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O USO DE ANAGLIFO PARA ELABORAÇÃO DE CARTA DE COMPARTIMENTOS GEOMORFOLÓGICOS: O CASO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO SÃO JOSÉ-ITUIUTABA/MG LEDA CORREIA PEDRO MIYAZAKI 1 FABIO REIS VENCESLAU 2 RESUMO: Conhecer aspectos morfoesculturais e representá-los espacialmente é de grande importância para os estudos geográficos-geomorfológicos. Esse conhecimento pode contribuir diretamente na elaboração de mapeamentos geotécnicos e geoambientais. A espacialização dos compartimentos do relevo possui um importantíssimo papel no planejamento urbano e ambiental, uma vez que pode orientar a expansão territorial urbana para locais onde não comprometam as nascentes dos canais fluviais que abastecem a cidade, ou que contribuía na escolha de áreas mais adequadas para implantação de aterro sanitários, evitando contaminação do solo e do lençol freático, etc. Uma das formas de se elaborar cartas geomorfológicas é por meio da estereoscopia digital, associada ao sensoriamento remoto e as geotecnologias. A estereoscopia pode ser considerada, por alguns pesquisadores, como a técnica e a arte que permite arranjar a visão estereoscópica de um objeto ou de um local, além de envolver o estudo dos procedimentos que tornam possíveis esses efeitos para uma melhor compreensão das formas superficiais da Terra. A estereoscopia digital tem agilizado a elaboração de mapeamentos em um curto “espaço” de tempo e associada a obtenção de imagens de satélite com alta resolução espacial que são disponibilizadas gratuitamente pelo programa Google Earth Pró. Assim, o objetivo deste trabalho foi caracterizar e espacializar os compartimentos geomorfológicos da bacia hidrográfica do Córrego São José para subsidiar reflexões teóricas-metodológicas aplicadas ao planejamento urbano e ambiental, demonstrando a viabilidade da utilização de estereoscopia digital por meio da técnica do anaglifo. Para tanto, foram utilizados os seguintes procedimentos metodológicos: a) Revisão bibliográfica sobre a cartográfica geomorfológica; b) Elaboração de cartas temáticas para subsidiar a espacialização dos compartimentos geomorfológicos da bacia hidrográfica, para isso foram utilizados imagens de satélites em composição RGB copiadas do acervo de imagens do aplicativo Google Earth, imagens SRTM resolução espacial 30 metros, o programas Google Earth Pró, StereoPhoto Maker, QGIS Corel Draw, além de técnicas de estereoscopia digital gerada a partir de anaglifos; c) Analise dos compartimentos geomorfológicos; d) Trabalhos de campo para fundamentar a caracterização e averiguação dos mapeamentos temáticos. O mapeamento mostrou que o relevo predominante na bacia é composto por colinas com topos amplos convexizados e alguns relevos do tipo tabuliformes. Foi possível identificar os seguintes compartimentos: a) Domínio dos topos amplos, suaves e ondulados das colinas, b) Domínio das vertentes côncavas, convexas e retilíneas, c) Domínio dos fundos de vale em V e em berço, d) Domínio dos topos estreitos e alongados dos relevos tabuliformes. Além disso, mapeou-se as cabeceiras de drenagem em anfiteatro, vertentes litólicas e rampas de colúvios, essas duas últimas feições estão associadas ao relevo tabuliforme da bacia. A utilização da estereoscopia digital associada a técnica do anaglifo e o emprego de imagens de satélite de alta resolução espacial permitiu a elaboração de um documento geomorfológico inédito no município de Ituiutaba. Esse documento associado ao relatório 1 Docente do Curso de Graduação em Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Geografia do Instituto de Ciências Humanas do Pontal ICHPO, da Universidade Federal de Uberlândia UFU, Ituiutaba/MG. Email [email protected]; 2 Acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Geografia do Instituto de Ciências Humanas do Pontal ICHPO, da Universidade Federal de Uberlândia UFU, Ituiutaba/MG. Email [email protected];

