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OBJETO DE APRENDIZAGEM COLABORATIVA PARA A TV MULTIMÍDIA
BASEADO NO MODELO EDUCACIONAL WEBQUEST.
Clóvis Abel Giulian1
Julio Murilo Trevas dos Santos
2
RESUMO Este trabalho teve como principal objetivo a criação e utilização de um objeto de aprendizagem colaborativa (OAC) para a TV multimídia (TV pendrive), baseado no modelo educacional Webquest. Um segundo objetivo foi discutir conteúdos de Química Orgânica a partir de um tema da atualidade e/ou cotidiano (Tema Gerador). A intervenção foi realizada em três turmas de ensino médio do Colégio Estadual Professor Agostinho Pereira, na cidade de Pato Branco, PR. Na intervenção foram adotadas duas metodologias: em duas turmas utilizou-se o objeto produzido e um tema gerador; na terceira turma aplicaram-se apenas aulas expositivas (tradicional). A partir da comparação das duas metodologias buscou-se avaliar o uso de tema gerador e do OAC para TV multimídia. Dos resultados comprovou-se que a metodologia diferenciada proporcionou uma melhor aprendizagem aos alunos. O OAC, em específico, permitiu uma maior motivação ao aprendizado e a revelação e aperfeiçoamento de outras qualidades individuais tanto do professor quanto dos alunos.
PALAVRAS CHAVES: Objeto de aprendizagem colaborativa. Webquest. Televisão
multimídia.
ABSTRACT This work had as main objective the creation and use of an object of collaborative learning (OAC) for the multimedia Television (pendrive TV), based on the Webquest educational model. A second objective was to discuss contents of Organic Chemistry starting from a present time and/or daily theme (Generator Theme). The intervention was accomplished in three classes of Teacher Agostinho Pereira State High School, in Pato Branco, PR. In the intervention two methodologies were adopted: in two classes the produced object and a generator theme were used; in the third class expositive classes (traditional) were just applied. Starting from the comparison of the two methodologies, it was looked for to evaluate the use of generator theme and of OAC for multimedia TV. The results have proven that the differentiated methodology provided a better learning to the students. OAC, in specific, allowed a larger motivation to the learning and the revelation and improvement of other individual qualities as much of the teacher as of the students.
KEYWORDS: Object of colaborative Learning. Webquest. Multimedia Television. _______________________________________ 1Professor do Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná. [email protected]
2Departamento de Química, Universidade Estadual do Centro–Oeste (UNICENTRO),Campus CEDETEG,
Guarapuava, PR. [email protected]
1
INTRODUÇÃO
Na rede pública do Estado do Paraná o conhecimento químico é trabalhado
de forma expositiva, característica da escola tradicional. Observa-se que o uso de
uma única metodologia não proporciona bons resultados, pois os professores não
estão motivados e os alunos saturados do ambiente escolar que pouco promove a
reflexão do conhecimento e a criatividade em relação as atividades propostas.
A Secretaria do Estado de Educação do Paraná (SEED-PR) disponibilizou
recursos tecnológicos para que os professores modifiquem essa realidade transcrita
acima. Nas escolas do Estado foram instalados aparelhos de televisores de 29
polegadas. Cada um desses aparelhos é denominado TV multimídia, mas são
popularmente conhecidos pelos professores como TV pendrive.
Existem alguns vídeos, slides e imagens disponibilizados no portal Dia-a-dia
Educação que podem ser armazenados no pendrive e utilizados em sala através da
televisão. Esses objetos também são utilizados em outras mídias como CD e DVD,
portanto não são específicos para uso nesse tipo de aparelho.
Observou-se que há um desejo da SEED na construção de objetos de
aprendizagem de forma colaborativa. Além do televisor multimídia, também estão
disponibilizadas alguns softwares nos computadores do Programa Paraná Digital
para produzir materiais didáticos. Surgiu então a motivação de buscar novas
metodologias e produção de novos objetos de aprendizagem colaborativa que
possam beneficiar professores e alunos (PARANÁ, 2007).
Existem algumas propostas de aprendizagem colaborativa; uma delas é o
modelo webquest que foi criado em 1995, por Bernie Dodge, professor da
Universidade Estadual da Califórnia, EUA. Esse modelo é uma atividade educativa
que promove a interação dos alunos com informações disponibilizados na web.
Geralmente é um trabalho desenvolvido pelo professor para que os alunos
proponham as soluções de forma colaborativa. A webquest é interessante, pois
permite ao professor e alunos construírem o conhecimento juntos (DODGE, 2005).
