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OÁSIS #174 EDIÇÃO RIR É O MELHOR REMÉDIO OS BENEFÍCIOS DO BOM HUMOR E DO RISO PARA A SAÚDE QUEM VAI SOBRAR? No final, só restará na Terra um organismo vivo. Minúsculo BRINCAR NA NEVE, AOS PÉS DO VULCÃO No Chile, Pucón se afirma como destino para brasileiros SALVEM OS OCEANOS, ALIMENTEM O MUNDO! Bióloga marinha discute a fome mundial

Oásis - Brasil 24/7 · O L O G RIR É O MELHOR REMÉDIO IA Os benefícios do bom humor e do riso para a saúde. OáSIS. PsiCologia eu senso de humor é uma das ferramen-tas mais

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Oásis#174

Edição

RIR É O MELHOR REMÉDIO os bEnEfícios do bom humor

E do riso para a saúdE

QUEM VAI SOBRAR?no final, só restará na Terra um organismo vivo. minúsculo

BRIncAR nA nEVE, AOS péS dO VUlcãOno chile, pucón se afirma como destino para brasileiros

SAlVEM OS OcEAnOS, AlIMEntEM O MUndO!bióloga marinha discute a fome mundial

2/47OáSIS . Editorial

por

Editor

PEllEgriniLuis

A dmirador desde sempre da arte budista, sempre me intrigou, em todas as vertentes dessa escola de sabedoria, a enorme quanti-dade de representações do Buda nas quais ele aparece sorrindo

ou entregue a uma total gargalhada. Hoje, entendo um pouco melhor o significado dessas iconografias: ele é de caráter nitidamente espiritual. Com efeito, um estado psíquico de contentamento pacífico, tranquilamente alegre e bem humorado é um dos objetivos fundamentais de todas as técnicas de desenvolvimento espiritual dignas desse nome. nada atrapalha mais a realização espiritual do que a permanência excessiva no interior de estados depressivos, de tristeza e melancolia mórbidas.

nos últimos tempos, é a própria pesquisa científica que vem corroborar essas colocações, ao comprovar os benefícios do bom humor e do riso para a saúde física e psíquica.

o bom humor é contagiante. o som de gargalhadas é muito mais con-tagioso do que qualquer tosse, fungada ou espirro. Quando o riso é

O risO é um pOderOsO antídOtO para O estresse, a dOr e O cOnflitO. nada funciOna de mOdO mais rápidO Ou cOnfiável para trazer O cOrpO e a mente de vOlta aO

equilíbriO dO que uma bOa risada

OáSIS . Editorial

por

Editor

PEllEgriniLuis

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compartilhado, une as pessoas e aumenta a felicidade e a intimidade. o riso também desencadeia mudanças físicas saudáveis no organismo. o hu-mor e o riso fortalecem seu sistema imunológico, aumentam sua energia, diminuem a dor e protegem você contra os efeitos nocivos do estresse. Melhor que tudo, esse medicamento que não tem preço é divertido, livre e fácil de usar.

o riso é um poderoso antídoto para o estresse, a dor e o conflito. nada funciona de modo mais rápido ou confiável para trazer o corpo e a mente de volta ao equilíbrio do que uma boa risada. o humor ilumina seus far-dos, inspira esperança, conecta você com os outros e o mantém ligado à terra, concentrado e alerta.

Com tanto poder de curar e renovar, a capacidade de rir com facilidade e grande frequência é um tremendo recurso para superar os problemas, melhorando seus relacionamentos, e dar suporte à saúde física e emocio-nal.

Por todas essas razões, e muitas outras, escolhemos o tema do poder do riso para nossa matéria de capa. Confira. E saiba como o riso provoca a liberação de endorfinas, substâncias químicas associadas ao bem-estar. as endorfinas promovem uma sensação geral de bem-estar e podem até ali-viar temporariamente a dor. Portanto, melhor não economizar as risadas.

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RIR É O MELHOR REMÉDIOOs benefícios do bom humor e do riso para a saúde

OáSIS . PsiCologia

eu senso de humor é uma das ferramen-tas mais poderosas que você tem para se certificar de que seu humor e seu estado emocional diários dão suporte à boa saú-de”, diz Paul E. McGhee, atual presidente da The Laughter Remedy, de Wilmington, Delaware, EUA. O riso é um poderoso antídoto para o es-

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O bom humor é contagiante. O som de gargalhadas é muito mais contagioso do que qualquer tosse, fungada ou espirro. quando o riso é compartilhado, une as pessoas e aumenta a felicidade e a intimidade. O riso também desencadeia mudanças físicas saudáveis no organismo. O humor e o riso fortalecem seu sistema imunológico, aumentam sua energia, diminuem a dor e protegem você contra os efeitos nocivos do estresse. melhor que tudo, esse medicamento que não tem preço é divertido, livre e fácil de usar

Por: EquiPE oásis

tresse, a dor e o conflito. Nada funciona de modo mais rápido ou confiável para trazer o corpo e a mente de volta ao equilíbrio do que uma boa risada. O humor ilumina seus fardos, inspira esperança, conecta você com os outros e o mantém ligado à terra, concentrado e aler-ta.

Com tanto poder de curar e renovar, a capaci-dade de rir com facilidade e grande frequência é um tremendo recurso para superar os pro-blemas, melhorando seus relacionamentos, e dar suporte à saúde física e emocional.

O riso é bom para a saúde

O riso relaxa o corpo inteiro. Uma boa risada alivia a tensão física e o estresse, deixando seus músculos relaxados por até 45 minutos depois.

O riso estimula o sistema imunológico. Ele reduz a liberação dos hormônios do estresse e aumenta o número de células imunes e anti-corpos que combatem as infecções, melhoran-do assim sua resistência às doenças.

O riso provoca a liberação de endorfinas, subs-tâncias químicas associadas ao bem-estar do corpo. As endorfinas promovem uma sensação geral de bem-estar e podem até aliviar tempo-rariamente a dor.

O riso protege o coração. Ele melhora a função

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dos vasos sanguíneos e au-menta o fluxo sanguíneo, aju-dando a proteger você contra um ataque cardíaco e outros problemas cardiovasculares.

Os benefícios do riso

Benefícios físicos para a saúde

• Aumenta a imunidade• Reduz os hormônios do

estresse• Diminui a dor• Relaxa os músculos• Previne doenças cardíacas

Benefícios mentais para a saúde

• Acrescenta alegria e entusiasmo à vida• Reduz a ansiedade e o medo• Alivia o estresse• Melhora o humor• Amplia a resiliência

Benefícios sociais

• Fortalece relacionamentos• Atrai outras pessoas para nós • Aprimora o trabalho em equipe• Ajuda a resolver conflitos• Promove a união do grupo

O riso e o bom humor ajudam você a ficar emocionalmente saudável

O riso faz você se sentir bem. E a boa sensação que experi-menta quando ri permanece com você, mesmo depois que o riso diminui. O bom humor o ajuda a manter uma visão otimista e positiva diante de situações difíceis, decepções e perdas.

