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Evento da Compliance e a Lei 12.683/12 Riscos e Novas Obrigações Por Dr. Roberto Bedrikow Local: auditório do Data: 21/05/2013

OBRIGAÇÕES À LUZ DA LEGISLAÇÃO SOBRE LAVAGEM DE …§ão R Bedrikow... · Liberalização da economia e lavagem de dinheiro O Acordos de Plaza (1985) e do Louvre (1987) Final

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Principais questões

Importância, papel das empresas e evolução do contexto legal

Núcleo penal e evolução da criminalização internacional e nacional

Relação com o combate à corrupção e o financiamento do terrorismo

Obrigações, responsabilidades e sanções legais

Processos de compliance e KYC e algumas variáveis de análise

Cases no mundo, tendências e perspectivas no Brasil e Resoluções do COAF

Conclusões

Liberalização da economia e lavagem de dinheiro C

ON

TEX

TO Acordos de Plaza (1985) e

do Louvre (1987)

Final da Guerra Fria

Nova Ordem Econômica Mundial

Eliminação de barreiras (processos de integração)

Consenso de Washington

Valorização do capital estrangeiro nos países em desenvolvimento

Globalização

FATO

RES

Universalização dos processos de desregulamentação

Liberalização dos mercados e dos fluxos de capitais

Desestatizações, Privatizações e Deslocalização

Internacionalização massiva do capital

Internacionalização de empresas e bancos

FAC

ILIT

AD

OR

ES Forte avanço tecnológico

Crescimento significativo da transações on-line

Evolução dos métodos de investimentos e dos incentivos fiscais

Especulação

Paraísos fiscais e Reinvestimento

Pouca efetividade das estruturas de controle supranacionais e multilaterais existentes

Combate à lavagem de dinheiro

ESTADO

COMUNIDADE INTERNACIONAL SOCIEDADE CIVIL

Legislação e Cooperação

Internacional

Legislação (criminalização e regulamentação) e

Implementação

Colaboração e Adequação

(compliance)

Eficácia somente com ações nesses três níveis

Contexto da Lei 9.613/98

Atividade criminal

internacional gera

responsabilidade coletiva

Relação do narcotráfico com outras atividades criminosas organizadas

Efeitos sociais econômicos,

políticos e culturais do

narcotráfico e do crime

organizado ◊ Criminalização de:

a) atividades relacionadas ao narcotráfico

b) conversão ou transferência de propriedade derivada dos crimes de narcotráfico e de bens produtos de crimes

c) ocultação ou dissimulação dessa natureza ou origem ilícita do bem e da sua localização, disposição, movimentação e transações

d) aquisição, posse ou utilização de tais bens

◊ Confisco

◊ Cooperação e assistência mútua

◊ Treinamento e informação

◊ FATF/GAFI¹ (1989)

◊ GAFISUD²

(2000)

Lei 9.613/98

(Lei 12.683/12)

Legislação afim

Convenção de Viena de 1988

(D.L. nº 162/1991 e D. nº 154/1991)

Convenção de Palermo de 2000

(D.L. nº 231/2003 e D. nº 5.015/2004) ¹FATF=Financial Action Task Force ¹GAFI=Groupe d’action financière ²GAFISUD=Grupo de Acción Financiera de Sudamérica

²Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai. + Observadores

¹36 membros (34 países, Conselho de Cooperação do Golfo e Comissão Europeia) + 8 associados + observadores (organizações internacionais)

◊ Recomendações (padrão internacional contra lavagem de dinheiro) ◊ Recomendações especiais (contra financiamento do terrorismo)

◊ Avaliações mútuas ◊ Cooperação ◊ Capacitação ◊ Tipologias ◊ Melhores práticas

◊ Convenção Única de 1961 sobre Entorpecentes (e Protocolo de 1972) ◊ Convenção sobre Substâncias Psicotrópicas de 1971) ◊ Diretiva 91/308/CEE

Resoluções do

COAF

Cooperação e Normas de outros

organismos internacionais

Liberalização da economia

Abertura de fronteiras

Incentivos fiscais Facilidades comerciais

Desenvolvimento tecnológico

Sistema financeiro internacional

◊ Diretiva 2005/60/CE (utilização do sistema financeiro para branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo)

Evolução da criminalização da lavagem de dinheiro Texto legal e Objeto Criminalização Elemento objetivo Elemento subjetivo