Diante do exposto e pela necessidade de uma educação química que promova um
sujeito crítico, criativo, reflexivo e ativo, optou-se pela escolha do modelo webquest.
2
Surgiram então os desafios: De que forma adequar o modelo educacional
webquest na TV multimídia com a finalidade de produzir objetos de aprendizagem?
Como aplicar esse modelo na escola?
A proposta deste trabalho foi criar objetos de aprendizagem para a TV
multimídia e fazer a aplicação deles na escola. Procurou-se também atingir outros
objetivos específicos, citando-os: a)Comparar duas metodologias no estudo de
conteúdos específicos de Química Orgânica mostrando os resultados obtidos;
b)Estimular no trabalho em grupo a investigação e colaboração; c)Propor outras
alternativas para conduzir as aulas e realizar atividades para um aprendizado mais
significativo;d)Promover debates tornando os alunos mais críticos; e)Desenvolver
um ensino cooperativo entre professor e alunos; f) Incentivar o uso da TV multimídia
e outras tecnologias nas escolas públicas do Paraná
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O atual programa nacional de informática na educação criado pelo Ministério
da Educação e Cultura (MEC) está presente em todos os estados através dos
núcleos de tecnologias educacionais (NTES). O principal objetivo dos NTES é de
introduzir as novas tecnologias de informação e comunicação (TICS) nas escolas
públicas, para servir de ferramenta de apoio ao processo ensino e de aprendizagem
(PARANÁ, 2007).
“TI ou tecnologia de informação é todo e qualquer dispositivo que tenha
capacidade para tratar dados e/ou informações, tanto de forma sistêmica como
esporádica” (BATISTA,1997).A TI abrange os Softwares e os hardwares.
Atualmente devido a união das telecomunicações à informática o foco da tecnologia
de informação mudou. O termo TI passou a ser usada como TICS Tecnologia de
informação e comunicação, sua amplitude tornou-se bem maior, inclui além dos
componentes de softwares e hardwares, banco de dados, internet, e-mail, agenda
de grupo e outros (JÚNIOR, 2007).
De acordo com (KENSKI, 2003).
Cada época absorveu um tipo de tecnologia e atualmente, por serem midiáticas, nós as caracterizamos como tecnologias da informação e comunicação, que são, portanto, mais do que simples suportes, pois interferem no modo de nos relacionarmos socialmente e adquirirmos conhecimentos, criando uma nova cultura e contribuindo para a evolução da
sociedade.
3
No Paraná, com a finalidade de difundir o uso pedagógico das TICS, cada uma
das escolas possui um laboratório de informática com computadores ligados por
Internet banda larga via cabos de fibra óptica da Copel. Este conjunto de
laboratórios de informática nas escolas chama-se: Programa Paraná Digital.
Utilizando esse Programa e os softwares, o professor pode construir objetos de
aprendizagem colaborativos para a TV multimídia. (PARANÁ, 2007). “Os objetos de
aprendizagem colaborativos podem ser definidos como objetos de comunicação
utilizados para propósitos instrucionais, indo desde mapas e gráficos até
demonstrações em vídeos e simulações interativas” (MUZIO, 2001).
Com o progresso das tecnologias de comunicação e informação, sendo a
principal delas a Internet, desenvolveram-se ambientes de aprendizagem
colaborativos, que podem ser definidos como um conjunto de técnicas e métodos de
aprendizagem a serem utilizados em um grupo estruturado, passando de um estudo
pessoal para um estudo social. Nesses ambientes cada elemento é responsável
pela sua própria aprendizagem e também pela dos outros. (PARANÁ, 2007) “De
maneira geral, pode-se dizer que a aprendizagem colaborativa envolve professores
e estudantes trabalhando conjuntamente como parte de um esforço cooperativo na
compreensão de determinado assunto ou na realização de uma determinada tarefa”
(WALKER, 1997).
No Paraná existe o Ambiente de Aprendizagem colaborativa (APC) que é um
sistema informatizado de inserção e acesso de dados existente no Portal
Educacional Dia-a-dia Educação, que tem como proposta instrumentalizar os
educadores da Rede Estadual de Educação do Paraná em sua prática pedagógica.
O objetivo central desta concepção é facilitar a interação entre indivíduos que
partilham interesses comuns. Nos ambientes ocorre a construção de um sentimento
de responsabilidade partilhada e o esforço coletivo na criação de recursos e no
apoio à aprendizagem. (PARANÁ, 2007).