Mais do que apenas um alívio perante a tristeza e a dor, o riso lhe dá coragem e força para encontrar novas fontes de significado e esperança. Mesmo nos tempos mais difíceis,

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um riso – ou até mesmo um simples sorriso – pode fazer você se sentir melhor. E o riso é realmente contagiante – basta ouvir um para ativar seu cérebro e preparar você para sorrir e se divertir.

A ligação entre o riso e a saúde mental

O riso dissolve emoções angustiantes. Você não pode sentir--se ansioso, irritado ou triste quando está rindo.O riso o ajuda a relaxar e recarregar-se. Ele reduz o estresse e aumenta a energia, permitindo-lhe manter o foco e reali-zar mais.

O bom humor muda a perspectiva, permitindo que você veja as situações de modo mais realista e menos ameaçador. Uma perspectiva bem-humorada cria distanciamento psi-cológico, que pode ajudá-lo a evitar se sentir sobrecarrega-do.

Os benefícios sociais do humor e do riso

O bom humor e a comunicação divertida fortalecem nossas relações ao desencadear sentimentos positivos e promo-ver a conexão emocional. Quando rimos com outra pessoa, uma ligação positiva é criada. Ela funciona como um forte amortecedor contra o estresse, as divergências e a decepção.

Rir com os outros é mais poderoso do que rir sozinho

Criar oportunidades para rir

• Assista a um filme ou programa de TV engraçado.

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• Vá a um clube de comédia.• Leia as páginas de cartuns e piadas.• Procure pessoas engraçadas.• Compartilhe uma boa piada ou uma história engraçada.• Confira a seção de humor da sua livraria.• Convide os amigos para um jogo ou uma reunião em sua

casa.• Divirta-se com seu animal de estimação.• Divirta-se com as crianças.• Faça alguma coisa boba.• Arranje tempo para atividades divertidas (por exemplo,

boliche ou karaokê).

O riso compartilhado é uma das ferramentas mais eficazes para manter as relações vivas e emocionantes. Todo com-

partilhamento emocional constrói laços de relacionamento fortes e duradouros, mas compartilhar o riso e a diversão também acrescenta alegria, vitalidade e resistência. E o humor é uma maneira poderosa e eficaz para curar ressentimentos, desavenças e má-goas. O riso une as pessoas em momentos difíceis.

Incorporar mais humor e diversão em suas interações diárias pode melhorar a qualidade de suas relações com os entes queridos, bem como suas conexões com os colegas de tra-balho, familiares e amigos. Usar o humor e o riso nos relacionamentos permite:

Ser mais espontâneo. O bom humor o afasta de seus problemas.

Deixar de lado a postura defensiva. O riso o ajuda a esquecer julgamentos, críticas e dúvidas.

Soltar inibições. Seus temores e resistências são postos de lado.Expressar seus verdadeiros sentimentos. Emoções profundas são autorizadas a aflorar.

Trazer mais humor e risos à sua vida. Quer mais risa-das em sua vida? Arranje um animal de estimação...A maioria de nós já experimentou a alegria de brincar com um amigo peludo, e animais de estimação são uma forma gratificante para trazer mais risos e alegria à sua vida. Mas você sabia que ter um animal de estimação é bom para a sua

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saúde física e mental? Estu-dos mostram que os animais podem protegê-lo da depres-são, estresse e até mesmo doenças cardíacas.

O riso é seu direito de nas-cença, uma parte natural da vida. Crianças começam a sorrir nas primeiras semanas de vida e riem em voz alta alguns meses após nascerem. Mesmo se não cresceu em um lar onde o riso era um som comum, você pode aprender a rir em qualquer fase da vida.

Principie separando momen-tos especiais para buscar o humor e o riso, como você poderia fazer com o trabalho externo, e construa-os a partir daí. Futuramente, você vai querer incorporar o humor e o riso à estrutura da sua vida, encontrando-os naturalmente em tudo o que faz.

Aqui estão algumas formas de começar:

Sorria. O sorriso é o início do riso e, como este último, é contagioso. Pioneiros da “terapia do riso” consideram que é possível rir até sem vivenciar um evento engraçado. O mes-mo vale para sorrir. Quando você olha para alguém ou vê algo mesmo que ligeiramente agradável, pratique o sorriso.

Conte suas bênçãos. Literalmente, faça uma lista. O sim-

ples ato de considerar as coisas boas em sua vida vai dis-tanciá-lo de pensamentos negativos que são uma barreira para o bom humor e o riso. Quando você está em estado de tristeza, tem um caminho mais longo para chegar ao humor e ao riso.

Quando ouvir o riso, mova-se na direção dele. Às vezes, o humor e o riso são privados, uma piada compar-tilhada entre um grupo pequeno, mas em geral não é as-sim. Mais frequentemente, as pessoas ficam muito felizes de compartilhar algo engraçado, porque isso lhes dá uma oportunidade de rir de novo e se alimentar do humor en

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contrado. Quando você ouvir o riso, procure-o e pergunte: “O que é tão engraçado?”

Gaste tempo com pessoas brincalhonas e divertidas. Essas são pessoas que riem com facilidade, tanto de si mesmas quanto dos absurdos da vida, e que ro-tineiramente encontram o humor em eventos do dia a dia. Seu ponto de vista divertido e suas risadas são contagiosos.

Traga o humor para as conversas. Pergunte às pesso-as: “Qual é a coisa mais engraçada que aconteceu com você hoje? Esta semana? Na sua vida?”

Desenvolva seu senso de humor: Leve-se menos a sério. Uma característica es-sencial que nos ajuda a rir é não nos levarmos muito a sério. Todos nós conhecemos o rabu-gento clássico que encara tudo com seriedade mortal e nunca ri de nada. Não tem graça ali!Alguns eventos são ocasiões claramente tris-tes e impróprias para rir. Mas a maioria dos eventos na vida não carrega uma devastadora sensação de tristeza ou alegria. Eles caem na zona cinzenta do cotidiano, dando a você a escolha de rir ou não.

Formas de se ajudar a ver o lado mais leve da vida

Ria de si mesmo. Compartilhe seus mo-mentos embaraçosos. A melhor maneira de

se levar menos a sério é falar de momentos em que você se levou muito a sério.

Tente rir das situações, em vez de lamentá-las. Pro-cure o humor em uma situação ruim e descubra a ironia e o absurdo da vida. Isso o ajudará a melhorar seu humor e o humor das pessoas ao seu redor.

Cerque-se com lembretes para alegrar-se. Mantenha um brinquedo em sua mesa ou no carro. Ponha um cartaz engraçado em seu escritório. Escolha um protetor de tela de computador que faça você rir. Enquadre fotos de você e sua família ou amigos se divertindo.

Mantenha as coisas em perspectiva. Muitas coisas na

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Preste atenção nas crianças e imite-as. Eles são espe-cialistas em brincar, levar a vida com leveza e rir.

