15
S N S N Observação de fenômenos astronômicos Como e Para Quê ORIENTAÇÃO Direção do meridiano local. Pontos Cardeais.Nascente e Poente Francisco de Borja López de Prado Johanna A.E. de Knegt López de Prado Gilson Antônio Nunes Belo Horizonte 2016 19 0 18 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 20 21 22 23 «N» 10 10 30 30 20 20 40 40 50 50 0 NE N L NO O SO S SE Direção do meridiano local Oeste Sul Norte Leste Polo Sul d a g b o -22 Resplendor Montalvânia Minas Novas Lagoa dos Patos Aimorés Janaúba Manga Espinosa Jequitinhonha Maria da Fé Ibiá Três Marias Salto da Divisa Monte Azul Carlos Chagas São Francisco Lagoa da Prata Tupaciguara Carmo do Paraíba Monte Carmelo Unai Iturama Ituiutaba Ouro Preto Diamantina Teófilo Otoni Salinas Januária Montes Claros Corinto Pirapora Paracatu Almenara Pedra Azul Nanuque Curvelo Araçuaí Caratinga Itabira Ipatinga Sta Luzia Patos de Minas Governador Valadares Campo Belo Formiga BELO HORIZONTE Sete Lagoas Contagem Ponte Nova Itajubá Além Paraíba Cataguases Barbacena Conselheiro Lafaiete Três Corações Passos Alfenas Pouso Alegre Poços de Caldas São Sebastião do Paraíso Araguari Uberlândia Uberaba Araxa Patrocínio Varginha Lavras Juiz de Fora Milh oVerd e Viçosa Ubá S. João del Rei Santos Bocaiuva Manhuaçu Muriaé Medina S.João do Paraíso S.João da Ponte Morada Nova de Minas Coronel Murta São Lourenço Frutal J.Monlevade Pará de Minas Itaúna Betim Guaxupé Oliveira Caxambu Carangola Bom Despacho Extrema Carneirinho Astronomia na Praça, na Rua e na Escola Francisco de Borja López de Prado Gilson Antônio Nunes Fig. 2 o 42 o 40 o 44 o 46 o 50 o 48 o -22 o -18 o -16 NE N L NO O SO S SE N S L O N L SE S SO O NO NE NE N L NO O SO S SE Mestre não é quem sempre ensina, mas quem, de repente, aprende. Guimnarães Rosa Significado e origem do termo orientação Os povos indo-europeus, antes de partir nas suas caminhadas, observavam pela manhã onde o Sol aparecia no horizonte e olhando para aquela região abriam os braços e com isso eles marcavam três direções, ou rumos. Uma direção era marcada a partir do observador para a posição do nascer do Sol. Com o braço esquerdo era definida a segunda direção, que eles chamavam ner. Com o braço direito indicavam a terceira direção denominada por eles swem (o Sol), como representado na figura acima. É deste fato que se originou a palavra orientação que quer dizer olhando para oriente, isto é, para onde o Sol nasce, e assim poder guiar-se numa determinada direção.

Observação de fenômenos astronômicos · ACHAR A DIREÇÃO DO MERIDIANO LOCAL COM UMA BÚSSOLA Nesta atividade levamos em consideração a declinação magnética local, isto é,

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Page 1: Observação de fenômenos astronômicos · ACHAR A DIREÇÃO DO MERIDIANO LOCAL COM UMA BÚSSOLA Nesta atividade levamos em consideração a declinação magnética local, isto é,

SN

S

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Observação de fenômenos astronômicos