Convenção de Viena de 1988

◊ Lavagem de dinheiro

[Decreto 154 de 26/06/91]

◊ ocultação ou encobrimento ◊ Participação ou ajuda ◊ conversão e transferência de bens para esse fim ◊ Aquisição/posse /utilização

Somente se relação com crime de tráfico ilícito de entorpecentes (lato sensu)

Lei 9 .613 de 1998 (anterior à Lei 12.683/12)

◊ Lavagem de dinheiro

◊ Ocultação ou dissimulação ◊ Utilização ◊ Participação

Somente se relação com tráfico ilícito de entorpecentes ou drogas afins, o terrorismo e seu financiamento, contrabando ou tráfico de armas, extorsão mediante sequestro, crime contra sistema financeiro nacional, administração pública nacional ou estrangeira e o praticado por organização criminosa

◊ utilizar bens, direitos ou valores que sabe serem provenientes de tais crimes (art. 1º, § 2º,I) ◊ participar de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal ou secundária é dirigida à prática de tais crimes (art. 1º, § 2º, II)

Convenção de Palermo de 2000

◊ Lavagem de dinheiro ◊ Participação em grupo criminoso organizado ◊ Corrupção ◊ Obstrução à justiça

[Decreto 5.915 de 12/03/04]

◊ Extraterritorialidade: Infrações principais (a saber, aquelas cujo produto possa constituir objeto de crime de lavagem de dinheiro) devem incluir as infrações cometidas em outra jurisdição, se nesta constituem igualmente infração penal

◊ Idem que na Convenção de Viena de 1988

Suficiente a relação com produto de qualquer crime

◊ Conhecimento, intenção ou propósito constituem elementos subjetivos do crime ◊ Poderão inferir-se de circunstâncias fatuais objetivas

Lei 12.683/12

◊ Lavagem de dinheiro

◊ Idem que na Lei 9.613/98 ◊ Ampliou: i) o rol de pessoas (e incluiu as PF) sujeitas às obrigações que estabelece, ii) o rol de tais obrigações

Suficiente a relação com bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente de infração penal

◊ suprimiu “que sabem ser provenientes” (no art. 1º, § 2º, I, da Lei 9.613/98)

[Basta utilizar os bens, direitos ou valores]

◊ não alterou o item II do § 2º do art. 1º da Lei 9.613/98)

◊ Conhecimento, intenção ou propósito constituem elementos subjetivos do crime ◊ Podem ser inferidos das circunstâncias objetivas

Objetivo principal da Lei 9.613/98: Crime de lavagem de dinheiro

Art. 1º, caput

Ocultar Dissimular

Natureza Origem

Disposição Movimentação

Propriedade

Converter em ativo lícito

Adquirir – Receber – Trocar – Negociar – Dar ou Receber em Garantia – Guardar –

Ter em Depósito – Movimentar - Transferir

Utilizar na atividade econômica ou financeira

Importar ou exportar bens com valores não correspondentes aos verdadeiros

Participar de grupo ou associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal ou secundária é dirigida à prática dos crimes previstos na LLD*

Pena: reclusão, de 3 a 10 anos, e multa [art. 1º, § 3º:→tentativa (CP, art. 14); § 4º:↗pena; § 5º:↘ pena]

A norma penal sobre lavagem de dinheiro atende ao compromisso internacional assumido pelo Brasil ao ratificar a Convenção de Viena de 1988 [notadamente os arts. 3,1(b) (i) e (ii) e (c) (i) e (iv), e 4(a)]

Bens

Direitos

Valores

provenientes

diretamente de

indiretamente de

INFRAÇÃO PENAL

Art. 1º, § 1º, I e II

Art. 1º, § 2º, I

Art. 1º, § 1º, III

Art. 1º, § 2º, II

PA

RA

P

AR

A

de

*LLD=Lei de Lavagem de Dinheiro= Lei nº 9.613/98 (modificada pela Lei nº 12.683/12)