Lista de verificação para descontrair

Quando você se encontra tomado por aquilo que parece ser um problema horrível, faça estas perguntas a si mesmo:

• Realmente vale a pena ficar chateado com isso?• Vale a pena perturbar os outros?• Isso é tão importante assim?• Isso é tão ruim assim?• A situação é irreparável?• Será que isso é realmente problema meu?• Usar o humor e a brincadeira para superar desafios e me-

lhorar a sua vida

A capacidade de rir, brincar e se divertir com os outros não só torna a vida mais agradável, mas também ajuda a resol-ver problemas, conectar-se com os outros e ser mais criati-vo. As pessoas que incorporam o humor e a brincadeira ao seu cotidiano descobrem que isso renova a elas e a todos os seus relacionamentos.

A vida traz desafios que podem tirar o melhor de você ou se tornam brinquedos para sua imaginação. Quando você “se torna o problema” e se leva muito a sério, pode ser di-fícil pensar de forma anticonvencional e encontrar novas soluções. Mas quando você brinca com o problema, muitas vezes pode transformá-lo em uma oportunidade de apren-dizagem criativa.

Brincar com problemas parece ocorrer naturalmente para

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vida estão além de seu controle, particularmente o compor-tamento de outras pessoas. Embora você possa pensar que levar o mundo nas costas é admirável, no longo prazo isso é irreal, improdutivo, insalubre e até mesmo egoísta.

Lide com o estresse. O estresse é um grande impedi-mento para o humor e o riso.

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as crianças. Quando estão confusas ou com medo, elas transformam seus problemas em uma brincadeira, o que lhes dá uma sensação de controle e uma oportunidade de experimentar novas soluções. Interagir com os outros de forma brincalhona ajuda a manter essa capacidade criativa.Aqui estão dois exemplos de pessoas que tiveram pro-blemas cotidianos e os transformaram por meio do riso e da brincadeira:

Roy, um homem de negócios semiaposentado, estava animado por finalmente ter tempo para se dedicar ao golfe, seu esporte favorito. Mas quanto mais ele jogava, menos se divertia. Embora seu jogo tivesse melhorado substancialmente, ele se enfurecia com cada erro come-tido. Roy sabiamente percebeu que seus companheiros de golfe afetavam sua atitude, então parou de jogar com pessoas que levavam o jogo muito a sério. Quando jogava com amigos que se concentravam mais em se divertir do que em sua pontuação, ele ficava menos crítico em relação a si mesmo. A partir de então, o golfe ficou tão agradável quanto Roy esperava que fosse. Ele melhorou sua pontua-ção sem se esforçar mais. E a perspectiva mais otimista que estava recebendo de seus companheiros e do jogo se espa-lhou para outras partes de sua vida, incluindo seu trabalho.

Jane trabalhava em casa desenhando cartões, um trabalho que adorava, mas a partir de certo momento sentiu que ele havia se tornado uma rotina. Duas meninas que gostavam de desenhar e pintar moravam ao lado. Jane convidou as pequenas vizinhas para brincar com todos os materiais de arte que tinha. No início, ela só as observava, mas com o tempo juntou-se a elas. O riso, as pinturas e as brincadei-

ras com as meninas transformaram a vida de Jane. Brincar com elas não apenas acabou com a solidão e o tédio que sentia; despertou sua imaginação e ajudou sua arte a flores-cer. O melhor de tudo, isso reavivou a jovialidade e a cente-lha na relação de Jane com o marido.

Quando o riso, o humor e as brincadeiras passam a integrar sua vida, sua criatividade floresce e novas descobertas para brincar com os amigos, colegas de trabalho, conhecidos e entes queridos lhe ocorrem diariamente. O bom humor leva você para um lugar mais alto, de onde pode ver o mundo de uma perspectiva mais relaxada, positiva, criativa, alegre e equilibrada.

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QUEM VAI SOBRAR?No final, só restará na Terra um organismo vivo. Minúsculo

um minúsculo tardígrado, como o da foto, poderá estar entre as últimas criaturas sobreviventes na Terra dentro de 2 bilhões de anos

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m dia, num futuro ainda distante, nosso planeta se transformará no mais hostil e inóspito dos habitats. E não será um humano que vencerá a corrida da sobrevivência. Será um microrganismo que terá se adap-tado às condições mais extremas: a ele tocará o título de “último ser

terrestre” digno desse nome.

Um grupo de pesquisadores das Universida-des Saint Andrews, Dundee e Edimburgo, na

UOs seres humanos já terão desaparecido há muito tempo. daqui a dois bilhões de anos, quando a terra estará sendo “assada” pelo sol, os últimos que a habitarão serão microrganismos resistentes ao calor, à aridez e à falta de oxigênio

Por: Luis PELLEgrini

Escócia, utilizou um algoritmo para prever o destino do nosso planeta dentro de alguns milhões de anos. O destino da Terra está naturalmente ligado ao do Sol, que se torna-rá, ao longo da sua evolução, cada vez mais quente e brilhante. Dentro de dois bilhões de anos, segundo os especialistas, o calor do Sol será tão intenso que os oceanos começarão a evaporar.

A abundante evaporação da água oceânica e as consequentes reações com a água das chuvas – que serão constantes e torrenciais - causarão um dramático abaixamento dos níveis de bióxido de carbono na atmosfera, com o consequente desaparecimento das plantas que dependem do CO2 para realizar a fotossíntese. Sem as plantas e com tempe-raturas cada vez mais elevadas, a Terra será mais e mais árida e destituída de oxigênio. Poderemos dizer adeus aos animais (mas o homem há muito já terá desaparecido da face do planeta): nessa fase a Terra se torna-rá domínio absoluto dos micróbios.

Os lugares mais hostis à vida na Terra

Alguns desses organismos, chamados extre-mófilos, já existem hoje. Eles serão os únicos capazes de resistir ao calor, à falta de água e à atmosfera venenosa da Terra do amanhã. Viverão provavelmente amontoados ao redor das últimas poças de água existentes na

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Terra. Mas à medida que as condições piorarem, até esses últimos heroicos sobreviventes desaparecerão.Estudos como este também servem para que compreen-damos melhor quais formas de vida poderemos encontrar sobre outros planetas. “Suponhamos que encontremos um exoplaneta similar à Terra”, explica Jack O’Malley James, diretor da pesquisa, “é mais provável que na sua superfície (ou abaixo dela) existam formas de vida micro-biológicas do que organismos mais complexos”. Também a descoberta de alguns gases na atmosfera pode revelar a presença de vida: “O metano, por exemplo, poderia ser um excelente indicador, mas depende da sua quantidade

e se ele é visível na atmosfera da-quele planeta”, completa James.

Até que temperatura resiste a vida?

Acreditava-se que era de 60 a 50 graus centígrados a temperatura máxima na qual podem viver e prosperar os organismos euca-riotas (aqueles cujas células são dotadas de núcleo). Mas desco-briu-se que algumas bactérias conseguem sobreviver a mais de 120 graus centígrados...