Uma outra forma de produzir conhecimentos colaborativos é o modelo
webquest. O conceito de Webquest foi criado em 1995, por Bernie Dodge, professor
da Universidade Estadual da Califórnia, EUA. “É uma atividade investigativa em que
alguma ou toda a informação com que os alunos interagem, provém da internet.
4
Em geral uma webquest é elaborada pelo professor, para ser solucionada
pelos alunos, reunidos em grupos” (DODGE, 2005).
O modelo webquest parte sempre de um tema, que pode ser um conteúdo
especifico de química e é estruturada de acordo com alguns componentes básicos
definidos pelo professor Dodge Bernie: Introdução, atividade, recursos, descrição do
processo, orientações, avaliação e conclusão. A introdução fornece uma resumida
informação do conteúdo e a atividade descreve uma tarefa que os alunos deverão
executar, assim como os recursos apresentam as fontes de informações
necessárias para que a atividade seja cumprida. A descrição do processo apresenta
as regras para realizar as atividades, e as orientações são os critérios que devem
ser seguidos para realizar todo o trabalho. Na avaliação será feita uma análise das
interações e do trabalho realizado e a conclusão apresenta um resumo do trabalho
realizado e das descobertas proporcionadas na produção do mesmo.
A TV multimídia é um aparelho solicitado pela Secretária do Estado de
Educação do Paraná e desenvolvido por uma indústria nacional, um televisor de 29
polegadas presente em cada uma das salas da rede pública do Estado do Paraná.
Possui uma porta USB que proporciona entrada para USB Flash Disk (UFD ou
pendrive) o televisor possui também entradas para VHS, tocador de DVD e cartão
de memória, além de saída para caixas de som e projetor multimídia. A TV
multimídia consegue reproduzir arquivos de áudio, de vídeos e de imagens, nos
formatos MP3, MPEG1, MPEG2, DIVX e JPEG. A integração da TV e o pendrive
possibilitam o acesso aos arquivos multimídias.
A construção de objetos de aprendizagem colaborativa para uso na TV
multimídia deve ser norteada pelas diretrizes curriculares de educação básica do
Paraná da disciplina de Química (DCES). Refere-se ao conjunto proposto pela
dimensão histórico da disciplina, os fundamentos teóricos metodológicos, os
conteúdos estruturantes, o encaminhamento metodológico e a avaliação. A
dimensão histórica da disciplina descreve o histórico dessa disciplina no Brasil e no
mundo e também a origem dos primeiros processos químicos desde o período
paleolítico até os dias de hoje. Os fundamentos teóricos metodológicos orientam os
professores para que desenvolvam com maior eficácia seu trabalho em sala de aula.
5
Os conteúdos estruturantes possuem como finalidade fundamentar o
professor com sua prática e contribuir para a superação de abordagens e
metodologias do ensino tradicional de Química. Sugere que o professor volte às
reflexões teóricas e históricas que subsidiam a revisão de sua prática pedagógica e
sua concepção de conhecimento e de educação. Para a disciplina de Química são
propostos os seguintes conteúdos estruturantes: Matéria e sua natureza,
biogeoquímica e Química sintética. Matéria e sua natureza são aqueles que
identificam a disciplina de Química por se tratar da essência da matéria.
Biogeoquímica são caracterizados pelas interações existentes entre a hidrosfera, a
litosfera e a atmosfera. Química sintética se referem aqueles que se apropriam da
Química na síntese de novos produtos e novos materiais. Os conteúdos
estruturantes se inter relacionam e com eles ocorre um rompimento do ensino
tradicional que divide os conteúdos conforme a divisão das Químicas.
Nas diretrizes deve-se levar em consideração que as fórmulas matemáticas
relacionadas à Química não podem ser o objeto central de aprendizagem, pois a
ciência não é uma verdade absoluta, assim o conhecimento químico deve ser
construído pelo aluno através de questionamentos.. Os textos servem como
instrumento de mediação na sala de aula entre aluno-aluno e aluno-professor, para
que vislumbrem novas questões e discussões considerando que o texto tem
diferentes leituras, pois os alunos têm cultura e histórias de vida diferentes
(PARANÁ, 2007).
Na escola os estudantes já vêm com um conhecimento prévio e eles possuem
diferentes culturas, isso deve fazer com que ocorra um bom encaminhamento
metodológico, que pode ser o uso de um tema gerador que consta de assuntos que
fazem parte da sociedade onde vive o aluno e a partir desse tema consegue-se
explorar os conteúdos específicos da disciplina. Como exemplo de tema gerador
pode-se utilizar o xisto, uma rocha sedimentar que contém querogênio, um complexo
orgânico que se decompõem termicamente e produz óleo e gás. A Petrobrás, por
intermédio de sua unidade de negócio da industrialização do xisto, situada em São
Mateus do sul, no Estado do Paraná é quem pesquisa e explora esse minério
(PETROBRÁS, 2009). Os processos industriais e produtos obtidos a partir do xisto
exigem conhecimento de conteúdos específicos de Química Orgânica.