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O USO DE ANAGLIFO PARA ELABORAÇÃO DE CARTA DE COMPARTIMENTOS GEOMORFOLÓGICOS: O CASO DA BACIA

HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO SÃO JOSÉ-ITUIUTABA/MG

LEDA CORREIA PEDRO MIYAZAKI1

FABIO REIS VENCESLAU2

RESUMO: Conhecer aspectos morfoesculturais e representá-los espacialmente é de grande importância para os estudos geográficos-geomorfológicos. Esse conhecimento pode contribuir diretamente na elaboração de mapeamentos geotécnicos e geoambientais. A espacialização dos compartimentos do relevo possui um importantíssimo papel no planejamento urbano e ambiental, uma vez que pode orientar a expansão territorial urbana para locais onde não comprometam as nascentes dos canais fluviais que abastecem a cidade, ou que contribuía na escolha de áreas mais adequadas para implantação de aterro sanitários, evitando contaminação do solo e do lençol freático, etc. Uma das formas de se elaborar cartas geomorfológicas é por meio da estereoscopia digital, associada ao sensoriamento remoto e as geotecnologias. A estereoscopia pode ser considerada, por alguns pesquisadores, como a técnica e a arte que permite arranjar a visão estereoscópica de um objeto ou de um local, além de envolver o estudo dos procedimentos que tornam possíveis esses efeitos para uma melhor compreensão das formas superficiais da Terra. A estereoscopia digital tem agilizado a elaboração de mapeamentos em um curto “espaço” de tempo e associada a obtenção de imagens de satélite com alta resolução espacial que são disponibilizadas gratuitamente pelo programa Google Earth Pró. Assim, o objetivo deste trabalho foi caracterizar e espacializar os compartimentos geomorfológicos da bacia hidrográfica do Córrego São José para subsidiar reflexões teóricas-metodológicas aplicadas ao planejamento urbano e ambiental, demonstrando a viabilidade da utilização de estereoscopia digital por meio da técnica do anaglifo. Para tanto, foram utilizados os seguintes procedimentos metodológicos: a) Revisão bibliográfica sobre a cartográfica geomorfológica; b) Elaboração de cartas temáticas para subsidiar a espacialização dos compartimentos geomorfológicos da bacia hidrográfica, para isso foram utilizados imagens de satélites em composição RGB copiadas do acervo de imagens do aplicativo Google Earth, imagens SRTM resolução espacial 30 metros, o programas Google Earth Pró, StereoPhoto Maker, QGIS Corel Draw, além de técnicas de estereoscopia digital gerada a partir de anaglifos; c) Analise dos compartimentos geomorfológicos; d) Trabalhos de campo para fundamentar a caracterização e averiguação dos mapeamentos temáticos. O mapeamento mostrou que o relevo predominante na bacia é composto por colinas com topos amplos convexizados e alguns relevos do tipo tabuliformes. Foi possível identificar os seguintes compartimentos: a) Domínio dos topos amplos, suaves e ondulados das colinas, b) Domínio das vertentes côncavas, convexas e retilíneas, c) Domínio dos fundos de vale em V e em berço, d) Domínio dos topos estreitos e alongados dos relevos tabuliformes. Além disso, mapeou-se as cabeceiras de drenagem em anfiteatro, vertentes litólicas e rampas de colúvios, essas duas últimas feições estão associadas ao relevo tabuliforme da bacia. A utilização da estereoscopia digital associada a técnica do anaglifo e o emprego de imagens de satélite de alta resolução espacial permitiu a elaboração de um documento geomorfológico inédito no município de Ituiutaba. Esse documento associado ao relatório

1 Docente do Curso de Graduação em Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Geografia do Instituto de Ciências Humanas do Pontal – ICHPO, da Universidade Federal de Uberlândia – UFU, Ituiutaba/MG. Email [email protected]; 2 Acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Geografia do Instituto de Ciências Humanas do Pontal – ICHPO, da Universidade Federal de Uberlândia – UFU, Ituiutaba/MG. Email [email protected];

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analítico poderá subsidiar tomada de decisão do poder público e servir como base teórica e metodológica para futuras pesquisas, seja no âmbito da graduação ou da pós-graduação.

