

objetivos, os quais 100% responderam que sim, justificando que: “[...] pois eu

precisava aprender a utilizar a TV Pendrive” (P1); “[...] pois pude aperfeiçoar meus

conhecimentos em relação as TICs” (P6);”Foi muito produtivo, pois aprendi e quando

aluno aprende, pode-se dizer que a professora atingiu seus objetivos” (P3); Atendeu

plenamente, pois além da prática, foi fornecido material para estudo” (P4). Os dados

são mostrados no Gráfico 8:

100%

0%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

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100%

Per

cent

uais

de

Inci

dênc

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Sim Não

Gráfico 8: Incidência quanto ao atendimento dos objetivos do curso Fonte: Entrevista com participantes do projeto, 2009.

Questionados quanto à abordagem prática, se a mesma foi suficiente, 90%

responderam que sim; as incidências de respostas a essa questão são mostradas

no Gráfico 9.

21

90%

10%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

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80%

90%

Per

cent

uais

de

Inci

dênc

ia

Sim Não

Gráfico 9: Suficiência da abordagem prática do curso Fonte: Entrevista com participantes do projeto, 2009.

Foi complementado quanto à abordagem prática que: “Foi suficiente em

partes, pois quanto mais estudarmos, mais percebemos que é infinita as opções do

uso das tecnologias” (P2).

Em relação ao material didático utilizando (Caderno Pedagógico), 100%

dos professores ficaram satisfeitos, pois: “O material explica passo-a-passo para o

professor e nós precisamos disso, uma vez que alguns ou muitos de nós não somos

a geração acostumada com as tecnologias” (P1); “Com certeza, pois estava

detalhado no Caderno Pedagógico, e mais o CD que foi entregue” (P2); “As

apostilas com descrição detalhada para a realização prática, contribuíram para o

trabalho posterior possível de ser realizado” (P4). O percentual de confirmação é

mostrado no Gráfico 10.

22

100%

0%

0%10%

20%30%40%50%

60%70%80%

90%100%

Per

cent

uais

de

ncid

ênci

a

Sim Não

Gráfico 10: Satisfação quanto ao material didático utilizado Fonte: Entrevista com participantes do projeto, 2009.

Em relação ao aproveitamento das oficinas, todos foram unânimes em

responder que foi muito satisfatório, justificando que: “Pude preparar e aprender a

elaborar aulas e a manusear a tecnologia do computador e da TV Pendrive” (P1);

“Quando se fala em trabalhar com a mídia, computador, internet, o tempo voa, mas

a professora soube organizar bem as atividades, satisfazendo todas as nossas

necessidades de aprendizagem” (P3); ”Gostei muito, foi dinâmico, prazeroso e de

grande importância para a produção de material na montagem das aulas” (P4).

Os percentuais de confirmação constam no Gráfico 11, a seguir:

100%

0%

0%10%

20%30%40%50%

60%70%80%

90%100%

Per

cent

uais

de

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ênci

a

Sim Não

Gráfico 11: Percentual de aproveitamento das oficinas pelos professores Fonte: Entrevista com participantes do projeto, 2009.

23

Quanto à aplicabilidade dos conhecimentos adquiridos durante as

oficinas, os professores responderam que: “Sim, é um recurso essencial para as

minhas aulas e precisamos inserir a escola nos meios tecnológicos” (P1); “Sem

dúvida, hoje mais do que nunca se faz necessário aplicar essas técnicas para uma

melhor dinâmica em sala envolvendo mais os alunos” (P2); “Esse curso veio

solidificar a necessidade de se utilizar as tecnologias como mais um recurso para a

melhoria do processo ensino-aprendizagem” (P7).

Finalmente, os professores participantes apontaram pontos positivos e

negativos das oficinas. Pontos positivos:

− o conhecimento apreendido;

− a possibilidade de melhora nas aulas com o uso das TICs;

− a disponibilidade da Professora PDE em ofertar aos professores as

oficinas;

− melhoria do ensino-aprendizagem utilizando as TICs.

Quanto aos pontos negativos:

− o projeto deveria ser oferecido a todos os professores, pois muitos

encontram dificuldades no uso das TICs;

− deveria ser um trabalho contínuo.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse trabalho contribuiu para que os professores refletissem sobre o uso

pedagógico das TICs no processo de ensino-aprendizagem, haja vista as políticas

públicas do Estado do Paraná frente as tecnologias oferecidas nas escolas, como o

Laboratório Paraná Digital e seus aplicativos, bem como a TV Pendrive.

O Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE oportuniza ao professor

uma formação continuada sólida, contribuindo com seus pares através do Grupo de

Trabalho em Rede – GTR, além da Implementação do Material Didático-Pedagógico

na escola.

24

Ao ministrar o curso, em conversas informais, foram constatados alguns

problemas na implementação de novas perspectivas de ensino e aprendizagem

incorporando as TICs, referindo-se à própria organização da escola:

− restrições no uso do Laboratório de Informática;

− aulas de 50 minutos, consideradas insuficientes para uma apresentação

de qualidade do assunto apresentado pelo professor;

− números de alunos em sala de aula (40 alunos, no mínimo);

− falta de motivação dos professores;

− a tecnofobia6 apresentada por alguns professores;

− possibilidade de formação permanente do professor.

Sabe-se que o processo é longo e que é necessário que os professores

estejam em constante processo de aprendizagem, e que os incômodos previstos

hoje, não sejam tropeços para o avanço da tecnologia no processo ensino-

aprendizagem.

Como Pedagoga da escola, percebo que há muito que fazer para a

apropriação das tecnologias pelos professores, pois a urgência se deve não apenas

no sentido de preparar os indivíduos para usá-las, mas principalmente, para

prepará-los como leitores críticos e escritores conscientes das mídias que servem de

suporte a essas tecnologias. Nesse sentido o professor deve ter o papel de

mediador no processo de ensino e aprendizagem, criando novos ambientes de

aprendizagens. E a Equipe Pedagógica precisa essa atenta a esta necessidade,

oportunizando momentos para a elaboração de planos de aula que contemplem o

uso das TICs, levando o professor a perceber que há diferentes estilos de

aprendizagem e que podem se expressar usando a tecnologia, em especial, a mídia.

Como diz Gadotti, “o professor deixará de ser um lecionador para ser um

organizador do conhecimento e da aprendizagem (...) um mediador do

conhecimento, um aprendiz permanente, um construtor de sentidos, um cooperador,

e sobretudo, um organizador de aprendizagem” (2002, p. 32).

Ressalta-se portanto, que a formação docente deve ser uma política pública

permanente, pois são muitas as possibilidades no uso pedagógico das TICs, além

da complexidade que é a utilização do computador no processo ensino e 6 Sintomas de ansiedade e inferioridade perante o grupo social quando da necessidade de se utilizar alta tecnologia (VEIGA NETO, 1998).

25

aprendizagem, como uma ferramenta pedagógica, a qual deve ser utilizada

efetivamente na melhoria do ensino.

7. REFERÊNCIAS

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BETTEGA, Maria Helena. Educação continuada na era digital. São Paulo: Cortez, 2004.

CAPRON, Harriet L.; JOHNSON, J. A. Introdução à informática. 8. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004.

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26

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27

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