Os estudos sobre a resistência dos seres vivos a condições ex-tremas não param, e a cada dia novas descobertas se somam às

anteriores. Por exemplo, uma equipe de pesquisadores do Ateneu Pierre e Marie Curie, de Paris, conduziu re-centemente uma estudo sobre a Alvinella Pompejana, um verme marinho de pequenas dimensões que coloniza os caminhos escuros de fontes hidrotermais submarinas. Os pesquisadores consideravam que esse invertebrado fosse capaz de sobreviver e se reproduzir, sem complicações ou danos, a temperaturas de até 60 graus centígrados. Mas na verdade as coisas não são bem assim. O biólogo Bru-ce Shilito e seus colegas recolheram alguns exemplares de Alvinella utilizando uma técnica especial que permite manter as amostras na mesma pressão do lugar de ori-gem. Logo depois os expuseram durante longos períodos

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Bacias de águas termais sulfurosas, como a da foto, no Parque Yellowstone, EuA, abrigam várias colônias de microorganismos extremófilos

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Cratera com gelo no planeta Marte. Ela reúne condições para a sobrevivência de extremófilos

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Existem criaturas que não apenas revelam uma resistên-cia incrível na Terra, mas também demonstram possi-bilidades de vida em outros lugares do universo. Desde bactérias que podem sobreviver dentro de rochas a mi-cróbios super resistentes ao calor, frio e radiação. A vida pode ter formas extremas e resistir a situações extremas. Confira:

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a temperaturas que oscilavam entre os 50 e os 55 graus, descobrindo que isso já era suficiente para provocar da-nos irreparáveis aos tecidos. Parece, portanto, que esses animais, embora necessitando de temperaturas bem su-periores aos 42 graus centigrados, não conseguem sobre-viver se ela se mantiver superior a 50 graus centígrados.

Mas a Alvinella Pompejana não é o mais extremófilo dos seres vivos: o recorde de resistência toca com efeito a uma arqueobactéria isolada numa fonte hidrotermal do Pacífico, a Cepa 121 (Strain 121), cujas células ainda con-seguem crescer e se reproduzir a uma temperatura de 121 graus centígrados!

A superfície da Terra, dentro de 2 bilhoes de anos, será parecida à ilustração

um exemplar do extremófilo Alvinella Pompejana (national science Foundation)

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1. Sem nada para beber

Alguns organismos, como as algas Dunaliella algae descobertas em 2010 numa caverna no deserto chileno de Atacama, podem prosperar mesmo em pouca água. Além de viver nos locais mais secos da Terra, estes micróbios podem crescer em cima de teias de aranha para aproveitar o “orvalho”, a quantidade mínima de umidade relativa do ar que se condensa nas teias de aranha de manhã.

Dunaliella algae

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2. Mais quente que o inferno

Criaturas chamadas hipertermófilas são espécies que vivem em ambientes extremamente quentes. O gênero Aquifex de bactérias, por exemplo, já foi encontrado vivendo em fontes termais no Yellowstone National Park, EUA, onde as tempe-raturas podem chegar a 96 graus centígrados.

Bactérias genero Aquifex

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3. Energia zero

Uma espécie extremófila, o micróbio Thermococcus, consegue sobreviver com tão pouca energia que até agora os cientis-tas acreditavam que a reação química que ele utiliza não era capaz de sustentar a vida. Esses organismos foram encontra-dos vivendo no fundo do mar, em fontes hidrotermais, onde a água super quente escoa da crosta terrestre perto de Papua Nova Guiné. Além da utilização racional de energia, os micróbios podem sobreviver em temperaturas extremas, escal-dantes para a maioria das outras criaturas vivas.

Microbio Thermococcus

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4. Com gosto salgado

A maioria das criaturas não pode suportar altos teores de sódio. Porém, microrganismos “halofílicos”, tolerantes ao sal, podem suportar concentrações de sal que secariam qualquer vida. Um exemplo é a bactéria Halobacterium halobium, que evoluiu para viver em ambientes com 10 vezes mais sal do que a água do mar, como o fundo do lago Owens, na Cali-fórnia.

Bacteria Halobacterium halobium

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5. A Era do Gelo

Alguns micróbios, chamado psicrófilos, são geralmente encontrados no gelo polar, em geleiras e nas águas de oceanos profundos. Isso porque podem suportar temperaturas tão baixas quanto 15 graus centígrados negativos. Tais criaturas consistem principalmente de bactérias, fungos e algas, e contém enzimas que são adaptadas para funcionar a baixas tem-peraturas. São descobertos com mais frequência nos oceanos congelados do Ártico e da Antártica, e debaixo de camadas de gelo na Sibéria.

Micróbios psicrófilos

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6. À prova de radiação

O Guinness Book, livro dos recordes, lista a bactéria Deinococcus radiodurans como a bactéria mais resistente do mun-do. Sabe por quê? Ela suporta quantidades de radiação intensas. Por exemplo, 10 Grays (10 Gy) de radiação matariam um ser humano. A barata, bicho famoso pela sua grande resistência às radiações, também só aguenta 1.000 Gy. Mas a D. radiodurans consegue sobreviver a uma dose de radiação 15.000 Gy. Esta espécie, na verdade, é exemplar em muitos aspectos, englobando também a capacidade de sobreviver ao frio, à desidratação, ao vácuo e ao ácido.

Bacteria Deinococcus radiodurans

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7. Entre pedras ou terra

Organismos endolíticos são espécies que vivem dentro de rochas ou outros pontos “improváveis” à vida, como nas fendas ou poros entre os grãos de minerais. Estas espécies já foram encontradas a mais de 3 km abaixo da superfície da Terra, e podem viver ainda mais abaixo. A água é escassa a essas profundidades, mas alguns estudos sugerem que os organismos se alimentam de ferro, potássio ou enxofre à sua volta. Embora essa escolha de residência apresente algumas limitações, também oferece proteção contra ventos severos e as radiações do sol.

organismos endolíticos

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8 Como respirar sem oxigênio?

Uma criatura recém-descoberta, um animal loricífero iden-tificado como uma espécie não descrita do gênero Spinolori-cus, tem organelas especializadas para que possa sobreviver sem oxigênio. São organismos minúsculos (tem menos de 0,5mm de comprimento).

Tardígrado: Um animal capaz de sobreviver no espaço!A quantidade de extremófilos que vivem na Terra é extraor-dinariamente grande. As habilidades desses seres microscó-picos são muitas, mas um deles parece especialmente bem dotado para realizar façanhas: O incrível tardígrado.Essa estranha criatura que mais parece um pokémon atende pelo simpático apelido de “urso d’água” (devido a suas gar-ras). Ele é um animal microscópico que mede apenas 1 milí-metro. Mesmo sendo pequenino assim, o tardígrado possui patas musculosas, um sistema nervoso e digestivo e é capaz de uma incrível façanha: Sobreviver no espaço!

Em 2007, alguns biólogos colocaram alguns extremófilos (organismos capazes de viver em condições extremas) na bagagem dos astronautas com destino a estação espacial e acabaram descobrindo que os tardígrados são capazes de so-breviver no vácuo do espaço, mesmo com todo o bombardeio de raios solares sem uma atmosfera para protegê-lo. Como se isso já não fosse suficiente, outros experimentos feitos aqui mesmo na Terra mostraram que essas criaturas aguentam temperaturas extremas que variam do zero absoluto (-272º) até 150 graus centígrados. Após mapearem o DNA dos tar-dígrados, os geneticistas não conseguiram definir sua linha-gem. Ou seja, ainda não se sabe de onde eles vieram! Isso por

Animal loricífero, gênero spinoloricus

si só já foi mais do que o suficiente para alguns cientistas teo-rizarem que os tardígrados da Terra podem ter vindo, sim, de outros planetas vizinhos, como Marte!