Como e Para Quê

ORIENTAÇÃO

Direção do meridiano local. Pontos Cardeais.Nascente e Poente

Francisco de Borja López de Prado

Johanna A.E. de Knegt López de Prado

Gilson Antônio Nunes

Belo Horizonte2016

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o do m

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Carmo do Paraíba

Monte Carmelo

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Ouro Preto

Diamantina

TeófiloOtoni

Salinas

Januária

Montes Claros

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PiraporaParacatu

Almenara

Pedra Azul

Nanuque

Curvelo

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CaratingaItabira

Ipatinga

Sta Luzia

Patosde Minas Governador

Valadares

Campo Belo

Formiga

BELO HORIZONTE

Sete Lagoas

Contagem

Ponte Nova

Itajubá

Além Paraíba

Cataguases

Barbacena

ConselheiroLafaiete

TrêsCorações

Passos

Alfenas

PousoAlegre

Poços

de Caldas

São Sebastiãodo Paraíso

Araguari

Uberlândia

Uberaba

Araxa

Patrocínio

Varginha

Lavras

Juiz de Fora

Milh o Verd e

Viçosa

UbáS. Joãodel Rei

SantosDoumont

Bocaiuva

Manhuaçu

Muriaé

Medina

S.João doParaíso

S.João da Ponte

Morada Novade Minas

CoronelMurta

São Lourenço

Frutal

J.MonlevadePará de Minas

ItaúnaBetim

Guaxupé

Oliveira

Caxambu

Carangola

Bom Despacho

Extrema

Carneirinho

Astronomia na Praça, na Rua e na EscolaFrancisco de Borja López de Prado

Gilson Antônio Nunes

Fig. 2

o42 o40o44o46

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NO NE

NE

N

L

NO

O

SO

S

SE

Mestre não é quem sempre ensina,

mas quem, de repente, aprende.

Guimnarães Rosa

Significado e origem do termo orientação

Os povos indo-europeus, antes de partir nas suas caminhadas, observavam pela manhã onde o Sol aparecia no horizonte e olhando para aquela região abriam os braços e com isso eles

marcavam três direções, ou rumos. Uma direção era marcada a partir do observador para a posição do

nascer do Sol. Com o braço esquerdo era definida a segunda direção, que eles chamavam ner. Com o braço direito indicavam a terceira direção denominada por eles swem (o Sol), como representado na figura acima.

É deste fato que se originou a palavra orientação que quer dizer olhando para oriente, isto é, para onde o Sol nasce, e assim poder guiar-se numa determinada direção.

Page 2: Observação de fenômenos astronômicos · ACHAR A DIREÇÃO DO MERIDIANO LOCAL COM UMA BÚSSOLA Nesta atividade levamos em consideração a declinação magnética local, isto é,

Por que este curso?Alguns esclarecimentos

Depois de ter escrito vários textos para possibilitar a observação, análise e explicação de fenômenos astronômicos, achamos oportuno elaborar um curso em poucas folhas para diminuir os gastos em papel e impressão.

Desta maneira, esperamos, que mais alunos, educadores e público em geral possam conhecer, observar e explicar fenômenos astronômicos.

Por isso foi feita uma seleção de temas e, sobretudo uma redução de material impresso. São suficiente pucas folhas impressas na frente e no verso para editar todos os textos deste curso.

Além disso foi possível disponibilizar os aparelhos e modelos para serem impressos simplesmente em papel.

Para dar continuidade a este curso estamos elaborando outro curso dedicado a identificar estrelas e constelações.

Alguns termos ou conceitosque orientam este curso

Ensino: derivado de duas palavras latinas: in (em, no) e signum (sinal), isto quer dizer ir no sinal ou assinalar caminhos.

Complicar: derivado de duas palavras latinas: cum (com) e plicare (fechar) que podemos traduzir como ir no que está fechado.

Explicar: derivado de duas palavras latinas: ex (de, desde) e plicare (fechar) que podemos traduzir como ir no fechado e abrí-lo.

Aplicar: derivado de uma palavra grega a (não, negação) e uma palavra latina plicare (fechar) que podemos traduzir como negar ou sair do fechado ou criar novo conhecimento.

Implicar: derivado de duas palavras latinas in (em, dentro) e plicare (fechar) que podemos traduzir como entrar no fechado e sair dele elaborando novo conhecimento.

Os termos aplicar e implicar são análogos e podem ser interpretados como «navegar por mares dantes nunca navegados»

O que se pretende com este curso

O que pretendemos, pois, com este curso é:

- assinalar caminhos para que cada um e todos os participantes do curso, se informem sobre quando acontecem fenômenos astronômicos e possam observá-los.

