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O VERDADEIRO ENSINAMENTO Percepção e Aplicação
A sabedoria divina organiza tudo com tanta perfeição que, não só os bons, mas também os maus, concorrem
para a mesma finalidade:
O bem comum e a felicidade de todos.
Não devemos só aos espíritos elevados (nossos protetores)
o nosso progresso.Devemo-lo também aos que nos tentam, molestam e atribulam.
A psicologia da tentação funda-se nas falhas e senões do nosso
caráter. Cada um de nós é tentado através das fraquezas próprias a cada um.
Se fossemos perfeitos estaríamos inacessíveis pelas tentações.
Mesmo as pessoas que, aparentemente, não demonstram ter defeitos, são
envolvidas pelos espíritos “indesejáveis”, que descobrem a
brecha, e atingem certeiramente o alvo.
Até mesmo os rinocerontes, quase invulneráveis às armas de fogo, possuem um ponto vulnerável, descoberto pelos caçadores = o
focinho.
Assim procedem os tentadores do espaço, quando querem fazer suas
caçadas entre nós.
Eles pressentem nossas fraquezas como as aves da rapina farejam, de longe, a carne em decomposição.
O espíritos sem esclarecimento, no entanto, nos dão a oportunidade de nos inteirarmos e convencermos de que somos realmente portadores de
tais ou quais imperfeições.
Os “indesejáveis” procedem como os caricaturistas, com a diferença de que estes exageram os senões
físicos, enquanto eles exageram os senões
morais ou psíquicos.
Fazendo um paralelo aos caricaturistas...
Os “caricaturistas espirituais” acirram nossas tendências
pecaminosas, incitam e fomentam tudo que podem encontrar em nós
de inconfessável e vil.Dando às nossas paixões egoísticas
desmesurada expansão.
Fazendo um paralelo aos caricaturistas...
Não há rinoceronte sem focinho e nem Aquiles sem calcanhar.
Quando nos apercebemos, já é tarde: caímos na tentação.
Basta duvidar do conselho do Mestre: Orai e Vigiai, para que tal nos
aconteça.
Passada a tormenta, serenado o nosso ânimo e acalmada a fúria das
paixões, ficamos confusos e envergonhados da figura que fizemos, vendo, refletida no
espelho da consciência, a nossa caricatura moral !
E tantas vezes sucede, que acabamos por conhecermos a nós mesmos, condição essa essencial
para a obra de nossa regeneração e aperfeiçoamento.
Iniciamos então, a corrigir as desarmonias de caráter, a fim de não sermos mais atingidos pelos “indesejáveis”, que, pretendendo
tentar-nos, acabam por nos prestar um dos mais relevantes serviços.
Oremos, pois, em favor dos nossos caricaturistas, e louvemos ao Senhor que tudo organizou e
dispôs, visando ao nosso bem e ao nosso progresso.
Jesus sempre ensinou através de parábolas, a fim de melhor
interessar e impressionar aos seus ouvintes.
E o nosso progresso deve ser buscado em todos os momentos...
Da mesma forma que para saborearmos os frutos despojamo-los de seus respectivos envoltórios,
da mesma sorte para envolver o espírito ao entendimento das
parábolas, temos que despojá-lo da letra que a envolve.
E o nosso progresso deve ser buscado em todos os momentos...
Jamais se viu alguém pretender que o trabalho em descascar o
fruto, não compense o proveito que dele tiramos, já como alimento e já
como portador de vitaminas essenciais a saúde e a vida do
corpo.
E o nosso progresso deve ser buscado em todos os momentos...
Outros há, extravagantes, que comem qualquer fruta com casca, e querem convencer os outros de que
é assim que devem comê-la.
E o nosso progresso deve ser buscado em todos os momentos...
Estas pessoas desprezam o espírito que vivifica e pregam a letra que mata. Ainda não experimentaram o legítimo paladar das parábolas de Jesus, cheias
de doçura e aroma, visto como insistem em comer qualquer fruta
com casca!
E o nosso progresso deve ser buscado em todos os momentos...
Errar é humano.Permanecer, porém, no erro, tornar-se contumaz nesta ou
naquela falta, escravizar-se aos maus hábitos é, realmente, uma
desonra para o homem.
E qual é a necessidade do momento?
Não é, portanto, o erro que nos degrada: é a submissão ao seu
domínio.Deixar de reagir contra as próprias
imperfeições é sinal evidente de fraqueza moral.
E qual é a necessidade do momento?
Ser tentado não é vergonha. O que afeta a nossa dignidade é cair
na tentação. A tentação nobremente vencida
contribui para a consolidação do caráter, porque desenvolve as
energias anímicas.
E qual é a necessidade do momento?
O mal não está propriamente na tentação, mas na queda.
Caso contrário ter-nos-ia Ele nos ensinado a suplicar que a
Providência nos eximisse de tentações.
E qual é a necessidade do momento?
O homem progride e melhora, agindo, lutando.
Impedir-lhe o passo, nesse terreno, é um crime.
É preciso deixá-lo errar, para que aprenda a acertar.
E qual é a necessidade do momento?
Se Deus quisesse, teria criado o homem perfeito, mas não o fez.
Criou-o perfectível, facultando-lhe meios e oportunidade de
aperfeiçoar-se.
E qual é a necessidade do momento?
A História da Humanidade tem sido a eterna luta de raça contra raça,
nacionalidade contra nacionalidade, povo contra povo,
igreja contra igreja, indivíduo contra indivíduo.
Este problema angustioso só tem uma solução, que é aquela
apontada por Jesus ao seus primitivos discípulos e da qual Ele
deu o mais edificante exemplo: a renúncia de si mesmo pelo bem
coletivo.
Só a responsabilidade com nossa própria vida resolve
satisfatoriamente os problemas capitais de nossa existência.