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O vale de suicidas em revista 15

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O progresso tecnológico facilmente visto na vida física determinou na vida extrafísica ou espiritual algumas mudanças que serão estudadas neste livro. Se apoiando na psicanálise, o livro mostra a importância da Inconsciência Coletiva, já que através de estudos foram vistas as influências da moral coletiva sobre as tendências individuais. Assim sendo, pode ser despertada uma nova visão de como o uso da liberdade individual que se é conhecida como democracia pode refletir no conjunto do comportamento geral.

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O vale de suicidas em revista

São Paulo - 2016

Copyright © 2016 by Editora Baraúna SE Ltda.

Capa Jacilene Moraes

Diagramação Felippe Scagion

Revisão Patrícia de Almeida Murari

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

________________________________________________________________K44v

Kenutsen, Alberto O vale de suicidas em revista / Alberto Kenutsen. - 1. ed. - São Paulo: Baraúna, 2016.

ISBN 978-85-437-0517-0

1. Filosofia e religião. 2. Teologia. 3. Filosofia. II. Título.

16-30209 CDD: 210 CDU: 2-1________________________________________________________________02/02/2016 02/02/2016

Impresso no BrasilPrinted in Brazil

DIREITOS CEDIDOS PARA ESTAEDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.EditoraBarauna.com.br

Rua da Quitanda, 139 – 3º andarCEP 01012-010 – Centro – São Paulo – SPTel.: 11 3167.4261www.EditoraBarauna.com.br

Todos os direitos reservados.Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem a expressa autorização da Editora e do autor. Caso deseje utilizar esta obra para outros fins, entre em contato com a Editora.

Sumário

Nada há de novo nos horizontes da morte . . . . . . . . . 9

01 - A clientela ausente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

02 - A inconsciência coletiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

03 - A atuação da psicologia coletiva . . . . . . . . . . . . 17

04 - A doutrina da libertação . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

05 - Os tambores da comunicação . . . . . . . . . . . . . . 23

06 - O reino das sombras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

07 - Que se dizer da alma coletiva . . . . . . . . . . . . . . 30

08 - O que são as obsessões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

09 - Algo sobre a prodigalidade . . . . . . . . . . . . . . . . 36

10 - O que se dizer das criações mentais . . . . . . . . . . 40

11 - O mecanismo do recalcamento . . . . . . . . . . . . 43

12 - Sobre as especializações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

13 - O consciente e o inconsciente . . . . . . . . . . . . . . . 51

14 - A efetivação do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

15 - O sonho como informação do inconsciente . . . 57

16 - Do mecanismo anímico à mediunidade . . . . . . 60

17 - O desejo inconsciente nos sonhos . . . . . . . . . . . 64

18 - Sobre a terapêutica hipnótica . . . . . . . . . . . . . . 67

19 - O drama da indefinição sexual . . . . . . . . . . . . . 70

20 - A busca psíquica da normalidade. . . . . . . . . . . . 74

21 - Os quadros mentais depressivos. . . . . . . . . . . . . 78

22 - Os cursos de guardião . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81

23 - O tenebroso vale dos suicidas . . . . . . . . . . . . . . 84

24 - A síndrome doméstica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88

25 - O que dizer da obra criativa . . . . . . . . . . . . . . . 92

26 - As leis austeras dos guardiões . . . . . . . . . . . . . . . 95

27 - As sociedades internacionais de psicologia . . . . 98

28 - Diga-se que todos somos criadores . . . . . . . . . 102

29 - A velocidade escalar do desenvolvimento . . . . . 105

30 - A visão parabólica no ato da criação . . . . . . . . 109

31 - Os executivos de talião . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112

32 - A revolução tecnológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115

33 - As transformações fisiológicas . . . . . . . . . . . . . 118

34 - O cooperativismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121

35 - Como se comporta a memória sexual . . . . . . . 125

36 - As cooperativas indígenas . . . . . . . . . . . . . . . . 129

37 - O trato analítico dos atos falhados. . . . . . . . . . 133

38 - Os deuses ocultos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136

39 - A dança do acasalamento . . . . . . . . . . . . . . . . 139

40 - Aversões e inversões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142

41 - Os guardiões austeros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145

42 - Recalcamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148

43 - A escalada dos temperamentos . . . . . . . . . . . . 151

44 - O caminho espírita para a salvação . . . . . . . . . 154

45 - A metamorfose ambulante . . . . . . . . . . . . . . . 158

46 - A teoria dos humores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161