Campo de Aplicação Mercados ①

Financeiro

Capitais

Câmbio

Seguros e Corretagem

Imobiliário

Consórcio

Cartões de crédito

Leasing

Factoring

Eventos

Esportes

Artístico

Bolsa de mercadorias ou

futuros

Balcão organizado

Bens ②

Joias

Pedras e metais preciosos

Objetos de arte

Antiguidades

De luxo ou de alto valor

Grandes volumes em

espécie

Títulos ou valores

mobiliários

Valores

Rurais

Animais

Participações societárias

Fundos Fiduciários

Serviços ③

Assessoria

Consultoria

Contadoria

Auditoria

Aconselhamento

Assistência

Atividades ④

Transporte

Guarda

Captação

Intermediação

Aplicação

Distribuição

Promoção

Representação

Gestão

Exploração

Agenciamento

Transferência

Entidades ⑤

Juntas comerciais

Registros públicos

Entidades cujo funcionamento dependa de autorização de órgão regulador dos

mercados financeiro, de câmbio, de capitais e de seguro

Filiais ou representações de entes estrangeiros que exerçam atividades

listadas na LLD*

PF ou PJ, nacional ou estrangeira, operando no Brasil como agente, dirigente, procuradora, comissionária ou representante de interesses de ente estrangeiro que exerça qualquer das atividades listadas na LLD*

Dependências no exterior das entidades mencionadas na LLD*, por meio da

matriz no Brasil

Operações ◊ Imobiliárias ◊ Financeiras ◊ Bancárias ◊ Societárias (lato sensu) ◊ Gestão de ativos ◊ Direitos sobre contratos relacionados a atividades desportivas ou artísticas profissionais

① Além dos mercados nos quais se inserem os bens, serviços, atividades e entidades listados ② Além dos bens objeto dos mercados, serviços, atividades e entidades listados ③ Além dos serviços inerentes aos mercados, bens, atividades e entidades listados ④ Devem ser consideradas à luz dos mercados, bens, serviços e entidades listados e inferidos conforme indicado nos itens ①, ②, ③ e ⑤ ⑤ Além das entidades que atuam nos mercados e com relação a bens, serviços e atividades listados

*LDD=Lei de Lavagem de Dinheiro=Lei nº 9.613/98 (modificada pela Lei nº 12.683/12)

KYC: “Know Your Customer”

PRINCÍPIO “CONHEÇA SEU CLIENTE” (“KYC”)→ OBRIGAÇÕES (PF e PJ)

Constatação da relativa inoperância da repressão penal à causa

Nova estratégia com maior foco nos efeitos (além da atuação com relação aos efeitos sociais e na saúde)

Através da criminalização e responsabilização e de mecanismos de identificação e registro

Mundialização do comércio de drogas ilícitas Associação com crime organizado

Fluxos financeiros provenientes de ilícitos Operações lícitas com origens ilícitas

Envolvendo quem de alguma forma participa Nas operações de lavagem de dinheiro

Obrigações (PF e PJ)

Obrigações principais no texto legal Obrigações complementares

Identificação e cadastro atualizado de clientes

Registro de transações

superiores a limite fixado

Políticas Procedimentos

Controles

Comunicação aos órgãos

competentes ou ao COAF

Conforme instruções das autoridades

competentes

PJ: identificação e cadastro também de: ◊ Representantes ◊ Proprietários

◊ PPE ◊ PF com interdições ◊ PF e PJ no exterior ◊ PF e PJ em grupos e conglomerados

# Operações que, segundo as autoridades competentes, possam constituir-se em sérios indícios de crimes previstos na LLD ou a estes relacionados requerem atenção especial e podem exigir: ◊ Identificação diferenciada e maior atualização cadastral ◊ Registro diferenciado para comunicação aos órgãos competentes

Vinculação entre Registro e Cadastro

Devem ser conservados por no mínimo 5 anos (ampliáveis) a partir do encerramento da conta ou da conclusão da transação

Conforme instruções e limites fixados pela autoridade

◊ Moeda nacional ou estrangeira ◊ Títulos e valores mobiliários ◊ Metais ◊ Qualquer ativo passível de ser convertido em dinheiro

LLD deve ser abordada de maneira sistêmica, de sorte que deverão ser consideradas as legislações afins esparsas e as convenções e legislações internacionais, quanto às práticas e ferramentas que contribuem para a aderência (compliance) à LLD de forma integrada

Também quando houver operações de PF ou PJ e seus entes ligados que, em um mesmo mês-calendário, com mesma

pessoa, conglomerado ou grupo que, no conjunto, ultrapassem o limite

Na forma definida pelos órgãos competentes

Objeto: ◊ Identificação e cadastro ◊ Registro ◊Comunicação

Compatíveis com: ◊Seu porte ◊Volume das operações

◊ Rastreabilidade ◊ Preservação e sigilo ◊ Conectividade ◊ Integridade ◊ Autenticidade ◊ Disponibilidade ◊ Verificação ◊ Documento probatório ◊ Treinamento ◊ Melhoria e inovação