- com-plicar, isto é, possibilitar que todas as perguntas, questões, dificuldades sobre cada fenômeno se tornem presentes.

- ex-plicar, isto é, «abrir» todas as dificuldades, evidenciar cada fenômeno, patente-á-lo

a-plicar ou im-plicar, isto é, partido dos conhecimentos, atitudes e capacidades anteriormente conquistados, partir para novos conhecimentos, novas questões, novos fenômenos que queremos observar e explicar.

Belo Horizonte e BrumadinhoFrancisco de Borja López de Prado

Page 3: Observação de fenômenos astronômicos · ACHAR A DIREÇÃO DO MERIDIANO LOCAL COM UMA BÚSSOLA Nesta atividade levamos em consideração a declinação magnética local, isto é,

1.ORIENTAÇÃO

Direção aproximada do N geográfico.

Como achar aproximadamente a direção do Norte geográfico com um mostrador de relógio de 24h

1- Colocar um dedo na posição da hora em curso eperpendicularmente ao mostrador.

2- Girar o mostrador até que a sombra do dedo passepelo centro do mostrador.

3- A posição aproximada do N será indicada pela direçãoda linha que vai do centro do mostrador

até as 12h.

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e n

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Page 4: Observação de fenômenos astronômicos · ACHAR A DIREÇÃO DO MERIDIANO LOCAL COM UMA BÚSSOLA Nesta atividade levamos em consideração a declinação magnética local, isto é,

Direção do Norte ou do meridiano local

1- Colocar a Rosa dos Ventos na horizontal.

2- Centrar uma bússola com a Rosa dos Ventos fazendo coincidir os pontos cardeais da bússola com os da Rosa dos Ventos.

3- Girar esta folha até que a agulha magnética aponte para o valor da declinação magnética local.

4- Então, a Rosa dos Ventos estará orientada com os pontos cardeais locais. A direção do meridiano local coincide com a direção Norte-Sul da Rosa dos Ventos.

2

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ACHAR A DIREÇÃO DO MERIDIANO LOCAL COM UMA BÚSSOLA

Nesta atividade levamos em consideração a declinação magnética local, isto é, ângulo medido sobre um plano horizontal, entre a direção do norte magnético e a do norte geográfico. Para descrever este processo escolhemos a cidade de Macapá (AM) com declinação magnética

o oigual a 19 Oeste. Isto quer dizer que a direção do Norte geográfico está a 19 a Leste da direção da agulha magnética.

Material - Bússola- valor da declinação magnética local.

Procedimentos Informar-se qual a ponta da agulha magnética que aponta para o Norte. Para isso e suficiente

usar o Relógio 24h para achar a posição aproximada do Norte geográfico ou identificar os horizontes do nascente e do poente do Sol.

Colocar a bússola sobre uma folha numa superfície horizontal bem nivelada e esperar que a agulha magnética pare de balançar. Essas situações são mostrada nas Fig.1 a 3.

Girar a caixa da bússola até que a direção Norte-Sul do mostrador coincida com a direção da agulha magnética como mostra a Fig.4

Desenhar, na folha em que está a bússola, uma linha a direção da agulha magnética como mostra a Fig. 5

Retirar a bússola da folha e desenhar um ponto no centro da linha (Fig.6 ).

3

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Bússola sobre a mesa

Fig.1

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140160

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Agulha da bússolaestabilizada

Fig.3

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140160

180

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320340

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220

200

S

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L

Agulha da bússolabalançando

Fig.2

Direção da agulha magnéticadesenhada na folha

Fig. 6

20 4060

8090

100

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L

Mostrador da bússolaorientado

com a direção da agulhamagnética

Fig. 4

20 4060

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Direção da agulha magnéticadesenhada na folha

Fig. 5

Page 6: Observação de fenômenos astronômicos · ACHAR A DIREÇÃO DO MERIDIANO LOCAL COM UMA BÚSSOLA Nesta atividade levamos em consideração a declinação magnética local, isto é,

Colocar um transferidor coincidindo sua origem com o ponto central da linha (Fig. 7).

oCom o transferidor marcar um ângulo de 19 para Leste a partir da direção da agulha magnética e desenhar na folha uma linha para indicar essa direção. (Fig. 8).