Palavras-chave: Anaglifo, estereoscopia digital, geomorfologia, espacialização, bacia hidrográfica,

THE USE OF ANAGLIFO FOR THE ELABORATION OF

CHARTER OF GEOMORPHOLOGICAL COMPARTMENTS: THE CASE OF WATERSHED OF THE STREAM SÃO JOSÉ-

ITUIUTABA / MG

Abstract: Knowing morphosculpture aspects and representing them spatially is of great importance for geographical and geomorphological studies. This knowledge can directly contribute for the elaboration of geotechnical and geoenvironmental mapping. The spatialization of the relief compartments has a very important role in urban and environmental planning, since it can guide the urban territorial expansion to places where they do not compromise the sources of the river channels that supply the city, or which contributed to the selection of more suitable areas for the implementation of landfills, avoiding soil and groundwater contamination and etc. One of the ways of elaborating geomorphological charts is through digital stereoscopy, associated with remote sensing and geotechnologies. Stereoscopy can be considered by some researchers as the technique and the art that allows arranging the stereoscopic vision of an object or a place, besides involving the study of the procedures that make these effects possible for a better understanding of the superficial forms of the Earth. Digital stereoscopy has expedited the development of mappings in a short space of time and associated with obtaining satellite images with high spatial resolution that are made available for free by the Google Earth Pro program. Thus, the objective of this work was to characterize and spatialize the geomorphological compartments of Córrego São José watershed to support theoretical-methodological reflections applied to urban and environmental planning, demonstrating the feasibility of using digital stereoscopy through the anaglyph technique. For this, the following methodological procedures were used: a) Literature review on the geomorphological cartography; b) Elaboration of thematic letters to subsidize the spatialization of the geomorphological compartments of the watershed, using images from satellites in RGB composition copied from the collection of images of the Google Earth application, SRTM images with 30 meters spatial resolution, the programs Google Earth Pró, StereoPhoto Maker, QGIS Corel Draw, in addition to digital stereoscopy techniques generated from anaglyphs; c) Analysis of the geomorphological compartments; d) Fieldwork to support the characterization and inquiry of thematic mappings. The mapping showed that the predominant relief in the watershed is composed of hills with broad convex tops and some tabuliform reliefs. It was possible to identify the following compartments: (a) dominance of broad, smooth and wavy tops of hills, (b) dominance of concave, convex and rectilinear slopes, (c) dominance of V-shaped bottom and cradle-shaped bottom, (d) dominance of narrow tops and elongated tabuliform reliefs. In addition, the headwaters of drainage were mapped in amphitheater, lithographic slopes and ramps of colluvium, these last two features are associated with the tabuliform relief of the watershed. The use of digital stereoscopy associated with the anaglyph technique and the use of high spatial resolution satellite images allowed the elaboration of an unpublished geomorphological document in Ituiutaba county. This document associated with the analytical report may support decision-making by the Public Authorities and serve as a theoretical and methodological basis for future research, whether at the graduation or postgraduation level.

Key-works: Anaglyph, digital stereoscopy, geomorphology, spatialization, watershed.

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Introdução

Conhecer aspectos morfoesculturais e representá-los espacialmente é de grande importância para os estudos geográficos-geomorfológicos. Esse conhecimento pode contribuir diretamente na elaboração de mapeamentos geotécnicos e geoambientais.

A espacialização dos compartimentos do relevo possui um importantíssimo papel no planejamento urbano e ambiental, uma vez que pode orientar a expansão territorial urbana para locais onde não comprometam as nascentes dos canais fluviais que abastece a cidade, ou que contribuía na escolha de áreas mais adequadas para implantação de aterro sanitários, evitando contaminação do solo e do lençol freático, etc.