O vídeo abaixo (em inglês) apresenta Mike Shaw, um bió-logo que dedica sua vida ao estudo dessas impressionantes criaturinhas. Ele aproveita para explicar o segredo dos tar-dígrados: Eles são capazes de iniciar um processo conhecido por criptobiose, procedimento no qual a criatura para o seu metabolismo quando exposta a um ambiente com condições adversas por quanto tempo precisar. Com essa impressionan-te habilidade, não é de se espantar que os tardígrados tenham dominado a Terra: As cerca de 1150 espécies existentes de tardígrados podem ser encontradas em praticamente todos os lugares, desde o topo do Himalaia até o fundo dos oceanos, tanto no calor do equador como no frio dos polos.

Video: O primeiro animal a sobreviver no espaço exterior

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Escalada em parede de gelo, em Pucón

BRINCAR NA NEVE, AOS PÉS DO VULCÃONo Chile, Pucón se afirma como destino para brasileiros

VIA

gEM

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m grande escritor chileno, Benja-mín Subercaseux, escreveu “Chile, ou uma louca geografia”. O livro é polêmico, porém mostra uma grande verdade: poucos países tem a força doida dos contornos chilenos. Pucón é uma amostra disso. A cidade tem, por um lado, a mítica cordilheira dos Andes;

U

quando chega o inverno os brasileiros se lembram dos destinos de neve clássicos do chile e argentina: termas de chillán, portillo, valle nevado, las leñas, bariloche. mas é bom lembrar que existe pucón. situado ao lado do vulcão villarica, o vilarejo é o novo point dos que amam um bom mix de aventura, sossego, boa gastronomia e esplendor natural

TExTo E FoTos: JAiME BórquEz, DE PuCón, CHiLE

pela frente, a beleza do lago Villarrica; pelas costas, a imponência do vulcão de mesmo nome.

No Chile há 2 mil vulcões, 500 deles em ati-vidade, e o Villarrica é o primeiro da lista. O vulcão hipnotiza todos os que visitam Pucón, cuja forma lembra os vulcões que as crianças desenham, um cone com a ponta cortada e dele saindo um tufo de fumaça. Igual ao Monte Fuji, no Japão, o Villarrica tem neves eternas em sua parte superior, o que o faz ainda mais cati-vante. Ele é o cartão postal dessa aconchegante cidade turística chilena, mas seria uma injusti-ça dizer que é sua única atração.

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o Lago Villarica, e ao fundo o vulcão

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Tudo em matéria de esporte-aventura

Pucón é considerada a capital chilena do turismo outdoor, mas não precisamente de esportes extremos, já que a maio-ria das atividades que podem ser realizadas aqui são para curtir em família em praticamente todas as estações do ano. Há rafting, caiaque, arvorismo, caminhadas, trilhas para mountain bike, atividades aéreas como parapente e pára--quedismo, vôos panorâmicos, pesca esportiva, golfe e, cla-ro, no inverno esportes como o esqui e o snowboard e, por que não, a guerra com bolas de neve! As pistas são excelen-tes para todos os níveis de esquiadores e a temperatura é super agradável em dias ensolarados. Cafeterias, restauran-tes e lojinhas abrigam a galera na hora do descanso ao som

de boa música.

Pucón fica 789 quilômetros ao sul de Santiago. Por enquanto, não é um destino muito conhecido no Brasil, possivelmente porque as empresas de turismo brasileiras não se inte-ressaram por ele e os empresários de Pucón tiveram que optar pela venda direta. Ruim para os operadores bra-sileiros, bom para o passageiro que tem na cidade valores bem mais em conta que em outros centros inver-nais do Chile.

Mas Pucón não foi sempre um des-tino desconhecido pelos brasileiros. Há uns 20 anos atrás, acredite, hou-ve vários voos charters do Rio de Janeiro e de São Paulo diretos para

Pucón. E eram voos lotados. Hoje, chegar até lá é um pou-co mais complicado. De São Paulo ou Rio até Santiago são quase quatro horas de voo, e daí se tem uma conexão até Temuco, mais uma hora de voo. Depois, por terra até Pu-cón são 112 km, ou 2,30 horas. Mas a paisagem dessa via-gem compensa e o destino final mais ainda. O curioso é que Pucón tem uma pista na qual podem descer aviões do tipo Boeing 737 e mesmo assim não há voos comerciais para lá. Mas, se você for dono de um jatinho, esqueça Temuco e rume direto a Pucón. Se a paisagem é maravilhosa por ter-ra, imagine do ar!

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Em Pucón, rafting no rio Trancura

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Lavas fumegantes no fundo da cratera

O bom de Pucón no inverno e que nem tudo gira em torno da neve. Se você for nas estações de esqui do cone sul, quase todas têm sua existência baseada na presença - ou não - da-quela massa geladinha e branca. Pucón é muito parecido com Villa La Angostura ou San Martin de los Andes, na vi-zinha Argentina. Para esquiar ou fazer guerra com bolas de neve é preciso tomar um veículo e percorrer um pouco mais de meia hora para chegar na montanha. Por tanto, se você só quer esquiar, Pucón não será sua praia perfeita. Mas se quiser desfrutar com a família, tanto da neve como de bons restaurantes, de piscinas termais, de excelente spa, e de muitos outros passeios, certamente não vai se arrepender da

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viagem. Em tempo: daqui sai a nova “travessia dos lagos an-dinos”, rota turística que une o Chile com a belíssima cidade argentina de San Martin de los Andes. Mas disso falaremos um pouco mais adiante.

A visita mais excitante talvez seja a subida à cratera do Vul-cão Villarica. Não, não é preciso ser um grande alpinista (ou, neste caso, andinista). Basta que a forma física resista a uma boa caminhada morro acima. Mas na empreitada é necessá-ria a presença de um bom guia e se assegurar que a empresa (há várias) que o está levando tenha um bom equipamento. A começar pelos “crampones”, que são una espécie de garra que se coloca nos sapatos para não escorregar no gelo, e um bastão de apoio. Essas peças facilitam muito a chegada ao

Trekking andino em Pucón, ao fundo o Vulcão Villarica

Ascenção ao cume do Vulcão Villarica

topo do vulcão, que está a 2.847 metros acima do nível do mar.

Na excursão à cratera do Vulcão Villarica há uma regra que jamais deve ser desrespeitada: nunca se afaste do grupo e sempre siga o caminho que o guia indica. Por tudo isso, não faça essa subida por conta própria, em hipótese alguma. Os experts em escaladas sempre dizem: a montanha é traiçoei-ra, não brinque com ela. Tudo isso levado em conta, a ex-periência de estar na boca da cratera olhando a lava incan-descente lá embaixo é única e inesquecível. Todos chegam lá um tanto ofegantes, mas depois afirmam que o esforço valeu a pena.