47 - A seleção natural das espécies . . . . . . . . . . . . . 164

48 - A seleção natural dos humanos . . . . . . . . . . . . 168

49 - Os processos de transformação . . . . . . . . . . . . 171

50 - Uma revolução que continua . . . . . . . . . . . . . 174

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NADA Há DE NoVo NoS HoriZoNTES DA morTE

O progresso tecnológico facilmente visto na vida fí-sica determinou na vida extrafísica ou espiritual algumas mudanças que serão aqui estudadas. Os boiadeiros se-guirão na frente recebendo os bezerros ainda novos para criar, de igual modo como nós recebemos os filhos para cuidar, sendo que já entre os pequenos boiadeiros é fácil encontrar-se modelos para essa redação. Ao romper do dia, eles ganham a estrada, hoje de caminhão, para as feiras distantes, onde o gado será negociado. Levam trin-ta, cinquenta ou mais cabeças de porte adulto, e ao en-tardecer, trazem cem ou duzentos garrotes de pequeno e médio portes, todos tomados como filhos para cuidar. A mecanização torna difícil de notar o carinho com que são recebidas “as crianças”, porém é possível ver-se ao longo dos meses gastos em fainas especializadas desenvolvidas com os animais destinados ao corte.

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Os peões de boiadeiro, como são chamados, dor-mem ao lado deles quando estão doentes, banham-se com eles nas lagoas com cenas alegres vistas em família e tocam os seus berrantes saudosos como se fosse pela última vez, com cenários iguais aos vistos nos velórios, onde acompanhamos os funerais dos entes bastante que-ridos. As comitivas de boiadeiros, todavia, são tradicio-nais. Das longas jornadas em busca das reses selvagens só restaram os berrantes, hoje vistos como ornamento de boleia. Os boiadeiros, no entanto, serão os mesmos, hoje com novas roupagens. No passado enfrentavam os carrascais nos resgates de cabeças estouradas, mas hoje seus novos compromissos os mandam afundar-se no carrascal magnético para resgatarem os infelizes suicidas que sem a noção do tempo julgam-se condenados eter-namente. Contudo, como os demais guias da Umban-da, os boiadeiros também se submetem ao exercício de recuperação de todos os retidos no “vale dos suicidas”, até que venham a nascer regenerados.

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01 - A CLiENTELA AuSENTE

Tivemos a oportunidade de observar a impor-tância da Inconsciência Coletiva tornada transparen-te por Carl Gustavo Jung (1875-1961). Foram vistas as influências da moral coletiva sobre as tendências individuais. Conhecemos a formação de uma massa psicológica artificial na conduta particular dos indiví-duos que em dadas circunstâncias acabam por reunir--se em um mesmo fato de conduta histórica. Vimos o porte vigoroso da opinião pública se projetar sobre a conduta individual, burlando interesses particulares. E descobrimos assim a patente natural que fixa por tempo indeterminado a grande população do “vale dos suicidas”. Entretanto, devo salientar que este vale não é físico, mas mental, como vemos por aí uma multidão abaixo da linha de pobreza.

Vejamos agora a exemplificação numerosa, mas dois deles serão suficientes: os fumantes e os alcoólatras. Não

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todos certamente, mas aqueles que arrastam consigo uma parcela apreciável de infortúnios sociais sem conta. E com isso, cabe-nos rever a história para mostrar como po-dem as condutas de particulares se projetarem no coletivo e, assim, sabermos que as nossas mudanças particulares influem como partes integrantes na conduta dos demais.

O Senhor Winston Leonard Spencer Churchil (1874-1965) na direção do Almirantado Inglês, encon-trou já em execução um procedimento naval destinado a conter o avanço nazifascista sobre a Europa. Desde 1914, a marinha de guerra punha a pique os navios mercan-tes que transportavam alimentos e no compasso em que ia bloqueando os portos europeus, possibilitou o surgi-mento das agências imigratórias em todo o continente, conduzindo para as Américas um grande contingente dos que fugiam dos conflitos militares para não morrerem de fome. Uma história bastante conhecida que trouxe para o novo mundo um desenvolvimento sem precedentes.