Uma das formas de se elaborar cartas geomorfológicas é por meio da estereoscopia digital, associada ao sensoriamento remoto, a interpretação de imagens/fotointerpretação e as geotecnologias. Essas técnicas trabalhadas conjuntamente permitem realizar diferentes mapeamentos do espaço, apresentando como uma das possibilidades a extração de feições geomorfológicas para serem consideradas no planejamento urbano e ambiental.

A estereoscopia pode ser considerada, por alguns pesquisadores, como a técnica, que envolve um procedimento teórico-metodológico, que expressa uma determinada arte, que permite arranjar a visão estereoscópica (3D) de um objeto ou de um local, além de envolver o estudo dos procedimentos que tornam possíveis esses efeitos para uma melhor compreensão das formas superficiais.

Na atualidade, a estereoscopia digital associada a elaboração de anaglifos tem ganhado espaço nas pesquisas acadêmicas e agilizado a elaboração de mapeamentos em um curto “espaço” de tempo, pois essa técnica associada a obtenção de imagens de satélite com alta resolução espacial (disponibilizadas gratuitamente pelo programa Google Earth Pró) tem facilitado o acesso as fontes de imagens de alta resolução espacial, permitindo os estudos geográficos – geomorfológicos que privilegiam a escala de análise do local, como por exemplos áreas urbanas.

Diante disso, o objetivo deste trabalho foi caracterizar e espacializar os compartimentos geomorfológicos da bacia hidrográfica do Córrego São José para subsidiar reflexões teóricas-metodológicas aplicadas ao planejamento urbano e ambiental, demonstrando a viabilidade da utilização de estereoscopia digital por meio da técnica do anaglifo.

Discussão

As pesquisas geográficas-geomorfológicas possuem um papel fundamental na compreensão das dinâmicas que envolvem a interrelação sociedade e

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natureza e tem contribuído especialmente na orientação da tomada de decisões referentes ao planejamento urbano e ambiental em um município. Realizar mapeamentos privilegiando a escala de análise do local (grandes escalas cartográficas), pode contribuir na identificação de impactos socioambientais provocados pelas atividades promovidas pela sociedade.

“A sociedade vem desenvolvendo atividades que modelam o relevo em um curto período de tempo, induzindo ou acelerando processos naturais, como os erosivos ou degradando feições geomorfológicas como as cabeceiras de drenagem em anfiteatro onde estão grande parte das nascentes de cursos d’água” (PEDRO MIYAZAKI, 2017, p. 2).

Neste ponto de vista o ser humano pode ser considerado um dos principais agentes esculturadores do relevo, pois sua capacidade de alterar a forma do relevo é um fato, um exemplo disso são as minas de extração de minerais, onde parte de uma serra, de uma colina são totalmente destruídos, ficando no local um enorme cratera.

Diante disso, é preciso pensar em uma abordagem geográfica com ênfase nos estudos geomorfológicos que seja capaz de compreender e explicar a gênese de formas atuais do relevo, considerando a escala de detalhe e principalmente utilizando mapeamentos que priorizem as grandes escalas (inferiores a escala de 1: 60.000), pois podem subsidiar monitoramentos dos processos geomorfológicos, identificação de feições do relevo, localização das melhores áreas para expansão territorial urbana, identificar fragilidades, vulnerabilidades e potencialidades, contribuindo para o planejamento urbano e ambiental dos municípios (PEDRO MIYAZAKI, 2017, p. 2).