Conforme disciplinado pelos órgãos competentes ou COAF

Cadastramento prévio

Comunicações ao COAF: ◊ Proposta ou realização: a) Transações acima do limite

fixado*+ b) #Operações com sérios indícios de

crime*+ ◊ Subsidiariamente: não ocorrência de propostas, transações ou operações passíveis de comunicação ◊ Conforme requisições e na periodicidade, forma e condições estabelecidas

*+ Sigilo: amplo e Prazo: 24 horas

Comunicação prévia às instituições financeiras de transações

internacionais e saques em espécie

BOA FÉ: excludente de responsabilidade

Obrigações derivadas

COAF

São convidados permanentes em sessões do Conselho, porém sem direito a voto, um representante da Advocacia-Geral da União - AGU, com base no inc. IX do art. 9º e no art. 25 do Decreto nº 2.799/1998 (Estatuto do COAF) e um representante da autarquia federal responsável por regular o setor de promoção imobiliária, o Conselho Federal de Corretores de Imóveis - COFECI, com fulcro em decisão tomada na 54ª Sessão Ordinária do Conselho, realizada em 26 de agosto de 2008.

Resoluções do COAF Nº Vigência Destinatários Nº Vigência

1 Revogada (Res. 14)

Promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis

14 23/10/06 Promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis

2 Revogada (Res. 12)

Factoring 15 28/3/07 PF e PJ – operações (ou propostas) ligadas ao terrorismo ou seu financiamento

3 02/6/99 Distribuição de dinheiro ou bens por sorteio ou método assemelhado

16 28/3/07 PEP

4 02/6/99 Comércio de joias, pedras e metais preciosos 17 Revogada (Res. 18)

Distribuição de dinheiro ou bens móveis ou imóveis mediante loterias (D.L. 204/67)

5 02/7/99 Jogos de bingo ou assemelhados 18 26/8/09 Distribuição de dinheiro ou bens móveis ou imóveis mediante loterias (D.L. 204/67)

6 02/7/99 Administradoras de cartões de credenciamento ou de crédito

19 16/2/11 Institui o Diploma de Mérito COAF

7 15/9/99 Bolsas de mercadorias e corretoras 20 29/8/12 Pessoas reguladas pelo COAF [AMPLO ESCOPO]

8 15/9/99 Comércio de objetos de arte e antiguidades 21 01/3/13 Factoring

9 05/12/00 Modifica Resoluções 3 e 5 22 01/6/13 Distribuição de dinheiro ou bens móveis ou imóveis mediante loterias (D.L. 204/67)

10 19/11/01 PJ não financeiras prestadoras de serviços de transferência de numerário

23 01/6/13 Comércio de joias, pedras e metais preciosos

11 16/3/05 Código de Ética dos servidores do COAF 24 01/3/13 Assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência

12 Revogada (Res. 13)

Factoring 25 01/3/13 Comercialização (ou intermediação) de bens de luxo ou de alto valor

13 30/9/05 Factoring

Comunicações ao COAF por segmento

Sanções Aplicabilidade das sanções – Pessoas físicas e jurídicas (art. 12 da Lei 9.613/98)

Submetidas às obrigações de identificação dos clientes

Submetidas às obrigações de manutenção de registro das operações

Submetidas às obrigações de adotar políticas, procedimentos e controles internos

Submetidas às obrigações de comunicação aos órgãos de controle e COAF

Administradores de pessoas jurídicas

Sanções aplicáveis

I - advertência

II - multa pecuniária variável não superior ao: a) dobro do valor da operação; b) dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realização da operação; ou c) R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais)

III - inabilitação temporária, pelo prazo de até 10 anos, para o exercício do cargo de administrador

IV – cassação ou suspensão da autorização para o exercício da atividade, operação ou funcionamento

Extraterritorialidade e Sanções: Case Study Dezembro de 2012: HSBC concordou em pagar multa nos Estados Unidos de

US$ 1,92 bilhão por transgressões envolvendo lavagem de dinheiro

As 4 falhas significativas no programa de combate à lavagem de dinheiro do banco britânico HSBC nos Estados Unidos que motivaram a aplicação da multa:

1. Falha em obter ou manter due diligence ou informações sobre o cliente (‘KYC’ – Know Your Customer) nas afiliadas do Grupo HSBC, incluindo o HSBC no México

2. Falha em monitorar adequadamente mais de US $200 trilhões em transferências entre 2006 e 2009 de clientes localizados em países que o HSBC nos Estados Unidos classificou como de risco “standard” ou “medium”, incluindo mais de US$670 bilhões em transferências do HSBC no México

3. Falha em monitorar adequadamente bilhões de dólares em compras de moeda (U.S. dollars “banknotes”) entre julho de 2006 e julho de 2009 de afiliadas do Grupo HSBC, incluindo mais de US$9,4 bilhões do HSBC no México

4. Falha em prover profissionais e outros recursos para manter um programa eficaz de combate à lavagem de dinheiro

1. Programas (treinamento, elaboração, implementação e avaliação e melhoria) de combate à lavagem de dinheiro devem ser eficazes no sentido de prover as provas de sua eficácia

2. Programas que não consideram consequências de processos administrativos e judiciais não são eficazes para as organizações em razão dos altos custos das multas além de outros custos

3. Entidades multinacionais devem preocupar-se com seus programas em todos os países onde atuam, pois os efeitos não se limitam apenas a uma jurisdição nacional

3 LIÇÕES BÁSICAS

Noticiário recente (abril/maio 2013): variado e extenso

MJ cria Laboratórios contra Lavagem de Dinheiro em Pernambuco e Tocantins

• Os novos LAB-LD passarão a integrar a Rede Nacional de Laboratórios contra Lavagem de Dinheiro – Rede-LAB da Secretaria Nacional de Justiça que tem 16 Laboratórios em funcionamento e mais 12 em processo de instalação

FINRA (EEUU) multa 3 empresas por falha no controle AML

• Multa de US$ 900 mil por deficiência em programa AML e supervisão de transações

Lavagem de dinheiro no mundo da arte (EEUU)

Fed (EEUU) diz ao Banco de Montreal de atacar lavagem de dinheiro mais fortemente

Bruxelas (leia-se EU) quer novas regras para lutar contra lavagem de dinheiro

Citigroup preditivo em matéria de lavagem de dinheiro etcetera

Mensalão (Ação Penal nº 470) e Lavagem de Dinheiro

- condenação e consequências –

STF aceitou denúncia contra 10 réus por lavagem de dinheiro nos termos dos incisos V, VI e VII do art. 1º da Lei 9.613/98 (antes da Lei 12.683/12): Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de crime:

V – contra a Administração Pública, inclusive a exigência, para si ou para outrem, direta ou

indiretamente, de qualquer vantagem, como condição ou preço para a prática ou omissão

de ato administrativo

VI – contra o sistema financeiro nacional

VII – praticado por organização criminosa

Márcio Thomaz Bastos

(no 10º Congresso de Direito Bancário da Febraban)

Recomendou que os bancos reforcem seus sistemas internos de compliance

“Em termos bancários é uma catástrofe”

“Qualquer coisa que o Supremo faça é recebida como um comando pelo procurador e pelo juiz de

primeira instância”

Sobre a lavagem de dinheiro especificamente:

“O Supremo flexibilizou os critérios de responsabilização penal de maneira perigosa,

principalmente porque qualquer sopro, qualquer suspiro do Supremo tem uma repercussão enorme

em todo nosso sistema jurídico”

Após advento da Lei 12.683/12

Ampliação da repercussão a outros setores

(Posição noticiada em 20/5/13, Valor, pp. A6-7)

Tendência e Perspectiva no Brasil

Lei 9.613/98

Modificada pela Lei

12.683/12

Maior atuação do COAF

Maior atuação do MPF e do Judiciário

1. Aumento das normas setoriais 2. Aumento das ações juntos às entidades regulatórias 3. Aumento das ações das varas federais 4. Aumento das condenações com base na Lei 9.613/98 modificada pela Lei 12.683/12

COAF retomou a edição de resoluções

MPF prepara mapa para detectar omissões das

entidades obrigadas para amparar

medidas judiciais e subsidiar varas (federais) em

lavagem de dinheiro

Fonte: Valor, 1/2/2013, p. A9

Mais empresas adotam

programas de

compliance

Reino Unido “...the burden of anti-money laundering compliance has

continued to increase and the regulated sector now includes

many businesses and professions beyond just financial services.”