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Aula no interior das cavernas do vulcão

Em Pucón, outra atividade que rouba as atenções é o rafting no rio Trancura. Os entendidos dizem que é rio grau 2 e 3 no seu lado baixo, ou seja, seus rápidos são um pouco acima da média, mas a atividade pode ser realizada por pessoas a partir dos doze anos de idade. As paisagens que o pessoal desfruta a partir do rio constituem um espetáculo à parte, sempre tendo o vulcão Villarrica como testemunha. Mas, se você não gostar de água e preferir permanecer em terra firme, uma excursão leve e muito interessante é co-nhecer as cavernas vulcânicas, nas encostas do Villarrica. Aqui se recebe, ao vivo e em corres, uma verdadeira aula

Panorama tira-fôlego da cratera fumegante do Vulcão Villarica

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Visita a caverna na encosta do vulcão

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no verão, a praia do Lago Villarica recebe muitos banhistas

restaurante na arquitetura em madeira típica de Pucón

sobre a atividade dos vulcões. Sem esquecer que você estará caminhando sobre o lombo do vulcão mais ativo de todo o Chile! Possivelmente, você nunca encontrará uma ocasião melhor para escutar o “som do silêncio” e uma escuridão mais total do que a que existe no interior dessas cavernas! Essas e várias outras emoções poderão ser descobertas e vividas entrando em contato com Sol y Nieve, a mais antiga - e séria - empresa de turismo de aventura em Pucón: www.solynievepucon.cl

Pucón tem hoje cerca de 22 mil habitantes, mas nas tempo-radas de esqui essa população aumenta de 30%. No verão, ela simplesmente triplica, os turistas lotam os hotéis, pousa-das e apartamentos em locação.

Pucón, no entanto, não é só adrenalina. A localidade pos-sui um bom comércio, danceterias, bares transados, cafés e restaurantes com lareiras que nos convidam a sentir o acon-chegante clima dessa cidadezinha de montanha. Durante o dia, desfrute de um passeio pela zona rural, a pé, a cavalo, de bike ou até mesmo de auto. Essas andanças são imperdí-veis, particularmente durante os meses de outono, quando as paisagens bucólicas formadas por extensos campos exi-bem todos os tons do amarelo, do laranja e do vermelho. Não a toa celebridades como Leonardo Di Caprio e Gisele Bundchen já se refugiaram em Pucón para descansar e fu-gir dos paparazzi.

Abrigo para esquiadores em Pucón

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foram especialmente desenhadas combinando elegância, qualidade de serviço e alta tecnologia, como fechadura ele-trônica, calefação central, cofre, wi-fi, tv full HD, frigobar. Sem falar no ponto mais forte: a atenção personalizada ao cliente. Confira: www.hotelpatagoniapucon.cl Para quem deseja uma estadia em grande estilo, a opção é o Villarrica Park Lake, um hotel que faz parte da famosa cadeia internacional The Luxury Collection - o que já é um argumento suficiente para assegurar que o lugar é, simples-mente, o melhor da região. Ele está na estrada entre a cida-de de Villarrica e Pucón, debruçado na orla do lago Villarri-ca. A paisagem entra majestosamente pelas janelas de todas as habitações. O requinte da gastronomia internacional e regional se mostra aos passageiros no restaurante

Para quem procura uma hospedagem central, discreta e bem especial, aqui vai uma dica: o Hotel Boutique Patagonia Pucón. Focado na sustentabilidade, ele fusiona o estilo country e a mo-dernidade. Fica em pleno centro de Pucón, a poucos passos da rua que concentra os mais típicos restaurantes e muito perto do cassi-no e da praia (sim, o Lago Villarica possui uma linda praia, cheia de banhistas nos meses quentes). Seu desenho integra detalhes de construção típica de montanha, como pedras e madeiras, próprios da etnia indígena mapuche, que povoa a parte norte da Patagô-nia Chilena. O café da manhã no bufett artesanal conta com uma gama de produtos típicos da região lacustre, que tem sido delica-damente preparados nas comunidades de Pucón, de raízes nati-vas. O hotel dispõe de 16 amplas e confortáveis habitações. Todas

Pátio interno do Hotel Butique Patagonia Pucón

Villarica Park Lake Hotel, o melhor hotel de Pucón

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As paisagens que se descortinam ao longo das caminhadas em Pucón são deslumbrantes

Águas Verdes, onde peixes, frutos do mar e carnes chilenas estão sempre presentes. Destaque espe-cial para o entrecôte de cordeiro de Lonquimay, cidade próxima a Pucón, famosa pela criação de ovinoa. Se desejar ter maior relax, o hotel oferece um spa completo com serviços de cosmetologia, ca-belereiro, massagens, tratamentos com pedras quentes e produtos exclusivos trazidos do Mar Morto: www.villarricaparklake.cl

Cruzar os Andes rumo à Argentina

Pucón significa “Entrada para a Cordilheira”, na língua mapuche. É a porta de entrada para uma das zonas mais ricas em águas termais e reservas ecológicas do país. E é justamente por entre essas entradas da cordilheira que se faz um dos mais exclusivos passeios da região, a tra-vessia até a cidade argentina de San Martin de Los Andes. Durante muito tempo, o chamado Cruce dos Lagos Andinos foi um dos programas turísticos mais vendidos no Brasil. Cruzar a mítica cordilheira dos Andes entre o Chile e Argen-tina tem esse ar de aventura, onde se mistura natureza, be-las paisagens e o plus de estar em dois países numa mesma viagem. O mercado tem hoje mais essa nova e interessante opção que, pelas cidades e paisagens que toca, possui gran-des possibilidades de se transformar em top one da tempo-rada. A travessia começa na agitada cidadezinha chilena de

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Pucón, onde há três noites de estadia, com tempo mais do que suficiente para aproveitar as variadas opções de turis-mo que ela oferece. A saída para a Argentina se inicia cruzando a cordilheira an-dina pelo passo Hua-Hum, margeando os lagos Villarrica, Calafquén, Panguipully e a reserva de Huilo Huilo, com sua bela cachoeira. Assim se chega até Puerto Fuy, onde se em-barca na balsa que navega por uma hora e meia até chegar a Puerto Pirihueico. Depois dos trâmites de imigração, passa--se pela alfândega argentina. Logo se embarca na moderna lancha Patagônia 1, com capacidade para 115

quarto do Hotel Villarica Park

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A impressionante cratera do Vulcão Villarica, em permanente atividade

passageiros. Pode-se viajar na parte coberta ou sair ao exte-rior, desfrutando de 365 graus de paisagem andina. Esta é a segunda parte do programa Travessia Navegando Chile Ar-gentina, singrando os lagos Nonthué e Lacar, fazendo uma curta caminhada na ilha Santa Teresita para chegar, após duas horas, na cidade argentina de San Martin de los An-des. A travessia completa dura perto de dez horas. Quando a meteorologia complica, o trajeto se faz tranquilamente pelo passo Mamuil Malal, que não deixa nada a dever quanto a belas paisagens por entre lagos, rios e as sempre nevadas montanhas andinas.