De acordo com a Comissão Nacional de Cartográfica (CONCAR), que é responsável pela atualidade e integridade da infraestrutura dos dados espaciais, foi diagnosticado que no Brasil uma defasagem de mapeamentos no território nacional. Existem lacunas cartográficas em determinadas regiões, estados e municípios de cartas bases com escala cartográfica adequada para cada nível grandeza analítica de um objeto de estudo. Essas lacunas cartográficas, sejam de aspectos naturais, sociais, econômicos entre outros, representam mais de trinta anos de defasagem, desde os grandes mapeamentos do RADAMBRASIL (na escala de 1:1.000.000 em todo o território nacional). O Brasil, basicamente, se encontra mapeado apenas na escala de 1:1.000.000 (escala de análise a nível nacional, com uma visão mais global). Isso tem contribuído para os altos índices de vazios cartográficos ou bases desatualizadas expressas principalmente pelas folhas topográficas existentes. Em relação aos dados quantitativos, os levantamentos nas escalas regionais e locais recobrem os seguintes percentuais do território brasileiro: 81% na escala de 1:25.000, 75% na escala de 1:100.000, 14% na escala de 1:50.000 e 1% na escala de 1:25.000 (CONCAR, 2015).

Diante dessa situação, torna-se extremamente importante que pesquisadores consigam reverter esse cenário, pois ainda existem municípios

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sem bases cartográficas adequadas para os estudos geográficos que privilegiam a análise mais detalhada do espaço geográfico.

Assim é importante que se busque alternativas técnicas, teóricas, metodológicas que possam embasar a elaboração de mapas e cartas como instrumentos de planejamento e gestão territorial, que sejam “compatíveis à realidade brasileira, pois se evidencia tal fato, pela crescente importância dos recursos computacionais cartográficos, como Sistemas de Informações Geográficas (SIG) e bancos de dados georreferenciados”, valorizando a acessibilidade de bases disponibilizadas gratuitamente via internet (RODRIGUES, ZAINE, 2015, p. 2).

Nesse sentido, a utilização de produtos obtidos por meio do sensoriamento remoto tornou-se um aliado nos estudos geográficos -geomorfológicos, pois é o responsável por gerar imagens de satélite com resolução espacial compatível as pesquisas que privilegiam a escala do local, além da interpretação de imagens e o método do anaglifo.

O que tem facilitado os estudos em municípios onde não existem bases cartográficas de grandes escalas foi o fácil acesso de imagens de satélite gratuitas disponibilizadas pelo programa Google Earth. Segundo Rodrigues e Zaine (2015, p. 2), o Google Earth vem atender essa premissa, pois é visto por muitos pesquisadores como uma “poderosa ferramenta de manipulação de dados digitais cadastrais (arquivos vetoriais e alfanuméricos) e provenientes de sensores remotos (imagens orbitais resoluções), com uma abrangência global”.

Outros autores demostram por meio de trabalhos científicos como é válido a utilização dos dados interpretados e disponibilizados pelo Google Earth. Lopes (2009) em sua dissertação de mestrado intitulada “Proposta Metodológica para validação de imagens de alta resolução do Google Earth para a produção de mapas”, descreve e avalia criteriosamente os dados interpretados pelo Google Earth, com um enfoque na validação de informações geométricas e registo das imagens de satélite de alta resolução espacial por meio do georreferenciamento. A pesquisa apontou que apesar das limitações calculadas estatisticamente, as imagens analisadas demostraram ser adequadas para o uso de mapeamento territorial, com nível de confiança de 95%, possuindo algumas ressalvas quanto ao registro.

Com a disponibilidade das imagens do Google Earth e a utilização de técnicas de Fotogrametria e Fotointerpretação é possível utilizar dois métodos indiretos para produzir a visão estereoscópica e assim ver as fotografias aéreas ou imagens de satélite em 3 dimensões (3D), sendo esses o estereoscópio e o anaglifo.

O primeiro método, estereoscópico, é o mais usado, uma vez que propicia um modelo melhor de ser observado e, por isso, conduz a medidas mais precisas, e cujos aparelhos são constituídos de lentes (estereoscópio de bolso) ou de um conjunto de lentes, prismas e espelhos (estereoscópio de espelhos),

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cuja visão tridimensional é obtida por meio de fotografias aéreas (DISPERATI; OLIVEIRA FILHO, 2005). Em muitos casos as fotografias aéreas com escalas grandes são inexistentes em alguns municípios, e para sejam realizadas uma cobertura de fotos de uma determinada área é necessário compra-las de empresas especializas, o gera um alto custo para o solicitante.