Essa direção coincide com a direção Norte-Sul geográfico da cidade de Macapá. (Fig.9).

Traçar uma perpendicular à direção do Norte geogroafico (N ) para achar a direção Leste-GEO

Oeste (Figs 10 e 11)

Transferidor com sua origemno ponto central da linha

Fig. 7

10 20 30 40 50 60 70

80

Ângulo de 19o para Leste apartir da direção da agulha

Fig. 8

10 20 30 40 50 60 70

80

Fig.9

20 4060

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NGEO

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Declin

ação m

agnéticao

de M

acapá (A

M): 19

O

Direção dospolos magnéticoe geográfico emMacapá

Fig.10

20 4060

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160

180

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220 200

S

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o

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NGEO

NMAG

Declin

ação m

agnéticao

de M

acapá (A

M): 19

O

Fig.11

o

19

NGEO

NMAG

S

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O

4

Direção dos PontosCardeais e geográficoemMacapá

Page 7: Observação de fenômenos astronômicos · ACHAR A DIREÇÃO DO MERIDIANO LOCAL COM UMA BÚSSOLA Nesta atividade levamos em consideração a declinação magnética local, isto é,

Direção da sombra de uma haste ao meio dia solar (m.d.s.)

1- Informar-se ou calcular o instante do m.d.s.

2- Dispor uma haste verticalmente num local plano pouco antes do m.d.s.

3. No instante do m.d.s. marcar a direção da sombra da haste, ela assinala a direção do meridiano local.

4- Para saber qual é o sentido Sul-Norte, proceder da seguinte maneira:

a) ficar em pé sobre a direção da sombra do m.d.s. com os braços abertos e olhando para o nascente.

b) a mão esquerda estará, então, dirigida para o Norte e a mão direita para o Sul.

Expressões para calcular o instante do m.d.s.

Consultar um Anuário Astronômico para achar os instantes do nascer e do ocaso do Sol na data em curso na localidade da observação.

Ver nas páginas 6 e 7 como calcular a diferença de fuso horário, Dj, e como se informar sobre o valor do dia de ET , a fim de usar a expressão acima par calcular o instante do m.d.s.

5

Direçã

o do m

eridiano lo

cal

m.d.s. = O - NS S

2

O : instante do ocaso do SolS

N : instante do nascer do SolS

m.d.s. = 12:00h + Dj +ET

Dj: diferença de fuso horário localET: equação do Tempo

Page 8: Observação de fenômenos astronômicos · ACHAR A DIREÇÃO DO MERIDIANO LOCAL COM UMA BÚSSOLA Nesta atividade levamos em consideração a declinação magnética local, isto é,

Direção dos pontos cardeais partindo do Polo Sul celeste

Localizar o Cruzeiro do Sul no céu.

Girar esta folha até que as estrelas nela representadas fiquem com a mesma orientação das estrelas do Cruzeiro do Sul no céu.

Afastar ou aproximar a folha dos olhos até que a constelação do desenho tenha aproximadamente o mesmo tamanho aparente da constelação do Cruzeiro do Sul vista no céu.

Partindo da estrela a, prolongar o lado maior do Cruzeiro aproximadamente 4 vezes e meia na direção das estrelas g e a. Assim é localizada a posição do Polo Sul Celeste como mostra o desenho ao lado. Nestas condições, a ponta da seta da carta celeste, desta folha, projetada no céu indicará a posição do Polo Sul celeste.

Depois de identificar a posição do Polo Sul Celeste, achar as posições dos pontos cardea is geográ f icos da seguinte maneira:

1) Baixar uma perpendicular do polo Sul celeste até o horizonte e marcar o Sul geográfico na base da perpendicular como mostra o desenho abaixo.

2) Traçar, a seguir, a direção Sul-Norte.