6
METODOLOGIA
O trabalho foi desenvolvido de forma a atingir duas metas:
a) Produção do material didático.
b) Intervenção em uma escola.
O material produzido é um objeto de aprendizagem para uso na TV
multimídia inspirado no modelo educacional webquest.
As etapas compreendidas para a produção encontram-se na Fig1 a seguir.
Fig1 – Etapas da elaboração do material didático
Na primeira etapa foi realizada uma pesquisa na web com os objetivos de
adquirir as primeiras informações sobre o xisto, relacionar os conteúdos específicos
da Química Orgânica com o xisto e selecionar algumas imagens de domínio público
para compor o objeto de aprendizagem.
Sequencialmente foi organizado um roteiro para elaborar os slides, o qual
está constituído por um pre-teste, introdução, imagens da usina de São Mateus do
Sul, um vídeo vinculado da própria empresa, uma atividade para elaboração de um
periódico mural, um pos-teste e uma conclusão final.
Através de um editor de apresentação, produziu-se o conjunto de slides que
foram disponibilizados para a SEED – PR, como exigência do programa PDE. Esse
objeto foi utilizado na intervenção em uma escola. Utilizando-se de um software de
edição de vídeos e do conjunto de slides foi feito o vídeo, ele foi gerado em arquivo
eletrônico no formato MPEG e hospedado em uma disciplina no ambiente virtual de
aprendizagem Moodle da Universidade Estadual do Centro Oeste.
7
Pesquisa na web
Elaboração do roteiro
Escolha dos softwares
Produção dos slides e vídeo
Hospedagem do vídeo
A intervenção foi realizada no Colégio Estadual Professor Agostinho Pereira
na Cidade de Pato Branco, onde os sujeitos da implementação foram alunos das
terceiras séries noturnas A e B do Ensino Médio na faixa de idade entre 16 a 20
anos, na sua grande maioria eram trabalhadores e procedentes do centro da cidade
e de alguns bairros próximos. Para comparação de resultados foi escolhida como
controle a turma C do mesmo colégio. Os alunos dessa turma possuíam a faixa de
idade e procedência semelhante às outras duas.
Na terceira série C o trabalho foi conduzido de forma tradicional com muitas
aulas expositivas, valorização excessiva das fórmulas desligadas da realidade dos
alunos e também sem os recursos que a televisão multimídia oferece. Essa
diferença de metodologias teve como finalidades observar o nível de aprendizagem,
a motivação entre os alunos das séries e a autoavaliação feita pelos mesmos. Os
conteúdos estudados foram relacionados à Química Orgânica, são; hidrocarbonetos,
classificação das cadeias carbônicas e funções orgânicas. Esses conteúdos são
fundamentais para a compreensão do que é xisto e do que é petróleo. As etapas da
implementação do projeto são mostradas na figura abaixo.
Fig2. Etapas da intervenção na escola 8
Aplicação do pre-teste
Exibição do vídeo sobre rochas
Utilização de outros recursos didáticos
Apresentação do objeto de aprendizagem
Pesquisas de textos e imagens sobre o xisto
Produção do periódico mural
Apresentação do periódico mural
Aplicação do pos-teste
Avaliação dos resultados
Estudo de conteúdos da Química orgânica
Na etapa inicial foi aplicado um pre-teste aos alunos das três turmas
mencionadas. Deve-se destacar que na etapa final também foi feita à aplicação de
um pos-teste com as mesmas perguntas iniciais, os alunos da turma controle
somente tiveram participação nessas duas etapas. As perguntas respondidas estão
relacionadas na seqüência:
a)Quais são as fontes renováveis para produção de energia?
b)Quais são as fontes não renováveis para produção de energia?
c)Você considera o petróleo um minério ( ) Sim ( ) Não. Justifique:
d)É possível extrair combustíveis de rochas? Justifique:
e)Você considera o xisto um minério ( ) Sim ( ) Não. Justifique:
f)A mineração de xisto e outras fontes de energia causam impactos
ambientais?
g)Quais são as funções orgânicas presentes na composição do xisto?
h)Explique o que você entende por pirólise.