No dia seguinte, há tempo suficiente para se conhecer a charmosa San Martin de los Andes e fazer comprinhas. A tarde se inicia a excursão aos Sete Lagos, que percorre os Andes do lado argentino até chegar a Villa La Angostura,

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uma parada para o café e os chocolates e a viagem conti-nua até San Carlos de Bariloche, onde se tem dois dias para fazer os passeios como Circuito Chico, Cerro Campanário, Ilha Victoria, ou simplesmente sentar num bom restauran-te, saborear um bom bife de chorizo acompanhado por um vinho Malbec. Nada poderia ser mais argentino do que isto! Quem desejar, pode retornar ao Chile ou optar pela exten-são desse programa, incluindo Bariloche e Buenos Aires, e desde aí voltar ao Brasil.

A Travessia navegando Chile e Argentina é uma excelente alternativa para conhecer e admirar os encantos que ocul-tam os vales da mítica Cordilheira dos Andes, e as cidades de Pucón e San Martín de los Andes, um passeio dois-em--um. E para quem já fez o programa Lagos Andinos entre Puerto Montt e Bariloche, existe aqui uma nova oportuni-dade de admirar a beleza da natureza de um outro ponto de vista, por uma região quase desconhecida do cone sul. Con-fira: www.inoutpatagonia.cl

restaurante regional em san Martin de los Andes

Lancha para a travessia do lago

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Panorama do alto do Vulcão Villarica

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SALVEM OS OCEANOS, ALIMENTEM O MUNDO!

Bióloga marinha discute a fome mundial

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biólogo marinha Jackie Savitz é importante ativista dedicada à proteção dos oceanos do mundo. Vice-presidente da US Oceans, na localidade de Oceana, forma-da também em toxicologia am-biental,, ela já produziu várias campanhas focadas em fatores que comprometem a saúde dos

oceanos, tais como as mudanças climáticas, o mercúrio, a poluição causada pelos gran-des navios. Jackie costuma dizer que em suas veias corre água do mar.

A

numa apresentação reveladora, Jackie savitz descreve o que realmente está acontecendo com a pesca global. O quadro não é nada positivo, mas essa bióloga marinha oferece sugestões inteligentes para remediar o problema e, ao mesmo tempo, produzir alimento para todosVíDEo: TED – iDEAs WorTH sPrEADingTrADução: LiLiAn KAnorEVisão: ruY LoPEs PErEirA

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Vídeo da palestra de Jackie Savitz

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Tradução integral da palestra de Jackie Savitz

Vocês podem estar se perguntando: por que uma bióloga marinha de Oceana viria aqui hoje para falar com vocês sobre a fome mundial? Estou aqui hoje porque salvar os oceanos é mais do que um desejo ecológico. É mais do que uma coisa que fazemos porque queremos criar empregos para os pescadores ou preservar seu trabalho. É mais do que uma busca econômica. Salvando os oceanos, podemos alimentar o mundo. Vou mostrar como.

Como sabem, já existem mais de um bilhão de pessoas fa-mintas no planeta. Prevemos que o problema vai piorar conforme a população aumenta para nove bilhões ou dez bilhões no meio do século, e podemos esperar uma pressão maior sobre os nossos recursos alimentares. É uma grande preocupação, especialmente considerando onde estamos agora.

Agora sabemos que a nossa terra arável per capita já está em declínio tanto nos países desenvolvidos como nos em desenvolvimento. Sabemos que estamos caminhando para mudanças climáticas, que vão mudar os padrões da chuva, tornando algumas áreas mais secas, como podem ver em laranja, e outras mais úmidas, em azul, provocando secas nos nossos celeiros, como o Centro-Oeste e a Europa Cen-tral, e inundações em outros. Vai ser mais difícil para a ter-ra nos ajudar a resolver o problema da fome. E é por isso que os oceanos precisam ter abundância máxima, de forma que possam nos fornecer o máximo de alimento possível.

E isso é algo que os oceanos têm feito pela gente por um longo tempo. Há muito tempo temos visto um aumento na quantidade de alimentos que podemos extrair dos nossos oceanos. Parecia que ia continuar aumentando, até mais

ou menos 1980, quando começamos a ver uma que-da. Vocês ouviram sobre o pico do petróleo. Talvez estejamos no pico da pesca. Espero que não. Voltarei a esse assunto. Podemos ver uma queda de 18% na quantidade de peixes que pescamos no mundo desde 1980. E esse é um grande problema, que continua. Essa linha vermelha continua a cair.

Mas sabemos como virar o jogo, e é sobre isso que quero falar hoje. Sabemos como virar aquela curva para cima de novo. Esse não precisa ser o pico da pes-ca. Se fizermos algumas coisas simples em áreas se-lecionadas, podemos revitalizar nossa pesca e usá-la para alimentar as pessoas.

Primeiro, queremos saber onde estão os peixes, va-mos observar sua localização. Os peixes estão con

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Tradução integral da palestra de Jackie Savitz

venientemente localizados, na sua maior parte, nas áreas costeiras dos países, nas zonas costeiras, e essas são áreas que as jurisdições nacionais controlam, e ela podem admi-nistrar sua pesca nessas áreas costeiras. Os países litorâne-os tendem a ter jurisdições que se expandem até 200 milhas náuticas, em áreas chamadas de zonas econômicas exclusi-vas, e é bom que possam controlar sua pesca nessas áreas, porque o alto mar, que são as áreas mais escuras no mapa, em alto mar é muito mais difícil controlar as coisas, porque precisa ser feito internacionalmente. São necessários acor-dos internacionais, e se acompanhamos o acordo de mudan-ça climática, sabemos que pode ser um processo bem lento, frustrante e tedioso. Então, o controle nacional é uma prer-rogativa importante.

Quantos peixes estão de fato nessas áreas costeiras em com-paração com o alto mar? Bem, podemos ver aqui quase sete

vezes a quantidade de peixes nas áreas costeiras em relação ao alto mar. Então esse é o lugar perfeito para focarmos porque realmente podemos resolver mui-ta coisa. Podemos restaurar nossa pesca se focarmos nessas zonas costeiras.

Mas em quantos desses países temos que trabalhar? Há cerca de 80 países costeiros. Será que precisamos intervir na administração da pesca em todos esses países? Então, nos perguntamos em quantos países temos que focar, tendo em mente que a União Euro-peia convenientemente administra sua pesca através de uma política comum de pesca. Se tivermos uma boa administração na União Europeia e, digamos, em outros nove países, quanto da nossa pesca estaríamos cobrindo? A União Europeia e nove países cobrem dois terços da pesca mundial. Se levássemos o projeto para 24 países, mais a União Europeia, aumentaría-mos para 90%, quase toda a pesca mundial. Achamos que podemos trabalhar em um número limitado de lugares para promover a revitalização da pesca. Mas o que precisamos fazer nesses lugares? Bom, com base no nosso trabalho nos EUA e em outros lugares, sabe-mos que há três pontos chaves a cobrir para trazer a pesca de volta.