3) Finalmente desenhar uma perpendicular a esta direção, obtendo assim a direção Leste-Oeste

6

Oeste

Sul

Norte

Leste

Polo Sul

d

a

g

b

Page 9: Observação de fenômenos astronômicos · ACHAR A DIREÇÃO DO MERIDIANO LOCAL COM UMA BÚSSOLA Nesta atividade levamos em consideração a declinação magnética local, isto é,

2. ORIENTAÇÃO AO m.d.s.

No instante do meio dia solar (m.d.s.) o Sol passa pelo meridiano local e a sombra de uma haste vertical, nesse instante, assinala a direção Norte-Sul

Cálculo o instante do meio dia solar (mds) conhecendo Dj, e o valor de ET.(Ver tabela na próxima página).

Descrição e definição dos seguintes termos:

Para achar o instante do m.d.s, lembramos que, nesse instante:

Levando na expressão (2) o valor do dia de ET (ver tabela próxima página), e calculando o valor da diferença de fuso horário ( ) para a cidade em estamos, podemos calcular o instante do m.d.s.

Nota: ET é uma grandeza que varia diariamente, não é necessário calcular seu valor, mas consultar a tabela correspondente.

Na página seguinte descrevemos o processo para achar a diferença de fuso horário ( ) para qualquer lugar da Terra.

m.d.s.: instante em que o Sol passa pelo meridiano local.

Fuso horário, j: divisão das longitudes de 15º em 15º ou de 1 hora em 1 hora à partir do fuso horário de Greenwich que é o fuso de origem igual a 0º.

Fuso central (Estados ao Leste do Brasil) é 45º a Oeste de Greenwich.

Diferença de fuso, Dj: diferença entre a longitude local e a longitude do centro do fuso. Costuma ser expressa em minutos e segundos de tempo.

Hora legal, HL: é a hora civil do meridiano central do fuso (hora dos nossos relógios).

Hora solar ou verdadeira, HV: é o ângulo horário do Sol verdadeiro.

Mostramos, a seguir, como relacionar os termos acima descritos para calcular o instante do m.d.s.

A chamada Equação do Tempo (ET) relaciona as horas do nosso relógio (HL) com as horas do Sol (HV) possibilitando-nos calcular o instante do m.d.s.

Equação do Tempo, ET

Equação do Tempo, ET: corresponde à diferença de tempo do Sol verdadeiro (HV) para o Sol dos nossos relógios (HL).

A expressão que relaciona HL, HV, Dj e ET é a seguinte:

HL = HV + ET + Dj (1)

Como calcular o instante do m.d.s,

HL = mds e HV = 12:00h do Sol

então levando em (1) temos

m.d.s. = 12:00h + ET + Dj (2)

Dj

Dj, no entanto, é sempre o mesmo valor para uma dada longitude. Dj

7

Page 10: Observação de fenômenos astronômicos · ACHAR A DIREÇÃO DO MERIDIANO LOCAL COM UMA BÚSSOLA Nesta atividade levamos em consideração a declinação magnética local, isto é,

A diferença de fuso, Dj é calculada achando a diferença entre a longitude local e a longitude do fuso central.

oAssim por exemplo, para Belo Horizonte, Longitude 43 56’ 42” O e fuso central 45º a O de Greenwich teremos:

o oDj = 43 56’ 42” - 45 00’ 00” = =

Dj costuma ser expresso em min. e seg. de tempo. Para isso lembramos que n

Dj

Dj

Dj

m.d.s. = 12:00h + ET + Dj

m.d.s. = 12:00h - 0:13h - 0:04h = 11:43h

m.d.s. = 11:43h

o - 1 03’18” O

uma hora a Terra ogira 15 , então podemos escrever a seguinte regra de três:

o15 ----------- 60 min o - 1 03’18” -----------

o o = (- 1 03’18” x 60 min) /15 = - 4 min 13 seg

Exemplo. Achar o instante do m.d.s. em Belo Horizonte no dia 10 de outubro.

Na tabela ET verificamos que para essa data ET = -13min = -0:13h. E como é aproximadamente igual a -4 minutos ou -0:04h levando esses valores na expressão (2) temos:

O Sol passa, então, pelo meridiano ás 11:43h no 10 de olutubro em Belo Horizonte.