O segundo método é do anaglifo, que caracteriza uma solução mais simples, mais econômica e acessível para pesquisas que não possuem recursos financeiros para adquirir imagens de satélite ou fotografias aéreas que privilegiam grandes escalas. O anaglifo pode ser entendido como uma imagem ou figura resultante de um procedimento que envolveu a captura de duas imagens de um mesmo local, mas com um pequeno deslocamento (sentido direito e esquerdo), onde foram atribuídas cores falsas para cada imagem (verde e vermelho ou azul e vermelho), sendo posteriormente sobrepostas em superposição, ou de um par de fotografias aéreas ou de imagens de satélites, resultando assim no anaglifo. A imagem 3D é visualizada com a ajuda de um óculo com filtros. (DISPERATI; OLIVEIRA FILHO, 2005).

Para se extrair as feições geomorfológicas de um anaglifo, por exemplo, é necessário a interpretação desse produto. Para esse caso é muito importante utilizar a fotogeomorfologia assim como a fotogeologia, pois ambas possuem um papel importantíssimo para se extrair informações relevantes ao seu objeto de estudo. Segundo Ray (1963) a fotogeologia é uma técnica que envolve o uso de fotografias aéreas a partir da combinação de critérios de interpretação, relacionados as feições geológicas de interesse do geólogo. Na atualidade o avanço científico-tecnológico proporcionou a inserção de imagens de satélite que possuem alta resolução espacial nos estudos de fotointerpretação, permitindo um avanço no que se refere aos mapeamentos de objetos e locais da superfície terrestre.

Nesse sentido, para o geógrafo que trabalha com o relevo a fotogeomorfologia associada a imagens de satélite de alta resolução espacial veio auxiliar os estudos nas áreas urbanas. Assim, a fotogeomorfologia pode ser entendida como um conjunto de procedimentos analíticos e interpretativos de feições geomorfológicas que permitem o uso de fotografias aéreas ou de imagens de satélite para identificar formas do relevo, feições geomorfológicas (cabeceiras de drenagem em anfiteatro, rampas de colúvios, depósitos de tálus, erosões, etc.), além de combinar critérios que envolvam a observação das cores, das texturas, os diferentes tons, a diversidade de padrões, as formas, os tamanhos dos objetos, o exagero vertical e por fim a escala da imagem ou da foto.

Metodologias

Para a realização da pesquisa foi necessário organizar um cronograma de trabalho que envolveu algumas etapas.

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A primeira etapa contemplou o levantamento e a revisão bibliográfica sobre a cartográfica geomorfológica, estereoscopia, anaglifo, fotointerpretação entre outros. Esse levantamento foi realizado por meio de sites de revistas cientificas, Anais de eventos, acerco online de teses e dissertações vinculados a algumas universidades. Isso possibilitou a seleção de obras cientificas que fossem importantes para construir o embasamento teórico e metodológico.

A segunda etapa envolveu a elaboração do anaglifo para que fosse interpretado e obtido o produto final, a carta de compartimentos geomorfológicos. Para gerar o anaglifo foram utilizadas imagens de satélites em composição RGB copiadas do acervo de imagens do aplicativo Google Earth, imagens SRTM resolução espacial 30 metros, o programa Google Earth Pró. Para elaborar o anaglifo foi utilizado o programa StereoPhoto Maker, que permitiu atribuir a falsa cor (vermelho e azul) para cada uma das imagens que formam o par estereoscópico, além de realizar a sobreposição das imagens e a geração de uma única imagem. O programa QGIS foi utilizado para realizar o georreferenciamento do anaglifo, a partir de pontos de controle adquiridos em trabalhos de campo com GPS de navegação, também esse programa foi utilizado para extrair as feições geomorfológicas em formato vetorial, resultando na espacialização dos compartimentos do relevo. É importante ressaltar que para interpretar o anaglifo foi utilizado óculos com lentes de cor vermelha e azul, conhecido como óculos 3D.