“The onerous regulations are all backed by criminal sanctions and the threat of imprisonment for

non-compliance, negligent as well as deliberate.”

Reino Unido “Customer Due Diligence, ongoing

monitoring of business relationships and regular training for all relevant staff are

essential. Compliance has to be monitored and evidenced.”

Anti-Bribery: “It is useful to include [these procedures and

training] within the AML process .... Of particular relevance to firms is the treatment of hospitality and

promotional expenditure.”

Estados Unidos

DLA Piper’s global White Collar, Corporate Crime and Investigations practice is a team of partners and associates who specialise in criminal, regulatory and compliance problems affecting major corporations, their officers and employees. We represent corporations, business entities and individuals at every stage of the business risk cycle – from legislative monitoring and lobbying; to developing proactive compliance programs and conducting internal audits and investigations; to providing advice during criminal or regulatory investigations; to defending clients in court when necessary. Our work in this area includes:

Bribery and Corruption

Tax and Accounting Fraud Investigations Export Control, including OFAC and Sanctions Regimes

Anti-Money Laundering Regulatory and Government Investigations Internal Investigations Criminal Defence Regulatory Enforcement Actions

Compliance

Securities Enforcement Actions

(Chicago, Attorneys: 3,448; Partners: 1,207; Associates 2,077)

Estados Unidos

“international banks will be well-advised to vigilantly enforce their internal procedures, and explore how existing AML tools can be applied to combat fraud. Otherwise, the banks, just like the fraudsters, will find themselves involved in lengthy and intrusive criminal and civil proceedings”.

Compliance como Prática Compulsória

Compliance com legislação brasileira

Compliance com legislações brasileira e estrangeira

Compliance com legislações do país (estrangeiro) e brasileira

Recomendações do GAFI e outras normas internacionais

3 fenômenos (tendências) concomitantes

1. Legislação brasileira (incluindo infra-legal) acompanhará cada vez mais a normativa internacional

2. Negócios internacionais exigirão cada vez mais aderência a normas estrangeiras (ex.: multinacionais)

3. Empresas serão solicitadas cada vez mais a observar normas que vão além da normativa contra lavagem de dinheiro (ex.: contra financiamento do terrorismo, corrupção)

Consequências para as empresas

1. Práticas de compliance deverão ser ampliadas cada vez mais por exigência legal ou dos negócios

2. Importância crescente de políticas que permitam controlar e evidenciar as práticas de compliance

PROCESSO DE COMPLIANCE

• Objetivo e contexto da Lei de Lavagem de Dinheiro

• Normas da LLD e legislações afins (incluindo determinações dos órgãos administrativos reguladores e de controle)

Saber

• Estruturação do programa de compliance

• Implementação do programa de compliance Fazer

• Aderência às normas legais

• Execução do programa de compliance Provar

E

V

I

D

E

N

C

E

S

Algumas variáveis no processo KYC e compliance AML

cliente antigo

cliente recente

cliente novo

PF

PJ

brasileiro

estrangeiro

típica

atípica

próprios

representação

plenos

específicos nacional

internacional

original

cópia remota

presencial

escrita

oral

PEP

D

A

D

O

S

E

R

E

G

I

S

T

R

O

1. Aspectos jurídicos da operação 2. Dados que embasam a operação

Análise dos dados cadastrais

local da sede endereço cliente

histórico do cadastro

outorgante

tipo de instrumento

risco país

espécie cheque

eletrônica

tipo de garantia ou aval

registro legal

constituição ou averbação

moeda

análise exclusivamente interna OU interna e externa

decisão motivada + registrada + chancelada

CONCLUSÕES

Compliance AML KYC EVIDENCES

CONDIÇÃO DA

OPERAÇÃO

PROVA EXCLUDENTE DE

RESPONSABILIDADE

Treinamento Programa de compliance

Implementação do programa Avaliação e Melhoria

Compliance

É NECESSIDADE

Penas e sanções

SÂO REAIS

Combate

É REALIDADE

Lavagem de dinheiro

É CRIME

obrigado

ROBERTO BEDRIKOW

[email protected]

Rua Augusta, 1819, 24º andar – CEP 01413-000 – São Paulo/SP

Tel. (011) 3372-1309 – Fax (011) 3372-1301

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