Nas turmas A e B foi feita a exibição do vídeo sobre rochas (KARAS, 2008).
Nele estão presentes os conteúdos introdutórios para a compreensão do xisto e um
relato histórico sobre as rochas, destacando a veneração e a valorização dos povos
antigos pelas pedras e minérios. Em uma etapa posterior foram exibidos, na TV
multimídia, vídeos prontos do portal Youtube sobre o tema petróleo e seus
derivados, (YOUTUBE, 2008). Esses vídeos foram associados a outros métodos
como leitura e interpretação de textos didáticos, seguidos por debates e aulas
expositivas. Nessa etapa foi desenvolvido o estudo de alguns conteúdos específicos
da Química Orgânica, entre eles, histórico dessa ciência, propriedades do elemento
químico carbono, tipos de fórmulas utilizadas e classificação das cadeias
carbônicas.
A seguir foi feita a apresentação do objeto de aprendizagem na TV multimídia.
Nele há uma tarefa que consiste na produção e apresentação de um periódico mural
e as orientações que devem ser seguidas para que os alunos procurem a solução.
Após a sua exposição foi feito o comentário que essa tarefa deveria ser feita em
grupo e faria parte de uma das avaliações bimestrais, foi aberto um espaço para os
alunos formarem equipes e questionarem as dúvidas.
9
Continuava o estudo de conteúdos da Química Orgânica; composição
química do petróleo sua destilação fracionada e craqueamento, nomenclatura dos
hidrocarbonetos e suas propriedades físico químicas. Enquanto ocorria o
desenvolvimento dos conteúdos os alunos foram orientados na forma de pesquisar e
fazer críticas quanto a acessibilidade dos vídeos que assistiam.
Os alunos realizaram em suas residências pesquisas de textos e imagens do
xisto e seu processamento, salvando em pendrive e após em sala foi feita uma
seleção dos textos e imagens mais interessantes.
Na etapa seguinte utilizando-se dos textos e imagens e outros materiais como
TNT, madeira, cartolina, papelão foram feitas a produção dos periódicos murais.
Depois de todos os trabalhos elaborados foi destinado um determinado tempo para
que cada grupo de alunos realizasse a sua apresentação. Após foi feita a aplicação
do pos-teste nas três terceiras séries. Nas séries A e B aplicou-se como avaliação a
produção e apresentação do periódico mural e uma prova e na série C ou série
controle aplicou-se somente duas provas para compor a avaliação bimestral.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na produção do objeto de aprendizagem para a TV multimídia foram
encontradas algumas dificuldades como:
a) Aprender a utilizar o Br Office impress na produção dos slides, uma vez
que antes do programa Paraná Digital fazia-se uso quase que
exclusivamente do software comercial Ms Power Point no sistema
operacional Ms windows.
b) Adequar os componentes básicos do modelo educacional webquest nos
slides que foram gerados.
c) Aprender a utilizar o software apropriado para produzir o vídeo.
d) Aplicar os conceitos de acessibilidade na produção de slides e vídeos, ou
seja, cuidados com cor de fundo, tamanho da letra, tempo de transição
de slides, aumentar a resolução dos slides e do vídeo gerado.
10
Vencidas essas dificuldades elaboraram-se slides com fundo azul escuro, letras
brancas com tamanho apropriado e boa resolução. O vídeo foi gerado através dos
slides onde procurou-se respeitar um tempo adequado para transição dos mesmos e
um aumento na sua resolução. Todos esses cuidados foram necessários para
proporcionar a produção de material didático de boa qualidade próprio para uso na
TV multimídia.
Durante a intervenção na escola foram feitas algumas considerações. Nas
etapas onde ocorreu a exibição de vídeos utilizando a TV multimídia foi possível
provar que o potencial educativo proporcionado pela aplicação desses recursos é
muito interessante e eficaz pois utilizando-se desses objetos de aprendizagem
ocorreu uma maior motivação do aluno e um maior entusiasmo nas discussões.
Observa-se que o número de perguntas feitas é muito superior as perguntas
realizadas pelos alunos da turma controle, o que comprova que o vínculo na
exploração de imagens, áudio, vídeos de pequena duração estabelece relações
entre o conteúdo a ser desenvolvido e a realidade ou conhecimento prévio do aluno.