Para que fosse possível interpretar os compartimentos geomorfológicos, bem como suas feições foram utilizados trabalhos científicos produzidos pelos autores Nunes, Freire, Peres, 2006; Pedro 2008; Nunes, Fushimi, 2010; Soares, Fujimoto, 2010; Tommaselli, 2011, Nunes et. al., 2012; Oliveira, Souza, 2012; Pedro Miyazaki 2016;

Os trabalhos de campo comtemplaram outra etapa da pesquisa, pois envolveram observações e reconhecimento da área de estudo em um primeiro momento da pesquisa e posteriormente a correção de feições geomorfológicas que apresentaram inconsistência com a realidade da paisagem e o mapeamento realizado. Também foi possível registrar partes dos compartimentos geomorfológicos e algumas feições durante os trabalhos de campo, o que contribui na exemplificação de cada elemento representado simbolicamente.

Resultados

O mapeamento envolvendo a tríade “estereoscopia digital, anaglifo e interpretação de imagens”, resultou em um documento cartográfico temático inédito da área de estudo na escala de análise local (grande escala), pois mostrou que o relevo predominante na bacia é composto por colinas com topos amplos convexizados e alguns relevos do tipo tabuliformes (Figura 01).

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Figura 01. Espacialização dos compartimentos geomorfológicos da bacia hidrográficas do

córrego São José – município de Ituiutaba/MG. Elaborado e Organizado pelos autores

Foi possível identificar 4 compartimentos geomorfológicos na bacia, sendo

esses os domínios dos topos, suaves e ondulados das colinas; os domínios das vertentes côncavas, convexas e retilíneas; os domínios dos fundos de cale em V e em berço ou manjedoura; os domínios dos topos estreitos e alongados dos relevos tabuliformes.

O domínio dos topos amplos, suaves e ondulados das colinas, apresentam-se configurados em forma de um espigão divisor de águas das bacias hidrográficas do Ribeirão São Lourenço (leste) e dos córregos do Café e da Onça (oeste), distribuindo as águas pluviais para as bacias. Que em alguns locais se apresentam bastante amplos e em outros mais estreitos. Os topos amplos são geralmente as formas mais apropriadas para instalação de loteamentos e alguns empreendimentos. No caso da cidade de Ituiutaba esses topos foram sendo apropriados e ocupados ao longo da constituição da área urbana, com o advento de uma declividade pouco acentuada permitiu uma intensa ocupação, já que os investimentos em terraplanagem e contenção de taludes não exigiam tanto investimento.

Em relação ao domínio das vertentes côncavas, convexas e retilíneas, podem ser identificadas por toda a bacia. Cada uma das formas influenciam o

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escoamento superficial e a infiltração das águas pluviais, e apesar da sua alta complexidade quando estudado a dinâmica/funcionamento de uma vertente algumas abordagens podem nos ajudar a compreende-las como a do balanço de denudação e a dinâmica de vertentes como um sistema aberto (PEDRO MIYAZAKI, 2019). Alguns estudos analisam as vertentes a partir da forma do comprimento de rampa e processos que podem ocorrer durante e após as chuvas (PEDRO MIYAZAKI, 2017). A vertente quando possui o comprimento de rampa convexo é capas de dispersar as águas provocando algumas erosões em forma de sulcos e ravinas. As vertentes côncavas podem apresentar um escoamento de forma concentrada em determinados pontos, isso facilita a infiltração e a percolação no solo, a feição erosiva mais comum de ser encontrada é a ravina. Por fim, as vertentes retilíneas da bacia possuem um comprimento de rampa bastante longo, isso contribui para o aumento da velocidade do escoamento superficial, o que pode contribuir para a formação de episódios temporários de alagamentos, inundações, erosões, solapamento de margens dos córregos quando atingem os fundos de vales. As vertentes, seja sua forma convexa, côncava ou retilínea, quando ocupada sofre uma série de intervenções, isso devido a forma concebida e enraizada do modelo de implantação de loteamentos e empreendimentos no Brasil, pois para se obter um nivelamento do terreno são realizados cortes nas vertentes e aterros (processo de terraplanagem), além de deixar exposto o solo (que provoca erosões e carreamento de sedimentos para as áreas de fundos de vale), quanto maior a inclinação da vertente, maior o nível de interação na sua forma