Tabela da Equação do Tempo (ET)

8

Janeiro Março Setembro Dezembro

01 03 30 01

03 07 04

06 11

09

06

07 15

01

1110 18

11

1313 22

25

11

1515 25

16

1718 29

02

21

1921

07

24

2125

12

29

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01

04

08

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22

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02

08

16

25

21

16

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19

14

10

06

03

27

25

06 11

04

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27

25 15

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26

07

10

12

15

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21

24

27

+03 +12 -10

-10

-11

+04 +11

-09+05 +10

-08+06 +09

-03

-07+07 +08

-04

-06+08 +07

-03

+05

-05+09 +06

+04

-04+10 +05

-02

+03

-03+11

-01

+02

-02+12

0

+01

-01+13

+04

+03

+02

+01

+02

+03

+04

+05

+06

-13

-14

-15

-16

-15

-14

-13

-12

-11

-12

0

+14 +01

-01

0

+03

+02

+01

+13 0

-01

-02

-02

-03

-04

-05

-06

-07

-08

-09

Fevereiro

Abril

Setembro

Outubro

Novembro

Dia

Dia

Dia

Dia

Dia

Dia

min

min

min

min

min

min

Maio

Junho

Julho

Agosto

mds = 12:00h + Dj + ET

mds -> 12:00h ->HV

HLDj:diferença

de fusohorário local

ET: Equaçãodo Tempo

Page 11: Observação de fenômenos astronômicos · ACHAR A DIREÇÃO DO MERIDIANO LOCAL COM UMA BÚSSOLA Nesta atividade levamos em consideração a declinação magnética local, isto é,

3. ORIENTAR PLANTAS E MAPAS COM OS PONTOS CARDEAIS LOCAISOrientação da planta da nossa cidade com os pontos cardeais locais

Atividade. Orientar a planta de BH (ou da sua cidade) com os Pontos Cardeais e apontar para os bairros da cidade em que estamos.Material Planta da cidade com os Bairros ou com as Regionais. Valor da declinação magnética local (em Belo Horizonte em 2016 o valor da declinação magnética é de 23º Oeste).Bússola e ou Mostrador de Relógio de 24h.Procedimento a) Orientar a planta da cidade na direção Norte-Sul com a bússola ou aproximadamente com

b) Identificar na planta a posição em que estamos localizados enquanto realizamos esta atividade.c) Assinalar essa posição na planta com uma pequena ficha.d) Pedir aos participantes que assinalem a direção em que acham estão localizados alguns Bairros

ou Regionais.e) Apontar, na planta, desde a posição em que estamos, para outros Bairros ou Regionais.f) Verificar as posições desses Bairros ou Regionais no horizonte local e conferir com as previsões

feitas no item d).

Mostrador de Relógio de 24h.

9

19

0

18

12

3

4

5

6

7

8

9

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14

15

16

17

20

21

2223

«N»

NE

N

L

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O

SO

S

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Page 12: Observação de fenômenos astronômicos · ACHAR A DIREÇÃO DO MERIDIANO LOCAL COM UMA BÚSSOLA Nesta atividade levamos em consideração a declinação magnética local, isto é,

Atividade. Orientar o mapa de MG (ou do seu Estado) com os Pontos Cardeais e apontar para outras cidades do Estado desde a cidade em que estamos.

MaterialMapas de Minas Gerais ou do seu Estado, Rosa dos Ventos, Bússola e ou

Procedimentoa) Orientar o mapa de MG ou do seu estado na direção Norte-Sul

.b) Procurar no mapa a posição de Belo Horizonte ou da sua cidade.c) Assinalar essa posição no mapa com uma pequena ficha.d) Pedir aos participantes que assinalem a direção em que acham estão localizadas algumas

cidades do Estado.e) Apontar, no mapa, desde a posição de Belo Horizonte (ou da cidade em que estamos) para

essas cidades do Estado.f) Verificar as posições dessas cidades no horizonte local e conferir com as previsões feitas no item

d).

Sugestão: Realizar esta e as seguintes atividades com mapas escolares do seu Estado, do Brasil e do mundo.

Mostrador de Relógio de 24h

com a bússola ou aproximadamente com Mostrador de Relógio de 24h.