Para responder os questionamentos feitos pelo grupo de alunos necessitou-se
pesquisar e manter-se atualizado dos fatos que ocorrem no mundo. Relatam-se
algumas perguntas feitas pelos alunos
a)“Depois que o petróleo é retirado do subsolo, não permanece espaços
vazios e não há riscos de acontecer terremotos ou tsunamis em decorrência
desses espaços?”
b)“O gás natural pode ser retirado do subsolo e o gás de cozinha vem de
onde?”
c)“Por que nas plataformas marítimas de extração de petróleo sempre
vemos no alto da torre uma chama? Não está acontecendo um desperdício
de energia?”
d)“Qual é a relação da explosão do gasoduto que ocorreu em Jataí – SC
com o gás natural?”
e)”O Brasil não possui reservas de gás natural?”
11
f)“Por que a Petrobrás investiu tanto na construção do gasoduto Bolívia-
Brasil? Não era mais interessante descobrir e explorar o gás natural aqui no
Brasil?”
g)“Por que a gasolina rende mais em quilometragem do que o álcool?”
h)“O escapamento tem um tempo de duração maior em automóveis a álcool
ou gasolina?”
Percebe-se que as perguntas são pertinentes aos conteúdos desenvolvidos e
que maioria delas foram bem elaboradas e coerentes,mas isso demandam certo
tempo de pesquisa para procurar as respostas corretas. À medida que procurava-se
respondê-las surgiam outras, desencadeando um processo de perguntas, pesquisas
por respostas e surgimento de mais perguntas. Ocorreu um diálogo que tem relação
direta com os conteúdos específicos da Química Orgânica e estabeleceu-se um
vínculo que possibilitou uma exploração e uma retomada de alguns conceitos
mencionados: fórmulas, tipos de cadeias carbônicas, hidrocarbonetos e outras
funções orgânicas.
Na turma controle desenvolvia-se os conteúdos rapidamente, usando o
quadro e giz. Os recursos como slides e vídeos para projeção na TV multimídia não
foram usados então percebia-se que nessa metodologia os alunos não faziam
questionamentos sobre o que era apresentado, percebia-se claramente um
sentimento de acomodação de ambos os lados professor e alunos.
Nos dias após a exibição do objeto de aprendizagem relativo ao xisto e da
apresentação da tarefa que os alunos deveriam realizar, percebeu-se uma agitação
positiva deles nos corredores e nas salas de aula, colega falando com colega, aluno
falando com professor sobre o trabalho que iriam desenvolver.
Na produção dos periódicos murais ouvia-se que ocorria uma troca de ideias
entre os integrantes da equipe. Qual o texto e imagens que deveriam expor? Qual o
material mais apropriado para a sua confecção? Qual é o seu título? Qual é a
disposição dos recortes? Isso mostrou o envolvimento dos alunos na elaboração da
atividade.
12
Fig3 - Periódico mural elaborado em madeira e TNT e uso de diversas cores.
Fig4 – Periódico mural elaborado em madeira e papel
As Fig3 e Fig4 caracterizam as atividades diferenciadas que o modelo
webquest propõe, nele também há uma priorização do estudo dos conteúdos
específicos, mas no decorrer do processo desenvolvem-se outras aptidões
individuais.
13
Quando foram realizadas as apresentações do periódico mural, procurou-se
fazer a orientação de outros aspectos importantes como: comportamento, respeito
com a exposição dos colegas, seriedade e comprometimento.
Fig5 - Um dos grupos fazendo a apresentação do seu trabalho
O trabalho exposto na Fig5 caracteriza-se em um painel, desviando-se do
propósito inicial, contudo colaborou-se para destacar as diferenças entre um painel e
um periódico mural.
Adquiriram-se com as apresentações vários conhecimentos sobre o xisto que
antes eram desconhecidos, entre eles: quais são as funções orgânicas presentes na
sua composição, quais os produtos orgânicos obtidos a partir dele, os tipos de
reações de síntese orgânica envolvidos no processamento e as vantagens e
desvantagens na exploração desse minério.
Os três quadros na sequência mostram os resultados obtidos na aplicação do
pre e pos-teste nas três séries A, B e C respectivamente. A partir deles é possível
comparar resultados na aplicação das duas metodologias.