No domínio dos fundos de vale em V e em berço ou manjedoura foi possível identificar diferentes feições geomorfológicas. A primeira pode ser exemplificada pelos fundos de vale em V, que são mais encaixados devido a força erosiva do canal fluvial, sendo uma das características a forte declividade do terreno. A segunda feição identificada se trata da planície aluvial ou de inundação, essa possui a forma de seus vales em berço ou manjedouras, sendo mais largos e planos, ou seja, menos encaixados. Algumas planícies são marcadas por apresentar grande quantidade de sedimentos e uma vegetação rasteira de gramíneas e outras apresentando uma vegetação mais exuberantes sendo identificadas na área de estudo como veredas. A ocupação desse compartimento geomorfológico na área de estudo tem refletido na paisagem urbana uma intensa transformação tanto na sua configuração (aparência quando a flora é totalmente alterada e a fauna é quase extinta), quanto na sua funcionalidade (processos que ocorrem no local e a interrelação fauna-flora), cujo destaque são ações de desmatamento, a retificação do canal fluvial e a canalização aberta. Na bacia hidrografia é possível identificar canais fluviais que passaram por um processo de urbanização, sendo alguns possuindo canalização fechada e outros aberta. O assoreamento, o esgoto clandestino, desmatamento e a impermeabilização estão comprometendo diretamente a qualidade de vida da população e do próprio ambiente da bacia, pois a forma (modelo de ocupação) como o ser humano vem se apropriando e ocupando o relevo não tem levado em consideração a dinâmica natural dos processos geomorfológicos, hidro geográficos, climáticos, geológicos, pedológicos etc.

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O domínio dos topos estreitos e alongados dos relevos tabuliformes possuem as altitudes mais elevadas na bacia. Essas formas são pouco representativas espacialmente, mas se destacam na paisagem principalmente pelo fato de possuir remanescente do bioma Cerrado. Atualmente esse tipo de relevo tem sido ocupado por pecuária extensiva associada a vegetação natural do Cerrado, com presença de algumas plantas invasoras e tem sido degradado principalmente por meio do desmatamento, queimadas antrópicas e descarte de resíduos sólidos/líquidos em alguns locais.

Também foram identificadas na área de estudo feições geomorfológicas como as cabeceiras de drenagem em anfiteatro, vertentes litólicas e rampas de colúvios, essas duas últimas feições estão associadas ao relevo tabuliforme da bacia. Essas feições serão incorporadas ao mapeamento da bacia em próximos trabalhos.

Conclusões

A utilização da estereoscopia digital associada a técnica do anaglifo e o emprego de imagens de satélite de alta resolução espacial, privilegiando as grandes escalas, permitiu a elaboração de um documento geomorfológico inédito no município de Ituiutaba.

O fácil acesso e o baixo custo para elaboração desse tipo de mapeamento são importantíssimos para os municípios que carecem de produtos cartográficos temáticos para subsidiar o planejamento urbano, ambiental e territorial. Esse fato pode contribuir para que áreas onde existam lacunas ou vazios cartográficos, principalmente quanto aos aspectos geomorfológicos, possam ser preenchidas.

Esse documento associado ao relatório analítico poderá subsidiar tomada de decisão do poder público e servir como base teórica e metodológica para futuras pesquisas, seja no âmbito da graduação ou da pós-graduação.

Referências Bibliográficas

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