10

o-22

Carmésia

Resplendor

Bertópolis

Montalvânia

Minas Novas

Lagoa dos Patos

Aimorés

Janaúba

MangaEspinosa

Jequitinhonha

Maria da Fé

Ibiá

Três Marias

Salto daDivisa

Monte Azul

CarlosChagas

São Francisco

Lagoa da Prata

Tupaciguara

Carmo do Paraíba

Monte Carmelo

Unai

Iturama

Ituiutaba

Ouro Preto

Diamantina

TeófiloOtoni

Salinas

Januária

Montes Claros

Corinto

PiraporaParacatu

Almenara

Pedra Azul

Nanuque

Curvelo

Araçuaí

CaratingaItabira

Ipatinga

Sta Luzia

Patosde Minas Governador

Valadares

Campo Belo

Formiga

BELO HORIZONTE

Sete Lagoas

Contagem

Ponte Nova

Itajubá

Além Paraíba

Cataguases

Barbacena

ConselheiroLafaiete

TrêsCorações

Passos

Alfenas

PousoAlegre

Poços

de Caldas

São Sebastiãodo Paraíso

Araguari

Uberlândia

Uberaba

Araxa

Patrocínio

Varginha

Lavras

Juiz de Fora

Milh o Verd e

Viçosa

UbáS. Joãodel Rei

SantosDoumont

Bocaiuva

Manhuaçu

Muriaé

Medina

S.João doParaíso

S.João da Ponte

Morada Novade Minas

CoronelMurta

São Lourenço

Frutal

J.MonlevadePará de Minas

ItaúnaBetim

Guaxupé

Oliveira

Caxambu

Carangola

Bom Despacho

Extrema

Carneirinho

Astronomia na Praça, na Rua e na EscolaFrancisco de Borja López de Prado

Gilson Antônio Nunes

Fig. 2

o42 o

40o44o46

o50

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o-22

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o-16

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Page 13: Observação de fenômenos astronômicos · ACHAR A DIREÇÃO DO MERIDIANO LOCAL COM UMA BÚSSOLA Nesta atividade levamos em consideração a declinação magnética local, isto é,

Atividade. Orientar o mapa do Brasil com os pontos cardeais locaisMaterialMapas do Brasil, Rosa dos Ventos, Bússola

Procedimentoa) Colocar a Rosa dos Ventos (

sobre o mapa do Brasil orientando-a com os Pontos Cardeais do mapa.

b) Girar o mapa até que a agulha magnética adquira a direção da declinação magnética local (23º Oeste para BH). Nestas condições o mapa estará orientado pelos Pontos Cardeais.

c) Procurar no mapa a posição de Belo Horizonte ou da sua cidade.

c) Identificar no mapa algumas cidades ou Estados do Brasil.

d) Apontar, a seguir, desde a posição de Belo Horizonte (ou da cidade em que estamos) para essas cidades ou Estados.

Atividade. Orientar o mapa-mundi com os pontos cardeais locaisMaterialMapa-mundil, Rosa dos Ventos, Bússola e Mostrador do Relógio 24hProcedimentoa) Colocar a Rosa dos Ventos sobre o mapa-mundi orientando-a com os

Pontos Cardeais do mapa.b) Girar o mapa até que a agulha magnética adquira a direção da declinação magnética local (23º Oeste

para BH). Nestas condições o mapa estará orientado pelos Pontos Cardeais.c) Procurar no mapa a posição de Belo Horizonte ou da sua cidade.c) Identificar no mapa algumas cidades ou países do mundo.d) Apontar, a seguir, desde a posição de Belo Horizonte (ou da sua cidade) para essas cidades ou países.

e Mostrador de Relógio de 24h.

ou Mostrador de Relógio de 24h)

(ou Mostrador de Relógio de 24h)

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4. ORIENTAÇÃO DO GLOBO TERRESTRE COM MESMA ORIENTAÇÃO DA TERRA

Vamos colocar o globo terrestre numa posição semelhante a da própria Terra no espaço, de tal maneira que o seu eixo seja paralelo ao eixo da Terra, e o local de observação se encontre exatamente na parte de cima (topo) do globo terrestre.