14
Turma A (pre-teste) Turma A ( pos-teste)
Questões Coerente
Parcialmente coerente
Incoerente Coerente Parcialmente coerente
Incoerente
a 08 11 11 12 04 14
b 07 12 11 13 05 12
c 04 13 13 12 17 01
d 03 10 17 14 12 04
e 06 13 11 16 12 02
f 05 10 15 12 07 11
g 04 08 18 10 15 05
h 05 15 10 10 11 09
Média 5,25 11,5 13,3 12,4 10,30 7,3
Quadro1: Resultado do pre-teste e pos-teste da turma A
Turma B (pre-teste) Turma B (pos-teste)
Questões Coerente
Parcialmente coerente
Incoerente Coerente Parcialmente coerente
Incoerente
a 09 11 09 13 14 02
b 10 10 09 13 12 04
c 07 10 12 09 16 04
d 03 10 16 12 14 03
e 07 08 14 11 10 08
f 06 10 13 09 12 08
g 04 09 16 08 12 09
h 06 10 13 09 11 09
Média 6,5 9,7 12,8 10,5 12,6 5,9
Quadro2: Resultado do pre-teste e pos-teste da turma B
15
Turma C ( pre-teste) Turma C (pos-teste)
Questões Coerente
Parcialmente coerente
Incoerente Coerente Parcialmente coerente
Incoerente
a 08 10 10 12 08 08
b 07 08 13 13 10 05
c 08 08 12 07 12 09
d 03 10 15 09 14 05
e 05 13 10 09 10 09
f 04 10 14 05 14 09
g 04 08 18 07 14 07
h 06 06 16 08 13 07
Média 5,63 9,12 13,2 8,8 11,8 7,4
Quadro3: Resultado do pre-teste e pos-teste da turma C
Os resultados da aplicação do pre-teste demonstraram que os alunos das três
turmas tinham pouco conhecimento sobre os conteúdos mencionados, muitos
responderam as perguntas de forma incoerente, outros escreveram respostas
resumidas e parcialmente coerentes e poucos relataram respostas mais
aprofundadas com coerência.
Depois de aplicado o pos-teste observa-se que os alunos das terceiras séries
A e B tiveram respostas mais coerentes, profundas e embasadas do que as
respostas dos alunos da série C usada como controle. A aprendizagem mais
significativa das turmas A e B foram comprovadas pelas médias verificadas do pos-
teste; turma A =12,4; turma B =10,5; turma C = 8,8.
16
O quadro 4 mostra um resumo comparativo das diferenças nos trabalhos
realizado nas terceiras séries A, B e a série C.
TERCEIRAS SÉRIES A e B TERCEIRA SÉRIE C
METODOLOGIA Modelo webquest, debates,
interpretação de textos, aulas
expositivas e exposição de
vídeos.
Apenas aulas expositivas
RECURSOS Giz, quadro negro, slides,
vídeos, textos e material de
laboratório.
giz e quadro negro
PONTO DE PARTIDA Tema gerador seguido pelos
conteúdos do planejamento
Conteúdos do planejamento
ATRIBUIÇÕES DO PROFESSOR Mediador dos trabalhos
aprende junto com o grupo de
alunos.
Transmissor de conhecimentos
aprende pouco com o grupo de
alunos.
MOTIVAÇÃO DO ALUNO Maior agitação no bom sentido
e maior motivação
Menor motivação
AVALIAÇÕES Trabalho de apresentação do
periódico mural e uma prova
Duas provas
RESULTADOS DO PRÉ E PÓS
TESTE
Pre-teste
Pouco conhecimento
Pos-teste
Maior conhecimento e boas
respostas relacionadas a
Química Orgânica
Pre-teste
Pouco conhecimento
Pos-teste
Conhecimento razoável e
respostas sem vínculo com a
Química Orgânica
Quadro4 – Comparativo entre turmas.
Na avaliação dos resultados, observam-se alguns comentários dos alunos
das terceiras séries A e B como:
a) “Trabalhos de apresentação são mais significativos do que provas”.
b)“Em trabalhos de apresentação aprendemos mais, pois precisamos
estudar para apresentar”.
17
c)“Em alguns trabalhos que precisei apresentar tive que superar a minha
timidez, pois nas primeiras vezes tremia de vergonha de ir à frente da sala
para falar algo”.
d)“Os professores não têm o hábito de explorar e aplicar esse tipo de
trabalho acho que é mais fácil dar só aulas expositivas”.
e)“É legal, pois a gente não permanece só sentado enquanto o professor
expõe sua aula. Podemos também nos envolver, pesquisar, aprender
fazendo”.
Nesses relatos, percebe-se a motivação quando não só o professor conduz o
processo de aprendizagem, mas o aluno também se envolve isso torna o
aprendizado melhor, fazendo com que o aluno desenvolva outras habilidades de
leitura, interpretação, redação, expressão corporal e postura.Também na mesma
etapa, observam-se alguns comentários dos alunos da série C:
a)“Para que vou usar essas fórmulas na minha vida”?
b)“Por que nas séries A e B o professor exibiu vídeos e fez trabalhos em
grupo e na nossa série não”?