Eles são: Temos que estabelecer quotas ou limites do quanto consumimos; temos que diminuir a captura acessória, que é a pesca ou morte acidental de pei-xes que não são nosso alvo, um grande desperdício; e em terceiro lugar, precisamos proteger os habitats, as áreas de viveiro, as áreas das desovas, de que eles precisam para crescer e se reproduzirem de forma

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que possam reconstruir sua população. Se fizermos essas três coisas, sabemos que a pesca vai voltar.

Como sabemos? Sabemos porque já vimos isso acontecer em muitos lugares diferentes. Este slide mostra a popula-ção do arenque na Noruega que estava declinando desde os anos 50. Estava diminuindo, e quando a Noruega definiu limites, ou cotas na sua pesca, o que acontece? A pesca se revitaliza. Esse outro exemplo, por acaso também é da No-ruega, do bacalhau ártico norueguês. Mesma coisa. A pesca decai. Eles determinam limites no descarte. Os descartes seriam os peixes indesejados, jogados fora, desperdiçados. Quando estabeleceram o limite do descarte, a pesca se revi-talizou. E não é só a Noruega. Vimos isso acontecer em pa-íses em todo mundo, muitas vezes. Quando esses países se envolvem e estabelecem políticas de administração de pes-ca sustentáveis, a pesca, sempre em declínio, parece que se revitaliza. Então, temos uma grande promessa aqui.

O que isso significa para a pesca mundial? Quer dizer que se pegarmos essa pesca em declínio e pudermos virá-la para cima, poderíamos aumentá-la para 100 milhões de toneladas métricas por ano. Então, ainda não tivemos o pico da pesca. Ainda temos uma oportunidade não só de retornar os peixes mas de aumentar o seu número poden-do alimentar mais gente do que agora. Quanta gente mais? No momento, podemos fornecer a cerca de 450 milhões de pessoas um peixe por dia com base na atual situação da pesca mundial, que, é claro, sabemos que está caindo. Esse número vai diminuir com o tempo se não resolvermos o problema, mas se adotarmos as práticas de administração da pesca, como as que descrevi e as usarmos em 10 a 25 pa-íses, poderíamos aumentar esse número e fornecer a cerca

de 700 milhões de pessoas por ano uma refeição sau-dável com peixe.

É óbvio que devemos fazer isso porque é uma boa ma-neira de lidar com o problema da fome, mas também é econômico. Acontece que o peixe é a proteína mais econômica do planeta. Se observarmos quanta proteí-na o peixe fornece por dólar investido em comparação com todas as outras proteínas animais, obviamente, o peixe é uma boa decisão comercial. Também não pre-cisa de muita terra, em escassez agora, comparando com outras fontes de proteína. E não precisa de muita água doce. Utiliza-se muito menos água doce que, por exemplo, pecuária, onde temos que irrigar o campo de forma que possamos cultivar o alimento para o gado pastar.

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Também tem uma pegada de carbono muito baixa. Tem um pouco de pegada de carbono porque temos que sair para pegar o peixe. E isso precisa de combustível, mas a agricul-tura tem uma pegada de carbono, e a pesca tem uma muito menor, então é menos poluente. Já é uma grande parte da nossa dieta, mas pode ser ainda maior, o que é bom, por-que sabemos que é saudável para nós. Ele reduz os riscos de câncer, problemas cardíacos e obesidade.

De fato, nosso CEO, Andy Sharpless, na verdade, autor desse conceito, gosta de dizer que os peixes são a proteína perfeita. Andy também menciona o fato de que o movimen-to pela conservação do oceano realmente cresceu a partir

do movimento de conservação da terra. E na conser-vação da terra, temos esse problema em que a biodi-versidade está em guerra com a produção alimentar. É preciso cortar a floresta da biodiversidade se qui-sermos que o campo produza o milho para alimentar as pessoas, e então temos um constante cabo de guer-ra. Há sempre uma decisão difícil que tem que ser tomada entre duas coisas muito importantes: Manter a biodiversidade ou alimentar as pessoas. Mas nos oceanos não temos essa guerra. Nos oceanos a bio-diversidade não está em guerra com a abundância. Na verdade, elas estão alinhadas. Quando promove-mos ações que produzem biodiversidade, temos mais abundância, e isso é importante para que possamos alimentar as pessoas.

Agora, tem uma pegada.

Ninguém “pescou” essa? (Risos)

A pesca ilegal. A pesca ilegal compromete o tipo de administração da pesca sustentável de que estou fa-lando. Pode ser quando pegamos os peixes usando um equipamento proibido, quando pescamos em lu-gares onde não é permitido, quando pegamos peixes que são do tamanho ou da espécie errada. A pesca ile-gal engana o consumidor e também engana pescado-res honestos. Isso precisa parar. A pesca ilegal entra no mercado pela fraude dos frutos do mar. Vocês já devem ter ouvido. É quando os peixes são rotulados como algo que não são. Pensem na última vez que co-meram peixe. O que era? Têm certeza de que era isso mesmo? Porque testamos 1.300 amostras dife

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rentes de peixes e quase um terço deles não era o que o que mostravam no rótulo. 10% dos caranhos não são caranhos. 50% do atum que testamos foi rotulado de modo errado. E o vermelho (cioba), testamos 120 amostras, e somente sete delas eram realmente o vermelho. Então, boa sorte para en-contrar um vermelho.

Frutos do mar têm uma cadeia de abastecimento bem com-plexa, e em cada passo dessa cadeia de abastecimento, há uma oportunidade para a fraude de frutos do mar, a não ser que tenhamos como rastreá-la. A rastreabilidade é uma for-ma através da qual a indústria pode acompanhar os frutos do mar do barco até o prato e que o consumidor possa saber de onde vêm os frutos do mar.

Isso é realmente importante. É feito por alguns na indús-tria, mas não é suficiente, e estamos levando uma lei ao Congresso chamada SAFE Seafood Act, e estou muito em-polgada hoje por anunciar o lançamento de uma petição de chefs, onde 450 chefs assinaram uma petição solicitando ao Congresso que apoie o SAFE Seafood Act. Há muitos che-fs famosos que talvez vocês conheçam: Anthony Bourdain, Mario Batali, Barton Seaver e outros. Eles assinaram a peti-ção porque acreditam que as pessoas têm o direito de saber o que estão comendo.

Os pescadores também gostam da ideia, assim há uma boa chance de obter o apoio necessário para aprovar essa lei, e ela chega num momento crítico, porque é assim que acaba-mos com a pesca ilegal,essa é a maneira de conter a pesca ilegal, e é assim que garantimos que as cotas, a proteção do habitat, e redução da pesca acessória possam cumprir seus objetivos.

Sabemos que podemos administrar nossa pesca de forma sustentável. Sabemos que podemos produzir refeições saudáveis para centenas de milhões de pes-soas sem fazer uso da terra, ou de muita água, com uma pegada baixa de carbono, de maneira econômica. Sabemos que salvando os oceanos podemos alimentar o mundo, e temos que começar agora.(Aplausos)

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