De igual modo, essas notícias podem despertar em nós uma nova visão de como o uso da liberdade indi-vidual que conhecemos como democracia pode refletir no conjunto do comportamento geral. Serão poucos ou não os indivíduos que assumem a liderança dos povos, mas não deixam de ser importantes. Tanto quanto se destaca nos dias de hoje a conduta genital que assusta a tanta gente. A geração de filhos, antes proposta, agora é rejeitada. E por vários motivos, homens que não chegam a ser homens, e mulheres que se negam a ser mulheres. Ambos ficam no meio do caminho, e embora estejam em direção inversa, não deixam de mostrar-se em movi-

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mento de valores compatível com a química de Lavoisier (1743-1794), com a biologia de Darwin (1809-1882) e com os discursos de Rousseau (1712-1778), formando a clientela presente nos consultórios neurológicos que for-neceram a Freud (1856-1939) o material fundamental para a criação da psicanálise.

A escolha do sexo passará a ser um capítulo novo em todo o histórico evolutivo conhecido até agora. A repercussão social também se mostra profundamente ofendida. Tendo-se isso assim discorrido, podemos ouvir nas delegacias de polícia e nos hospitais, nos consultórios médicos e nas estatísticas, o clamor de um desconforto que deseja rever os antigos “flirts” desdenhados como ri-dículos nos dias atuais. A topografia genital e a formação da família reclamarão sempre e devem assumir a sua po-sição, socializando a economia dos afetos nos reflexos que Karl Heinrich Marx (1818-1883) com certeza percebeu. Será o despertamento dos ociosos que Veblen (1857-1929) não viu e que nas vidas sucessivas terão como las-tro evolutivo incontestável o conhecimento da própria participação individual ao ato da criação. A imortalidade e a reencarnação serão igualmente as duas pás de cal, de-positadas sobre o arcabouço já carcomido dos conceitos antigos. Novas literaturas serão colocadas conduzindo a responsabilidade do cidadão na direção de sua família. O sexo será conduzido de outra forma, dentro de outro código de leis ao longo de novos dias, voltando sempre ao interior da família “para a continuidade da espécie”.

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02 - A iNCoNSCiÊNCiA CoLETiVA

Como foi visto, Winston Churchil (1874-1965) usando de suas atribuições no Almirantado Inglês manteve o programa naval de colocar a pique os navios mercantes europeus a fim de cortar as linhas de supri-mento das tropas nazistas e fascistas de Hitler (1889-1945) e Mussolini (1883-1945). O social nacionalis-mo era mais perigoso para a economia ocidental que o Comunismo de Karl Marx (1818-1883). O pensa-mento de Churchil seguiu a voz comum da imprensa mundial que pregava a democracia desde a Revolução Francesa ou “LIBERTÉ, EGALITÉ ET FRATERNI-TÉ”. Com isso, todos os países americanos de norte a sul entraram na guerra, como dizem os fatos, cortan-do as linhas de suprimento na Europa, como o Brasil que enviou aviões para interromper o transporte de alimentos no norte da Itália, provocando a fome geral dos militares e dos paisanos.

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Junto com os militares de Hitler, também o povo comum italiano sofreu com a guerra, e um grande contingente não subordinado a Mussolini (1883-1945) veio para cá, trazendo consigo um surto de progresso nunca visto, como as fábricas de tecidos que antes eram importados da Inglaterra. Os ingleses perderam o mercado dos tecidos em todas as Américas, é o que disseram os fatos. Tática militar? Não. O que se viu foi tão somente a ação da inconsciência coletiva, irrefletida e inconsciente.

O progresso têxtil foi crescendo e as mulheres, tornando-se artesãs têxteis, deixaram o fogão. O sexo degringolou-se na banalidade e os consultórios neurológicos levaram a Freud uma clientela numerosa, fornecendo-lhe o material de análise com que foi elaborado todo o programa psicanalítico. Sobra-nos aí descrever o conceito da “inconsciência coletiva” criado por Carl Gustav Jung (1875-1961). Com isso colocado, entende-se, nas práticas individuais, a sombra da conduta coletiva influindo poderosamente nos hábitos particulares. O poder criativo de nossa mente dará vitalidade também aos hábitos nocivos, na proporção direta com os comandos culturais aí encontrados e vivenciados. É de se calcular, neste ponto, que os modelos culturais são infinitos, e todos eles, no entanto, oferecem-nos excelentes programas de aprendizado, dependendo sempre de escolhermos o que há de melhor entre os modelos, e como exemplo, segundo Jung, podemos afirmar que os hábitos sexuais masculinos estarão sendo movidos pelo oposto feminino, carreando consigo um extenso programa da conduta incerta, admitida e cultivada por uma parcela da