Nesses relatos, percebe-se que na turma controle os conteúdos foram
desenvolvidos de maneira que as fórmulas estão desvinculadas da realidade dos
alunos e a cobrança que eles fazem no sentido de tornar as aulas mais dinâmicas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A televisão multimídia surgiu para que o professor organize as suas aulas e
aproxime-as dos conteúdos estruturantes e do conhecimento prévio dos alunos
através da exibição de imagens e vídeos, fazendo com que esse conhecimento seja
trabalhado e transformado em conhecimento científico. Esse recurso isolado não
representa uma melhora significativa na aprendizagem ,é preciso,pois que se
busquem metodologias, uma delas foi o modelo educacional webquest. A produção
do objeto de aprendizagem para a TV multimídia foi baseado nesse modelo e sua
elaboração demonstrou que o professor não deve ser mais identificado apenas
como um mero retransmissor de conhecimentos, ele deve ser visto também como
um produtor de material didático colaborativo.
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O modelo educacional de Bernie Dodge e as atividades diferenciadas que
sugere, como a produção e apresentação de um periódico mural, permitiu aos
alunos utilizarem aptidões individuais. Desenvolveram-se assim outros valores,pois
ocorreu um enriquecimento da socialização; promoveu o debate de ideias, contribuiu
para superar a insegurança; oportunizou a pesquisa e planejamento dos trabalhos.
O uso do objeto de aprendizagem colaborativa e outros recursos exibidos na
TV multimídia permitiram estabelecer relações com conteúdos específicos de
Química Orgânica das terceiras séries com conteúdos já estudados na primeira e
segunda série, proporcionou assim uma melhor compreensão dos mesmos. Por
exemplo, ao fazer o estudo das propriedades dos compostos orgânicos
estabeleceram-se relações com propriedades periódicas e ligações químicas.
A partir desses recursos anteriormente mencionados e a utilização do xisto
como tema gerador permitiu-se fazer várias ligações com conteúdos específicos e
estruturantes. Conceito de xisto, sua composição orgânica e inorgânica, camada
atmosférica da sua localização, compostos orgânicos sintéticos que originam,
reações de síntese envolvidas no seu pré e pós processamento são exemplos
dessas relações. Essa nova forma de abordar os conceitos orgânicos proporciona
sempre uma retomada de assuntos já estudados, tornando assim o aprendizado
mais motivante e significativo.
Em todo o trabalho descrito foram encontradas algumas dificuldades. O
professor necessitou mudar de postura uma vez que a história da sua vida está
alicerçada no ensino tradicional. Com essa mudança ocorreu maior motivação,
prazer por realizar esse tipo de atividade pois houve envolvimento com pesquisas,
busca por outros métodos e maior aproximação com o aluno no sentido de fazer
avaliações mais justas. Outro problema foi em relação com as turmas muito
numerosas exigindo mais tempo para organizar as atividades, mas diante dessas
dificuldades ocorreu uma mudança na metodologia promovendo uma ruptura do
modelo tradicional de ensino.
A produção de objetos de aprendizagem colaborativa para a TV multimídia e
sua utilização demonstrou-se possível, pode ser utilizado em todas as disciplinas
que compõem o currículo do ensino médio do Estado do Paraná, assim esse artigo
pode ser utilizado como referência.
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Após a conclusão da implementação do projeto e seus resultados positivos,
procurou-se dar sequência ao uso da mesma metodologia. Foram escolhidas turmas
de último ano do magistério do Colégio Estadual de Pato Branco, cujas equipes
escolheram um assunto relacionado a um tipo de energia para solução de uma
tarefa e sua apresentação.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à Secretaria de Estado de Educação do Paraná
(SEED/PR) à implementação do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE),
o qual oportunizou o desenvolvimento desse trabalho. Agradecimentos também à
Universidade Estadual do Centro–Oeste (UNICENTRO) pela organização e
planejamento para a elaboração desse trabalho.
REFERÊNCIAS
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<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.. php?cod=1151&PHPSESSID=2008080918240647> Acesso em 07 Ago 2008 _____Objetos de aprendizagem para a TV pen drive. Disponível em: <http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/textos/comousar_tvpendrive.pdf> Acesso em 07 Ago 2008 KARAS, ROSELEI. A.B. e KARAS, BRUNO. A. Rochas. Ciências Ensino Fundamental, Idioma: Português. Legendas Português. Gênero: documentário. Duração 5 min 10 seg. 2008. Disponível em <http://www.archive.org/details/rochas-pde-2008> Acesso em 13Nov2009
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