Procedimentos1.- Procurar um local ensolarado e sobre uma superfície horizontal determinar a direção norte-sul geográfica.

2.- Assinalar essa direção na superfície horizontal. Colocar um copo, ou um pequeno tubo cilíndrico onde será apoiado o globo terrestre. (Fig.1)

3.- Retirar inicialmente o Globo terrestre do seu suporte. Verificar as posições dos polos norte e sul e do equador. Na Fig. 2 mostramos um globo terrestre com o eixo norte-sul paralelo ao lado maior desta pagina e o do equador paralelo à direção das linhas deste texto.

4.- Colocá-lo sobre o pequeno tubo de tal maneira que a direção do seu eixo esteja orientada horizontalmente. Orientar, a seguir, o eixo do globo na direção Norte-Sul assinalada anteriormente. (Fig.3).

5.- Mantendo a orientação do globo girá-lo até que a cidade escolhida, fique para cima. Na Fig.3 esse ponto está assinalado com uma mão.

5.- Colocar sobre a cidade escolhida um dedo apontando para o centro do globo. Na Fig.4 mostramos uma pessoa (fora de escala) nessa posição que corresponde a Belo Horizonte (latitude

o20 S). Podemos verificar que, nestas condições, a pessoa está inclinada. Isso indica que ainda a orientação do globo não está adaptada para essa latitude.

6.- O último ajuste consiste em girar o globo terrestre até que o “observador” fique “em pé” verticalmente sobre ele. Tomar cuidado, no entanto, para que as direções Norte-Sul do globo terrestre e da Terra permaneçam paralelas. (Fig.5)

7.- Observar como o globo terrestre está iluminado pelo Sol e realizar a atividade proposta na ficha seguinte, intitulada: Observando os dias, as noites e as estações do ano no globo terrestre.

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Fig. 1

SN

Fig. 2

N

S

S

N

S

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Fig. 3

SN

S

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Fig. 5

SN

S

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Fig. 4

Page 15: Observação de fenômenos astronômicos · ACHAR A DIREÇÃO DO MERIDIANO LOCAL COM UMA BÚSSOLA Nesta atividade levamos em consideração a declinação magnética local, isto é,

Observando os dias, as noites e as estações do ano no globo terrestre

Após ter colocado o globo terrestre orientado como a Terra, realizar as seguintes observações:

a) observar onde e como o Sol ilumina o globo terrestre;

b) observar onde o Sol está nascendo, onde acontece o meio dia solar e onde o Sol está se pondo durante todas as horas do dia;

c) identificar a duração do dia e da noite em qualquer latitude;

d) reparar em que estação do ano está cada um dos hemisfério da Terra; e) verificar onde e quando acontecem os dias e noites polares

Procedimento

1.- Tentar distinguir a metade do globo iluminada pelo Sol e a que não é atingida por ele, isto é, onde é dia e onde é noite.

2.- Colocar um barbante sobre o globo paralelamente ao seu eixo e bem próximo d e l e , c o m o m o s t r a a fotografia ao lado. A sombra do barbante sobre o globo passa a ser um indicador de onde o Sol está iluminando, isto é, onde é dia.

3.- Deslocar o barbante, sempre paralelamente ao eixo do globo e verificar quando a sombra passa por um dos polos (ou pelos dois nos equinócios). A sombra do barbante mostra em que longitude da Terra é meio-dia solar nesse instante. Na fotografia embaixo podemos verificar que isso acontece na região central do Canadá, na cidade do México, etc. Além disso, essa fotografia também possibilita constatar que é dia polar no polo norte.

4.- Continuar deslocando o barbante para verificar o seguinte: a) onde está amanhecendo, b) onde o Sol esta-se pondo, c) onde é dia, d) onde é noite, e) qual a duração do dia e da noite no equador, f) qual a duração do dia e da noite em latitudes próximas do pólo norte e do pólo sul, g) qual a duração do dia e da noite em latitudes próximas do equador.

SugestãoRealizar esta atividade nos dias dos equinócios quando os dois Polos da Terra estão iluminados. Realizar também nos dias dos solstícios.

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